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Polinização de dendezeiro por Elaeidobius subvittatus Faust e Elaeidobius kamerunicus Faust (Coleoptera, Curculionidae) no sul do Estado da Bahia /

Moura, Jose Inacio Lacerda. January 2008 (has links)
Orientador: Francisco Jorge Cividanes / Banca: Antonio Carlos Busoli / Banca: José Maurício Simões Bento / Banca: Júlio César Galli / Banca: César Freire Carvalho / Resumo: Este foi conduzido no sul do estado da Bahia entre os anos de 2004 e 2007. Teve como objetivo determinar a taxa de fecundação de dendezeiros após a introdução de Elaeidobius kamerunicus Faust . Avaliaram-se as relações das espécies E. kamerunicus e Elaeidobius subvittatus Faust através da: flutuação populacional, distribuição espacial, influência de fatores meteorológicos, comportamento com relação às inflorescências das plantas e capacidade de transportar grãos de pólen. A taxa de fecundação nos dendezeiros atingiu 79,4%, representando incremento de 19% quando comparado aos dendezeiros polinizados apenas por E. subvittatus. Plantios comerciais de dendezeiros nos municípios de Taperoá e Nazaré, mostraram taxas de fecundação de 76,8% e 78,0%, respectivamente. E. kamerunicus foi a espécie dominante nos plantios de dendezeiro de Una, BA. Com exceção do município de Itapebi, as populações de E. kamerunicus sobrepujaram as de E. subvittatus em todos os municípios com grandes maciços de dendezeiros subespontâneos. A distribuição das chuvas no sul da Bahia não alterou a atividade polinizadora de E. kamerunicus, permitindo ocorrer taxa constante de fecundação dos frutos. Houve aumento da densidade populacional de E. subvittatus com o incremento térmico no ambiente ocorrendo o oposto com E. kamerunicus. O número de espécimes de E. subvittatus visitando inflorescências femininas de dendezeiros e híbridos interespecíficos foi superior ao de E. kamerunicus entre 6:00 e 8:00 horas, porém E. kamerunicus foi mais numeroso que E. subvittatus entre 9:00 e 12:00 horas. Essas espécies apresentaram pouca atividade polinizadora nas inflorescências femininas entre 14:00 e 16:00 horas, mas E. subvittatus congregou-se nas inflorescências femininas de ambas variedades de plantas a partir de 16:00 horas. Ao anoitecer foi constatada a presença... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: The study was conducted in south Bahia between 2004 and 2007 to determine the rate of fertilization of oil palm after the introduction of Elaeidobius kamerunicus Faust in Southern Bahia. Relationships of the species E. kamerunicus and Elaeidobius subvittatus Faust were evaluated through population fluctuation, spatial distribution, influence of meteorological factors, behavior regarding the plant inflorescences and capability to collect and transport pollen grains. The data were analyzed utilizing correlation and variance analysis and test of means. The rate of fertilization in the oil palm trees reached 79.4%, representing an increase of 19% when compared to oil palm trees pollinated only by E. subvittatus. Commercial plantations of oil palm trees in Taperoá and Nazareth municipalities showed rates of fertilization of 76.8% and 78.0%, respectively. E. kamerunicus was the dominant species in the plantations of oil palm trees of Una, BA. With the exception of Itapebi municipality, the populations of E. kamerunicus overwhelmed the E. subvittatus in all municipalities with large plantations of sub-spontaneous oil palm trees. The rainfall distribution in south Bahia did not alter the pollination activity of E. kamerunicus, which permitted a constant rate of fruit fertilization. There was an increase in population density of E. subvittatus with environmental thermal increase, the opposite occurred with E. kamerunicus. The number of specimens of E. subvittatus visiting female inflorescences of oil palm trees and interspecific hybrids was higher than that of E. kamerunicus between 6:00 and 8:00 hours, however E. kamerunicus was more numerous than E. subvittatus between 9:00 and 12:00 hours. These species presented little pollination activity in female inflorescences between 14:00 and 16:00 hours, but E. subvittatus congregated in the female inflorescences of both oil palm varieties starting ...(Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Biologia reprodutiva, desenvolvimento e produção de sementes de Adesmia tristis vogel / Reprocuctive biology, development and production of seeds in Adesmia tristis vogel

Ferreira, Nadilson Roberto January 2012 (has links)
Adesmia tristis Vogel é uma espécie endêmica com potencial forrageiro nos Campos de Altitude. Objetivou-se estudar a biologia floral e as interações com os polinizadores, a morfo-fenologia da planta, os componentes do rendimento de sementes e a dinâmica do néctar; avaliar as relações pólen/óvulo e semente/óvulo na espécie; analisar a morfo-anatomia das sementes; avaliar o tamanho e distribuição do banco de sementes do solo (BSS) e a interferência da acidez no mesmo. O estudo ocorreu entre dezembro 2007 a novembro 2011, no Pró-Mata/PUCRS (29°27'-29°35'S e 50°08'-50°15'W), São Francisco de Paula, RS. A área do estudo foi de 15 x 30 m subdividida em seis parcelas, três com corte e três sem corte (4,0 plantas/m2). Para os estudos nas flores fizeram-se marcações e ensacamento com tecido “voal”, com amostras aleatórias. O néctar foi recolhido em quatro horários diários durante a antese, com utilização de micropipeta e leitura através de refratômetro. Para os cortes e levantamento dos parâmetros do rendimento de sementes, foi utilizado um retângulo metálico com 0,5 m2. Para análise dos dados utilizou-se da estatística descritiva, índice de Morisita, regressões, teste t de Student e análise de variância. A antese durou dois dias, e os principais polinizadores foram das famílias Megachilidae e Andrenidae, com pico de visitação ao meio dia. Abelhas do gênero Megachile forrageiam no estrato envolvendo o dossel, as da família Andrenidae no estrato inferior. Na base do estandarte há uma bolsa armazenadora de néctar, que começa a ser secretado na pré-antese. A planta faz reabsorção de parte do néctar, tornando as flores do segundo dia mais atraentes aos polinizadores. O regime de corte promoveu maior produção de sementes. A razão pólen/óvulo acusou alogamia obrigatória. Constatou-se déficit de polinização. Adesmia tristis possui dormência tegumentar e a semente possui adaptações para as variações de umidade no ambiente, promovendo ressemeadura natural. Em áreas naturais a planta apresenta distribuição agregada e aleatória em campos manejados. A acidez do solo contribui com a germinação de sementes de A. tristis contidas no BSS. Após o período reprodutivo ocorre perdas de plantas-mãe. / Adesmia tristis Vogel is an endemic species with forage potential in the Campos de Altitude. The aim of this research was to study the floral biology and the interactions with pollinators, the plant’s morphophenology, the components of seed yield and dynamics nectar; assess relationships pollen/ovule and seed/ovule in the species; to analyze the seeds’ morphology and anatomy; evaluate the size and distribution of the soil seed bank (SSB) and the acidity interference in it. The study was conducted between December 2007 to November 2001, in Pró-Mata/PUCRS (29º 27’ – 29º 35’S and 50º 08’ – 50º 15’ W) in the town of São Fransisco de Paula, RS. The study area had 15 x30 m subdivided into six plots. Three with cut and three no cut (4.0 plants/m2). For studies on the flowers were made marks and bagging by “voal” textile, with random samples. The nectar was collected four times daily, during anthesis, using micropipette and reading through refractometer. For cuts and taking seed yield parameters, we used a metal rectangle with 0.5 m2. Data analysis used descriptive statistics, Morisita index, regression function, Student’s t test and variance analysis. Anthesis lasted two days, and the main pollinators belong to Megachilidae and Andrenidae families, with peak visitation at noon. The genus Megachile bees foraging in the canopy, the Andrenidae family foraging in the lower levels. On the banner basis there is storage bag nectar. The nectar starts to be secreted in the pre anthesis phase. The plant reabsorbs part of the nectar, making the second day life flowers more attractive to pollinators. The cutting regime caused greater seed production. The pollen/ovule ration accused obligatory allogamy. It was observed pollination deficit. Adesmia tristis has tegument dormancy and seed has adapted to variation of moisture in the environment and promoting natural replanting. In natural area the plant has aggregated distribution, but in managed field plays random distribution. The soil acidity aim in the seed germination of A. tristis SSB. After the reproductive period occurs loss of mother plants.
