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Relação do dano oxidativo, mutação do gene HFE e fator de necrose tumoral (TNF-α) com a sobrecarga de ferro transfusional em portadores de síndromes mielodisplásticas / Relationship of oxidative damage, mutation of the HFE gene and tumor necrosis factor (TNF-α) with transfusional iron overload in patients with Myelodysplastic Syndromes

Souza, Geane Felix de January 2013 (has links)
SOUZA, Geane Felix de. Relação do dano oxidativo, mutação do gene HFE e fator de necrose tumoral (TNF-α) com a sobrecarga de ferro transfusional em portadores de síndromes mielodisplásticas. 2013. 157 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. / Submitted by denise santos (denise.santos@ufc.br) on 2015-05-26T16:15:10Z No. of bitstreams: 1 2013_tese_gfsouza.pdf: 2345893 bytes, checksum: da10784c528d2dfa3144460c705c10ae (MD5) / Approved for entry into archive by denise santos(denise.santos@ufc.br) on 2015-05-26T16:17:36Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2013_tese_gfsouza.pdf: 2345893 bytes, checksum: da10784c528d2dfa3144460c705c10ae (MD5) / Made available in DSpace on 2015-05-26T16:17:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2013_tese_gfsouza.pdf: 2345893 bytes, checksum: da10784c528d2dfa3144460c705c10ae (MD5) Previous issue date: 2013 / Introduction: Myelodysplastic syndromes (MDS) are characterized by ineffective hematopoiesis and dysplasia in one or more cell lines, peripheral cytopenias and a variable risk of progression to acute leukemia. Anemia is present in 80 % of patients. Many develop transfusion dependence and iron overload (IOL), which leads to generation of reactive oxygen species (ROS). Oxidative stress, together with tumor necrosis factor alpha (TNF-α) have been implicated in the pathogenesis and evolution of MDS. Objective: To evaluate the relationship of iron status with oxidative damage, mutation of the HFE gene and the levels of TNF-α in patients with MDS, followed at the Hematology Unit of the Federal University of Ceará. Methods: 101 patients with MDS, 24 with and 77 without transfusional IOL were analyzed, from May 2010 to September 2011. The control group comprised 87 healthy individuals. The profile of iron was evaluated by classical techniques, oxidative damage by spectrophotometric methods and mutation of the HFE gene study by PCR – RFLP. Results: We observed a significant increase in malonaldehyde (MDA) and nitrite in patients with IOL when compared to the other groups (p< 0.0001). The MDA and nitrite were directly correlated with serum ferritin (FRT) (r = 0.3328, p= 0.0033, r=0.4255, p< 0.0001, respectively). There was a positive correlation between FRT and antioxidant enzymes, superoxide dismutase (SOD) (r =0.5957, p< 0.0001), catalase (CAT) (r =0.4064, p=0.0003) and glutathione peroxidase (GPx) (r=0.7313, p< 0.0001). In patients with IOL a significant increase of TNF-α was observed, which was directly correlated with FRT (r = 0.4165 p=0.0002). At least one mutation in the HFE gene was identified in 30.8 % of patients with MDS and in 5.75% of healthy controls, most heterozygous for H63D. Subjects with mutations in the HFE gene showed ferritin levels significantly higher than those without the mutation in all groups. All markers of oxidative stress were higher in patients with IOL, independent of HFE gene mutations. Conclusions: The disease presented later in males and with more severity criteria for worse outcome in the study population. The oxidative stress observed was related to iron overload and the HFE gene mutation did not constitute an additional factor. These data provide new information about the pathogenesis of this heterogeneous disease and may provide the basis for new therapeutic interventions. / Introdução: As síndromes mielodisplásticas (SMD) são caracterizadas por hematopoese ineficaz e displasia em uma ou mais linhagens celulares, citopenias periféricas e um risco variável de progressão para leucemia aguda. A anemia está presente em 80% dos pacientes. Muitos desenvolvem dependência transfusional e sobrecarga de ferro (SF), o que leva à geração de espécies reativas derivadas do oxigênio (EROs) e estresse oxidativo que, juntamente com o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) vêm sendo implicados na patogênese e evolução da SMD. Objetivo: Avaliar a relação do status do ferro com o dano oxidativo, a mutação do gene HFE e os níveis de TNFα em portadores de SMD, acompanhados no Serviço de Hematologia da Universidade Federal do Ceará. Casuística e métodos: Foram analisados 101 portadores de SMD, 24 com e 77 sem SF transfusional, no período de maio de 2010 a setembro 2011. Compuseram o grupo controle 87 idosos saudáveis. O perfil do ferro foi avaliado por técnicas clássicas, o dano oxidativo por métodos espectrofotométricos e o estudo genético por PCR-RFLP. Resultados: Aumento significativo do malonaldeído (MDA) e nitrito foi observado nos pacientes com SF quando comparados aos demais grupos (p<0.0001). O MDA e nitrito foram correlacionados diretamente com a ferritina sérica (FRT) (r=0.3328, p=0.0033; r=0.4255, p<0.0001, respectivamente). Houve correlação positiva entre FRT e as enzimas antioxidantes, superóxido dismutase (SOD) (r=0.5957, p<0.0001), catalase (CAT) (r=0.4064, p=0.0003) e glutationa peroxidase (GPx) (r=0.7313, p<0.0001). Nos pacientes com SF foi observado aumento significativo do TNF-α, que foi correlacionado diretamente com a FRT (r=0.4165 p=0.0002). Foi identificada pelo menos uma mutação do gene HFE em 30,8% dos portadores de SMD e em 5,75% dos idosos saudáveis, a maioria em heterozigose para H63D. Todos os indivíduos com a mutação no gene HFE apresentaram nível de ferritina significativamente superior àqueles sem a mutação, em todos os grupos. Todos os marcadores de estresse oxidativo foram superiores nos pacientes com SF, independente da mutação do gene HFE. Conclusões: A doença apresentou-se mais tardiamente no sexo masculino e com mais critérios de gravidade e de pior evolução na população estudada. O estresse oxidativo observado se relacionou com a sobrecarga de ferro, não constituindo a mutação do gene HFE um fator adicional. Esses dados trazem novas informações sobre a patogênese dessa doença tão heterogênea e podem constituir base para novas intervenções terapêuticas
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Caracterização sociodemográfica e clínica de pacientes com talassemia maior e diabetes mellitus de um centro de referência no interior de São Paulo / Sociodemographic and clinical characterization of patients with thalassemia major and diabetes mellitus of a reference center in São Paulo countryside

Olivatto, Gabriela Marsola 04 August 2017 (has links)
A maior expectativa de vida dos pacientes com talassemia maior, as repetidas transfusões de concentrado de hemácias como parte do tratamento, podem ocasionar maior deposição de ferro nos órgãos, e consequentemente, as comorbidades. Dessa forma, dentre as comorbidades endócrinas, temos o diabetes mellitus como uma das principais, sendo necessário conhecer o panorama em nossa realidade. O estudo tem como objetivos determinar a prevalência do diagnóstico de diabetes em pacientes com talassemia maior, caracterizar e comparar os pacientes com talassemia maior, e diabetes mellitus, segundo as variáveis sociodemográficas e clínicas.Trata-se de um estudo descritivo e transversal, realizado em um centro de referência no tratamento de talassemia do interior paulista. A amostra foi constituída por 31 pacientes com talassemia maior. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento subdividido em duas partes. