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Vontade : o métron da hýbris da história da metafísica

Santos, Fábio Candido dos 13 February 2015 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The proposal expressed by this work is the defense of the thesis that metaphysics is originally the result of a resentment of the will with the finite and unpredictable mode of Being of life, making it impossible to control and rule the existence and whose summit takes place with the advent of modern philosophy of Descartes and of the cogito as absolute foundation of the reality of the real. Nietzsche identifies this scenario as originating from a change in the essence of the Greco-Roman man who, in modern times, shall be characterized by the rejection of any kind of transcendence to establish himself as the principle and cause of the real. Nietzsche, the Greek world enthusiast, sees this supposed ontological change as establishment of hubris, the Hellenic notion of h bris whose primary sense points to break the man's limit m tron, man's Being - and that is an attempt to equalize or exceed divinity transcendence. In modernity, the h bris settles ontologically in man when the opening of the cogito as an operation of will promotes the death of God. In fact, kill the transcendence and take his place is wanting to be ground when, in fact, is only a means to the ground Being, the truth appear, founding, through man, all that is. Heidegger, another Greek world enthusiast, agrees with Nietzsche, but sees the h bris of the phenomenon more broadly, watching his character history and its connection to what he called a history of Being and its manifestation as metaphysics. The author of Being and Time notes that the will which entails the modern h bris has a Greek origin, more precisely at the time of transition from the pre- Socratic philosophy and metaphysics of Plato and Aristotle. That\'s where Heidegger says the change of attitude in the Being of man identified by Nietzsche in modernity takes shape. The birth of metaphysics is the end of ontological agreement between man and ph sis Being for the establishment of Eros for knowledge, or philosophy. This desire is the will that will establish the will which will promote the death of God and the establishment of man as the real measure, ie, the h bris of modern man. Heidegger finds the origin of this event and its entire historical development the nihilism that Nietzsche saw only in modernity. As a result of crystallization of contemporary rampant posture of man, Heidegger points out the appearance of technique and its ambiguous nature, which can be both a threat to the Being of man to equalize the way in which being is shown from it as a possibility of "new beginning" for humanity. The itinerary, mediated by Heidegger and Nietzsche, of the establishment of the ancient metaphysics as principle of h bris to its heyday in modernity as the death of God, and its unfolding as a technique, it is the task of the following work. / A proposta expressa por este trabalho consiste na defesa da tese de que a metafí sica originalmente resultado de um ressentimento da vontade com o modo de ser finito e imprevis ível da vida, impossibilitando o controle e o dom ínio racional da existê ncia e cujo ápice se dá no mundo moderno com o advento da filosofia de Descartes e o estabelecimento do cogito como fundamento absoluto de realidade do real. Nietzsche identifica este cenário como proveniente de uma mudança na essê ncia do homem greco-romano, que, na modernidade, passa a se caracterizar pela rejeição de todo e qualquer tipo de transcendê ncia para se estabelecer como princí pio e causa do real. Nietzsche, entusiasta do mundo grego, encara esta suposta mudança ontológica como instauração da hýbris, a noção helê nica de desmedida cujo sentido primordial aponta para a ruptura do limite do homem o metrón, seu ser , e que se constitui como tentativa de equalização ou superação da divindade a transcend ência. Na modernidade, a hýbris se instala ontologicamente no homem quando a instauração do cogito como operação da vontade promove a morte de Deus. De fato, matar a transcendê ncia e tomar-lhe o lugar é querer ser fundamento quando, na verdade, não passa, de fato, de meio para o fundamento o ser, a verdade aparecer, fundando, por meio do homem, tudo o que é. Heidegger, outro entusiasta dos gregos, concorda com Nietzsche, mas vê o fenômeno da hýbris de forma mais ampla, observando seu caráter historial e sua vinculação ao que chamou de história do ser e de sua manifestação como metaf ísica. O autor de Ser e Tempo observa que a vontade que enseja a hýbris moderna tem uma proveniê ncia grega, mais precisamente no momento de transição entre a filosofia pré -socrática e a metafí sica de Platão e Aristóteles. É de lá que Heidegger afirma originar-se a mudança de postura no ser do homem