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Avaliação da efetividade da orientação nutricional em pacientes adultos com acidente vascular cerebral : um ensaio clínico randomizado

Piper, Vanessa Alves January 2012 (has links)
Introdução e Resumo: O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade a nível mundial, portanto, a identificação de fatores de risco e estratégias de prevenção é considerada de importância para a saúde pública. Dieta rica em frutas e vegetais, com sódio reduzido e aumento na ingestão de potássio reduz o risco de AVC. Este estudo preliminar tem como objetivo avaliar o impacto do aconselhamento nutricional nos principais fatores de risco para AVC em pacientes após acidente vascular cerebral recente, seguidos por 3 meses. No estudo principal estes pacientes serão seguidos por 12 meses. Métodos: Pacientes com AVC recente (até 3 meses do quadro inicial) atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram randomizados para receber aconselhamento nutricional com uma dieta DASH (grupo de intervenção -GI) ou seguir a dieta usual (grupo controle - GC). Foram avaliadas características clínicas e demográficas e em cada visita foram feitas medidas antropométricas, medição da pressão arterial, exames bioquímicos e recordatório de 24 horas da ingestão de alimentos. As visitas foram realizadas na randomização (visita 1) e 1 e 3 meses após a visita 1. Os desfechos primários foram a redução das medias de pressão arterial dentro dos 3 meses após randomização e a proporção de pacientes com pressão arterial controlada na visita 3. Resultados: Foram avaliados 48 indivíduos (21 no GI e 27 no GC), com uma idade média de 59 ± 12 anos. Não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto aos desfechos primários. Observamos uma tendência de redução na pressão diastólica com um aumento na ingestão de cálcio (p = 0,06) e com aumento da ingestão de sódio, percebemos um aumento da pressão arterial diastólica (p =0,058) em ambos os grupos. Conclusões: Este estudo não demonstrou diferença no controle dos fatores de risco entre pacientes que receberam orientação nutricional comparados com aqueles com dieta usual. Possivelmente, a continuidade deste estudo, com um número maior de pacientes e um seguimento mais longo, poderá nos trazer resultados mais conclusivos sobre esta relação. / Background and Purpose: Stroke is a leading cause of morbidity and death at a global level, thus identification of risk factors and prevention strategies are considered of major public health importance. Diets rich in fruits and vegetables and with reduced sodium and increased potassium intake would reduce stroke risk. This preliminary study aims to assess the impact of nutrition counseling in the major risk factors for stroke in patients after recent stroke followed by 3 months. Methods: We randomized to receive nutritional counseling with a DASH Diet (Intervention group-IG) or follow usual diet (Control Group – CG) consecutive patients with acute stroke, assisted at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Clinical and demographic characteristics were assessed and in each visit anthropometric measures, arterial pressure, biochemical laboratory and 24-hour food-intake recordatory were collected and assessed. Patients were evaluated at baseline and at one and 3 months after allocation. Primary outcomes were the reduction of the mean arterial blood pressure within 3 months and the proportion of patients with controlled blood pressure at visit number 3. Results: Forty-eight individuals were randomly assigned to two groups (21 in the IG and 27 in the CG), with a mean-age of 59 ± 12 years. We did not observe significant differences between the two studied groups in the primary outcome. We observed a trend of reduction in diastolic BP with an increase in calcium intake (p = 0.06) and an increase in diastolic blood pressure (p= 0,058) in both groups associated to an increased sodium intake. Conclusions: The primary endpoint of this study was negative. Possibly, the continuity of the study with a larger number of patients followed for a longer period of time may provide us with more conclusive results about this relation.
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Fatores alimentares envolvidos no desenvolvimento de metaplasia intestinal em dispépticos funcionais

Taborda, Aline Gamarra January 2011 (has links)
Introdução: A metaplasia intestinal (MI) do estômago é uma lesão onde ocorre a metaplasia das células epiteliais gástricas para um fenótipo intestinal. A MI gástrica é considerada uma lesão preneoplásica associada a um aumento do risco de desenvolvimento de carcinoma gástrico. Estudos epidemiológicos indicam uma relação entre hábitos alimentares e o risco de desenvolvimento de câncer de estômago: tanto podendo ter um efeito carcinogênico gástrico, como um fator protetor, sugerindo que os antioxidantes como as vitaminas A, C e E, diminuem o risco desse tipo de câncer Material e métodos: Trata-se de um estudo caso-controle, observacional, para o qual foram avaliados 320 pacientes portadores de dispepsia funcional, que separados em dois grupos, um grupo de casos I (indivíduos com metaplasia intestinal) tiveram seus hábitos alimentares comparado aos do grupo de casos controle (sem metaplasia intestinal), através de um questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA). Resultados: Ao analisarmos o padrão alimentar dos pacientes dispépticos funcionais portadores de metaplasia intestinal e compará-lo com o padrão daqueles que não possuem MI constatou-se que os pacientes portadores de MI consomem mais alimentos como os enlatados e defumados, enquanto que os pacientes sem metaplasia intestinal apresentam um consumo expressivamente maior de frutas em geral e vegetais. Diferença no padrão de consumo de sal não foi identificada. Conclusões: Através dos resultados obtidos no presente estudo podemos supor que a modificação da dieta, por meio de uma diminuição na ingestão de alimentos como defumados e enlatados e um acréscimo na ingestão de frutas e vegetais, pode levar a uma diminuição de casos de metaplasia intestinal. / Introduction: Intestinal metaplasia (IM) of the stomach is a lesion in which metaplasia of gastric epithelial cells occurs for an intestinal phenotype. Gastric IM is considered a preneoplastic lesion associated with an increase in the risk of gastric carcinoma development. Epidemiologic studies indicate a relation between dietary habits and stomach cancer development, some habits increasing the risk for it, and others have a protective effect, suggesting that antioxidants, such as vitamins A, C, and E, decrease the risk of this type of cancer. Materials and methods: It is a case-control, observational study in which 320 patients with functional dyspepsia, divided in two groups, were assessed. The case I group (individuals with intestinal metaplasia) had their dietary pattern compared to that of the control group, constituted of individuals similar to those in the case group but without intestinal metaplasia, through a food frequency questionnaire (FFQ). Results: The analysis of the dietary pattern of functional dyspeptic patients with intestinal metaplasia, and its comparison with those without IM, showed a higher frequency of canned and smoked foods consumption in the first group, and, on the other hand, a higher consumption of fruits and vegetables in patients without IM. No effect of salt consumption was detected. Conclusions: The results obtained in this study suggest changes in the diet, with a decrease in the consumption of smoked and canned foods, and an increase in the consumption of fruits and vegetables, can lead to a diminution of intestinal metaplasia cases.
