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Avaliação da estrutura familiar com crianças e adolescentes portadores de transtorno bipolar / Study on the family structure of BD children and adolescentsEdmir Cavalcanti Gurgel Pini Nader 02 August 2012 (has links)
Em estudos conduzidos nos EUA, o ambiente familiar de crianças com Transtorno do Humor Bipolar (THB) apresentou-se desorganizado, com alta emoção expressa (EE), baixo acolhimento materno, com baixa coesão entre os membros familiares, altos níveis de conflitos, em parentes de crianças e adolescentes com THB comparadas a famílias com crianças e adolescentes sem transtornos psiquiátricos. Propomos avaliar simultaneamente características da comunicação, das relações entre membros e estrutura familiar de crianças e adolescentes com THB em comparação a famílias de crianças e adolescentes sem transtornos psiquiátricos para encontrar qual a variável que melhor diferencia os dois grupos. Foram utilizadas três escalas para esta finalidade: Inventário de Adjetivos de Emoção Expressa (Adjective Checklist) Escala Psicossocial em Idade Escolar Revisada (Psychosocial Schedule for School Age Children-Revised) e a Escala de Ambiente Familiar (Family Environment Scale FES). Hipóteses: Famílias de crianças e adolescentes com THB comparadas às famílias de crianças e adolescentes sem transtornos psiquiátricos apresentariam: alto nível de emoção expressa negativa nos familiares de pacientes com THB, de acordo com o Inventário de Adjetivos de Emoção Expressa, menor acolhimento materno segundo a Escala Psicossocial em Idade Escolar Revisada, menor nível de coesão e maior nível de conflito de acordo com a FES. Coesão seria a variável que melhor diferenciaria os dois grupos. Métodos: Trinta e três (33) famílias foram selecionadas ao preencherem os critérios de inclusão: a) presença de um filho (a) com mais de 6 anos de idade e menos de 18 anos que apresentasse diagnóstico de THB, segundo critérios do DSM-IV. b) Vinte e nove (29) famílias-controle com crianças, adolescentes e parentes de primeiro grau sem transtornos psiquiátricos. Todas as crianças e adolescentes participantes foram excluídas se QI<70. Resultados: Famílias com crianças e adolescentes com THB, quando comparadas às famílias de crianças e adolescentes sem transtornos, apresentaram maiores níveis de EE negativa no comportamento do filho (a) em relação à mãe/pai (F = 98,27, p < 0,001) e no comportamento da mãe/pai em relação ao filho (a) (F = 31,72, p < 0,001), menores níveis de EE positiva no comportamento do filho (a) em relação à mãe/pai (F = 51,57, p < 0,001) e no comportamento da mãe/pai com relação ao filho (a) (F = 18,38, p < 0,001) segundo o Inventário de Adjetivos de Emoção Expressa. Famílias com crianças e adolescentes com THB apresentaram, comparadas às famílias de crianças e adolescentes sem transtornos psiquiátricos, maiores níveis para tensão materna (p < 0,001) e paterna (Wald = 8,551, p = 0,003) e família não intacta (Wald = 6,999, p = 0,008), segundo a Escala Psicossocial em Idade Escolar Revisada; menores níveis de coesão (F = 10,99, p = 0,002) e organização (F = 9,37, p = 0,003) e maiores níveis de conflito (F = 14,66, p < 0,001) e controle (F = 13,02, p = 0,001), segundo a FES. Na Análise Discriminante, EE negativa do comportamento do filho em relação à mãe (0,798), veio em primeiro lugar, depois, EE positiva do comportamento do filho em relação a mãe (-0,599), em terceiro EE negativa do comportamento da mãe em relação ao filho (0,449), em quarto lugar tensão materna da Escala Psicossocial para Crianças em Idade Escolar Revisada (0,381) e em quinto lugar EE positiva do comportamento da mãe em relação ao filho (-0,362). Também realizamos uma Curva ROC para encontrar pontos de corte nas escalas classificando as famílias como controle ou THB, segundo os níveis de sensibilidade e especificidade. Encontramos os seguintes resultados: em primeiro lugar, temos EE negativa do comportamento do filho em relação à mãe (0,956), depois EE positiva do comportamento do filho em relação à mãe (0,914), em seguida, EE negativa do comportamento da mãe em relação ao filho (0,869), em quarto lugar, EE positiva do comportamento da mãe em relação ao filho (0,813) e em quinto lugar conflito da FES (0,792). Alto nível de EE foi a característica da família que melhor discriminou a estrutura familiar das crianças/ adolescentes com THB das famílias dos controles. As estruturas familiares de crianças e adolescentes com THB apresentaram padrões alterados relacionadas com comunicação, tensão e acolhimento materno/paterno, coesão e conflitos. De acordo com nossos resultados de maior nível de EE nas famílias de crianças e adolescentes com THB, a psicoterapia familiar deve incluir estratégias para melhorar a comunicação / Studies conducted in the USA have demonstrated that family environments of children with Bipolar Disorder (BD) were disorganized, presenting higher Expressed Emotion (EE), lower maternal warmth, lower cohesion among family members and higher level of conflict compared to families of children and adolescents who had no psychiatric disorder. We proposed to evaluate simultaneously the communication, relationship among members and family structure of BD children and adolescents in comparison with families of children and adolescents who have no psychiatric disorder in order to find the variable that would better differentiate the two groups. Three combined scales were used for this purpose: the Inventory of Expressed Emotion Adjectives - the Adjective Checklist, Psychosocial Schedule for School Age Children-Revised PSS-R, and the Family Environment Scale FES. Hypotheses: Families of bipolar disorder children and adolescents compared to families of children and adolescents with no psychiatric disorder would present: higher levels of negative expressed emotion in BD patients relatives, according to the Adjectives Checklist; lower maternal warmth according to the Psychosocial Schedule for School Age Children-Revised, and lower level of cohesion and higher level of conflict according to the FES. Cohesion would be the variable which better differentiates the two groups. Methods: Thirty three (33) families were selected as they met the inclusion criteria: a) presence of a child who was between 6 and 18 years old, and had a DSM-IV BD diagnosis. Twenty nine (29) control families composed of children, adolescents and direct relatives with no psychiatric disorder were also included. Children and adolescents who had a QI<70 were excluded. Results: Families of BD children and adolescents, compared to families of children and adolescents with no psychiatric disorder, presented higher negative EE levels regarding the childs behavior towards parents (F = 98.27, p < 0.001) and the behavior of parents towards their child (F = 31.72, p < 0.001), and lower levels of positive EE regarding the childs behavior towards his/her parents (F = 51.57, p < 0.001) and parents behavior towards their child (F = 18.38, p < 0.001), according to the Adjective Checklist; and higher levels of maternal (p < 0.001) and paternal (Wald = 8.551, p = 0.003) tension and a non intact family (Wald = 6.999, p = 0.008), according to the Psychosocial Schedule for School Age Children-Revised; lower levels of cohesion (F = 10.99, p = 0.002) and organization (F = 9.37, p = 0.003) and higher levels of conflict (F = 14.66, p < 0.001) and control (F = 13.02, p = 0.001), according to the FES. In the Discriminant Analysis, childs negative EE behavior towards his/her mother (0.798) came first, secondly came the childs positive EE behavior towards his/her mother (-0.599), third, the mothers negative EE behavior towards her child (0.449), fourth, maternal tension according PSS-R (0.381) and, fifth, the mothers positive EE behavior towards her child (-0.362). We also carried out a ROC Curve to identify scale cut-off values, classifying the families as controls or bipolar (BDs), considering the levels of sensitivity and specificity, and we achieved the following results: firstly, we found negative EE behavior of the child towards his/her mother (0.956), then positive EE behavior of the child towards his/her mother (0.914), third, negative EE behavior of the mother towards her child (0.869), fourth, positive behavior of the mother towards her child (0.813) and, at last, conflict measured by FES (0.792). Higher levels of EE were the family characteristic that better discriminate family structures of BD children/adolescents and control families. Family structures of BD children and adolescents present abnormal patterns related to communication, parents´ tension and warmth, cohesion and conflicts. According to our results of higher EE in families of BD children and adolescents, family psychotherapy should include strategies to improve communication