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Organização das comunidades locais de Apoidea em uma área de caatinga, Canudos-Ba.

Pigozzo, Camila Magalhães January 2004 (has links)
p. 1-42 / Submitted by Santiago Fabio (fabio.ssantiago@hotmail.com) on 2013-04-10T19:54:51Z No. of bitstreams: 1 Dissert CMP.pdf: 2653172 bytes, checksum: 41a1901b589739db839ba53968a6afc2 (MD5) / Rejected by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br), reason: Corrigir Instituto de Biologia, grafado em letras minúculas. on 2013-04-15T20:23:15Z (GMT) / Submitted by Santiago Fabio (fabio.ssantiago@hotmail.com) on 2013-04-23T20:53:28Z No. of bitstreams: 1 Dissert CMP.pdf: 2653172 bytes, checksum: 41a1901b589739db839ba53968a6afc2 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-04-25T16:37:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissert CMP.pdf: 2653172 bytes, checksum: 41a1901b589739db839ba53968a6afc2 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-04-25T16:37:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissert CMP.pdf: 2653172 bytes, checksum: 41a1901b589739db839ba53968a6afc2 (MD5) Previous issue date: 2004 / Estudos têm evidenciado que fatores locais afetam o número e a abundância de espécies coexistentes. Em uma área restrita de caatinga, na Reserva Biológica de Canudos (9o56?34?S e 38o59?17?W), estimaram-se as variáveis de estrutura do hábitat: densidade de arbustos e herbáceas, altura média de arbustos e herbáceas; e as relacionadas aos recursos: riqueza de espécies vegetais floridas, número de indivíduos floridos e abundância de flores disponíveis. Utilizou-se a correlação múltipla (índice de correlação de Pearson (r) e significância de 0,05 para testar a relação entre as citadas variáveis ambientais e a riqueza e abundância de espécies de abelhas. As variáveis faunísticas não demonstraram associação com as variáveis de estrutura do hábitat. No entanto, a riqueza de abelhas mostrou-se associada à riqueza de plantas floridas (r=0,537; p=0,039), à abundância de indivíduos floridos (r=0,580; p=0,023) e à abundância de flores (r=0,538;p=0,039); enquanto a abundância de abelhas apresentou correlação negativa e significativa com as três variáveis (r=-0,559, p=0,03; r=-0,573, p=0,026; r=-0,611, p=0,015, respectivamente). Segundo o paradigma da heterogeneidade dos recursos, o número de espécies em uma comunidade é positivamente relacionado ao de recursos disponíveis, e a abundância relativa das espécies é ditada pela dos recursos necessários. Os resultados corroboraram a primeira previsão, mas revelou um comportamento oposto ao esperado para a abundância dos recursos. A correlação negativa encontrada parece ser fruto da presença massiva das populações de Apis mellifera, espécie altamente generalista que monopoliza as fontes mais produtivas de recursos, podendo causar a diminuição das populações de abelhas nativas. / Salvador
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Biodiversidade e interações positivas em moitas de restinga

Silva, Fabiana Oliveira January 2012 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-07-15T18:45:36Z No. of bitstreams: 1 TESE_Silva FO_ 02 03 12.pdf: 4002362 bytes, checksum: 4955067979cfb364d976b5f9169a9a3b (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Valéria de Jesus Moura (anavaleria_131@hotmail.com) on 2016-06-21T17:27:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE_Silva FO_ 02 03 12.pdf: 4002362 bytes, checksum: 4955067979cfb364d976b5f9169a9a3b (MD5) / Made available in DSpace on 2016-06-21T17:27:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE_Silva FO_ 02 03 12.pdf: 4002362 bytes, checksum: 4955067979cfb364d976b5f9169a9a3b (MD5) / Capes / Muitos estudos desenvolvidos nas últimas décadas demonstram a importância da diversidade biológica na manutenção de interações ecológicas e processos ecossistêmicos fundamentais em diferentes escalas espaciais. Em escala local, alteração nos padrões locais de diversidade de espécies pode alterar a probabilidade de ocorrência de interações positivas, as quais são determinantes da estrutura das comunidades em ambientes estressantes. A conservação da diversidade biológica em ecossistemas tropicais é um desafio, diante do ainda grande desconhecimento dos padrões e acelerada perda de área nativa. A restinga constitui um exemplo, onde muitas questões ecológicas permanecem pouco entendidas, especialmente no que se refere as relações entre padrões locais de biodiversidade, heterogeneidade de recurso e interações facilitadoras. Assim, o papel funcional de muitas espécies permanece subestimado ou desconhecido, bem como o potencial das interações facilitadoras na geração e manutenção da biodiversidade. A restinga é adequada ao teste de hipóteses envolvendo interações interespecíficas positivas, sendo a facilitação apontada em estudos precedentes como relevante na estruturação e manutenção de padrões locais de diversidade. Assim, visando investigar a relação entre biodiversidade (riqueza/características funcionais) e facilitação escolhemos como cenário um remanecente de restinga costeira, localizado dentro da Área de Proteção Ambiental das Lagoas e Dunas do Abaeté. A pergunta central é qual o mecanismo pelo qual a biodiversidade favorece a coexistência em moitas? Uma das hipóteses é que a diversidade (riqueza de espécies, diversidade de características funcionais) em moitas aumenta as chances de estabelecimento de interações positivas entre as espécies. Com esse estudo pretendemos gerar um conjunto de informações que permitam relacionar os padrões locais de diversidade da comunidade vegetal em moitas com processos ecológicos locais. Mais especificamente buscamos avaliar a participação de interações facilitadoras entre plantas e os mecanismos envolvidos. Com estes propósitos em mente, organizamos a tese em quatro capítulos independentes. As questões abordadas em cada capítulo geram informações que subsidiam os capítulos subseqüentes. Inicialmente, no capitulo 1, descrevemos o contexto ambiental e a estrutura da comunidade em moitas. Assim, visando contribuir para o conhecimento dos padrões locais de diversidade, este estudo apresenta (1) a lista de espécies vegetais atualizada para a área da APA do Abaeté com base nos registros de herbário; (2) descreve a comunidade vegetal em moitas utilizando parâmetros de estrutura (riqueza, formas de vida, cobertura e distribuição vertical); (3) analisa a relação entre o número de espécies nas moitas com medidas de cobertura, isolamento e área de borda das moitas; e (4) investiga a existência de associação espacial entre fanerófitas abundantes localmente, visando identificar espécies potencialmente facilitadoras. Este estudo foi submetido a publicação pela revista Biota Neotropica, por isso está organizada segundo as normas do referido periódico. No capítulo 2 realizamos uma revisão do estado da arte do conhecimento sobre os estudos de facilitação, destacando a facilitação indireta via polinizadores A ênfase neste tipo de facilitação indireta diferencia esta revisão das anteriores, as quais enfocam facilitação direta. Assim, nesta revisão analisamos a literatura sobre facilitação direta e facilitação indireta via atração mutua de polinizadores em comunidades terrestres visando: quantificar temporalmente os trabalhos sobre facilitação via polinizadores em comunidades e detectar as lacunas do conhecimento sobre este tema. Este capítulo está organizado de acordo com as normas de publicação da revista AoB Plants. Os dois capítulos subsequentes investigam possíveis mecanismos pelos quais a diversidade em moitas (riqueza de espécies vegetais) influencia a diversidade de visitantes florais (capítulo 3) e ameniza condições abióticas pelo aporte e acumulação de serapilheira (capítulo 4). Em função da interdependência dos assuntos, algumas informações são repetidas nos capítulos subsequentes. A pergunta central do capítulo 3 é qual a relação entre a diversidade de visitantes e os padrões locais de riqueza e diversificação morfológica das flores em moitas? Para isso, caracterizamos o padrão local de riqueza de espécies e a diversidade de tipos florais em moitas. A seguir, discutimos se as relações encontradas entre estes aspectos e a diversidade de visitantes nas moitas evidenciam a hipótese de facilitação via atração compartilhada de polinizadores. No capítulo 4 investigamos o aporte e acumulação de serapilheira sob a copa de fanerófitas abundantes, relacionando-o como possível mecanismo facilitador de diversidade em moitas de restinga aberta. Assim, esperamos encontrar correlações positivas entre a riqueza e abundância de fanerófitas e a quantidade de serapilheira nas moitas. Postulamos ainda que se P. bahianum Daly é facilitadora, esperamos encontrar maior riqueza associada a sua ocorrência nas moitas e maior aporte e acumulação de serapilheira sob esta espécie em relação a outras fanerófitas abundantes. Para isso, relacionamos parâmetros de riqueza nas moitas à ocorrência de P. bahianum e à quantidade de serapilheira acumulada sob sua copa; e analisamos qualitativa e quantitativamente a contribuição relativa de P. bahianum, em relação a outras fanerófitas abundantes na formação de serapilheira na restinga estudada. Ao final da tese, no item considerações finais, apresentamos uma síntese das principais relações e evidências relacionando biodiversidade e interações positivas em moitas de restinga; destacamos ainda as principais contribuições deste estudo. Após este item, com base nos resultados sintetizados nesta tese, redigimos um artigo de divulgação científica “A restinga da Área de Proteção Ambiental do Abaeté: Patrimônio natural urbano ameaçado”. O mesmo encontra-se anexado como APÊNDICE ao final desta tese. Este artigo destina-se a divulgação rápida dos resultados do nosso estudo a comunidade em geral, técnicos ambientais e gestores públicos. Com isso, pretendemos atender a demanda local de informações sobre a APA do Abaeté, chamar a atenção do grande público sobre a importância de áreas naturais urbanas para a conservação da biodiversidade e, facilitar a inserção dos resultados da nossa pesquisa nas inciativas de manejo e conservação. / Salvador
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POLINIZAÇÃO DA MACIEIRA (MALUS DOMESTICA BORKH) NA CHAPADA DIAMANTINA, BA.

