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Grupo terapêutico com crianças autistas: uma aposta no sujeitoLaura Livramento da Silva de Oliveira 05 November 2015 (has links)
O propósito deste trabalho foi refletir sobre o atendimento em grupo com crianças autistas. O autismo é aqui compreendido não pelo viés do que lhe falta, mas como um sujeito em potencial que apresenta dificuldades em três eixos principais, a saber: o eixo da esfera relacional, o eixo da linguagem e o eixo do repertório de interesses e das estereotipias. À luz da psicanálise de orientação lacaniana, o que interessa no autismo não é o diagnóstico em si, mas o jogo pulsional que se desenha interrompido e a possibilidade de intervenção que preconiza o sujeito como possível de se constituir. Entre as estratégias plausíveis de intervenção, o grupo tem lugar de realce nos manejos do trabalho clínico com crianças autistas, apesar de existir, no autismo, uma séria dificuldade na relação com o outro. Portanto, esta pesquisa se propôs a analisar o dispositivo terapêutico grupal como um recurso que contribui no processo de constituição subjetiva dessas crianças. A pesquisa foi realizada mediante coleta do depoimento de quatro profissionais de diferentes instituições da cidade do Recife, as quais foram selecionadas por serem especializadas no tratamento de crianças autistas e possuírem larga experiência e reconhecimento tanto social quanto acadêmico. Para análise do conteúdo dos depoimentos, foi feita uma categorização das respostas de modo a obter uma compreensão de cada depoimento per si e, ao mesmo tempo, uma comparação entre eles, verificando os pontos convergentes e divergentes. De forma geral, os pontos divergentes diziam respeito mais ao modo específico de funcionamento de cada grupo do que ao objetivo do grupo em si. Os aspectos mais realçados no trabalho de grupo foram: formação do grupo, planejamento, investimento libidinal do terapeuta, linguagem/comunicação, transferência, reunião de equipe, janela pulsional e saída do grupo. Tais aspectos não só viabilizam esse recurso clínico como auxiliam na [re]estruturação psíquica de crianças autistas. Portanto, é consenso que o dispositivo terapêutico grupal é uma estratégia de intervenção possível e pode provocar rearranjos psíquicos que são postos a serviço da constituição subjetiva e, sendo assim, do sujeito.
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O uso do brincar na clínica com ciranças autistasIngrid Coelho Sales de Mello 22 September 2015 (has links)
Esta dissertação é produto de algumas reflexões originadas durante um período de trabalho em alguns CAPS na cidade de Campina Grande/PB, no qual eram realizados atendimentos em grupo, e individual, com crianças autistas. A partir dessa experiência, surgiu o interesse de pesquisar sobre o espaço relacional nesses encontros e as possibilidades de interação entre crianças com autismo e o outro. Um aspecto importante nesse período em que participei dessas atividades do CAPS, foi observar o uso que essas crianças autistas faziam da
experiência do brincar, despertando-me o interesse em pesquisar o que acontece nesse fenômeno, e se é possível pensá-lo como um dispositivo favorecedor da intermediação entre a criança e o outro. Winnicott destaca que o brincar é uma atividade elaborada, que permite a criação da externalidade com condição para o viver criativo, no qual se desenvolve o pensar, o conhecer e o aprender de forma significativa, e brincando que se aprende a transformar e usar
os objetos do mundo para nele realizar-se e inscrever os próprios gestos, criando a própria subjetividade. Assim, questões pertinentes ao autismo e ao brincar foram discutidas neste trabalho, considerando a importância da relação mãe-bebê, entendendo que uma falha nesta
relação poderá trazer dificuldades no processo de amadurecimento dela. Foi nesse contexto que o trabalho teve como objetivo estudar o uso do brincar na relação da criança autista com o outro. Tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativa, que usou o referencial teórico da
teoria psicanalítica, sobretudo winnicottiana, a respeito do autismo, bem como acerca do brincar, na condição de eixos fundamentais. Algumas discussões foram realizadas, a partir de memórias de atendimento a crianças autistas no contexto de CAPS, como ilustração para o debate sobre o brincar na terapêutica com essas crianças. Ao fim do trabalho, constatou-se que o brincar permite à criança desvendar um mundo para além de si mesmo, facilitando o trabalho psicoterápico e a relação interpessoal com o outro e funcionando como um dispositivo terapêutico útil. / This work is the product of some reflections originated during a period of work in some CAPS in the city of Campina Grande / PB, in which calls were made in group and individual with autistic children. From this experience, became interested in researching the relational
space in these meetings and the possibilities for interaction between children with autism and the other. An important aspect in this period I participated in these activities CAPS, was observed using these autistic children were the experience of playing, awakening my interest
in researching what happens in this phenomenon, and that you can think of it as a device favoring the intermediary between the child and others. Winnicott points out that the play is an elaborate activity that enables the creation of externality with condition for creative living,
which develops thinking, knowing and learning in a meaningful way, and playing you learn to transform and use the objects the world for it to carry out and sign the gestures themselves, creating their own subjectivity. Thus, issues related to autism and the play were discussed in this paper, considering the importance of the mother-infant relationship, understanding that a failure in this regard might cause difficulties in her maturing process. It was in this context
that the work aimed to study the use of play in respect of the autistic child with the other. This was a qualitative research study, which used the theoretical framework of psychoanalytic theory, particularly Winnicott, about autism and about the play, provided the cornerstones.
