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Efeitos atmosféricos : o silêncio na filmografia de Andrei TarkovskiLanzoni, Pablo Alberto January 2016 (has links)
Esta tese concentra-se sobre o silêncio e o modo como ele catalisa atmosferas em um conjunto de filmes específicos, a partir do conceito de Stimmung, revisitado por Hans Ulrich Gumbrecht. O norte de pesquisa estabeleceu-se sobre a seguinte questão: como observar o silêncio e suas possíveis marcas na constituição de atmosferas na filmografia de Andrei Tarkovski? A interrogativa apresentada foi desdobrada em quatro capítulos, objetivando examinar as especificidades do silêncio nos exemplos observados, com vistas a ampliar sua definição para os estudos de cinema. No capítulo ‘O arcabouço teórico’, são apresentadas as proposições de Gumbrecht e as dicotomias pertinentes entre os efeitos de presença e os efeitos de sentido, em diálogo com os estudos das materialidades da comunicação, e o conceito de ‘atmosfera cinematográfica’, cunhado por Inês Gil (2005). Complementa a discussão a observação dos universos sonoros e imagéticos na sala de projeção e suas relações com o espectador. No capítulo ‘Um percurso marcado pelo silêncio’, faz-se o exame das distintas especificidades do silêncio, da linguagem para as artes e de sua multiplicidade na sala escura, através das diferentes experiências vivenciadas pelo público e que puderam ser recuperadas pela bibliografia especializada. Impulsionado por tais questões, chega-se ao termo ‘efeito-silêncio’, dado que as conformações aqui estudadas revelaram-se através da organização das sonoridades que criam uma impressão de silêncio, ou seja, efeitos-silêncio, como se primou por chamar tal configuração. Com as discussões teóricas explicitadas, o capítulo ‘Um ‘leve toque’ de Andrei Tarkovski’ apresenta um investimento sobre a produção cinematográfica do diretor, evidenciando os traços biográficos e o contexto de suas produções que auxiliaram na temática. No capítulo ‘O silêncio atmosférico em Andrei Tarkovski’, são dispostos dois eixos textuais, ‘interioridades’ e ‘exterioridades’, estratégia que auxilia a explicitar as articulações engendradas pelos efeitos-silêncio para a constituição de atmosferas em exemplos extraídos de A infância de Ivan (1962), Andrei Rublev (1966), Solaris (1972), O espelho (1975), Stalker (1979), Nostalgia (1983) e O sacrifício (1986), através de um olhar que admite a oscilação entre os efeitos de presença e a atribuição e a identificação de sentido no contato com os objetos comunicacionais. A discussão é encerrada nas ‘considerações finais’, em que se produz uma reflexão sobre as facetas do silêncio no âmbito cinematográfico e seu espaço no interior da filmografia de Andrei Tarkovski, a partir das questões ofertadas pela pesquisa. / The present dissertation is focused on silence and the way it mobilizes atmospheres in a specific set of films, from the concept of Stimmung¸ revisited by Hans Ulrich Gumbrecht. The research was constructed upon the following question: how to observe silence and its possible imprints in the composition of atmospheres in Andrei Tarkovski’s filmography? The presented interrogative unfolded in four chapters aiming to examine silence’s specificities in the observed examples, with the goal to broaden its definition for cinema studies. In the chapter ‘The theoretical framework’, Gumbrecht’s propositions and the pertinent dichotomies between the effects of presence and the effects of sense are presented in a dialogue with studies on the materialities of communication and Inês Gil’s (2005) concept of ‘cinematic atmosphere’. The observation of audio and image universes in the projection room and their relationship with the spectator complement the discussion. In the chapter ‘A path marked by silence’, an exam of silence’s different specificities is made, from languages to arts, and its multiplicity in the dark room, through the diverse experiences the audiences had and that could be recovered by specialized literature. Driven by such questions, one reaches the term ‘silence-effect’, given that the conformations here studied were reveled through the organization of sonorities, that is to say, silence-effects as such configuration was named. With the theoretical discussions clarified, the chapter ‘A ‘subtle touch’ of Andrei Tarkovski’ presents an examination of the director’s cinematic production, pointing out biographic traces and the context of their production that could help on the topic. In the chapter ‘The atmospheric silence in Andrei Tarkovski’ two textual axes, ‘interiorities’ and ‘exteriorities’, are presented, a strategy that helps show the connections engendered by silence-effects for the constitution of atmospheres in examples taken from the movies Ivan’s Childhood (1962), Andrei Rublev (1966), Solaris (1972), Mirror (1975), Stalker (1979), Nostalghia (1983) and The Sacrifice (1986), through a view that grants the oscillation between presence effects and the identification and attribution of meaning in our contact with communicational objects. The discussion ends in the ‘Final Considerations’, where a reflection on silence’s facets on the cinematographic scope and its space inside Andrei Tarkovski filmography is produced from the questions proposed by the research.
