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Verdade e virtude: os fundamentos da moral no Discurso sobre as ciências e as artes de J.J. Rousseau / Truth and virtue: the foundations of moral in J-J Rousseaus Discourse on the sciences and the arts

Borges Júnior, Ciro Lourenço 17 July 2015 (has links)
O objetivo deste trabalho é propor uma leitura do Discurso sobre as ciências e as artes de Rousseau sob uma perspectiva unificadora em que, dois conceitos privilegiados a verdade e a virtude operam em conjunto para demonstrar como o ideal de progresso encontra-se fundado em falsas concepções, isto é, o aumento contínuo dos conhecimentos humanos e das riquezas das nações. Enquanto aquele intensifica no homem, sobretudo, seu orgulho e suas paixões em geral, a riqueza associada ao luxo apenas cria uma máscara enganadora que impede que tenhamos uma justa compreensão da situação desigual e injusta presente em sociedades como a parisiense. Tendo em vista essas críticas, perseguimos os fundamentos da moral em Rousseau que, da perspectiva da verdade, apresenta-se como verdades do homem retiradas da história e dos exemplos que ela oferece; e da perspectiva da virtude, encontramos os princípios da virtude política de origem republicana em que sobressai-se a figura do cidadão que, no seu papel público, deve lutar pela manutenção da liberdade de seus iguais e pela conservação da pátria. / The objective of this study is to propose a reading of the Rousseaus Discourse on the sciences and the arts under a unifying perspective that two privileged concepts truth and virtue operate in conjunction to demonstrate how the progress ideal is founded on false conceptions, that is, the continuous increase of human knowledge and wealth of nations. While the human knowledge only intensifies on man his pride and others passions, the wealth associated with luxury only creates a deceptive mask that turns a fair understanding of the unequal and unfair situation of societies like Paris foreclosed. Given those criticisms, we search for the foundations of morality in Rousseaus thought that, dealing with the concept of truth, we find truths that regards to men; and on virtues perspective, we find the principles of a republican virtue that stands the figure of citizen and his public role that is maintaining the freedom of his equals and to preserve his homeland.
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Da conservação do próprio corpo à manutenção do corpo político: um itinerário rousseauniano / From the conservation of the own body to the maintenance of the body politic: a rousseaunian itinerary

Carvalho Neto, Filino 27 June 2012 (has links)
O trabalho pretende demonstrar como Rousseau concebe a passagem do estado natural rumo à situação civil, tomando-se o corpo humano como uma perspectiva privilegiada para a descrição de tal processo. Nessa direção, serão assinaladas as consequências advindas ao homem nessa mudança, mostrando-se de que maneira, originariamente, ele é concebido, para ressaltar como o seu corpo, sua saúde e seu vigor são afetados. A partir dessa caracterização do homem no estado de natureza, tornar-se-á possível constatar a força ou a fraqueza do homem no estado civilizado, além do que foi acrescido ou subtraído em sua constituição original. Uma vez abandonada essa situação inicial, será ressaltada a importância do desenvolvimento de novas faculdades no homem, que lhe permitirão confeccionar ferramentas e facilitarão sobremaneira a sua subsistência, mas que trarão profundas consequências para o seu corpo e influirão decisivamente no surgimento de novas ideias. Igualmente novos sentimentos serão despertados e, com isso, o corpo será encarado de maneira diferente do seu semelhante daquele estado natural e esse quadro conduzirá ao aparecimento do estado civil. Finalmente inseridos nesse estado, importa expor como o pensador genebrino compreenderá o que seja um corpo político e a relação entre os homens e esse corpo maior do qual fazem parte. Assim, será estudado de que modo o comportamento dos indivíduos refletirá diretamente na própria manutenção do estado civil: serão analisadas as atividades propostas por Rousseau que, ao mesmo tempo em que conferem saúde e vigor aos corpos dos cidadãos, igualmente contribuirão de modo decisivo para a conservação (ou saúde) do próprio corpo político. / This work intends to demonstrate how Rousseau conceives the passage from the natural state to the civil situation, taking the human body as a privileged perspective to the description of such process. In this direction, the consequences of this change to man will be assigned, showing in which way he is originally conceived in order to point out how his body, his health and his strength are affected. By this characterization of the man in the state of nature, it will become possible to find the force or the weakness of the man in the civilized state and, besides, what was added to his original constitution or subtracted from it. Once abandoned this initial situation, it will be pointed out the importance of the development of new faculties in man, which will allow him to build tools and will much ease his subsistence, but will cause deep consequences to his body and will influence decisively in the arising of new ideas. New feelings will also arise and, with this, the body will be faced in a different way compared to his equal from that natural state and this situation will lead to the arising of the civil state. Finally inserted in this state, it is also important to expose how the genevian thinker will understand what a body politic is and the relationship between men and this bigger body where they are. Then, it will be studied in which way the behavior of individuals will directly reflect in the maintenance of the civil state itself: the activities proposed by Rousseau will be analyzed which, by the time they provide health and strength to the citizen\'s bodies, will also contribute in a decisive way to the conservation (or health) of the body politic itself.
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Política e linguagem em Rousseau / Politics and language in Rousseau