Some discussions were held, from service to autistic children memories in the context of CAPS, as an illustration to the debate about play therapy in these children. At the end of work, it was found that the play allows the child to unravel a world beyond itself, facilitating
psychotherapeutic work and the interpersonal relationship with each other and functioning as a useful therapeutic device.
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Grupo terapêutico com crianças autistas: uma aposta no sujeitoOliveira, Laura Livramento da Silva de 05 November 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-11-05 / The purpose of this study was to reflect on the therapeutic group with autistic children. The autism is understood here not from the angle of what is lacking to it, but as a potential subject that presents difficulties in three main axes, namely: the axis of the relational sphere, the axis of language and the axis of the repertoire of interests and the stereotypies. To Lacanian psychoanalysis, what matters in autism is not the diagnosis itself, but the instinctual game that happens interrupted and the possibility of intervention that calls for the subject as possible to constitute himself. Among the plausible intervention strategies, the group takes highlighting place in the handling of clinical work with autistic children, although there is, in autism, a serious difficulty in the relationship with the other. Therefore, this study aimed to analyze the therapeutic group device as a resource that contributes to the constitution subjective process of these children. The survey was conducted by collecting the testimony of four professionals from different institutions in the city of Recife, which were selected because they are specialized in the treatment of autistic children and have extensive experience and recognition both social and academic. The analysis of the content of the testimonies, was made a categorization of answers in order to gain an understanding of each statement itself and at the same time, a comparison between them by checking the convergent and divergent points. Overall, the divergent ones concerned over the specific mode of operation of each group than the group's goal itself. The aspects more highlighted in the group were: group s formation, planning, libidinal investment of the therapist, language / communication, transfer, team meeting, instinctual window and child quit of the group. These features enable this clinical resource and assist in psychic [re]structuring of autistic children. Then, the consensus is that therapeutic group device is a possible intervention strategy and may cause psychic rearrangements that are put at the service of subjective constitution and, therefore, of the subject. / O propósito deste trabalho foi refletir sobre o atendimento em grupo com crianças autistas. O autismo é aqui compreendido não pelo viés do que lhe falta, mas como um sujeito em potencial que apresenta dificuldades em três eixos principais, a saber: o eixo da esfera relacional, o eixo da linguagem e o eixo do repertório de interesses e das estereotipias. À luz da psicanálise de orientação lacaniana, o que interessa no autismo não é o diagnóstico em si, mas o jogo pulsional que se desenha interrompido e a possibilidade de intervenção que preconiza o sujeito como possível de se constituir. Entre as estratégias plausíveis de intervenção, o grupo tem lugar de realce nos manejos do trabalho clínico com crianças autistas, apesar de existir, no autismo, uma séria dificuldade na relação com o outro. Portanto, esta pesquisa se propôs a analisar o dispositivo terapêutico grupal como um recurso que contribui no processo de constituição subjetiva dessas crianças. A pesquisa foi realizada mediante coleta do depoimento de quatro profissionais de diferentes instituições da cidade do Recife, as quais foram selecionadas por serem especializadas no tratamento de crianças autistas e possuírem larga experiência e reconhecimento tanto social quanto acadêmico. Para análise do conteúdo dos depoimentos, foi feita uma categorização das respostas de modo a obter uma compreensão de cada depoimento per si e, ao mesmo tempo, uma comparação entre eles, verificando os pontos convergentes e divergentes. De forma geral, os pontos divergentes diziam respeito mais ao modo específico de funcionamento de cada grupo do que ao objetivo do grupo em si. Os aspectos mais realçados no trabalho de grupo foram: formação do grupo, planejamento, investimento libidinal do terapeuta, linguagem/comunicação, transferência, reunião de equipe, janela pulsional e saída do grupo. Tais aspectos não só viabilizam esse recurso clínico como auxiliam na [re]estruturação psíquica de crianças autistas. Portanto, é consenso que o dispositivo terapêutico grupal é uma estratégia de intervenção possível e pode provocar rearranjos psíquicos que são postos a serviço da constituição subjetiva e, sendo assim, do sujeito.
