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Doenças e variações anatômicas confundidas com abuso sexual infantil - estudo descritivoSilva, Welington dos Santos January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Médicos que atendem crianças devem estar capacitados para o reconhecimento de achados físicos que podem ser confundidos com abuso sexual, pois um equívoco diagnóstico pode ter efeito catastrófico para todos os envolvidos.
Objetivo: Descrever as doenças e variações anatômicas confundidas com abuso sexual em crianças. Métodos: Estudo descritivo com dados secundários das doenças e variações anatômicas confundidos com abuso sexual. Foram estudados os laudos de crianças menores de 12 anos periciadas no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues entre 2005 a 2010 por suspeita de abuso sexual baseada em queixa ou alteração ano-genital, sem relato de abuso sexual no histórico da perícia. O critério utilizado para identificar os casos foi a conclusão do medico legista no laudo. Resultados: Foram encontrados 410 casos em que não havia relato ou testemunho de abuso sexual no histórico. Neste grupo, em 31 casos (7,6%) a conclusão do laudo identificou uma doença ou variação anatômica como causa do sintoma ou alteração ano-genital que gerou a suspeita de abuso sexual. A idade média nos casos confundidos com abuso foi três anos (DP ±2,0), e 30 casos (97%) eram meninas. Foram encontrados 16 casos de Prolapso uretral (52%). As outras condições médicas identificadas incluíram sinéquia de ninfas, neoplasia vaginal, dermatites, variação anatômica, doença de Crohn, enterobíase, corpo estranho vaginal, fenda perineal e infecção urinária. Conclusão: O achado de doenças ou variação anatômica confundidas com abuso sexual em 7,6% das crianças com queixa ou alteração ano-genital, sem relato de abuso no histórico, reforça a necessidade dos pediatras estarem capacitados para reconhecer as condições médicas que podem mimetizar abuso sexual. Em especial, prolapso uretral que representou 52% dos casos de equivoco.
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O impacto da exposição a experiências adversas na infância na ocorrência de dor crônica e depressão na vida adultaPereira, Flavia Garcia 28 February 2014 (has links)
Submitted by Elizabete Silva (elizabete.silva@ufes.br) on 2014-12-01T18:23:58Z
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Previous issue date: 2014 / A associação entre experiências adversas na infância e o desencadeamento de depressão ou dor crônica na vida adulta tem sido documentada, assim como a relação entre os sintomas de dor crônica e depressão. No entanto, há poucos estudos avaliando o papel da exposição a
experiências adversas na infância na ocorrência dessa comorbidade. O objetivo deste trabalho é avaliar a influência da exposição a experiências adversas na infância na ocorrência de dor crônica, de depressão e na comorbidade dor crônica e depressão na vida adulta, em uma
amostra da população geral adulta (maiores de 18 anos) residente na Região metropolitana de São Paulo, Brasil. Os dados são resultantes do Estudo Epidemiológicos dos Transtornos
Mentais São Paulo Megacity. Os respondentes foram avaliados usando a versão desenvolvida para o Estudo Mundial de Saúde Mental do Composite International Diagnostic Interview da Organização Mundial da Saúde (WMH-CIDI), que é composto por módulos clínicos e nãoclínicos provendo diagnósticos de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Transtornos Mentais 4ª edição (DSM-IV). Um total de 5.037 indivíduos foi entrevistado, com uma taxa global de resposta de 81,3%. Foram realizadas análises descritivas
para médias e proporções, e associações (Razões de Chances – OR) entre experiências adversas na infância, dor crônica e depressão através de regressão logística. Todas as análises
foram realizadas através do programa estatístico Data Analysis and Statistical Software versão 12.0 (STATA 12.0), com testes bi-caudais com nível de significância de 5%. Uma elevada taxa de prevalência de dor crônica (31%, Erro Padrão [ER]=0.8) foi encontrada, Dor
Crônica esteve associada aos transtornos de ansiedade (OR=2,3; 95% IC=1,9 – 3,0),
transtornos de humor (OR=3,3; IC=2,6 – 4,4) em qualquer transtorno mental (OR=2,7; 95% IC=2,3 – 3,3). As adversidades na infância estiveram fortemente associadas aos respondentes
com dor crônica e depressão concomitante, principalmente quanto ao abuso físico (OR=2,7; 95% IC=2,1 – 3,5) e sexual (OR=7,4; 95% IC=3,4 – 16,1). / Association between adverse childhood experiences and onset- depression or chronic pain in adulthood has been documented, as well as the relationship between symptoms of
comorbidity chronic pain and depression. However, the literature is extremely limited about
the interaction of adverse childhood experiences in this comorbidity. The objective of this
study is to evaluate the influence of adverse childhood experiences in depression, chronic pain and on the comorbidity of chronic pain and depression in adulthood in a probabilistic sample
of household adult residents in the Sao Paulo Metropolitan Area, Brazil. The data were resulting from the São Paulo Megacity Mental Health Survey. Respondents were assessed using the World Mental Health Survey version of the World Health Organization Composite International Diagnostic Interview (WMH-CIDI), which comprises clinical and no-clinical