Evaldo Becker 05 June 2008 (has links)
O objetivo geral da presente tese, é demonstrar que o tema linguagem, em seus mais variados vieses, é fundamental para que se possa compreender a concepção política de Rousseau. Para tanto é fundamental que se aborde o tema em questão sob diversas perspectivas. Em primeiro lugar faz-se o necessário recuo à tradição retórico-moral, para verificar a dívida de Rousseau para com autores como: Platão, Plutarco e Quintiliano, que ajudaram a formar seu arcabouço teórico. Em segundo lugar, apresenta-se o debate acerca da origem e da função da linguagem e suas vinculações com os temas da política, instaurado entre o autor e alguns de seus contemporâneos, tais como, Condillac e Diderot. E, por fim, trata-se de cotejar os vários textos de Rousseau acerca das vinculações percebidas entre a linguagem original, linguagem musical, linguagem teatral, línguas particulares e discurso e mostrar como estas interferem, para o bem ou para o mal, nos rumos das instituições políticas estabelecidas pelos homens no decorrer de seu processo histórico de desenvolvimento. Os principais textos de Rousseau aqui analisados são: o Discurso sobre a Desigualdade, o Ensaio sobre a origem das línguas e o Contrato Social. / The general objective of this thesis is showing that the language issue, in its various points of view, is fundamental for the comprehension of Rousseaus political concepts. Thus, it is crucial to approach the subject in different perspectives. In first place, it is necessary to make a retreat to moral rhetorical tradition, to verify Rousseaus debt with authors like: Plato, Plutarch and Quintilian, who helped him to form his theoretical framework. In second place, we must introduce the debate about the language origin and function, and also its linkages with political themes, established between the author and some of his contemporaries, such as Condillac and Diderot. Finally, we examine thoroughly the various texts of Rousseau about the linkages noticed among original language, musical language, theatrical language, particular languages and discourse, and show how the referred languages interfere in the directions of political institutions established by mankind in the course of its history. The main texts of Rousseau to be analyzed are: Discourse on the origin and basis of inequality among men, Essay on the origin of language and Of the social contract.
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A função da religião civil e sua relevância na teoria política do \'Contrato Social\' de Jean-Jacques Rousseau / The function of civil religion, as well as its relevance, in the political theory of Jean-Jacques Rousseau\'s Social Contract

Elaine Camunha 17 April 2008 (has links)
O objetivo deste trabalho é mostrar, como indica o título, a função da religião civil e sua relevância na teoria política do Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau. Para dar conta de nossa proposta, reconstruímos o cenário teórico do Contrato, apontamos o lugar que a religião aí ocupa e mostramos que ela é peça essencial para a realização dos objetivos de uma sociedade bem constituída, segundo os padrões rousseaunianos. Historicamente, segundo Rousseau, a religião sempre foi uma peça importante da política e um componente fundamental daquelas sociedades caracterizadas pela estreita coesão dos cidadãos e pelo vigor do espírito público. A manutenção do Estado ideal que Rousseau constrói depende da existência de uma religião, mas esta deve ser puramente civil. Seus dogmas devem ser simples e destinados a fomentar as virtudes necessárias à cidadania, isto é, à concretização de uma liberdade fundada na supremacia da vontade geral e na irrestrita dedicação à pátria. / This work aims, as we can tell by its title, at showing the function of civil religion, as well as its relevance, in the political theory of Jean-Jacques Rousseau\'s Social Contract. To fulfill our purpose, we reconstruct the theoretical scenery of the Contract, with the objective of pointing out the place which is there attributed to religion, as well as showing it is essential for the fulfillment of the objectives of a well built society, according to Rousseaunian standards. Historically, according to Rousseau, religion has always been an important part of politics, and a fundamental component of the societies marked by a strict cohesion of the citizens and by the vigor of the public spirit. The maintenance of the ideal State built by Rousseau depends on the existence of a religion, but this must be purely civil. Its dogmas must be simple and meant to foment the virtues which are necessary to citizenship, i. e., the concretizing of a freedom which is founded in the supremacy of the general will and in the unbounded dedication to one\'s country.
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A palavra cantada ou a concepção de linguagem de Jean-Jacques Rousseau / The sung word or a conception of language in Jean-Jacques Rousseau