identificado por Nietzsche apenas na modernidade. O nascimento da metafí sica o fim do acordo ontológico entre homem e phýsis o ser para o estabelecimento do Eros pelo saber, ou seja, a filosofia. Este desejo o querer que vai fundar a vontade promovedora da morte de Deus e o estabelecimento do homem como medida do real, ou seja, da hýbris instauradora do homem moderno. Heidegger encontra na proveniê ncia deste evento e de todo o seu desenvolvimento historial o niilismo que Nietzsche s via na modernidade. Como resultado contemporâneo da cristalização da postura desmedida do homem, Heidegger aponta o aparecimento da t écnica e sua ambí gua essê ncia, que pode ser tanto uma ameaça ao ser do homem ao equalizar o modo pela qual o ser se mostra a partir dele quanto uma possibilidade de novo in cio para a humanidade. O itinerário, mediado por Heidegger e Nietzsche, do estabelecimento da metafísica antiga enquanto princí pio da hýbris até o seu apogeu na modernidade enquanto morte de Deus, alé m de seu desdobramento enquanto t écnica, a tarefa do trabalho a seguir. / Mestre em Filosofia
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Religião e niilismo: paidéia crítica em Os demônios de Dostoiévski / Religion and nihilism: critical paideia in The devils of Dostoiévski

Sakamoto, Jacqueline Izumi 05 December 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Jacqueline Izumi Sakamoto.pdf: 487202 bytes, checksum: e5bb43997222b11135bad35c43b1f9fc (MD5) Previous issue date: 2007-12-05 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Objective: To deal with the philosophy of the religion in Dostoiévski as a testimony, that not only discloses a powerful religious criticism to the modern atheism unfolding, but still, extending our repertoire, for the access to this religious thinker as form to know the religion. Justification: In The Devils, Dostoiévski treats the excesses of education and ethics secularization indicating the holiness category forgetfulness, characterized mainly by the symmetry relation between man and the transcendent, the atheism as an anthropocentric legacy of the modern rational project, produces moral myopia rendering useless the discernment amid the relativity chaos. Hypothesis: The nihilism dynamic, characterizes the visceral movements of human being towards self-destruction, is rooted in what Berdiaev defined as an uncreated liberty, where sprout our Imago Dei, not subject to the norms, that inhabits human soul with the Nothing. We will try to show that the path through Nothing, the reality of the sin and the evil is considered the axis of Dostoiévskis pedagogy, constitutes a critical and religious Paideia. Theoretical-methodological aspects and obtained result: As a procedure this research deepened the sense of the work interpretation, and the characters dynamic, by the analysis of its content a narrow relation and dialogue amongst the prominent theoretical yardsticks for the comprehension of the theological foundations presented in the thought of Dostoiévski. In this sense, the obtained result reached the proposed objective: the clash of modern atheism with the instruments of the philosophy of religion that seeks an extended comprehension as a necessary repertoire for the dialogue between education, religion and moral, a critical Paideia, and still, the up to date depth of this work for the contemporary man / Objetivo: Tratar a filosofia da religião em Dostoiévski como um testemunho, que nos revela não só uma poderosa crítica religiosa aos desdobramentos do ateísmo moderno, mas ainda, ampliando nosso repertório, pelo acesso a este pensador religioso como forma de conhecer a religião. Justificativa: Dostoiévski trata em Os Demônios os excessos da secularização em ética e pedagogia e indica que o esquecimento da categoria de santidade, caracterizada principalmente pela relação de simetria entre o homem e o transcendente, o ateísmo como legado antropocêntrico do projeto racional moderno, produz miopia moral inviabilizando o discernimento em meio ao caos relativista. Hipótese: A dinâmica do niilismo, caracterizando os movimentos viscerais do ser humano em processo de auto-destruição, está enraizado no que Berdiaev definiu como liberdade incriada, de onde brota nossa Imago Dei, não passível às normas, que habita a alma humana com o Nada. Procuraremos demonstrar que o atravessamento deste Nada, o eixo da pedagogia dostoiévskiana que considera a realidade do pecado e do mal, constitui uma Paidéia crítica e religiosa. Aspectos teórico-metodológicos e resultado obtido: Como procedimento esta pesquisa aprofundou a interpretação do sentido da obra, e da dinâmica dos personagens, pela análise de seu conteúdo, em estreita relação e diálogo com os referenciais teóricos relevantes para a compreensão dos fundamentos teológicos presentes no pensamento de Dostoiévski. Neste sentido, o resultado obtido atingiu o objetivo proposto: o enfrentamento do ateísmo moderno com os instrumentos da filosofia da religião, que busca uma compreensão ampliada como repertório necessário para o diálogo entre educação, religião e moral, constitui uma Paidéia crítica, e identificou ainda, a atualidade desta obra para o homem no mundo contemporâneo