sections producing diagnoses according to the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Fourth Edition (DSM-IV). A total of 5,037 individuals were interviewed, with a global response rate of 81.3%. Descriptive analysis for means and proportions were performed, and associations between adverse childhood experiences, chronic pain and
depression were performed using logistic regression with statistical software Data Analysis and Statistical Software version 12.0 (STATA 12.0), using 0.05 level two-sided tests. High prevalence of chronic pain (31%, standard error [ER] = 0.8) was found. Chronic pain was associated to anxiety disorders (OR 2.3, 95% CI 1.9-3.0), mood disorders (OR 3.3; 95% CI
2.6-4.4) in any mental disorder (OR 2.7; 95% CI 2.3-3.3). The childhood adversities were strongly associated with comorbidity chronic pain and depression, especially physical abuse (OR 2.7, 95% CI 2.1-3.5) and sexual abuse (OR 7.4, 95% CI 3.4-16.1).
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Concepções e práticas de profissionais de educação sobre os maus-tratos contra criançasCosta, Silvia Regina da Silva [UNESP] 18 September 2008 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2008-09-18Bitstream added on 2014-06-13T20:33:32Z : No. of bitstreams: 1
costa_srs_me_prud.pdf: 641816 bytes, checksum: 7c4a213aea34a9daced87fde0fe9daca (MD5) / A presente Dissertação de Mestrado se insere na Linha de Pesquisa “Processos Formativos, Diferença e Valores, que tem como preocupação central desenvolver conhecimentos sobre os saberes, práticas e representações presentes no interior das relações escolares, levando em conta aspectos relativos à classe social, raça, etnia, sexualidade, geração e gênero, de forma articulada com a formação de profissionais da educação, e baseada em uma perspectiva que leve em conta as demandas contemporâneas. A pesquisa tem como objeto o estudo das concepções e práticas de treze profissionais da área de educação, em específico professores, diretores e orientadores educacionais da rede pública municipal de ensino do município de Campo Grande/MS, sobre os maus-tratos contra crianças. Considera-se que existem poucas investigações sobre os conhecimentos dos educadores acerca das diversas violações de direito às quais possam estar expostos alunos e alunas que freqüentam as instituições educacionais. A compreensão das representações dos profissionais de educação e das dificuldades que sentem quanto à identificação e formas de encaminhamento e intervenção nos casos de maus-tratos poderá nortear futuras políticas de formação inicial e contínua para eles formuladas. Portanto, objetivou-se compreender as concepções e práticas desses profissionais, que atuam nas séries iniciais (1ª à 5ª série) do ensino fundamental, sobre os maus-tratos contra crianças. Realizouse uma pesquisa bibliográfica sobre a temática dos maus-tratos cometidos contra crianças, os indicadores e conseqüências no desenvolvimento da criança vitimizada, as formas de enfrentamento desse fenômeno na área educacional e a análise da legislação disponível, referente aos direitos das crianças. Do ponto de vista... / This research is tied to the research line Formative processes, Difference and Values”, that has as main concern the development of knowledge about practices and representations presented in the relationships established among peers and professionals inside school, taking into account aspects of social class, race, ethnicity, sexuality, gender and generation, so combined with the training of school professionals and based on a perspective that recognize contemporary demands. The research focus on the knowledge and attitudes of thirteen school professionals, in particular teachers, directors and supervisors of educational network of municipal public education of the municipality of Campo Grande / MS, about maltreatment against children. It is considered that there is little research on the knowledge of educators about the various violations of children`s rights to which can be exposed students who attend the educational institutions. The understanding of school professional`s representations and their difficulties on identify, referral and intervene in cases of maltreatment can guide future policies for initial and continuing training offered for them. Therefore, the aim of this research is to understand the concepts and attitudes of school professionals, who work on the first grades (1st to 5th grade) of basic education, concerning the maltreatment against children. It was accomplished a literature review on the subject of maltreatment committed against children, indicators and consequences in the development of the child victim, ways of confronting this phenomenon in educational institutions and analysis of available legislation concerning children`s rights. A qualitative approach grounded the field research, through the use of semi-structures interviews with the 13 school professionals, who answered some questions based on literature review and the research purpose... (Complete abstract click electronic access below)
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Concepções e práticas de profissionais de educação sobre os maus-tratos contra crianças /Costa, Silvia Regina da Silva. January 2008 (has links)
