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A estratégia de kant para a fundamentação da metafísica dos costumes e o fato da razãoSantos, Melissa Regina Lentz dos January 2006 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. / Made available in DSpace on 2012-10-22T10:15:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1
232765.pdf: 591258 bytes, checksum: 896637d39ea6b2ffb2066b4b90f5552b (MD5) / A presente pesquisa tem como proposta fundamental a investigação do argumento de Immanuel Kant (1724 # 1804) para a Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), obra na qual, vemos o esforço do filósofo em explicitar e fundamentar o princípio ético por ele adotado, a saber, o imperativo categórico. Temos nas duas primeiras seções uma apresentação do critério (da lei moral) utilizado por Kant para a caracterização do correto agir moral, enquanto a última seção procura uma fundamentação para este critério. Investigados os passos dados pelo filósofo de Königsberg na Fundamentação e constatada a impossibilidade de uma dedução do princípio moral nesta obra, o foco do presente trabalho passa a ser a doutrina do Fato da Razão. Abordamos a exposição do Fato da Razão com o intuito de evidenciar os aspectos em que o método kantiano de fundamentar a moralidade sofreu alterações desde 1785 até a publicação da Crítica da Razão Prática (1788). Partindo de uma análise que entende o Fato da Razão como a consciência da lei moral procuramos apontar o papel desempenhado por ele na argumentação da Crítica da Razão prática. Isto para, finalmente, avaliarmos os pontos fortes e fracos da estratégia kantiana que tem início para nós, na Fundamentação da metafísica dos Costumes e se estende até a segunda crítica com a apresentação do Fato da Razão.
This work had as main purpose to examine Immanuel Kant#s argumentation in the Groundwork of the Metaphysics of Morals (1785). In this work, Kant intended to identify and to justify the supreme principle of morality, that is to say, the categorical imperative. The purpose of the two first sections of Groundwork is to explain the moral criterion (moral law), while the third section looks for justifying the moral criterion previously identified. After identifying the main steps Kongsberg#s philosopher argumentation in the Groundwork and noted that is impossible a deduction of moral principle, the next step was examining the Kantian doctrine of Fact of Reason (Faktum der Vernunft). In dealing with the exposition of Fact of Reason, our aims are making clear the difference of Kantian methods from the Groundwork (1985) until Critique of the Practical Reason (1988). Starting from an analysis that assume the meaning of Fact of Reason as a consciousness of the moral law we looked for point to the hole taken for this Fact in the argumentation of the Critique of the Practical Reason. Finally, we evaluated the strong and weak aspects of Kantian argumentation strategy from the Groundwork to Critique of the Practical Reason.
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Reflexão habermasiana sobre o papel da razão a partir da modernidadeRibeiro, Claudenei Eugênio January 2003 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. / Made available in DSpace on 2012-10-20T15:13:59Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Análise da compreensão que Habermas tem sobre o papel da razão a partir da modernidade, aproveitando a recepção que ele faz da obra de Max Weber e de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Demonstra como Habermas pretende substituir a razão instrumental estabelecida na modernidade pela razão comunicativa. Análise dos elementos da razão comunicativa. Proposição de elementos comunicativos presentes no âmbito da modernidade. Apresentação da razão comunicativa como um grande instrumento a serviço do interesse emancipatório do homem.
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Além de uma crítica à razão instrumentalPetry, Franciele Bete January 2011 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia / Made available in DSpace on 2012-10-26T03:27:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1
299924.pdf: 1296710 bytes, checksum: 394cf96ebb2692e5d58dbaa9a34eb5b3 (MD5) / A presente tese discute a crítica à razão instrumental na obra de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer e pretende mostrar a possibilidade de se encontrar no trabalho dos autores um conceito alternativo de racionalidade. O trabalho tem sua motivação nas considerações feitas por Jürgen Habermas, que aponta para o caráter aporético da filosofia dos autores como resultado de uma suspeita radical que dirigiram à razão, a qual estaria vinculada a um processo total de reificação. Assim, a tese investiga o conceito de racionalidade estética como possibilidade alternativa à instrumental. Tal conceito permite compreender a estrutura das obras de arte como conjunção de elementos miméticos e racionais capazes de promover uma relação reconciliada entre espírito e natureza. Além disso, a estrutura das obras de arte permite que se atribua a elas um caráter cognitivo, assim como um teor de verdade [Wahrheitsgehalt] apreensível por meio da experiência estética e da interpretação filosófica. Nesse sentido, o projeto crítico-dialético desenvolvido por Horkheimer e Adorno, comprometido com a idéia de uma sociedade emancipada, permanece nos trabalhos posteriores àquele dedicado à crítica à racionalidade instrumental, reconhecendo na atividade teórica fundada na racionalidade estética a possibilidade de um conhecimento livre da dominação e orientado pela perspectiva de uma humanidade reconciliada. / The present thesis aims at discussing the critique to instrumental reason
developed in Theodor W. Adorno's and Max Horkheimer#s theory and
showing the possibility of an alternative concept of rationality. The work
begins with Jürgen Habermas# considerations, according to which the
critique made by Adorno and Horkheimer led to an aporia due to a
radicalized suspicion on rationality, which is also seen as connected to a
total process of social reification. Therefore, this work investigates the
concept of aesthetic rationality as an alternative to instrumental reason.