Mauro Dela Bandera Arco Júnior 22 February 2013 (has links)
Trata-se de analisar a teoria da linguagem de Jean-Jacques Rousseau tal como desenvolvida no Ensaio sobre a origem das línguas e em outros textos e fragmentos concernentes à música e à linguagem. Buscar-se-á, com isso, investigar em que medida a música se apresenta, ao longo do Ensaio, como o paradigma segundo o qual a história e a essência da linguagem são pensadas. Ao aplicar o modelo musical aos fenômenos linguísticos, Rousseau concebe o valor da linguagem na força evocativa e extrarrepresentativa, produzida pela cadeia sucessiva dos sons, e não no fato da palavra ser o sinal convencional de algo. Rousseau eleva a música enquanto articuladora de sua concepção de linguagem e não uma teoria binária do signo, como fazem os homens de Port-Royal. Isso acontece porque a essência e o destino da linguagem, sua força ou impotência, são decididos no interior de uma organização social. Cada língua particular tem sua construção e seus desenvolvimentos inscritos em uma historicidade própria e marcados pelo aspecto geográfico e climático que a envolve e que estabelece diferentes modelos de sociabilidade entre os homens. Nesse sentido, é fácil observar que Rousseau se opõe à universalidade e ao caráter a-histórico da razão que organiza a estrutura das línguas, na medida em que as condições dos homens em relação aos meios de subsistência influenciam diretamente suas trocas mútuas e, consequentemente, a formação das línguas. Essas influências se fazem, no seio de cada sociedade, por meio de um processo singular que só se torna inteligível se referido à análise completa de uma situação histórica, a todos os elementos constitutivos do modo de vida dos homens e, em primeiro lugar, às relações efetivas entre os homens e a natureza. Vislumbra-se, assim, qual é o laço que une um ensaio sobre as línguas à esfera social e política, e por qual motivo é possível fazer uma história da liberdade e da escravidão dos povos a partir de uma análise de suas línguas. Tudo isso está muito distante dos conteúdos desenvolvidos nos escritos de Descartes e dos homens de Port-Royal. Almejar-se-á, então, reconhecer algumas das singularidades das reflexões de Rousseau sobre a linguagem e apontar uma articulação decisiva não abordada pela concepção cartesiana VIII de linguagem. Com isso, pretende-se mostrar o que há de novo na perspectiva de Rousseau frente ao pensamento clássico e, assim, indicar o lugar preciso ocupado pelo filósofo genebrino no que concerne aos estudos da linguagem. / The aim of this research is to analyze the language theory of Jean-Jacques Rousseau, as it is developed on the Essay on the Origin of Languages and in other texts and fragments concerning music and language. The study sought to investigate to what extent music is presented, throughout the Essay, as the paradigm according to which the history and the essence of language are thought. While applying the musical model to the linguistic phenomena, Rousseau conceives the value of language in its evocative and extra-representative force, produced by the successive chain of sounds, and not on the fact that the word is a conventional sign of something. Rousseau lifts up music while the articulator of his language conception and not as a binary theory of sign, as the Port-Royal thinkers do. This happens because the essence and the destiny of language, its force or impotence, are decided within a social organization. Every particular language has its constructions and developments written in its own historicity and marked by geographic and climatic aspects, which involves and establishes different models of sociability between men. In this sense, it is easy to notice that Rousseau stands out against the universality and the unhistorical character of reason that organizes the structure of languages, insofar the conditions of men in connection with their means of subsistence directly influence their mutual exchanges, and consequently the formation of languages. These influences take place, in the heart of each society, through a singular process that only becomes intelligible if referred to a complete analysis of a historical situation, to every constitutive elements of the way of life men have and, first and foremost, to the effective relations between men and nature. Thus, we can discern the ties that binds an essay on the origin of languages to the political and social sphere, and to which reason it is possible to conceive a history of liberty and enslavement of people, starting from an analysis of their languages. All of this is quite far from the contents developed on the works of Descartes and on those of the thinkers of Port-Royal. We will attempt, then, to recognise some of the singularities of the reflexions made by Rousseau about language and to draw up a decisive articulation, not dealt by X the cartesian conception of language.Thus, we intend to show what is new in the perspective brought by Rousseau in comparison with the classical thought, and, in this way, to indicate the precise place occupied by the Geneva philosopher, as far as the studies of language are concerned.
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CRÍTICA ROUSSEAUNIANA DA IMITAÇÃO TEATRAL: da recusa do teatro de classe francês ao consentimento da festa / ROUSSEAUNIAN CRITICISM OF THEATRICAL IMITATION: the refusal of theater French class to the party's consent