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Silenced women in Joan Rileys fiction / Silenced women in Joan Rileys fictionAdriana de Souza Jordão Gonçalves 14 February 2011 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta dissertação busca analisar como Joan Riley, escritora jamaicana que vive na Inglaterra, expõe e denuncia em suas obras a submissão feminina diante da opressão e violência sexual sofridas por mulheres negras. Objetivamos apontar a crítica ao papel dos discursos patriarcal e pós-colonial, práticas de poder que tornam o contexto social das mulheres representadas em seus romances propício para o exercício do jugo masculino, através da exploração do silêncio de mulheres vítimas de abusos sexuais. O necessário recorte do objeto restringiu a análise às duas personagens centrais dos romances The Unbelonging (1985) e A Kindness to the Children (1992), mulheres cujas subjetividades foram anuladas pela objetificação de seus corpos e a desumanização de suas identidades / The present work aims at analyzing how Joan Riley, Jamaican writer who lives in England, exposes and denounces in her work the female submission in face of the oppression and sexual violence suffered by black women. The objective of the study is to point out the authors criticism of patriarchal and post-colonial discourses, power practices which insert the women represented in her fiction into the proper social context for the exercise of male domination, through her exploration of silence of women who are victims of sexual abuse. The necessary cut of the object restricted the analysis to the two central characters in the novels The Unbelonging (1985) and A Kindness to the Children (1992), women whose subjectivities were made null by the objectification of their bodies and the dehumanization of their identities
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O fantasma da palavra: a poÃtica da ausÃncia em A menina morta, de CornÃlio Penna / The Phantom of the Word: the Poetics of Absence in A menina morta (The Dead Girl), by CornÃlio PennaDouglas Carlos de Paula Moreira 21 June 2016 (has links)
nÃo hà / Este trabalho pretende estudar os vazios, as lacunas e as ausÃncias textuais no romance A menina morta (1954), de CornÃlio Penna. Nesse romance, encontra-se uma narrativa estruturada em torno da ausÃncia (a comeÃar pela ausÃncia da prÃpria menina que dà tÃtulo à obra), convidando o leitor a olhar incessantemente para um lugar vazio que, paradoxalmente, deixa sua marca sob a forma de recalque afetivo e mal-estar social. O olhar do leitor deseja ver mais, porÃm à o menos que o autor oferece, inscrevendo sua ficÃÃo sob o signo da negatividade e do esvaziamento. Sustenta-se a tese de que, nesse romance, diferentemente de suas obras iniciais, CornÃlio Penna supera a vertente fantÃstica, deslocando os âfantasmasâ da zona transcendente para o encontro inexorÃvel com o real. Busca-se a fundamentaÃÃo teÃrica desta tese na interface dos discursos da teoria literÃria, da filosofia e da psicanÃlise, atravÃs do diÃlogo com as obras de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman. AtravÃs desses pensadores, tenta-se evidenciar o jogo dialÃtico que CornÃlio Penna articula entre subjetividade e objetividade, atravÃs do qual a realidade se acha implicada nos modos de subjetivaÃÃo. Em A menina morta, portanto, a realidade do patriarcalismo e do escravismo se torna mais assustadora do que os fantasmas que povoam o imaginÃrio popular. O territÃrio que CornÃlio Penna escolheu para descrever o seu drama histÃrico faz do mito o labirinto da prÃpria histÃria, diante do qual os eventos se petrificam numa zona estagnada em que quase nada acontece, sobressaindo o luto e a melancolia. A relaÃÃo entre os personagens à marcada pela incomunicabilidade, devido ao medo de dizer e ao ressentimento de calar-se. Assim, restam aos personagens o refÃgio do nÃo-dito (diante da forÃa dos interditos) e a teatralizaÃÃo das palavras e dos gestos. O fantasma da palavra nÃo à â como se poderia supor â o silÃncio; o fantasma da palavra à a falta do nome, à esse lugar inespecÃfico onde o pensamento nÃo chega e a razÃo parece desmoronar. Trata-se, enfim, de uma abertura para um lugar inacessÃvel, uma aporia trÃgica, formada por um tempo sà de espera