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Trauma e sintoma social : resistências do sujeito entre história individual e história da culturaMello, Eliana Dable de January 2010 (has links)
O ponto de partida desta tese são questões suscitadas pela prática clínica desenvolvida pela autora, psicóloga e psicanalista, em uma Unidade de Saúde de Atenção Primária, do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospital Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde, na cidade de Porto Alegre (RS). O objetivo consiste em buscar compreender manifestações sintomáticas, referidas a atos de violência por parte de portadores do estigma de exclusão social, e, igualmente, as manifestações de protagonismo, marcadas pela presença de uma palavra singular em pulsação no laço social – ambas depreendidas do cotidiano nesse território de trabalho na periferia urbana. Nessa busca, foram investigadas as condições históricas e estruturais das quais adveio a captura dos corpos a quem foi atribuído tal estigma, assim como as operações psíquicas, necessárias para a constituição do sujeito em um laço discursivo; na investigação, levou-se em conta igualmente os efeitos da lógica neoliberal capitalista, que ordena a sociedade de classes no mundo ocidental contemporâneo. O estudo da historiografia das formações sociais que deram corpo ao mal-estar e às tensões sociais nas cidades brasileiras e, mais especificamente, na cidade de Porto Alegre, possibilitou conferir maior especificidade ao embate entre forças sociais desiguais e antagônicas – figuradas nas posições senhor e escravo –, que caracterizou o fundamento e o transcurso da maior parte da história local, regional e nacional. As condições históricas para o agenciamento subjetivo da parte mais frágil da contenda foram rastreadas neste estudo, relacionando as resistências a ocupar o lugar de dejeto à inscrição de novos traços discursivos, dos quais poderia decorrer, como potência, a emergência de novas séries de significação na cultura brasileira. Tendo trabalhado na interface entre a psicanálise freudolacaniana e o campo da historiografia, com apoio em argumentos da clínica, este trabalho ratifica que a não transmissão de uma herança simbólica, a ser apropriada como um lugar para o sujeito no Outro, situa, por consequência, o traumático da objetalização como legado; o ato violento, nesta condição específica, é afirmado como o recurso pelo qual o sujeito tenta salvar sua singularidade. Igualmente ressalta-se o processo de agenciamento de uma refundação da história, que, hoje em dia, vem se efetuando em todo território nacional, como expressão legítima de uma posição discursiva, que articulou séries significantes a partir da inscrição de traços remontáveis ao período aqui estudado. A necessária função do reconhecimento do Outro e do semelhante para a constituição subjetiva foi demarcada, e considerações sobre as instituições e a técnica nesta clínica da exclusão foram exploradas na apresentação de três casos clínicos. Novas perguntas, de ordem ética, estética e política, a respeito dos temas da exclusão e da inscrição dos sujeitos na ordem social, são formuladas na conclusão deste trabalho da tese. / The starting point of this thesis are questions emerged from the clinical practice developed by the author, who is a psychologist and psychoanalyst, in a First Aid Health Unity (Unidade de Saúde de Atenção Primária), part of the Community Health Service of the Conceição Hospital Group, linked to the Health Ministry, in the city of Porto Alegre. It aims at understanding symptomatic manifestations, referred to acts of violence performed by individuals suffering from stigma of social exclusion, as well as to understand the manifestations of protagonism, characterized by the presence of a singular word in pulsation in the social bond – both emerged from the quotidian in this work field in urban periphery. In this quest, it was investigated the historical and structural conditions where the bodies that received such stigma stemmed from, as well as the psychic operations, necessary for the constitution of a subject in a discourse bond; during the investigation, it was also taken into account the effects of the neoliberal capitalist logics, which defines the society of classes in the contemporary western world. The study of the historiography of the social formations that originated the uneasiness and the social tensions in Brazilian cities and, more specifically, in the city of Porto Alegre, enabled this paper to assign greater specificity to the clash of unequal and antagonistic social powers – represented by the positions of ‗master‘ and slave – that has characterized the basis and the existence of most of the local, as well as regional and national history. The historic conditions for the subjective agency of the most fragile part of the dispute were tracked down in this study, relating the resistance for occupying the trash object‘s place to the inscription of the new discursive traits, from which the emergence of new signifying chains in the Brazilian culture could, potentially, arise from. Having worked on the interface between the Freudian/Lacanian psychoanalysis and the field of historiography, supported by clinic arguments, this work ratifies that the non-transmission of a symbolic heritage, to be appropriated as a place for the subject on the Other, determines, consequently, the traumatic of the objectalization as a legacy. The violent act, in this sense, is seen as a resource by which the subject tries to save their singularity, but it is also highlighted the process to renew history, which, nowadays, has been performing throughout the country, as a legitimate expression of a discursive position, which is considered as articulating significant series due to the entry of traces arisen from the period here studied. The recognition from the Other and from fellows creatures as a necessary function (agency) for subjective constitution was framed, and considerations about the institutions and the technique for deal with this clinic of exclusion were explored in the presentation of three clinical cases. New questions of ethical, aesthetic and political aspects, related to the issues of exclusion and subjective inscription in the social order, are proposed at the conclusion section of this thesis.
