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No vai e vem da mobilidade urbana: perspectivas discursivas dos Sistemas de Bilhetagem EletrônicaCorrêa, Maria Iraê de Souza 12 March 2013 (has links)
Submitted by Israel Vieira Neto (israel.vieiraneto@ufpe.br) on 2015-03-06T12:57:39Z
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Previous issue date: 2013-03-12 / Para ampliar a compreensão acerca das relações entre tecnologia e sociedade, propomos o estudo de sistemas tecnológicos com base nas perspectivas da construção social da tecnologia e da teoria do discurso, sob o pressuposto de que tais sistemas, ao mesmo tempo em que são construídos socialmente, participam da constituição do social. O campo empírico de nossa pesquisa foi o SBE da Região Metropolitana de Recife, investigado a partir de um corpus composto por dois blocos de documentos. Para analisar a construção dos discursos pelos agentes relevantes sistema, os sites dos SBEs, artigos de especialistas, notícias da imprensa escrita e entrevistas pessoais com agentes do sistema de bilhetagem. De modo a entender como o SBE constitui o social, realizamos um estudo sobre as mobilidades pessoais dos usuários, analisando o uso do VEM nos diferentes padrões de deslocamento dos usuários. As análises mostraram um SBE cujas características são definidas com base na cadeia de equivalência dos agentes hegemônicos, voltadas para funcionalidades de controle e fiscalização, sobrepostas ao seu potencial de pesquisa capaz de gerar conhecimento sobre padrões de mobilidade, que atendam interesses mais amplos. Observamos ainda que o VEM integra os diversos movimentos cotidianos dos usuários, não apenas os movimentos pendulares, para os quais se destinam, mas também são utilizados de modo importante nos movimentos circulares e rizomáticos, padrões com os quais são realizadas as atividades cotidianas.
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“Ou vai ou Racha” e “Surto & deslumbramento”: Entre carnavais e outras f(r)icçõesXimenes, Fernanda Isabelly Souza 27 April 2015 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2016-05-09T13:32:41Z
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Previous issue date: 2015-04-27 / CNPq / Objetivos: Este trabalho visa acompanhar jogos, tensões e produções políticas, no fluxo da experiência com o bloco de carnaval “Ou vai ou racha” e o coletivo de cinema “Surto & Deslumbramento”. Metodologia: Foram realizadas observações e entrevistas no campo-tema da pesquisa. Partimos de uma perspectiva etnográfica e inspirações cartográficas para a sua realização, em interface com leituras feministas de gênero. Estes marcos teórico-metodológicos contribuíram para a produção de um saber localizado e parcial sobre pessoas, estética e politicamente organizadas, que não estão inseridas na lógica convencional do ativismo social, revelando uma forma singular de dar visibilidade à defesa dos direitos sexuais e se posicionar favorável a livre vivência da sexualidade. Conceitos centrais: Partiremos de uma noção de política “ampliada” segundo a perspectiva de Rancière (1996 a; 1996 b; 2005 a; 2005 b) para analisarmos as potências estéticas da arte no campo da sexualidade. Além disso, compartilhamos da crítica aos modelos identitários rígidos e heteronormativos. Resultados: A aproximação com os coletivos nos apresenta uma ambiguidade de lugares e identidades na política. Especialmente no que diz respeito às construções identitárias, apesar de prescindir o uso das identidades sexuais e de gênero para a construção dos deslocamentos críticos nas intervenções dos coletivos, as vivências pessoais dessas posições identitárias parecem resistir a uma normativa óbvia. Aspectos como unidade de pensamento e (des)conexões com o movimento feminista surgem como pontos de tensão para o “Ou vai ou racha”. Por outro lado, o “Surto & Deslumbramento” questiona a própria lógica interna dos movimentos sociais organizados a partir da invenção de ficções políticas. / Objectives: This study aims to follow political games, tensions and productions, in the flow of experience with the carnival group "Ou vai Ou racha" and the collective film "Surto & Deslumbramento". Methodology: observations and interviews in the field-research theme were performed. We start from an ethnographic perspective and cartographic inspirations for its implementation, interface with feminist readings of gender. These theoretical and methodological frameworks have contributed to the production of partial and located knowledge, about people who is politically organized, which are not incorporated in the conventional logic of social activism, revealing a unique way to give visibility to sexual rights and position favorable free experience of sexuality. Central concepts: will start from a concept of political from the perspective of Rancière (1996, 1996 b; 2005; 2005 b) to analyze the aesthetic power of art in the field of sexuality. We also share the criticism of rigid and heteronormative identity models. Results: The approach to the collective presents an ambiguity of places and identities in politics. Especially with regard to the identity constructions, although do without the use of sexual and gender identities to build the critical shifts in collective interventions, the personal experiences of those identity positions seem to resist an obvious rules. Aspects such as unity of thought and (dis) connections with the women's movement emerge as stress points for "Ou vai ou racha”. On the other hand, the "Surto & Deslumbramento" questions the very internal logic of social movements organized from the invention of fictions policies.