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Era uma vez, há muito tempo atrás... : a repetição do conflito psíquico e a construção mítica do sujeito a partir dos contos de fadasCreder, Talita Raquel Araújo 24 August 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-08-24 / This research arose from clinical work with children, in which fairy tales were brought, often in the narrative of their fantasies. It has as main objective, to investigate the fairy tales as a place of address that captures the subject by making him talk about his fantasy, in the repetition of his psychological conflict, creating his individual myth. Specifically, relating the myths to the fairy tales, and those with the subject´s psychic conflict and investigating it, in the light of Freudian Aufhebung, as a child, through repetition, in the transferencial relation, builds its personal myth. This work focuses on the construction of the individual myths, from the collective myths, especially those present in fairy tales. This process of bringing an
individual to collective and vice versa is supported by the movement of the Freudian Aufhebung proposed by Frej (2003) creating spaces and frontiers, often reducing them, so they dissolve and disappear, toning down them, so that they dissolve and disappear, enabling to interpose those myths. The stories are like a place that captures the child when telling his fantasies, emerging the unconscious subject, through the mistakes provided by oral narrative, as those tales are constituted of primitive elements that date back to psychic conflict. Child and adult, in a psychoanalytic perspective, does not differ when it comes to child issue, in a way that the subject who is in the analytical process, brings the child as a founder of his demand system. In the clinic with children, the transferencial relation is crossed by the demand of parents, and becomes quite peculiar as regards the child, although in conceptual terms, this transfer does not differentiate. The transfer that is established between the child and the psychotherapist makes the process of repetition of psychic conflict and the construction of the individual myth. This dissertation is constituted as a theoretical research in psychoanalysis with small illustrations of clinical fragments and
belongs to the project Limites, frontiers and addressing between mother and child, from Professor. Dr Nanette Frej of the Universidade Catolica de Pernambuco. In this kind of research, the researcher is overlapped so close that he also includes himself in the transferencial relation with the investigated subject, as it is understood in their uniqueness. / Esta pesquisa surgiu do trabalho clínico com crianças, no qual, os contos de fadas foram trazidos,
freqüentemente, na narrativa de suas fantasias. Tem como principal objetivo, investigar esses contos como um lugar de endereçamento que captura o sujeito ao fazer falar sua fantasia, na repetição do seu conflito psíquico, construindo assim, o seu mito individual. Especificamente, relacionar os mitos com os contos de fadas, e esses, com o conflito psíquico do sujeito e investigar, à luz da Aufhebung freudiana,
como a criança, através da repetição, na relação transferencial, constrói o seu mito individual. Este
trabalho focaliza a construção do mito individual, a partir dos mitos coletivos, especialmente, aqueles que se fazem presentes nos contos de fadas. Esse processo de interposição do coletivo ao individual e viceversa é sustentado pelo movimento da Aufhebung freudiana proposta por Frej (2003) que vai criando espaços e fronteiras, muitas vezes, atenuando-as, de modo que elas se dissolvem e desaparecem,
possibilitando a interposição desses mitos. Os contos se constituem como um lugar de endereçamento
que captura a criança ao narrarem suas fantasias, fazendo-se emergir o sujeito do inconsciente, por meio
dos equívocos que a narrativa oral propicia, já que esses contos são constituídos de elementos primitivos
que remontam o conflito psíquico. A criança e o adulto, na perspectiva psicanalítica, não se diferenciam
no que diz respeito a questão do infantil, na medida em que, o sujeito que se encontra em processo analítico, traz o infantil como elemento fundador de sua demanda analítica. Na clínica com crianças a relação transferencial é atravessada pela demanda dos pais, e se torna bastante peculiar no que diz respeito à criança, embora, em termos conceituais, essa transferência, não se diferencie. A Transferência
que se estabelece entre a criança e a psicoterapeuta propicia o processo de repetição do conflito psíquico e a construção do mito individual. Esta dissertação se constitui como uma pesquisa teórica em psicanálise com pequenas ilustrações de fragmentos clínicos e pertence ao projeto Limites, fronteiras e endereçamento entre mãe e criança, da Prof. Dra Nanette Frej da Universidade Católica de Pernambuco. Neste tipo de pesquisa, o pesquisador está imbricado de forma mais próxima e se inclui também na relação transferencial com o sujeito investigado, uma vez que este é compreendido em sua singularidade.