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"Funcionamento familiar e eficácia de um programa psicoeducacional em familiares de jogadores patológicos" / Family functioning and efficacy of a psychoeducation program in family members of pathological gamblersMaria Helena Bernardi Mazzoleni 22 August 2006 (has links)
O jogo patológico tem sido amplamente analisado na literatura e, apesar do reconhecimento do impacto que ele causa nos familiares, poucos estudos se dedicaram à família. A maior parte destes baseou-se exclusivamente na experiência profissional dos autores, sem metodologia adequada que permitisse a comparação ou generalização de resultados. O presente estudo tem o objetivo de descrever a estrutura do núcleo familiar de jogadores patológicos e analisar seu funcionamento após a intervenção de um programa psicoeducacional. Familiares que moravam junto com um jogador patológico que aderiu a um programa de tratamento foram convidados para a avaliação familiar. As avaliações constaram de três etapas. A primeira fase foi composta por uma entrevista e aplicação das três escalas da Medida de Avaliação Familiar (FAM Geral, FAM Auto-avaliação, FAM Diádica) e da Escala de Adequação Social. Na avaliação intermediária, antes e após o psicoeducacional, foi aplicada a versão breve da FAM. Finalmente, após um intervalo de um a dois anos os familiares repetiram as escalas da avaliação inicial. Os jogadores foram avaliados no início pela FAM versão breve. A intervenção foi composta por quatro encontros psicoeducacionais baseados em um manual desenvolvido especialmente para familiares de jogadores patológicos e fundamentado no método Reforço Comunitário e Treinamento Familiar. A amostra inicial (n = 91) diminui significativamente depois de seis meses (n=54), sendo que apenas aproximadamente um terço participou da reavaliação final (n = 30). A proporção de mulheres em todas as ocasiões foi expressivamente maior que a de homens (>70%), o que demonstra que são as mulheres que mais aderem a programas intervencionais. A estrutura das famílias dos jogadores patológicos apresenta o jogador ocupando a posição de pai (40,7%) ou de mãe (36,2%) na maior parte das vezes. A maioria dos familiares (83,5%) sabia exatamente quando o jogo havia começado. O fator financeiro foi apontado por 55% dos familiares como o primeiro problema causado pelo jogo, e o relacionamento por 34% da amostra. Tanto o familiar como o jogador percebem o jogador como o paciente identificado. Os familiares consideram o funcionamento da família muito comprometido, sendo que os quesitos mais problemáticos foram a realização de tarefas, a atribuição de papéis, o controle e os valores e normas. Os escores da Escala de Adequação Social indicaram que o ajustamento social dos familiares de jogadores patológicos está prejudicado em todas as áreas exceto relação com filhos em relação a sujeitos normais. Após o programa psicoeducacional em curto prazo os familiares não apresentaram diferença significativa e em longo prazo eles evidenciaram uma redução significativa da questão do controle. Também passaram a perceber os valores e normas do jogador como mais adequados, e descreveram uma melhora na situação econômica. Apesar de alguns resultados começarem a surgir depois do psicoeducacional, esta intervenção não se mostrou suficiente para promover uma mudança consistente no funcionamento familiar. O caráter informativo do psicoeducacional pode ter contribuído em alguns momentos para minimizar o estresse, porém em outros parece não ter dado conta da demanda. / The pathological gambler has been widely investigated in the literature and beyond recognizing the impact they have on family members, few studies have addressed the family itself. The majority of studies have been based exclusively on the professional experience of the authors, without employing suitable methods allowing comparison or generalizing of findings. The present studies aims to describe the structure of the family unit of pathological gamblers and analyze its functioning following intervention by a psychoeducation program. Family members that live together with pathological gambler that joined a treatment program were invited to the family evaluation. Assessments consisted of three stages. The first phase comprised an interview and application of the three Family Assessment Measure scales)(General Scale, Self-Rating Scale, Dyadic Scale) together with the Social Adjustment Scale. The brief version of the FAM was applied both before and after psychoeducation at the intermediate assessment. Finally, following a one to two- year interval, the families repeated the scales of the initial assessment. The gamblers were assessed using the brief version of the FAM. Intervention consisted of four psychoeducation sessions based on a specially developed manual for family members of pathologic gamblers, employing the underlying method of Community Reinforcement and Family Training (CRAFT). The initial sample (n = 91) reduced significantly after six months (n = 54), where only around a third took part in the final assessment (n = 30). The proportion of women present at sessions was markedly greater than men (> 70%), showing that women adhere more to intervention programs. The structure of pathologic gamblers families show the gambler tends to be the father (40.7%) or the mother (36.2%) in most cases. The majority of family members (83.5%) knew exactly when the gambling had commenced. The financial factor was mentioned by 55% of family members as representing the major problem caused by the gambling whilst relationships accounted for 34% of the sample. Both family member and gambler recognized the gambler as a patient. The family members considered family functioning to have been severely compromised, where most problematic issues proved to be Task accomplishment, Role performance, Control and Values and norms. The scores of the Social Adjustment Scale indicated poorer social adjustment in all areas but parental role for the pathological gamblers family in relation to normal subjects. Following psychoeducation program, family members presented no significant difference in the short term, whereas over the long term they showed a significant reduction on the Control scale. They also reported Values and norms of the gambler as having become acceptable, and described improvement in Economic adequacy. Although some positive results began to emerge after the psychoeducation program, this intervention did not prove sufficient to bring about a consistent change in family functioning. The informative nature of the psychoeducation may have contributed at times by minimizing stress, whilst in other areas it seems to have been unable to address the problems.