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de entrevista dirigida e os resultados de exames laboratoriais pelo prontuário eletrônico do paciente, no período de junho a agosto de 2015. Os dados foram digitados e importados para o programa SPSS for Windows, versão 17.0 e submetidos à análise estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEP/EERP-USP), sob Protocolo nº 41912415.3.0000.5393. Dos 31 pacientes com talassemia maior, 5 (16,1%) tinham diabetes mellitus. Em relação as variáveis sociodemográficas, não houve diferenças na distribuição dos pacientes entre os sexos, a maioria eram solteiros e cursaram até o ensino médio completo. A idade variou de cinco a 48 anos, com média de 24,9 anos de idade, a maioria recebia até 10 salários mínimos, eram estudantes e possuíam carteira de trabalho assinada. No que tange às variáveis clínicas, temos que o tratamento utilizado predominante foi o quelante oral deferasirox, e naqueles pacientes com diabetes, além do deferasirox, a maioria utilizava a insulina. O esquema transfusional predominante foi o de 15 a 22 dias. O índice de massa corpórea foi classificado como eutrófico e a pressão arterial, considerada ótima para a maioria dos pacientes. Quanto aos achados dos exames laboratoriais, os pacientes com diabetes e talassemia apresentaram valores alterados de glicemia de jejum e transaminase, já os pacientes sem diabetes apresentaram valores alterados de ferritina sérica. No que se refere aos achados dos exames de imagem, nenhum paciente com diabetes e Talassemia maior apresentou massa óssea adequada, o que reforça a importância de seu monitoramento. Destaca-se o aumento de sobrecarga cardíaca para os pacientes com diabetes e talassemia. Para os pacientes com talassemia e sem diabetes, a maioria apresentou grave sobrecarga de ferro hepático na ressonância magnética do fígado, enquanto para a maioria dos pacientes com diabetes foi considerado normal. Dessa forma, conhecer as características clínicas dos pacientes com talassemia maior e diabetes permite subsidiar a assistência de enfermagem qualificada e contribuir com a saúde dos pacientes com condições crônicas. Contudo, os nossos achados corroboram com as taxas de prevalência de diabetes em pacientes com talassemia maior encontradas na literatura nacional e internacional / The longer life expectancy of patients with thalassemia major, repeated red blood cell transfusions as part of the treatment, may lead to increased iron deposition in the organs, and consequently, comorbidities. Thus, among the endocrine comorbidities, we have diabetes mellitus as one of the main ones, being necessary to know the panorama in our reality. The aim of the study was to determine the prevalence of diabetes in patients with thalassemia major and to characterize and compare patients with thalassemia major, and diabetes mellitus, according to sociodemographic and clinical variables.This is a descriptive and cross-sectional study, carried out in a reference center in thalassemia treatment of São Paulo countryside. The sample consisted of 31 patients with thalassemia major. For data collection, an instrument was divided into two parts. Sociodemographic and clinical data were obtained by means of a directed interview and the laboratory tests results by the patient\'s electronic record, from June to August 2015. Data were loaded into SPSS for Windows software, version 17.0 and submitted to descriptive statistical analysis. The project was approved by the Research Ethics Committee of the University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing (CEP / EERP-USP) under Protocol No. 41912415.3.0000.5393. Of the 31 patients with thalassemia major, 5 (16,1%) had diabetes mellitus. Regarding the sociodemographic variables, there were no differences in the distribution of the patients between the sexes, most of them were single and enrolled in high school. The age ranged from five to 48 years, with a mean of 24,9 years of age, the majority received up to 10 minimum wages, were students and had a work contract. Regarding the clinical variables, we have that the predominant treatment was the oral chelator deferasirox, and in those patients with diabetes, in addition to deferasirox, the majority used insulin. The predominant transfusion regimen was 15 to 22 days. Body mass index was classified as eutrophic and blood pressure was considered optimal for most patients. Regarding the laboratory findings, patients with diabetes and thalassemia had altered values of fasting glycemia and transaminase, whereas patients without diabetes had altered values of serum ferritin. Regarding imaging exams findings, no patient with diabetes and major thalassemia presented adequate bone mass, which reinforces the importance of their monitoring. The increase in cardiac overload for patients with diabetes and thalassemia stands out. For patients with thalassemia and without diabetes, the majority had severe hepatic iron overload in the magnetic resonance imaging of the liver, while for most patients with diabetes it was considered normal. Thus, knowing the clinical characteristics of patients with thalassemia major and diabetes allows subsidizing qualified nursing care and contributing to the health of patients with chronic conditions. However, our findings corroborate the prevalence rates of diabetes in patients with thalassemia major found in the national and international literature
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O papel das mutações do gene HFE  e da sobrecarga de ferro na evolução da hepatite crônica pelo VHC / The role of HFE gene mutations and iron overload in the history of chronic hepatitis C

Silva, Ana Lúcia Bernardes da 16 September 2009 (has links)
Introdução: A infecção pelo VHC é uma epidemia de proporções globais, que se torna crônica em cerca de 85% dos indivíduos. Sobrecarga de ferro secundária a mutações HFE vem sendo proposta como fator agravante na evolução da hepatite crônica C. Objetivos: Avaliar se sobrecarga de ferro, mutações no gene HFE estão associadas a progressão da fibrose hepática e a carcinoma hepatocelular (CHC) em portadores crônicos VHC. Casuística e Métodos: De um banco de 2300 pacientes matriculados nos Ambulatórios de Hepatologia e de Transplante Hepático do HCFMUSP, selecionaram-se 320 portadores de hepatite crônica C. Os homens (55,6%) apresentaram 50,8 anos de idade em média e as mulheres 54,3. Obtiveram-se dados clínicos e laboratoriais da época da biópsia hepática, admissionais ou com pelo menos um ano de wash-out do tratamento antiviral. Considerou-se sobrecarga bioquímica níveis de ferro, saturação da transferrina e ferritina acima dos valores de referência. Sobrecarga de ferro tecidual foi identificada pela coloração de Perls graus 3-4. As mutações HFE C282Y e H63D foram pesquisadas pela técnica de PCR em tempo real, em DNA extraído de sangue total, após assinatura de TCLE aprovado pelo comitê de ética local. A fibrose hepática foi considerada avançada para graus 3-4 da classificação SBH/SBP e Metavir (n=167, 52,2%). CHC foi definido por biópsia ou por imagem típica por 2 métodos e AFP 400 mg/dL (n=45, 14,1%). Investigaram-se antecedentes de etilismo, diabetes mellitus, IMC e esteatose em biópsia hepática. A partir dos resultados de genotipagem HFE, constituiu-se um subgrupo caso-controle (n=182) com os portadores de mutações e pares de idade, sexo, etnia e IMC similares. Procederam-se análises de correlação bivariada e multivariada (IC=95%) nos grupos geral e caso-controle. Resultados: Quando se compararam casos com fibrose leve vs avançada, observaram-se níveis elevados de ferro em 17,7% vs 25,2% (p=0,019); saturação da transferrina em 24,3% vs 36,7% (p=0,001); ferritina em 25,8% vs 32,4% (p=0,040) e sobrecarga de ferro tecidual em 3,6% vs 1,4% (p=0,126). Quanto à mutação C282Y, observaram-se frequências alélicas de 0,9% vs 2,0% (p=0,110) e à H63D 5,0% vs 8,0% (p=0,033). No subgrupo casocontrole, as associações de C282Y e H63D com fibrose avançada ocorreram com significâncias de p=0,072 e 0,008, respectivamente. A análise multivariada, tendo fibrose como variável dependente nesse mesmo subgrupo, confirmou as associações com C282Y (OR=31,45; p=0,006) e H63D (OR=33,70; p=0,001). Neste mesmo subgrupo, a presença de pelo menos um alelo mutante esteve associada à ocorrência de CHC (p=0,015). Não se identificaram outros parâmetros associados a transformação carcinomatosa. Na análise multivariada, foram variáveis associadas a evolução da fibrose idade avançada (OR=2,36; p=0,000), etilismo (OR=2,18; p=0,007), saturação da transferrina (OR=2,11; p=0,010) e mutação H63D (OR=1,97; p=0,03). Discussão e Conclusões: Houve correlação de graus mais avançados de fibrose com níveis elevados de ferro, saturação da transferrina e ferritina; contudo, esses marcadores também podem estar igualmente elevados nos indivíduos com pouca fibrose. Ao contrário, em muitos casos, a sobrecarga bioquímica de ferro pode ser conseqüência da progressão da doença hepática, e não sua causa. As mutações H63D e C282Y ocorreram em associação com maiores graus de alteração arquitetural; mas, como não houve associação entre siderose tecidual e fibrose, é possível que seu papel na agressão hepática não ocorra diretamente por meio da sobrecarga de ferro. Os portadores de mutações HFE apresentam CHC com maior frequência que seus casos-controle. / Introduction: HCV infection is an epidemic of global proportions, which becomes chronic in about 85% of individuals. Iron overload due to HFE mutations has been proposed as aggravating factor in the evolution of chronic hepatitis C. Objectives: To assess whether iron overload, mutations in the HFE gene are associated with progression of liver fibrosis and hepatocellular carcinoma (HCC) in chronic HCV. Patients and Methods: From a database of 2300 patients enrolled in the