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Incidências do desejo materno nas possibilidades de recuperação do bebê prematuro.Torres, Cynthia Marden 05 June 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-06-05 / Based on previous clinical experiences with premature babies at the Lauro Wanderley´s University Hospital, a systematic research is proposed to contribute towards the Frej Project- Limits, Boundaries and Addressing code between mother and child. The aim is to study mother and child addressing code theme, focusing on motherhood desire accounts due to medical team interventions as well as its prospective effects on premature child recovery assisted in neo-natal intensive care unit. Both male and female premature babies will be assessed at such intensive unit. Attention will be given to the interaction with their mothers and or with the medical crew of the abovementioned hospital. The babies will be assessed by means of the Esther Bick method, which will be adapted according to each case. The clinical observation will be evaluated, taking into account the theoretical psychoanalytical point of reference of this research project. The study material will be categorized and qualitatively analyzed according to both the Esther Bick method and other researchers of psychoanalytic premature clinic. The main elements of observation will be the voice, the look, feeding associated with the interventions of the medical crew. It is expected that the results might broaden the horizon of the understanding of mother and risk bearing premature child relationship, with emphasis towards the subjective aspects of such early moment of life. / A presente dissertação tem como eixo central os endereçamentos na relação mãebebê, focalizando como objeto de investigação as incidências do significante do desejo materno nas intervenções da equipe médica e seus efeitos possibilitadores, ou não, da recuperação do bebê prematuro internado em UTI - neonatal. A pesquisa realizada partiu de nossa experiência clínica com bebês prematuros no Hospital Universitário Lauro Wanderley, na cidade de João Pessoa, PB, e está inserida no projeto da Professora Dra. Nanette Z. Frej - Limites, Fronteiras e Endereçamentos entre mãe e criança. Nossa pesquisa foi realizada com bebês (de ambos os sexos) nascidos prematuros – internados na UTI - neonatal –, em interação com suas mães, quando presentes, e com membros da equipe médica deste Hospital. Como instrumento, utilizamos o método de observação de bebês segundo Esther Bick, com algumas adaptações, aliada a intervenções clínicas. A análise do material consistiu da confrontação das observações clínicas, tendo como apoio o marco teórico psicanalítico. Foram estudados e discutidos três casos clínicos, dos quais escolhemos alguns elementos para análise das situações de interação mãebebê- equipe médica. Quanto aos resultados, identificamos nos casos acompanhados a operação da Aufhebung Freudiana caracterizando as mudanças na dinâmica psíquica da mãe no que concerne a construção da maternidade, no despontar do desejo, nos endereçamentos e destacamos a importância da equipe enquanto ajuda estrangeira pelo aporte das palavras, possibilitando a suprassunção da ruptura traumática do Mèrenfant (mãebebê), os endereçamentos e a ultrapassagem da imediatez do corpo do bebê prematuro. Esperamos que os resultados desse estudo venham ampliar as perspectivas de discussão e conhecimento sobre a relação mãebebê prematuro de risco, enfatizando os aspectos subjetivos desse momento precoce.
