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A associação de abuso e negligência na infância com prejuízo da funcionalidade em esquizofrênicosGil, Alexei January 2005 (has links)
Foi feito um estudo de associação de fatores de risco na infância com grau de incapacitação na vida adulta em pacientes portadores de esquizofrenia. O estudo faz parte Protocolo “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes e familiares responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento diagnóstico utilizado foi o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT), o qual é composto por um checklist de 90 itens, um glossário e um sistema computadorizado que fornece o diagnóstico segundo as principais classificações diagnósticas em psiquiatria. Os fatores de risco investigados foram abuso sexual, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso emocional. Utilizou-se o instrumento auto-aplicável denominado Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), o qual é composto por 28 assertivas sobre a infância dos sujeitos que, através de uma escala Linkert de 5 pontos, marcam as alternativas que mais se adaptam às suas vivências infantis. A medida do desfecho grau de incapacitação foi feita através da Escala de Avaliação da Incapacitação Psiquiátrica (WHO/DAS), que é um dos principais instrumentos da Organização Mundial da Saúde para avaliar a incapacitação funcional de pacientes psiquiátricos e os possíveis fatores causais. Foram selecionados consecutivamente 102 pacientes do ambulatório do Programa de Esquizofrenia de Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após a aplicação do OPCRIT, dois sujeitos foram excluídos por apresentarem diagnóstico de transtorno afetivo bipolar e transtorno esquizoafetivo. Portanto, 100 sujeitos constituíram a amostra deste estudo. A análise dos resultados para se estabelecer a associação de traumas infantis com grau de incapacitação em esquizofrênicos foi feita através do teste de correlação de Spearman. Os resultados sugerem que história de trauma na infância, o que inclui as cinco dimensões investigadas, demonstrou estar significativamente associada com prejuízo do comportamento geral (p=.023) e da funcionalidade global (p=.032), ou seja, Seções 1 e 5 da WHO/DAS, respectivamente. Negligência física na infância mostrou forte associação com prejuízo do comportamento geral (p<.000), além de também ter demonstrado associação significativa com prejuízos na performance social (p=.037) e na funcionalidade global (p=.014). Encontrou-se, ainda, associações significativas de abuso emocional na infância com prejuízo no comportamento geral (p=.026) e de negligência emocional com a prejuízo na funcionalidade global (p=.047). No estudo, abuso sexual e abuso físico não demonstraram associação com as medidas de funcionalidade utilizadas. Essas formas de abuso têm sido mais freqüentemente relacionadas com a etiologia de transtornos mentais do que formas de abuso aparentemente menos impactantes, tais como negligência física, negligência emocional e abuso emocional. Possivelmente, as conseqüências prejudiciais dessas formas menos traumáticas de abuso estejam relacionadas à etiologia dos transtornos mentais em períodos diferentes de vulnerabilidade do que abuso sexual e físico (os primeiros talvez mais importantes em períodos mais precoces do desenvolvimento humano). A ocorrência de abuso e negligência na infância e sua relação com esquizofrenia estão de acordo com recentes modelos etiológicos que sugerem que adversidades precoces podem ocasionar alterações psicológicas e biológicas que aumentam a vulnerabilidade para psicose. A associação de experiências traumáticas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no adulto é amplamente conhecida e estudada. O presente estudo permite considerar a possibilidade de tais traumas interferirem não só na etiologia, mas também no desempenho funcional e social dos pacientes. A identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção com o objetivo de evitar as conseqüências diretas do trauma na gênese do transtorno em pessoas com risco ou, pelo menos, minimizar o impacto deletério dessa doença na vida dos pacientes. A implicação prática deste estudo está no reforço da necessidade de reconhecer as crianças que têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia, por exemplo, netos, filhos e irmãos de esquizofrênicos, e oferecer proteção especial quanto à exposição a traumas através ações de saúde e educacionais. / We did an association study of childhood risk factors with disability in schizophrenic adults. This study is part of the protocol named “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” and was approved by Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. All the patients have signed an informed consent before getting in the study. (Annex 1) The diagnostic instrument was the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT); witch includes 90 items, a glossary and a computer system, that generates diagnosis according most important classifications in psychiatry. The childhood risk factors that we investigated were sexual abuse, emotional neglect, physical abuse, physical neglect and emotional abuse. To assert this variables we used the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), a self-report instrument that is composed of 28 items about subjects childhood that, through a five point Linkert scale, choose the appropriated answer considering their previous experiences. The outcome measure has been gotten using the World Mental Health / Disability Assessment Schedule (WHO/DAS) witch is one of the most important WHO instrument to access psychiatric illnesses disability and possible etiologic factors. We first selected consecutively 102 patients of the Schizophrenia Outpatients Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. After that, two of them were excluded because they were not schizophrenics according the OPCRIT analysis. Then, the final sample was composed of 100 subjects. Spearman’s correlation test was used to make the association of childhood trauma and disability in this sample of schizophrenics. The results suggest that childhood trauma history, which includes the all five kinds of trauma, is associated with worse general behaviour (p=.023) and worse global functionality (p=.032), which means, WHO/DAS Sections 1 and 5, respectively. Child physical neglect showed strong association with worse general behaviour (p<.000), worse social performance (p=.037) and worse global functionality (p=.014). We have also found significant associations between emotional abuse with worse general behaviour (p=.026) and between emotional neglect with worse global functionality (p=.047). In this study, sexual and physical abuse didn’t demonstrate association with those functionality measures used. These kinds of child abuse have been more often associated with mental disorders aetiology than other ones that have less impact on, like physical neglect, emotional neglect and emotional abuse. Possibly, the damage consequences of these “less traumatic” abuses are linked to mental disorders aetiology in different periods of vulnerability than are sexual and physical abuse (maybe the first ones are more important in premature periods of human neurodevelopment). Child abuse and neglect occurrence and its relation to schizophrenia are in agreement with the recent etiologic models that suggest precocious adversities may lead to psychological and biological changes that increase psychoses vulnerability. The association of traumatic experiences in childhood with the development of psychiatric disorders in adults is largely known and studied. The present study allows to consider the possibility of such traumas intervene not only in the aetiology but also in the functional and social performance of patients. The preventive identification of the risk factors to schizophrenia development allows to create strategies of interventions with the objective of avoiding direct consequences of the trauma in people with high risk of being affected by this disorder; or at least decrease the impact of this damage in the patient’s life. The practical implications of this study is in the highlighted need to recognize the children with higher vulnerability to develop schizophrenia, for example, grandchildren, next of a kin and siblings of schizophrenics; and offer especial protection against trauma exposure through health and educational programs.