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Investigação das alterações do consumo de alimento palatável induzidas por trauma precoce em ratas fêmeas

Machado, Tania Diniz January 2012 (has links)
Introdução: Estresse crônico na vida adulta aumenta ansiedade e a utilização do alimento palatável “confortante” (comfort food) como forma de inibir sintomas de ansiedade, que parece ser mediado pela alteração do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). O objetivo deste trabalho foi verificar se o estresse no período neonatal pode afetar ansiedade, comportamento alimentar e a resposta ao estresse em ratas fêmeas adultas. Métodos: A partir do segundo dia de vida, ninhadas de ratos Wistar e suas genitoras foram submetidas à redução de material para confeccionar o ninho (intervenção). Na vida adulta, a ansiedade foi mensurada usando o teste de supressão alimentar pela novidade (NSFT), e a resposta neuroendócrina a 20 minutos de estresse por contenção foi verificada pela mensuração dos níveis plasmáticos de corticosterona e ACTH basal e imediatamente, 20, 40 e 70 minutos após o fim do estresse. Em outro subgrupo de animais, também submetidos à intervenção neonatal, o consumo basal de ração padrão assim como a preferência alimentar por alimento palatável, rico em gordura (34%) e açúcar (20%), foram mensuradas em um sistema computadorizado de consumo alimentar contínuo (BioDaq, Research Diets®) de ratas que receberam somente ração regular e nos animais expostos aos dois tipos de alimento (dieta regular e palatável) durante 30 dias. O ganho peso dos animais foi acompanhado semanalmente. Ao final do tratamento, os níveis de T3 e a gordura abdominal foram mensurados. Resultados: As genitoras do grupo intervenção apresentaram cuidado materno com menos variabilidade e menor qualidade quando comparadas às genitoras controles. O estresse na vida precoce aumentou a ansiedade na vida adulta no NSFT teste (latência para comer alimento doce em um novo ambiente (p=0.005), diminuiu o consumo de ração ao retornar para caixa-moradia (p=0.045), assim como aumentou os níveis de corticosterona em resposta ao estresse agudo por contenção (p=0.020). Nenhuma diferença foi encontrada níveis e ACTH em resposta ao estresse (p=0,282). O consumo de ração padrão diferiu entre os grupos somente no ciclo escuro, sendo menor no grupo intervenção (p=0.047). Ao ser exposto cronicamente à dieta palatável o grupo intervenção neonatal prefere este tipo de alimento quando tem opção de escolha (dieta palatável + dieta regular) (p=0.008) diminuindo o consumo de dieta regular. O ganho de peso durante primeiras 72h (p=0,417) e ao longo das 4 semanas (0,474) de exposição às dietas não foi diferente entre os grupos, assim como não houve diferença no percentual de gordura abdominal (p=0,166). No teste de preferência com todos os grupos, enquanto o grupo controle que recebeu cronicamente dieta palatável demonstrou uma diminuição na preferência por esse tipo de dieta comparado ao grupo controle exposto somente a dieta regular, os animais expostos a estresse precoce não demonstraram redução na preferência após exposição crônica (p<0,001). O hormônio T3 na vida adulta correlacionou-se negativamente com ato de lamber os filhotes (LG materno) no grupo intervenção neonatal (p=0,010). Essa correlação desaparece quando é dado opção de duas dietas (p=0,679). Conclusão: Alterações no estado de ansiedade e comportamento alimentar no presente modelo parecem estar relacionadas com mudanças na resposta neuroendócrina do eixo HPA ao estresse agudo. O consumo de alimento palatável possivelmente é utilizado pelas fêmeas do grupo intervenção para inibir os sintomas de ansiedade. / Introduction: Chronic stress in adulthood increases anxiety and prones the individuals to use palatable foods as “comfort foods”, which seems to be mediated by an altered functioning of the hypothalamus-pituitary-adrenal axis (HPA). We aimed at verifying if early life stress also affects anxiety, feeding behavior and stress responses in adult female rats. Methods: By the second day of life litters of Wistar rats were subjected to reduced nesting material (Early–Life Stress) or standard care (Controls). In adult life, anxiety was accessed using the novelty suppressed feeding test (NSFT), and the neuroendocrine stress response to 20 minutes restraint stress was verified by measuring plasma corticosterone and ACTH levels at baseline and immediately, 20, 40, and 70 min. following the stress exposure. In a different subset of animals, the basal consumption of regular diet as well as the preference for palatable food (rich in fat (34%) and sugar (20%)) was measured in a continuous monitoring computerized system of food consumption (BioDAQ, Research Diets®) in rats receiving only regular chow or exposed to both regular and hyperpalatable diets continuously for 30 days. Body weight gain was measured weekly. At the end of the treatment, T3 levels and the abdominal fat content were measured. Results: Intervention dams showed decreased variability and quality of maternal care compared to control dams. ELS increased adulthood anxiety in the NSFT (latency to eat the sweet pellet in a new environment p=0.005, decreased chow consumption upon the return to the homecage p=0.045), as well as increased corticosterone levels in response to acute restraint stress (p=0.02). No differences were seen in ACTH levels in response to stress. The regular diet intake was different among the groups only during the nocturnal phase of the light cycle, being lower in the intervention group (p=0,047). After being exposed chronically to a palatable diet, the intervention group prefered this type of food when having the option to choose (hyperpalatable food + regular diet) (p=0,008) decreasing the consumption of the regular diet. The body weight gain during the first 72h (p=0,417) and over the 4 weeks of exposure to the palatable diet (0,474) was not different between the groups, as well as no difference was seen on the percentage of abdominal fat (p=0,166). On the preference test with all the groups, while the control group chronically exposed to the hyperpalatable diet showed a diminished preference for the palatable food compared to the control group exposed only to the regular diet, the rats exposed to early life stress did not demonstrate this reduction in preference after the chronic exposure (p<0.001). T3 hormone levels correlated negatively with the licking and grooming (LG) scores in the ELS group (p=0,010). This correlation disappears when is given the oportunity of choice between two diets (p=0,679). Conclusion: Alterations in anxiety and feeding behaviors seen in early stressed animals in this model seem to be related to changes in the neuroendocrine HPA response to acute stress. The consumption of palatable food possibly is used by ELS females rats to inhibit the anxiety symptoms.