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O papel de Zaratustra na filosofia de Nietzsche: do meio-dia ao grande meio-dia / The role of Zarathustra in Nietzsche's philosophy: from the noon to the great noon

Mignoni, Neomar Sandro 23 July 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Neomar Sandro Mignoni.pdf: 1075781 bytes, checksum: acf2238fa02707ae3bec0f64f7373bde (MD5) Previous issue date: 2015-07-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This is an investigation of the role played by the character of Zarathustra in the context of the mature Nietzsche's work, especially with regard to noon and the great noon. Recognizing that the late period of Nietzsche's philosophy is marked by the affirmative proposal of a revaluation of all values, this study is dedicated to understand the journey crossed by the character in relation to the noon as the beginning of the character s task and the great noon as a celebration of the incorporation of the eternal recurrence of the same and the final consummation of the revaluation of all values. In light of this, the first section seeks to demonstrate the Nietzschean critique of Western culture, marked by nihilism and death of God such as it appears in the Twilight of the Idols under the heading How the 'true world' finally became the fable . Following this thought, we seek to understand the noon time while the total elimination of dualities and also the man's reconciliation with the nature. From this point the task of Zarathustra begins. Then, analyzing the works of the second period of Nietzsche's philosophy, the following section reconstructs the ground from which Zarathustra and the noon s philosophy develop themselves. This undertaking is intended to make known the character and his task from the context of the revaluation of all the values. Finally, in the third and final section, after accompanying the trajectory of Zarathustra along the prologue of the homonymous work to get the event of noon, the research follows the character in the path of his going under [Untergang], showing thus its incorporation of the eternal recurrence and the consolidation of the unconditional affirmation of the amor fati existence. When dealing with Zarathustra maturation, that allows him from towards the celebration of the great noon, this dissertation ends by calling attention to the role that the disciples of Zoroaster, while philosophers of the future, play in the realization of the revaluation of all the values. / Trata-se de uma investigação acerca do papel desempenhado pela personagem de Zaratustra no contexto da obra madura de Nietzsche, sobretudo no que se refere ao meio-dia e grande meio-dia. Por reconhecer que o período tardio da filosofia nietzschiana é marcado pela proposta afirmativa de uma transvaloração de todos os valores, o presente estudo dedica-se a compreender o itinerário percorrido pela personagem frente ao meio-dia enquanto início da tarefa da personagem e o grande meio-dia enquanto celebração que consuma sua incorporação do eterno retorno do mesmo e a efetivação definitiva da transvaloração de todos os valores. Em vista disso, a primeira seção busca evidenciar a crítica nietzschiana à cultura ocidental, marcada pelo niilismo e a morte de Deus tal qual ela se apresenta no Crepúsculo dos ídolos sob o título Como o mundo verdadeiro finalmente se tornou fábula . Frente a isso, procura compreender o meio-dia enquanto instante da total supressão das dualidades e da reconciliação do homem com a natureza a partir da qual se inicia a tarefa de Zaratustra. Em seguida, analisando as obras do segundo período da filosofia de Nietzsche, a seção seguinte reconstrói o solo a partir do qual Zaratustra e a filosofia do meio-dia se desenvolvem. Tal empreendimento destina-se a tornar conhecida a personagem e sua tarefa a partir do contexto da transvaloração de todo os valores. Por fim, na terceira e última seção, depois de acompanhar a trajetória de Zaratustra ao longo do prólogo da obra homônima até chegar o evento do meio-dia, a investigação segue a personagem no trajeto de seu ocaso, evidenciando assim, sua incorporação do eterno retorno e a consolidação da incondicional afirmação da existência no amor fati. Ao tratar de seu amadurecimento, o que permite a Zaratustra partir em direção à celebração do grande meio-dia, a dissertação se encerra chamando a atenção para o papel que os discípulos de Zaratustra, enquanto filósofos do futuro, desempenham na efetivação da transvaloração de todo os valores.
