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A realidade enquanto categoria metafÃsica fundamental: uma abordagem sobre a crÃtica de Xavier Zubiri à concepÃÃo intelectiva da metafÃsicaDamiÃo CÃndido de Sousa 17 November 2003 (has links)
nÃo hà / A metafÃsica sempre se entendeu como o fundamento da filosofia, no entanto, estamos vivendo numa Ãpoca em que se afirma nÃo ter sentido abordar questÃes filosÃficas a partir de princÃpios fundamentais e/ou de sistemas, ou seja, a filosofia enquanto metafÃsica configura-se como anacrÃnica em nossa Ãpoca. Zubiri percebeu, com bastante clareza, que o problema nÃo està na reflexÃo metafÃsica enquanto tal, mas em abordÃ-la a partir de um determinado horizonte: a filosofia antiga, marcada pelo paradigma da mobilidade, chegou, pelo logos, à verdade da realidade; os escolÃsticos, na compreensÃo de que a inteligÃncia torna o homem imagem e semelhanÃa de Deus, afirmam que a verdade da realidade està no ato formal da inteligÃncia, portanto, o ser da coisa à o que a inteligÃncia concebe; os modernos, pela subjetividade, vÃo considerar que a verdade da realidade à alcanÃada pela faculdade intelectiva do sujeito. Ora, a questÃo metafÃsica, para Zubiri, nÃo à primeiramente chegar à verdade da realidade, mas à realidade verdadeira. Por sua anÃlise, ele constata que o sentir foi considerado pelos filÃsofos como um elemento secundÃrio para o conhecimento da verdade das coisas; ele se tornou, simplesmente, uma via para a recepÃÃo de dados; o decisivo era a inteligÃncia que produz conceitos. Assim, por meio da inteligÃncia, os filÃsofos acreditavam chegar à verdade essencial das coisas. Zubiri sistematiza sua crÃtica filosÃfica a partir dessa concepÃÃo, pois considera o sentir um elemento necessÃrio, tanto quanto a inteligÃncia, para saber sobre a coisa, tanto à que utiliza um neologismo para apresentar sua idÃia: a inteligencia sentiente. Ele pretende explicitar, por esse conceito, que todo conceito à uma produÃÃo posterior, isso porque, a realidade verdadeira à apreendida jà no momento do sentir, pois, no sentir a coisa âficaâ enquanto outro na inteligÃncia; à o âestarâ da coisa na inteligÃncia que possibilita o conceito. Neste novo horizonte, a coisa nÃo à mais entendida como substÃncia, como na filosofia antiga, nem com ente, como na escolÃstica, nem como objeto, como na modernidade, mas como substantividade, pois, para Zubiri, a coisa à formada por um sistema substantivo que permite ser ela mesma devido Ãs suas ânotas constitucionaisâ, mas numa relaÃÃo com as demais, por causa de suas ânotas adventÃciasâ. Portanto, Zubiri rompe a barreira do realismo e do idealismo, evidenciando o reÃsmo como a instÃncia para abordar a realidade enquanto tal. / A metafÃsica sempre se entendeu como o fundamento da filosofia, no entanto, estamos vivendo numa Ãpoca em que se afirma nÃo ter sentido abordar questÃes filosÃficas a partir de princÃpios fundamentais e/ou de sistemas, ou seja, a filosofia enquanto metafÃsica configura-se como anacrÃnica em nossa Ãpoca. Zubiri percebeu, com bastante clareza, que o problema nÃo està na reflexÃo metafÃsica enquanto tal, mas em abordÃ-la a partir de um determinado horizonte: a filosofia antiga, marcada pelo paradigma da mobilidade, chegou, pelo logos, à verdade da realidade; os escolÃsticos, na compreensÃo de que a inteligÃncia torna o homem imagem e semelhanÃa de Deus, afirmam que a verdade da realidade està no ato formal da inteligÃncia, portanto, o ser da coisa à o que a inteligÃncia concebe; os modernos, pela subjetividade, vÃo considerar que a verdade da realidade à alcanÃada pela faculdade intelectiva do sujeito. Ora, a questÃo metafÃsica, para Zubiri, nÃo à primeiramente chegar à verdade da realidade, mas à realidade verdadeira. Por sua anÃlise, ele constata que o sentir foi considerado pelos filÃsofos como um elemento secundÃrio para o conhecimento da verdade das coisas; ele se tornou, simplesmente, uma via para a recepÃÃo de dados; o decisivo era a inteligÃncia que produz conceitos. Assim, por meio da inteligÃncia, os filÃsofos acreditavam chegar à verdade essencial das coisas. Zubiri sistematiza sua crÃtica filosÃfica a partir dessa concepÃÃo, pois considera o sentir um elemento necessÃrio, tanto quanto a inteligÃncia, para saber sobre a coisa, tanto à que utiliza um neologismo para apresentar sua idÃia: a inteligencia sentiente. Ele pretende explicitar, por esse conceito, que todo conceito à uma