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Desempenho da taxa de filtração glomerular estimada pelas fórmulas do estudo MDRD e equação quadrática mayo em adultos saudáveis

Soares, Ariana Aguiar January 2008 (has links)
Introdução: As diretrizes de nefrologia recomendam a estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) para avaliar a função renal utilizando equações que incluam a creatinina sérica, como a desenvolvida no estudo MDRD. No entanto, existem controvérsias sobre a performance dessa equação nas faixas de normalidade da TFG e novas fórmulas têm sido propostas. Objetivo: Avaliar o desempenho das equações MDRD e Quadrática Clínica Mayo (QCM) para estimar a TFG comparando-as com a TFG medida por 51Cr-EDTA em adultos saudáveis. Pacientes e métodos: Estudo transversal. A TFG foi medida pela técnica do 51Cr-EDTA e estimada pelas fórmulas do MDRD e QCM. A creatinina sérica foi medida com método Jaffé compensado rastreável. Resultados: Foram avaliados 96 indivíduos, 61 mulheres (64%), 83 brancos (86%), com idade de 42±15 anos (19-86 anos). A TFG medida com 51Cr-EDTA (TFG51Cr) foi de 112±24, a TFGMDRD foi de 94±19 e a TFGQCM foi de 113±15 ml/min/1,73 m2. O viés (valor medido menos estimado) entre TFG51Cr e TFGMDRD foi de 18,3 ml/min/1,73 m2 , com limite de concordância (média±2 DP) de -34 a 70 ml/min/1,73 m2 . O viés entre TFG51Cr e TFGQCM foi de -1,4 ml/min/1,73 m2 (-51 a 49 ml/min/1,73 m2). A acurácia, calculada como a percentagem dos resultados estimados que desviam menos do que 15% do valor medido, foi de 40% para TFGMDRD e de 48% para TFGQCM. Conclusões: As fórmulas disponíveis para a estimativa da TFG não apresentam acurácia satisfatória para expressar o valor medido da variável na faixa de normalidade. / Background: Current guidelines recommend glomerular filtration rate (GFR) estimation to analyse renal function employing equations with serum creatinine, like the one developed by MDRD study. However, there are doubts about the performance of this equation in normal range GFRs and new formulas have been proposed. Aim: To evaluate the performance of MDRD and Mayo Clinic Quadratic (MCQ) equations in estimating GFR comparing them with 51Cr-EDTA measured GFR in healthy adults. Patients and methods: Cross-sectional study. GFR was measured by 51Cr-EDTA single-injection method and estimated by MDRD e MCQ equations. Serum creatinine was measured with a traceable, compensated Jaffé method. Results: Ninety-six individuals, 61 women (64%), 83 white (86%), aged 42±15 years (19-86 years) were evaluated. 51Cr-EDTA GFR (51CrGFR) was 112±24, MDRDGFR was 94±19 and MCQGFR was 113±15 ml/min/1.73 m2. Bias (measured minus estimated value) between 51CrGFR and MDRDGFR was 18.3 ml/min/1.73 m2, and agreement limits (mean±2 SD) -34 to 70 ml/min/1.73 m2. Bias between 51CrGFR and MCQGFR was -1.4 ml/min/1.73 m2 (-51 a 49 ml/min/1.73 m2). Accuracy, calculated as the proportion of estimated results that deviate less than 15% of the measured value, was 40% for MDRDGFR and 48% for MCQGFR. Conclusion: The available formulas to estimate GFR are not accurate enough to express the measured variable in normal ranges.
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Adaptação e validação de um questionário de frequência alimentar para crianças de 6 a 10 anos

Del Pino, Daisy Lopes January 2009 (has links)
Os estudos sobre os hábitos alimentares valem-se de diferentes instrumentos, conforme o objetivo da pesquisa e a população investigada. Em se tratando da população infantil, há maior variação intrapessoal e limitada capacidade cognitiva para informar o que ingeriram, tornando a avaliação dietética mais difícil. Não há um "melhor método", mas sim um método adequado a uma determinada situação. Tal método necessita de acurácia razoável e custo relativamente baixo, quando a pesquisa envolve muitos indivíduos. Entre as opções, há o registro alimentar, o recordatório alimentar de 24 horas, o questionário de frequência de consumo alimentar e a história alimentar. Em clínica, o inquérito alimentar visa orientar sobre a tomada de decisão sobre o melhor tratamento para manter ou promover a saúde do paciente. O interesse sobre os métodos de medida de ingestão alimentar é cada vez maior, o que permite o crescente conhecimento das vantagens e desvantagens de cada método. Neste artigo são discutidos os diversos instrumentos, suas características, aplicações e limitações. / Studies on eating habits employ different instruments, depending on the aims of the protocol and the population being investigated. In the case of the pediatrics population, there is greater intra-individual variability, and a more limited cognitive ability to inform what has been ingested. This makes the dietary assessment more difficult. There is no "the best method", but a more adequate approach for each situation. When the research involves many subjects, the method of choice has to show reasonable accuracy, and be relatively inexpensive. Among the options, we find the food record, the 24-hour dietary recall, the food-frequency questionnaire, and the diet history. In the clinic setting, the dietary assessment aims at helping the health professionals to choose the best approach to maintain or promote the patients' health. There is growing interest in the subject. This paper discusses several instruments, their characteristics, applications and limitations.