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Parir é libertário : etnografia em um grupo de apoio ao parto humanizado de Recife/PERODRIGUES, Laís Oliveira. 04 September 2015 (has links)
Submitted by Irene Nascimento (irene.kessia@ufpe.br) on 2017-04-19T17:26:52Z
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Previous issue date: 2015-09-04 / CNPQ / Este trabalho versa sobre as experiências de parto de mulheres que participaram de
um grupo de discussão pela humanização do parto e do nascimento em Recife/PE,
tendo como objetivo compreender como o parto é vivenciado e significado por estas
mulheres para que seja classificado como evento transformador. Nele argumento
que as mulheres que escolhem um parto humanizado experienciam-no como
estratégia de poder e alternativa para subverter as hierarquias presentes nas
relações de gênero e outras, de modo a reafirmar suas autonomias, buscar o
autoconhecimento e exercitar o cuidado de si. O parto seria vivido como
possibilidade de subjetivação e prática de liberdade. Como estratégias de
investigação, utilizei o método etnográfico, com ênfase para as técnicas de
observação participante em um grupo presencial e na sua versão virtual e a
realização de entrevistas com algumas mulheres que frequentaram o grupo durante
o período da minha inserção no campo. Privilegiei a análise do discurso como forma
de leitura das informações construídas. Minhas interlocutoras parecem operar, em
relação ao parto, a partir de continuidades, de elementos que dialogam e têm
liminaridades movediças. A participação no grupo, além do papel informativo, é um
importante apoio afetivo-emocional, que acolhe e fortalece a decisão das mulheres.
Assim, a humanização do parto pode direcioná-las para que assumam o domínio
sobre o próprio corpo e o processo de gestar e parir, quando é exercitada a
elaboração de um conhecimento de si e de seus corpos. A escolha pelo parto
humanizado salta como estratégia de poder, como alternativa para o exercício da
autonomia, para escapar de formas de dominação que são praticamente
imperceptíveis, mas que constrangem, culpabilizam, classificam e criam hierarquias.