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Trauma e sintoma social : resistências do sujeito entre história individual e história da culturaMello, Eliana Dable de January 2010 (has links)
O ponto de partida desta tese são questões suscitadas pela prática clínica desenvolvida pela autora, psicóloga e psicanalista, em uma Unidade de Saúde de Atenção Primária, do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospital Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde, na cidade de Porto Alegre (RS). O objetivo consiste em buscar compreender manifestações sintomáticas, referidas a atos de violência por parte de portadores do estigma de exclusão social, e, igualmente, as manifestações de protagonismo, marcadas pela presença de uma palavra singular em pulsação no laço social – ambas depreendidas do cotidiano nesse território de trabalho na periferia urbana. Nessa busca, foram investigadas as condições históricas e estruturais das quais adveio a captura dos corpos a quem foi atribuído tal estigma, assim como as operações psíquicas, necessárias para a constituição do sujeito em um laço discursivo; na investigação, levou-se em conta igualmente os efeitos da lógica neoliberal capitalista, que ordena a sociedade de classes no mundo ocidental contemporâneo. O estudo da historiografia das formações sociais que deram corpo ao mal-estar e às tensões sociais nas cidades brasileiras e, mais especificamente, na cidade de Porto Alegre, possibilitou conferir maior especificidade ao embate entre forças sociais desiguais e antagônicas – figuradas nas posições senhor e escravo –, que caracterizou o fundamento e o transcurso da maior parte da história local, regional e nacional. As condições históricas para o agenciamento subjetivo da parte mais frágil da contenda foram rastreadas neste estudo, relacionando as resistências a ocupar o lugar de dejeto à inscrição de novos traços discursivos, dos quais poderia decorrer, como potência, a emergência de novas séries de significação na cultura brasileira. Tendo trabalhado na interface entre a psicanálise freudolacaniana e o campo da historiografia, com apoio em argumentos da clínica, este trabalho ratifica que a não transmissão de uma herança simbólica, a ser apropriada como um lugar para o sujeito no Outro, situa, por consequência, o traumático da objetalização como legado; o ato violento, nesta condição específica, é afirmado como o recurso pelo qual o sujeito tenta salvar sua singularidade. Igualmente ressalta-se o processo de agenciamento de uma refundação da história, que, hoje em dia, vem se efetuando em todo território nacional, como expressão legítima de uma posição discursiva, que articulou séries significantes a partir da inscrição de traços remontáveis ao período aqui estudado. A necessária função do reconhecimento do Outro e do semelhante para a constituição subjetiva foi demarcada, e considerações sobre as instituições e a técnica nesta clínica da exclusão foram exploradas na apresentação de três casos clínicos. Novas perguntas, de ordem ética, estética e política, a respeito dos temas da exclusão e da inscrição dos sujeitos na ordem social, são formuladas na conclusão deste trabalho da tese. / The starting point of this thesis are questions emerged from the clinical practice developed by the author, who is a psychologist and psychoanalyst, in a First Aid Health Unity (Unidade de Saúde de Atenção Primária), part of the Community Health Service of the Conceição Hospital Group, linked to the Health Ministry, in the city of Porto Alegre. It aims at understanding symptomatic manifestations, referred to acts of violence performed by individuals suffering from stigma of social exclusion, as well as to understand the manifestations of protagonism, characterized by the presence of a singular word in pulsation in the social bond – both emerged from the quotidian in this work field in urban periphery. In this quest, it was investigated the historical and structural conditions where the bodies that received such stigma stemmed from, as well as the psychic operations, necessary for the constitution of a subject in a discourse bond; during the investigation, it was also taken into account the effects of the neoliberal capitalist logics, which defines the society of classes in the contemporary western world. The study of the historiography of the social formations that originated the uneasiness and the social tensions in Brazilian cities and, more specifically, in the city of Porto Alegre, enabled this paper to assign greater specificity to the clash of unequal and antagonistic social powers – represented by the positions of ‗master‘ and slave – that has characterized the basis and the existence of most of the local, as well as regional and national history. The historic conditions for the subjective agency of the most fragile part of the dispute were tracked down in this study, relating the resistance