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A associação de abuso e negligência na infância com prejuízo da funcionalidade em esquizofrênicosGil, Alexei January 2005 (has links)
Foi feito um estudo de associação de fatores de risco na infância com grau de incapacitação na vida adulta em pacientes portadores de esquizofrenia. O estudo faz parte Protocolo “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes e familiares responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento diagnóstico utilizado foi o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT), o qual é composto por um checklist de 90 itens, um glossário e um sistema computadorizado que fornece o diagnóstico segundo as principais classificações diagnósticas em psiquiatria. Os fatores de risco investigados foram abuso sexual, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso emocional. Utilizou-se o instrumento auto-aplicável denominado Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), o qual é composto por 28 assertivas sobre a infância dos sujeitos que, através de uma escala Linkert de 5 pontos, marcam as alternativas que mais se adaptam às suas vivências infantis. A medida do desfecho grau de incapacitação foi feita através da Escala de Avaliação da Incapacitação Psiquiátrica (WHO/DAS), que é um dos principais instrumentos da Organização Mundial da Saúde para avaliar a incapacitação funcional de pacientes psiquiátricos e os possíveis fatores causais. Foram selecionados consecutivamente 102 pacientes do ambulatório do Programa de Esquizofrenia de Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após a aplicação do OPCRIT, dois sujeitos foram excluídos por apresentarem diagnóstico de transtorno afetivo bipolar e transtorno esquizoafetivo. Portanto, 100 sujeitos constituíram a amostra deste estudo. A análise dos resultados para se estabelecer a associação de traumas infantis com grau de incapacitação em esquizofrênicos foi feita através do teste de correlação de Spearman. Os resultados sugerem que história de trauma na infância, o que inclui as cinco dimensões investigadas, demonstrou estar significativamente associada com prejuízo do comportamento geral (p=.023) e da funcionalidade global (p=.032), ou seja, Seções 1 e 5 da WHO/DAS, respectivamente. Negligência física na infância mostrou forte associação com prejuízo do comportamento geral (p<.000), além de também ter demonstrado associação significativa com prejuízos na performance social (p=.037) e na funcionalidade global (p=.014). Encontrou-se, ainda, associações significativas de abuso emocional na infância com prejuízo no comportamento geral (p=.026) e de negligência emocional com a prejuízo na funcionalidade global (p=.047). No estudo, abuso sexual e abuso físico não demonstraram associação com as medidas de funcionalidade utilizadas. Essas formas de abuso têm sido mais freqüentemente relacionadas com a etiologia de transtornos mentais do que formas de abuso aparentemente menos impactantes, tais como negligência física, negligência emocional e abuso emocional. Possivelmente, as conseqüências prejudiciais dessas formas menos traumáticas de abuso estejam relacionadas à etiologia dos transtornos mentais em períodos diferentes de vulnerabilidade do que abuso sexual e físico (os primeiros talvez mais importantes em períodos mais precoces do desenvolvimento humano). A ocorrência de abuso e negligência na infância e sua relação com esquizofrenia estão de acordo com recentes modelos etiológicos que sugerem que adversidades precoces podem ocasionar alterações psicológicas e biológicas que aumentam a vulnerabilidade para psicose. A associação de experiências traumáticas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no adulto é amplamente conhecida e estudada. O presente estudo permite considerar a possibilidade de tais traumas interferirem não só na etiologia, mas também no desempenho funcional e social dos pacientes. A identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção com o objetivo de evitar as conseqüências diretas do trauma na gênese do transtorno em pessoas com risco ou, pelo menos, minimizar o impacto deletério dessa doença na vida dos pacientes. A implicação prática deste estudo está no reforço da necessidade de reconhecer as crianças que têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia, por exemplo, netos, filhos e irmãos de esquizofrênicos, e oferecer proteção especial quanto à exposição a traumas através ações de saúde e educacionais. / We did an association study of childhood risk factors with disability in schizophrenic adults. This study is part of the protocol named “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” and was approved by Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. All the patients have signed an informed consent before getting in the study. (Annex 1) The diagnostic instrument was the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT); witch includes 90 items, a glossary and a computer system, that generates diagnosis according most important classifications in psychiatry. The childhood risk factors that we investigated were sexual abuse, emotional neglect, physical abuse, physical neglect and emotional abuse. To assert this variables we used the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), a self-report instrument that is composed of 28 items about subjects childhood that, through a five point Linkert scale, choose the appropriated answer considering their previous experiences. The outcome measure has been gotten using the World Mental Health / Disability Assessment Schedule (WHO/DAS) witch is one of the most important WHO instrument to access psychiatric illnesses disability and possible etiologic factors. We first selected consecutively 102 patients of the Schizophrenia Outpatients Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. After that, two of them were excluded because they were not schizophrenics according the OPCRIT analysis. Then, the final sample was composed of 100 subjects. Spearman’s correlation test was used to make the association of childhood trauma and disability in this sample of schizophrenics. The results suggest that childhood trauma history, which includes the all five kinds of trauma, is associated with worse general behaviour (p=.023) and worse global functionality (p=.032), which means, WHO/DAS Sections 1 and 5, respectively. Child physical neglect showed strong association with worse general behaviour (p<.000), worse social performance (p=.037) and worse global functionality (p=.014). We have also found significant associations between emotional abuse with worse general behaviour (p=.026) and between emotional neglect with worse global functionality (p=.047). In this study, sexual and physical abuse didn’t demonstrate association with those functionality measures used. These kinds of child abuse have been more often associated with mental disorders aetiology