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Efeitos psicológicos em irmãos saudáveis de crianças portadoras de cardiopatias congênitas / Psychological effects in healthy siblings of children with congenital heart defectsAndrea de Amorim Dórea 18 June 2010 (has links)
Este trabalho teve como objetivo compreender os efeitos psicológicos da cardiopatia congênita do irmão em crianças saudáveis. A análise da literatura revelou que pouca atenção tem sido dada a esse tema, ainda que se saiba que os irmãos sadios sofrem sentindo-se excluídos e isolados das relações familiares, bem como do tratamento de crianças com doenças crônicas. Foram avaliadas cinco crianças, com idades entre três e onze anos, cujos irmãos, no momento da coleta de dados, estavam internados para tratamento da cardiopatia congênita. A pesquisa foi realizada através de análise qualitativa com referencial psicanalítico de dados colhidos durante entrevista semidirigida com os pais e observação de hora lúdica com as crianças. Foram encontrados temas comuns na vivência desses irmãos saudáveis como alteração na rotina familiar, com acréscimo de responsabilidades e conhecimento e interesse a respeito da doença e tratamento do irmão. Os irmãos saudáveis manifestaram sentimentos preponderantemente de empatia e solidariedade para com a dor e desconforto da criança cardiopata, apresentando comportamentos de cuidado para com o irmão e a família e, de forma encoberta, ciúme e rivalidade. A hora lúdica teve um caráter, além de diagnóstico, interventivo para essas crianças. Atualmente a literatura aponta para a necessidade de intervenções com essa população. A partir dos resultados desta pesquisa, espera-se ter contribuído na produção de conhecimento sobre esses irmãos saudáveis e na criação de propostas para intervenções com o intuito de prevenir ou minimizar possíveis efeitos adversos do convívio com um irmão cardiopata / This study aimed to understand the psychological effects of congenital heart of siblings in healthy children. The literature review revealed that little attention has been paid to this issue, although it is known that the healthy siblings suffer from feeling excluded and isolated from family relationships and the treatment of children with chronic diseases. We evaluated five children, aged between three and eleven, whose siblings, at the time of data collection, were hospitalized for treatment of congenital heart disease. The research was conducted through qualitative analysis with psychoanalysis reference of semistructured interview with parents and observation play therapy hour with children. We found common themes in the experience of healthy siblings as change in family routine, with increased responsibilities and interest in and knowledge about the disease and treatment of their siblings. The healthy siblings predominantly expressed feelings of empathy and solidarity with the pain and discomfort of the child with heart disease, presenting behaviors of care for their siblings and family and, covertly, jealousy and rivalry. The play therapy hour had a interventional character for these children. Currently, the literature points to the need for interventions with this population. From the results of this research is expected to have contributed in knowledge about this healthy siblings and to create proposals for interventions in order to prevent or minimize possible adverse effects of living with a sibling with heart disease
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Qualidade de interação entre familiar/cuidador e adulto ou idoso pós-acidente vascular cerebral (AVC) / Quality of interaction between family / caregiver and adult or elderly post-strokeMarina Rodrigues Bighetti Godoy 29 February 2016 (has links)
Considerando a família como instituição primária a qual se tem acesso, e a sua relevância nos diversos processos os quais o ser humano passa durante a vida, um resultado desse movimento são as mudanças na dinâmica familiar, quando há, por exemplo, o adoecimento de algum dos membros e um familiar torna-se cuidador. , atentando-se para as necessidades de cada sistema familiar. O objetivo deste estudo foi descrever a qualidade da relação entre o cuidador familiar e adulto ou idoso pós-Acidente Vascular Cerebral, que se encontram no processo de reabilitação. Participaram deste estudo, familiares de 11 pacientes que se encontram em atendimento na Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru FOB/USP. Para a coleta de dados foram agendadas entrevistas com a aplicação de questionários para caracterizar os aspectos interacionais entre o cuidador familiar e a pessoa cuidada, avaliar o nível de dependência na realização de atividades básicas e instrumentais diárias e como esses fatores podem influenciar na sobrecarga do cuidador, considerando o tempo do Acidente Vascular Cerebral (tAVC) e tempo de convivência diária (tCD) e, consequentemente, oferecer uma qualidade da relação insatisfatória. A média de idade dos participantes foi de 49 anos, houve predominância do sexo feminino (63,6%), a média de tAVC de 44 meses e a média de tCD foi de 19 horas. Para a análise dos dados optou-se por uma análise descritiva e abordagem quantitativa para a apresentação dos dados, para determinar a correlação entre as variáveis foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman e adotado nível de significância de 5% (p<0,05). Os resultados oferecem subsídios para estudos complementares direcionados ao desenvolvimento de intervenções no âmbito familiar. A psicologia pode auxiliar nessa tarefa de observar os comportamentos e as interações dos indivíduos, além de avaliar o contexto desse paciente, em especial, na descrição da qualidade da relação entre paciente-familiar, partindo da atual situação vivenciada. / Considering the family as the primary institution to have access, and its relevance among different processes which the human being goes through the life, as result of this reality there are changes in family dynamics such as illness of a member and a family member becomes a caregiver. Changes in roles and family dynamics suggest that the services and health professionals are prepared to meet the patient and families, paying attention to the needs of each family system and each person. The objective of this study was to describe the quality of the relationship between family members / caregivers and adults and elderly poststroke, who are attending a rehabilitation program. In this study, 11 family members of patients who are in attendance at the Clinic of Speech Language Pathology Dentistry School - FOB / USP participated. For data collection interviews with questionnaires were scheduled to characterize the interactional aspects between the family / caregiver and the cared person, assess the level of dependency in carrying out daily basic and instrumental activities and how these factors may influence the overload caregiver, considering the time of stroke and time of daily living together and thus it will all provide a quality unsatisfactory relationship. The average age of participants was 49 years, there was a predominance of females (63.6%), the average when stroke happened was 44 months and the average of being together was 19 hours. For data analysis it was chosen a descriptive analysis and quantitative approach to the presentation of data to determine the correlation between the variables we used the Spearman correlation coefficient and adopted a significance level of 5% (p <0.05 ). The results provide input for further studies directed to development interventions within the family. Psychology can help in this task of observing the behavior and interactions of individuals, as well as evaluating the context of this patient , in particular in describing the quality of the relationship between patient - family, from the current situation experienced.