Orientador: Renata Maria Coimbra Libório / Banca: Angela Elizabeth Lapa Coêlho / Banca: Maria de Fátima Salum / Resumo: A presente Dissertação de Mestrado se insere na Linha de Pesquisa "Processos Formativos, Diferença e Valores", que tem como preocupação central desenvolver conhecimentos sobre os saberes, práticas e representações presentes no interior das relações escolares, levando em conta aspectos relativos à classe social, raça, etnia, sexualidade, geração e gênero, de forma articulada com a formação de profissionais da educação, e baseada em uma perspectiva que leve em conta as demandas contemporâneas. A pesquisa tem como objeto o estudo das concepções e práticas de treze profissionais da área de educação, em específico professores, diretores e orientadores educacionais da rede pública municipal de ensino do município de Campo Grande/MS, sobre os maus-tratos contra crianças. Considera-se que existem poucas investigações sobre os conhecimentos dos educadores acerca das diversas violações de direito às quais possam estar expostos alunos e alunas que freqüentam as instituições educacionais. A compreensão das representações dos profissionais de educação e das dificuldades que sentem quanto à identificação e formas de encaminhamento e intervenção nos casos de maus-tratos poderá nortear futuras políticas de formação inicial e contínua para eles formuladas. Portanto, objetivou-se compreender as concepções e práticas desses profissionais, que atuam nas séries iniciais (1ª à 5ª série) do ensino fundamental, sobre os maus-tratos contra crianças. Realizouse uma pesquisa bibliográfica sobre a temática dos maus-tratos cometidos contra crianças, os indicadores e conseqüências no desenvolvimento da criança vitimizada, as formas de enfrentamento desse fenômeno na área educacional e a análise da legislação disponível, referente aos direitos das crianças. Do ponto de vista... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: This research is tied to the research line "Formative processes, Difference and Values", that has as main concern the development of knowledge about practices and representations presented in the relationships established among peers and professionals inside school, taking into account aspects of social class, race, ethnicity, sexuality, gender and generation, so combined with the training of school professionals and based on a perspective that recognize contemporary demands. The research focus on the knowledge and attitudes of thirteen school professionals, in particular teachers, directors and supervisors of educational network of municipal public education of the municipality of Campo Grande / MS, about maltreatment against children. It is considered that there is little research on the knowledge of educators about the various violations of children's rights to which can be exposed students who attend the educational institutions. The understanding of school professional's representations and their difficulties on identify, referral and intervene in cases of maltreatment can guide future policies for initial and continuing training offered for them. Therefore, the aim of this research is to understand the concepts and attitudes of school professionals, who work on the first grades (1st to 5th grade) of basic education, concerning the maltreatment against children. It was accomplished a literature review on the subject of maltreatment committed against children, indicators and consequences in the development of the child victim, ways of confronting this phenomenon in educational institutions and analysis of available legislation concerning children's rights. A qualitative approach grounded the field research, through the use of semi-structures interviews with the 13 school professionals, who answered some questions based on literature review and the research purpose... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Prevalência de maus-tratos em crianças e adolescentes, ocorridos na cidade do RecifeFernandes Maranhão, Valéria January 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005 / O objetivo da presente pesquisa foi determinar a prevalência de maus-tratos ocorridos em crianças e adolescentes na cidade do Recife, notificados no Hospital da Restauração, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2004. Uma amostra de 965 prontuários foi avaliada para determinar dados sócio-demográficos da vítima, além de tipo de abuso, local da lesão, e a necessidade de internamento. Os dados coletados referentes ao agressor foram: idade, sexo, grau de parentesco com a vítima e se o agressor exercia algum tipo de ocupação. A prevalência de maus-tratos observada na amostra foi de 38,6%, sendo que todos os tipos de abusos foram mais freqüentes nas meninas (50,7%). Os maus-tratos físicos foram os mais encontrados (58,3%), seguidos de negligência (37,4%) e abuso sexual (3,2%). Do total de lesões 25,8% envolvia cabeça, seguido de lesões sistêmicas (17,6%) e face (9,5%). Em 90% dos casos, as vítimas foram internadas. Segundo a causa da lesão, arma de fogo foi o agente mais freqüente (24,6%). Quanto ao grau de parentesco vítima/agressor, a mãe biológica foi a maior responsável com 40%, seguido de estranhos (31,8%) e pai (9,2%). Os resultados dessa pesquisa mostraram que a prevalência de crianças vítimas de maus-tratos atendidas no Hospital da Restauração é alarmante. A falta de informação estatística e epidemiológica sobre o mau-trato infantil é conseqüência, em parte, da falta de notificação. Notificar tem valor importante no processo que visa diminuir as atitudes e os comportamentos violentos por parte de qualquer agressor, e que assegura a integridade da criança e do adolescente vitimizados.