for occupying the trash object‘s place to the inscription of the new discursive traits, from which the emergence of new signifying chains in the Brazilian culture could, potentially, arise from. Having worked on the interface between the Freudian/Lacanian psychoanalysis and the field of historiography, supported by clinic arguments, this work ratifies that the non-transmission of a symbolic heritage, to be appropriated as a place for the subject on the Other, determines, consequently, the traumatic of the objectalization as a legacy. The violent act, in this sense, is seen as a resource by which the subject tries to save their singularity, but it is also highlighted the process to renew history, which, nowadays, has been performing throughout the country, as a legitimate expression of a discursive position, which is considered as articulating significant series due to the entry of traces arisen from the period here studied. The recognition from the Other and from fellows creatures as a necessary function (agency) for subjective constitution was framed, and considerations about the institutions and the technique for deal with this clinic of exclusion were explored in the presentation of three clinical cases. New questions of ethical, aesthetic and political aspects, related to the issues of exclusion and subjective inscription in the social order, are proposed at the conclusion section of this thesis.
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À flor da pele/à flor da terra: o sintoma social MPBVicente, Maria de Fátima 09 June 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T20:23:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Maria de Fatima Vicente.pdf: 931895 bytes, checksum: 411623fa873351963074ca75769e9ffa (MD5)
Previous issue date: 2010-06-09 / This thesis deals with the social symptom Brazilian popular Music - MPB between 1965
and 1972 and its ethical incidence on the Brazilian society under dictatorship (1964-1985) as effect
of its condition of social symptom.
The sonority is a central element of the Brazilian society and instituted itself in earthly,
corporal sonority, opposite to the sublime one. In the turn of century XIX, by the force of the
conditions of the musical scene and the social-political scene, it was articulated based on the orality
and for the percussion when, stabilished the frame song as the predominant way of the Brazilian
musical culture. It points out as intrinsic factor to the definition of this frame the insurmountable
presence of the singer, decisive element for the effect of symbolic mediation of the social link
accomplished by this music, in special when the institutionalization of the MPB.
The format song safeguarded the place of the body, as the frame supports itself the
intonation of everyday speach, and instaurates the body of the singer as object of the circulation of
the word, diction limited for the interdiction. Which alows to point out the acts of the singers as
singular acts due to relation in this social symptom that the singer establishes with his public:
situated in the lack of the object by the effect of musical silence, homologous position to the
psychoanalyst in the cure, producing decoposed and understandable effects of the social reality.
It was concluded that the vicissitudes of social MPB symptom in that social-political
conjuncture, read by the paradigm of singer s interpretation , had happened in the society as acts
that drive away the death and had accomplished understandable possibilities of the instituted
social-political order / Esta tese trata do sintoma social Música popular brasileira MPB entre 1965 e 1972 e de
sua incidência ética sobre a sociedade brasileira sob ditadura (1964-1985) como efeito de sua
condição de sintoma social.
A sonoridade é um elemento central da sociedade brasileira e se instituiu em sonoridade
terrena, corpórea e avessa ao sublime. Na virada do século XIX, por força das condições da cena
musical e da cena político-social, articulou-se pautada pela oralidade e pela percussão quando,
estabilizou o formato canção como o modo predominante da cultura musical brasileira. Sobressai
como fator intrínseco à definição desse formato a presença incontornável do cancionista, elemento
decisivo para os efeitos de mediação simbólica do laço social efetivado por essa música, em
especial quando da institucionalização da MPB.
O formato-canção salvaguardou o lugar do corpo, uma vez que esse formato se apóia na
entoação da fala cotidiana, e instaura o corpo do cancionista como objeto da circulação da palavra,
dicção limitada pela interdicção. O que permite situar os atos dos cancionistas como atos singulares
devido à relação que nesse sintoma social o cancionista estabelece com seu público: situado na falta
do objeto por efeito do silêncio musical, posição homóloga à do psicanalista na cura, produzindo
efeitos de escansão interpretantes da realidade social.