produÃÃo posterior, isso porque, a realidade verdadeira à apreendida jà no momento do sentir, pois, no sentir a coisa âficaâ enquanto outro na inteligÃncia; à o âestarâ da coisa na inteligÃncia que possibilita o conceito. Neste novo horizonte, a coisa nÃo à mais entendida como substÃncia, como na filosofia antiga, nem com ente, como na escolÃstica, nem como objeto, como na modernidade, mas como substantividade, pois, para Zubiri, a coisa à formada por um sistema substantivo que permite ser ela mesma devido Ãs suas ânotas constitucionaisâ, mas numa relaÃÃo com as demais, por causa de suas ânotas adventÃciasâ. Portanto, Zubiri rompe a barreira do realismo e do idealismo, evidenciando o reÃsmo como a instÃncia para abordar a realidade enquanto tal.
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Secularismo e religiÃo na democracia deliberativa de Habermas : da pragmÃtica ao dÃficit ontolÃgico e metafÃsicoJuliano Cordeiro da Costa Oliveira 11 May 2017 (has links)
FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / O problema a ser levantado nesta tese à que hÃ, em JÃrgen Habermas, um dÃficit ontolÃgico (a falta de uma teoria dos entes) e metafÃsico (a falta de uma teoria do Ser) em sua filosofia. O pensamento de Habermas se reduziria à pragmÃtica, nÃo deixando espaÃo para o aprofunda-mento de questÃes ontolÃgicas e metafÃsicas, que o prÃprio Habermas sugere implicitamente, embora sem aprofundar, por se manter fiel ao seu pensamento pÃs-metafÃsico. Quais as consequÃncias disso para sua proposta de um diÃlogo entre secularismo e religiÃo na democracia deliberativa e mesmo para sua anÃlise do fenÃmeno religioso? O dÃficit ontolÃgico e metafÃsico, analisado primeiramente na filosofia teÃrica, em Verdade e justificaÃÃo, percorreria igual-mente sua filosofia polÃtica, à medida que Habermas nÃo reflete acerca do carÃter universal do bem na sua defesa da Ãtica do justo. Finalmente, o dÃficit ontolÃgico e metafÃsico alcanÃaria tambÃm sua anÃlise dos discursos religiosos, restritos à pragmÃtica, apesar de Habermas reconhecer a importÃncia das religiÃes, quando traduzem suas intuiÃÃes essenciais para uma linguagem pÃblica e secular. Puntel, nesse sentido, coloca uma questÃo teÃrica, que o leva a afirmar, com razÃo, que a metafÃsica à a instÃncia em que se articula o conteÃdo da religiÃo. Como o problema de Habermas à puramente pragmÃtico, isto Ã, como tornar possÃvel um diÃ-logo entre crentes e nÃo crentes, ele nÃo leva em consideraÃÃo a dimensÃo metafÃsica da religiÃo, mas apenas seu conteÃdo Ãtico. Nesse contexto, à essencial distinguir claramente duas questÃes que aparecem em Habermas: 1) um problema teÃrico: Habermas aceita a centralidade da linguagem numa teoria, embora possua uma anÃlise unilateral da linguagem, por reduzi--la a uma anÃlise da dimensÃo pragmÃtica; 2) um problema prÃtico: como à possÃvel a convivÃncia entre crentes e nÃo crentes numa sociedade pluralista e democrÃtica? Dessa forma, em Habermas, diversas questÃes podem ser avaliadas tanto à luz da filosofia como da sociologia. Contudo, tal fato traz tambÃm uma sÃrie de confusÃes nÃo apenas do prÃprio Habermas como igualmente de seus intÃrpretes e crÃticos, uma vez que as questÃes, sejam elas filosÃficas ou sociolÃgicas, sÃo postas como sendo de mesmo tipo. Um exemplo disso à o tema da religiÃo, que ora aparece a partir de um ponto de vista sociolÃgico de uma teoria da sociedade, ora a partir de um viÃs filosÃfico e propriamente teÃrico. Este trabalho, contudo, encontra-se no Ãmbito estritamente filosÃfico, haja vista que haveria um dÃficit ontolÃgico e metafÃsico na sistemÃtica do pensamento de Habermas, tendo consequÃncias em sua anÃlise limitada do fenÃmeno religioso, restrito à dimensÃo pragmÃtica da linguagem. / The problem to be raised in this thesis is that there is, in JÃrgen Habermasâ philosophy, an ontological deficit (a lack of a theory of the beings) and also a metaphysical dÃficit (the lack of a theory of the Being). Habermasâs thinking would, as far as we are concerned, be reduced to pragma- tics, leaving no room to the deepening of ontological and metaphysical questions, which Habermas himself implicitly suggests, although without further elaboration, for remaining faithful to his post-metaphysical thinking. Anyway, what are the consequences of such thinking for his proposal of a dialogue between secularism and religion in the deliberative democracy and even for his analysis of a