TAVARES, Márcio Júnior Montelo 26 May 2017 (has links)
Submitted by Maria Aparecida (cidazen@gmail.com) on 2017-07-25T12:00:41Z No. of bitstreams: 1 Márcio Júnior.pdf: 700191 bytes, checksum: b80202af09892b899af3e4bd760c67dd (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-25T12:00:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Márcio Júnior.pdf: 700191 bytes, checksum: b80202af09892b899af3e4bd760c67dd (MD5) Previous issue date: 2017-05-26 / In the present bibliographical research, the theater is analyzed, under a critical perspective, as an imitation of the social representation in the writings of JeanJacques Rousseau, taking as a parameter the criticism elaborated by the philosopher genebrino on the French theater, especially in what concerns The comedy of customs advocated by thinkers such as Voltaire and D'Alembert, as well as his negative response to the question about the contribution of the sciences and the arts to the moral improvement of man, presented in his First Discourse. In this panorama, Rousseau disproves most of the philosophers of his time, showing that art, instead of elevating man to a higher moral level, corrupts it by making it vile and attached to frivolities and luxuries unnecessary to a society Virtuous Indeed, unlike ordinary Enlightenment thought, the Geneva philosopher did not assert that this society and that historical moment in which he was inserted represented the pinnacle of moral progress in the history of human civilization, but rather preached that the man had entered a dangerous Process of moral degeneration, of narcissism, from which the other is taken as a mere projection of itself. In this way, we are dealing with the French theater considerations of some Enlightenment philosophers, as well as the answer given by Rousseau to D'Alembert in the famous missive on the Geneva entry in Diderot's Encyclopaedia. It is concluded that, while recognizing the importance of the sciences and the arts for humanity, Rousseau viewed such dimensions of knowledge as harmful insofar as they served distorted purposes, especially when used as a form of distinction between men. The theater, conceived in this perspective, had the function of being simple distraction for the masses, being mere caricature of the daily life. / Na presente pesquisa de cunho bibliográfico, analisa-se o teatro, sob uma ótica crítica, como imitação da representação social nos escritos de Jean-Jacques Rousseau, tomando como parâmetro a crítica elaborada pelo filósofo genebrino sobre o teatro francês, em especial no que tange a comédia de costumes defendida por pensadores como Voltaire e D‟Alembert, bem como sua resposta negativa à questão acerca da contribuição das ciências e das artes para o aprimoramento moral do homem, apresentada no seu Primeiro Discurso. Neste panorama, Rousseau destoa de grande parte dos filósofos de seu tempo, mostrando que a arte, em vez de elevar o homem a um patamar moral superior, acaba corrompendo-o, tornando-o vil e apegado a frivolidades e luxos desnecessários a uma sociedade virtuosa. Aliás, diferente do pensamento iluminista corrente, o filósofo genebrino não asseverou que aquela sociedade e aquele momento histórico nos quais ele estava inserido representavam o auge do progresso moral da história da civilização humana, mas, antes, preconizou que o homem tinha entrado em um perigoso processo de degeneração moral, de narcisismo, a partir do qual o outro é tomado como mera projeção de si mesmo. Aborda-se, assim, as considerações sobre o teatro francês tecidas por alguns filósofos iluministas, bem como a resposta dada por Rousseau a D‟Alembert na célebre missiva a respeito do verbete Genebra contido na Enciclopédia de Diderot. Conclui-se que, mesmo reconhecendo a importância das ciências e das artes para a humanidade, Rousseau via tais dimensões do conhecimento como danosas na medida em que serviam a propósitos distorcidos, em especial quando utilizadas como forma de distinção entre os homens. O teatro, concebido nesta perspectiva, tinha como função ser simples distração para as massas, sendo mera caricatura da vida cotidiana.
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Direito natural e limites do poder soberano na teoria política de Jean-Jacques Rousseau / Natural right and the boundaries of the sovereign power in the Jean Jacques Rousseau\'s political theory