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Nietzsche: a doutrina da vontade de potência como superação do mecanicismo / Nietzsche: the doctrine of the will to power as overcoming of the mechanicism

Jacubowski, Felipe Renan 27 July 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Felipe Renan Jacubowski.pdf: 1744971 bytes, checksum: 7afb0e462c96efe203ee15b408eb10eb (MD5) Previous issue date: 2011-07-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The incessant criticism of Nietzsche to the mechanicism (Mechanistik) presents in his later writings show the importance of the refutation of the mechanistic thinking. The aim of this paper is to propose, after investigation of the criticism nietzschinian to mechanicism, the will to power (Wille zur Macht) as a conception of the world and the life able to overcome it. In criticizing the mechanicism, the German philosopher seeks to overcome its many facets imposing the doctrine of will to power as dominant. Nietzsche does not attack the mechanicism from a single point of view, but from multiple perspectives, denounces it as a theory which reduces the coming-to-be the logic, as dogmatic science, as theory teleological, utilitarian, and as a particular form of metaphysics and of christianity. From the dynamic struggle between impulses and the tendency of growth of intensity, Nietzsche aims to provide an interpretation of the processes that not only exceeds the present explanations at the mechanistic theories, but, above all, that affirms the life as a continuous struggle and overcoming. This new attitude of the world, thought as overcoming of the mechanicism, emerges from a Homogeneität of effectiveness (Wirklichkeit) in which every event is explained in terms of the will to power: there are no metaphysical dichotomies present in the world, has no teleology, was not created by a god. The world is changing or moving around, without beginning or end, and returns eternally. The life or the body is no longer thought of as organized matter and becomes a battleground between various forces or impulses that struggle each other for more power in a continuous process of overcoming resistance. In this confrontation between mechanicism and will to power, Nietzsche needs of the life as criterion to establish the superiority of his theory. It is from a psychophysiological analysis of the life that the differences can be established: through the investigation of the present symptom in all evaluation, it establishes a hierarchy (Rangordnung) between types of life. The outcome of this can to denounce the mechanicism as a physiological symptom of decay, ie, as a theory that denies the dynamic and perspectivist character of the life. Conceiving that the mechanistic theories are rooted in moral and metaphysical prejudices, the philosopher considers the mechanicism a theory inferior and presents the will to power as upper. On contrary of the mechanicism, the will to power affirms the life as continuous overcoming, and, therefore, Nietzsche considers an upper interpretation, presenting it as a new alternative explanation of the existence. / As incessantes críticas de Nietzsche ao mecanicismo (Mechanistik) presentes em seus últimos escritos evidenciam a importância da refutação do pensamento mecanicista. O objetivo da presente dissertação é propor, após a investigação das críticas nietzschianas ao mecanicismo, a vontade de potência [Wille zur Macht] como uma concepção de mundo e de vida capaz de superá-lo. Ao criticar o mecanicismo, o filósofo alemão procura superar suas várias facetas impondo a doutrina da vontade de potência como dominante. Nietzsche não ataca o mecanicismo partindo de um único ponto de vista, porém, em múltiplas perspectivas, denuncia-o como teoria que reduz o vir-a-ser à lógica; como ciência dogmática; como teoria teleológica e utilitarista; e como forma particular de metafísica e de cristianismo. A partir da luta dinâmica entre os impulsos e da tendência de crescimento de intensidade, Nietzsche pretende fornecer uma interpretação dos processos que não apenas ultrapasse as explicações presentes nas teorias mecanicistas, mas, sobretudo, que afirme a vida enquanto luta e superação contínua. Essa nova postura de mundo, pensada como superação do mecanicismo, emerge de uma Homogeneität da efetividade (Wirklichkeit) em que todo acontecimento é explicado em termos de vontade de potência: não há quaisquer dicotomias metafísicas presentes no mundo, não possui nenhuma teleologia, não foi criado por um deus. O mundo é mudança ou movimento por toda parte, sem início nem fim, e retorna eternamente. A vida ou o corpo deixa de ser pensada como matéria organizada e passa a ser um campo de batalha entre várias forças ou impulsos que lutam entre si por mais potência, em um processo contínuo de superação de resistências. Nesse confronto entre mecanicismo e vontade de potência, Nietzsche precisa da vida como critério para estabelecer a superioridade de sua teoria. É a partir de uma análise psicofisiológica da vida que as diferenças podem ser estabelecidas: por meio da investigação do sintoma presente em toda valoração, institui-se uma hierarquia (Rangordnung) entre tipos de vida. O resultado dessa análise pode denunciar o mecanicismo como sintoma de decadência fisiológica, ou seja, como teoria que nega o caráter dinâmico e perspectivista da vida. Concebendo que as teorias mecanicistas estão enraizadas em preconceitos morais e metafísicos, o filósofo considera o mecanicismo uma teoria inferior e apresenta a vontade de potência como superior. Ao contrário do mecanicismo, a vontade de potência afirma a vida como superação contínua, e, portanto, Nietzsche a considera uma interpretação superior, apresentando-a como uma nova alternativa explicativa da existência.

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