than other ones that have less impact on, like physical neglect, emotional neglect and emotional abuse. Possibly, the damage consequences of these “less traumatic” abuses are linked to mental disorders aetiology in different periods of vulnerability than are sexual and physical abuse (maybe the first ones are more important in premature periods of human neurodevelopment). Child abuse and neglect occurrence and its relation to schizophrenia are in agreement with the recent etiologic models that suggest precocious adversities may lead to psychological and biological changes that increase psychoses vulnerability. The association of traumatic experiences in childhood with the development of psychiatric disorders in adults is largely known and studied. The present study allows to consider the possibility of such traumas intervene not only in the aetiology but also in the functional and social performance of patients. The preventive identification of the risk factors to schizophrenia development allows to create strategies of interventions with the objective of avoiding direct consequences of the trauma in people with high risk of being affected by this disorder; or at least decrease the impact of this damage in the patient’s life. The practical implications of this study is in the highlighted need to recognize the children with higher vulnerability to develop schizophrenia, for example, grandchildren, next of a kin and siblings of schizophrenics; and offer especial protection against trauma exposure through health and educational programs.
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A associação de abuso e negligência na infância com prejuízo da funcionalidade em esquizofrênicosGil, Alexei January 2005 (has links)
Foi feito um estudo de associação de fatores de risco na infância com grau de incapacitação na vida adulta em pacientes portadores de esquizofrenia. O estudo faz parte Protocolo “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes e familiares responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento diagnóstico utilizado foi o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT), o qual é composto por um checklist de 90 itens, um glossário e um sistema computadorizado que fornece o diagnóstico segundo as principais classificações diagnósticas em psiquiatria. Os fatores de risco investigados foram abuso sexual, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso emocional. Utilizou-se o instrumento auto-aplicável denominado Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), o qual é composto por 28 assertivas sobre a infância dos sujeitos que, através de uma escala Linkert de 5 pontos, marcam as alternativas que mais se adaptam às suas vivências infantis. A medida do desfecho grau de incapacitação foi feita através da Escala de Avaliação da Incapacitação Psiquiátrica (WHO/DAS), que é um dos principais instrumentos da Organização Mundial da Saúde para avaliar a incapacitação funcional de pacientes psiquiátricos e os possíveis fatores causais. Foram selecionados consecutivamente 102 pacientes do ambulatório do Programa de Esquizofrenia de Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após a aplicação do OPCRIT, dois sujeitos foram excluídos por apresentarem diagnóstico de transtorno afetivo bipolar e transtorno esquizoafetivo. Portanto, 100 sujeitos constituíram a amostra deste estudo. A análise dos resultados para se estabelecer a associação de traumas infantis com grau de incapacitação em esquizofrênicos foi feita através do teste de correlação de Spearman. Os resultados sugerem que história de trauma na infância, o que inclui as cinco dimensões investigadas, demonstrou estar significativamente associada com prejuízo do comportamento geral (p=.023) e da funcionalidade global (p=.032), ou seja, Seções 1 e 5 da WHO/DAS, respectivamente. Negligência física na infância mostrou forte associação com prejuízo do comportamento geral (p<.000), além de também ter demonstrado associação significativa com prejuízos na performance social (p=.037) e na funcionalidade global (p=.014). Encontrou-se, ainda, associações significativas de abuso emocional na infância com prejuízo no comportamento geral (p=.026) e de negligência emocional com a prejuízo na funcionalidade global (p=.047). No estudo, abuso sexual e abuso físico não demonstraram associação com as medidas de funcionalidade utilizadas. Essas formas de abuso têm sido mais freqüentemente relacionadas com a etiologia de transtornos mentais do que formas de abuso aparentemente menos impactantes, tais como negligência física, negligência emocional e abuso emocional. Possivelmente, as conseqüências prejudiciais dessas formas menos traumáticas de abuso estejam relacionadas à etiologia dos transtornos mentais em períodos diferentes de vulnerabilidade do que abuso sexual e físico (os primeiros talvez mais importantes em períodos mais precoces do desenvolvimento humano). A ocorrência de abuso e negligência na infância e sua relação com esquizofrenia estão de acordo com recentes modelos etiológicos que sugerem que adversidades precoces podem ocasionar alterações psicológicas e biológicas que aumentam a vulnerabilidade para psicose. A associação de experiências traumáticas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no adulto é amplamente conhecida e estudada. O presente estudo permite considerar a possibilidade de tais traumas interferirem não só na etiologia, mas também no desempenho funcional e social dos pacientes. A identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção com o objetivo de evitar as conseqüências diretas do trauma na gênese do transtorno em pessoas com risco ou, pelo menos, minimizar o impacto deletério dessa doença na vida dos pacientes. A implicação prática deste estudo está no reforço da necessidade de reconhecer as crianças que têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia, por exemplo, netos, filhos e irmãos de esquizofrênicos, e oferecer proteção especial quanto à exposição a traumas através ações de saúde e educacionais. / We did an association study of childhood risk factors with disability in schizophrenic adults. This study is part of the protocol named “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” and was approved by Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. All the patients have signed an informed consent before getting in the study. (Annex 1) The diagnostic instrument was the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT); witch includes 90 items, a glossary and a computer system, that generates diagnosis according most important classifications in psychiatry. The childhood risk factors that we investigated were sexual abuse, emotional neglect, physical abuse, physical neglect and emotional abuse. To assert this variables we used the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), a self-report instrument that is composed of 28 items about subjects