This concept allows identifying the inner structure of artworks as a
conjunction of mimetic and rational elements and capable of
establishing a reconciled relation between spirit and nature. Moreover,
the artwork#s structure is the possibility of its cognitive character, as
well as of its truth content [Wahrheitsgehalt], which can be apprehended
by aesthetic experience and philosophical interpretation. The dialectical
critical project developed by Horkheimer and Adorno, committed to an
ideal of emancipated society, remains in their work thereafter dedicated
to the critique of instrumental reason, and recognizes aesthetic
rationality as providing the possibility of a cognitive theoretical activity
freed from domination and oriented by the perspective of a reconciled
humanity.
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Ontologia e revelaçãoLeber, Werner Schrör January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Filosofia / Made available in DSpace on 2012-10-22T23:24:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
247308.pdf: 827465 bytes, checksum: be19f98ffc85c65425a64386c8620862 (MD5) / Esta dissertação aborda a ontologia e a concepção de revelação do pensamento de Paul Johannes Oskar Tillich. O ponto de partida é o seu trabalho sistemático onde são focais as questões, Razão, Revelação, Ser e Deus. Segundo o autor, há duas questões fundamentais que envolvem o ser humano e a fé: o estado de existência e a revelação incondicional de Deus. Trata-se de articular as perguntas que surgem da situação de existência e da reposta divina que está dada de modo incondicional na revelação. O autor, para articular existência e revelação, estabelece o que ele denomina método de correlação, com o qual pretende tratar o problema existência e essência de um modo diferente das concepções filosóficas naturalistas e sobrenaturalistas de nossa tradição teísta. A ontologia ocupa um papel preponderante em seu sistema teológico ao atribuir a Deus a noção Ser-em-Si como questão implícita do Ser, e a noção Novo Ser ou Logos Encarnado, ao Cristo. Ser existente é estar limitado pelo Não-Ser, embora sabendo-se partícipe do Ser. Participar do Ser de forma essencial, segundo o autor investigado, importa perceber que santidade, fé, divino, demoníaco, queda, salvação são expressões que demandam uma ontologia e não somente questões morais como elas foram interpretadas pela perspectiva secular. A ontologia de seu sistema pretende traduzir a profundidade e o sentido da revelação ao crente moderno em uma época em que a fé foi "domesticada" e já não representa existencialmente uma questão última e incondicional para o ser humano.
This dissertation approaches the ontology and the conception of the disclosure concept of the thought of Paul Johannes Oskar Tillich. The start point is his systematic work where are focused the Questions, Reason, Revelation, Being, and God. According to the author, there are two fundamental questions that compreehend the human being and the faith: the state of existence and the unconditional disclosure of God. It is dealt of articulating the questions that appear of the existence situation and the divine response that is given in an unconditional way in the disclosure. The author, to articulate existence and disclosure, establishes what he denominates method of correlation, with what he intends to treat the problem of existence and essence in a different way of the naturalists and sobrenaturalists phylosophic conceptions of our theist tradition. The ontology ocupies a preponderant role in its teological system in assigning to God the notion Be in Itself like an implicit question of being, and the notion New Be or Incarnate Logus, to the Christ. Being existent is to be limited by the not-being, although knowing itself participant of Being. Participate of the being in an essential way, according to the investigated author it is important to perceive that holiness, faith, divine, demoniac, fall, salvation are expressions that demand an ontology and not only moral questions like the ones compreehended by the secular perspective. The ontology of its system intend to translate the depth and the sense of disclosure of the modern believer in an epoch in what the faith was "domesticated" and yet does not represents existencially a last matter and unconditional to the human being.