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Trama de afetos: desafios de educadoras de crianças pequenas institucionalizadasStucchi, Mariana Peres 10 August 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-08-10 / This thesis discusses the affective relationship that follows the encounter of children and their caregivers in shelters, taking into consideration the later own life experiences. The research presents a qualitative study about the complex intertwining of stories of the individuals involved. In one hand, the caregivers or educators, women who undertake their own struggles in life while dealing with a primitive work environment, where they must embrace children who are both neglected by their own families and by Public Policies. Their stories intersect in the struggles: to care for and to protect these children, while acknowledging them as subjects of civil rights in a context seen by the institution as violent and of abandonment, bring back the caregiver‘s own struggles and create a context of empathy. Based on Winnicott, we analyze what are the main fundamentals to offer those children and how to define and optimize the caregivers‘ role. In addition, by analyzing both the past and current realities of the professionals (Guirado 1987; 2002), we discuss about the intertwining forces inside this intersubjective relationship. In other words, we aim to investigate the meaning of affection and the ways the involved parts demonstrate it versus the guidelines the institution would need to provide. By examining the narrative of seven caregivers along with observation of their routine in the shelters, as well as combining information from the shelter‘s official written notes, we found a strong correlation between the lives of educators and children, with the institution being the biggest divergence since it will affect the perception of otherness. That means the educator empathize and feel compelled to provide care, however, is simply not able to provide sufficient refuge. It is clear that all involved need asylum, including the caregivers since they all strongly idealize the institution of the family. Therefore, this study intends to clarify the challenges faced by the shelters when dealing with providing refuge, since the caregivers‘ background and feelings will play an important role on how they care for the children. We suggest new approaches, from research and public policies standpoints in order to create ultimately new alternatives to improve care to sheltered children. / Esta pesquisa discute a trama afetiva que se constitui no encontro entre educadoras e crianças no Serviço de Acolhimento a partir das histórias de vida desses atores. Um estudo qualitativo sobre o entrelaçamento das histórias de mulheres que enfrentam duramente seu dia-a-dia, com situação de trabalho precarizado no acolhimento de bebês e crianças vistos com descaso pelas Políticas Públicas, cujas famílias apresentam muita dificuldade com as responsabilidades da vida cotidiana. A função de proteger, cuidar, reconhecer como sujeitos de direitos estes pequenos, filhos de histórias que são vistas apenas pelo abandono e violência, mobiliza as marcas infantis e experiências vividas destas educadoras, permeando o encontro entre eles. A partir de Winnicott, pensamos o que seria importante oferecer a estas crianças e como potencializar e delimitar a função destas profissionais. Num percurso pela história da infância abrigada e da realidade de todos ali, produto e produtora de seus integrantes (Guirado, 1987), refletimos sobre os vetores que se cruzam nesta relação intersubjetiva. Isto é, queremos verificar as representações e afetos das experiências de vida dos envolvidos associadas ao que aquela instituição demanda afetivamente. Através de entrevistas narrativas de sete educadoras, observação sistemática da dinâmica da Casa de Acolhimento, assim como da leitura de seu Livro de Ocorrência, averiguamos que entre as histórias de vida de educadoras e acolhidos a institucionalização acaba sendo o diferencial maior, permitindo identificações, mas dificultando o reconhecimento da alteridade. Movimento que permite aproximação e dedicação, mas pode dificultar o acolhimento. Fica claro que todos ali querem acolhimento, especialmente pela forte idealização de família, que falta a todos. Assim, esta tese pretende, com a contribuição da psicanálise, esclarecer melhor os desafios do acolhimento nos abrigos, trazendo à tona o envolvimento e as implicações afetivas das cuidadoras, sugerindo caminhos teóricos, de pesquisa e de políticas públicas que possam aprimorar alternativas para enfrentar estes desafios.
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Crianças em situação de abrigamento que possuem vínculos familiares: busca de significados / Children in a shelter who have family ties: search for meaningJaqueline Vilar Ramalho 28 October 2008 (has links)