childhood that, through a five point Linkert scale, choose the appropriated answer considering their previous experiences. The outcome measure has been gotten using the World Mental Health / Disability Assessment Schedule (WHO/DAS) witch is one of the most important WHO instrument to access psychiatric illnesses disability and possible etiologic factors. We first selected consecutively 102 patients of the Schizophrenia Outpatients Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. After that, two of them were excluded because they were not schizophrenics according the OPCRIT analysis. Then, the final sample was composed of 100 subjects. Spearman’s correlation test was used to make the association of childhood trauma and disability in this sample of schizophrenics. The results suggest that childhood trauma history, which includes the all five kinds of trauma, is associated with worse general behaviour (p=.023) and worse global functionality (p=.032), which means, WHO/DAS Sections 1 and 5, respectively. Child physical neglect showed strong association with worse general behaviour (p<.000), worse social performance (p=.037) and worse global functionality (p=.014). We have also found significant associations between emotional abuse with worse general behaviour (p=.026) and between emotional neglect with worse global functionality (p=.047). In this study, sexual and physical abuse didn’t demonstrate association with those functionality measures used. These kinds of child abuse have been more often associated with mental disorders aetiology than other ones that have less impact on, like physical neglect, emotional neglect and emotional abuse. Possibly, the damage consequences of these “less traumatic” abuses are linked to mental disorders aetiology in different periods of vulnerability than are sexual and physical abuse (maybe the first ones are more important in premature periods of human neurodevelopment). Child abuse and neglect occurrence and its relation to schizophrenia are in agreement with the recent etiologic models that suggest precocious adversities may lead to psychological and biological changes that increase psychoses vulnerability. The association of traumatic experiences in childhood with the development of psychiatric disorders in adults is largely known and studied. The present study allows to consider the possibility of such traumas intervene not only in the aetiology but also in the functional and social performance of patients. The preventive identification of the risk factors to schizophrenia development allows to create strategies of interventions with the objective of avoiding direct consequences of the trauma in people with high risk of being affected by this disorder; or at least decrease the impact of this damage in the patient’s life. The practical implications of this study is in the highlighted need to recognize the children with higher vulnerability to develop schizophrenia, for example, grandchildren, next of a kin and siblings of schizophrenics; and offer especial protection against trauma exposure through health and educational programs.
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Estudo de caso-controle para desenvolvimento e validação de um questionário de avaliação de abuso sexual em criançasSalvagni, Edila Pizzato January 2005 (has links)
Objetivos: Desenvolver e validar instrumento que auxilie o pediatra a determinar a probabilidade de ocorrência do abuso sexual em crianças. Métodos: Estudo de caso-controle com 201 crianças que consultaram em ambulatórios de pediatria e locais de referência para vítimas de abuso sexual, entre março e novembro de 2004: grupo caso (com suspeita ou revelação de abuso sexual) e grupo controle (sem suspeita de abuso sexual). Aplicou-se, junto aos responsáveis, um questionário com 18 itens e cinco opções de respostas segundo a escala Likert, abordando comportamento, sintomas físicos e emocionais apresentados pelas crianças. Excluíram-se nove crianças sem controle esfincteriano e um item respondido por poucas pessoas. A validade e consistência interna dos itens foram avaliadas com obtenção de coeficientes de correlação (Pearson, Spearman e Goodman-Kruskal), coeficiente α de Cronbach e cálculo da área da curva ROC. Calculou-se, após, a razão de verossimilhança (RV) e os valores preditivo positivos (VPP) para os cinco itens do questionário que apresentaram os melhores desempenhos. Resultados: Obteve-se um questionário composto pelos cinco itens que melhor discriminaram crianças com e sem abuso sexual em dois contextos. Cada criança recebeu um escore resultante da soma das respostas com pesos de 0 a 4 (amplitude de 0 a 20), o qual, através do teorema de Bayes (RV), indicou sua probabilidade pós-teste (VPP) de abuso sexual. Conclusões: O instrumento proposto é útil por ser de fácil aplicação, auxiliando o pediatra na identificação de crianças vítimas de abuso sexual. Ele fornecerá, conforme o escore obtido, a probabilidade (VPP) de abuso sexual, orientando na conduta de cuidado à criança. / Aims: Develop and validate an instrument to assist the paediatrician in determining the probability of the occurrence of sexual abuse in children. Methods: Case-control study with 201 children that attended the paediatric out-patient services and the referral facilities for victims of sexual abuse, between March and November 2004: case group (suspicion or disclosure of sexual abuse) and control group (without suspicion or disclosure of sexual abuse). The responsible adults were invited to answer a questionnaire containing 18 items and five answer options, in accordance with the Likert scale, that dealt with the behavioural, physical and emotional symptoms presented by the children. Nine children that lacked sphincter control and one item that was answered by few people were excluded. The validity and internal consistency of the items were assessed by obtaining the correlation coefficients with the (Pearson, Spearman and Goodman-Kruskal), Cronbach’s α coefficient and the calculation of the area of the ROC (Receiver Operator Characteristics) curve. Later, the Likelihood Ratio (LR) and the positive predictive values (PPVs) for the five items in the questionnaire that presented the best performance were calculated. Results: A questionnaire was obtained, composed of the five items that best discriminated children with or without sexual abuse in two contexts. Each child received a score consisting of the sum of the responses with weights from 0 to 4 (range from 0 to 20) that, through the Bayes theorem (LR), indicated his/her post-test probability (PPV) of sexual abuse. Conclusions: The proposed instrument is useful as it is easily applied, is of assistance to the paediatrician in the identification of child victims of sexual abuse. It will give, according to the score obtained, the probability (PPV) of sexual abuse, and so offer guidance in the care of the child.