O segundo objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de conhecimento dos Cirurgiões Dentistas e Estudantes de Odontologia com relação à violência infantil. Foi constatado que existe o conhecimento, mas poucos tinham consciência da importância sobre o tema
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Notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes por profissionais da estratégia saúde da famíliaMoreira, Gracyelle Alves Remigio 05 November 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-11-05 / The mistreatment notification in children and adolescents aims cease violent attitudes and behaviors at the family or by any aggressor, providing protection for victims of abuse. For the health system, the act of notifying aims to generate more reliable records of situations of violence against the juvenile population, encouraging the epidemiological problem sizing and the formulation of public policies for its confrontation. As a goal, the study analyzed the mistreatment notification in children and adolescents from the practice of the professionals of the family health strategy, from macroregion of health located in Cariri, Ceará. This is a study with a quantitative approach of the transversal type, carried out in the macroregion of health located in Cariri, Ceara, from July 2011 to May 2012. The population consisted of doctors, nurses and surgeons-dentists who worked in the family health strategy of the 28 municipalities of the macro-region, with a total of 381 professionals. A questionnaire instrumentalized the data collection, organized in the program SPSS, version 16.0 and analyzed with the software STATA 11.0. Data analysis used the test chi-square test (X 2) regarding the notification of mistreatment and the predictor variables; the multivariate logistic regression model was constructed using automatic selection (Stepwise) and the odds ratio (OR) adjusted and confidence interval (CI) of 95% have been calculated. Ethical aspects have been respected. The results showed that the majority of professionals didn't participate in trainings on the subject (71.5%), aware the child and adolescent statute (77.7%), unaware of the notification document (56.8%) and reported that the health unit doesn't have the formulary (73.5%). There was a prevalence of professionals who rely on the agencies of children and adolescents protection (71.0%) know where to adress in these cases (75.1%) who aren't afraid oflegal involvement (66.6%) and didn't know the the victims assistance institution (76.5%). Most participants said that they hadn't encountered situations of mistreatment in their professional practice (59.3%). Of those who had already identified some cases (40.7%), 65.2% didn't report the occurrences. There was no statistical significance between the sociodemographic variables and professional training with the notification. In the multiple logistic regression model there was a positive association between the act of notifying and the participation of professionals in training on the subject (OR = 2.18, 95% CI 1.05 to 4.53); the professional knowing the notification (OR = 3.03; 95% CI = 1.47-6.24) and professional know where to forward the cases (OR = 2.55; 95% CI = 1.01-6.43). Regarding the advantages of institution of mandatory notification of mistreatment in the basic care, the benefits from the notification to the victims (55.1%) most mentioned item; when it comes to the difficulties, the lack of structure in the support network (41.7%) was mentioned with more emphasis by the participants. The data suggest that the notification of mistreatment in children and adolescents is so systematicness and punctual, because of the lack of familiarity of health professionals with the issue of violence, as well as the interference of cultural, emotional aspects, structural and training that become emblematic elements in overcoming the obstacles to the improvement of the registration system of notifications, in the context of the Family Health Strategy. / A notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes tem como finalidade cessar atitudes e comportamentos violentos no plano familiar ou por parte de qualquer agressor, promovendo proteção às vítimas de maus-tratos. Para o sistema de saúde, o ato de notificar tem o intuito de gerar registros mais fidedignos das situações de violência contra a população infanto-juvenil, favorecendo dimensionamento epidemiológico do problema e a formulação de políticas públicas para seu enfrentamento. Como objetivo, o estudo analisou a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes a partir da prática dos profissionais da Estratégia Saúde da Família, da Macrorregião de Saúde de Cariri, Ceará. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa do tipo transversal, realizado na Macrorregião de Saúde de Cariri, Ceará, no período de julho de 2011 a maio de 2012. A população constituiu-se de médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas que trabalhavam na Estratégia Saúde da Família dos 28 municípios dessa Macrorregião, totalizando 381 profissionais. Um questionário instrumentalizou a coleta de dados, organizados no programa SPSS, versão 16.0 e analisados com o software STATA 11.0. A análise dos dados recorreu ao teste quiquadrado (X2) em relação a notificação de maus-tratos e às variáveis preditoras; o modelo de regressão logística multivariada foi construído por meio de seleção automática (Stepwise) e a odds ratio (OR) ajustada e Intervalo de Confiança (IC) de 95% foram calculados. Os aspectos éticos foram respeitados. Os resultados mostraram que a maioria dos profissionais não participou de treinamento sobre a temática (71,5%), conhece o Estatuto da Criança e do Adolescente (77,7%), desconhece a ficha de notificação (56,8%) e relatou que a unidade de saúde não possui a ficha (73,5%). Prevaleceram os profissionais que confiam nos órgãos de proteção à criança e ao adolescente (71,0%), que sabem para onde encaminhar os casos (75,1%), que não têm medo de envolvimento legal (66,6%) e que não conhecem instituição de assistência as vítimas (76,5%). A maior parte dos participantes afirmou que não haviam se deparado com situações de maus-tratos na sua prática profissional (59,3%). Dos que já tinham identificado algum caso (40,7%), 65,2% não notificaram as ocorrências. Não houve significância estatística entre as variáveis sociodemográficas e de formação profissional com a notificação. No modelo de regressão logística múltipla estiveram associados positivamente ao ato de notificar, a participação dos profissionais em treinamentos sobre o tema (OR = 2,18; IC95% = 1,05 4,53); o profissional conhecer a ficha de notificação (OR = 3,03; IC95% = 1,47 6,24) e o profissional saber para onde encaminhar os casos (OR = 2,55; IC95% = 1,01 6,43). Em relação às vantagens da instituição da notificação obrigatória de maus-tratos na atenção básica, os benefícios às vítimas oriundos da notificação (55,1%) foi o item mais citado; em se tratando das dificuldades, a falta de estrutura na rede de apoio (41,7%) foi a mencionada com mais ênfase pelos participantes. Os dados remetem que a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes ocorre de forma assistemática e pontual, em virtude da escassa familiaridade dos profissionais de saúde com a questão da violência, assim como a interferência de aspectos culturais, emocionais, estruturais e de formação que se tornam elementos emblemáticos na superação dos obstáculos para o aprimoramento do sistema de registro das notificações, no contexto da Estratégia Saúde da Família
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Notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes em municípios cearensesRolim, Ana Carine Arruda 31 October 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-10-31 / Violence against children and adolescents is characterized by an unequal power
relationship of varying actors and forces. In Brazil, the Statute of the Child and
Adolescent protects children s and adolescents rights by adopting a doctrine of total
safety and conferring that protection agencies will be alerted of all suspected cases
of abuse. The general objective of this paper is to analyze the system of notification
in cases of child and adolescent mistreatment through the practices of Family Health
Strategy professionals throughout several cities in Ceará state, Brazil. This
descriptive quantitative study was realized through consolidation of 1,055 previously
collected questionnaires from doctors, nurses, and dental surgeons of Family Health
Strategy offices in 85 cities across the state. With SPSS version 17.0, the authors
organized, codified, tabulated, and analyzed the items of the questionnaires to deduce the frequencies and chi-squared statistics. To construct the spatial distribution maps, the authors implemented the software TerraView 4.2.1 to develop a representation of the municipalities. Throughout the study, the authors endeavored to respect ethical norms. The results illustrate that the majority of professionals had not participated in trainings on child/adolescent mistreatment notification (73.4%), knew of the Statute of the Child and Adolescent (75.8%), were unaware of notification records (52.8%), and reported not having notification records at their health post (65.2%). Individuals who trusted in protection agencies predominated the questionnaire results (69.8%), as did those who knew where to send cases of child/adolescent mistreatment (69.3%), those without fear of legal involvement (61.9%), and those who did not know of any institutions to assist victims of abuse (80.7%). As well, most participants affirmed that they had not identified cases of child abuse in their careers (57.6%), and of these, 59.2% had never notified any occurrences of abuse at all. There was statistical significance relating the professionals ages and positions to successful notification. Regarding instrumentation, only knowing the institution for victim support was not statistically significant vis-à-vis notification. In relation to the advantages of mandatory mistreatment notification by primary care facilities, the participants most mentioned benefits for victims arising from the notification (69.3%); regarding the disadvantages, the professionals referred most to the lack of structure in the support network (40.9%). The cities Iguatu, Caucaia and Massapê presented the greatest number of
child/adolescent abuse notifications, and Juazeiro do Norte showed the lowest figure.