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Filhos de alcoolistas: afetividade e conflito nas relações familiares / Children of alcoholic: affectivity and conflit in family relationshipsJoseane de Souza 14 April 2008 (has links)
O presente estudo teve como objetivos: verificar os níveis de afetividade e de conflito nas díades pai-mãe, pai-filho, (subsistema parental), identificar a ocorrência de sintomas depressivos, problemas comportamentais e cognitivos nas crianças de 9 a 11 anos, identificar sintomas depressivos nos pais e mães, buscar compreender a história de vida do pai e da mãe em suas famílias de origem, descrever a percepção que pai/marido e mãe/esposa têm do alcoolismo e suas conseqüências para as relações familiares. Participaram deste estudo quatorze famílias cujo pai era alcoolistas e tinham filhos na faixa etária entre 9 e 11 anos. Os critérios de inclusão do grupo foram: pai alcoolista com diagnóstico de dependência de álcool, isto de acordo com a décima versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) para transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool, intoxicação aguda (F.10.0), e com eventuais co-morbidades, por exemplo: tabagismo, depressão e ansiedade. E tivesse no mínimo cinco anos de convivência com a esposa e os filhos. Os pais deveriam ter vínculo conjugal (oficial ou consensual). As crianças não deveriam apresentar déficits sensoriais e neurológicos evidente, históricos de ferimento na cabeça, ainda, não estarem em atendimento psicológico e /ou psiquiátrico e não terem histórico de uso ou de dependência química. A mãe não deveria apresentar dependência de álcool e drogas, podendo ser incluído mãe tabagista. Os instrumentos utilizados foram: roteiro de identificação familiar, Familiograma, Genograma e roteiro sobre o histórico de alcoolismo. Os instrumentos para avaliação das variáveis pessoais da criança foram: Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter (ECI), Inventário de Depressão Infantil (IDI), Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Para avaliar sinais de depressão nos pais e mães foi utilizado o Inventário de Beck de Depressão. A coleta de dados foi realizada por meio de três visitas para as famílias, com horário e dia marcados com os pais. Os resultados revelaram: a percepção de mais afetividade na relação mãe e filho e mais conflito na relação conjugal, sugerindo que existe mais proximidade entre mãefilho e distanciamento na relação pai-filho. A história da família de origem dos pais revelou que os mesmos foram filhos de pais alcoolistas e tiveram um relacionamento mais próximo com suas mães e distante com seus pais. Ao correlacionar o nível de afetividade de mães com seus filhos e com a presença de sintomas de depressão e problemas de comportamento observa-se que quanto mais afetividade o filho percebe em sua relação com a mãe menos sinais de depressão ele apresenta e menos sinais de problemas de comportamento. Pesquisar as relações de famílias alcoolistas pode contribuir para identificar as variáveis familiares que estão interferindo nesse percurso, planejar projetos de intervenções que incluam a família auxiliando o paciente alcoolista a restabelecer sua vida familiar e, conseqüentemente, diminuir as chances desta criança de desenvolver uma dependência. / The present study aimed to verify the levels of affection and conflict in fathermother and father-son dyads (parental subsystem); to identify the occurrence of depressive symptoms, behavioral and cognitive problems in children from 9 to 11 years old; to identify depressive symptoms in their fathers and mothers as well as to understand the father\'s and mother\'s life history in their original families, to describe the perception that father/husband and mother/wife have about alcoholism and its consequences to the families relations. Participated from this study fourteen families whose father was alcoholics and their children. The inclusion criteria were: alcoholic father with diagnostic of the alcohol dependence according to the tenth version from the diagnostic criterion- CID 10- Disease International Classification for mental and behaviors disorders due to use of alcohol (F. 10.0) and eventual comorbities, for example, smoking, depression and anxiety; with children from 9 to 11 years old and had in the minimum five years of living together with the wife and the children; the parents must have conjugal bonds (official or consensus). The children could not have sensorial neurological disorders and history of the head injuries and were not attending psychological and/ or psychiatry treatment and did not have historical of using chemical dependence. The mother should not show dependence from alcohol and drugs, could be included tobacco user mother. The instruments were: family identification guide, Familiogram, Genogram and an interview guide about history of alcohol consumption. The instruments to assess personal characteristics of the children were: Child Behavioral Scale A2, Infant Depression Inventory (IDI), Ravens\'s Coloured Progressive Matrices. To evaluate depressive symptoms in fathers and mothers it was used the Beck Depression Inventory. Data were collected by means of three home visits to the families, with time and day scheduled with the parents. Results showed that the subjects of the present study perceived more affectivity in mother-child relationship and more conflict in father-mother relationship. The family history showed that the parents were themselves children of alcoholics and had a closer relationship with their mothers and a distant relationship with their fathers. Comparing the level of affectivity of mothers with their children and child depressive symptoms and behavioral problems revealed that the more affectivity in mother-child relationship the less behavioral and depressive symptoms in the child. Understanding the family members relationships can contribute to identify family characteristics that play a significant role in alcoholics families and help in family intervention planning to restore family life and prevent children to become alcoholics.
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Funções executivas em crianças : relação com características cognitivas, parentais e ambientais e predição de desempenho acadêmicoMartins, Gabriela Lamarca Luxo 12 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Fundo Mackenzie de Pesquisa / The key competencies to plan, initiate, perform and monitor intentional behaviors related
to a goal or environmental demands are called executive functions. These are related to
various personal characteristics, including academic performance and other cognitive
abilities of the individual, as well as the characteristics of the parents and the family
environment. Thus, parents can contribute to the children achieving a level of executive
function beyond what they could achieve alone, due to both their own abilities and the
characteristics of the family environment. Some previous studies also suggest that
children with better performance in executive functions tend to perform better in other
areas, including more optimistic perspectives about the future and a greater possibility of
attributing mental states to their interlocutor and to themselves. Aiming to better
understand the relationship between executive functions and these characteristics, this
research was divided into two studies: a) Study 1: aimed to map characteristics of children
and parents, identifying possible relationships between them (including: executive
functions, academic performance, family environment, optimism, educational practices
and mind theory) and b) Study 2: verified which of these variables would predict the
academic characteristics of the children assessed at a later time. In Study 1, participants
were 205 children from the 1st and 2nd years of Elementary Education I, with a mean age
of 6.54 years, enrolled in a public school in the city of São Paulo. Some of their parents
(biological mother or father) also participated, totaling 108 people. In the first stage, the
children were evaluated in tests of executive functions, reading, arithmetic, intelligence,
optimism and mind theory; and the parents in executive functions, optimism, family
environment and parenting style. In Study 2, conducted a year and a half after Study 1,
138 children were still enrolled in the same school and participated in the reevaluation of
reading and mathematics, their Portuguese Language and Mathematics grades were also
analyzed. In Study 1, descriptive statistical analyses of the performances in all
instruments and Pearson’s partial correlation analyzes were performed between the
measures evaluated, controlling for age. There were few significant correlations between
the executive functions of the children and the executive functions of their parents, varying
from very low to moderate magnitude, suggesting that the level of executive functions of the
parents was slightly related to that of the child. Regarding the correlations between the
executive functions of the children and their abilities, significant correlations were found
between cognitive flexibility and working memory with at least one measure of all abilities,
except for optimism. Inhibitory control presented correlations with matrix reasoning,
reading and arithmetic skills. However, stronger correlations were expected with the
construct of mind theory, which were not observed. Considering the few correlations, it can
be suggested that other variables may have greater relevance on the level of executive
functions of the children, for example, it is possible that the behavior of parents may be more
relevant than their own cognitive abilities; or that the influence of the school environment has
a greater impact on the abilities of the children when compared to the family, which would
explain the lack of significant correlations with parental characteristics and the family
environment. In Study 2 the predictive power of the measures in the first evaluation on
the Portuguese Language and Mathematics performances in the second evaluation were
verified. Regression analyses indicated some significant predictions, however, the values
were low, suggesting that other skills, not evaluated in this study, may also be relevant
predictors. The cognitive flexibility of the parents was the main predictor for the
mathematical performance of the children, as well as the resources of the family
environment. The working memory of the children was the most relevant ability to predict
the Portuguese Language and Mathematics grades. Thus, the present study revealed, in
general, that parental variables, family environment and other abilities of the children
(such as optimism and mind theory) presented little relation to their executive functions.