e um lugar sà de passagem. / This work intends to study the voids, the gaps and the textual absences in the novel A menina morta [The dead girl] (1954), written by CornÃlio Penna. In this novel, we have found a structured narrative around the absence (starting with the absence of the very girl who gives title to the work), inviting the reader to look endlessly for an empty place that, paradoxically, leaves its mark in emotional repression form and social malaise. The reader look wants to see more, however is the least that the author offers, inscribing his fiction under the sign of negativity and emptying. We affirm that, in this novel, unlike his initial works, CornÃlio Penna overcomes the fantastic strand, moving the transcendent area "ghosts" for the inexorable encounter with real.We have sought the theoretical foundation of this thesis in the literary theory, philosophy and psychoanalysis speeches, through the dialogue with the works of Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben, Walter Benjamin and Georges Didi-Huberman. Through these thinkers, we have tried to show the dialectic game which CornÃlio Penna articulates among subjectivity and objectivity, through which the reality is implicated in the subjectivation modes. In A menina morta, therefore, the reality of patriarchy and slavery becomes more frightening than ghosts that inhabit the popular imagination. The territory chosen by CornÃlio Penna to describe his historical drama makes from the myth the labyrinth of history, up against the events are stoned in a stagnant zone in which almost nothing happens, protruding the mourning and the melancholy. The characters connection is marked by the lack of communication, due to fear of saying and the resentment of shut up. So, to the characters remain the refuge of unsaid (up against the bans strength) and the dramatization of words and gestures. The ghost of the word is not â as you might guess â the silence; the ghost of the word is the lack of the name, is this nonspecific place where the thinking does not reach and the reason seems to fall apart. In short, it is about an opening to an inaccessible place, a tragic aporia, formed by a time of expecting and a place of passage.
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No interior da palavra: reflexões sobre voz, som e silêncio a partir da Cia. Club NoirLivia Piccolo 18 November 2013 (has links)
Este trabalho busca construir um pensamento contemporâneo sobre voz a partir da investigação do trabalho do ator com a voz e com a palavra na Cia. Club Noir, companhia teatral fundada em 2006 e com sede na cidade de São Paulo (SP). O texto retoma alguns movimentos e ideias que ao longo do século XX fomentaram uma nova concepção de voz, som e silêncio. A partir das relações entre corpo, voz, leitura textual e emissão no trabalho do ator, constrói um pensamento que dialoga com a música e a poesia experimental. A prática da Cia. Club Noir, focada na exploração da palavra e experimentação da linguagem, constitui um rico material para a construção de um pensamento sobre voz nos processos contemporâneos de criação. Este trabalho compreende palavra como som e sentido simultaneamente e mais do que analisar o trabalho da companhia teatral em questão, pretende levantar novas perspectivas para o entendimento da voz. / This paper aims at constructing a contemporary thought on voice, having as its basis the investigation of voice and word use of actors of the Cia. Club Noir, a theater company from São Paulo (SP) founded in 2006. The text looks back at some movements and ideas that have been influential in the creation of new concepts of voice, sound and silence, and, taking into account the relations between body, voice, text reading, and emission, builds up a thought that establishes a dialogue with music and experimental poetry. The praxis of the Cia. Club Noir, which has as its focus on the study of word and language experiments, consists of a rich material for the construction of a thought on the use of voice in the contemporary creation processes. This work considers words to be the combination of sound and sense and intends not only to analyze the work of the theater company, but also to raise new perspectives for the understanding of voice.