outpatient clinics of Hepatology and Liver Transplantation, HCFMUSP, 320 patients with chronic hepatitis C were selected. Men (55.6%) were 50.8 years old on average and women 54.3. Admissional clinical and laboratory data at the time of liver biopsy were obtained; when patient had been previously treated with antiviral drugs, the wash-out period required was of at least one year. Biochemical iron overload was defined as iron, ferritin and transferrin saturation above the reference values. Tissue iron overload was identified by Perls staining of grades 3-4. The HFE C282Y and H63D mutations were searched by real-time PCR technique in DNA extracted from whole blood, after signing of FICT approved by the local ethics committee. The liver fibrosis was considered advanced for grades 3-4 in the classification SBH/SBP and METAVIR(n = 167, 52.2%). HCC was defined by biopsy or by typical image by 2 methods and AFP 400 mg / dL (n = 45, 14.1%). Personal history of alcoholism, diabetes mellitus, BMI and steatosis in liver biopsy were obtained. A casecontrol group was constituted based on the results of HFE genotyping (n = 182), subjects were paired by age, gender, ethnicity and BMI. Bivariate correlation and multivariate analysis (CI = 95%) groups in general and case-control were carried-out. Results: When comparing patients with mild vs advanced fibrosis, biochemical high levels of iron were detected in 17.7% vs 25.2% (p = 0.019), transferrin saturation in 24.3% vs 36.7% (p = 0.001), ferritin in 25.8% vs 32.4% (p = 0.040) and tissue iron overload in 3.6% vs 1.4% (p = 0.126). Regarding to HFE mutations, the allelic frequencies of C282Y were 0.9% vs 2.0% (p = 0.110); and of H63D, 5.0% vs 8.0% (p = 0.033). In casecontrol group, associations of C282Y and H63D with advanced fibrosis occurred with significance of p=0.072 and 0.008, respectively. Multivariate analysis with fibrosis as the dependent variable in that group, confirmed the associations with C282Y (OR = 31.45, p = 0.006) and H63D (OR = 33.70, p = 0.001). In this same subgroup, the presence of at least one mutant allele was associated with occurrence of HCC (p = 0.015). There were not any other parameters found in association with carcinomatous transformation. The multivariate analysis using fibrosis as dependent variable showed association with age (OR = 2.36, p = 0.000), alcoholism (OR = 2.18, p = 0.007), transferrin saturation (OR = 2.11, p = 0.010) and H63D mutation (OR = 1.97, p = 0.03). Discussion and Conclusions: Advanced degrees of fibrosis were correlated with high levels of iron, transferrin saturation and ferritin; however, these markers can also be elevated in individuals with slight fibrosis. In contrary, in many cases, the biochemistry of iron overload may be a consequence of progression of liver disease. C282Y and H63D mutations occurred in association with more advanced fibrosis. However, as there was not any correlation between tissue siderosis and fibrosis, it might be possible that liver injury occurs not by the iron overload pathway. Finally, carriers of HFE mutations were found with HCC more frequently than their casecontrol.
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Sobrecarga de ferro e estresse oxidativo em pacientes submetidos a transplante de células precursoras hematopoiéticas.

Naoum, Flávio Augusto 25 August 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-01-26T12:51:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 flavioaugustonaoum_tese.pdf: 375547 bytes, checksum: a77630a0cfb1dd1d987a557c2f5c1961 (MD5) Previous issue date: 2006-08-25 / High-dose chemotherapy with hematopoietic stem-cell transplantation (HCT) is a modality of treatment that has been used for an increasing number of diseases. However, the outcome and applicability of HCT are limited by the toxicity and mortality associated with this procedure. It is presumed that iron overload and oxidative stress with free radicals production may be associated with the complications observed after HCT. Objective: Evaluate the onset and evolution of iron overload and oxidative stress at early and late phases of HCT, and correlate this events with clinical characteristics pre and post-transplant. Patients and methods: Laboratorial markers of iron overload (serum iron, transferrin saturation and ferritin) and oxidative stress (uric acid, albumin, superoxide dismutase (SOD) and metaemoglobin) were analyzed in 21 patients undergoing allogeneic or autologous HCT. The parameters were determined before HCT, on day 0, day +14 and at 6 months post-transplant, and the results were correlated with clinical antecedents, engraftment and complications observed after HCT. Results: After high-dose chemotherapy there was a marked increase in all iron overload parameters and a reduction of uric acid and albumin levels, indicating the presence of oxidative stress. Except for ferritin levels, all the parameters that were altered after conditioning regained baseline levels at 6 moths post-HCT. Previous red blood cell transfusions correlated mainly with ferritin levels. Citotoxic treatment before HCT was associated with increased basal levels of all iron parameters and reduced acid uric concentration on day +14. Suppression of hematopoiesis, accessed by engraftment markers, was associated with iron overload (increased levels of serum iron and transferrin saturation) and oxidative stress exacerbation (reduced uric acid and SOD concentrations). Within the group transplanted in remission, patients who developed grades III-IV toxicity had higher baseline levels of iron parameters. Transplant-related mortality was increased in patients with high levels of transferrin saturation on day 0. Conclusion: Iron overload and oxidative stress are acute complications observed after high-dose chemotherapy for HCT that are probably related to delayed hematological recovery and increased morbi-mortality post-transplant. It is suggested that this parameters may be used as markers of engraftment and toxicity after HCT. / A quimioterapia de altas doses com transplante de células precursoras hematopoiéticas (TCPH) é uma modalidade terapêutica utilizada para um número cada vez maior de doenças. Entretanto o sucesso e a aplicabilidade desse tratamento são limitados pela toxicidade e mortalidade inerentes à quimioterapia de altas doses. Especula-se que a sobrecarga de ferro e o estresse oxidativo com geração de radicais livres possam estar relacionados às complicações observadas no TCPH. Objetivo: Analisar a presença e a evolução da sobrecarga de ferro e do estresse oxidativo nas fases precoce e tardia do TCPH, e correlacioná-los aos dados clínicos pré e pós-transplante. Casuística e método: Parâmetros laboratoriais de sobrecarga de ferro (ferro sérico, saturação da transferrina e ferritina) e estresse oxidativo (ácido úrico, albumina, superóxido dismutase (SOD) e metaemoglobina) foram analisados em 21 pacientes submetidos a TCPH alogênicos e autogênicos. As determinações laboratoriais foram realizadas antes do TCPH, no D0, no D+14 e após 6 meses de transplante, e correlacionadas com as características clínicas dos pacientes, enxertia e complicações observadas após o TCPH. Resultados: Após a quimioterapia de altas doses houve elevação acentuada de todos os parâmetros de sobrecarga de ferro e redução dos valores dos valores de ácido úrico e albumina, indicando presença de estresse oxidativo. Com exceção da ferritina, os parâmetros que se alteraram após o condicionamento retornaram aos valores basais após 6 meses de TCPH. O número de transfusões prévias de concentrados de hemácias se correlacionou principalmente com os valores de ferritina. A realização de quimioterapia prévia ao TCPH foi associada à valores basais elevados do perfil de ferro e redução da concentração de ácido úrico no D+14. A supressão da atividade hematopoiética, analisada por meio dos parâmetros de enxertia, esteve associada à sobrecarga de ferro (elevação do ferro sérico e da saturação da transferrina) e à exacerbação do estresse oxidativo (redução dos valores de ácido úrico e de SOD). Dentre os pacientes transplantados em remissão completa, o perfil de ferro basal fora mais elevado naqueles que desenvolveram toxicidade graus III-IV. A mortalidade precoce relacionada ao transplante foi maior nos pacientes que apresentaram valores elevados de saturação da transferrina no D0. Conclusão: A sobrecarga de ferro e o estresse oxidativo são eventos que ocorrem de forma aguda após a quimioterapia de altas doses para TCPH e estão, aparentemente, relacionados à recuperação hematológica mais demorada e ao aumento da morbi-mortalidade no pós-transplante. Sugere-se que os parâmetros estudados sejam adotados como marcadores de enxertia e de toxicidade pós-TCPH.