Camunha, Elaine 12 August 2013 (has links)
Este trabalho discute o direito natural do homem como uma ideia importante na teoria política do filósofo Jean-Jacques Rousseau. Mesmo cabendo ao soberano determinar o limite de seu poder, ele o faz observando as condições do pacto de associação, que estabelecem a garantia de direitos individuais condicionada ao bem comum. Certamente a admissão, por parte de Rousseau, de um direito que cabe ao indivíduo na sua qualidade de homem não faz dele um liberal ao modo de autores como Locke, por exemplo, já que esses defendem uma esfera ampla de liberdade, e Rousseau propõe uma interferência maior na vida dos membros do corpo político. Nosso objetivo é mostrar que é preciso entender com qualificações a noção de poder soberano absoluto. Na teoria rousseauniana, esse poder é absoluto num sentido especial: cabe ao soberano, isto é, ao povo, formular, mudar e revogar a lei com base na vontade geral. Mas esse poder, definidor da soberania, não se deve estender além dos objetivos do contrato e, de modo particular, pelas condições da natureza humana e pelas possibilidades concretas de cada sociedade. / This work discusses man\'s natural right as a relevant idea in the philosopher Jean-Jacques Rousseaus political theory. Although it is up to the sovereign to determine the boundaries of its power, it will do so observing the conditions of the pact of association, which guarantee individual rights, conditioned by the common good. Rousseaus admission that the individual is entitled to a right based on his human condition does not make him a liberal like authors such as Locke, for example, who advocate a broader sphere of freedom, while Rousseau proposes greater intervention in the life of the members of the political body. Our goal is to demonstrate the importance of understanding the notion of absolute sovereign power. In Rousseaun theory, this power is absolute in a special sense: it is up to the sovereign (the people) to formulate, change and rescind laws based on the common will. However, this power, determinant of sovereignty, should not extend beyond the objectives of the contract and, in particular, the conditions of human nature and the concrete possibilities of each society.
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Rousseau e o Evangelho dos direitos do homem / Rousseau and the gospel of human rights

Ferraz, Eduardo Luís Leite 25 July 2011 (has links)
O presente trabalho analisa a emergência da ideia de direitos do homem na obra de Rousseau, procurando compreendê-la como parte de uma nova sensibilidade em relação ao homem. Entendemos que essa nova disposição foi o fundamento sobre o qual se pôde assentar a Declaration des droits de lhomme et du citoyen de 1789. Procuramos mostrar como esse novo sentimento em relação aos direitos dos homens está ligado a um processo mais amplo de ressignificação da religião cristã. Rousseau fará uma nova leitura do cristianismo, procurando enfrentar temas tradicionais como pecado original, divindade de Cristo, milagres e revelação, polemizando em seus escritos com os materialistas e os integrantes das ortodoxias religiosas do Antigo Regime, seja o arcebispo de Paris, sejam os protestantes do Conselho da República de Genebra. Ao longo desses debates, Jean-Jacques procurará defender um cristianismo mais próximo da mensagem original dos Evangelhos, por um lado criticando o modelo religioso hegemônico e seu recorrente apelo ao mistério, e por outro, postulando por uma religião favorável à causa do homem e de seus direitos. / This paper analyzes the emergence of the idea of human rights in Rousseau\'s work, trying to understand it as part of a new sensibility about the man. We believe that this new provision was the basis on which might become the Declaration des droits de l\'homme et du citoyen, 1789. We show how this new feeling about the rights of men is linked to a broader process of reinterpretation of the Christian religion. Rousseau will make a new reading of Christianity, looking face traditional subjects as original sin, divinity of Christ, miracles and revelation, discussing in his writings with the materialist and members of religious orthodoxies of the Old Regime, be the archbishop of Paris or the Protestants of the Council of the Republic of Geneva. Throughout these discussions, Jean-Jacques seek to defend Christianity closer to an original message of the Gospels, first criticizing the hegemonic religious model and its recurring appeal to mystery, and second, by positing a religion helpful to the cause of man and their rights.
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A santidade do contrato e das leis: um estudo sobre religião e política em Rousseau / The sanctity of contract and laws: a study about religion and politics in Rousseau