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Interação entre restrição de crescimento intrauterino e relação materno-infantil no comportamento alimentar emocional de crianças aos 48 meses de idade

Escobar, Renata de Souza January 2013 (has links)
Introdução: O ambiente fetal é atualmente bem reconhecido pela sua importante contribuição à saúde e influência na predisposição a doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2, ao longo da vida. Indivíduos nascidos com restrição de crescimento intrauterino (RCIU), especialmente do sexo feminino, em geral, apresentam preferência por uma dieta menos saudável, o que pode contribuir para o maior risco de doenças crônicas nessa população. A relação maternal de baixa qualidade na infância está associada a maior risco de desenvolver distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão, assim como obesidade na adolescência. Além disso, a sobreingestão alimentar emocional (definida como comer em resposta ao estímulo emocional ao invés de sentimentos de fome) está relacionada com o excesso alimentar, aumento do consumo de doces e gorduras e sobrepeso. É possível que crianças nascidas com RCIU sejam mais sensíveis a variações ambientais como o cuidado materno, e que a interação entre estes fatores seja capaz de modular o comportamento alimentar nestes indivíduos. Objetivo: Avaliar a interação entre a RCIU e o cuidado materno na sobreingestão emocional aos 4 anos de idade. Metodologia: Trata-se de uma análise preliminar de uma coorte canadense de nascimentos (Maternal Adversity, Vulnerability and Neurodevelopment – MAVAN). As avaliações do crescimento fetal foram baseadas na razão de peso ao nascer. Aos 48 meses de idade, foram aplicados o Questionário do Comportamento Alimentar Infantil (CEBQ) e filmada a interação mãe-criança durante uma tarefa estruturada (GESU), na qual as duplas são instruídas a reproduzir a imagem de uma casa, em conjunto, utilizando o brinquedo Etch-a-Sketch (Conhecido como Quadro Mágico, no Brasil). Utilizouse a escala “atmosphere” (ATM) da GESU, que avalia a atmosfera geral de toda a sessão por meio de uma escala que varia de 1, “muita discórdia e conflito, nenhuma expressão de sentimentos positivos” até 9 “Muito harmoniosa, agradável, pacífica, sem conflitos ou expressão de sentimento negativos”. Nessa fase, foram avaliadas 195 crianças. Um modelo de regressão linear, ajustado pelo IMC e separado por sexo, foi realizado para avaliar a correlação entre a RCIU e o escore de cuidado materno, aos 48 meses, no sobre-consumo emocional medido pelo CEBQ, considerando significativo um P <0,05. Resultados: Não havia diferenças entre RCIU e não RCIU na distribuição de sexos, educação e renda maternas, nem no escore “Atmosphere” do GESU. O modelo de regressão linear foi significativo para meninas (r2=0,204, p=0,012) com efeitos isolados do IMC (B=0,076, p=0,048) e da ATM (B=-0,229, p=0,019) na sobreingestão emocional. Além disso, vimos uma interação entre BWR e ATM (B=0,881, p=0,038), no qual meninas restritas e com pior escore ATM (pior qualidade de interação com a mãe) têm maior sobreingestão emocional aos 4 anos de idade. Nenhum efeito foi visto em meninos (r2 =0,012, p=0,331). Conclusão: A qualidade da interação mãe-filho parece ser um importante modulador da sobreingestão emocional em meninas, especialmente aquelas nascidas com baixo peso, aos 4 anos de idade. / Introduction: The fetal environment is nowadays well recognized for its important contribution to the long-term health and influence in the predisposition to chronic diseases such as obesity, hypertension and type 2 diabetes mellitus. Individuals born with intrauterine growth restriction (IUGR), especially females, demonstrate a general preference for a less healthy food choices during development, what could contribute for the increased risk for chronic disease in this population. Low maternal care in childhood is associated with increased risk for developing psychiatric disorders such as anxiety and depression, as well as obesity in adolescence. In addition, emotional overeating (defined as eating in response to the emotional stimulus rather than feelings of hunger) is related to excessive food consumption, an increased sweets and fats intake and overweight. It is possible that children born with intrauterine growth restriction are more sensitive to environmental changes such as maternal care, and the interaction between these factors are able to modulate feeding behavior in these individuals. Objective: Investigate the interaction between intrauterine growth restriction and maternal care on emotional overeating at 4 years old children. Methods: This is a preliminary analysis of a Canadian Birth Cohort (Maternal Adversity, Vulnerability and Neurodevelopment - MAVAN). The study sample included 195 children from the city of Montreal, Quebec, and Hamilton, Ontario. The IUGR assessment was based on fetal growth ratio of birth weight. At 48 months of age, mothers complete the Child Eating Behavior Questionnaire (CEBQ) and the mother-child interaction was filmed during a structured task (“Etch a sketch”) for posterior scoring of the maternal behavior, in which the pairs are instructed to reproduce a house image together using the Etch-a-Sketch toy. We used the scale "atmosphere" (ATM) of GESU, that characterizes the general atmosphere during the play activity through a scale ranging from 1, "a lot of disagreement and conflict, no expression of positive feelings" to 9 "Very harmonious, pleasant, peaceful, without conflict or negative feelings expressed". A linear regression model adjusted for BMI and split by sex was built to analyze the interaction between the ATM score and the birth weight status (IUGR or not) on the emotional overeating domain of the CEBQ. Results: There were no differences between IUGR and non-IUGR in the distribution of gender, maternal education and income, or the ATM score of GESU. The model was significant for girls (r2=0.204, p=0.012) with isolated effects of BMI (B=0.076, p=0.048) and ATM score (B=-0.229, p=0.019) on emotional overeating. Moreover, there was an interaction between IUGR and ATM (B=0.881, p=0.038), in which IUGR girls with worse ATM scores have increased emotional overeating at 4 years of age. No effects were seen in boys (r2=0.012, p=0.331). Conclusion: The quality of mother-child interaction seems to be important to prevent emotional overeating and overweight in girls, especially those born IUGR, at 4 years of age.
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Variações no ambiente neonatal modulam o comportamento alimentar e as respostas neuroquímicas induzidas pela abstinência ao alimento palatável em ratas fêmeas adultas

Colman, Juliana Barcellos January 2014 (has links)
Introdução: Variações das condições ambientais no período neonatal alteram a fisiologia e o desenvolvimento de diferentes sistemas. Modelos animais de estimulação neonatal induzem alterações neuroendócrinas e comportamentais persistentes. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da manipulação neonatal sobre o consumo de dieta palatável em diferentes períodos de exposição a esse tipo de alimento na vida adulta, e seus desfechos em resposta à abstinência ao alimento palatável. Métodos: No dia 0 de vida (dia de nascimento), as ninhadas foram divididas em manipuladas (M) e não manipuladas (NM), as que sofriam manipulação neonatal foram separadas das mães e colocadas em uma incubadora por 10 min/dia (do dia 1 ao dia 10 de vida). Aos 21 dias foi realizada a sexagem, apenas as fêmeas foram utilizadas neste trabalho. Entre os 80 e 100 dias de vida foram pesadas e randomizadas e o trabalho foi divido em: Experimento 1– exposição crônica à dieta palatável – comparação entre 15 dias e 30 dias de consumo da dieta e Experimento 2 – abstinência da dieta palatável – comparação de 24 horas e 7 dias de privação do alimento palatável com animais sem abstinência. A dieta foi oferecida a partir dos 90 dias de vida (todas as ratas tinham no mínimo 90 dias de vida). Foram avaliados: peso corporal, consumo alimentar, depósito de gordura abdominal (antes e depois da abstinência) e os níveis de corticosterona, de TH e p-CREB na amígdala após abstinência. As análises entre os grupos foram realizadas usando diferentes modelos estatísticos, ANOVA de duas vias, ANOVA de medidas repetidas seguidas pelo teste post-hoc de Tukey e o Teste t de Student. Resultados: Experimento 1 – Ambos os 15 e 30 dias de exposição crônica à dieta palatável induzem efeitos metabólicos semelhantes. Experimento 2- As ratas manipulados no período neonatal mostram uma resposta peculiar à abstinência do alimento palatável após a exposição crônica dessa dieta por 15 dias, menor ingestão de alimento palatável após a retirada por 24 horas, acompanhado pelo aumento de TH e pCREB na amígdala. Conclusões: Este estudo sugere que as variações no ambiente neonatal podem afetar a resposta a abstinência aguda de dieta palatável, principalmente em um nível neuroquímico, aumentando o TH e presença de p-CREB na amígdala de indivíduos que sofreram manipulação neonatal e restrição de dieta palatável por 24 horas. / Introduction: Variations in environmental conditions in the neonatal period change the physiology and development of different systems. Animal models of neonatal stimulation induce neuroendocrine alterations and persistent behaviors. The objective of this research was to study the effects of neonatal handling on the consumption of palatable diet in different period of exposure to this type of food in adult life, and its outcome as a response to withdrawal to palatable food. Methods: On the day 0 of life (birth date), the offspring was divided into handled (H) and not handled (NH), the ones which underwent neonatal handling were separated from their mothers and put into an incubator for 10min/day (from day 1 to day 10 of life). By the age of 21 days a sexing was realized, only females were used in this research. Between the 80 and 100 days of life they were weighted and randomized and the study was divided into: Experiment 1- chronic exposure to palatable diet – comparison between 15 days and 30 days of diet consumption and Experiment 2 – withdrawal from palatable diet – comparison of 24 hours and 7 days of deprivation of palatable food on animals without withdrawal. The diet was offered from the 90th day of life on (all rats were at least 90 days of life). The following were evaluated: body weight, food consumption, abdominal fat deposit (before and after withdrawal) and the levels of corticosterone, TH and p-CREB of the amygdala after withdrawal. The analysis among the groups were carried out based on different statistic models, two-way ANOVA, repeated measures ANOVA followed by the Tukey post-hoc test and the Student’s t-test. Results: Experiment 1- both 15 and 30 days of chronic exposure to palatable food induce comparable metabolic effects. Experiment 2 –rats handled during the neonatal period show a peculiar response to palatable food withdrawal after chronic exposure to this diet for 15 days, ingesting less of this food after 24h withdrawal, accompanied by increased amygdala TH and pCREB. Conclusions: This study suggests that variations in the neonatal environment may affect the response to acute withdrawal from palatable diet, mainly at a neurochemical level, increasing the TH and p-CREB presence in the amygdala of neonatally handled individuals that suffered such restriction for 24 hours of palatable food.