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Caracterização sociodemográfica e clínica de pacientes com talassemia maior e diabetes mellitus de um centro de referência no interior de São Paulo / Sociodemographic and clinical characterization of patients with thalassemia major and diabetes mellitus of a reference center in São Paulo countryside

Gabriela Marsola Olivatto 04 August 2017 (has links)
A maior expectativa de vida dos pacientes com talassemia maior, as repetidas transfusões de concentrado de hemácias como parte do tratamento, podem ocasionar maior deposição de ferro nos órgãos, e consequentemente, as comorbidades. Dessa forma, dentre as comorbidades endócrinas, temos o diabetes mellitus como uma das principais, sendo necessário conhecer o panorama em nossa realidade. O estudo tem como objetivos determinar a prevalência do diagnóstico de diabetes em pacientes com talassemia maior, caracterizar e comparar os pacientes com talassemia maior, e diabetes mellitus, segundo as variáveis sociodemográficas e clínicas.Trata-se de um estudo descritivo e transversal, realizado em um centro de referência no tratamento de talassemia do interior paulista. A amostra foi constituída por 31 pacientes com talassemia maior. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento subdividido em duas partes. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de entrevista dirigida e os resultados de exames laboratoriais pelo prontuário eletrônico do paciente, no período de junho a agosto de 2015. Os dados foram digitados e importados para o programa SPSS for Windows, versão 17.0 e submetidos à análise estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEP/EERP-USP), sob Protocolo nº 41912415.3.0000.5393. Dos 31 pacientes com talassemia maior, 5 (16,1%) tinham diabetes mellitus. Em relação as variáveis sociodemográficas, não houve diferenças na distribuição dos pacientes entre os sexos, a maioria eram solteiros e cursaram até o ensino médio completo. A idade variou de cinco a 48 anos, com média de 24,9 anos de idade, a maioria recebia até 10 salários mínimos, eram estudantes e possuíam carteira de trabalho assinada. No que tange às variáveis clínicas, temos que o tratamento utilizado predominante foi o quelante oral deferasirox, e naqueles pacientes com diabetes, além do deferasirox, a maioria utilizava a insulina. O esquema transfusional predominante foi o de 15 a 22 dias. O índice de massa corpórea foi classificado como eutrófico e a pressão arterial, considerada ótima para a maioria dos pacientes. Quanto aos achados dos exames laboratoriais, os pacientes com diabetes e talassemia apresentaram valores alterados de glicemia de jejum e transaminase, já os pacientes sem diabetes apresentaram valores alterados de ferritina sérica. No que se refere aos achados dos exames de imagem, nenhum paciente com diabetes e Talassemia maior apresentou massa óssea adequada, o que reforça a importância de seu monitoramento. Destaca-se o aumento de sobrecarga cardíaca para os pacientes com diabetes e talassemia. Para os pacientes com talassemia e sem diabetes, a maioria apresentou grave sobrecarga de ferro hepático na ressonância magnética do fígado, enquanto para a maioria dos pacientes com diabetes foi considerado normal. Dessa forma, conhecer as características clínicas dos pacientes com talassemia maior e diabetes permite subsidiar a assistência de enfermagem qualificada e contribuir com a saúde dos pacientes com condições crônicas. Contudo, os nossos achados corroboram com as taxas de prevalência de diabetes em pacientes com talassemia maior encontradas na literatura nacional e internacional / The longer life expectancy of patients with thalassemia major, repeated red blood cell transfusions as part of the treatment, may lead to increased iron deposition in the organs, and consequently, comorbidities. Thus, among the endocrine comorbidities, we have diabetes mellitus as one of the main ones, being necessary to know the panorama in our reality. The aim of the study was to determine the prevalence of diabetes in patients with thalassemia major and to characterize and compare patients with thalassemia major, and diabetes mellitus, according to sociodemographic and clinical variables.This is a descriptive and cross-sectional study, carried out in a reference center in thalassemia treatment of São Paulo countryside. The sample consisted of 31 patients with thalassemia major. For data collection, an instrument was divided into two parts. Sociodemographic and clinical data were obtained by means of a directed interview and the laboratory tests results by the patient\'s electronic record, from June to August 2015. Data were loaded into SPSS for Windows software, version 17.0 and submitted to descriptive statistical analysis. The project was approved by the Research Ethics Committee of the University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing (CEP / EERP-USP) under Protocol No. 41912415.3.0000.5393. Of the 31 patients with thalassemia major, 5 (16,1%) had diabetes mellitus. Regarding the sociodemographic variables, there were no differences in the distribution of the patients between the sexes, most of them were single and enrolled in high school. The age ranged from five to 48 years, with a mean of 24,9 years of age, the majority received up to 10 minimum wages, were students and had a work contract. Regarding the clinical variables, we have that the predominant treatment was the oral chelator deferasirox, and in those patients with diabetes, in addition to deferasirox, the majority used insulin. The predominant transfusion regimen was 15 to 22 days. Body mass index was classified as eutrophic and blood pressure was considered optimal for most patients. Regarding the laboratory findings, patients with diabetes and thalassemia had altered values of fasting glycemia and transaminase, whereas patients without diabetes had altered values of serum ferritin. Regarding imaging exams findings, no patient with diabetes and major thalassemia presented adequate bone mass, which reinforces the importance of their monitoring. The increase in cardiac overload for patients with diabetes and thalassemia stands out. For patients with thalassemia and without diabetes, the majority had severe hepatic iron overload in the magnetic resonance imaging of the liver, while for most patients with diabetes it was considered normal. Thus, knowing the clinical characteristics of patients with thalassemia major and diabetes allows subsidizing qualified nursing care and contributing to the health of patients with chronic conditions. However, our findings corroborate the prevalence rates of diabetes in patients with thalassemia major found in the national and international literature
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Boletim brasileiro de avaliação de tecnologias em saúde: deferasirox para o tratamento da sobrecarga de ferro / Brazilian bulletin for health technology assessment: deferasirox for iron overload