religious phenomenon? The ontological and metaphysical deficit, first analyzed in the theoretical philosophy, in Truth and justification, would equally run its political philosophy, once Habermas does not reflect on the universal character of the good, in his defense of the ethics of the righteous. Finally, the ontological and metaphysical deficit would also reach its analysis of religious discourses, restricted to pragmatics, although Habermas recognizes the importance of religions when they translate their essential intuitions into a public and secular language. Puntel, in this sense, highlights a theoretical question, which leads him to rightly affirm that metaphysics is the instance in which the contents of religion is articulated. Since Habermasâ problem is purely pragmatic, that is, how to enable a dialogue between believers and non-believers, he does not take into account the metaphysical dimension of religion, but only its ethical contents. It is essential, in this context, to clearly distinguish two questions that appear in Habermas. 1) A theoretical problem: Habermas accepts the centrality of the language in a theory, although it has a unilateral analysis of the language, by reducing it into an analysis of the pragmatic dimension of the language; 2) A practical problem, he wonders: How may coexistence between believers and non-believers in a pluralistic and democratic society be possible? Thus, in Habermas, several questions can be eva-luated both in the light of philosophy and sociology. However, this fact also brings a series of confusions not only of Habermasâ himself, but also of his interpreters and critics, since the questions, no matter wheather they are philosophical or sociological, they are exposed as being of the same type. An example of such theme is religion, which now appears from a sociological point of view of a theory of society, sometimes through a philosophical and properly theoretical bias. Our work, however, is strictly philosophical, once in our view there would be an ontological and metaphysical deficit in Habermasâ ways of thinking, with consequences in his limited analysis of the religious phenomenon, restricted to the pragmatic dimension of the language.
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âVERDADE, SUBJETIVIDADE E CORPOREIDADE: A DISSOLUÃÃO DOS PILARES TRADICIONAIS DA METAFÃSICA EM NIETZSCHE.â / True, subjective, corporeity: the dissolution of the traditionals methaphysics pillars in NietzscheDalila Miranda Menezes 20 December 2012 (has links)
FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / A pesquisa tem como proposta explicitar as crÃticas desenvolvidas por Nietzsche à metafÃsica clÃssica tendo como expoentes principais PlatÃo e Descartes. Analisaremos, segundo a perspectiva nietzschiana, como os filÃsofos metafÃsicos substituÃram o mundo terreno e os instintos sensÃveis em prol de um ideal de verdade supra-sensÃvel e de um sujeito pensante desvinculado de tudo o que à mundano e corpÃreo. Ao romper com a tradiÃÃo do pensamento filosÃfico clÃssico, Nietzsche dissolve os pilares tradicionais da metafÃsica, afirmando o corpo como grande razÃo, base das forÃas e pensamentos, e, por conseguinte, afirma a vida e nÃo a verdade como critÃrio de avaliaÃÃo, anÃlises e escolhas. Nietzsche considera que a vida nÃo se acha para alÃm dos fenÃmenos e deve ser afirmada no aqui e agora, levando ao homem a possibilidade de manifestar afirmativamente as suas potÃncias corporais como um tipo de experiÃncia da prÃpria existÃncia. / This research has as proposals explain the Nietzscheâs classical metaphysics critics, which principals authors are Plato and Descartes. We will analyses, according Nietzscheâs perspective, how the metaphysics philosophers change the land world and the sensible instincts in function of true ideal and a thinking subject separate of all that is land and corporal. In the moment that Nietzsche breaks the traditional classical philosophical thinking off, he dissolve the traditional metaphysics pillar, stating the body as a great reason, base of the forces and thinking, and therefore, state the life and not the true as a valuation criterion, analyses and choice. Nietzsche consider that the life doesnât exist outside the phenomenon, and the life must be states hear and now, so we must have to create human possibility to manifest stately our own corporal power as a kind of experience of our own existence.