These findings shed light on problems that still pervade the notification practice in
Family Health Strategy offices of the cities studied, especially with regard to the lack
of training on the subject, to the insufficient institutional support, and to the
ineffectiveness of the victim safety net. Thus, the authors infer that the implementation of the abuse notification system is still a challenge for many
professionals. / A violência contra crianças e adolescentes caracteriza-se como uma relação de poder em que se confrontam atores/forças com pesos/poderes desiguais. No Brasil, crianças e adolescentes têm seus direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente que adota doutrina da proteção integral às necessidades desse grupo e confere que toda suspeita de maus-tratos seja obrigatoriamente notificada aos órgãos de proteção. O objetivo geral deste trabalho é analisar a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes a partir da prática de profissionais da Estratégia Saúde da Família em municípios cearenses. Estudo quantitativo, descritivo, realizado a partir da consolidação de um banco de dados de 1.055 questionários de médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas da Estratégia Saúde da Família de 85 municípios cearenses oriundos de pesquisas realizadas anteriormente. No software SPSS 17.0, os itens dos questionários foram organizados, codificados, tabulados e submetidos à análise estatística de frequência e realizado o teste quiquadrado (X²). Para a construção dos mapas da distribuição espacial, o software TerraView 4.2.1 foi utilizado, a representação dos municípios cearenses nos mapas foi desenvolvida através de seus saldos notificatórios. Os aspectos éticos foram respeitados. Os resultados mostraram que a maioria dos
profissionais não participou de treinamento sobre o tema (73,4%), conhece o Estatuto da Criança e do Adolescente (75,8%), desconhece a ficha de notificação (52,8%) e relatou que a unidade de saúde não possui a ficha (65,2%). Prevaleceram os indivíduos que confiam nos órgãos de proteção (69,8%), que sabem para onde encaminhar os casos (69,3%), que não têm medo de envolvimento legal (61,9%) e que não conhecem instituição de assistência as vítimas (80,7%). A maior parte dos participantes afirmou que não havia identificado situações de maus-tratos na sua prática (57,6%) e, destes, 59,2% não notificaram as ocorrências. Do domínio sociodemográfico, houve significância estatística para a notificação entre as variáveis de profissão e a idade; do de instrumentação, apenas conhece instituição de apoio à vítima não foi estatisticamente significante para a notificação. Em relação às vantagens da instituição da notificação obrigatória de maus-tratos na atenção básica, os benefícios às vítimas oriundos da notificação (69,3%) foi o item mais mencionado pelos participantes; em se tratando das dificuldades, a falta de estrutura na rede de apoio (40,9%) foi o mais referido. Os municípios que
apresentaram maior saldo notificatório foram Iguatu, Caucaia e Massapê e o que saldo mais negativo foi Juazeiro do Norte. A partir da aproximação da problemática da subnotificação da violência infantil, as constatações do estudo sugerem reflexões sobre os problemas que permeiam a prática notificatória pela ESF nos municípios estudados, especialmente com relação a carência de formação no tema, do insuficiente apoio institucional e da pouca de efetividade da rede de proteção. Dessa forma, é possível inferir que a execução da notificação ainda é um desafio para profissionais.
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Avaliação do conhecimento e conduta de médicos e cirurgiões-dentistas sobre maus-tratos e violência contra a criança e o adolescente /Souza, Eduardo Antonio de. January 2002 (has links)
Orientador: Sandra Maria Herondina Coelho Ávila de Aguiar / Resumo: A Violência contra a criança vem se alastrando por todo o mundo, não respeitando raça, idade, classe social, gênero ou cor. Oculta pelo baixo nível da sociedade em conhecimento sobre o tema, pela falta de denúncias, estatísticas e o silêncio da população, a violência que se manifesta pelos maus-tratos passando pela negligência e o abuso sexual, podendo levar à morte, atinge um patamar de descaso pelos profissionais da área de saúde que este estudo ressalta. Ao avaliar o conhecimento de médicos e cirurgiões-dentistas, através de questionários, sobre maustratos o autor conclui que estes apresentam conhecimentos a respeito do tema, reconhecem os sinais e sintomas característicos da criança maltratada e do perpetrador assim como os órgãos de proteção à criança, porém não sabem como documentar as evidências e quando suspeitam do fato não denunciam, simplesmente se omitem. Salienta ainda que os cursos de graduação não estão dando o devido valor ao assunto. / Abstract: The violence against children is spreading all over the world, regardless of race, age, social class, gender or color. Hidden by society's low level of knowledge, by the lack of denounces, statistics and the silence of the population, the violence that is shown by mistratment passing by neglect and sexual abuse, that might kill, reaches a level of no concerne by the health area professionals that is highlighted by this study. On evaluating the knowledge of physicians' and dentists', by questionaries, about mistreatment the author concludes that these people show knowledge about the theme, recognize the carachteristics signals and simptoms of the abused child and of the person who caused it, such as the child protection organizations, however they don't know how to document the evidences and when they have a suspect of the fact, they don't make denounces, they just don't care. The autor also emphasises that the under-graduate courses are not covering the subject. / Mestre