Silva, Elizabete Alves 22 August 2013 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-08-16T20:48:15Z No. of bitstreams: 1 output.pdf: 2244230 bytes, checksum: 22d5a6ac671939479c5bc9d185de2593 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-08-22T23:16:20Z (GMT) No. of bitstreams: 1 output.pdf: 2244230 bytes, checksum: 22d5a6ac671939479c5bc9d185de2593 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-08-22T23:16:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 output.pdf: 2244230 bytes, checksum: 22d5a6ac671939479c5bc9d185de2593 (MD5) / Capes, Bagisa / Estima-se que um terço dos recursos alimentares do ser humano depende diretamente da polinização por insetos, assim o declínio de polinizadores é uma séria ameaça aos sistemas agrícolas (KEVAN, 2004). KLEIN et al (2007) analisando dados de 200 países, selecionados por uma lista da FAO com culturas que representavam 99% da produção global de alimentos, concluíram que frutas, vegetais e produção de sementes de 87 das culturas mais importantes em termos globais dependem da polinização por animais, enquanto 28 não dependem. Esses autores observaram ainda que a maioria dos cultivos poderia sofrer perdas na produção devido a limitação de polinizadores, e dentre estes 13 dependem essencialmente dos polinizadores, 30 têm alta dependência, 27 apresentam dependência moderada e 21 têm pouca dependência. A perda na produção de frutos e de sementes tem sido claramente relacionada à escassez dos serviços de polinização, principalmente em áreas de agricultura intensiva que são geralmente isoladas de áreas naturais (RICHARDS, 2001). Por isso, o desenvolvimento de programas de manejo sustentáveis dos polinizadores e de conservação dos seus habitat naturais, é de fundamental importância para garantir esses serviços (AGUILAR, 2006). Muitos produtores obtêm os serviços de polinização em seus plantios por intermédio do aluguel de colônias de Apis mellifera (KREMEN & OSFELD, 2005), pois além dessas abelhas serem facilmente transportadas entre as plantações, elas são consideradas polinizadores eficientes de diversas culturas, dentre essas a macieira (KHAN & KHAN, 2004). A macieira (Malus domestica Borkh) é uma espécie que apresenta muitos cultivares com alto grau de incompatibilidade, sendo necessário dois ou mais cultivares que permita uma polinização cruzada eficiente (SOSTER & LATORRE, 2007). O que torna os serviços de polinização ainda mais necessários para esta cultura. Portanto o declínio da diversidade e abundância de insetos polinizadores nessa cultura é um importante fator que afeta a sua produtividade (CUTHBERTSON & BROWN, 2006). A maçã pertence à família Rosaceae e subfamília Pomoideae (SOUZA & LORENZI, 2005). A origem da maçã contemporânea é incerta, contudo evidências indicam que foi originada de terras altas entre o Mar Negro, Turquia e Índia, onde se expandiu para o ocidente estabelecendo variedades que resultaram dos vários cruzamentos feitos entre diversas espécies (HOLA, 1981 apud FREITAS, 1995). Atualmente é uma das frutas que engloba maior quantidade de variedades conhecidas, em que 3 a 4 mil variedades são cultivadas em maior ou menor escala, em diferentes partes do mundo (SILVA et al, 2002). No Brasil, o cultivo da maçã é uma atividade relativamente recente, até o inicio da década de 1970, o País importava maçãs que abasteciam o mercado nacional, porém, nos últimos anos obteve um significativo crescimento com a implantação de pomares comerciais na região do sul do país (PAGANINI et al 2004), tornando-se um importante componente da renda agrícola para o País (BRAGA et al, 2001).Atualmente, a cultura da maçã é uma atividade econômica relevante, com repercussão no cenário internacional, contribuindo com cerca de 1,5% da produção mundial, ou seja, aproximadamente 887 mil toneladas (PEREZ, 2006; www.abpm.org.br). O Brasil é praticamente auto-suficiente na produção de maçã e ainda exporta cerca de 10% da produção para mercados externos exigentes, como a Europa e os Estados Unidos (PAGANINI et al 2004). Segundo BRAGA et al (2001), de acordo com informações do Ministério de Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, as exportações tem se mantido crescente nos últimos anos, atingindo em 2000, 64,5 mil toneladas, com ingresso de aproximadamente 30,8 milhões de dólares no país. Em 2004 registrou-se o recorde nas exportações, na ordem de 153.043 toneladas (FIORAVANÇO, 2009) e com ingresso de 72 milhões de dólares, representando um aumento expressivo em poucos anos e podendo ser um exemplo real da possibilidade de substituição de importações e da ampliação do mercado interno e da conquista de mercado externo por produto de qualidade e competitividade (PEREZ, 2006). Na região Nordeste, a Bahia foi o primeiro a implantar a cultura da macieira (Figura 02), pela Empresa Bagisa S/A Agropecuária e Comércio no município de Ibicoara, Chapada Diamantina (Figura 03), em 2005, tendo como interesse inicial a produção no mercado regional (www.seagri.ba.gov.br). Tendo em vista a importância da polinização nas culturas agrícolas, o presente estudo se propõe a analisar a eficiência do manejo de colmeias empregadas por produtores de maçã (Malus domestica) na região da Chapada Diamantina, Bahia, mais especificamente será avaliado o efeito da distância das colmeias instaladas na área de estudo sobre a taxa de polinização e de visitação das abelhas. Pretendemos contribuir também com informações a cerca da biologia floral, dinâmica de produção de néctar, sistemas de polinização e visitantes florais dessa cultura em áreas tropicais, tendo em vista que a maioria dos estudos foi realizada em áreas temperadas e sabemos que a biologia e fenofases das variedades desta cultura podem ser influenciadas pelo clima, e ou condições físicas como umidade e temperatura. A partir dessas informações, pretendemos ainda, avaliar o déficit dos “serviços” de polinização para essa cultura na região e o papel dos recursos florais da variedade estudada na atratividade dos polinizadores. / Salvador, Bahia
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Ecologia e Biologia da Polinização de Aristolochia gigantea (Aristolochiaceae) Mart. e Zucc.