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O sentimento de respeito na moral kantianaStadnick, Maria Margareth January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. / Made available in DSpace on 2012-10-23T06:27:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
243828.pdf: 694364 bytes, checksum: 1a75d9b22d2667095a91ac20053a7919 (MD5) / A presente pesquisa tem como proposta fundamental a investigação do sentimento de respeito na moral kantiana. Neste sentido, nos detemos a investigar sua relação com a proposta moral de Kant, assim como verificarmos o lugar sistemático que ocupa o sentimento de respeito na moral kantiana. Dentro desse espírito, buscamos reconstruir a estrutura argumentativa em sua proposta moral, analisando os conceitos que entendemos relevantes para esta proposta e sua relação com o sentimento de respeito. Também entendemos ser de extrema relevância verificar questões conceituais que envolvam o sentimento de respeito e sua consistência no interior da moralidade kantiana. Para tanto efetuamos um estudo detalhado em algumas de suas obras, bem como dos escritos de comentadores kantianos. Este trabalho encontra-se distribuído da seguinte forma: No primeiro capítulo trabalhamos com a Fundamentação e conceitos que acreditamos serem relevantes para este trabalho, bem como interpretações de comentadores. No segundo capítulo continuamos a tarefa de interpretação e análise do sentimento moral de respeito na Crítica da razão prática, bem como abordamos o fato da razão e sua ligação com o sentimento de respeito. Já no terceiro capítulo utilizamos a segunda parte da Metafísica dos costumes, a Doutrina da virtude, na qual Kant faz várias referências ao respeito. Finalmente, no quarto capítulo, elaboramos o que chamamos de considerações críticas. Trata-se de questões que consideramos relevantes na abordagem deste tema e que estão ligadas ao conceito de sentimento moral na interpretação de alguns comentadores de Kant. Isto para, finalmente, avaliarmos que o sentimento de respeito, muitas vezes também referenciado por Kant como um interesse moral, encontra-se sistematicamente ligado à lei moral. Ou seja, o ser humano racional age moralmente, não quando sua ação apenas concorda com a lei, mas quando a lei se constitui como motivo da ação. Assim, a obrigatoriedade (dever) que temos em cumprir a lei já contém as condições da moralidade - a necessidade da ação requerida pela lei e o respeito pela mesma lei.
This work mainly intends to investigate the notion of respect for the moral law in the system of Kant's moral theory looking for to reconstruct the Kantian argumentative strategy, in developing your moral theory, particularly the significant concepts to Kantian notion of respect for the moral law. Besides, it is assessed the internal theoretical moral coherence of some concepts related to the feeling of respect for the moral law. This work is based as much on Kant's Work as on the interpretations of the Kantian commentators and it has the following structure: the first Chapter is concerned about the relevant concepts of the Groundwork to notion of respect of moral law and some commentators of it; the second Chapter is concerned about the analyze and interpretation of the notion of respect for the moral law in the Critique of Practical Reason and it draws some relations between the notion of respect for the moral law and the other important ones of Kantian moral theory, mainly the relation between the Fact of Reason [Faktum der Vernunft] and the respect [Achtung] for the moral law; the Third Chapter is concerned about second part of Metaphysics of Morals, that is to say, The Doutrine of Virtue, where Kant deals with the respect for the moral law; the Fourth and final Chapter are made some critical considerations to Kantian conception of moral feeling based on the interpretation of some commentators of Kant, in order to assess the link between moral law and respect of the moral law based on Kant's assertions that the respect for the moral law is systematically linked a moral interest. That is to say, the rational human being acts morally, not only acting according to the law, but also adopting the law as motive of your actions. Thus, the obrigatoriness that (duty) we have to fulfill the law, includes the conditions of morality - the necessity of the action required by law and the respect for the law itself.