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O silêncio como afeto ou a escuta corporal na recente música experimental / Silence as affect or bodily listening in the current scenario of experimental music.Carlos Arthur Avezum Pereira 07 April 2017 (has links)
Na década de 1990 assistimos a uma tendência na música experimental localizada em diferentes países, a qual pode ser reconhecida como uma volta para o silêncio. Essa tendência é identificada na música do coletivo internacional de compositores-performers Wandelweiser com sede na Alemanha, no estilo Berlin Reductionism da cena Echtzeitmusik na cidade de Berlim, no Onkyô na cidade de Tóquio, no estilo lowercase/quiet microsound que é descentralizado geograficamente, além de outros. A notável relação com o silêncio de 4\'33\" composta em 1952 por John Cage, considerado o criador da música experimental, levanta questões sobre se essa volta para o silêncio poderia ser uma farsa como a recuperação de um dispositivo das vanguardas de meados do século XX ou se ela seria algo diferente disto. O primeiro objetivo deste trabalho é o de \'compreender\' a escuta desse \'novo silêncio\'. Nota-se que o aspecto conceitual do silêncio dessa nova tendência na música experimental é algo de menor expressão se comparado com o seu aspecto \'afetivo\'. Dessa forma, optou-se por uma metodologia especulativa para saber o que o silêncio da recente música experimental \'faz\' no ouvinte ao invés de saber o que esse silêncio \'significa\'. A metodologia é fundamentada pela Teoria do Afeto que consiste em uma volta no início deste século para a filosofia da imanência de Baruch Spinoza, ressignificada por Gilles Deleuze, Félix Guattari e outros. O método utilizado é o de meta-modelização de Guattari em que a interação de conceitos geram novos conceitos desconhecidos que, dessa forma, permite o devir de elementos que frequentemente escapam dos modelos baseados na representação. Argumentamos primeiramente que a escuta do silêncio na recente música experimental é uma escuta corporal, visto que seu silêncio é afetivo. Para chegarmos a tal resultado, partimos inicialmente de uma análise dos choques tanto das manifestações vanguardistas quanto os do mundo capitalista que, embora sejam de domínios diferentes ambos expressam um potencial para o estudo da recepção corporal. Em seguida, definimos uma noção de recepção corporal por meio do conceito de Corpo-sem-Órgãos. Em um terceiro momento discutimos a possibilidade de um modelo teórico que aborde a escuta para o que está além do som, ou seja, uma escuta corporal do som inaudível, indicando um uso estendido dos modelos \'correlacionistas\' de escuta de Pierre Schaeffer e de Seth Kim-Cohen. Então apresentamos uma série de pesquisas e trabalhos artísticos sob a luz da Teoria do Afeto, além dos conceitos de \'masoquismo produtivo\', \'ruído afetivo\' e \'escuta afetiva\'. Finalmente apresentamos as recentes cenas da música experimental silenciosa que, com o auxílio da interação entre os conceitos discutidos anteriormente e o discurso de músicos e pesquisadores envolvidos com essas cenas torna-se possível especular que o seu silêncio afetivo pode promover um agenciamento para restabelecer a capacidade micropolítica da escuta atuar no ambiente. Essa pesquisa pretende assim contribuir com uma investigação sobre música no campo da Teoria do Afeto e uma investigação do afeto nos campos dos Estudos do Som e da Musicologia. / In the 1990s we witnessed in different countries a trend in experimental music that can be acknowledged as a turn to silence. Such a trend is verified in the musical expression of the Wandelweiser Group; in the Berlin Reductionism style from the Echtzeitmusik scene; on Onkyô scene; in the lowercase/quiet microsound style and others. The noteworthy connection with the silence of 4\'33\" composed in 1952 by John Cage arouses questions about whether this turn to silence could be a \'farse\' or if it would be diverse something. The first aim of this research is to \'understand\' listening to this \'new silence\'. It is observed that the \'conceptual\' aspect of the silence related to this new trend in experimental music is something exposing lower expression if compared with its \'affective\' feature. Thus, we elected a speculative methodology in order to know what the silence of this experimental music \'does\' in the listener rather than knowing what that silence \'means\' indeed. This selected methodology is based on the Affect Theory, which consists of a turn at the beginning of this century to Baruch Spinoza\'s philosophy of immanence whose work was restated by Gilles Deleuze and Félix Guattari afterward. The method used is Guattari\'s meta-modelisation in which the interaction of concepts bears new concepts that, in this way, also allows for the becoming of elements that frequently escape from models based on representation. We argue first that the listening of silence in the current experimental music is a bodily listening, since its silence is affective. In order to arrive at such a viewpoint, we start from an analysis of