Sousa, Juliana Hipólito 25 May 2016 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-07-18T11:09:58Z No. of bitstreams: 1 Juliana Hipólito dissertação.pdf: 2372033 bytes, checksum: c04375fe806a41cb5114510712bae578 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva (sivalda@ufba.br) on 2016-05-25T20:01:20Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Juliana Hipólito dissertação.pdf: 2372033 bytes, checksum: c04375fe806a41cb5114510712bae578 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-25T20:01:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Juliana Hipólito dissertação.pdf: 2372033 bytes, checksum: c04375fe806a41cb5114510712bae578 (MD5) / Capes, Cnpq / A literatura clássica em ecologia da polinização baseia-se em uma visão adaptacionista, na qual os polinizadores teriam características especializadas às flores que visitam e essas aos seus polinizadores, sendo essas “adaptações” chamadas síndromes de polinização, onde a habilidade dos polinizadores em acessar as flores seria o foco central dos estudos (Faegri & van der Pijil 1979). Embora essa visão ainda perdure nos estudos atuais (e.g. Hingston & McQuillan 2000, Pérez et al. 2009), pelo fato das síndromes serem bons guias que provêem uma idéia inicial sobre a ecologia da polinização da planta, elas não devem ser utilizadas exclusivamente para desenhar conclusões sem estudos empíricos. As interações entre plantas e polinizadores são amplamente diversas e complexas para serem resumidas em alguns poucos termos, como características fenotípicas das espécies (Ollerton & Watts 2000). Mesmo nas espécies que parecem ter adaptações para tipos particulares de polinizadores, observações detalhadas demonstram a ocorrência de múltiplos visitantes nas flores (Ollerton 1996). Assim, caracteres específicos utilizados para previsão das síndromes, como caracteres florais nem sempre combinam perfeitamente com a morfologia dos polinizadores (Sakai et al. 1999). Complementarmente, a associação da morfologia floral e função das plantas aos caracteres energéticos, morfológicos e comportamentais dos polinizadores, pode não ter relação direta com a origem de adaptações, pois a polinização pode ser realizada relativamente com sucesso mesmo sem uma relação direta histórica com determinado grupo de polinizador, tratando-se muitas vezes de exaptações ao invés de adaptações senso stricto (Herrera 1996). Exaptações, assim, sugerem características que não foram “desenhadas” para determinada função propriamente, mas que existem por outras razões não relacionadas diretamente com pressões seletivas, sendo cooptadas para um novo uso (Gould & Vrba 1982, Sepúlveda 1 & El-Hani 2008). Além da atração por recursos oferecidos pelas plantas, a presença de polinizadores e flutuação destes nas comunidades, muitas vezes é influenciada pelo ambiente físico que age como filtro das comunidades (Sargent & Ackerly 2008), através de características abióticas (Andrieu et al. 2009) como por exemplo, características do micro habitat e/ou microclima (Herrera 1995, Torres et al. 2007) ou até mesmo por fatores em maior escala, decorrentes das mudanças climáticas globais (Torres et al. 2007). Além disso, a composição e a interação da fauna visitante também pode ser reflexo do contexto da paisagem na qual a população está inserida (Steffan-Dewenter et al. 2002, Devoto et al. 2005), revelando interações mais ou menos especializadas (Warren et al. 1988, Kearns 1992, Torres et al. 2007). Assim, mesmo quando muitos caracteres preditos pelas síndromes ocorrem, observam-se variações na fauna visitante, como por exemplo, espécies de plantas com síndrome de polinização noturna sendo mais eficientemente polinizadas por visitantes diurnos (Wolff et al. 2003, Giménez-Benavides et al. 2007), resultado da escassez de polinizadores por pressões ambientais (Wolff et al. 2003). Estudos têm demonstrado que espécies vegetais restritas a um único polinizador mais são exceções do que regra (Waser et al. 1996, Wolff et al. 2003, Sakai et al. 1999). Entretanto, apesar da maioria das espécies receber um espectro amplo de visitantes florais, nem todo visitante é um polinizador eficiente para garantir o mesmo sucesso reprodutivo (Lau & Galloway 2004, Carvalho & Machado 2006), consequentemente, para compreender a complexidade das interações entre flores e visitantes é fundamental avaliar a eficiência dos visitantes florais como polinizadores efetivos. A exploração de recursos florais muitas vezes requer habilidades comportamentais dos polinizadores para detectar sinais e associá-los aos recursos, além de habilidades morfológicas e fisiológicas para explorá-los (Waser et al. 1996), tais aspectos podem influenciar na eficiência do polinizador do ponto de vista da planta relacionado por exemplo, ao tamanho do polinizador (Boggs 1988), do seu aparato bucal (Svensson et al. 1998, Temeles et al. 2000), tempo gasto nas flores (Tepedino 1981, Keys et al.1995, Singh 2008), frequência de visitas (Tepedino 1981, Keys et al.1995), e forrageamento (Carvalho & Oliveira 2003). Essa associação de requerimentos do visitante com a sua capacidade de transporte dos grãos de pólen das plantas podem diferenciar um visitante floral de um polinizador efetivo, ou seja, aquele que realiza visitas legítimas, sem a retirada apenas do recurso, mas contatando as partes reprodutivas da planta possibilitando sua fecundação. Algumas espécies, realmente parecem ter estratégias especializadas que combinam suas estruturas reprodutivas com a capacidade dos visitantes em adquirir os recursos, restringindo a gama de visitantes que podem obter o recurso, e que podem de fato realizar a polinização, como por exemplo, plantas com anteras poricidas (Laporta 2005), grande parte das orquídeas com suas polínias (Weston et al. 2005), espécies do gênero Ficus e vespas (Chalcidoidea, Agaonidae) (Murray 1985), Yucca sp. (Agavaceae) e as larvas de lepidópteros que se desenvolvem em flores que serão polinizadas pelos adultos (Aker & Udovic 1981, Pellmyr & Huth 1994), e flores com mecanismos de armadilhas (Dafni 1984), dentre muitos outros. A especialização de uma planta a determinado grupo de polinizador, pode aumentar o seu sucesso reprodutivo, pois normalmente implica em uma menor perda de pólen (Dafni 1984, Wilcock & Neiland 2002). Por outro lado, morfologias florais mais especializadas, estariam mais sujeitas às variações nos “serviços” de polinização (Waser et al. 1996), ou seja, o seu sucesso reprodutivo correria maior risco decorrente da falha do transporte de pólen pela falta de vetores especializados (Wilcock & Neiland 2002). Variações nos “serviços” de polinização podem estar relacionadas à limitação de polinizadores, pólen e/ou polinização, muitas vezes fruto da pressão antrópica em ambientes naturais (Aizen & Feinsinger 1994, Kearns et al. 1998). Consequências como a diminuição significativa do número de frutos, podem ser observadas (Berjano et al. 2011), assim como influências na dinâmica populacional e viabilidade, com a limitação do recrutamento (Price et al. 2008). A limitação dos “serviços” de polinização, também pode ser consequência do isolamento de populações, decorrente de processos como a fragmentação (Kearns et al. 1998), ou de condições abióticas adversas como populações em locais de altitude na paisagem, que impedem o deslocamento de polinizadores (Eriksen et al. 1993, Arroyo et al. 2006, Pérez et al. 2009). Do ponto de vista do visitante floral, as implicações podem ocorrer em seu comportamento, que normalmente é afetado (Goverde et al. 2002), interferindo nas distâncias de forrageamento e densidades populacionais (Aizen & Feinsinger 1994). Para as plantas, as taxas de polinização são afetadas (Cunningham 2000), reduzindo a aptidão pelo decréscimo no número de óvulos fertilizados, de sementes maduras e de tubos polínicos (Aizen & Feinsinger 1994), aumentando as taxas de intercruzamento e reduzindo a variabilidade genética (Goverde et al. 2002), podendo levar inclusive a extinção de espécies (Lennartsson 2002). Sabe-se, entretanto, que as estratégias das plantas não se limitam apenas às interações com seus polinizadores, pois espécies podem se reproduzir sem a presença de vetores, através de estratégias de autofertilização, em que o pólen de uma mesma planta alcança seu estigma viável, ou através da apomixia, em que o fruto é formado sem a fusão de gametas, com o desenvolvimento do óvulo sem a recombinação de material genético. Muitas espécies combinam mecanismos associados à reprodução por vetores e sem eles, sendo as chamadas estratégias mistas de polinização (Kevan 1984, Goodwillie