Daí algumas mulheres comentarem que parir é libertário. No entanto, independente
de como o parto realmente ocorreu, o que parece importar é o questionamento, a
posição ativa, o não dobrar-se ao que está posto. Ou seja, o que parece ser
transformador é justamente a reflexão, a busca, o exercício de si sobre si mesmo, o
cuidado de si. Entre elas, natureza parece ser compreendida como muito além do
que o pensamento ocidental está habituado. O uso do termo comporta uma
sensação de conexão com o cosmos, com algo maior, em um processo que é, a um
só tempo, de transcendência e imanência, na medida em que essa sensação brota
do corpo e a ele retorna. Assim, racional e irracional, espiritual e material, controle e
descontrole, dor e satisfação, risco e segurança, e outros, assumem composições
fluidas e harmônicas que expressam uma continuidade, na qual a experiência de
parto se dá e convoca as mulheres à percepção de si como parte da natureza, como
iguais a qualquer espécie e como portadoras do divino em si. Isto engendra a
produção de subjetividades e a crença em uma mudança social expressa pelo
reposicionamento da mulher na sociedade, pelo questionamento do poder de
categorias técnicas-profissionais e pela possibilidade de construção de outros
saberes e verdades sobre si, sobre o parto, sobre a mulher, sobre a maternidade e
além. / This work reflects on birth experiences of women participating in a group discussion
for the humanization of child labor and birth in Recife / PE, aiming to understand how
childbirth is experienced and its meaning for these women to be classified as a
transforming event. In it I argue that women who choose a humanized childbirth
experience it as a strategy of power and alternative to subvert hierarchies present in
gender relations and other, in order to reaffirm their autonomy, to seek selfknowledge
and exercise care of oneself. The birth would be lived as a possibility for
subjectivity and practice of freedom. As research strategies, I used the ethnographic
method, with emphasis on participant observation techniques in a present group and
its virtual version, and conducting interviews with some women who attended the
group during the period of my insertion in the field. I privileged discourse analysis as
a way of reading the built information. My interlocutors seem to operate, in relation to
labor, from continuities, from elements that dialogue and have shifting liminality.
Participation in the group, besides the informative role, is an important affective and
emotional support. It receives and strengthens the decision of women. Thus, the
humanization of childbirth can direct them to take over their own body and the
process of gestation and giving birth, when they exercise the development of
knowledge of themselves and their bodies. The choice of humanized birth is a power
strategy as an alternative for the exercise of autonomy, to escape forms of
domination that are almost imperceptible, but that embarrass, blame, classify and
create hierarchies. Hence some women comment that giving birth is libertarian.
However, regardless of how the birth actually occurred, what seems to matter is the
questioning, the active position, to not bend to what is set before oneself. In other
words, what seems to transform is precisely the reflection, the search, the exercise of
oneself about oneself, taking care of oneself. Among them, nature seems to be
understood as beyond what the Western thought is accustomed to. The use of the
term carries a sense of connection to the cosmos, to something greater, in a process
that is, at once, of transcendence and immanence, to the extent that this feeling flows
from the body and returns to it. Thus, rational and irrational, spiritual and material,
control and lack of control, pain and satisfaction, risk and safety, and others, they
assume fluid and harmonic compositions that express a continuity, in which the birth
experience takes place and summons women to the perception of themselves as
part of nature, as equal to any species and as one that brings the divine within
themselves. This engenders the production of subjectivities and the belief in social
change expressed by women's repositioning in society, by questioning the power of
technical-professional categories and the possibility of building other knowledge and
truths about themselves, about childbirth, about women, about motherhood and
beyond.
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Entre políticas de adesão e políticas de transformação: construções e expressões de subjetivação política em jovens militantesMENDONÇA, Erika de Sousa 29 November 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-04-27T15:08:34Z
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Previous issue date: 2016-11-29 / FACEPE / Em um contexto de criminalização da juventude pobre, assistimos a oferta de projetos sociais,
governamentais e não-governamentais, voltados a essa parcela da população. Propõem, entre
seus objetivos, estimular a formação e participação juvenil, defendendo serem estas ações
determinantes à transformação de realidades. Mas quais suas reverberações subjetivas?