Silva, Marcus Tolentino [UNIFESP] 22 February 2011 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-07-22T20:49:39Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2011-02-22. Added 1 bitstream(s) on 2015-08-11T03:26:02Z : No. of bitstreams: 1 Publico-12515.pdf: 978359 bytes, checksum: 3be0798a82267f20204fe25244cbed7d (MD5) / Objetivo: Avaliar a evidência de eficácia e segurança do deferasirox para o tratamento da sobrecarga de ferro relacionada à betatalassemia, doença falciforme e síndrome mielodisplásica, em comparação a outros quelantes de ferro disponíveis no Brasil (desferroxamina e deferiprona). Método: Para síntese da evidência foi realizada busca por relatórios de agências de avaliação de tecnologias em saúde e por revisões sistemáticas no Medline (março 2009). Adicionalmente, foi feita busca por ensaios clínicos para atualização da informação disponível. Das referências identificadas, foi selecionado o trabalho de McLeod (2009), por ser uma revisão sistemática e estudo de avaliação econômica elaborado por uma agência de avaliação de tecnologias em saúde de alta confiabilidade. Considerando o contexto econômico local e a disponibilidade dos medicamentos e insumos laboratoriais, a evidência foi adaptada e avaliada criticamente. Resultados: A evidência encontrada é baseada em três ensaios clínicos, de baixa qualidade metodológica, que avaliaram o uso do deferasirox em relação à desferroxamina. Não foram localizados estudos comparativos entre o deferasirox e a deferiprona. Nos ensaios clínicos identificados, a concentração hepática de ferro (exame não disponível no Brasil) foi considerada como desfecho primário, apesar de na prática clínica a quantidade de ferro ser monitorada pela concentração de ferritina sérica. As mudanças na ferritina sérica revelam-se mais favoráveis em pacientes com betatalassemia e doença falciforme (maior prevalência no Brasil) que receberam desferroxamina, do que aqueles que receberam deferasirox. As informações econômicas levantadas indicam que o deferasirox, em comparação a desferroxamina pode ser uma opção custo-efetiva. Conclusões: Como o deferasirox foi introduzido recentemente no mercado brasileiro e é considerado alternativa de tratamento no sistema público de saúde, informações de farmacovigilância precisam ser monitoradas, principalmente no que se refere ao risco de insuficiência renal, citopenias (agranulocitose e trombocitopenia), além de distúrbios gastrointestinais, hepáticos, renais e sanguíneos. / Objectives: to evaluate the evidence on efficacy and safety regarding deferasirox for treatment of iron overload relating to beta-thalassemia, sickle cell disease and myelodysplastic syndrome, in comparison with other iron chelators available in Brazil (deferoxamine and deferiprone). Methods: to produce a synthesis of the evidence, a search was conducted using reports from HTA agencies and systematic reviews in Medline (March 2009). Additionally, a search for clinical trials was conducted to update the information available. Among the references identified, the study by McLeod (2009) was selected because this was a systematic review and economic evaluation produced by a highly trustworthy HTA agency. Considering the local economic context and the availability of medications and laboratory supplies, the evidence was adapted and critically evaluated. Results: the evidence found was based on three clinical trials of low methodological quality that evaluated the use of deferasirox in relation to deferoxamine. No comparative studies between deferasirox and deferiprone were found. In the clinical trials identified, hepatic iron concentration (a test unavailable in Brazil) was taken to be the primary outcome, although in clinical practice, the iron levels were monitored by means of the serum ferritin concentration. The changes in serum ferritin concentration were more favorable among patients with beta thalassemia and sickle cell disease (highest prevalence in Brazil) who received deferoxamine than among those who received deferasirox. Previous economic evaluation suggests that deferasirox may be a cost-effective strategy. Conclusions: since deferasirox was only recently introduced onto the Brazilian market and is considered to be an alternative for treatment within the public healthcare system, drug surveillance information is required, particularly regarding the risks of kidney failure, cytopenia (agranulocytosis and thrombocytopenia) and gastrointestinal, hepatic, renal and blood disorders. / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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O papel das mutações do gene HFE  e da sobrecarga de ferro na evolução da hepatite crônica pelo VHC / The role of HFE gene mutations and iron overload in the history of chronic hepatitis C

Ana Lúcia Bernardes da Silva 16 September 2009 (has links)
Introdução: A infecção pelo VHC é uma epidemia de proporções globais, que se torna crônica em cerca de 85% dos indivíduos. Sobrecarga de ferro secundária a mutações HFE vem sendo proposta como fator agravante na evolução da hepatite crônica C. Objetivos: Avaliar se sobrecarga de ferro, mutações no gene HFE estão associadas a progressão da fibrose hepática e a carcinoma hepatocelular (CHC) em portadores crônicos VHC. Casuística e Métodos: De um banco de 2300 pacientes matriculados nos Ambulatórios de Hepatologia e de Transplante Hepático do HCFMUSP, selecionaram-se 320 portadores de hepatite crônica C. Os homens (55,6%) apresentaram 50,8 anos de idade em média e as mulheres 54,3. Obtiveram-se dados clínicos e laboratoriais da época da biópsia hepática, admissionais ou com pelo menos um ano de wash-out do tratamento antiviral. Considerou-se sobrecarga bioquímica níveis de ferro, saturação da transferrina e ferritina acima dos valores de referência. Sobrecarga de ferro tecidual foi identificada pela coloração de Perls graus 3-4. As mutações HFE C282Y e H63D foram pesquisadas pela técnica de PCR em tempo real, em DNA extraído de sangue total, após assinatura de TCLE aprovado pelo comitê de ética local. A fibrose hepática foi considerada avançada para graus 3-4 da classificação SBH/SBP e Metavir (n=167, 52,2%). CHC foi definido por biópsia ou por imagem típica por 2 métodos e AFP 400 mg/dL (n=45, 14,1%). Investigaram-se antecedentes de etilismo, diabetes mellitus, IMC e esteatose em biópsia hepática. A partir dos resultados de genotipagem HFE, constituiu-se um subgrupo caso-controle (n=182) com os portadores de mutações e pares de idade, sexo, etnia e IMC similares. Procederam-se análises de correlação bivariada e multivariada (IC=95%) nos grupos geral e caso-controle. Resultados: Quando se compararam casos com fibrose leve vs avançada, observaram-se níveis elevados de ferro em 17,7% vs 25,2% (p=0,019); saturação da transferrina em 24,3% vs 36,7% (p=0,001); ferritina em 25,8% vs 32,4% (p=0,040) e sobrecarga de ferro tecidual em 3,6% vs 1,4% (p=0,126). Quanto à mutação C282Y, observaram-se frequências alélicas de 0,9% vs 2,0% (p=0,110) e à H63D 5,0% vs 8,0% (p=0,033). No subgrupo casocontrole, as associações de C282Y e H63D com fibrose avançada ocorreram com significâncias de p=0,072 e 0,008, respectivamente. A análise multivariada, tendo fibrose como variável dependente nesse mesmo subgrupo, confirmou as associações com C282Y (OR=31,45; p=0,006) e H63D (OR=33,70; p=0,001). Neste mesmo subgrupo, a presença de pelo menos um alelo mutante esteve associada à ocorrência de CHC (p=0,015). Não se identificaram outros parâmetros associados a transformação carcinomatosa. Na análise multivariada, foram variáveis associadas a evolução da fibrose idade avançada (OR=2,36; p=0,000), etilismo (OR=2,18; p=0,007), saturação da transferrina (OR=2,11; p=0,010) e mutação H63D (OR=1,97; p=0,03). Discussão e Conclusões: Houve correlação de graus mais avançados de fibrose com níveis elevados de ferro, saturação