Esta pesquisa teve como objetivo geral: analisar os significados que crianças em situação de abrigamento que possuem vínculos familiares atribuem a esta situação e como objetivos específicos: conhecer o percurso trilhado por essas crianças até a situação de abrigamento; pesquisar como crianças em situação de abrigamento percebem o ambiente familiar estando excluídos temporariamente do mesmo e investigar o que significou o período de abrigamento na vida dessas crianças. A metodologia foi de natureza qualitativa. A coleta de dados se iniciou com as observações que nos subsidiaram no rapport com as crianças. Os instrumentos utilizados foram o Teste do Desenho da Família, as Fábulas de Düss e os prontuários ou pastas de encaminhamento existentes na instituição. No sentido de complementar os dados colhidos nos prontuários, entrevistamos profissionais da equipe da instituição de abrigamento. Seis crianças de ambos os sexos e com idade entre sete a nove anos participaram da pesquisa. Dentre os motivos de abrigamento obtivemos: abandono do lar pela mãe, negligência e gestação materna. No Teste do Desenho da Família todas apresentaram os seguintes aspectos: dificuldade para desenhar a própria família, agressividade observada através da eliminação de personagens, instabilidade e fragilidade nos desenhos (decerto, devemos considerar as circunstâncias de desenvolvimento das mesmas); cinco apresentaram dificuldades em se inserir no desenho; três não representaram os pais; duas acrescentaram outros familiares, sinalizando necessidade de afeto ou muita convivência com os mesmos, acréscimo de simbolismos; uma não representou a mãe e outra acrescentou pessoa da instituição. Nas Fábulas de Düss as respostas que apresentaram maior freqüência foram: duas crianças representaram agressividade e hostilidade diante da cena primária, assim como Complexo de Édipo vivido de forma angustiante, congruentes às histórias de vida de cada uma delas. Dessa forma, nossos dados apontaram um significado de família ambivalente e sem coesão, salientando fragilidade em sua dinâmica. Quanto ao abrigamento, em sua maioria (cinco), as crianças o relataram como tendo um significado positivo em suas vidas, afirmaram gostar de lá, embora isso não às levasse a rejeitar suas famílias / The general objective of this research was: analyze the meanings given by children under shelter with family ties and as specific objectives: knowing the path taken by these children until they got under shelter through charts and interviews with the staff; research how the children under shelter realize the family environment being secluded temporarily from it and investigate the impact of sheltering in the lives of these children. The methodology was of a qualitative nature. The data collection began with information subsidized in rapport with the children. The instruments used were the Drawing the Family Test, Duss fables and charts or follow up folders existent in the institution. In order do complement the data obtained from
the charts, we interviewed professionals from the staff of the sheltering institution. Six children, boys and girls between seven and nine years of age, participated in the research. Among the reasons for sheltering one can find: abandoning of the home by the mother, neglect and motherhood administration. In the Draw the Family Test, all presented the following aspects: difficulty in drawing their own family, aggression noticed by the elimination of characters, they reflected instability and fragility in the drawings (clearly, we must consider the circumstances of development of the children); five presented difficult of
inserting themselves in the drawing; three did not represent the parents; two added other relatives, indicating the need of affection or too much dwelling with them, the adding of symbols; one did not represent the mother and another one added a member of the institution.
In Dusss fables the most frequent answers, two children, the same that demonstrated aggression and hostility in face of the first scenery as well as the Complex of Edipo having
the same storyline as their real lives. Therefore, the data pointed to a meaning of family ambivalence and no cohesion, highlighting the fragility in their dynamic. As to the sheltering, the majority (five) the children related that they had a positive meaning towards their lives, stated that they liked being in the institution, although this feeling didnt drive them to rejecting their families
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As representações sociais sobre a figura paterna : um estudo com crianças e adolescentes em situação de risco e de vulnerabilidade socialMaria Sandra Montenegro Silva 28 August 2008 (has links)
Este trabalho de pesquisa teve o objetivo de investigar as representações sociais sobre a figura paterna no discurso de crianças e adolescentes em situação de risco e de vulnerabilidade social. Os atores da pesquisa fazem parte de uma escola pública, situada na cidade de Nazaré da Mata (PE). Os participantes deste trabalho possuem pai, mãe e irmãos, todavia fazem parte de um segmento social onde as condições de vida econômica e afetiva são difíceis. Foram entrevistadas vinte crianças e adolescentes, na faixa etária entre dez e dezessete anos. O que nos impulsionou a investigar a figura paterna, a partir da fala de crianças e adolescentes, tem sido a crescente idéia em livros e nos meios de comunicação, que o pai está tentando participar mais da vida dos filhos. Nossa pesquisa aponta que isto ainda está em processo e não se estende a todas as famílias. O que temos constatado é uma cobrança na modificação do papel da figura paterna na contemporaneidade. A pesquisa é de cunho qualitativo-interpretativa. Apresenta através das representações sociais das crianças e adolescentes um pai idealizado, mas não impossível de ser exercitado, desde que seja melhorada a qualidade de suas relações com os filhos e com a família de modo geral. As considerações finais mostram uma acentuada vulnerabilidade nos vínculos afetivos; também conseguimos identificar agressões silenciosas, sutis, disfarçadas de sentimentos diversos entre pais e filhos / This research aimed to investigate the social representations on the paterne figure in the speech some children and adolescents at risk and social vulnerability. In search of actors are part of a public school, have father, mother and brothers, but they are part of a segment where the conditions of life its very difficult. What drove us to investigate the paternal figure was the ideas in the books and in the media which the father is trying to participate more the lives of the children. Our research indicates this is a behavior still in process and does not extend to all families. The research was qualitative-interpretative stamp, introduced in the social representations of children and adolescents and idealized father, but not impossible to be exercised by improving the quality of their relationships with their children and the family in general. The findings which partial, show a marked vulnerability to affective ties, they also managed to identify attacks silent, subtle, disguised in various feelings between parents and children