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Efeito do consumo habitual de N-3 pufas sobre o comportamento alimentar e aspectos de sua regulação central em indivíduos com restrição de crescimento intrauterino

Reis, Roberta Sena January 2015 (has links)
Introdução: Nos seres humanos, a adversidade fetal está associada com escolhas alimentares menos saudáveis na idade adulta. Sabe-se que um menor crescimento fetal está relacionado à maior preferência por alimentos palatáveis e ao risco de obesidade. Ácidos graxos docosahexanoicos (DHA, ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 - n-3 PUFAs) modulam o funcionamento do sistema mesolímbico dopaminérgico, envolvido nesse comportamento. Em ratos, nosso grupo evidenciou que o estresse neonatal interage com deficiência dietética leve de n-3 PUFAs, aumentando o risco para obesidade, resistência à insulina, precedido por hiperfagia na adolescência. Considerando o baixo peso ao nascer como marcador de exposição ao estresse metabólico crônico fetal, hipotetizou-se que o consumo de n-3 PUFAs pode interagir com o peso ao nascer e influenciar o comportamento alimentar. Objetivo: Verificar em dois estudos diferentes se o consumo habitual de n-3 PUFAs interage com o crescimento fetal (RCIU) e se interfere no comportamento alimentar e nos aspectos de sua regulação central em crianças e adolescentes/adultos jovens. Métodos: No estudo 1, a amostra incluiu 75 crianças das cidades de Montreal, Québec e Hamilton, Ontário, Canadá. Os participantes foram recrutados de uma coorte prospectiva de nascimentos já estabelecida (projeto MAVAN). O crescimento fetal foi com base na razão de peso ao nascer (BWR, peso ao nascer/média do peso ao nascer sexo-específica para cada idade gestacional da população local). Consideraram-se, tendo restrição de crescimento intrauterino (RCIU), as crianças com BWR<0,85. Aos 48 meses de idade, as mães preencheram um questionário de frequência alimentar; e, aos 72 meses, o Children’s Eating Behavior Questionnaire (CEBQ). Um modelo de regressão linear (General Linear Model - GLM) foi utilizado para avaliar a relação entre a RCIU e o consumo de n-3 PUFAs, aos 48 meses, e seu efeito nos escores do CEBQ, aos 6 anos de idade, considerando significativo um p<0,05. O projeto foi aprovado pelo Research Ethical Board do Douglas Mental Health Research Institute (n° 03/45). No estudo 2, a amostra incluiu 48 adolescentes/adultos jovens de Porto Alegre, RS. Os participantes foram recrutados de uma coorte prospectiva comunitária (projeto PROTAIA). A avaliação do crescimento fetal foi com base na BWR, e aqueles do tercil inferior da distribuição BWR foram considerados como RCIU. A concentração sérica de DHA (medida objetiva da ingestão de n-3 PUFAs) foi identificada por cromatografia gasosa. Os participantes preencheram o Dutch Eating Behaviour Questionaire (DEBQ). Um GLM foi realizado para avaliar a correlação entre a RCIU e o consumo de n-3 PUFAs e seu efeito nos escores do DEBQ, considerando significativo um p<0,05. As análises de Ressonância Magnética Funcional (fMRI), numa tarefa de visualização de alimentos palatáveis, não palatáveis e objetos neutros, tiveram como desfecho a ativação cerebral; e, como preditores, os valores contínuos dos níveis séricos de DHA e o BWR, utilizando uma regressão múltipla (FWE corrigido para comparações múltiplas com um p<0,05). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (n°12-0254). Resultados: No estudo 1, havia 40 meninas e 35 meninos. Não foram encontradas diferenças no consumo de n-3 PUFAs e outras variáveis de confusão entre indivíduos RCIU e não RCIU. No entanto, o GLM predizendo a “seletividade alimentar” aos 72 meses demonstrou uma interação significativa entre n-3 PUFAs e status de RCIU (sim/não) [Wald= 8,516; df=1; e p=0,004], com maior consumo sendo associado à diminuição da “seletividade alimentar” em crianças com RCIU. Não foram observados efeitos em outros domínios do CEBQ. No estudo 2, para a maioria das análises, havia 31 meninas e 16 meninos. Não foram encontradas diferenças nos níveis séricos de DHA e nas outras variáveis de confusão entre indivíduos RCIU e não RCIU. Somente o grupo com RCIU apresentou médias de peso ao nascer e do escore Z do IMC menores, quando comparado ao grupo não RCIU (p<0,0001 e p=0,046, respectivamente). O GLM predizendo “ingestão externa” evidenciou uma interação significativa entre a concentração sérica de DHA e status da RCIU (sim/não) [Wald=5,845; df=1; e p=0,016], com maiores níveis de DHA, sendo associados à diminuição do escore desse domínio em indivíduos com RCIU. Não foi observado efeito no domínio do DEBQ “ingestão emocional”, enquanto a “ingestão restritiva” não alcançou significância estatística [Wald=3,360; df=1; e p=0,067]. Na fMRI, tendo como preditores positivos e negativos, respectivamente, os níveis séricos de DHA e a razão de peso ao nascer (BWR), no contraste alimentos palatáveis>itens neutros, foi encontrada ativação cerebral no giro frontal superior direito (p corrigido=0,034). Ainda para esse contraste, tendo como preditor negativo apenas o BWR, a mesma região foi ativada (p corrigido=0,028), e ao considerar como preditores negativos ambos os níveis séricos de DHA e BWR, também foi encontrada ativação na mesma região cerebral (p corrigido=0,025). Os resultados de neuroimagem demonstraram que o BWR é um preditor mais importante, determinando, portanto, a ativação nessa região. Em outras palavras, quanto menor o BWR maior a ativação dessa região envolvida em controle de impulsos/tomada de decisão frente à visualização de imagens de alimentos palatáveis. Conclusões: Sugere-se que a restrição de crescimento intrauterino modula a ativação cerebral frente a estímulos relacionados a alimentos palatáveis, ativando uma área