Kawauche, Thomaz Massadi Teixeira 20 December 2007 (has links)
A posição de Rousseau sobre a importância da religião na sociedade é bastante peculiar: por um lado, ele apresenta severas críticas às religiões reveladas em geral e ao cristianismo em particular, apontando conseqüências nefastas da idéia de revelação - dentre as quais se destaca a intolerância - sobre a conduta dos indivíduos; por outro lado, Rousseau reconhece que a religião é útil e até mesmo necessária ao Estado, e não subestima o recurso aos deuses na obra do legislador; além disso, Rousseau se declara cristão, e não apenas afirma que o ensino de Jesus Cristo serve de fundamento à boa moral, como também chega a defender uma certa superioridade da revelação dos Evangelhos em relação às demais revelações escritas. Este estudo tem como objetivo esclarecer o estabelecimento da relação entre política e religião na obra de Rousseau a partir de um exame dos textos em que esse autor trata dos efeitos da religião na conduta dos homens, considerando-se em primeiro lugar a crítica feita pelo vigário saboiano às religiões instituídas e, em segundo lugar, a idéia de religião civil no contexto da filosofia política de Rousseau, com especial atenção para um de seus dogmas: o da santidade do contrato social e das leis. / Rousseau\'s attitude towards the importance of religion in society is quite distinctive: on the one hand, he criticizes revealed religions, particularly Christianity, in a very hard manner, pointing out harmful consequences of revelation - especially intolerance - on individual conduct; on the other hand, Rousseau recognizes that religion is useful and even necessary to State, and he does not underestimate the resort to the gods in Legislator\'s work; moreover, Rousseau declares himself Christian, and not only affirms that good morals is on the basis of Jesus Christ\'s teaching, but also defends a kind of superiority of Gospel revelation over other written revelations. The objective of this study is to understand how Rousseau establishes the relation between politics and religion in his work; this will be done through an examination of the texts in which that author deals with the effects of religion upon human actions, considering firstly the Savoyard Vicar\'s critique against established religions, and secondly, the idea of civil religion in the context of Rousseau\'s political philosophy, with special attention to one of its dogmes: the sanctity of social contract and laws.
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A função da religião civil e sua relevância na teoria política do \'Contrato Social\' de Jean-Jacques Rousseau / The function of civil religion, as well as its relevance, in the political theory of Jean-Jacques Rousseau\'s Social Contract

Camunha, Elaine 17 April 2008 (has links)
O objetivo deste trabalho é mostrar, como indica o título, a função da religião civil e sua relevância na teoria política do Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau. Para dar conta de nossa proposta, reconstruímos o cenário teórico do Contrato, apontamos o lugar que a religião aí ocupa e mostramos que ela é peça essencial para a realização dos objetivos de uma sociedade bem constituída, segundo os padrões rousseaunianos. Historicamente, segundo Rousseau, a religião sempre foi uma peça importante da política e um componente fundamental daquelas sociedades caracterizadas pela estreita coesão dos cidadãos e pelo vigor do espírito público. A manutenção do Estado ideal que Rousseau constrói depende da existência de uma religião, mas esta deve ser puramente civil. Seus dogmas devem ser simples e destinados a fomentar as virtudes necessárias à cidadania, isto é, à concretização de uma liberdade fundada na supremacia da vontade geral e na irrestrita dedicação à pátria. / This work aims, as we can tell by its title, at showing the function of civil religion, as well as its relevance, in the political theory of Jean-Jacques Rousseau\'s Social Contract. To fulfill our purpose, we reconstruct the theoretical scenery of the Contract, with the objective of pointing out the place which is there attributed to religion, as well as showing it is essential for the fulfillment of the objectives of a well built society, according to Rousseaunian standards. Historically, according to Rousseau, religion has always been an important part of politics, and a fundamental component of the societies marked by a strict cohesion of the citizens and by the vigor of the public spirit. The maintenance of the ideal State built by Rousseau depends on the existence of a religion, but this must be purely civil. Its dogmas must be simple and meant to foment the virtues which are necessary to citizenship, i. e., the concretizing of a freedom which is founded in the supremacy of the general will and in the unbounded dedication to one\'s country.

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