Ampliando a noção de participação para além dos espaços tradicionalmente reconhecidos,
advogamos por um sentido de participação política que se expressa no cotidiano, promovendo
ações em torno do bem comum, com respeito aos dissensos e conflitos, com reconhecimento e
valorização da alteridade, manifestação de pensamento crítico e resistência a práticas
instituídas e cristalizadas, o que viemos chamando de modos de subjetivação política. Através
de entrevistas e da observação participante em eventos de formação política realizados com
jovens lideranças de movimentos sociais que se denominavam militantes, o estudo teve como
objetivo analisar modos e expressões de subjetivação política a partir da relação entre jovens,
movimentos sociais e coletivos juvenis. A pesquisa revelou construções e expressões de
subjetivação política que são dinâmicas, que se reconstroem frente a cenários, situações e
personagens. Ainda, que tais construções se dão independente à vida militante, embora este
contexto potencialize tal modo de subjetivar-se. Os modos de subjetivação política também
não estão condicionados a habilidades de performances políticas, tais como oratória, retórica
ou perfil de liderança, e se manifestam no cotidiano por meio de posicionamentos na direção
do coletivo e também da revisão de si. O estudo revela, enfim, que os modos de subjetivação
política dos jovens interlocutores tem lugar privilegiado de construção e reconstrução em
espaços políticos de adesão, como o são os movimentos sociais. No entanto, é a partir de
políticas de transformação assumidas na vida cotidiana que melhor se expressa a potência do
sujeito político. / In a criminalization context of poor youth, we have seen the offer of social projects,
governmental and non-governmental, aimed at this portion of the population. It proposes,
among its objectives, to encourage training and young participation, defending that these
actions are decisive to transform realities. But what their subjective reverberations? Extending
the notion of participation beyond the areas traditionally recognized, we advocate for a sense
of political participation that is expressed in daily life, promoting actions around the common
good, respecting disagreements and conflicts, with recognition and appreciation of otherness,
expression of critical thought and resistance to established and crystallized practices, which
we call political subjectivity. Through interviews and participant observation in political
training events held with young leaders of social movements, called militants, the study aimed
to examine ways and expressions of political subjectivity from the relationship between
youth, social movements and youth groups. The survey revealed constructions and
expressions of political subjectivity that are dynamic, which reconstruct itself front to the
scenarios, situations and characters. Still those constructions are given independent of militant
life, although this context empowers this mode of subjectivity. The political subjectivity is
also not related to political performance skills such as oratory, rhetoric or leadership profile,
and manifests itself in daily life through positions in the direction of the collective as well as
the review itself. The study reveals, finally, that the political subjectivity of young
interlocutors has a privileged place of construction and reconstruction in political spaces of
adhesion, as are the social movements. However, it is from the transformation policies
assumed in everyday life that best is expresses the power of the political subject.
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Especialista em educação ambiental - constituição de subjetividades num curso na modalidade educação a distância.Dutra, Maristela January 2013 (has links)
Submitted by Margareth Ferreira Pinto (margarethfpinto@hotmail.com) on 2016-04-26T16:05:37Z
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Favor rever os orientadores da dissertação e corrigir referência. on 2016-04-26T16:12:12Z (GMT) / Submitted by Margareth Ferreira Pinto (margarethfpinto@hotmail.com) on 2016-04-26T16:19:05Z
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Previous issue date: 2013 / Nesta dissertação apresento uma pesquisa de investigação sobre a constituição de
subjetividades com um grupo de dez egressos do Curso de Educação Ambiental Lato
Sensu, ofertado pela Universidade Federal do Rio Grande, através do Sistema Universidade
Aberta do Brasil, no município São Lourenço do Sul/RS. Para desenvolver,
metodologicamente, esta pesquisa a partir de uma abordagem qualitativa, optei por utilizar
alguns recursos sugeridos pela história oral temática, realizando dez entrevistas
semiestruturadas. Como objetivo principal, este estudo busca problematizar e perceber a
Educação Ambiental e o curso de especialização como mecanismos capazes de subjetivar e
de incidir, produtivamente, sobre os estudantes que por ele passaram. Nesse sentido, essa
pesquisa surgiu a partir de algumas reflexões e inquietações acerca do questionamento
sobre como e em que condições nos constituímos como sujeitos. Entendo que currículo,
poder e subjetivação são elementos produtivos e constitutivos de condutas, ações e
sujeitos. Para perceber as marcas e os atravessamentos do referido curso na constituição
desses sujeitos da ação ambiental, utilizo como referência teórica algumas pistas das
problematizações desenvolvidas pelos estudos de Michel Foucault sobre poder e
subjetivação, bem como, estudos desenvolvidos por Tomaz Tadeu da Silva sobre currículo.