Although unexpected, these results were discussed as being due to other influences, such
as the language skills of the children and the school environment, which were not
evaluated in this research. It is necessary to conduct new studies to test these hypotheses,
which, if corroborated, may highlight the importance of evaluations and interventions in
the school aimed at promoting child development. / As competências fundamentais para planejar, iniciar, realizar e monitorar
comportamentos intencionais, relacionados a um objetivo ou a demandas ambientais, são
nomeadas de funções executivas. Estas relacionam-se a diversas características pessoais,
incluindo desempenho escolar e outras habilidades cognitivas do próprio indivíduo, bem
como a características dos progenitores e do ambiente familiar. Assim, os pais podem
permitir que a criança atinja um nível de funções executivas além do que ela poderia
conseguir sozinha, tanto por conta das suas próprias habilidades, quanto em função de
características do ambiente familiar. Alguns estudos prévios sugerem também que
crianças com melhor desempenho em funções executivas tendem a apresentar melhor
desempenho em outras áreas, incluindo perspectivas mais otimistas sobre o futuro, além
da maior possibilidade de atribuição de estado mental ao seu interlocutor e a si próprio.
Visando a uma melhor compreensão entre as relações das funções executivas com tais
características, esta pesquisa foi dividida em dois estudos: a) Estudo 1: objetivou mapear
características de crianças e de pais, identificando possíveis relações entre elas (incluindo:
funções executivas, desempenho acadêmico, ambiente familiar, otimismo, práticas
educativas e teoria da mente) e b) Estudo 2: verificou quais dessas variáveis prediriam as
características acadêmicas das crianças avaliadas em um momento ulterior. No Estudo 1
participaram 205 crianças dos 1o e 2o anos do Ensino Fundamental I, com média da idade
de 6,54 anos, matriculadas em uma escola pública da cidade de São Paulo. Também
participaram parte dos respectivos pais (mãe ou pai biológicos) totalizando 108
responsáveis. Na primeira etapa, as crianças foram avaliadas em testes de funções
executivas, leitura, aritmética, inteligência, otimismo e teoria da mente; e os pais em
funções executivas, otimismo, ambiente familiar e estilo parental. No Estudo 2, realizado
após um ano e meio do Estudo 1, 138 crianças ainda estavam matriculadas na mesma
escola e participaram da reavaliação de leitura e matemática, as suas notas escolares de
Língua Portuguesa e Matemática também foram analisadas. No Estudo 1 foram realizadas
análises estatísticas descritivas dos desempenhos em todos os instrumentos e análises de
correlação de Pearson parciais entre as medidas avaliadas, com controle de idade. Houve
poucas correlações significativas entre as funções executivas das crianças e as funções
executivas dos seus pais, variando de magnitude muito baixa a moderadas, sugerindo que o
nível de funções executivas dos pais estava pouco relacionado com o da criança. Sobre as
correlações entre as funções executivas das crianças e outras habilidades das mesmas, foram
observadas correlações significativas entre flexibilidade cognitiva e memória de trabalho
com pelo menos uma medida de todas as habilidades, exceto com o otimismo. Já o
controle inibitório apresentou correlações com as habilidades de raciocínio matricial,
leitura e aritmética. Contudo, eram esperadas correlações mais robustas com o construto de
teoria da mente, o que não foi observado. Levando em consideração as poucas correlações,
conjecturou-se que outras variáveis possam ter maior relevância sobre o nível de funções
executivas das crianças, por exemplo, é possível que o comportamento dos pais possa ser
mais relevante que as suas próprias habilidades cognitivas; ou que a influência do
ambiente escolar tenha maior impacto sobre as habilidades das crianças quando
comparado à família, o que explicaria a escassez de correlações significativas com
características parentais e do ambiente familiar. No Estudo 2 verificou-se o poder
preditivo das medidas na primeira avaliação sobre os desempenhos em língua portuguesa
e matemática na segunda avaliação. As análises de regressão indicaram algumas
predições significativas, mas os valores foram baixos, sugerindo que outras habilidades,
não avaliadas nesta pesquisa, também possam ser preditoras relevantes. A flexibilidade
cognitiva dos pais foi o principal preditor para o desempenho em matemática das crianças,
além dos recursos do ambiente familiar. Já a memória de trabalho das crianças foi a
habilidade mais relevante para predizer as notas escolares de língua portuguesa e
matemática. Dessa forma, o presente estudo revelou, de modo geral, que variáveis
parentais, do ambiente familiar e de outras habilidades das crianças (como otimismo e
teoria da mente) apresentaram pouca relação com suas funções executivas. Apesar de
inesperados, tais resultados foram discutidos como podendo ser devidos a outras
influências, tais como as habilidades linguísticas das crianças e o ambiente escolar, não
avaliados nessa pesquisa. É necessária a condução de novos estudos para testar tais
hipóteses que, se corroboradas, podem ressaltar a importância de avaliações e
intervenções em âmbito escolar com objetivo de promover o desenvolvimento infantil.