relacionada a controle de impulsos (giro frontal superior). Além disso, maior consumo de n-3 PUFAs pode proteger indivíduos com RCIU de comportamentos inadequados em diferentes idades, podendo beneficiar o comportamento alimentar infantil, bem como na adolescência/vida adulta, diminuindo a ingestão externa em resposta a estímulos alimentares externos. / Introduction: In humans, fetal adversity associates with less healthy food choices in adulthood. It is known that poor fetal growth is associated with an increased preference for palatable foods and obesity risk. Docosahexaenoic fatty acids (DHA, polyunsaturated fatty acids omega-3 - n-3 PUFAs) modulate the functioning of the dopamine mesolimbic system, which is involved in this behavior. In rats, our group showed that neonatal stress interacts with a mild dietary deficiency in n-3 PUFAs and increases the risk for obesity and insulin resistance, preceded by hyperphagia during adolescence. Considering low birth weight as a marker of chronic metabolic stress exposure, we hypothesized that n-3 PUFAs consumption could interact with birth weight and affect feeding behavior. Objective: We investigated in two different studies if the habitual consumption of n-3 PUFAs interacts with fetal growth (IUGR) and affects feeding behavior and aspects of their central regulation in children and adolescents/young adults. Methods: In study 1, the sample included 75 children from the city of Montreal, Quebec, and Hamilton, Ontario, Canada. Participants were recruited from an established prospective birth cohort (MAVAN project). Fetal growth was based on the birth weight ratio (BWR, birth weight/sex-specific mean birth weight for each gestational age), and children were considered intrauterine growth restricted (IUGR) if BWR<0.85. At 48-months of age, mothers completed a Food Frequency Questionnaire and at 72 months the Children’s Eating Behavior Questionnaire (CEBQ). A linear regression model (General Linear Model – GLM) was used to evaluate the correlation between IUGR and n-3 PUFAs consumption at 48 months and its effect on CEBQ scores at 6 years of age, considering statistically significant a p<0.05. The project was approved by the Research Ethical Board of the Douglas Mental Health Research Institute (n° 03/45). In study 2, the sample included 48 individuals from Porto Alegre, RS. Participants were recruited from a prospective communitarian cohort (PROTAIA project). Fetal growth was based on the BWR, and those in the lower tertile of the BWR distribution were considered IUGR. Serum DHA concentration (objective measure of n-3 PUFAs intake) was identified by gas chromatography. Participants filled out a Dutch Eating Behaviour Questionnaire (DEBQ). A General Linear Model (GLM) was used to evaluate the correlation between IUGR and serum DHA concentration and its effect on DEBQ scores, considering statistically significant a p<0.05. The Functional Magnetic Resonance Imaging (fMRI) analyzes in a task facing the visualization of palatable and non-palatable foods, as well as neutral objects had brain activation as the outcome, and the serum levels of DHA and BWR as continuous predictors, using a multiple regression (FWE corrected for multiple comparisons with p<0.05). The project was approved by the Research Ethical Board of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (n°12-0254). Results: In study 1, there were 40 girls and 35 boys. No differences were found on n-3 PUFAs consumption and other confounding variables between IUGR and non-IUGR individuals. However, the GLM model predicting food fussiness at 72 months showed a significant interaction between n-3 PUFAs and IUGR status (yes/no) [Wald= 8.516; df=1; p=0.004], with higher intakes being associated with decreased risk for food fussiness in IUGR children only. No effects were seen on the other domains of the CEBQ. In study 2, for most of the analyzes there were 31 girls and 16 boys. There were no differences in serum levels of DHA and other confounding variables between IUGR and non-IUGR individuals. However, the group with IUGR showed lower birth weight mean and BMI Z score when compared to the non-IUGR group (p<0.0001 and p=0.046, respectively). The GLM model predicting external eating showed a significant interaction between serum DHA concentration and IUGR status (yes/no) [Wald=5.845; df=1; p=0.016], with higher serum DHA concentration being associated with decreased external eating in the IUGR individuals. No effects were seen in the DEBQ domain emotional eating, while restrictive eating did not reached statistical significance [Wald=3.360; df=1; p=0.067]. In the fMRI, having as positive and negative predictors the serum DHA concentration and BWR respectively, in the contrast palatable foods>neutral objects we found an activation in the right superior frontal gyrus (p corrected=0.034). In this contrast, using only BWR as a negative predictor, the same area was activated (p corrected=0.028), and when considering as two negative predictors (serum DHA concentration and BWR), activation was found in the same brain region (p corrected=0.025). The fMRI results showed that BWR is a more important predictor determining activation of this brain region. In other words, the lower BWR (more IUGR), the more activation in this area involved in impulse control/decision making facing the visualization of palatable foods´ images. Conclusion: We suggest that IUGR modulates the brain activity facing stimuli related to palatable foods, activating an area related to impulse control (superior frontal gyrus). Moreover, higher intake of n-3 PUFAs can protect individuals with IUGR from inappropriate behaviors at different ages, decreasing food fussiness and the external eating in response to external food cues.