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Crianças e o CAPSI : do imperativo ao hiperativo. qual o tratamento?Luiz Felipe Oliveira de Andrade 30 May 2014 (has links)
Partimos da evidência no discurso contemporâneo do excesso de diagnóstico de hiperatividade. Nossa pesquisa realizada em CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil) constatou a utilização do termo Imperativo ou criança imperativa para nomear essas crianças. O funcionamento hiperativo pode se beneficiar da leitura da psicanálise, que
destaca os diversos níveis em que o imperativo atinge o sujeito. Isto foi possível a partir de nossa adesão a sublinha de pesquisa Limites, fronteiras e endereçamentos entre mãe e criança de Nanette Zmeri Frej. Conforme o movimento da Aufhebung freudiana apresentado por Frej (2003), as primeiras fronteiras vão estruturar o eu como algo distinto do objeto e as funções da Atenção e da Motricidade (eixos no diagnóstico do transtorno da hiperatividade). Outro limite ao movimento pode ser situado no Complexo de Édipo que interdita o incesto e regula as relações humanas. Este limite também terá influência na Atenção, na Motricidade e, sobretudo na conduta, que pode ser transgressiva. (Forma outro eixo diagnóstico). Essas considerações contribuíram para nos aproximar do modo como os profissionais do CAPSi
entendem uma criança hiperativa e seu tratamento. A aproximação se deu também através de entrevistas semi-estruturadas às profissionais que trabalham com as crianças que têm o diagnóstico pesquisado sobre a concepção que têm dessas crianças e o tratamento realizados com elas. Constatamos que a hiperatividade das crianças está relacionada aos problemas das primeiras fronteiras que distinguem o eu do mundo externo. Eu-outro como se vê em sua ausência de endereçamento, já que não param e que muito da hiperatividade e dos transtornos de conduta representam conflitos da criança e do adolescente com a Lei Edípica, exemplificados nas falas reportadas pelas profissionais: Me ensine a ficar quieto! A obedecer! Isso nos permite identificar que, ao lado das intervenções disciplinares, expressas no dar limites às crianças, as profissionais tentam dar conta dos limites constitutivos em
suas intervenções, fazem hipóteses nas crianças de sujeito e consideram também os endereçamentos nas relações delas a seus Outros. Ao final, constatamos a importância do próprio CAPSi não ceder aos imperativos de produtividade e de esquecer dos limites de suas intervenções que precisa considerar a interdisciplinaridade e a atuação em Rede a fim de que ele próprio não fique hiperativo. / It is evident nowadays the over-diagnosis of hyperactivity. Our survey in CAPSi (Center of Psychosocial Care of Children and Adolescents ) found the using of "imperative " or
"imperative child " to name these children . The hyperactive functioning can be elucidated by psychoanalysis reading which highlights the various levels at which the imperative reaches
the subject. This can be done by the adherence to the sub - line search: Limits, boundaries and addressments between mother and child of Nanette Zmeri Frej. As the Freudian Aufhebung movement presented by Frej (2003), the first boundary will structure the self as distinct from the object and the functions of Attention and Motricity (axes in the diagnosis of hyperactivity disorder). Another limit to this movement can be situated on the Oedipus Complex that interdicts the incest and regulates human relationships. This limit will also have influence on Attenction, Mobility and above all on the conduct, which could be transgressive. (Another diagnosis axe). These considerations have approached us the way professionals understand the CAPSi, a hyperactive child and its treatment. This approach was also possible through semi-structured interviews to professionals who work with children diagnosed asking these professionals about their concept about the problem and how they treat them.We found that
hyperactivity of children deal with the problems of the first boundaries that distinguish the self from the external world and self-other as seen in the absence of addressment, since " they dont stop " and many of the hyperactivity and conduct disorders represent conflicts of children and adolescents with Oedipal Law, exemplified in the statements reported by
professionals: " Teach me to be quiet ! " "to be obedient! " We identify in one hand the disciplinary interventions, expressed in "setting limits" to the children and on the other hand the CAPSis staff attempting to account for the constitutive limits of children, making a subject hypothesis to them and also considering their addressments to their Other. Finally, we
note how important is the CAPSi not be guided through imperatives of productivity up to the point of forgetting the limits of their interventions and the need of interdisciplinary and territory networking performance otherwise the CAPSi could become hyperactive itself.