the shocks of both avant-garde and capitalist manifestations that, although from different fields both express a potential for the investigation of bodily reception. Next, we conceive a notion of bodily reception through the Artaud\'s concept of Body-without-Organs. In a third moment we discussed the possibility of a theoretical model that approaches listening for what is beyond sound, that is, a bodily listening of the inaudible sound, pointing to an extended usage proposition of the \'correlation\' models of listening by Pierre Schaeffer and Seth Kim - Cohen. Then we present a sequence of researches and artistic works under the prism of the Affect Theory, as well as the concepts of \'productive masochism\', \'affective noise\' and \'affective listening\'. At last we offer an overview of the current scenario related to silent experimental music that, with the aid of the interaction between the concepts discussed beforehand and as well the discourse of musicians and researchers involved with these musical prospects, it becomes possible to speculate that their affective silence could promote an agency to reestablish the micropolitic capacity of listening which is able to act in the environment. Therefore this research intends to contribute with an investigation on music in the field of Affect Theory and an investigation of affect in the Sound Studies and Musicology.
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Um percurso de experiência : violência e silêncio - imagens de uma pesquisa na escola /Bianchini, Roberta Luciana Custódio. January 2010 (has links)
Orientador: César Donizetti Pereira Leite / Banca: Silvio Gallo / Banca: Dirce Djanira Pacheco Zan / Resumo: O presente trabalho resulta de discussões em torno das relações entre o silêncio, como forma de linguagem, a experiência, sob a ótica benjaminiana e, os processos de violência que permeiam a sociedade e, em particular, os adolescentes. A partir das reflexões em torno da violência, tendo em vista os modos de anulação e de constituição de experiência como modo de vida e produção de sentidos, e vislumbrando o silêncio como uma possibilidade de significar, experimentar e manifestar a violência se constituiu como objetivo deste trabalho: discutir o silêncio e a experiência como formas de produção de sentidos, buscando suas relações com os modos de manifestação da violência. Como instrumento específico, para que a metodologia percorresse seu caminho, utilizamos um dos meios de comunicação de massa, o cinema. Durante o desenvolvimento da pesquisa, aventamos as possibilidades de olhares circularem por entre movimentos que desencadearam outros olhares, pistas e vestígios, nos guiando através do Paradigma Indiciário e possibilitando aberturas de produção de sentidos, de caminhos e descaminhos metodológicos, que apresentaram diferentes olhares sobre o percurso da pesquisa. Dessa forma, pensamos essa pesquisa enquanto processo, enquanto caminho, enquanto experiência. Não nos concentramos em interpretações que se encerrem apenas em um sentido, pelo contrário, nos esmeramos em permitir o olhar que vislumbra múltiplos sentidos, possibilitando que o produto da pesquisa também se torne veículo de transmissão de outros e novos conhecimentos / Abstract: This work is the result of discussions about the relations between the silence, as a form of language, the experience, in the Benjaminian perspective, and the violence process that permeate the society and, in specific, the teens. From reflections around the violence, in view of the annulment' modes and the experience constitution of as a way of life and senses' production, and visualizing the silence as a possibility of the to signify, to try, and to express the violence is the objective of this work: discuss the silence and the experience as forms of senses' production, seeking its relations with the modes of violence expression. As specific instrument, so that the methodology sprinting your path, employed one of the mass' media, the cinema. During the research development, occurred the possibilities of the looks be spread around the movements that unleash other looks, tracks and traces, guiding us through the Ginsburg's Indiciary Paradigm and enabling production senses overture, the methodological paths or not paths, who presented different looks on the research trajectory. This form, we think this research as a process, while path, while experience. We not focused on interpretations which them only in one direction, on the contrary, up to allow multiple senses look envisaging, enabling the research product also becomes the vehicle of transmission to others and new knowledge / Mestre
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No interior da palavra: reflexões sobre voz, som e silêncio a partir da Cia. Club NoirPiccolo, Livia 18 November 2013 (has links)