Para tanto, ao longo desta investigação, procuro mostrar que a Educação Ambiental e a sua
profissionalização se estabelecem como mecanismos eficazes para a constituição de
subjetividades desejadas. Através de técnicas e procedimentos relacionados ao campo
ambiental se instituem tecnologias de poder e de subjetivação com a finalidade de governar
as condutas dos sujeitos que, atravessados por essas relações, tendem a desenvolver
determinados modos de se relacionar consigo mesmos e com os outros. A partir desta
investigação pude perceber que o curso de especialização em Educação Ambiental se
apresentou como uma possibilidade de produção de subjetividades constituídas dentro de
um processo que ocorre no interior de práticas sociais previamente articuladas. Ao legitimar
as práticas pedagógicas desses estudantes, o referido curso lhes autorizou a falar sobre
Educação Ambiental, conduziu e movimentou um conjunto de atividades, de técnicas e de
procedimentos com os quais esses egressos atuaram sobre si mesmos, produzindo suas
subjetividades. / In this dissertation I present a research on the formation of subjectivities with a group of ten
graduates of Curso de Educação Ambiental Lato Sensu offered by the Federal University of
Rio Grande, through Sistema Universidade Aberta do Brasil in the city of São Lourenço do
Sul/RS . To develop this research methodologically from a qualitative approach I chose to
use some resources based on thematic oral history theory, performing ten semi-structured
interviews. The main objective of this study is to raise questions and understand
environmental education, and this specific specialization course, as mechanisms capable of
produce the students as subjects constructed by the course curriculum. The origin of this
research is the questioning about the conditions in which we build ourselves as a subject.
Curriculum is part of one's construction and conduct. I analyze the marks of the course
curriculum in the constitution of the environmental action subject through the theoretical
reference of Michel Foucault studies on power and subjectivity, as well as studies conducted
by Tomaz Tadeu da Silva on curriculum. Through this approach I argue that environmental
education and professionalization are established as effective mechanisms for the formation
of subjectivities. Pedagogical technologies of power and subjectivity are instituted through
techniques and procedures related to the environmental field in order to govern the conduct
of individuals who tend to develop certain ways of relating to themselves and others that
attend the kind of subject willed by curriculum. This investigation was able to show the
Environmental Education course as a possible strategy of producing subjectivities that are
built in a process which happens inside existent social practices. By legitimating students'
pedagogical practices the course authorized them to talk about Environmental Education. It
also has conducted and moved a assemblage of activities, techniques and procedures that
allowed the graduated students to work on themselves producing their own subjectivities.