da transferrina e ferritina; contudo, esses marcadores também podem estar igualmente elevados nos indivíduos com pouca fibrose. Ao contrário, em muitos casos, a sobrecarga bioquímica de ferro pode ser conseqüência da progressão da doença hepática, e não sua causa. As mutações H63D e C282Y ocorreram em associação com maiores graus de alteração arquitetural; mas, como não houve associação entre siderose tecidual e fibrose, é possível que seu papel na agressão hepática não ocorra diretamente por meio da sobrecarga de ferro. Os portadores de mutações HFE apresentam CHC com maior frequência que seus casos-controle. / Introduction: HCV infection is an epidemic of global proportions, which becomes chronic in about 85% of individuals. Iron overload due to HFE mutations has been proposed as aggravating factor in the evolution of chronic hepatitis C. Objectives: To assess whether iron overload, mutations in the HFE gene are associated with progression of liver fibrosis and hepatocellular carcinoma (HCC) in chronic HCV. Patients and Methods: From a database of 2300 patients enrolled in the outpatient clinics of Hepatology and Liver Transplantation, HCFMUSP, 320 patients with chronic hepatitis C were selected. Men (55.6%) were 50.8 years old on average and women 54.3. Admissional clinical and laboratory data at the time of liver biopsy were obtained; when patient had been previously treated with antiviral drugs, the wash-out period required was of at least one year. Biochemical iron overload was defined as iron, ferritin and transferrin saturation above the reference values. Tissue iron overload was identified by Perls staining of grades 3-4. The HFE C282Y and H63D mutations were searched by real-time PCR technique in DNA extracted from whole blood, after signing of FICT approved by the local ethics committee. The liver fibrosis was considered advanced for grades 3-4 in the classification SBH/SBP and METAVIR(n = 167, 52.2%). HCC was defined by biopsy or by typical image by 2 methods and AFP 400 mg / dL (n = 45, 14.1%). Personal history of alcoholism, diabetes mellitus, BMI and steatosis in liver biopsy were obtained. A casecontrol group was constituted based on the results of HFE genotyping (n = 182), subjects were paired by age, gender, ethnicity and BMI. Bivariate correlation and multivariate analysis (CI = 95%) groups in general and case-control were carried-out. Results: When comparing patients with mild vs advanced fibrosis, biochemical high levels of iron were detected in 17.7% vs 25.2% (p = 0.019), transferrin saturation in 24.3% vs 36.7% (p = 0.001), ferritin in 25.8% vs 32.4% (p = 0.040) and tissue iron overload in 3.6% vs 1.4% (p = 0.126). Regarding to HFE mutations, the allelic frequencies of C282Y were 0.9% vs 2.0% (p = 0.110); and of H63D, 5.0% vs 8.0% (p = 0.033). In casecontrol group, associations of C282Y and H63D with advanced fibrosis occurred with significance of p=0.072 and 0.008, respectively. Multivariate analysis with fibrosis as the dependent variable in that group, confirmed the associations with C282Y (OR = 31.45, p = 0.006) and H63D (OR = 33.70, p = 0.001). In this same subgroup, the presence of at least one mutant allele was associated with occurrence of HCC (p = 0.015). There were not any other parameters found in association with carcinomatous transformation. The multivariate analysis using fibrosis as dependent variable showed association with age (OR = 2.36, p = 0.000), alcoholism (OR = 2.18, p = 0.007), transferrin saturation (OR = 2.11, p = 0.010) and H63D mutation (OR = 1.97, p = 0.03). Discussion and Conclusions: Advanced degrees of fibrosis were correlated with high levels of iron, transferrin saturation and ferritin; however, these markers can also be elevated in individuals with slight fibrosis. In contrary, in many cases, the biochemistry of iron overload may be a consequence of progression of liver disease. C282Y and H63D mutations occurred in association with more advanced fibrosis. However, as there was not any correlation between tissue siderosis and fibrosis, it might be possible that liver injury occurs not by the iron overload pathway. Finally, carriers of HFE mutations were found with HCC more frequently than their casecontrol.
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Caracterização fenotípica e genotipagem HFE em portadores de doença hepática crônica com sobrecarga de ferro / Phenotypic characteristics and HFE genotyping in patients with liver disease and iron overload

Evangelista, Andréia Silva 10 May 2013 (has links)
A doença hepática associada a sobrecarga de ferro pode ocorrer devido a causas genéticas ou secundárias. Esse estudo avaliou pacientes com hepatopatia crônica com sobrecarga de ferro submetidos à pesquisa das mutações HFE no período de 2007-2009 e classificou como portadores de hemocromatose hereditária HFE (HH-HFE) aqueles que apresentavam as mutações C282Y/C282Y ou C282Y/H63D e como sobrecarga de ferro não HFE aqueles que apresentavam outras mutações no gene HFE como C282Y/-, H63D/- e H63D/H63D ou pacientes sem qualquer uma dessas mutações mencionadas. Os objetivos do estudo foram 1) analisar e correlacionar os aspectos fenotípicos e genotípicos de grupo de indivíduos com doença hepática crônica e sobrecarga de ferro; 2) caracterizar o quadro clínico, laboratorial e anatomopatológico, em busca de achados compatíveis com o fenótipo de hemocromatose; 3) Correlacionar o quadro clínico com as mutações no gene HFE. Foram analisados 108 indivíduos portadores de hepatopatia crônica selecionados a partir de saturação de transferrina (ST) > 45% e ferritina sérica > 350 ng/mL. Foram estudados e comparados 16 pacientes no grupo HH-HFE com 92 no grupo sobrecarga de ferro não HFE. Da casuística geral, a idade média ao diagnóstico da doença foi de 46,69 anos (16-77), com 70,73% constituída por indivíduos de cor branca, 77,57% do sexo masculino e 64,8% tinham cirrose hepática. A frequência de cirrose hepática não diferiu entre os grupos, entretanto, artropatia, carcinoma hepatocelular, diabetes e osteoporose foram mais frequentes no grupo HH- HFE (53,8% x 15,9%, 31,2% x 7,06%, 56,2% x 30%, 72,7% x 32,1%, respectivamente, p < 0,05). Os pacientes com mutações HFE diagnósticas de HH apresentaram maior chance de ter carcinoma hepatocelular (OR= 5,0, p= 0,032) quando comparados com os portadores de outros genótipos HFE e aqueles sem mutação. Os níveis de ST, ferro e ferritina também foram maiores naquele grupo, bem como os graus de siderose 3 e 4 (p= 0,026). A ST foi a variável que se correlacionou independentemente com o diagnóstico das mutações C282Y/C282Y e C282Y/H63D. A frequência de fatores de risco para sobrecarga de ferro não diferiu entre os grupos. Observou-se, entretanto, que no grupo HH-HFE havia maior número de pacientes sem qualquer fator de risco detectado (p= 0,019). Níveis de ST > 82% apresentaram maior valor preditivo negativo para o diagnóstico de HH-HFE do que os de ferritina, ferro, capacidade total de ligação de ferro e de transferrina. Concluímos que os portadores de HH-HFE têm maiores graus de sobrecarga de ferro quando comparados ao grupo de sobrecarga de ferro não-HFE; em indivíduos com doença hepática crônica. ST > 82% tem maior acurácia para diagnóstico de HH-HFE; portadores de mutações C282Y em homozigose ou em heterozigose composta com H63D têm maior chance de apresentar carcinoma hepatocelular do que os portadores de outras mutações no gene