et al. 2005). Em populações de plantas isoladas, as frequências de polinização devem diminuir tanto pelas distâncias de forrageamento dos polinizadores, quanto pela atração destes que diminui pelas manchas populacionais menores (Kunin 1993, Mustajärvi 2001). Por outro lado, nessas espécies isoladas, com sistemas mistos de polinização, mecanismos de autofertilização são registrados em maior frequência (Eriksen et al. 1993, Arroyo et al. 2006, Pérez et al. 2009). Normalmente, a polinização cruzada, parece ser favorecida quando há a possibilidade desta ocorrer. Diversos são os exemplos de estudos com espécies economicamente importantes demonstrando um incremento da variabilidade genética pela polinização cruzada que resulta em aumento na produção de frutos e sementes (estudos citados em Free 1993, Maccagnani et al. 2003, Almeida et al. 2000) e/ou no maior vigor dos frutos (Alves & Freitas 2007, De Holanda-Neto et al. 2002, Nebel & Trump (1932). Em contraposição às vantagens da polinização cruzada, a auto-polinização, pode reduzir a formação de sementes, produzir sementes inviáveis (Torres & Galetto 2008) e levar a depressão genética (Mahy & Jacquemart 1999, Cheptou et al. 2001). No entanto, estudos têm revelado que em espécies com autogamia parcial ou completa o polimorfismo pode ser mantido (Marshall & Weir 1979), e que espécies com longo histórico de auto-cruzamentos parecem menos susceptíveis aos efeitos da depressão genética, demonstrando adaptabilidade a tal condição (Charlesworth & Charlesworth 1987). Já para plantas que se reproduzem por agamospermia, o polimorfismo genético não é mantido (Marshall & Weir 1979) e em espécies endêmicas ou de distribuição restrita os efeitos da baixa variabilidade genética parecem ser acentuados (Palacios & González-Candelas 1997). Por outro lado, essa estratégia, pode garantir a reprodução eliminando a dependência de polinizadores, aumentando também o potencial de colonização da espécie vegetal (Baker 1955). A ocorrência da polinização cruzada depende de diversos fatores como comportamento e presença de polinizadores e das características estruturais das flores, como cor, recursos e forma, que podem exercer pressões sobre as interações (Ellstrand & Elam 1993). Caracteres como barreiras temporais e espaciais na maturação dos órgãos reprodutivos, parecem auxiliar no favorecimento da polinização cruzada e por vezes no impedimento da autofertilização, já que o depósito de pólen por auto-polinização pode ter custo negativo no sucesso reprodutivo da espécie (Galen et al.1989). Contudo, não ocorrendo a polinização cruzada as plantas têm o benefício da formação de sementes ou frutos que mesmo quando possuem menor vigor garantem sua sobrevivência. A existência de um sistema misto de polinização é, assim, uma importante estratégia, mesmo em plantas especialistas, que apresentam neste sistema um produto de compensação muitas vezes por pressões de um cenário evolutivo em ambientes caracterizados por “serviços” de polinização variáveis, ou seja, habitats imprevisíveis (Pérez et al. 2009). Para Darwin, a existência de flores com morfologias especializadas, como Ophrys apifera, que são auto-fertilizadas, era um grande paradoxo já que seria esperado a ausência de autopolinização espontânea em plantas especializadas, principalmente devido às restrições mecânicas e seu tipo de desenvolvimento, como relatado em seu livro, publicado em 1862 (The various contrivances by wich British and Foreign Orchids are Fertilized by Insects). Atualmente, mais exemplos são encontrados de plantas com morfologias elaboradas ou ditas especializadas, como as orquídeas ou espécies da família Solanaceae, mas que devido às condições ambientais adversas utilizam mecanismos de fertilização que não incluem visitantes florais, embora em alguns casos, como das Solanaceae com anteras poricidas, a taxa de autofertilização seja bastante baixa (Liu et al. 2006, Pérez et al. 2009). As mudanças, ou as explicações para a adaptabilidade, mesmo quando aparentes, contudo, nem sempre são simples, envolvendo em muitos casos questões históricas e evolutivas, associadas à ecologia e à genética das espécies, que nem sempre podem ser acessadas. Assim, questões relativas à aplicabilidade das síndromes de polinização, ao papel da limitação de pólen e/ou polinizadores e ao efeito do isolamento de populações e interferência nos sistemas reprodutivos são grandes paradigmas encontrados na literatura em ecologia da polinização, cujos esforços para entendimento explicam-se na tentativa de entender as relações dentro de diferentes escalas e possíveis rupturas das relações entre plantas e seus polinizadores. Diante disso, a espécie Aristolochia gigantea Mart e Zucc apresenta-se, aparentemente, como excelente modelo para investigações de tais paradigmas nos tempos atuais. Esta espécie pertence à família Aristolochiaceae, grupo de angiospermas basais, que compreende cerca de 500 espécies, a maioria (370 espécies) inclusas no gênero Aristolochia (Judd et al. 2009), de distribuição primaria em regiões tropicais, embora muitas espécies desse gênero também sejam encontradas em ambientes temperados (Lawrence & González 2003). Países particularmente ricos em espécies são México e Brasil que contêm inclusive muitas espécies endêmicas ou de distribuição restrita (González 1998). As flores desta família chamam atenção principalmente pelo seu grande tamanho, sendo consideradas as maiores do mundo, juntamente com as flores de Rafflesia (Endress 1994) e também pela coloração conspícua semelhante a cor de carne, normalmente uma coloração vermelha escura salpicada com manchas brancas. De maneira característica e bem conhecida as flores de Aristolochia são altamente derivadas funcionando como armadilhas para insetos que realizam sua polinização (Knoll 1929 apud Rulik et al. 2008). Embora o gênero seja bastante diverso possui um plano básico floral relativamente estável, formado por um perianto monossimétrico, de simetria zigomorfa com apenas três sépalas unidas em um tubo longo, formando uma armadilha (Endress 1994). Semelhante a ocorrência de um mesmo plano básico, a biologia floral das espécies parece apresentar muitos aspectos em comum. Segundo Bello et al. (2006), o estudo da biologia floral é registrado desde 1923 por Cammerloher, seguido pelos trabalhos de Petch (1924) e Daumann (1959), demonstrando a ocorrência de forte protoginia. Registros da biologia floral juntamente com os de polinização revelam que os insetos são atraídos pela emissão de odores no lobo do perianto no primeiro dia de abertura das flores e as papilas presentes, forçam o caminho para que os insetos não consigam sair e fiquem aprisionados onde o néctar é secretado, no segundo dia onde não mais existe a produção de odor, os estigmas se unem impossibilitando o recebimento de pólen e as anteras se abrem liberando o pólen aos prisioneiros que são libertados (Proctor et al. 1996). O odor nesta família tem papel importante na atração de polinizadores, sendo atribuído a grande parte das espécies estudadas a presença de essências com odor desagradável, semelhante à carne em putrefação (Endress 1994, Proctor et al. 1996). As espécies de Aristolochiaceae têm uma forte relação de polinização com moscas saprófitas, que buscam as flores para depositar seus ovos ou para encontrar um parceiro reprodutivo (Sakai 2002, Rullik et al. 2008, Nakonechnaya et al. 2008). A síndrome descrita para a família é a de sapromiofilia (Faegri & van der Pijil 1979) corroborada aparentemente pela maior parte dos estudos realizados, sendo os dípteros os visitantes predominantes, além de principais polinizadores, pela análise da carga polínica (Costa & Hime 1981, Sakai 2002, Trujillo & Sérsic 2006, Nakonechnaya et al. 2008, Rulik et al. 2008). Contudo, outros visitantes, mesmo que em menor número, são também reportados, pertencentes às famílias Coleoptera, Hymenoptera, Psocoptera, Hemiptera, Neuroptera, Thysanoptera, Lepidoptera (Costa & Hime 1981, Sakai 2002, Burgess et al. 2004, Rulik et al. 2008). A autopolinização dentro de uma mesma flor (autogamia) não ocorre nas flores desta família, já que a protoginia ocorre. No entanto há registros tanto de espécies autoincompatíveis (Burgess et al. 2004) quanto de espécies auto-compatíveis (Trujillo & Sérsic 2006). Para Aristolochia gigantea, estudos são escassos, o único trabalho publicado sobre a biologia da polinização desta espécie foi realizado por Costa & Hime (1981) em planta cultivada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ou seja, fora do ambiente natural. Previamente, no primeiro trabalho