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Hormônios na produção de modos de subjetivação: atuando controvérsiasSAMPAIO, Juliana Vieira 19 December 2016 (has links)
Submitted by Pedro Barros (pedro.silvabarros@ufpe.br) on 2018-06-21T21:02:10Z
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Previous issue date: 2016-12-19 / CAPES / Esta tese visa analisar agenciamentos produzidos pelos hormônios na conformação de modos de subjetivação contemporâneos. Os modos de subjetivação são aqui compreendidos como rede mutável e permeável que envolve a associação de diversos elementos, humanos e não humanos. Defendemos a tese de que os hormônios atuam na conformação de dispositivos de governo de si, na sociedade contemporânea, numa dinâmica que inclui mudanças, efeitos e riscos (im)previsíveis e (in)desejáveis. Neste sentido, pretendemos: 1) analisar relações entre os saberes sobre os hormônios e a produção de efeitos de verdade; 2) analisar regulações da sexualidade e práticas de feminilização e masculinização agenciadas pelos hormônios. A abordagem teórico-metodológica adotada se alinha aos estudos de Michel Foucault, especialmente, em seus escritos sobre modos de subjetivação e se aproxima de alguns conceitos postulados por pesquisadores/as alinhados/as à Teoria Ator-Rede (TAR) que nos ajudam a compreender aspectos relativos aos hormônios como atuantes na conformação dos modos de subjetivação. O corpus de análise foi constituído a partir de vídeos disponibilizados publicamente pela indústria farmacêutica Bayer, uma das empresas de maior expressão internacional na produção e comercialização de hormônios, totalizando 34 vídeos. O tratamento desse material foi organizado em três curvas de análise, em consonância com os objetivos da tese: 1) produção de efeitos de verdade e saber biomédico; 2) hormônios e feminilização; 3) hormônios e masculinização. Concluímos que os hormônios têm produzidos efeitos diversos, entre eles a atualização do modelo binário de sexo, que, entre outras coisas, associa a mulher à função reprodutiva e os homens ao exercício da sexualidade. Tais premissas normatizadoras instituem determinados modos de subjetivação e constrangem a diversidade e a plasticidade. Essa tese coloca em questão os dualismos homem- mulher, natureza-cultura, natural-artificial para questionar a naturalização dos efeitos dos hormônios, trazendo tais substâncias para o debate ético-político, a fim de produzir novo devires mais criativos e potentes. / This thesis aims at analyzing hormone-produced actions in the conformation of contemporary modes of subjectivation. The modes of subjectivation are understood here as a mutable and permeable network which involves the association of various elements, human and nonhuman. We defend the thesis that hormones act in the conformation of self governance devices in contemporary society, in a dynamic that includes (un) predictable and (un) desirable changes, effects and risks. In this sense, we intend: 1) to analyze relations between the knowledge about the hormones and the production of the effects of truth; 2) to analyze regulations of sexuality and practices of feminization and masculinization caused by hormones. The theoretical-methodological approach adopted is aligned with the studies of Michel Foucault, especially in his studies on modes of subjectivation and approaches some concepts postulated by researchers aligned with the Actor-Network Theory (ANT) that help us to understand aspects related to hormones as acting in the conformation of modes of subjectivation. The corpus of analysis consisted of videos made publicly available by the pharmaceutical industry Bayer, one of the most internationally famous companies in the production and commercialization of hormones, totaling 34 videos. The treatment of this material was organized in three large units of analysis, in line with the objectives of the thesis: 1) production of truth effects and biomedical knowledge; 2) hormones and feminization; 3) hormones and masculinization. We conclude that hormones have produced diverse effects, among them the updating of the binary sex model, which, among other things, associates women with the reproductive function and men with the exercise of sexuality. Such normative premises institute certain modes of subjectivation and constrain diversity and plasticity. This thesis calls into question the male-female, nature-culture, natural-artificial dualisms to question the naturalization of the effects of hormones, bringing such substances into political and ethical debate, in order to produce new, more creative and powerful ways of being.