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Qualidade de vida e sobrecarga de pais de adolescentes com Síndrome de Down: irmãos podem fazer a diferença?Ronca, Roberta Pasqualucci 11 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-11 / Down Syndrome (DS) is a chromosomal disorder which is clinically explained by an imbalance in the constitution of the chromosomes, with the presence of three chromosomes 21. The presence of a child with DS can compromise the family structure, reflecting on the Quality of life (QoL) of their caregivers. The objective of this study was to evaluate the influence of the presence of siblings with typical development on the burden and QoL of parents of adolescents with DS. Variables such as marital status, paid work and sócio-economic status were also related to QoL and burden of caregivers. A transversal, descriptive and correlational study, in which parents of adolescents with DS were interviewed to obtain quantitative and qualitative data. The sample consisted of 25 families represented by a caregiver with children aged between 10 and 19 years. These families were divided in two groups: a) a group of parents with single children with DS (GSDU) and b) a group of parents with children with DS and other children with typical development (GSDI). The primary caregivers of these adolescents were selected from a convenient sample and were interviewed to respond to the WHOQOL-Bref, Zarit Burden Interview (ZBI), Brazil's Economic Classification Criteria, and a semi-structured interview recorded as audio for qualitative evaluation on the impact of siblings of the adolescent with DS on the famil . The data was collected in a single meeting and the time with each caregiver was approximately one hour. The interview was analyzed according to the characteristics of the qualitative studies, through organization in thematic nuclei and the creation of categories of analysis from verbal reports. The scores obtained in the quantitative evaluations were treated statistically. The results indicated that there was little difference between the families that composed GSDU and GSDI. Regarding the WHOQOL - Bref, in both groups that the mean score was considered regular in the first two questions and in all the domains of the scale, although in the GSDU, the question that evaluates how satisfied the person is with their health and the physical domain, almost received a classfication of good. Regarding the burden, the ZBI for the GSDU sample, presented a 18.18% absence of a burden, while 81.81% of the caregivers presented moderate burden. In the GSDI, 28.57% presented an absence of a burden, 64.28% presented moderate burden, and only one mother presented moderate to severe burden.
The socioeconomic level, the paid work activity and the marital status were not evidenced as interference factors for the studied variables. It was concluded that the presence of siblings with typical development was not a factor influencing the burden and QoL of parents of adolescents with DS for the studied sample, since both groups presented moderate burden and regular QoL for most families. / A Síndrome de Down (SD) é uma cromossomopatia, cujo quadro clínico é explicado por um desequilíbrio presente na constituição dos cromossomos, com a presença de três cópias do par 21. A presença de um filho com a SD pode comprometer a estrutura familiar, refletindo na qualidade de vida (QV) de seus cuidadores. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da presença de irmãos com desenvolvimento típico na sobrecarga e QV de pais de adolescentes com SD. Variáveis como estado civil, atividade laboral remunerada e condição socioeconômica também foram relacionadas à QV e sobrecarga dos cuidadores. Estudo transversal, descritivo e correlacional, no qual foram entrevistados pais de adolescentes com SD para obter dados quantitativos e qualitativos. A amostra foi formada por 25 famílias representadas por um cuidador, com filhos em idade entre 10 e 19 anos. Essas famílias foram divididas em dois grupos: a) grupo de pais com filhos únicos com SD (GSDU) e b) grupo de pais com filhos com SD e outro (os) filho (os) com desenvolvimento típico (GSDI). Os cuidadores principais desses adolescentes foram selecionados a partir de uma amostragem de conveniência e foram entrevistados para responder o WHOQOL-Bref, o Zarit Burden Interview (ZBI), o Critério de Classificação Econômica Brasil, e entrevista semiestruturada gravada na forma de áudio para avaliação qualitativa sobre a presença ou não de irmãos do adolescente com SD na família. Os dados foram coletados em um único encontro e o tempo com cada cuidador foi de aproximadamente uma hora. A entrevista foi analisada de acordo com as características dos estudos qualitativos, por meio de organização em núcleos temáticos e criação de categorias de análise a partir dos relatos verbais. Os escores obtidos nas avaliações quantitativas foram tratados estatisticamente. Os resultados indicaram que houve pouca diferença entre as famílias que compuseram GSDU e GSDI. Em relação ao WHOQOL – Bref, em ambos os grupos a pontuação média foi considerada regular nas duas primeiras questões e em todos os domínios da escala, embora no GSDU, a questão que avalia quão satisfeito está com a sua saúde, e o domínio físico chegaram próximos da classificação considerada boa. Em relação à sobrecarga, o ZBI para amostra GSDU, apresentou 18,18% ausência de sobrecarga, enquanto 81,81% dos cuidadores apresentaram sobrecarga moderada. No GSDI, 28,57% apresentaram ausência de
sobrecarga, 64,28% apresentaram sobrecarga moderada, e apenas uma mãe apresentou sobrecarga de moderada a severa. O nível sócio econômico, a atividade laboral remunerada e o estado civil não foram evidenciados como fatores de interferência para as variáveis estudadas. Conclui-se que a presença de irmãos com desenvolvimento típico não foi fator de influência na sobrecarga e QV de pais de adolescentes com SD para a amostra estudada, pois ambos os grupos apresentaram sobrecarga moderada e QV regular para a maioria das famílias.
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Experiência paterna em diferentes configurações familiares e o desenvolvimento do self infantil / Paternal experience in different family configurations and the development of the child\"s selfAndressa Pin Scaglia 10 December 2012 (has links)
A família ocupa um lugar de grande importância no desenvolvimento físico, emocional e é fundamental na compreensão dos distúrbios psicológicos dos filhos. Apesar do grande destaque dado ao papel materno, o pai também possui significativa influência no desenvolvimento de seus filhos. Porém, diante das alterações rápidas e constantes da sociedade contemporânea, observa-se uma diversificação do comportamento paterno, assinalando um processo de redefinição/indefinição de seu papel. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa foi de compreender o modo como pais inseridos em diferentes configurações familiares experimentam a função paterna, associando suas vivências ao desenvolvimento do Self de suas filhas. Participaram da pesquisa oito díades pais-filhas, advindas de diferentes arranjos familiares. As crianças são do sexo feminino, primogênitas, com idade entre quatro e sete anos. Tanto no encontro com o pai quanto no da menina, foi realizada uma entrevista semiestruturada mediada por 5 cartões do Teste de Apercepção Temática Infantil - CAT-A (1, 2, 3, 4, 8) empregado de forma compreensiva, com foco na experiência humana intersubjetiva. A estratégia metodológica para trabalhar com o acontecer clínico foi a das \"Narrativas Psicanalíticas\". Efetuou-se, uma interpretação do material obtido no contato com o pai, outra do contato com a criança e, por fim, uma síntese da díade, no intuito de relacionar a experiência paterna e o desenvolvimento do Self da menina, de acordo com o referencial psicanalítico winnicottiano. Posteriormente, foi realizada uma síntese comparativa preliminar dos resultados dos pais procedentes das diferentes configurações familiares, visando averiguar suas similaridades e peculiaridades; também uma síntese dos resultados das filhas. A emergência das contribuições indicou que mesmo diante de diferentes arranjos, algumas questões os perpassam. Circunscritos pela pluralidade da função paterna presente na contemporaneidade, bem como a coexistência de práticas novas e antigas; os pais, com exceção dos provenientes de arranjos monoparentais paternos, demonstraram que possuem pouca clareza quanto aos limites e possibilidades do exercício de suas funções. Assim, distanciam-se da apropriação das dificuldades que emergem na relação com suas filhas, ao contrário, atribuem-nas a influências externas, como, características da mãe biológica, o excesso de afazeres, a convivência com a família extensa. Desta maneira, parece haver dificuldade na percepção e suprimento das reais necessidades das filhas e estabelecimento de um contato autêntico. Os pais demonstraram pouca facilidade para proporcionar um ambiente suficientemente bom para suas filhas, principalmente no que se refere ao oferecimento de holding, dificultando a continuidade do self das meninas. As questões apontadas pelas filhas vão ao encontro do que foi exposto por seus pais. A maioria das crianças demonstrou que estão inseridas em um ambiente pouco acolhedor, possuem relação distanciada com seus pais e não se sentem percebidas de maneira real. Nesse sentido, destaca-se a importância não do arranjo familiar ao qual a díade pertence, mas sim, da posição que a criança e o pai ocupam na família. / The family occupies a