realizado com a espécie, na qual é feita sua descrição, infere-se como habitat natural o estado da Bahia, embora sem maiores informações sobre municípios e/ou locais (Martius & Zuccarini, 1824). Em trabalhos posteriores, confusões sobre as informações quanto a sua origem e distribuição parecem começar a ocorrer, pois em Barringer (1983) registra-se a ocorrência da planta para as florestas úmidas do Panamá e Brasil Amazônico, embora esse autor registre diferenças no material da América Central e América do Sul, sendo as flores deste último maiores. Já no trabalho de Masters (1869) a origem da planta é atribuída a locais “em montanhas” na Bahia e Minas Gerais. Trabalhos posteriores citam a origem da espécie apenas na Bahia (Bellair & Saint-Léger 1899) e na Bahia e em Minas Gerais (Rodigas 1893, Costa & Hime 1981, Capellari-Junior 1991). Segundo Capellari-Junior (1991) esta espécie ocorre em regiões do bioma caatinga, porém preferencialmente em áreas úmidas como margens de rios, matas secundárias, pastagens e bordas de estradas, e quando cultivada, desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo. Talvez por isso haja certa confusão no registro de algumas espécies, como por exemplo, da espécie reportada por Barringer (1983) que deve ser cultivada na Amazônia (Capellari-Junior 1991). Registros de espécies são encontrados em herbários no Brasil como nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, e fora do país na Costa Rica, Panamá e Estados Unidos, embora tais registros sejam atribuídos a espécies cultivadas (Costa & Hime 1981, Capellari-Junior 1991). A contradição nas informações mostra a necessidade de estudos que visem esclarecer a distribuição e origem de Aristolochia gigantea. Uma importante e útil ferramenta para analisar os padrões de distribuição geográfica é a modelagem ecológica de distribuição de nicho. Nesta abordagem, um modelo de nicho ecológico é construído, baseado nos valores de variáveis ambientais (dimensões do nicho) de localidades conhecidas e projetado em um espaço geográfico para a identificação de regiões potenciais para a ocorrência das espécies (Scott et al.2002). A aplicação desta técnica é bastante útil em caracterizar distribuições geográficas baseadas em conjuntos de dados muitas vezes incompletos, como em espécies não estudadas e que podem apresentar erros quanto a sua distribuição (Siqueira et al. 2009). Complementarmente a confusão na distribuição, o odor em Aristolochia gigantea não parece algo bem estabelecido. Capellari-Junior (1991) reportou diferenças nos registros de herbários encontrados referentes ao odor das espécies, pois em notas de plantas na região de origem (áreas de caatinga) as flores desta espécie apresentam odor de carne em putrefação, mas quando cultivadas em São Paulo as flores apresentavam odor semelhante à erva-cidreira. O estudo de Costa & Hime (1981) com a espécie, embora tenha focado apenas em características das flores como morfologia, pigmentos e polinizadores, sem tratar do sistema reprodutivo da espécie registraram seu odor como forte e adocicado, semelhante a frutas em decomposição, mas sem chegar a ser tão desagradável. Poderíamos esperar assim por algumas informações contrastantes que ou há mais de uma espécie dita como Aristolochia gigantea, ou variações podem ocorrer naturalmente na espécie, inclusive no seu odor. Observações prévias realizadas em campo por P.G. Kevan, B. F. Viana e F. O. da Silva, na Bahia, apontaram a existência de odor de citronela nas flores e nenhum visitante floral foi encontrado. Os odores desta espécie são uma mistura bastante complexa, aparentemente o odor de carne em putrefação pode ocorrer dentro do utrículo, mas o odor de citronela é encontrado no perianto (Robert Raguso pers. com.). Seria esperada então, pelo odor de putrefação (não foi observado in situ), a atração por dípteros saprófitos, mas o odor de citronela é associado normalmente como repelente de moscas. Outros visitantes, como as abelhas euglossíneas (Euglossine, Hymenoptera, Apidae) podem ser atraídas por citronela (Dodson et al. 1969, Pearson & Dressler 1985), mas poderíamos também esperar encontrar outros dípteros não saprófitos (Howlett 1912 apud Jang et al. 1997). A distância entre os indivíduos de A. gigantea pode também ser crucial para identificar padrões relacionados à disponibilidade de polinizadores e as estratégias reprodutivas da planta, ou seja, se as espécies estiverem isoladas o bastante para impedir o deslocamento dos polinizadores elas podem estar com altas taxas de autofertilização. Todavia, para acessar a maior parte da variabilidade existente da espécie, além do uso de ferramentas ecológicas, é fundamental o uso de ferramentas genéticas, por proporcionarem mais elementos para análise da estrutura populacional. O uso da genética em trabalhos de ecologia da polinização permite que elementos da história das espécies possam ser reconstruídos, unindo aspectos evolutivos e de mudanças dos grupos de polinizadores ou estratégias de polinização (Reddy et al. 2002, Pérez et al. 2006, Pérez et al. 2009), além disso, estratégias de conservação podem ser suplementadas (Crema et al. 2009). Diante das questões levantadas, da ausência de estudos em ambientes naturais com Aristolochia gigantea e principalmente pela possibilidade da relação desta espécie com uma possível mudança na síndrome de polinização prevista, provavelmente por pressões ambientais como a limitação nos “serviços” de polinização, a presente dissertação tem como objetivo principal prover melhor entendimento da diversidade de mecanismos de polinização e distribuição geográfica no gênero Aristolochia e nas angiospermas basais em geral. Assim, no primeiro capitulo iremos apresentar os resultados das investigações relacionadas ao sistema de polinização de A. gigantea e no segundo o modelo preditivo da distribuição dessa espécie baseada nas características do seu nicho. / Salvador
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“Síndromes intermediárias de polinização” e suas implicações ecológicas: O caso de Paliavana tenuiflora Mansf. (Gesneriaceae: Sinningeae) em Mucugê - Chapada Diamantina – Bahia

Ferreira, Patrícia Alves 22 August 2013 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-08-20T20:49:51Z No. of bitstreams: 1 Patricia Ferreira - Dissertação 2008.pdf: 988226 bytes, checksum: 0f03c63cd35328dd6921ba1e1f126992 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-08-22T23:17:39Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Patricia Ferreira - Dissertação 2008.pdf: 988226 bytes, checksum: 0f03c63cd35328dd6921ba1e1f126992 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-08-22T23:17:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Patricia Ferreira - Dissertação 2008.pdf: 988226 bytes, checksum: 0f03c63cd35328dd6921ba1e1f126992 (MD5) / Fapesb / Investigações recentes baseadas nas características florais sugerem que algumas espécies do gênero Paliavana podem estar em uma condição intermediária entre diferentes síndromes de polinização, com características florais associadas a amplo espectro de visitantes, como beija-flores, abelhas e morcegos. Paliavana tenuiflora Mansf. (Gesneriaceae: Sinningeae) está associada a áreas de altitude, campos rupestres e exibe diversas características associadas à polinização por estes grupos. Assim o objetivo deste estudo é investigar a importância dos visitantes florais, para a polinização dessa espécie, em áreas de campos rupestres na Chapada Diamantina, Mucugê, Bahia, Brasil. Informações sobre morfologia floral e biologia da polinização foram registradas e a autocompatibilidade do sistema reprodutivo foi testada. Os visitantes florais foram coletados e a sua eficiência foi investigada. Para análise dos dados utilizou-se o teste de regressão linear e ANOVA (one-way), α = 0,05. Paliavana tenuiflora apresenta características intermediárias entre polinização por abelhas grandes e beija-flores. Dentre os visitantes, as abelhas grandes, principalmente Bombus brevivillus são os polinizadores eficientes e o beija-flor Phaethornis pretrei é o polinizador ocasional. Morcegos não foram observados visitando as flores, apesar de terem sido observados na área de estudo. Nossos resultados revelam que P. tenuiflora apesar de ter um sistema intermediário de polinização onde diferentes espécies podem contribuir igualmente para o sucesso reprodutivo, são efetivamente polinizadas por abelhas grandes e diurnas. Assim, o sistema de polinização em P. tenuiflora pode estar sendo deslocado de um sistema mais generalista e plástico para um sistema onde predomina a melitofilia. Outra possibilidade é que as pressões exercidas pelas condições ambientais podem estar sendo mais determinantes para o sistema de polinização de P. tenuiflora do que os atributos morfológicos de suas flores. / Salvador, Bahia