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Psicologia, modernidade e modos de subjetivação: a questão do morador de rua / Psychology, Modernity and Subjectivity modes: the issue of the homelessPaulo Rodrigo Unzer Falcade 13 May 2014 (has links)
A presente dissertação se propôs refletir acerca da situação de vida dos moradores de rua da cidade de São Paulo. Da articulação entre aquilo que pode ser apreendido na experiência de observação participante em um Projeto da Prefeitura de São Paulo destinado a esta população, em conjunto com as teorias de Luis Cláudio Figueiredo, acerca das matrizes e dos modos de subjetivação modernos, procurou-se pistas que ajudassem a entender o quadro atestado pela última Pesquisa Censitária: contínuo aumento numérico da população em situação de rua. A composição de uma narrativa mnêmica foi o recurso adotado para recapitular situações vividas no interior do projeto e, também, no contato com os moradores de rua. O relato procurou resgatar algumas passagens marcantes desse contato direto, privilegiando aspectos que coincidiam diretamente com dificuldades enfrentadas pelo Projeto no cumprimento de seus objetivos. Paralelamente, procurou-se delinear a estrutura que embasa o Projeto. Para tanto, recuperamos a Política Nacional para Inclusão Social da Pessoa em situação de rua: documento princeps para o trabalho com esta população. A partir disso, estabelecemos a hipótese de que a manutenção da dramática situação do morador de rua estaria relacionada com uma insuficiência na formulação da questão que orienta os trabalhos direcionados aos mesmos. Esta hipótese nos levou a compreensão de que este tipo de problema (insuficiência da formulação de questões) é intrínseco a hegemonia daquilo que Frederic Munné denominou Paradigma da Simplicidade, que por sua vez, tal qual a Psicologia Científica, se constitui no interior da própria Modernidade. Assim, com a análise de um política pública direcionada a um problema social, objetivou-se lançar luz sobre algumas das lacunas possibilitadas pela própria estrutura da Modernidade, destacando o papel ao qual a Psicologia é convidada a ocupar para, a partir disso, exemplificar o modo pela qual a mesma deveria se pautar para contribuir com a superação do impasse ao qual perpassa nossa civilização / This dissertation proposed a reflection on the life situation of the homeless in São Paulo . The articulation between what can be learned in the experience of participant observation in a project of the Municipality of São Paulo for this population, together with theories of Luis Claudio Figueiredo, about mothers and modern modes of subjectivity, we tried to ski which helped to understand the picture certified by the last Census search : continuous numeric increase in population on the streets . The composition of a mnemic narrative feature was adopted to recap situations encountered within the project and also in contact with the homeless . The report sought to rescue some striking passages of this direct contact, emphasizing aspects that coincided directly with the difficulties faced by the project in meeting its objectives . In parallel , we attempted to delineate the structure that supports the project . To do so , we retrieve the National Policy for Social Inclusion of People on the street : princeps to work with this population document. From this, we establish the hypothesis that the maintenance of the plight of the homeless would be associated with a failure in the formulation of the question that guides the work directed to the same . This hypothesis led us to understand that this type of problem ( failure of formulating questions ) hegemony is intrinsic to what Frederic Munné called Paradigm of Simplicity , which in turn , just like the Scientific Psychology , constitutes the interior of Modernity itself . Thus , the analysis of a public policy directed to a social problem , aimed to shed light on some of the gaps made possible by the structure of modernity , highlighting the role to which psychology is invited to occupy , as appropriate, exemplify the so why the same should be guided to contribute to overcoming the impasse to which pervades our civilization
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Filosofia na universidade: traçar, inventar, criar. / Philosophy at the University: to design, to invent, to create.Olga Aparecida do Nascimento Loyola 04 July 2008 (has links)
Trata-se de pesquisa teórica, de caráter filosófico-educacional, que examina as possibilidades do ensino filosófico no curso superior. Para tanto considera as condições e limites históricos de um dos locais privilegiados em que esta prática se efetivaria: a universidade. Analisa alguns elementos do processo curricular subjacentes à opção pela inclusão da disciplina Filosofia na universidade. Verifica a identidade e o sentido desse ensino, suas limitações teóricas, históricas e metodológicas. Reflete sobre o tripé formação/transformação/subjetivação, referidos em diferentes graus quando se trata de justificar o ensino da filosofia. Com base em ferramentas conceituais fornecidas principalmente por Friedrich Nietzsche, Michel Foucault e Gilles Deleuze, examina até que ponto a instrumentalização do conhecimento e do saber filosófico tem afastado a possibilidade da construção de um pensar e agir criativos. Examina como a constituição prática de formas de subjetivação massificadas desvia-se ou dificulta a realização de outras possibilidades como as de desnaturalizar as evidências, promover uma crítica do presente, criar conceitos, e construir a autonomia necessária para o surgimento de outras formas de subjetividades, como criação política, ética e estética. / This paper presents a theoretical research, of a philosophical-educational nature, which examines the possibilities of philosophy teaching as part of University courses. In order to accomplish this, the paper considers historical conditions and limitations of one of the privileged environments in which this practice would be effective: the University. The paper analyses some of the elements of the curricular process which underlie the option for including Philosophy as part of the syllabus in University courses. It verifies the identity and the sense of such teaching, its theoretical, historical and methodological limitations. It also presents a reflection on the three-sided stand educational background /transformation/subjectivation, which are referred to in different degrees when dealing with justifying Philosophy teaching. Based on conceptual tools provided mostly by Friedrich Nietzsche, Michel Foucault and Gilles Deleuze, the paper examines how far instrumentalization of philosophical knowledge has kept away the possibility of building creative thought and action. It examines how practical constitution of massed subjectivation forms either deviates or turns harder the realization of other possibilities, such as denaturalize evidences, promote a critical view of the present time, create concepts, and to build the necessary autonomy for the appearance of other subjectivity forms, such as political, ethical and esthetic creation.