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A racionalidade prática como fundamentação do agir moralBerretta, Fabiana Bartolo January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Filosofia / Made available in DSpace on 2012-10-23T07:22:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1
258946.pdf: 465322 bytes, checksum: 92e8a9cb312ee15da8c4bc361d44a300 (MD5) / O objetivo deste trabalho é apresentar a Doutrina da Inteligência de Tomás de Aquino em seu no caráter realista, assim como suas repercussões no âmbito do agir moral. Pretende demonstrar a estrutura e as operações naturais da Inteligência, sua forma de conhecimento da realidade e seu papel moral de fundamentação do agir humano ao exercer a Racionalidade Prática.
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Kant e a ideia de uma história universal nos limites da razãoKlein, Joel Thiago January 2012 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia / Made available in DSpace on 2013-06-25T19:59:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1
310841.pdf: 2134695 bytes, checksum: cb1754374e8cb725759453cd9eb270e9 (MD5) / A presente tese procura oferecer uma interpretação abrangente e sistemática da filosofia da história de Immanuel Kant. Nessa perspectiva defende-se três posições: primeira, que Kant sustenta nos textos histórico-políticos a possibilidade do progresso de uma virtude moral; segunda, que o projeto de uma história universal se assenta essencialmente sobre a perspectiva prática da faculdade de julgar reflexionante; e terceira, que a história universal constitui uma parte indispensável de uma imagem moral do mundo e da arquitetônica da razão pura. / The present PhD dissertation attempts to provide a comprehensive and systematic interpretation of Immanuel Kant's philosophy of history and will defend three main positions: first, that Kant sustains in his historical-political works the possibility of the progress of a moral virtue; second, that the project of a universal history is grounded essentially in a practical perspective of reflective judgment; third, that a universal history constitutes an indispensable part of a moral image of the world as well as of the architectonic of pure reason.
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Ética e política em Thomas HobbesBrondani, Clóvis January 2012 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2012 / Made available in DSpace on 2013-06-26T00:24:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1
313832.pdf: 1162672 bytes, checksum: 80bfe484277d398a7f9d5f6f15efeb6d (MD5) / Na presente tese, são investigadas as relações entre ética e política no pensamento de Thomas Hobbes. A motivação inicial da pesquisa se encontra nas interpretações que procuram estabelecer um fundamento moral e religioso para a obrigação política hobbesiana. Um dos objetivos fundamentais deste trabalho consistiu na demonstração de que a teoria da obrigação de Hobbes está fundada no contrato e não numa suposta obrigação moral incondicional diante das leis naturais. A argumentação, para demonstrar essa tese, é a de que a obrigação diante das leis naturais não pode ser concebida como uma obrigação genuína, tendo em vista que, de acordo com o filósofo inglês, uma obrigação é genuína apenas quando ocorre o cancelamento do direito de agir conforme a vontade. Desse modo, as tentativas de derivar a obrigação incondicional diante da lei natural a partir da obrigação in foro interno ou da obrigação diante de Deus revelam-se incoerentes com a definição hobbesiana de obrigação. Contudo, afirmar que não existe uma obrigação moral fundamentando a obrigação política não implica negar a importância da reflexão ética na filosofia de Hobbes. Ao contrário - este é outro argumento fundamental desta tese -, a reflexão ética se constitui como parte essencial do projeto político de Hobbes. Porém, para elucidar mais precisamente o papel da ética, é necessário investigar mais profundamente a própria definição estabelecida pelo filósofo de Malmesbury. Desse modo, o ponto de partida deste texto está justamente no esclarecimento da concepção hobbesiana de ética e da compreensão de sua relação com os argumentos políticos. Nesse sentido, a princípio, é indicado que a concepção de ética, conforme Hobbes, apresenta um duplo sentido. Num primeiro sentido, a ética é compreendida propriamente como a análise dos movimentos da mente, isto é, uma teoria das paixões. Trata-se, portanto, de uma ciência descritiva que, partindo da física, visa descrever uma realidade apresentada à imaginação. Nesse estágio, Hobbes descreve o aparecimento das noções de bem e mal, originadas diretamente das paixões. Esse não é, porém, o único sentido que Hobbes concede à ética. Há outro aspecto, que Hobbes nomeia de filosofia moral, isto é, a ciência do bem e o mal na convivência humana. Trata-se, nesse caso, não mais de uma mera ciência descritiva, uma vez que é na filosofia moral que se estabelecem as leis de natureza. Esta esfera, a filosofia moral, está mais próxima da matemática, já que é concebida como puro cálculo com nomes