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Uso de Abelhas sem Ferrão (Hymenoptera, Apidae: Meliponini) na polinização do tomate cereja cultivado em casa de vegetação / Use of stingless bees (Hymenoptera, Apidae: Meliponini) in pollination of tomato cherry grow in a greenhouse

Moraes, Maira Coelho de Moura 28 November 2014 (has links)
Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2016-02-11T09:10:11Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1162750 bytes, checksum: e80466cebbdb1802d72951ea1aab1c8f (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-11T09:10:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1162750 bytes, checksum: e80466cebbdb1802d72951ea1aab1c8f (MD5) Previous issue date: 2014-11-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da polinização realizada pelas abelhas sem ferrão Melipona quadrifasciata, Melipona bicolor, Nannotrigona testaceicornis e Partamona helleri na qualidade dos frutos do tomate do grupo “Cereja” cultivado em casa de vegetação. Os experimentos foram realizados no campus da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados dois híbridos de tomate cereja, de coloração vermelha „Chipano ® ‟ e amarela „Sweet Gold ® ‟. Diferenças significativas foram encontradas entre as médias dos parâmetros avaliados, independente do híbrido utilizado. No primeiro experimento foi realizado de abril a julho de 2013, foram plantados dois híbridos e a abelha utilizada foi M. quadrifasciata. Os tratamentos realizados foram: autopolinização espontânea e com visitação da abelha. Nos experimentos II e III realizados de abril a julho de 2014, foi cultivado somente o híbrido Chipano ® e as quatro espécies de abelhas foram utilizadas. Os tratamentos realizados foram: autopolinização, polinização manual, polinização cruzada manual, polinização por abelha e polinização por visita única. Em todos os experimentos os frutos originados de flores polinizadas pelas abelhas foram mais pesados, com maior número de sementes, maior espessura do pericarpo e maior tamanho que os frutos autopolinizados. Uma única visita de M. Bicolor ou de N. testaceicornis foi suficiente para polinizar as flores do tomateiro. Os frutos do tratamento de polinização cruzada manual não diferiram estatisticamente dos frutos autopolinizados. O aumento da qualidade dos frutos produzidos a partir de flores polinizadas pelas abelhas ressalta a importância da presença desses insetos como polinizadores do tomate cereja em ambiente fechado. Essas abelhas podem se adaptar as condições da casa de vegetação, porém torna-se necessário a realização de estudos que permitam um manejo adequado, de modo a melhorar seu desempenho como polinizadoras nesse tipo de ambiente. / This study aimed to evaluate the effect of pollination by stingless bees Melipona quadrifasciata, Melipona bicolor, Nannotrigona testaceicornis and Partamona helleri in fruit quality of tomato group “Cherry” grown in a greenhouse. The experiments were carried out on the Universidade Federal de Viçosa. Two cherry tomatoes hybrid were used, red coloration 'Chipano ® ' and yellow 'Sweet Gold ® '. Significant differences were found between the means of the parameters evaluated, regardless of the hybrid used. The first experiment was conducted from April to July 2013 were tested both hybrids and the stingless bee, M. quadrifasciata was used. The treatments were: self-pollination and bee visitation. In experiments II and III conducted from April to July 2014, only the hybrid Chipano ® was used and the four species were tested. The treatments were: self-pollination, hand pollination, manual cross-pollination, pollination by bees and pollination single visit. In all experiments, the fruit originated from flowers pollinated by bees were heavier, with larger seeds, thicker pericarp and larger fruit that self-pollination. A single visit of M. bicolor and N. testaceicornis was sufficient to pollinate the tomato flowers. The fruits of the treatment manual cross-pollination did not differ statistically from self-pollination. The increased quality of fruit produced from flowers pollinated by bees highlights the importance of the presence of these insects as pollinators of cherry tomatoes or indoors. These bees can adapt the conditions of a greenhouse, but it is necessary to conduct studies that allow proper management in order to improve their performance as pollinators in this of environment.
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Expressão sexual, polinizadores e sistema reprodutivo em Piper caldense C. DC. (Piperaceae) em fragmento de Floresta Atlântica / Sexual expression, pollinators and breeding system in Piper caldense C. DC. (Piperaceae) in an Atlantic Forest fragment

Rojas, Diana Lucia Vargas 28 January 2015 (has links)
Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2016-04-26T08:27:17Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 480105 bytes, checksum: 9f363ea960a0e87f70684e0b99f4f997 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-04-26T08:27:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 480105 bytes, checksum: 9f363ea960a0e87f70684e0b99f4f997 (MD5) Previous issue date: 2015-01-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Piper inclui mais de 1.000 espécies e 285 delas ocorrem no Brasil. Apesar da riqueza em espécies e importância ecológica em florestas brasileiras, por ser um dos mais importantes componentes de sub-bosques, estudos realizados sobre a biologia reprodutiva em Piper são escassos. Entre os aspectos analisados, o hermafroditismo tem sido considerado um atributo reprodutivo basal, mas podem ocorrer variações dessa expressão sexual. Além disso, a dicogamia é comum e a entomofilia e a anemofilia foram registradas ou inferidas. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos da biologia reprodutiva de Piper caldense C. DC., tais como, a sexualidade e funcionalidade das flores, seu sistema reprodutivo e os polinizadores. O estudo foi realizado em indivíduos de população natural de P. caldense na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso, em Viçosa, Zona da Mata de Minas Gerais. Foram utilizadas espigas frescas e estocadas em etanol 70% para avaliar a funcionalidade e a dinâmica de exposição das áreas receptivas e da liberação dos grãos de pólen. Informações complementares foram obtidas por meio de estudo morfo-anatômico, utilizando as técnicas usuais de microscopia de luz e eletrônica de varredura. A viabilidade polínica foi testada em 40 espigas utilizando carmim acético. Observações em campo foram feitas para analisar a sexualidade de 50 indivíduos, nos quais se realizaram medições de comprimento e diâmetro em espigas com flores no final da antese. Foram ensacadas 15 espigas para verificar a ocorrência de autopolinização espontânea. A frequência e o comportamento de visita dos polinizadores foram observados durante cinco dias não consecutivos. As inflorescências de P. caldense apresentaram dois morfos florais: estaminado e hermafrodita. Cada morfo encontra-se em espigas diferentes. Esses morfos ocorrem num mesmo individuo, caracterizando a andromonoicia; além disso, foram observados indivíduos apenas com espigas com flores estaminadas. A antese das espigas com flores estaminadas antecedeu a antese das espigas com flores hermafroditas. A dinâmica de liberação de pólen foi assincrônica para os dois morfos. Há protoginia incompleta e a exposição e a senescência das papilas estigmáticas ocorrem de forma gradual e sequencial, em sentido basípeto. Há autoincompatibilidade e, portanto, dependência por polinizadores para que ocorra a frutificação. Quanto aos polinizadores, foram registradas 15 espécies, pertencentes às ordens Hymenoptera e Diptera. Dentre os himenópteros, Apis mellifera foi a espécie mais frequente e entre os dípteros, destacou-se Ocyptamus sp.1. / Piper includes more than 1,000 species and 285 of them occur in Brazil. Despite of the richness of species and ecological importance in Brazilian forests, for being one of the most important components of understories, research about reproductive biology in Piper are scarce. Among the aspects analyzed, hermaphroditism has been considered a basal reproductive attribute, but can occur be variations of this sexual expression. Furthermore, dichogamy is common, entomophily and anemophily were recorded or inferred. The aim of this