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Plasticidade do comportamento alimentar: um estado do núcleo do trato solitário

LIRA, Livia de Almeida 26 February 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-02-16T14:35:21Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Tese Livia de Almeida Lira_ POSNEURO 2016.pdf: 2312565 bytes, checksum: 6dc0de86f266e98ad31d5c7c89d2219e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-16T14:35:22Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Tese Livia de Almeida Lira_ POSNEURO 2016.pdf: 2312565 bytes, checksum: 6dc0de86f266e98ad31d5c7c89d2219e (MD5) Previous issue date: 2016-02-26 / FACEPE / O controle do comportamento alimentar é um fenômeno complexo dependente da interação entre os sinais originados na periferia do corpo e em várias regiões do sistema nervoso central, incluindo o núcleo do trato solitário (NTS). Esse núcleo regula muitos aspectos do comportamento alimentar e expressa receptores para vários peptídeos e hormônios indutores de saciedade, incluindo a serotonina. Prejuízos na via de sinalização e no conteúdo encefálico deste neurotransmissor estão associadas à hiperfagia e obesidade. Algumas regiões encefálicas responsáveis pela regulação do comportamento alimentar são alvos de ajustes permanentes promovidos por eventos que ocorrem durante os estágios iniciais do desenvolvimento. Nessa fase, a influência de estímulos ambientais, particularmente os nutricionais, podem modular os eventos ontogenéticos e promover sérias consequências na vida adulta. Nesse estudo, o objetivo foi investigar os efeitos da desnutrição proteica perinatal sobre aspectos morfofuncionais do NTS relacionados ao controle do comportamento alimentar. Ratos da linhagem Wistar, mantidos em condições padrões de biotério foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de acordo com a dieta ofertada para mães durante a gestação e lactação: grupo controle (C, caseína 17% / n = 10) ou grupo desnutrido (D, caseína 8% / n =10). Foram avaliados aos 35 e 180 dias de vida: a) peso corporal; b) ingestão alimentar; c) expressão da proteína FOS nas regiões rostral e medial do NTS em resposta ao estímulo alimentar; d) sequência comportamental de saciedade e os parâmetros microestruturais da alimentação e apenas aos 35 dias de vida: e) densidade de terminais e distribuição de receptores serotoninérgicos 5-HT1B nos subnúcleos ventrolateral, intermediário, medial e comissural do NTS. As áreas estudadas foram identificadas e quantificadas com auxílio do atlas estereotáxico de Paxinos e Watson (1998). Com base nessas avaliações, o presente trabalho demonstrou que a desnutrição perinatal promove: 1) redução do peso corporal (35 dias: C=129.06±0.20; D=68.10±0.35; 180 dias: C = 435.70±0.70; D = 370.30±0.70); (2) hiperfagia (35 dias: C = 6.8±0.6; D = 11.9±0.9; 180 dias C = 6.6±0.4; D = 10±0.8); (3) retardo na saciedade, (4) aumento no tamanho (C= 5,5 ±0,43; D= 7,8± 0,57) e duração (C=14,3± 1.8; D= 20,4±1,7) das refeições; (5) aumento na ativação neuronal nas porções rostral (35 dias: C = 134.5±22.23; D= 366.8±58.02/ 180 dias = 240.6±38.10; D = 444.2±57.05) e medial do NTS (35 dias: C = 172.8±26.28; D= 435.2±72.69/180 dias: C= 224.4±33.10; D= 434.0±45.31); (6) aumento na densidade de terminais serotoninérgicos no NTS (C= 34,4 ± 1,5 n= 5; D= 48± 3,6) e no subnúcleo intermediário (C= 28,3 ± 2; D= 43± 1,5) e (7) maior quantidade de neurônios 5-HT1B-IR no NTS (C= 159,6± 18,2;D= 317,1± 18,6) e nos subnúcleos ventrolateral (C= 20,1± 2,7/N=5D= 34,4± 3,5), intermediário (C= 20,9± 2,8/N=5; D= 49,3± 3) e medial (C= 45,6 ± 6/N=5; D= 95,4± 6). Estes resultados indicam que o NTS é uma estrutura particularmente vulnerável às influências da manipulação nutricional nos estágios iniciais do desenvolvimento e pode ser alvo de processos adaptativos do controle comportamento alimentar observados nesses animais na vida adulta. / The control of feeding behavior is dependent on the interactions among a variety of signals originated from periphery and several brain areas, such as the nucleus of the solitary tract (NTS) in the caudal brainstem. This nucleus regulates many aspects of feeding behavior and expressed receptors for several satiety inducing peptides and hormones including serotonin. Losses in the signaling pathway and the brain content of this neurotransmitter are associated with hyperphagia and obesity. Some brain regions responsible for the regulation of feeding behavior are targets of permanent adjustments promoted by events that occur during the early stages of development. At that stage, the influence of environmental stimuli, particularly the nutritional, may modulate ontogenetic events and promote serious consequences in adult life. In this study, the main aim was to investigate the effects of perinatal protein malnutrition on morphological and functional aspects of the NTS related to control of feeding behavior. Male Wistar rats were divided into two groups according to the diet offered to the dams during gestation and lactation: control group (C, diet containing 17% casein/ n=10) or isocaloric lowprotein group (LP, diet containing 8% casein/ n=10). We evaluated: a) body weight; b) food intake; c) c-Fos protein expression in the rostral and medial NTS; d) behavioural sequence satiety and micro-structural parameters of feeding and e) density of serotoninergic terminals and distribution of 5-HT1B receptor in the ventro-lateral, intermediate, medial and commissural subnucleus of NTS. The areas studied were identified and quantified with Stereotactic atlas of Paxinos and Watson (2005). Based on these evaluations, the present study showed that the malnutrition: (1) promotes perinatal) reduced body weight (35 days: C = 129.06 ± 0.20; D = 68.10 ± 0.35; 180 days: C = 435.70 ± 0.70; D = 370.30 ± 0.70); (2) hyperphagia (35 days: C = 6.8 ± 0.6; D = 11.9 ± 0.9; 180 days C = 6.6 ± 0.4; D = 10 ± 0.8); (3) delay in satiety, (4) increase in size (C = 5.5 ± 0.43; D = 7.8 ± 0.57) and duration (C = 14.3 ± 1.8; D = 20.4 ± 1.7) meals; (5) increase in neuronal activation in the rostral portions (35 days: C = ± 134.5 22.23; D = ± 366.8/58.02 180 days = 240.6 ± 38.10; D = ± 444.2 57.05) and medial NTS (35 days: C = 172.8 ± 26.28; D = ± 72.69/180 days 435.2: C = ± 224.4 33.10; D = ± 45.31 434.0); (6) increase in density of serotonergic terminals in the NTS (C = 34.4 ± 1.5 n = 5; D = 48 ± 3.6) and the intermediate subnucleus (C = 28.3 ± 2; D = 43 ± 1.5) and (7) increased amount of 5-HT1B-IR neurons in the NTS (C = 159.6 ± 18.2; D = 317.1 ± 18.6) and ventro-lateral (C = 20.1 ± 2.7/N = 5 d = 34.4 ± 3.5), intermediate (C = 20.9 ± 2.8/N = 5; D = 49.3 ± 3) and medial subnucleus (C = 45.6 ± 6/N = 5; D = 95.4 ± 6). These results indicate that the NTS is a particularly vulnerable structure to the influences of nutritional manipulation in the early stages of development and may be adaptive processes of control feeding behavior observed in these animals into adulthood.