HFE e pacientes sem mutação / Chronic liver disease related to iron overload may occur due to genetic or secondary causes. This study analyzed patients with chronic liver diseases and iron overload who were tested for HFE mutations from 2007 to 2009. Patients with C282Y/C282Y or C282Y/H63D mutations were diagnosed with HFE hereditary hemochromatosis (HFE-HH) and those with other HFE genotypes (C282Y/-, H63D/- or H63D/H63D) or individuals without HFE mutations (wild type) were designed as non-HFE iron overload. The aims of this study were: 1) to analyze and to establish correlations between phenotypic and genotypic aspects of individuals with chronic liver disease and with iron overload; 2) to charachterize the clinical manifestations, laboratory and histological findings consistent with the phenotype of hemochromatosis; 3) to verify associations between clinical manifestations and HFE mutations. One hundred and eight patients with chronic liver diseases and with iron overload, defined as transferrin saturation (TS) > 45% and serum ferritin levels > 350 ng/mL were included. Sixteen patients had HH-HFE and were compared with 92 patients with non-HFE iron overload group. The average of age at diagnosis was 46.69 years (16-77), 70.73% were Caucasians, 77.57% were male and 64.8% had hepatic cirrhosis. The proportion of hepatic cirrhosis was similar in both groups, nevertheless arthropathy, hepatocellular carcinoma, diabetes and osteoporosis were more frequent in the HFE-HH group (53,8% x 15,9%, 31,2% x 7,06%, 56,2% x 30%, 72,7% x 32,1%, respectively, p < 0,05). The HFE C282Y/C282Y or C282Y/ H63D genotypes had a higher chance to develop hepatocellular carcinoma (OR= 5.0, p= 0.032) when compared with the other HFE genotypes and with those wild type. The levels of TS, serum iron and ferritin were greater in HFE-HH group, as well as hepatic siderosis grade 3 and 4 (p= 0.026). TS was the biochemical marker of iron overload with the higher independent correlation with the presence of C282Y/C282Y and C282Y/H63D mutations. The frequency of risk factors for iron overload was not different between the groups, however, in HFE-HH group a greater number of patients without any risk factor was detected (p= 0.019). TS > 82% had a higher predictive negative value for diagnosing HFE-HH when compared to the levels of ferritin, serum iron, total iron binding capacity and transferrin. We concluded that the HFE-HH patients had a greater iron overload than patients with chronic liver diseases with non-HFE iron overload. TS > 82% had more accuracy to diagnose HFE-HH. The carriers of C282Y/C282Y or C282Y/H63D mutations had a higher probability to develop hepatocellular carcinoma, when compared to the patients with HFE genotypes and patients wild type
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Caracterização fenotípica e genotipagem HFE em portadores de doença hepática crônica com sobrecarga de ferro / Phenotypic characteristics and HFE genotyping in patients with liver disease and iron overload

Andréia Silva Evangelista 10 May 2013 (has links)
A doença hepática associada a sobrecarga de ferro pode ocorrer devido a causas genéticas ou secundárias. Esse estudo avaliou pacientes com hepatopatia crônica com sobrecarga de ferro submetidos à pesquisa das mutações HFE no período de 2007-2009 e classificou como portadores de hemocromatose hereditária HFE (HH-HFE) aqueles que apresentavam as mutações C282Y/C282Y ou C282Y/H63D e como sobrecarga de ferro não HFE aqueles que apresentavam outras mutações no gene HFE como C282Y/-, H63D/- e H63D/H63D ou pacientes sem qualquer uma dessas mutações mencionadas. Os objetivos do estudo foram 1) analisar e correlacionar os aspectos fenotípicos e genotípicos de grupo de indivíduos com doença hepática crônica e sobrecarga de ferro; 2) caracterizar o quadro clínico, laboratorial e anatomopatológico, em busca de achados compatíveis com o fenótipo de hemocromatose; 3) Correlacionar o quadro clínico com as mutações no gene HFE. Foram analisados 108 indivíduos portadores de hepatopatia crônica selecionados a partir de saturação de transferrina (ST) > 45% e ferritina sérica > 350 ng/mL. Foram estudados e comparados 16 pacientes no grupo HH-HFE com 92 no grupo sobrecarga de ferro não HFE. Da casuística geral, a idade média ao diagnóstico da doença foi de 46,69 anos (16-77), com 70,73% constituída por indivíduos de cor branca, 77,57% do sexo masculino e 64,8% tinham cirrose hepática. A frequência de cirrose hepática não diferiu entre os grupos, entretanto, artropatia, carcinoma hepatocelular, diabetes e osteoporose foram mais frequentes no grupo HH- HFE (53,8% x 15,9%, 31,2% x 7,06%, 56,2% x 30%, 72,7% x 32,1%, respectivamente, p < 0,05). Os pacientes com mutações HFE diagnósticas de HH apresentaram maior chance de ter carcinoma hepatocelular (OR= 5,0, p= 0,032) quando comparados com os portadores de outros genótipos HFE e aqueles sem mutação. Os níveis de ST, ferro e ferritina também foram maiores naquele grupo, bem como os graus de siderose 3 e 4 (p= 0,026). A ST foi a variável que se correlacionou independentemente com o diagnóstico das mutações C282Y/C282Y e C282Y/H63D. A frequência de fatores de risco para sobrecarga de ferro não diferiu entre os grupos. Observou-se, entretanto, que no grupo HH-HFE havia maior número de pacientes sem qualquer fator de risco detectado (p= 0,019). Níveis de ST > 82% apresentaram maior valor preditivo negativo para o diagnóstico de HH-HFE do que os de ferritina, ferro, capacidade total de ligação de ferro e de transferrina. Concluímos que os portadores de HH-HFE têm maiores graus de sobrecarga de ferro quando comparados ao grupo de sobrecarga de ferro não-HFE; em indivíduos com doença hepática crônica. ST > 82% tem maior acurácia para diagnóstico de HH-HFE; portadores de mutações C282Y em homozigose ou em heterozigose composta com H63D têm maior chance de apresentar carcinoma hepatocelular do que os portadores de outras mutações no gene HFE e pacientes sem mutação / Chronic liver disease related to iron overload may occur due to genetic or secondary causes. This study analyzed patients with chronic liver diseases and iron overload who were tested for HFE mutations from 2007 to 2009. Patients with C282Y/C282Y or C282Y/H63D mutations were diagnosed with HFE hereditary hemochromatosis (HFE-HH) and those with other HFE genotypes (C282Y/-, H63D/- or H63D/H63D) or individuals without HFE mutations (wild type) were designed as non-HFE iron overload. The aims of this study were: 1) to analyze and to establish correlations between phenotypic and genotypic aspects of individuals with chronic liver disease and with iron overload; 2) to charachterize the clinical manifestations, laboratory and histological findings consistent with the phenotype of hemochromatosis; 3) to verify associations between clinical manifestations and HFE mutations. One hundred and eight patients with chronic liver diseases and with iron overload, defined as transferrin saturation (TS) > 45% and serum ferritin levels > 350 ng/mL were included. Sixteen patients had HH-HFE and were compared with 92 patients with non-HFE iron overload group. The average of age at diagnosis was 46.69 years (16-77), 70.73% were Caucasians, 77.57% were male and 64.8% had hepatic cirrhosis. The proportion of hepatic cirrhosis was similar in both groups, nevertheless arthropathy, hepatocellular carcinoma, diabetes and osteoporosis were more frequent