e, nesse sentido, não pretende descrever nenhuma realidade, tal como ocorre na teoria das paixões. É, por isso, um cálculo perfeito, pois, da mesma forma que ocorre na geometria, somos nós seus próprios criadores. O estabelecimento das leis de natureza ressalta a importância de outra distinção fundamental no pensamento de Hobbes, a saber, a distinção entre prudência e razão. Enquanto a primeira é apenas um cálculo com imagens, sendo, portanto, a esfera própria da imaginação e das paixões, a razão é a esfera do discurso verbal, dos cálculos com nomes. Apenas nessa esfera é possível atingir a universalidade e a necessidade dos cálculos, e é nessa esfera que Hobbes fundamenta a teoria da obrigação, visto que, fundamentalmente, para Hobbes, uma obrigação consiste em não contradizer o que foi significado na promessa. Entretanto, a análise da filosofia moral, isto é, das leis de natureza, aponta também para a insuficiência da própria razão no estabelecimento de relações pacíficas na esfera da natureza. Não somente as leis de natureza são insuficientes, na medida em que não obrigam por natureza, como também a própria razão parece apontar que, numa condição natural, a não cooperação e os ataques preventivos seriam os comportamentos mais razoáveis para a garantia da autopreservação. Vislumbra-se, assim, o aspecto mais fundamental de toda a argumentação hobbesiana: a necessidade do Estado. É somente no interior do Estado que o comportamento virtuoso torna-se razoável. Logo, é somente no interior do estado civil que a moralidade é estabelecida. O Estado também possui o papel de arbitrar os conflitos de opinião que, num hipotético estado de natureza, conduziriam à guerra de todos contra todos. Assim, se por natureza, em virtude da fluidez das paixões, não havia a possibilidade de um acordo moral, será tarefa do soberano estabelecer uma regra comum que elimina a possibilidade do conflito. Desse modo, a relação entre ética e política pode ser pensada de outro modo. Não como uma relação de fundação, conforme as interpretações de Taylor e Warrender advogaram, mas como uma relação indissociável, na qual se percebe que, para Hobbes, a reflexão ética (a teoria das paixões e o estabelecimento das leis de natureza) é parte essencial para o desenvolvimento de sua argumentação política.<br> / Abstract : The present thesis investigates the relations between the ethics and the politics in the Tomas Hobbes# thoughts. The initial motivation of this study is found in the interpretations which tries to establish a moral and religious fundament to the hobbesian political obligation. One of the fundamental aims of this study consists in the demonstration that the obligation theory of Hobbes is founded in the contract e not in a supposed unconditional moral obligation before the natural laws. We argue, to demonstrate this thesis, that the obligation before the natural laws cannot be conceived as a genuine obligation, since then, according to the English philosopher, an obligation is genuine only when it occurs the canceling of the right of acting according to the will. This way, the attempts to derive the unconditional obligation up against the natural law from the obligation in foro interno or the obligation before God, reveal themselves inconsistent in the Hobbesian definition on obligation. However, to confirm that it does not exist a founded moral obligation founding the political obligation, it does not implies to deny the importance of the ethic reflection in the Hobbes ` philosophy. On the contrary, - this is another fundamental argument in this thesis -, the ethic reflection constitutes as an essential part of Hobbes` political project. Otherwise in order to clear the ethics role, it is necessary to investigate deeply the definition itself established by the philosopher of Malmesbury. This way, the starting point of our text is exactly in the clearness of the Hobbesian conception of ethics and in the comprehension of its relation with the political arguments. In this sense, we begin indicating that the ethics conception, according to Hobbes, shows double meaning.In the first meaning, the ethics is perceived as the analysis of the movements of the mind, that is, the passion theory. It is considered a descriptive science that, starting from Physics, aims to describe a reality presented to the imagination. On this stage Hobbes describes the beginning of the notions of good and bad, originated straight from passions. This is not the single meaning in which Hobbes gives to the ethics. There is another feature which Hobbes calls on moral philosophy, that is, the science of good and bad in the human relationship. In this case, it is not a simple descriptive science anymore given that, it is in the moral philosophy that establishes the nature of laws. In this area, the moral philosophy is closer to the mathematics, given that it is conceived as a pure calculus with names and, in this sense, it doesn´t intend to describe a reality as it happens in theory of passions. For that reason, a perfect calculus so, in the same way that occurs in