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Quotidiano de mulheres do seminário nordestino que sofreram abuso sexual no contexto familiaLira, Margaret Olinda de Souza Carvalho e 25 August 2015 (has links)
Submitted by Samuel Real Mota (samuel.real@ufba.br) on 2016-09-09T18:54:21Z
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TESE - MARGARET OLINDA DE SOUZA CARVALHO E LIRA.pdf: 3008755 bytes, checksum: bb382178818f98f759817f30022e17a2 (MD5) / FUNDACAO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DA BAHIA - PROGRAMA DE BOLSAS FAPESB - COTAS INSTITUCIONAIS MESTRADO PROFISSIONAL, MESTRADO E DOUTORADO / O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um problema complexo que transgride regras morais e legais. Trata-se de uma vivência traumática que afeta o desenvolvimento emocional e traz implicações que se prolongam por toda a existência. O objeto deste estudo foi a compreensão de vivências cotidianas de abuso sexual intrafamiliar na infância e /ou adolescência de mulheres. Seu objetivo foi compreender o quotidiano de mulheres que vivenciaram o abuso sexual na infância ou adolescência no contexto familiar, defendendo a tese de que compreender o abuso sexual sofrido na infância e/ou adolescência acentua a potência da mulher para transfigurar o seu quotidiano no caminho de ser saudável, considerando que ao expor o vivido de abuso sexual ela intensificará a força necessária para modificar o seu quotidiano. Trata-se de um estudo de natureza metodológica qualitativa, embasado na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano, usando noções e pressupostos teóricos e da sensibilidade de Michel Maffesoli; nós a consideramos apropriada para apreender a centralidade subterrânea guardada no quotidiano de quem vivencia experiências traumáticas como o abuso sexual. O campo do estudo foi a cidade de Petrolina, localizada no estado de Pernambuco, tendo como cenário da coleta de dados um Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência. As participantes foram nove mulheres entre 18 e 53 anos. Os dados foram coletados por meio de entrevista não estruturada e agrupados por afinidade, formando as seguintes conjunções: “O vivido silencioso: do oculto à revelação do abuso sexual” e “Imergindo no quotidiano de mulheres abusadas sexualmente na infância ou adolescência”. Os resultados apontaram para a ritualização do abuso sexual no quotidiano familiar, com as formas de resistência, o senso do limite das participantes expresso em sentimentos e diferentes pontos de tolerância e suas redes de interação social. Concluímos que a vivência de abuso sexual rompeu o ritmo natural da vida, afetando a convivência familiar, de forma que as lembranças ficaram armazenadas na memória das participantes, produzindo repercussões que se potencializaram, causando nelas prejuízos emocionais que perduram e se estendem por toda a vida. Elas se mostraram conscientes da interferência da vivência trágica de abuso sexual e buscaram afrontá-la com criatividade para transfigurar o quotidiano, de modo a dar seguimento aos seus projetos de vida, na tentativa de ser saudáveis. O abuso sexual no contexto familiar rompe o imaginário de família como garantia de segurança, compromete as relações familiares e leva ao adoecimento, alertando para a necessidade de um olhar atento para diversos transtornos em mulheres/crianças e adolescentes, considerando que estes podem estar associados a vivências de abuso sexual, suscitando um cuidar transdisciplinar amparado na solidariedade e na razão sensível, com atenção cuidadosa de enfermeiras, da equipe de saúde e de profissionais de redes de apoio social a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência, de forma que a presente construção é útil como referencial teórico a ser explorado na perspectiva transdisciplinar, instrumentalizando também a academia na formação de futuros profissionais.
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Quotidiano de mulheres do seminário nordestino que sofreram abuso sexual no contexto familiarLira, Margaret Olinda de Souza Carvalho e 25 August 2015 (has links)
Submitted by Hiolanda Rêgo (hiolandarego@gmail.com) on 2016-10-06T14:54:30Z
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Tese_Enf_Margaret Olinda de Souza Carvalho Lira.pdf: 3026018 bytes, checksum: 1779a461f0707108c7c834151bafdda7 (MD5) / FAPESB / O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um problema complexo que transgride
regras morais e legais. Trata-se de uma vivência traumática que afeta o desenvolvimento
emocional e traz implicações que se prolongam por toda a existência. O objeto deste
estudo foi a compreensão de vivências cotidianas de abuso sexual intrafamiliar na
infância e /ou adolescência de mulheres. Seu objetivo foi compreender o quotidiano de
mulheres que vivenciaram o abuso sexual na infância ou adolescência no contexto
familiar, defendendo a tese de que compreender o abuso sexual sofrido na infância e/ou
adolescência acentua a potência da mulher para transfigurar o seu quotidiano no caminho
de ser saudável, considerando que ao expor o vivido de abuso sexual ela intensificará a
força necessária para modificar o seu quotidiano. Trata-se de um estudo de natureza
metodológica qualitativa, embasado na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano,
usando noções e pressupostos teóricos e da sensibilidade de Michel Maffesoli; nós a
consideramos apropriada para apreender a centralidade subterrânea guardada no
quotidiano de quem vivencia experiências traumáticas como o abuso sexual. O campo do
estudo foi a cidade de Petrolina, localizada no estado de Pernambuco, tendo como cenário
da coleta de dados um Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de
violência. As participantes foram nove mulheres entre 18 e 53 anos. Os dados foram
coletados por meio de entrevista não estruturada e agrupados por afinidade, formando as
seguintes conjunções: “O vivido silencioso: do oculto à revelação do abuso sexual” e
“Imergindo no quotidiano de mulheres abusadas sexualmente na infância ou
adolescência”. Os resultados apontaram para a ritualização do abuso sexual no quotidiano
familiar, com as formas de resistência, o senso do limite das participantes expresso em
sentimentos e diferentes pontos de tolerância e suas redes de interação social. Concluímos
que a vivência de abuso sexual rompeu o ritmo natural da vida, afetando a convivência
familiar, de forma que as lembranças ficaram armazenadas na memória das participantes,
produzindo repercussões que se potencializaram, causando nelas prejuízos emocionais
que perduram e se estendem por toda a vida. Elas se mostraram conscientes da
interferência da vivência trágica de abuso sexual e buscaram afrontá-la com criatividade