in the HFE-HH group (53,8% x 15,9%, 31,2% x 7,06%, 56,2% x 30%, 72,7% x 32,1%, respectively, p < 0,05). The HFE C282Y/C282Y or C282Y/ H63D genotypes had a higher chance to develop hepatocellular carcinoma (OR= 5.0, p= 0.032) when compared with the other HFE genotypes and with those wild type. The levels of TS, serum iron and ferritin were greater in HFE-HH group, as well as hepatic siderosis grade 3 and 4 (p= 0.026). TS was the biochemical marker of iron overload with the higher independent correlation with the presence of C282Y/C282Y and C282Y/H63D mutations. The frequency of risk factors for iron overload was not different between the groups, however, in HFE-HH group a greater number of patients without any risk factor was detected (p= 0.019). TS > 82% had a higher predictive negative value for diagnosing HFE-HH when compared to the levels of ferritin, serum iron, total iron binding capacity and transferrin. We concluded that the HFE-HH patients had a greater iron overload than patients with chronic liver diseases with non-HFE iron overload. TS > 82% had more accuracy to diagnose HFE-HH. The carriers of C282Y/C282Y or C282Y/H63D mutations had a higher probability to develop hepatocellular carcinoma, when compared to the patients with HFE genotypes and patients wild type
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Hemocromatose hereditária: associação entre as mutações no gene HFE e o estado de ferro em doadores de sangue e pesquisa de mutações nos genes HFE, HJV, HAMP, TFR2 e SLC40A1 em pacientes com sobrecarga de ferro primária / Hereditary hemochromatosis: relationship between HFE gene mutations and iron status in blood donors and HFE, HJV, HAMP, TFR2 and SLC40A1 gene sequencing in primary iron overload patients

Santos, Paulo Caleb Júnior de Lima 21 January 2011 (has links)
A hemocromatose hereditária é caracterizada pelo aumento da absorção intestinal de ferro, acarretando progressivo acúmulo no organismo. Os objetivos foram: 1- determinar as frequências das mutações p.C282Y, p.H63D e p.S65C no gene HFE e avaliar os efeitos nas concentrações dos parâmetros do ferro em doadores de sangue; 2- pesquisar mutações nos genes: 2.1- HFE, 2.2- HJV e HAMP, 2.3- TFR2 e SLC40A1, em pacientes portadores de sobrecarga de ferro primária. Participaram 542 doadores de sangue provenientes do Hemocentro da Santa Casa de São Paulo. Foram incluídos 51 pacientes que apresentavam saturação de transferrina &#8805; 50% (para mulheres) e &#8805; 60% (para homens) e ausência de causas secundárias. Os genótipos para as mutações nos genes HFE foram avaliados pela PCR-RFLP. Foi realizado sequenciamento direto bidirecional para cada éxon dos genes, utilizando o sequenciador Genetic Analizer 3500XL®. Nos doadores de sangue, as frequências dos alelos HFE 282Y, HFE 63D e HFE 65C foram 2,1, 13,6 e 0,6%, respectivamente. Os homens que doaram pela primeira vez, portadores do genótipo HFE 282CY, apresentaram maiores valores de saturação de transferrina; e também os portadores dos genótipos HFE 63DD e 63HD apresentaram maiores concentrações de ferritina sérica, em relação aos de genótipo selvagem. Para os pacientes, 72,5% (37/51) apresentaram ao menos 1 alteração no gene HFE e 11 foram identificados como homozigotos para a mutação p.C282Y. Uma mutação não descrita na literatura (p.V256I) foi identificada no gene HFE e a modelagem molecular (análises de ligação e estrutural) detectou que a mutação não reduziu a afinidade entre as proteínas HFE e &#946;2-microglobulina. No sequenciamento dos éxons dos genes HJV e HAMP foram identificadas as alterações já descritas: HJV p.E302K, HJV p.A310G, HJV p.G320V e HAMP p.R59G. Para o gene TFR2, foram identificados 3 polimorfismos já descritos (p.A75V, p.A617A e p.R752H). No gene SLC40A1 foram observados 6 polimorfismos (rs13008848, rs11568351, rs11568345, rs11568344, rs2304704 e rs11568346) e 1 alteração não descrita previamente na literatura (p.G204S). As conclusões foram: 1- em relação aos doadores de sangue, a presença dos alelos HFE 282Y e HFE 63D foi associada ao maior aporte de ferro nos homens que não doaram sangue anteriormente. 2.1- Para os pacientes com sobrecarga de ferro, a mutação p.C282Y em homozigose, ou em heterozigose composta com a p.H63D, foi a mais frequente alteração encontrada (33,3%). 2.2- O diagnóstico molecular de hemocromatose juvenil (HJ) no Brasil (HJV p.G320V em homozigose) foi relatado. As mutações funcionais HJV p.E302K e HAMP p.R59G foram identificadas, sendo possível que estas alterações possam estar contribuindo para consequências fenotípicas juntas as outras mutações em regiões intrônicas ou regulatórias dos genes. 2.3- Mutações funcionais nos genes TFR2 e SLC40A1 não foram identificadas. / Hereditary hemochromatosis (HH) is characterized by increased intestinal iron absorption, which leads to a progressive accumulation of iron in the body. The aims were: 1- to assess the frequency of HFE gene mutations (p.C282Y, p.H63D and p.S65C) and to identify their relationship to iron status in blood donors; 2- to search in primary iron overload patients: 2.1- HFE, 2.2- HJV and HAMP, 2.3- TFR2 and SLC40A1 gene mutations. Blood donors (n=542) were recruited from Hemocentro of Santa Casa Hospital, Sao Paulo, Brazil. The study included 51 patients with transferrin saturation &#8805; 50% (women) and &#8805; 60% (men) and absence of secondary causes. The genotypes for HFE mutations were evaluated by PCR-RFLP. Subsequent bidirectional sequencing for each gene was performed using the Genetic Analizer sequencer 3500XL®. The frequencies of HFE 282Y, HFE 63D and HFE 65C alleles were 2.1, 13.6 and 0.6% in blood donors, respectively. The first time male donors carrying heterozygous genotype for the p.C282Y mutation had higher transferrin saturation values; and men carrying HFE 63DD and 63HD genotypes had higher serum ferritin concentrations when compared to the wild genotype. Thirtyseven (72.5%) out of the 51 patients presented at least one HFE mutation and 11 were identified as homozygous for the mutation p.C282Y. One novel mutation (p.V256I) in the HFE gene was indentified and molecular modeling (free energy and structural analysis in silico) showed that p.V256I mutation did not reduce the affinity binding between HFE and &#946;2-microglobulin. Sequencing in the HJV and HAMP genes revealed HJV p.E302K, HJV p.A310G, HJV p.G320V and HAMP p.R59G alterations. Sequencing in the TFR2 gene observed 3 polymorphisms (p.A75V, p.A617A e p.R752H); and sequencing in the SLC40A1 gene identified 6 polymorphisms (rs13008848, rs11568351, rs11568345, rs11568344, rs2304704 e rs11568346) and 1 p.G204S non-described mutation. The conclusions were: 1- for blood donors, the presence of HFE 282Y and HFE 63D alleles were associated with alterations on iron status only in first time male blood donors. 2.1- For patients with iron overload, the p.C282Y mutation in homozygous or in compound heterozygous with p.H63D, was the most frequent molecular change found (33.3%). 2.2- The molecular diagnosis of Juvenil Hemochromatosis (JH) in Brazil (homozygous genotype for the HJV p.G320V) was reported. The HJV p.E302K and HAMP p.R59G functional mutations were found and, it is conceivable that they may be contributing to phenotypic consequences together to other mutations in intronic or regulatory regions. 2.3- Functional mutation in the TFR2 and SLC40A1 genes were not identified.

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