geometry, we are their own generators. The establishment of the laws of the nature highlights the importance of another fundamental distinction in the Hobbes# thoughts, that is, the distinction between prudence and reason. While the first is only the calculus with images that way, being the sphere itself of the imagination and the passions, the reason is the sphere of the verbal discourse and from the calculus with names. Only in this extent it is possible to reach the universality and the necessity of the calculus, and it is in this sphere that Hobbes found the obligation theory, given that, fundamentally to Hobbes, the obligation consists in do not contradicting what was significant the promise. Otherwise, the analysis of the moral philosophy, that is, of the nature laws also points to the insufficiency of the proper reason in the establishment of the pacific relations in the human sphere. Not only the laws of nature are enough, in a sense that they do not obligate by nature, as well the own reason seems to point that, in a natural condition, the no cooperation and the preventive attacks would be the most reasonable behaviors to grant the self-preservation. On that view, the most fundamental feature of all hobbesian argumentation: the need of the State. The State also has the role to arbitrate the conflicts of opinion that, in a hypothetic nature state, conduct to the war of all against all. So, if by nature, due to the fluidity of the passions, there was no possibility for a moral agreement, it will be the task of the sovereign to establish a common rule that eliminates the possibility of conflict. This way, the relations between ethics and politics may be thought in another way. Not only as relationship foundation, according to the interpretations of Taylor and Warrender , but as an inseparable relationship in which it is noticed, to Hobbes, the reflection of ethics ( the theory of passions and the establishment of the natural laws) is part of the essential to the development of its political argumentation.
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Razão e sentimento nos julgamentos morais (em David Hume)Nascimento, Edson Evangelista do January 2003 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. / Made available in DSpace on 2012-10-20T18:12:54Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Segundo Hume, a razão sozinha jamais poderia fundamentar a moral, pois ela necessita de um sentimento básico de dor e prazer, relacionado não só ao nosso interesse particular, mas também ao geral, que lhe dê um sentido prático relativo à ética. Da mesma forma, em poucos casos nossos julgamentos morais são derivados exclusivamente do campo do sentimento, sendo necessário que a racionalidade tome partido indicando o verdadeiro valor do objeto em questão, e, em muitos casos, indicando ações que se tornam deveres por melhor se adequarem aos sentimentos morais e receberem o assentimento destes. Explicitar essa relação entre sentimento e razão no âmbito moral é a nossa tarefa no presente trabalho. E ao fazermos estaremos apontando, mesmo não sendo o objeto dessa dissertação, os limites do naturalismo de Hume, limites que ele próprio coloca para o tratamento da moral. Tal é a fronteira entre natureza e cultura no território ético, segundo a perspectiva humana.
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A (des)positivização na formação do educador em ciências exatas e naturaisZambiasi, José Luiz January 2000 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. / Made available in DSpace on 2012-10-17T14:12:11Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-25T18:41:24Z : No. of bitstreams: 1
175679.pdf: 6526312 bytes, checksum: 492fbee7c3adc2060fcfd4054d3c5520 (MD5) / Este trabalho é uma reflexão crítica sobre a positivização/despositivização da ciência, provocada pelas rupturas paradigmáticas da contemporaneidade, tendo em vista a formação do educador em ciências exatas e naturais. Diante da reprodução do ideário racional-positivista dos cursos de licenciatura em ciências exatas e naturais em muitas universidades, persistindo na abordagem fragmentada, causal e mecanicista do positivismo, defende-se a necessidade de uma epistemologia crítica e de uma reconstrução do conceito de ciência. Crítica-se a concepção da racionalidade autônoma, baseada em verdades absolutas da ciência ocidental, propondo-se uma razão aberta e dialógica, procurando-se recuperar o conceito de historicidade na construção do conhecimento, demonstrando que a ciência é o resultado de um processo, condicionado por uma multiplicidade de fatores sócio-culturais. Evidenciam-se alguns pontos cruciais da paradigmatologia contemporânea e de suas bases epistemológicas, abrindo horizontes para uma nova concepção de ciência, menos simplista e reducionista, consciente de suas limitações e pautada pelos princípios da incerteza e da complexidade, propondo-se a despositivização dos cursos de ciências exatas e naturais, rumo a uma nova cultura universitária, a uma razão aberta.
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