place of great importance in physical, emotional development and is crucial in understanding the psychological disorders of children. Despite the great prominence given to the role of the mother, the father also has a great influence on the development of their children. However, given the rapid and constant changes of modern society, it is observed a diversification of the paternal behavior, indicating a redefinition/indefinition process of their role. In this way, this research\'s goal was to understand how fathers inserted in different family configurations experience the paternal function, linking their life experiences to the development of their daughters\' Self. The research participants were eight parent-child dyads, resulting from different family arrangements. The children are female, first-born and aged between four and seven years. It was conducted one meeting with the father and another with the child, made as a semistructured interview using five cards of the Thematic Apperception\'s Child Test - CAT-A (1, 2, 3, 4, 8) used comprehensively, focusing on the intersubjective human experience. The methodological strategy used to work with the clinical case was the \"Psychoanalytic Narratives\" and the analysis made according to Winnicott\'s psychoanalytic theory. The rise of the contributions indicated that even changing the arrangements, some issues are the same. Circumscribed by the plurality of the paternal function present in the contemporaneity as well as the coexistence of old and new practices; the fathers, with the exception of those from single-parent father arrangements, have demonstrated not having clarity about the limits and possibilities of the exercise of their functions. Thus, they take little ownership of the difficulties that they have on the relation with their daughters; instead, they attribute them to external influences, such as characteristics of the biological mother, excessive duties, coexistence with large family. In this manner, there seems to be difficulty in perception and supplying the real needs of the daughters and establishing an authentic contact. The fathers demonstrated difficulty in providing an environment good enough for their daughters, especially with regard to the offer of holding, hampering the continuity of the girls\' self. The issues raised by the daughters go back to what was exposed by their fathers. Most collaborator children demonstrated to be inserted in an unwelcoming environment, have a distant relationship with their fathers and do not feel perceived in a real manner. In this sense, stands out the importance not of the family arrangement that the dyad belongs, but the position that the child and the father occupy in the family.
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Sentidos construídos acerca do relacionamento de filhos com mães diagnosticadas com um transtorno mental: entre recursos e déficits / Meanings made about relationship of children and mothers diagnosed with a mental illness: in between resources and deficits.Marilia Belfiore Palacio 29 August 2014 (has links)
O cuidado em saúde mental no Brasil tem passado por muitas transformações, sobretudo a partir dos movimentos que deram início à reforma psiquiátrica brasileira. Entre estas transformações, destaca-se a crescente valorização dada pelas políticas e práticas de saúde à necessidade de maior participação da família no tratamento do doente mental. No entanto, paradoxalmente, acerca da relação mãe-filho, a compreensão de que a convivência com a mãe diagnosticada com doença mental pode ser prejudicial para a vida dos filhos tem tido maior destaque na literatura da área. Este estudo qualitativo teve como objetivo compreender o complexo campo da produção de sentidos sobre relacionamento entre filhos e mães diagnosticadas com um transtorno mental, considerando tanto o discurso científico sobre o tema, como a negociação de sentidos nas práticas discursivas, no cotidiano. De maneira mais específica, buscou-se investigar como filhos de mães diagnosticadas com um transtorno mental significam seu relacionamento e convivência familiar. Foram realizadas oito entrevistas individuais, semi-estruturadas, com filhos(as) maiores de 18 anos de mulheres que fazem tratamento em um serviço de saúde mental em um município de médio porte do interior do estado de São Paulo, diagnosticadas com um transtorno mental, e que já passaram por uma internação psiquiátrica. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas literalmente e na íntegra. Além disso, durante todo o processo de inserção no campo, foram feitas notas de campo com as descrições e impressões da pesquisadora. Dessa forma, o corpus da pesquisa foi constituído por esses registros e pelas transcrições das entrevistas. A pesquisa foi elaborada com base nas contribuições do movimento construcionista social em Psicologia, sobretudo considerando a pesquisa como processo dialógico, em que a participação do pesquisador e sua reflexividade perante o campo e o corpus é ressaltada na construção da pesquisa. Assim, a partir desse envolvimento e da produção de sentidos conjunta, discutimos aspectos importantes que nortearam a realização da pesquisa e damos visibilidade para reflexões principais do processo. Além disso, também analisamos a produção de sentidos nas entrevistas em dois eixos de discussão: Sentidos de Doença Mental como Déficit e Sentidos de Recurso da convivência. No primeiro eixo, destacamos momentos em que o Discurso do Déficit atravessou as conversas sobre o relacionamento familiar, isto é, momentos em que a doença mental é compreendida como dificuldade ou falha contida no indivíduo (no caso, na mãe-doente mental). No segundo eixo, destacamos os momentos de convivência nos quais houve a possibilidade de ampliar os sentidos sobre a doença mental, dando visibilidade aos recursos construídos na relação mãe-filho. A discussão aponta para a convivência de ambos nas práticas discursivas. Concluímos que apesar da forte influência do Discurso do Déficit no relacionamento familiar com o doente mental, outras narrativas sobre essa convivência são possíveis, evidenciando os recursos que podem ser produzidos conjuntamente nessa relação. Espera-se que esse trabalho possa contribuir com a construção de práticas no campo da saúde mental, ampliando a reflexão sobre a construção do cuidado, especialmente visando uma maior valorização, apoio e fortalecimento das famílias. / In Brazil, the mental health care has undergone many changes, especially as result of social movements, which started the Brazilian Psychiatric Reform. Among these changes, stand out the increasing importance given the health policies and practices to the need for a greater family involvement in the treatment of the mentally ill. However, paradoxically about the mother-children relation, the understanding that to live together with a mother diagnosed with mentally illness can be harmful to the lives of children has been highlighted. This qualitative study aimed understand the complex field of meanings made on relationship between children and mothers diagnosed with a mental illness, considering both the scientific discourse on the theme, such as the negotiation of meanings in the discursive practices, in everyday life. More specifically, we aimed to investigate how children of mothers diagnosed with a mental illness mean your relationship and family living. For this research, eight individuals and semi- structured interviews were done. The participants were adults (with age 18 or more), who their mothers, diagnosed with a mentally illness, are in treatment in a mental health service. In addition, all of mothers have already had psychiatric hospitalization. The interviews were recorded and they were transcribed literally and in full. Moreover, during all process inside the field, field notes with the researcher descriptions and impressions were written. In this way, the field notes and the interviews transcriptions formed the research corpus. The research was draft based on social constructionist movement in Psychology, especially considering the research as a dialogical process. In this process the participation of researcher and her reflexivity about the field and the corpus had emphasis during all research construction. Thus, with the involvement and joint meaning make, important aspects that guided the research and give visibility to reflections leading the process are discussed. Furthermore, we also divided the meanings constructed in the interviews in two pillars: Meanings of Mental Illness as Deficit and Meanings of Resource. In the first one, the centerpiece was when the DD appeared in the conversations about familiar relationship, in the other words, moments when the illness is understood as a difficulty or a fail inside the person (in the case, the mother with mental illness). In the second one, the focus is in moments of living together, in which there was a possibility to amplify the meanings about mental illness, and in this way, giving visibility to resources constructed in the mother-children relationship. Despite the strong influence of DD in the family relationship with the mentally ill, other narratives about this relation was possible, highlighting the resources produced jointly with adult children of the mother in psychiatric treatment, seeking to strengthen the Family as a care unit. It is expected that this study can contribute to the mental health field, amplifying the reflection about the construction of care in this field, especially towards greater appreciation, support and strengthening of families.