para transfigurar o quotidiano, de modo a dar seguimento aos seus projetos de vida, na
tentativa de ser saudáveis. O abuso sexual no contexto familiar rompe o imaginário de
família como garantia de segurança, compromete as relações familiares e leva ao
adoecimento, alertando para a necessidade de um olhar atento para diversos transtornos
em mulheres/crianças e adolescentes, considerando que estes podem estar associados a
vivências de abuso sexual, suscitando um cuidar transdisciplinar amparado na
solidariedade e na razão sensível, com atenção cuidadosa de enfermeiras, da equipe de
saúde e de profissionais de redes de apoio social a mulheres, crianças e adolescentes em
situação de violência, de forma que a presente construção é útil como referencial teórico a
ser explorado na perspectiva transdisciplinar, instrumentalizando também a academia na
formação de futuros profissionais.
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Distribuição espacial da violência sexual contra crianças e adolescentes em estados brasileiros e municípios cearenses / Space distribution of sexual violence against children and adolescents in brazilian states and cearenses municipalitiesMarques, Livia de Andrade 29 August 2016 (has links)
MARQUES, L. A. Distribuição espacial da violência sexual contra crianças e adolescentes em estados brasileiros e municípios cearenses. 2016. 129 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016. / Submitted by Erika Fernandes (erikaleitefernandes@gmail.com) on 2017-04-18T12:08:22Z
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Previous issue date: 2016-08-29 / The objective is to investigate the Brazilian states and municipalities of greater risk for sexual violence against children and adolescents. To this end, a descriptive, observational, analytical ecological study will be carried out based on secondary data from 2014 (retrospective) on the rate of sexual violence in Brazil and the rates of abuse and sexual exploitation of the municipalities of Ceará, relating to social indicators . Part of the data was obtained through the records of sexual violence of denunciation 100 - SDH. In the analysis, the tabulation was through the Excel program and the data processed through the software STATA, version 13.0 and Arcgis, version 10. According to the data obtained, it was possible to identify that among adolescents in situations of sexual violence, (21281 / 68.2%) and in the State of Ceará (807 / 68.6%). The age range of 12 to 14 years in Brazil (9282 / 29.7%) and in Ceará (340 / 28.9%), the race / color was not reported as the majority in Brazil (12538 / 40.2% ) And in Ceará (446 / 37.9%) followed by brown (8892 / 28.5%) Brazil and Ceará 376 (376 / 31.9%). The data on the place of the rape show the victim's home as the place where sexual violence occurred in Brazil (9352 / 38.6) and Ceará (371 / 38.9%). When analyzing the spatial distribution in Brazil, we found a variation in the profile of socioeconomic development in both the states with the highest and those with the lowest rates, evidencing the occurrence of sexual violence often in states that have a good development in this perspective. This suggests the idea that it is not poverty that is related to violence, but social inequalities. As in the case of the Brazilian states, in the State of Ceará, despite an apparent good economic development in general, there is also a lack of income distribution in the municipalities of Ceará, in addition, they present correlations of indicators on vulnerabilities, health, demographic data, Development and work with sexual exploitation. These evidences require attention to policies and interventions that improve income distribution and social equality, activities aimed at adolescents and young people aimed at reducing vulnerability. In addition, a relationship between knowledge, power and violence was identified. Which refers to the need to approach with society in general along with education, the formation of ethical values and citizenship, deconstruction of androcentric culture and gender discussions. / Objetiva-se investigar os Estados Brasileiros e os Municípios Cearenses de maior risco para violência sexual contra crianças e adolescentes. Para tanto, será realizado um estudo descritivo, observacional, analítico do tipo ecológico, com base em dados secundários de 2014 (retrospectivo) sobre a taxa de violência sexual no Brasil e as taxas de abuso e exploração sexual dos municípios cearenses, relacionando com indicadores sociais. Parte dos dados foram obtidos através dos registros de violência sexual do disque denúncia 100 - SDH. Na análise, a tabulação foi por meio do programa Excel e os dados processados por meio do software STATA, versão 13.0 e Arcgis, versão 10. De acordo com os dados obtidos, foi possível identificar que entre os adolescentes em situação de violência sexual observou-se predomínio do sexo feminino no Brasil (21281 / 68,2%) e no Estado do Ceará (807 / 68,6%). A faixa etária de 12 a 14 anos no Brasil (9282 / 29,7%) e no Ceará (340 / 28,9%), já a raça/cor foi não informado como a maioria no Brasil (12538 /40,2%) e no Ceará (446 /37,9%) seguido por parda (8892 / 28,5%) Brasil e Ceará 376 (376 / 31,9%). Os dados referentes ao local da violação, evidenciam a casa da vítima como o local onde foi mais frequente a ocorrência da violência sexual no Brasil (9352 / 38,6) e no Ceará (371 / 38,9%). Ao analisarmos a distribuição espacial no Brasil, verificamos uma variação no perfil de desenvolvimento socioeconômico tanto nos Estados com maiores, como nos que possuem menores taxas, evidenciando a ocorrência da violência sexual muitas vezes em Estados que possuem um bom desenvolvimento nessa perspectiva. O que sugere a ideia de que não é a pobreza que está relacionada com a violência, mas as desigualdades sociais. Assim como os Estados Brasileiros, no Estado do Ceará apesar de um aparente bom desenvolvimento econômico de modo geral, também existe a má-distribuição de renda nos municípios Cearenses, além disso, apresentam correlações de indicadores sobre vulnerabilidades, saúde, dados demográficos, educação, desenvolvimento humano e trabalho com a exploração sexual. Essas evidências requerem atenção para políticas e intervenções que melhorem a distribuição de renda e igualdade social, atividades direcionadas aos adolescentes e jovens visando reduzir à vulnerabilidade. Além disso, foi identificado uma relação entre conhecimento, poder e violência. Que refere a necessidade abordar com a sociedade em geral juntamente com a educação, a formação de valores éticos e de cidadania, desconstrução da cultura androcêntrica e discussões de gênero.