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O conceito de aparÃncia em Hannah Arendt: do desmantelamento da metafÃsica à dignidade da polÃticaLucas Barreto Dias 24 February 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O conceito de aparÃncia de Hannah Arendt possui carÃter central no conjunto de sua obra. LanÃada esta hipÃtese de trabalho, busca-se nesta dissertaÃÃo compreender como esta questÃo surge em diversos momentos do pensamento de Arendt. Partindo de sua Ãltima obra â A vida do espÃrito â, as definiÃÃes que versam sobre o valor da superfÃcie em seus diversos aspectos ganham destaque. Com a intenÃÃo de que seja possÃvel encontrar as referÃncias ao conceito de aparÃncia em seus diversos momentos, busca-se neste trabalho realizar uma dupla explanaÃÃo deste conceito mostrando suas dimensÃes bÃsicas: a filosÃfica e a polÃtica. O desmantelamento da metafÃsica de Arendt se mostra importante para fazer surgir a dignidade da aparÃncia; assim, conceitos como verdade, razÃo, pensamento, espÃrito, intelecto e cogniÃÃo tornam-se peÃas centrais. Em debate constante com a tradiÃÃo filosÃfica, esta dissertaÃÃo busca apontar como a aparÃncia à ressignificada por Arendt, de modo que termos como realidade, mundo, vida, pensamento e juÃzo mostram-se indispensÃveis para que se possa resgatar a dignidade da natureza fenomÃnica do mundo. A hipÃtese, todavia, far-se-ia incompleta se nÃo demonstrasse que esta dignidade està ineliminavelmente relacionada à dignidade do homem e da polÃtica. Faz-se, portanto, uma apreciaÃÃo de como a teoria polÃtica de Arendt â tendo como base teÃrica sua obra A condiÃÃo humana â està impregnada em todas as suas etapas pelo conceito de aparÃncia. Os conceitos desenvolvidos para este fim sÃo os de esfera pÃblica, aÃÃo, discurso, poder e liberdade. Por fim, elegeu-se o evento totalitÃrio como momento decisivo para se pensar a perda da aparÃncia para a polÃtica. Disto resultou o que chamamos de mundo de semblÃncias, isto Ã, a destruiÃÃo efetuada pelo totalitarismo do mundo comum e a criaÃÃo de um mundo fictÃcio. Esta anÃlise teve em seu desenvolvimento o conceito de semblÃncia tratado na primeira parte da dissertaÃÃo e a releitura, feita a partir disso, da terceira parte de Origens do totalitarismo, da qual despontam para a discussÃo a propaganda, a organizaÃÃo, a polÃcia secreta, os campos de extermÃnio, a ideologia e o terror. A pesquisa, portanto, traz uma interpretaÃÃo do conceito de aparÃncia em Arendt, de modo a mostrÃ-lo como central e imprescindÃvel seja na compreensÃo dos temas ligados Ãs atividades espirituais, seja Ãquilo relativo ao mundo e Ãs interaÃÃes humanas, revelando, por fim, que assim como a dignidade da aparÃncia leva à dignidade da polÃtica, a perda daquela tambÃm reflete na perda desta. / Hannah Arendtâs concept of appearance has a central importance in the entirety of her work. This is the hypothesis of our research and, based on it, the aim of this dissertation is to comprehend how this question arises in many moments of Arendtâs thought. From her last book â The life of the mind â, the definitions that refer to the value of the surface in its several aspects receive some notability. With intention that is possible to find the references on the concept of appearance in its very moments, this work tries to achieve a double explanation of this concept showing their basic dimensions: the philosophical and the political. Arendtâs dismantling of metaphysics shows itself important to raise the dignity of appearance; thus, some concepts like truth, reason, thought, mind, intellect and cognition become central pieces. In constant debate with philosophical tradition, this dissertation aims to indicate how appearance receive another mean by Hannah Arendt in such way that terms as reality/realness, world, thought and judgment shows itself indispensable for recover the dignity of worldâs phenomenal nature. Although, the hypothesis would be incomplete if it doesnât demonstrate this dignity as indispensably related to manâs and politicsâ dignities. Then, it makes an appreciation about how Arendtâs political theory â The human condition is the major theoretical bases here â is permeate in all its levels by the concept of appearance. The concepts developed to this purpose are: public sphere, action, speech, power and freedom. Lastly, the totalitarian event was elected as a crucial moment to think the appearanceâs loss for