Este trabalho busca construir um pensamento contemporâneo sobre voz a partir da investigação do trabalho do ator com a voz e com a palavra na Cia. Club Noir, companhia teatral fundada em 2006 e com sede na cidade de São Paulo (SP). O texto retoma alguns movimentos e ideias que ao longo do século XX fomentaram uma nova concepção de voz, som e silêncio. A partir das relações entre corpo, voz, leitura textual e emissão no trabalho do ator, constrói um pensamento que dialoga com a música e a poesia experimental. A prática da Cia. Club Noir, focada na exploração da palavra e experimentação da linguagem, constitui um rico material para a construção de um pensamento sobre voz nos processos contemporâneos de criação. Este trabalho compreende palavra como som e sentido simultaneamente e mais do que analisar o trabalho da companhia teatral em questão, pretende levantar novas perspectivas para o entendimento da voz. / This paper aims at constructing a contemporary thought on voice, having as its basis the investigation of voice and word use of actors of the Cia. Club Noir, a theater company from São Paulo (SP) founded in 2006. The text looks back at some movements and ideas that have been influential in the creation of new concepts of voice, sound and silence, and, taking into account the relations between body, voice, text reading, and emission, builds up a thought that establishes a dialogue with music and experimental poetry. The praxis of the Cia. Club Noir, which has as its focus on the study of word and language experiments, consists of a rich material for the construction of a thought on the use of voice in the contemporary creation processes. This work considers words to be the combination of sound and sense and intends not only to analyze the work of the theater company, but also to raise new perspectives for the understanding of voice.
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Atos de incorporação: última correspondência com Antonin Artaud / -Santos, Renan Dias 01 November 2018 (has links)
Um pesquisador nascido no Brasil em 1990 se depara com as cartas que Antonin Artaud escreveu durante seu período de internação no asilo de alienados de Rodez, na França, e descobre que chegou ao mundo arruinado. Decide não ignorar que sente uma imensa solidão e que, na maioria das vezes, se vê sozinho neste sentimento; que cresceu fingindo prazer e sentindo saudade, mas que já está desanimado até mesmo para sofrer; que a primeira coisa que disse, quando ainda era um bebê, foi: \"Olá, mamãe, eu já sei que você não sou eu, então estou livre!\" - e todos os adultos aplaudiram o espírito inteligente do menino que iria longe. Este pesquisador que nunca foi à Europa, mas está educado a falar com muita lucidez sobre qualquer matéria disponível no Eu e no além-Eu, recebeu três volumes de cartas escritas por Antonin Artaud, quem está morto há setenta anos, e começou então a ouvir dois tipos de silêncio: um que se estende por toda a superfície acima do palavrório, nasce sobre ele e preenche como neblina o espaço entre as ruínas, um silêncio compactuado; e um outro que grita impessoalmente na imensa falta de fundo abaixo das palavras. Não tem escolha: sente necessidade de partir, deseja esquecer Artaud. Ele se atrasa, porque segue com o corpo e abandona o espírito; leva o espírito, deixa cair a língua. Decide agarrar tudo o que vê pelo caminho, leva todas as palavras que encontra pela frente, para despejá-las no abismo de um silêncio público. E as páginas do presente trabalho são este movimento entre dois silêncios, um caminho de palavras arrastadas que ninguém poderá seguir, porque o pesquisador desapareceu sobre si mesmo. / A researcher born in Brazil in 1990 faces letters Antonin Artaud wrote during his internment period in the asylum of alienated of Rodez, in France, and finds out that he came into this world ruined. He decides not to ignore that he feels an immense solitude and that, most of the time, sees himself alone in this feeling; that he grew faking pleasure and feeling nostalgia, but is already too down-hearted even for suffering; that the first thing he said, when he was still a baby, was: \"Hello, mommy, I already know that you are not me, so I am free!\" - and all the adults applauded the clever spirit of the boy who would go far. This researcher that never went to Europe, but is educated to speak very lucidly about any available subject in the \"l\" and the beyond-\"I\", received three volumes of letters written by Antonin Artaud, who has been dead for sixty years, and started to listen to two kinds of silence: one that extends through all surface above the chatter, that is born over it, that fills the space between the ruins like a mist, an agreed silence; and another one that screams impersonally in the immense lack of bottom under the words. There is no choice: he feels the need to leave, wishes to forget Artaud. He gets late, because he follows with his body and abandons the spirit; he takes the spirit, lets his tongue fall down. He decides to grasp everything that he sees through the way, takes every words he finds ahead, in order to pour them into the abyss of a public silence. And the pages of the present work are this movement between two silences, a path of dragged words that no one will be able to follow, because the researcher disappears over himself.