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Efeito da desnutrição proteica perinatal sobre a distribuição dos receptores 5-ht1b em áreas de controle do comportamento alimentar de ratos

MIGUEL, Rafael Danyllo da Silva 04 March 2016 (has links)
Submitted by Rafael Santana (rafael.silvasantana@ufpe.br) on 2017-05-12T18:27:18Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissertação.pdf: 1932966 bytes, checksum: e5c87665e0d22baf18bc136471875d00 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-05-12T18:27:18Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissertação.pdf: 1932966 bytes, checksum: e5c87665e0d22baf18bc136471875d00 (MD5) Previous issue date: 2016-03-04 / FACEPE / Diversos estudos evidenciaram os efeitos da desnutrição perinatal sobre alterações morfofisiológicas no organismo adulto. No presente estudo, foi verificado os efeitos da desnutrição proteica perinatal sobre a expressão de receptores 5-HT1B nos núcleos paraventricular (PVN) e arqueado do hipotálamo, e no Caudado-Putamem (CPu) e Amigdala Basolateral (ABL). Além disso, foi analisado ainda os efeitos que essa desnutrição promoveu sobre a ativação neural no CPu, ABL e na Amigdala Central (AC). Foram utilizados dois principais grupos de ratos da linhagem Wistar: um grupo submetido a desnutrição proteica (8% caseína) durante o período da gestação e lactação; e o outro com dieta padrão (17% caseína). No 35º dia de vida os animais foram subdivididos em quatro grupos: Desnutrido que recebeu solução salina (D), Desnutrido que recebeu d-fenfluramina (DF), Controle que recebeu solução salina (C) e Controle que recebeu d-fenfluramina (CF), nas proporções de 3mg/kg p.c para fenfluramina e 1ml/kg para solução salina. Observou-se maior número de células imunorreativas (p<0,01) ao 5-HT1B na ABL no grupo desnutrido (33,8 ± 10,05, n=4) comparado ao controle (5,3 ± 1,53, n=3), enquanto que no CPu não houve modificação. No hipotálamo, foi verificado aumento de células 5-HT1B no grupo desnutrido comparado ao controle nos núcleos ARC (C= 14,3 ± 6,66, n=3 versus D= 26,8± 4,19, n=4, p<0,01) e PVN (C= 30 ± 8,19, n=3 versus D= 58,3 ± 16,66, n=4, p<0,05). Após a administração de fenfluramina, houve aumento no número de neurônios imunorreativos a proteína FOS no grupo desnutrido fenfluramina comparado ao desnutrido salina no CPu (D= 26,5 ± 21,56, n=4 versus DF= 106,5 ± 40,45, n=4, p<0,05) e AC (D= 13,6 ± 8,17, n=5 versus DF= 64 ± 31,48, n=3, p<0,05). No grupo controle, a fenfluramina não alterou o número de células ativadas no CPu (C= 16,5 ± 7,78, n=2 versus CF= 63 ± 39,28, n=3, p>0,05) e AC (C= 6,3 ± 4,93, n=3 versus CF= 44 ± 26,33, n=5, p>0,05). Não houve alteração no número de células imunorreativas a proteína FOS na ABL no grupo controle (C= 5 ± 3,37, n=4 versus CF= 21,3 ± 11,35, n=4, p>0,05) ou desnutrido (D= 20 ± 13,64, n=4 versus DF= 14,4 ± 3,13, n=5, p>0,05) quando comparados aos seus respectivos grupos salina. Este estudo evidenciou que a desnutrição proteica no período perinatal acarreta aumento na expressão de células imunorreativas contra o receptores 5-HT1B nos núcleos ARC, PVN e ABL tal como aumenta a ativação de neurônios no CPu e na AC em resposta a fenfluramina. / Several studies have shown the effects of perinatal malnutrition on morphological and physiological changes in the adult organism. In the present study was investigated the effects of perinatal protein malnutrition on the expression of 5-HT1B receptors in the paraventricular nucleus (PVN) of the hypothalamus, arcuate, caudate-putamen (CPu) and basolateral amygdala (GLA). In addition, it was analyzed the effects that malnutrition promoted on the neural activation of the CPu, Central GLA and the amygdala (AC). Two main groups of rats Wistar were used: A group subjected to protein malnutrition (8% casein) during the period of pregnancy and lactation and the other with standard diet (17% casein). On the 35th day of life the animals were divided into four groups: Malnourished received saline (D) Malnourished that received dfenfluramine (DF), control which received saline (C) and control that received dfenfluramine (CF) in the proportions of 3 mg/kg of BW fenfluramine and 1 ml/kg for saline. There were a higher number of immunoreactive cells (p <0.01) to the 5-HT 1B in the ABL in the undernourished group (33.8 ± 10.05, n = 4) compared to the control (5.3 ± 1.53, n = 3), whereas in the CPu no change was observed. In the hypothalamus, it was observed increase of 5-HT 1B cells in the undernourished group compared to the control in ARC cores (C = 14.3 ± 6.66, n = 3 and D = 26.8 ± 4.19, n = 4, p <0.01) and the PVN (C = 30 ± 8.19, n = 3 and D = 58.3 ± 16.66 n = 4, p <0.05). After administration of fenfluramine, there was an increase in the number of immunoreactive neurons FOS protein in malnourished group fenfluramine compared to saline undernourished in CPu (D = 26.5 ± 21.56, n = 4 and DF = 106.5 ± 40.45 , n = 4, p <0.05) and AC (D = 13.6 ± 8.17, n = 5 and 31.48 ± DF = 64, n = 3, p <0.05). In the control group, fenfluramine did not change the number of activated cells in CPu (C = 16.5 ± 7.78, n = 2 and CF = 63 ± 39.28, n = 3, p> 0.05) and AC (C = 6.3 ± 4.93, n = 3 and CF = 44 ± 26.33, n = 5, p> 0.05). There was no change in the number of immunoreactive cells FOS protein in the ABL in the control group (C = 5 ± 3.37, n = 4 and CF = 21.3 ± 11.35, n = 4, p> 0.05) or malnourished (D = 20 ± 13.64, n = 4 versus DF = 14.4 ± 3.13, n = 5, p> 0.05) when compared to their saline groups. This study showed that the protein malnutrition in the perinatal period causes an increase in the expression of immunoreactive cells against the 5-HT 1B receptors in the ARC cores, PVN and ABL as well as increases the activation of neurons in the CPu and AC in response to fenfluramine.

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