Conclui-se que as vicissitudes do sintoma social MPB naquela conjuntura político-social,
lidos pelo paradigma da interpretação do cancionista, incidiram na sociedade como atos que
afugentam a morte e efetivaram possibilidades interpretantes da ordem político-social instituída
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À flor da pele/à flor da terra: o sintoma social MPBVicente, Maria de Fátima 09 June 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:58:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2010-06-09 / This thesis deals with the social symptom Brazilian popular Music - MPB between 1965
and 1972 and its ethical incidence on the Brazilian society under dictatorship (1964-1985) as effect
of its condition of social symptom.
The sonority is a central element of the Brazilian society and instituted itself in earthly,
corporal sonority, opposite to the sublime one. In the turn of century XIX, by the force of the
conditions of the musical scene and the social-political scene, it was articulated based on the orality
and for the percussion when, stabilished the frame song as the predominant way of the Brazilian
musical culture. It points out as intrinsic factor to the definition of this frame the insurmountable
presence of the singer, decisive element for the effect of symbolic mediation of the social link
accomplished by this music, in special when the institutionalization of the MPB.
The format song safeguarded the place of the body, as the frame supports itself the
intonation of everyday speach, and instaurates the body of the singer as object of the circulation of
the word, diction limited for the interdiction. Which alows to point out the acts of the singers as
singular acts due to relation in this social symptom that the singer establishes with his public:
situated in the lack of the object by the effect of musical silence, homologous position to the
psychoanalyst in the cure, producing decoposed and understandable effects of the social reality.
It was concluded that the vicissitudes of social MPB symptom in that social-political
conjuncture, read by the paradigm of singer s interpretation , had happened in the society as acts
that drive away the death and had accomplished understandable possibilities of the instituted
social-political order / Esta tese trata do sintoma social Música popular brasileira MPB entre 1965 e 1972 e de
sua incidência ética sobre a sociedade brasileira sob ditadura (1964-1985) como efeito de sua
condição de sintoma social.
A sonoridade é um elemento central da sociedade brasileira e se instituiu em sonoridade
terrena, corpórea e avessa ao sublime. Na virada do século XIX, por força das condições da cena
musical e da cena político-social, articulou-se pautada pela oralidade e pela percussão quando,
estabilizou o formato canção como o modo predominante da cultura musical brasileira. Sobressai
como fator intrínseco à definição desse formato a presença incontornável do cancionista, elemento
decisivo para os efeitos de mediação simbólica do laço social efetivado por essa música, em
especial quando da institucionalização da MPB.
O formato-canção salvaguardou o lugar do corpo, uma vez que esse formato se apóia na
entoação da fala cotidiana, e instaura o corpo do cancionista como objeto da circulação da palavra,
dicção limitada pela interdicção. O que permite situar os atos dos cancionistas como atos singulares
devido à relação que nesse sintoma social o cancionista estabelece com seu público: situado na falta
do objeto por efeito do silêncio musical, posição homóloga à do psicanalista na cura, produzindo
efeitos de escansão interpretantes da realidade social.
