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Bergson e a criação artística / Bergson and the artistic creationAna Beatriz Antunes Gomes 13 June 2013 (has links)
O pensamento de Bergson situa a estética no seio de uma filosofia da natureza, cujo princípio metafísico está longe de qualquer determinismo e do arbítrio do acaso, remetendo-se à irreversibilidade do tempo. Ao invés de disciplina intelectual que busca a natureza da beleza, trata-se, antes, de conduta vital, processo de diferenciação virtual rumo à posição de novidades radicais, podendo ou não desembocar na atividade artística. A arte não é, portanto, um conjunto de atributos atualmente dados ou a prática de habilidades específicas e, sim, um modo de ação que entrelaça os regimes do virtual e do atual sem permitir que a existência se sobreponha à consistência, realizando-se, inclusive, na sua própria abertura. Se o impulso da vida é o que comunica espírito e matéria, inserindo liberdade na necessidade, segue-se que a atividade artística é uma das vias em que desemboca o elã, ao lado dos seres vivos e da expressão mística. A individuação de uma obra implica certos graus de liberdade e níveis de consciência que não se explicam nem pela espécie, nem pelo indivíduo, já que sua contração intuitiva submete a duração do artista a tonalidades não psicológicas e a-subjetivas. Tocado por uma emoção criadora, vai-se realmente do Todo Aberto à colocação de novos mundos. O veículo de ação confunde-se com a própria ação, criatura com criador, de modo que o corpo artístico instaurado é puro transbordamento de vitalidade, consciência de si do tempo. / Bergson's aesthetics lies within a philosophy of nature, whose metaphysical principle is far from any determinism or chance as it refers to the irreversibility of time. Instead of an intellectual discipline that seeks the nature of beauty, it is rather defined by a vital conduct, a process of virtual differentiation towards the position of radical novelties, which may or may not culminate in artistic activity. Therefore, art is not a set of actual attributes or the practice of specific skills; its, on the other hand, a mode of action that interweaves the regimes of the virtual and the actual without allowing its existence to overlap its consistency. Its realization indeed relies in its own opening. If the impulse of life is what communicates spirit and matter, by inserting liberty into necessity, it follows that artistic activity is one of the ways in which the élan flows, alongside living beings and mystical expression. The individuation of a piece involves certain degrees of freedom and levels of consciousness that cannot be explained neither by the species nor by the individual because its intuitive contraction takes the duration of the artist to tones of vitality that are not psychological or subjective. Touched by a creative emotion, one goes from the perspective of the Open Whole to the placement of new worlds. The vehicle of action then merges with the action itself, creature with creator, so that the artistic body is pure overflowing vitality, when time regains consciousness of itself.
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Bergson e a criação artística / Bergson and the artistic creationAna Beatriz Antunes Gomes 13 June 2013 (has links)
O pensamento de Bergson situa a estética no seio de uma filosofia da natureza, cujo princípio metafísico está longe de qualquer determinismo e do arbítrio do acaso, remetendo-se à irreversibilidade do tempo. Ao invés de disciplina intelectual que busca a natureza da beleza, trata-se, antes, de conduta vital, processo de diferenciação virtual rumo à posição de novidades radicais, podendo ou não desembocar na atividade artística. A arte não é, portanto, um conjunto de atributos atualmente dados ou a prática de habilidades específicas e, sim, um modo de ação que entrelaça os regimes do virtual e do atual sem permitir que a existência se sobreponha à consistência, realizando-se, inclusive, na sua própria abertura. Se o impulso da vida é o que comunica espírito e matéria, inserindo liberdade na necessidade, segue-se que a atividade artística é uma das vias em que desemboca o elã, ao lado dos seres vivos e da expressão mística. A individuação de uma obra implica certos graus de liberdade e níveis de consciência que não se explicam nem pela espécie, nem pelo indivíduo, já que sua contração intuitiva submete a duração do artista a tonalidades não psicológicas e a-subjetivas. Tocado por uma emoção criadora, vai-se realmente do Todo Aberto à colocação de novos mundos. O veículo de ação confunde-se com a própria ação, criatura com criador, de modo que o corpo artístico instaurado é puro transbordamento de vitalidade, consciência de si do tempo. / Bergson's aesthetics lies within a philosophy of nature, whose metaphysical principle is far from any determinism or chance as it refers to the irreversibility of time. Instead of an intellectual discipline that seeks the nature of beauty, it is rather defined by a vital conduct, a process of virtual differentiation towards the position of radical novelties, which may or may not culminate in artistic activity. Therefore, art is not a set of actual attributes or the practice of specific skills; its, on the other hand, a mode of action that interweaves the regimes of the virtual and the actual without allowing its existence to overlap its consistency. Its realization indeed relies in its own opening. If the impulse of life is what communicates spirit and matter, by inserting liberty into necessity, it follows that artistic activity is one of the ways in which the élan flows, alongside living beings and mystical expression. The individuation of a piece involves certain degrees of freedom and levels of consciousness that cannot be explained neither by the species nor by the individual because its intuitive contraction takes the duration of the artist to tones of vitality that are not psychological or subjective. Touched by a creative emotion, one goes from the perspective of the Open Whole to the placement of new worlds. The vehicle of action then merges with the action itself, creature with creator, so that the artistic body is pure overflowing vitality, when time regains consciousness of itself.
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Evolução e criação em Bergson / Evolution and creation in BergsonRech, Luiz Ricardo 29 November 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-11-29 / This research investigates one of the celebrated concepts through which Henri Bergson was known: the vital impulse. As in all the author's thought, this idea provides direct relationships with all his philosophy, which is why it is necessary one approach to the notion of metaphysical employed by the philosopher. In fact, it is a metaphysical approach to the problem of evolution that Bergson is proposing in Creative Evolution. The dialogue established with the biology of his time serves as the backdrop for the exhibition of what Bergson calls the limits of scientific method. In addition to this dialogue, it is important to comprehend, too, as the concept emerges, which is its internal coordination in the philosophy of the author and what the implications later in their thinking. / A presente pesquisa busca investigar um dos célebres conceitos pelos quais Henri Bergson ficou conhecido: o elã vital. Como em todo o pensamento do autor, essa ideia estabelece relações diretas com toda a sua filosofia, razão pela qual se faz necessária uma abordagem da própria noção de metafísica empregada pelo filósofo. De fato, é uma abordagem metafísica sobre o problema da evolução das espécies que Bergson está propondo em A evolução criadora. O diálogo estabelecido com a biologia de sua época serve de pano de fundo para a exposição do que Bergson chama de limites do método científico. Para além desse diálogo, é importante compreender, também, como surge o conceito, qual é a sua articulação interna na filosofia do autor e quais as implicações posteriores em seu pensamento.
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