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Quotidiano de mulheres do seminário nordestino que sofreram abuso sexual no contexto familiarLira, Margaret Olinda de Souza Carvalho e 25 August 2015 (has links)
Submitted by Hiolanda Rêgo (hiolandarego@gmail.com) on 2016-03-09T13:23:42Z
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Tese_Enf_Margaret Olinda de Souza Carvalho e Lira.pdf: 2840660 bytes, checksum: b40844448c67f13a05e47f84694ae306 (MD5) / FAPESB / O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um problema complexo que transgride regras morais e legais. Trata-se de uma vivência traumática que afeta o desenvolvimento emocional e traz implicações que se prolongam por toda a existência. O objeto deste estudo foi a compreensão de vivências cotidianas de abuso sexual intrafamiliar na infância e /ou adolescência de mulheres. Seu objetivo foi compreender o quotidiano de mulheres que vivenciaram o abuso sexual na infância ou adolescência no contexto familiar, defendendo a tese de que compreender o abuso sexual sofrido na infância e/ou adolescência acentua a potência da mulher para transfigurar o seu quotidiano no caminho de ser saudável, considerando que ao expor o vivido de abuso sexual ela intensificará a força necessária para modificar o seu quotidiano. Trata-se de um estudo de natureza metodológica qualitativa, embasado na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano, usando noções e pressupostos teóricos e da sensibilidade de Michel Maffesoli; nós a consideramos apropriada para apreender a centralidade subterrânea guardada no quotidiano de quem vivencia experiências traumáticas como o abuso sexual. O campo do estudo foi a cidade de Petrolina, localizada no estado de Pernambuco, tendo como cenário da coleta de dados um Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência. As participantes foram nove mulheres entre 18 e 53 anos. Os dados foram coletados por meio de entrevista não estruturada e agrupados por afinidade, formando as seguintes conjunções: “O vivido silencioso: do oculto à revelação do abuso sexual” e “Imergindo no quotidiano de mulheres abusadas sexualmente na infância ou adolescência”. Os resultados apontaram para a ritualização do abuso sexual no quotidiano familiar, com as formas de resistência, o senso do limite das participantes expresso em sentimentos e diferentes pontos de tolerância e suas redes de interação social. Concluímos que a vivência de abuso sexual rompeu o ritmo natural da vida, afetando a convivência familiar, de forma que as lembranças ficaram armazenadas na memória das participantes, produzindo repercussões que se potencializaram, causando nelas prejuízos emocionais que perduram e se estendem por toda a vida. Elas se mostraram conscientes da interferência da vivência trágica de abuso sexual e buscaram afrontá-la com criatividade para transfigurar o quotidiano, de modo a dar seguimento aos seus projetos de vida, na tentativa de ser saudáveis. O abuso sexual no contexto familiar rompe o imaginário de família como garantia de segurança, compromete as relações familiares e leva ao adoecimento, alertando para a necessidade de um olhar atento para diversos transtornos em mulheres/crianças e adolescentes, considerando que estes podem estar associados a vivências de abuso sexual, suscitando um cuidar transdisciplinar amparado na solidariedade e na razão sensível, com atenção cuidadosa de enfermeiras, da equipe de saúde e de profissionais de redes de apoio social a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência, de forma que a presente construção é útil como referencial teórico a ser explorado na perspectiva transdisciplinar, instrumentalizando também a academia na formação de futuros profissionais.