Conclui-se que as vicissitudes do sintoma social MPB naquela conjuntura político-social,
lidos pelo paradigma da interpretação do cancionista, incidiram na sociedade como atos que
afugentam a morte e efetivaram possibilidades interpretantes da ordem político-social instituída
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Mal-estar na cultura: das articulações discursivas à emergência dos sintomas sociaisEdson Flávio Barbosa e Silva 15 December 2006 (has links)
Ao longo do tempo e da história, o homem vive os seus dilema e conflitos. A condição humana não tem cura. A apartação entre sujeito e objeto, entre o ser e a natureza, estabeleceu para a espécie humana modos muito singulares de sobrevivência, distinto dos demais seres, os seres da natureza. O que este projeto intenta é ressaltar alguns aspectos do conflito em que se engendra esse ser da linguagem, as tensões frente ao outro, os ideais que concorrem para uma de nossas práticas mais apaixonante: a política. Aqui a política tem as medidas simbólicas e imaginárias, é mais uma invenção que toma forma a partir do vazio do real, como a peça do oleiro, e se lança nas mais variadas captações dos ideais, esses que de um modo e de outro, dão versos às ideologias, chamem-nas de metáforas, metonímias, argumentos, retóricas etc.; a política é fundamentalmente uma prática do verbum. E em sendo verbal, a política está inscrita e escrita nos discursos, nos sintomas e na história. Ei-la num trinômio que é um autêntico nó borromeu, que de certo modo foi o meu esforço ao lançar-me na aventura que no plano diverso dos discursos e da topologia: história e a-história, a saber, num deslizamento a dizer de uma abordagem do real, a qual, intento algo da ordem de uma transição subjetiva. Para tal, este projeto discorre em três partes: as narrativas históricas,
digo: os significantes da história; as articulações discursivas e os sintomas sociais. Aqui o sintoma tem a função de fornecer conteúdos para a história, a partir das injunções discursivas tal a elaboração de Lacan. A metodologia que sigo se assenta numa proposição teórica que aborde os objetos reais em sua imisção, e repetição, nos objetos da história, pretendendo, quiçá, uma composição narrativa que serpenteie o real, como numa poética, que enuncie um molejo, um requebro das palavras em função que dizer o real é fazê-lo não pela busca de sentido, mas pela errância que concerne essa gramática, errância que é a da subjetividade a partir do inconsciente, e que é do fato de que os objetos nesse enredo não são os da realidade, são os da quebra de sentido, a saber, são os das inserções do significante e são também os assintóticos, os intangíveis, quer seja, os que denotam o impossível, via a que nos aponta a psicanálise. Que aponta para uma dimensão do mal-estar na cultura e na civilização, digo: a civilização como mal-estar, a que se recobre, portanto, não apenas a sintaxe, mas a semântica do sintoma, isso que faz discurso e que é da lógica da diferença, no que articula o laço social, problematizado aqui na querelas ideológicas de nosso tempo e nas promessas de gozo seja na economia psíquica seja na economia política-social / Humankind faces its dilemmas and conflictis over the years and history. The human being condition does not seem to have any cure. Since the self and object, as well as the being and the nature tore apart, the human being established many particular ways of survival, differently from the rest of the natural beings. This paper comes to highlight some aspects of conflicts which embody this being in language; all tensions face to others, all ideals that contribute to one of the most passionate human practices: politics. Herein, politics undesrtands the symbolic and imaginary measurement, that is one more invention which takes a format from an emptiness of real, such as the piece of the potter, and goes through a variety of acquirements of the ideal, the same ideal that, sooner or later, creates ideologies, once called from metaphors or metonymies up to reasoning, and rhetorical arguments. The politics is a pratice of verbum, effectively. Upon being verbal, politics is both subscribed and underlined onto the discourse, onto the symptoms, and onto history. This paper comes to understand language as a trinonym part from the discourse itself, and apart from topology: history and a-history coming to meaning an approach of real within a subjective transition. In order to mention the project, this paper intends to separate the rationale into three parts: the historical narratives, in others words, the historical significants; the discoursive constellations; and the social symptoms. It is also to mention that the symptom has its function as a vehicle of historical contents; starting from the discoursive injunctions, according to Lacans theoretical resources. The methodology used in this paper concerns to a rationale that considers the real object and its immiscion, its repetition over historical objects. This paper also intends to compose a narrative that embodies the reality, just like the Poetic does. It also comes to highlight the meaning of words and their disorder int the utterance, coming to understand that real is not what it means, but what it does not mean through errors by the sense of grammar correctness. Such errors come from both subjectiveness and inconscienceness; from the fact that the object does not have its origin in reality, but from its non-meaningful significant, as well as the assintotics, e.g., the ones that denote the impossible, by the understanding of psychoanalysis. All those aspects above mentioned come to show the dimension of indisposition in culture and civilization, in other words, the civilization in indisposition that disguises, not only the syntax, but the semantics of the symptom which comes the discourse true, and therefore, it promises a well-fare for both psycho economy and political-social economy