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Nameless wonders and dumb despair: rhetorics of silence in mid-nineteenth-century U.S. poetry and cultureBorchert, Nick 01 August 2017 (has links)
Taking a cue from the occasional reticence of the often-exuberant American Romantic poetics, this project tracks what I call “rhetorics of silence” in verse: those moments where words are declared to be inadequate, impertinent, unavailable, unintelligible or otherwise unsuitable for a task that the poet has proposed. In this respect, the term “silence” functions here as a broad metaphor encompassing a number of meta-linguistic or meta-poetic gestures aimed at highlighting the shortcomings of knowledge and representation.
Whereas earlier critics have noticed these silences in haphazard ways, this project looks toward a systematic account of why and when nineteenth-century poets rely on gestures to the space beyond language. This intervention is especially useful for reading the seminal American poets Walt Whitman and Emily Dickinson. Because Whitman seems celebratory and Dickinson doleful, it has often been difficult to offer productive readings of the two in tandem. Where Whitman does resemble Dickinson, it is often thought to be in his poems that abandon or despair of his project for a democratic poetics. By contrast, working through the lyric and political verse of the lesser-known poetry of John Rollin Ridge, this project reads visionary and despairing silences as alike rhetorical gestures aimed at highlighting the common humanity of the poet and the reader. “Silence” is therefore an outgrowth of American ideology, albeit one that frequently allows poets to expand and query that ideology in ways that are not possible in the many corresponding but often blither deployments of rhetorical silence in the culture at large.
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Silence: A Comparison of Japanese and U.S. InterpretationMurayama, Mimi 21 February 1995 (has links)
It is commonly argued that silence is an important Japanese communication strategy, with the goal of making oneself understood without words; on the other hand, in the U.S., silence tends to be filled by speaking, and speaking up clearly and the facilitation of talking is preferred. However, our knowledge about how silence is interpreted in the U.S. and Japan is weak and based on anecdotal evidence. Therefore, this study examines how people in the U.S. and Japan interpret silence according to contexts, examining what kinds of social rules underlie their interpretation. Interpretation is guided by how people connect ideas. One of the ways to observe how people connect ideas is to have subjects sort words related to silence and compare the way they arrange the words into groups. Multidimensional scaling was used to estimate the underlying dimensions in the way each group sorts the words, and then these dimension were compared. In the comparison of how Japanese and the U.S. associate words related to silence, the most significant difference between Japanese and U.S. subjects was found in the way subjects associate groups of words with contexts. The U.S. subjects had a tendency to interpret silence more positive than Japanese in most contexts. Japanese revealed the tendency to interpret silence more active than the U.S. subjects in most contexts. For Japanese, silence has particular symbolic meaning, and the communicator is often expected to figure out the underlying meaning of silence. When silence is used to intentionally communicate something, it can create uncertainty if the listener is unable to figure what underlies the silence. In U.S., silence is interpreted as positive and less active, that is to say, more internal and reflective. In conclusion, the findings suggest that Japanese interpret silence as a communicative symbol that must be actively interpreted, and this is consistent with most literature, however, they emphatically contradict the stereotype of "vocal Americans", commonly depicted in the literature.
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