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Estudo de caso-controle para desenvolvimento e validação de um questionário de avaliação de abuso sexual em criançasSalvagni, Edila Pizzato January 2005 (has links)
Objetivos: Desenvolver e validar instrumento que auxilie o pediatra a determinar a probabilidade de ocorrência do abuso sexual em crianças. Métodos: Estudo de caso-controle com 201 crianças que consultaram em ambulatórios de pediatria e locais de referência para vítimas de abuso sexual, entre março e novembro de 2004: grupo caso (com suspeita ou revelação de abuso sexual) e grupo controle (sem suspeita de abuso sexual). Aplicou-se, junto aos responsáveis, um questionário com 18 itens e cinco opções de respostas segundo a escala Likert, abordando comportamento, sintomas físicos e emocionais apresentados pelas crianças. Excluíram-se nove crianças sem controle esfincteriano e um item respondido por poucas pessoas. A validade e consistência interna dos itens foram avaliadas com obtenção de coeficientes de correlação (Pearson, Spearman e Goodman-Kruskal), coeficiente α de Cronbach e cálculo da área da curva ROC. Calculou-se, após, a razão de verossimilhança (RV) e os valores preditivo positivos (VPP) para os cinco itens do questionário que apresentaram os melhores desempenhos. Resultados: Obteve-se um questionário composto pelos cinco itens que melhor discriminaram crianças com e sem abuso sexual em dois contextos. Cada criança recebeu um escore resultante da soma das respostas com pesos de 0 a 4 (amplitude de 0 a 20), o qual, através do teorema de Bayes (RV), indicou sua probabilidade pós-teste (VPP) de abuso sexual. Conclusões: O instrumento proposto é útil por ser de fácil aplicação, auxiliando o pediatra na identificação de crianças vítimas de abuso sexual. Ele fornecerá, conforme o escore obtido, a probabilidade (VPP) de abuso sexual, orientando na conduta de cuidado à criança. / Aims: Develop and validate an instrument to assist the paediatrician in determining the probability of the occurrence of sexual abuse in children. Methods: Case-control study with 201 children that attended the paediatric out-patient services and the referral facilities for victims of sexual abuse, between March and November 2004: case group (suspicion or disclosure of sexual abuse) and control group (without suspicion or disclosure of sexual abuse). The responsible adults were invited to answer a questionnaire containing 18 items and five answer options, in accordance with the Likert scale, that dealt with the behavioural, physical and emotional symptoms presented by the children. Nine children that lacked sphincter control and one item that was answered by few people were excluded. The validity and internal consistency of the items were assessed by obtaining the correlation coefficients with the (Pearson, Spearman and Goodman-Kruskal), Cronbach’s α coefficient and the calculation of the area of the ROC (Receiver Operator Characteristics) curve. Later, the Likelihood Ratio (LR) and the positive predictive values (PPVs) for the five items in the questionnaire that presented the best performance were calculated. Results: A questionnaire was obtained, composed of the five items that best discriminated children with or without sexual abuse in two contexts. Each child received a score consisting of the sum of the responses with weights from 0 to 4 (range from 0 to 20) that, through the Bayes theorem (LR), indicated his/her post-test probability (PPV) of sexual abuse. Conclusions: The proposed instrument is useful as it is easily applied, is of assistance to the paediatrician in the identification of child victims of sexual abuse. It will give, according to the score obtained, the probability (PPV) of sexual abuse, and so offer guidance in the care of the child.
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Estudo de caso-controle para desenvolvimento e validação de um questionário de avaliação de abuso sexual em criançasSalvagni, Edila Pizzato January 2005 (has links)
Objetivos: Desenvolver e validar instrumento que auxilie o pediatra a determinar a probabilidade de ocorrência do abuso sexual em crianças. Métodos: Estudo de caso-controle com 201 crianças que consultaram em ambulatórios de pediatria e locais de referência para vítimas de abuso sexual, entre março e novembro de 2004: grupo caso (com suspeita ou revelação de abuso sexual) e grupo controle (sem suspeita de abuso sexual). Aplicou-se, junto aos responsáveis, um questionário com 18 itens e cinco opções de respostas segundo a escala Likert, abordando comportamento, sintomas físicos e emocionais apresentados pelas crianças. Excluíram-se nove crianças sem controle esfincteriano e um item respondido por poucas pessoas. A validade e consistência interna dos itens foram avaliadas com obtenção de coeficientes de correlação (Pearson, Spearman e Goodman-Kruskal), coeficiente α de Cronbach e cálculo da área da curva ROC. Calculou-se, após, a razão de verossimilhança (RV) e os valores preditivo positivos (VPP) para os cinco itens do questionário que apresentaram os melhores desempenhos. Resultados: Obteve-se um questionário composto pelos cinco itens que melhor discriminaram crianças com e sem abuso sexual em dois contextos. Cada criança recebeu um escore resultante da soma das respostas com pesos de 0 a 4 (amplitude de 0 a 20), o qual, através do teorema de Bayes (RV), indicou sua probabilidade pós-teste (VPP) de abuso sexual. Conclusões: O instrumento proposto é útil por ser de fácil aplicação, auxiliando o pediatra na identificação de crianças vítimas de abuso sexual. Ele fornecerá, conforme o escore obtido, a probabilidade (VPP) de abuso sexual, orientando na conduta de cuidado à criança. / Aims: Develop and validate an instrument to assist the paediatrician in determining the probability of the occurrence of sexual abuse in children. Methods: Case-control study with 201 children that attended the paediatric out-patient services and the referral facilities for victims of sexual abuse, between March and November 2004: case group (suspicion or disclosure of sexual abuse) and control group (without suspicion or disclosure of sexual abuse). The responsible adults were invited to answer a questionnaire containing 18 items and five answer options, in accordance with the Likert scale, that dealt with the behavioural, physical and emotional symptoms presented by the children. Nine children that lacked sphincter control and one item that was answered by few people were excluded. The validity and internal consistency of the items were assessed by obtaining the correlation coefficients with the (Pearson, Spearman and Goodman-Kruskal), Cronbach’s α coefficient and the calculation of the area of the ROC (Receiver Operator Characteristics) curve. Later, the Likelihood Ratio (LR) and the positive predictive values (PPVs) for the five items in the questionnaire that presented the best performance were calculated. Results: A questionnaire was obtained, composed of the five items that best discriminated children with or without sexual abuse in two contexts. Each child received a score consisting of the sum of the responses with weights from 0 to 4 (range from 0 to 20) that, through the Bayes theorem (LR), indicated his/her post-test probability (PPV) of sexual abuse. Conclusions: The proposed instrument is useful as it is easily applied, is of assistance to the paediatrician in the identification of child victims of sexual abuse. It will give, according to the score obtained, the probability (PPV) of sexual abuse, and so offer guidance in the care of the child.
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