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Mal-estar na cultura: das articulações discursivas à emergência dos sintomas sociaisSilva, Edson Flávio Barbosa e 15 December 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:08:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2006-12-15 / Humankind faces its dilemmas and conflictis over the years and history. The human being condition does not seem to have any cure. Since the self and object, as well as the being and the nature tore apart, the human being established many particular ways of survival, differently from the rest of the natural beings. This paper comes to highlight some aspects of conflicts which embody this being in language; all tensions face to others, all ideals that contribute to one of the most passionate human practices: politics. Herein, politics undesrtands the symbolic and imaginary measurement, that is one more invention which takes a format from an emptiness of real, such as the piece of the potter, and goes through a variety of acquirements of the ideal, the same ideal that, sooner or later, creates ideologies, once called from metaphors or metonymies up to reasoning, and rhetorical arguments. The politics is a pratice of verbum, effectively. Upon being verbal, politics is both subscribed and underlined onto the discourse, onto the symptoms, and onto history. This paper comes to understand language as a trinonym part from the discourse itself, and apart from topology: history and a-history coming to meaning an approach of real within a subjective transition. In order to mention the project, this paper intends to separate the rationale into three parts: the historical narratives, in others words, the historical significants; the discoursive constellations; and the social symptoms. It is also to mention that the symptom has its function as a vehicle of historical contents; starting from the discoursive injunctions, according to Lacan s theoretical resources. The methodology used in this paper concerns to a rationale that considers the real object and its immiscion, its repetition over historical objects. This paper also intends to compose a narrative that embodies the reality, just like the Poetic does. It also comes to highlight the meaning of words and their disorder int the utterance, coming to understand that real is not what it means, but what it does not mean through errors by the sense of grammar correctness. Such errors come from both subjectiveness and inconscienceness; from the fact that the object does not have its origin in reality, but from its non-meaningful significant, as well as the assintotics, e.g., the ones that denote the impossible, by the understanding of psychoanalysis. All those aspects above mentioned come to show the dimension of indisposition in culture and civilization, in other words, the civilization in indisposition that disguises, not only the syntax, but the semantics of the symptom which comes the discourse true, and therefore, it promises a well-fare for both psycho economy and political-social economy / Ao longo do tempo e da história, o homem vive os seus dilema e conflitos. A condição humana não tem cura. A apartação entre sujeito e objeto, entre o ser e a natureza, estabeleceu para a espécie humana modos muito singulares de sobrevivência, distinto dos demais seres, os seres da natureza. O que este projeto intenta é ressaltar alguns aspectos do conflito em que se engendra esse ser da linguagem, as tensões frente ao outro, os ideais que concorrem para uma de nossas práticas mais apaixonante: a política. Aqui a política tem as medidas simbólicas e imaginárias, é mais uma invenção que toma forma a partir do vazio do real, como a peça do oleiro, e se lança nas mais variadas captações dos ideais, esses que de um modo e de outro, dão versos às ideologias, chamem-nas de metáforas, metonímias, argumentos, retóricas etc.; a política é fundamentalmente uma prática do verbum. E em sendo verbal, a política está inscrita e escrita nos discursos, nos sintomas e na história. Ei-la num trinômio que é um autêntico nó borromeu, que de certo modo foi o meu esforço ao lançar-me na aventura que no plano diverso dos discursos e da topologia: história e a-história, a saber, num deslizamento a dizer de uma abordagem do real, a qual, intento algo da ordem de uma transição subjetiva. Para tal, este projeto discorre em três partes: as narrativas históricas,
digo: os significantes da história; as articulações discursivas e os sintomas sociais. Aqui o sintoma tem a função de fornecer conteúdos para a história, a partir das injunções discursivas tal a elaboração de Lacan. A metodologia que sigo se assenta numa proposição teórica que aborde os objetos reais em sua imisção, e repetição, nos objetos da história, pretendendo, quiçá, uma composição narrativa que serpenteie o real, como numa poética, que enuncie um molejo, um requebro das palavras em função que dizer o real é fazê-lo não pela busca de sentido, mas pela errância que concerne essa gramática, errância que é a da subjetividade a partir do inconsciente, e que é do fato de que os objetos nesse enredo não são os da realidade, são os da quebra de sentido, a saber, são os das inserções do significante e são também os assintóticos, os intangíveis, quer seja, os que denotam o impossível, via a que nos aponta a psicanálise. Que aponta para uma dimensão do mal-estar na cultura e na civilização, digo: a civilização como mal-estar, a que se recobre, portanto, não apenas a sintaxe, mas a semântica do sintoma, isso que faz discurso e que é da lógica da diferença, no que articula o laço social, problematizado aqui na querelas ideológicas de nosso tempo e nas promessas de gozo seja na economia psíquica seja na economia política-social
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