politics. From this, it resulted what we called world of semblances, that is, the destruction performed by totalitarianism of the common world and the creation of a fictional world. This analysis had in its development the concept of semblance treated in the first part of the dissertation and the read, made from this, of the third part of The origins of totalitarianism, whence rises to discussion the propaganda, the organization, the secret police, the extermination camps, the ideology and the terror. The research, thus, brings an interpretation on the concept of appearance to show it as central and indispensable for the comprehension of the themes related to the mind activities as such as to those things associated to the world and the human affairs, revealing, then, that the dignity of appearance brings to the dignity of politics as well as the loss of the appearance reverberate in the loss of the dignity of politics.
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Dasein e Linguagem em Heidegger:do discurso ao monÃlogo / Dasein and language in Heidegger: from discourse to monologue.Fillipa Carneiro Silveira 22 August 2007 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / Este trabalho tem como propÃsito explicitar a continuidade do pensamento de Heidegger a respeito da relaÃÃo entre o Dasein e a linguagem, especificamente a partir da abordagem de trÃs textos: Ser e tempo (1927); Sobre o humanismo (1946) e O caminho para a linguagem (1959). O objetivo principal à examinar esta relaÃÃo antes e depois do que foi considerado uma âviradaâ (Kehre) na filosofia de Heidegger, destacando uma nova concepÃÃo de linguagem e ser humano que resulta desse movimento. Parte-se de uma abordagem hermenÃutica de Heidegger e de uma ampliaÃÃo do contexto da analÃtica existencial nÃo no sentido de uma âantropologia filosÃficaâ, em que se poderia firmar a essÃncia do homem, de seu pensar e agir, mas no sentido de uma âfilosofia antropolÃgicaâ, se assim for possÃvel propor, que pressupÃe a contingÃncia e a faticidade. A centralidade da reviravolta lingÃÃstica na filosofia contemporÃnea, como uma forma de radicalizaÃÃo da relaÃÃo de âpertenÃaâ entre linguagem e âhumanoâ, à atrelada a este contexto em funÃÃo de sua importÃncia no pensamento filosÃfico que pÃe em xeque o pensar metafÃsico. Neste movimento, busca-se saber atà que ponto o pensamento de Heidegger efetivamente se transforma, ou simplesmente se desdobra a partir de pressupostos que jà estavam dados desde Ser e tempo. Por um lado, o abandono da analÃtica existencial do Dasein como âmediaÃÃoâ em favor de uma ampliaÃÃo do sentido da linguagem do ser distancia Heidegger da âantropologiaâ, por outro, se consideramos a centralidade da poesia no pensamento da âhistÃria do serâ e da âverdade do serâ, vemos que o Dasein permanece uma referÃncia central reconfigurada, e que nos remete a uma nova possibilidade de âantropologiaâ. Opondo-se à determinaÃÃo lÃgica do conhecimento em favor do aspecto hermenÃutico da compreensÃo, o pensamento de Heidegger aponta a âlogiaâ como determinante para que o anthropos tenha se tornado a referÃncia central da filosofia. Abandonando-se a âlogiaâ do logos enquanto lÃgica, e este parece ser o caminho de Heidegger desde o inÃcio, remanesce a centralidade do Dasein como abertura ao ser e como pÃlo da diferenÃa ontolÃgica; vigora o homem no lugar do sujeito do conhecimento; permanece o logos enquanto linguagem. / This work intends to explain the continuity of Heideggerâs thought on the relation between Dasein and language, specifically through the approach of three texts: Sein und Zeit (1927), Ãber humanismus (1946) and Der Weg zur Sprache (1959). The main objective is approaching this relation before and after the so called turn (Kehre) in Heideggerâs philosophy, emphasizing a new conception of language and human being which results of this movement. Our starting point is an hermeneutical approach of Heidegger and an enlargement of the existential analyses not towards a âphilosophic anthropologyâ, in which we could set up the essence of the human being, of his thinking and acting, but in the sense of an âanthropological philosophyâ, if it is possible, which presupposes contingency and facticity. The preponderance of the linguistic turn in the contemporary philosophy, as a way of increasing the âbelongingâ relation between language and the dimension of âhumanâ, is linked to this context, according to