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A associação de abuso e negligência na infância com prejuízo da funcionalidade em esquizofrênicosGil, Alexei January 2005 (has links)
Foi feito um estudo de associação de fatores de risco na infância com grau de incapacitação na vida adulta em pacientes portadores de esquizofrenia. O estudo faz parte Protocolo “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes e familiares responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento diagnóstico utilizado foi o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT), o qual é composto por um checklist de 90 itens, um glossário e um sistema computadorizado que fornece o diagnóstico segundo as principais classificações diagnósticas em psiquiatria. Os fatores de risco investigados foram abuso sexual, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso emocional. Utilizou-se o instrumento auto-aplicável denominado Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), o qual é composto por 28 assertivas sobre a infância dos sujeitos que, através de uma escala Linkert de 5 pontos, marcam as alternativas que mais se adaptam às suas vivências infantis. A medida do desfecho grau de incapacitação foi feita através da Escala de Avaliação da Incapacitação Psiquiátrica (WHO/DAS), que é um dos principais instrumentos da Organização Mundial da Saúde para avaliar a incapacitação funcional de pacientes psiquiátricos e os possíveis fatores causais. Foram selecionados consecutivamente 102 pacientes do ambulatório do Programa de Esquizofrenia de Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após a aplicação do OPCRIT, dois sujeitos foram excluídos por apresentarem diagnóstico de transtorno afetivo bipolar e transtorno esquizoafetivo. Portanto, 100 sujeitos constituíram a amostra deste estudo. A análise dos resultados para se estabelecer a associação de traumas infantis com grau de incapacitação em esquizofrênicos foi feita através do teste de correlação de Spearman. Os resultados sugerem que história de trauma na infância, o que inclui as cinco dimensões investigadas, demonstrou estar significativamente associada com prejuízo do comportamento geral (p=.023) e da funcionalidade global (p=.032), ou seja, Seções 1 e 5 da WHO/DAS, respectivamente. Negligência física na infância mostrou forte associação com prejuízo do comportamento geral (p<.000), além de também ter demonstrado associação significativa com prejuízos na performance social (p=.037) e na funcionalidade global (p=.014). Encontrou-se, ainda, associações significativas de abuso emocional na infância com prejuízo no comportamento geral (p=.026) e de negligência emocional com a prejuízo na funcionalidade global (p=.047). No estudo, abuso sexual e abuso físico não demonstraram associação com as medidas de funcionalidade utilizadas. Essas formas de abuso têm sido mais freqüentemente relacionadas com a etiologia de transtornos mentais do que formas de abuso aparentemente menos impactantes, tais como negligência física, negligência emocional e abuso emocional. Possivelmente, as conseqüências prejudiciais dessas formas menos traumáticas de abuso estejam relacionadas à etiologia dos transtornos mentais em períodos diferentes de vulnerabilidade do que abuso sexual e físico (os primeiros talvez mais importantes em períodos mais precoces do desenvolvimento humano). A ocorrência de abuso e negligência na infância e sua relação com esquizofrenia estão de acordo com recentes modelos etiológicos que sugerem que adversidades precoces podem ocasionar alterações psicológicas e biológicas que aumentam a vulnerabilidade para psicose. A associação de experiências traumáticas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no adulto é amplamente conhecida e estudada. O presente estudo permite considerar a possibilidade de tais traumas interferirem não só na etiologia, mas também no desempenho funcional e social dos pacientes. A identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção com o objetivo de evitar as conseqüências diretas do trauma na gênese do transtorno em pessoas com risco ou, pelo menos, minimizar o impacto deletério dessa doença na vida dos pacientes. A implicação prática deste estudo está no reforço da necessidade de reconhecer as crianças que têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia, por exemplo, netos, filhos e irmãos de esquizofrênicos, e oferecer proteção especial quanto à exposição a traumas através ações de saúde e educacionais. / We did an association study of childhood risk factors with disability in schizophrenic adults. This study is part of the protocol named “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” and was approved by Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. All the patients have signed an informed consent before getting in the study. (Annex 1) The diagnostic instrument was the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT); witch includes 90 items, a glossary and a computer system, that generates diagnosis according most important classifications in psychiatry. The childhood risk factors that we investigated were sexual abuse, emotional neglect, physical abuse, physical neglect and emotional abuse. To assert this variables we