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O abuso sexual infantil intrafamiliar: do segredo à elaboraçãoJanaina da Mota Martins 01 December 2015 (has links)
Considerado um grave problema social e de saúde pública, a violência sexual contra crianças se expressa de diversas formas incluindo o abuso sexual intrafamiliar. A problemática deste estudo circunscreve-se em torno das questões sobre o abuso sexual perpetrado por pai contra filhos (as). Respaldadas em questões e inquietações provocadas pela escuta clínica de crianças e adolescentes envolvidos em situações de violência sexual e suas famílias objetivamos estudar, dentro da
perspectiva psicanalítica, as repercussões na dinâmica da família, da revelação do abuso sexual intrafamiliar e as implicações para a criança. Participou da pesquisa a mãe de uma criança que sofreu abuso sexual praticado por seu pai biológico e revelou o fato à mãe depois de quase dois anos, encaminhadas à pesquisa pelo Centro de Referência Interprofissional na Atenção a Crianças e Adolescentes
Vítimas de Violência da Capital/Tribunal de Justiça de Pernambuco[TJPE]. Adotamos para a coleta de dados as entrevistas psicológicas semidirigidas, dentro da abordagem clínico-qualitativa, observando os cuidados éticos para a pesquisa com seres humanos; para a análise dos dados utilizamos a Análise de Conteúdo, agrupando os fragmentos da entrevista em eixos temáticos para, então,
compreendê-los em seus núcleos de sentido. A nossa investigação mostrou que a revelação do abuso sexual infantil é um processo lento e gradual, que demanda um intenso trabalho psíquico para a criança e se desdobra na sua narrativa. Verificamos que a revelação do abuso sexual incestuoso não necessariamente promove alívio de início, podendo ser vivida de ameaçadora e dolorosa para a criança/adolescente,associada às angústias e fantasias, sendo capaz de se tornar mais difícil do que a própria experiência do abuso. Tanto a criança como membros da família quando decidem pela denúncia, são solicitados a falar sobre o que aconteceu em diferentes
instâncias, em sua maioria desarticuladas, obrigando-os a contarem, inúmeras vezes, como se deu o abuso, configurando-se numa verdadeira via-crúcis para a criança, principalmente. Observamos também que os dados analisados na entrevista demonstram que em relação à família, o processo de revelação leva a um período
de desestabilização exigindo do grupo disposição emocional para a elaboração e transformação. É possível dizer que nosso estudo corrobora achados de pesquisas anteriores, no que se refere às reações maternas perante a revelação, ficando evidente o sofrimento psíquico que as mães apresentam ao tomar conhecimento do fato, sendo necessário que recebam igual atenção e cuidado no decurso da
revelação, lembrando que ocupam um lugar significativo neste processo. No que se refere à revelação no contexto clínico, destacamos a importância do trabalho clínico e da figura do terapeuta intermediando a relação da criança com sua experiência de abuso, oferecendo a ela um ambiente seguro para criação de sentidos. Dessa
forma, esperamos que esta pesquisa tenha contribuído de alguma forma, para ampliar o debate em torno da problemática do abuso sexual infantil intrafamiliar no campo da clínica e da academia. / Considered a serious social and public health problem, sexual violence against children is expressed in various ways including the domestic sexual abuse. The problem of this study is localized around the issues of sexual abuse perpetrated by father against children. Based on issues and concerns caused by the clinic listening to children and adolescents involved in situations of sexual violence and their families
aimed to study, within the psychoanalytic perspective, the impact on family dynamics, the development of intra-family sexual abuse and the implications for the child. Participated in the survey the mother of a child who suffered sexual abuse by her biological father and revealed the fact to mother after almost two years, referred to
research by the Interprofessional Reference Center on Attention to Children and Adolescents Victims of Violence of Capital / Court of Justice of Pernambuco [TJPE]. We adopted for the collection of data the semi-directed psychological interviews, within the clinical-qualitative approach, observing the ethical guidelines for research
with human beings; for the analysis of the data we use the Content Analysis[AC], grouping the interview fragments themes to then understand them in their core sense. Our research has shown that disclosure of child sexual abuse is a slow and gradual process that requires an intense psychic work for the child and unfolds in his
narrative. We found that the revelation of incestuous sexual abuse does not necessarily promote early relief and can be lived in a threatening and painful for the child / adolescent, associated with anxieties and fantasies, being able to be more difficult than the experience of abuse. Both the child and family members when
deciding the complaint, are asked to talk about what happened in different instances, mostly disjointed, forcing members to share, countless times, how was the abuse by setting up a true via-crucis for children mainly. We also note that the data analyzed in the interview show that in relation to the family, the process of revelation leads to a
destabilizing period requiring the emotional disposition group for the development and transformation. It can tell that our study corroborates findings from previous research, with regard to maternal reactions to the disclosure, evidencing the psychological suffering that mothers have to take notice of the fact, and must receive equal attention and care in the course of revelation, noting that occupy a significant place in this process. As regards the disclosure in the clinical context, we emphasize the importance of clinical work and Therapist figure mediating the child relationship with his experience of abuse, offering a safe environment for creating senses. Thus, we hope that this research has contributed in some way to broaden the discussion around the issue of child sexual abuse assistance in the field of clinical and academic circles.
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