its importance in the philosophical thought that keeps in check the metaphysical thinking. This approach aims to know how far Heideggerâs thought effectively moves towards a transformation or barely unrolls itself starting to presumptions which were already in Being and time. On one hand, when Heidegger leaves the existential analyses of the Dasein as âmediationâ on behalf of an ampliation of the sense on seinâs language, he stays apart from the anthropology. On the other hand, if we consider the preponderance of poetry in the thinking of the âhistory of beingâ and âtruth of beingâ, we see that Dasein remains as an important reference in other terms, which send us to a possibility of a new anthropology. Criticizing the logical determination of knowledge in the name of hermeneutical feature of comprehension, Heideggerâs thought indicates that âlogyâ has determine the anthropos to become the central reference of philosophy. Abandoning the âlogyâ of logos, and this seems to be Heideggerâs orientation since his beginning, the preponderance of the Dasein stays as openness of being and as pole of the ontological difference; the man is in verve instead of the epistemic subject; the logos remains as language.
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A Teoria DinÃmica da MatÃria na Filosofia Kantiana da Natureza / Dynamical Theory of Matter in Kantian Pilosophy of NatureEdnilson Gomes Matias 17 June 2013 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / Immanuel Kant, na obra Primeiros PrincÃpios MetafÃsicos da CiÃncia da Natureza, apresenta a concepÃÃo de ciÃncia natural enquanto doutrina sistemÃtica ordenada segundo princÃpios. Estes princÃpios podem ser puros ou empÃricos e, portanto, podem fundar uma ciÃncia genuÃna ou uma ciÃncia nÃo-genuÃna da natureza. A ciÃncia natural genuÃna exige como seu fundamento uma metafÃsica da natureza. Esta à composta pela metafÃsica geral da natureza resultante da CrÃtica da RazÃo Pura e pela metafÃsica particular da natureza corpÃrea desenvolvida na obra PrincÃpios MetafÃsicos. A primeira estabelece os princÃpios transcendentais (Axiomas, AntecipaÃÃes, Analogias e Postulados) enquanto determinaÃÃes necessÃrias de toda a experiÃncia possÃvel e constitui o conceito de objeto em geral. A segunda fornece os princÃpios metafÃsicos (Foronomia, DinÃmica, MecÃnica e Fenomenologia) enquanto determinaÃÃes necessÃrias dos objetos dos sentidos externos e constitui o conceito de matÃria em geral. Estes princÃpios metafÃsicos asseguram a base a priori para a fundaÃÃo da ciÃncia genuÃna da natureza a partir da aplicaÃÃo dos princÃpios transcendentais ao conceito de matÃria. O objetivo desta dissertaÃÃo consiste em investigar a constituiÃÃo deste conceito de matÃria a partir da Teoria DinÃmica das forÃas motrizes de repulsÃo e de atraÃÃo. Para isto, analisaremos a relaÃÃo entre o princÃpio transcendental das AntecipaÃÃes da PercepÃÃo e o princÃpio metafÃsico da DinÃmica. / Immanuel Kant in work Metaphysische AnfangsgrÃnde der Naturwissenschaft (Metaphysical Foundations of Natural Science) presents the concept of natural science as a systematical doctrine ordered according to principles. These principles can be pure or empirical and then can found a proper or improper natural science. Proper natural science requires metaphysics of nature as basis. This metaphysis is composed by general metaphysics of nature resulting from Kritik der reinen Vernunft (Critique of Pure Reason) and by special metaphysics of corporeal nature developed in Metaphysical Foundations. The first establishes the transcendental principles (Axioms, Anticipations, Analogies and Postulates) as necessary determinations of all possible experience and constitutes the concept of object in general. The second provides the metaphysical foundations (Phoronomy, Dynamics, Mechanics and Phenomenology) as necessary determinations of outer sense and constitutes the concept of matter in general. These metaphysical foundations ensure the a priori basis to the ground of proper natural science as from the application of the transcendental principles to the concept of matter. The aim of this dissertation is investigates the constitution of this concept of matter as from Dynamical Theory of repulsive and attractive moving forces. For this, we will analyses the relationship between the transcendental principle of Anticipations of Perception and the metaphysical foundation of Dynamics.