used the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), a self-report instrument that is composed of 28 items about subjects childhood that, through a five point Linkert scale, choose the appropriated answer considering their previous experiences. The outcome measure has been gotten using the World Mental Health / Disability Assessment Schedule (WHO/DAS) witch is one of the most important WHO instrument to access psychiatric illnesses disability and possible etiologic factors. We first selected consecutively 102 patients of the Schizophrenia Outpatients Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. After that, two of them were excluded because they were not schizophrenics according the OPCRIT analysis. Then, the final sample was composed of 100 subjects. Spearman’s correlation test was used to make the association of childhood trauma and disability in this sample of schizophrenics. The results suggest that childhood trauma history, which includes the all five kinds of trauma, is associated with worse general behaviour (p=.023) and worse global functionality (p=.032), which means, WHO/DAS Sections 1 and 5, respectively. Child physical neglect showed strong association with worse general behaviour (p<.000), worse social performance (p=.037) and worse global functionality (p=.014). We have also found significant associations between emotional abuse with worse general behaviour (p=.026) and between emotional neglect with worse global functionality (p=.047). In this study, sexual and physical abuse didn’t demonstrate association with those functionality measures used. These kinds of child abuse have been more often associated with mental disorders aetiology than other ones that have less impact on, like physical neglect, emotional neglect and emotional abuse. Possibly, the damage consequences of these “less traumatic” abuses are linked to mental disorders aetiology in different periods of vulnerability than are sexual and physical abuse (maybe the first ones are more important in premature periods of human neurodevelopment). Child abuse and neglect occurrence and its relation to schizophrenia are in agreement with the recent etiologic models that suggest precocious adversities may lead to psychological and biological changes that increase psychoses vulnerability. The association of traumatic experiences in childhood with the development of psychiatric disorders in adults is largely known and studied. The present study allows to consider the possibility of such traumas intervene not only in the aetiology but also in the functional and social performance of patients. The preventive identification of the risk factors to schizophrenia development allows to create strategies of interventions with the objective of avoiding direct consequences of the trauma in people with high risk of being affected by this disorder; or at least decrease the impact of this damage in the patient’s life. The practical implications of this study is in the highlighted need to recognize the children with higher vulnerability to develop schizophrenia, for example, grandchildren, next of a kin and siblings of schizophrenics; and offer especial protection against trauma exposure through health and educational programs.
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Maus-tratos contra crianças e adolescentes: como pensam e agem os profissionais de saúde?Carvalho, Ana Clara de Rebouças January 2009 (has links)
p. 1-168 / Submitted by Santiago Fabio (fabio.ssantiago@hotmail.com) on 2013-04-24T20:04:57Z
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Previous issue date: 2009 / O fenômeno da violência doméstica transpõe barreiras culturais e socioeconômicas e, no Brasil, constitui-se um problema de saúde pública relevante nas últimas três décadas. O presente estudo objetivou analisar as representações e ações dos profissionais de saúde acerca dos maus-tratos dirigidos à criança e ao adolescente. Especificamente, buscou-se conhecer as noções, opiniões e valores destes profissionais acerca do problema em foco; as ações de diagnóstico, de notificação, de encaminhamento e acompanhamento dos casos e das suspeitas de maus-tratos; além de identificar ações de prevenção de tais episódios. A estratégia metodológica adotada para tal fim centrou-se na incursão etnográfica de duas instituições de referência no atendimento pediátrico da rede pública de Salvador. Os principais resultados indicam que as representações dos maus-tratos agregam valores e noções que encontram precedentes no processo histórico relacionado às próprias representações da infância e da adolescência desde as sociedades tradicionais que, como retrata Ariès (1981), via mal a criança, e pior ainda o adolescente, às concepções contemporâneas que, como defende Frota (2007), abrem espaço para a multiplicidade e parcialidade das representações destas faixas etárias. No plano das ações, evidenciam-se ainda que resistências e dificuldades observadas perpassam desde as ações diagnósticas ao encaminhamento e acompanhamento dos sujeitos e suas famílias. Dentre as fragilidades encontradas destacam-se aqui a modesta incorporação do tema ao conjunto de saberes e das práticas do setor profissional da saúde; a ênfase sobre as ações estanques e individualizadas em detrimento do processo de trabalho compartilhado coletivamente nas instituições; deficiências de caráter intersetorial; e um foco incipiente na perspectiva integradora e preventiva. / Salvador
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