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Um novo pai, novas funções? Considerações sobre a relação pai-bebê no período da dependência absoluta / A new father, new functions? Regards on father-baby relation in absolute dependence periodCarine Valéria Mendes dos Santos 07 March 2014 (has links)
Nas configurações familiares ao longo da história os lugares do pai, da mãe e da criança estiveram e ainda estão em constantes transformações. Durante muito tempo, o pai esteve distante dos aspectos referentes aos cuidados com os filhos e aos afazeres domésticos. A inserção do pai nesse contexto é um fenômeno atual e vem redefinindo novas formas de ser família. Em vista do surgimento de novos arranjos e funcionamentos familiares, nos quais o pai tem se permitido ser também um cuidador, foi possível pôr a relação pai-bebê em evidência. A partir de correlações entre a teoria do amadurecimento pessoal desenvolvida por Winnicott e a construção de um novo modelo de paternidade, pensou-se nas novidades trazidas por um pai mais participativo no que diz respeito às interações afetivas estabelecidas com o bebê. Esta pesquisa teve como objetivo investigar as formas de interação do pai como cuidador na provisão ambiental do bebê no período da dependência absoluta. Para tal finalidade, alguns pais foram acompanhados na maternidade do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e em seus ambientes familiares. Através do método clínico-qualitativo, este estudo baseou seus achados nos dados construídos a partir dos seguintes instrumentos: transcrições das entrevistas pré e pós-nascimento (realizadas no último mês de gestação e no 3º mês de vida do bebê, respectivamente) e anotações em diários de campo provenientes das observações dos pais em momentos pré-natais no hospital e pós-natais em suas casas. A partir do que foi encontrado, a relação entre os pais participantes e seus respectivos bebês foi analisada no intuito de compreender: os referencias familiares anteriores provenientes das figuras parentais desses pais; a atualização e/ou transformação desses referenciais no exercício parental atual; a construção parental dos novos pais, bem como os processos de vinculação afetiva com o bebê ainda na barriga; os significados atribuídos a experiência de ser pai antes e depois do nascimento; as formas de interação entre o pai e o bebê na rotina de cuidados; a capacidade de reconhecimento das necessidades do bebê por parte dos pais; a constituição de novas funções paternas no período da dependência absoluta e a caracterização de um holding no qual os cuidados paternos estivessem incluídos. Desta forma, pôde-se discutir a construção de uma paternidade afetivamente inscrita na subjetividade do bebê desde os primeiros momentos de vida. Esta inscrição seria possibilitada pela disponibilidade dos pais em se adaptar à rotina de cuidados do bebê e estabelecer especificidades de holding ao longo das interações singulares e dos cuidados adaptados. Partindo das elaborações construídas ao final desse estudo, atentou-se para a importância de desenvolver: estudos voltados para a inserção do pai, como cuidador, em momentos iniciais do desenvolvimento infantil; para o estudo das implicações dos cuidados paternos na flexibilização de papeis e funções masculinas e femininas nas configurações familiares; assim como, para as implicações dessa flexibilização no posicionamento das instituições, voltadas para a atenção humanizada ao pré-natal e ao puerpério, perante a demanda de inclusão do pai no ciclo gravídico-puerperal / In family settings along history, the functions assigned to the father, the mother and the child were, and still are, in constant transformation. For a long time, the father was absent when it concerned to child care and housework. His inclusion in this context is a current phenomenon and has been redefining new ways of being a family. The emergence of new family arrangements, in which the father has also be allowed to take part as a caregiver, made possible to put in evidence the father-baby relationship. Correlations between the theory of personal maturit, developed by Winnicott , and the construction of a new model of fatherhood, allowed us to think about the novelties brought by a father who participates more in affective interactions with the baby . This research aimed to investigate the forms of interaction between the father as caregiver and environmental provider and the baby in the period of absolute dependence. For this purpose, some parents were followed at the Maternity Hospital of the University of São Paulo and in their family environment. Through clinical-qualitative method this study based its findings on data constructed from the following instruments: transcriptions of pre-birth interviews and post-birth interviews (held on the last month of pregnancy and 3 month old baby, respectively) and observations recorded on field notes about parents in prenatal moments at the hospital and after the baby birth, at their homes. From what has been found, the relationship between the fathers and their respective babies was analyzed in order to understand: previous references of the fathers familiar parental figures; upgrade and/or processing of these references in the current parental exercise; the parental construction of the new fathers as well as the processes of affective bonding with the baby still in the belly; the meanings attributed to the experience of being a father before and after birth; forms of interaction between fathers and babies in daily care; the fathers ability to recognize the needs of their babies; the establishment of new fathers\' functions during the period of absolute dependence and the characterization of a holding company in which father care was included . Thus, we discussed the construction of an affectively fatherhood inclusion on the baby subjectivity since the first moments of life. This entry would be made possible by the fathers availability to adapt to the baby care routine and establish holding specificities along the natural and appropriate care interactions. The results of this study showed the importance to develop studies: facing the insertion of the father in daily baby care, as a caregiver in early stages of child development; the implications of parental care in flexible roles, men and women functions in family settings; as well as the implications of flexibility in the positioning of institutions dedicated to prenatal and postpartum care in front of the demand for inclusion of fathers in pregnancy and childbirth
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