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Uma questÃo de linguagem: loucura e oralidade na escritura de JoÃo GuimarÃes Rosa, em O recado do morroCaio Flavio Bezerra Montenegro Cabral 01 July 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Esta dissertaÃÃo consiste em um estudo do louco e do poeta como personagens na novela "O recado do morro", de JoÃo GuimarÃes Rosa, publicada originalmente no livro Corpo de baile (1956) e mais tarde realocada no volume No UrubuquaquÃ, no PinhÃm (1965) por desejo do autor, ao lado de outras duas narrativas daquela publicaÃÃo. A leitura da obra revelou um texto que concilia a um sà tempo elementos que se agrupam em relaÃÃes dicotÃmicas e maniqueÃstas na cultura ocidental, em que estejam o elemento racional e sua pretensÃo de verdade no lado positivo das relaÃÃes de contrÃrios. Portanto, objetivou-se compreender como os tipos sociais aludidos contribuem para a dissoluÃÃo das fronteiras culturais por meio da construÃÃo do personagem, discurso e imagens que emergem deste. Para isso, leu-se a novela a partir do conceito de escritura, pensado por Roland Barthes, que concebe a literatura moderna enquanto espaÃo utÃpico de liberdade dentro dos fatos da linguagem. Estabeleceram-se comparaÃÃes intertextuais e metatextuais a fim de relacionar referÃncias que justificariam as escolhas literÃrias do escritor mineiro no intuito de pensar novos sentidos para o texto em discussÃo. Feito isso, percebeu-se que a loucura e a oralidade, compreendidas respectivamente por Michel Foucault e Paul Zumthor, sÃo elementos que questionam a metafÃsica ocidental desde a prÃpria forma, tal qual a escritura rosiana, cuja anÃlise alude Ãs ideias de pensadores como Friedrich Nietzsche e Gilles Deleuze e FÃlix Guattari. / This thesis is a study of the mad and the poet character in the novel "O recado do morro", by JoÃo GuimarÃes Rosa, originally published in the book Corpo de baile (1956) and later relocated in the volume No UrubuquaquÃ, no PinhÃm (1965) as desired by the author, alongside two other narratives. Reading the work has revealed a text that reconciles at once elements grouped within relations that are dichotomous and dualistic in Western culture, being the rational element, with its claim to truth by the positive side of the relationship of opposites. Therefore, the aim is to understand how these alluded social types contribute to the dissolution of the cultural boundaries through the construction of characters, speech and the images that emerge from it. For this, the novel was read from the concept of writing, thought by Roland Barthes, who conceives modern literature as a utopian space of freedom within the facts of language. Intertextual and metatextual comparisons were established to relate the literary references that justify the choices made by the writer in order to think new meanings for the text under discussion. Such analysis allowed the perception that madness and orality, as respectively understood by Michel Foucault and Paul Zumthor, are elements that challenge Western metaphysics from the form itself, like the writing of the author, whose analysis alludes to the ideas of thinkers such as Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze and FÃlix Guattari.
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