research was to study the reproductive biology of Piper caldense C. DC., such as sexuality and functionality of flowers, reproductive system and pollinators. The study was conducted with plants of a natural P. caldense population at the Station of Research, Environmental Training and Education Mata do Paraíso in Viçosa, state of Minas Gerais, in southeastern Brazil. Fresh and stored spikes in 70% ethanol were used to evaluate the functionality and the dynamics of stigmatic expouse and pollen release. Additional information was obtained through morpho-anatomical study using the usual techniques of light and scanning electron microscopy. Pollen viability was tested in 40 spikes using acetic carmine. Field observations were made to analyze the sexuality of 50 individuals in which were measured the length and diameter in spikes with flowers at the end of anthesis. We bagged 15 spikes to verify the occurrence of spontaneous self-pollination. The frequency and the visiting behavior of pollinators were observed during five non-consecutive days. The inflorescences of P. caldense had two floral morphs: staminate and hermaphrodite. Each morph is found in different spikes. These morphs occur in the same individual, featuring andromonoecy; besides this, individuals only bearing spikes with staminate flowers were observed. Anthesis of spikes with staminate flowers occurred before anthesis of spikes with hermaphrodite flowers. The dynamic of pollen release was asynchronous in the two morphs. Incomplete protogyny was recorded and the exposure and senescence of stigmatic papillae occur gradually and in sequence, in basipetal direction. The species is self- incompatible and depends on pollinators for fruit. Were registered 15 species of pollinators belonging to Hymenoptera and Diptera. Among the Hymenoptera, Apis mellifera was the most frequent and in Diptera, Ocyptamus sp.1. / Sem lattes
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Biologia reprodutiva de Ditassa burchellii Hook. & Arn. (Asclepiadoideae, Apocynaceae): fenologia, morfologia funcional, polinizadores e análise química de voláteis / Reproductive biology of Ditassa burchellii Hook. & Arn. (Asclepiadoideae, Apocynaceae): phenology, functional morphology, pollinators and chemical analysis of floral volatiles

Fontes, Anderson Lopes 29 January 2015 (has links)
Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2016-04-26T09:13:54Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1565284 bytes, checksum: a327496dfa59d7edcbe2e8b07edd5881 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-04-26T09:13:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1565284 bytes, checksum: a327496dfa59d7edcbe2e8b07edd5881 (MD5) Previous issue date: 2015-01-29 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais / Ditassa R. Br. é um gênero neotropical composto por 100 espécies de lianas volúveis, distribuídas por toda a América Latina, exceto o Chile, e excepcionalmente no México. São 60 espécies brasileiras, 49 destas endêmicas. Ditassa burchellii Hook. & Arn. é restrita ao Distrito Federal e aos Estados do Sul e Sudeste. Na ocasião da sua floração, é facilmente localizada devido ao forte odor de urina liberado pelas suas pequenas flores, com cerca de 3 mm de diâmetro. Foi objetivo analisar as estratégias reprodutivas sexuadas dessa espécie, no maior remanescente de Floresta Atlântica do município de Viçosa, sudeste brasileiro. Para tanto, sete indivíduos foram acompanhados no período entre março de 2013 e dezembro de 2014. Neles, foi registrada a fenologia reprodutiva e, adicionalmente, foi verificada a sazonalidade das fenofases e sua correlação com as variáveis ambientais. A morfologia floral e o mecanismo de polinização foram analisados com auxílio da microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura, através de procedimentos usuais. Para verificar a atividade dos visitantes florais, foi quantificada a remoção de polinários em 450 flores senescentes. Os visitantes florais foram identificados e a frequência de visitação foi realizada no pico da floração. A composição específica dos voláteis florais foi quantificada utilizando Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas. A floração e frutificação ocorreram, respectivamente, na transição da estação chuvosa para seca e na estação seca, com sobreposição entre elas e picos distintos e sequenciais. Os ciclos fenológicos foram ajustados à sazonalidade climática, influenciados principalmente pela precipitação, temperatura e comprimento do dia. A morfologia floral é semelhante à morfologia de outras espécies de Asclepiadoideae. Entretanto, a presença de tecidos secretores nos segmentos estaminais da corona é inédita. O néctar é o recurso procurado pelos visitantes florais e acumula-se em cavidades nectaríferas, localizadas abaixo das fendas anterais. Ao acessar o recurso, o aparelho bucal dos polinizadores é capturado pela fenda, que a percorre de baixo para cima, resultando em remoção ou inserção de polínias. Este mecanismo de polinização também foi observado em outras Asclepiadoideae. As flores apresentaram a tendência de um ou dois polinários removidos. Foram observados 53 espécies de visitantes florais, distribuídas entre as ordens Hymenoptera (23 espécies) e Diptera (30 espécies). Apesar dessa diversidade, D. burchellii foi caracterizada como sapromiiófila. Os principais polinizadores foram as micro-moscas (cerca de 4-5 mm) da família Milichiidae, que realizaram 23,49% das visitas. Os compostos mais abundantes encontrados nos voláteis florais foram (E)- -ocimeno, (E)- cariofileno, α-copaeno, tiglato de (Z)-hex-3-enila e p-1,3,8-mentatrieno, que provavelmente são os responsáveis pela atratividade dos insetos visitantes. / The neotropical genus Ditassa R. Br. consists of about 100 species of lianas, distributed in Latin America, except Chile, and exceptionally in Mexico. There are 60 Brazilian species, of which 49 are endemic. Ditassa burchellii Hook. & Arn. is restricted to the Distrito Federal and the states of the South and Southeast. On occasion of flowering, it is easily located because of the strong odor of urine released by its small flowers, with about 3 mm diameter. Our goal were to analyse the reproductive strategies of this specie, in the largest fragment of Atlantic Forest located in the municipality of Viçosa, southeastern Brazil. For this purpose, seven individuous were monitored from March/2013 to December/2014. The reproductive phenology was recorded in these individuous and, additionally, were verified seasonality of the fenofases and their correlation with environmental variables. The floral morphology and pollination mechanism were analysed with the aid of studies in light microscopy and scanning electron microscopy. For that, we applied the usual methods. Removal of pollinaria was measured at 450 senescent flowers to check the activities of floral visitors. The floral visitors were identified and the visitation frequency was assessed during flowering peak. The specific composition of floral volatiles was quantified using gas chromatography coupled to mass spectrometry. The flowering and fruiting occurred respectively in the transition from the rainy to dry and dry seasons, with overlap between them and distinct and sequential peaks. The phenological cycles were adjusted to climate seasonality, influenced mainly by rainfall, temperature and daylength. The flower morphology resembles the morphology of other species of Asclepiadoideae. However, the presence of secretory tissues in staminal corona is unprecedented. Nectar is the resource used by floral visitors and it accumulates inside the nectar cavity, located below the anther slit. To access the resource, the pollinator mouthparts is “caught” by the anther slit, that runs upwards, resulting in removal or insertion of pollinia. This pollination mechanism was also observed in other species of Asclepiadoideae. The flowers showed one or two pollinia removed per flower. The floral visitors of D. burchellii were 53 insects species, distributed among the orders Hymenoptera (23 species) and Diptera (30 species). Despite this diversity, D. burchellii was characterized as sapromyiophilous. The main pollinators were small flies from Milichiidae family (about 4-5 mm), accounted for 23,49% of the visits. The most abundant compounds found in the floral volatiles were (E)- -ocimene, (E)- caryophyllene, α-copaene, ethyl tiglate e p-1,3,8-menthatriene, which probably are responsible for the attractiveness of visiting insects.

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