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Subjetivação e escolarização de um aluno surdo usuário de implante coclear: um estudo de caso fundamentado na perspectiva histórico-culturalBARCA, Ana Paula de Araújo January 2017 (has links)
A presente dissertação investiga os processos de subjetivação e escolarização de um aluno surdo usuário de implante coclear. Trata-se de um estudo de caso numa perspectiva qualitativa de cunho histórico-cultural, inspirada nas ideias centrais de Vigotski e de alguns de seus comentadores. Nessa perspectiva teórico-metodológica, o ser humano se constitui como sujeito pela internalização da cultura humana, mediada pelos signos. Entende-se que a escola assume um papel relevante no processo de subjetivação das pessoas que dela participam, pela possibilidade de constituir-se em um espaço de interações dialógicas e de compartilhamento da cultura. Desse modo, o objetivo central do estudo foi examinar os vínculos existentes entre os processos de subjetivação e escolarização de um menino surdo usuário de implante coclear, matriculado no ano de 2016, no segundo ano do ensino fundamental de uma escola do sistema público municipal de Belém-Pará. O estudo foi dividido em duas etapas distintas. No primeiro momento da pesquisa, efetuou-se a caracterização do contexto histórico-cultural de vida da criança. Nessa etapa, realizou-se coletas de informações por meio de entrevistas com a mãe da criança, com a professora, com a coordenadora do programa bilíngue do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes e com a coordenadora do programa de implante coclear do hospital onde ocorreu a cirurgia do implante. No segundo momento, investigou-se os elementos que compõem o processo educativo vivenciado pelo menino, bem como as interações dialógicas entre ele os colegas da turma. Nessa etapa, as informações sobre o processo educativo foram coletadas por meio de entrevistas e os dados foram organizados em três categorias, a saber: organização do trabalho pedagógico, atuação do menino, atuação da professora e de um estagiário do curso de pedagogia que acompanhava o menino nas realizações de suas atividades na escola. As informações sobre as interações dialógicas foram coletadas por meio de registros em vídeo e analisadas de acordo com os princípios da análise microgenética de matriz histórico-cultural. Os resultados apontaram que a criança se submeteu à cirurgia para colocação do implante coclear aos dois anos e nove meses de idade. Atualmente, cursa o terceiro ano do ensino fundamental e convive predominantemente com ouvintes. Ele ainda não apresenta avanços significativos quanto à oralidade e está aprendendo Libras desde 2016. A análise no âmbito escolar revelou que o processo educativo organizado para ele carece de adaptações para que esteja compatível com suas especificidades e necessidades. Apesar de ainda não ter adquirido uma língua para se comunicar plenamente, ao analisar as interações entre o menino e seus colegas, percebe-se que há indícios de formação de suas funções psicológicas superiores, sua consciência e personalidade, o que pode ser comprovado por meio da análise do processo de produção de significados pela criança. O estudo sugere possíveis adaptações para que o processo educativo vivido pelo menino e por outras crianças surdas implantadas seja promotor de possibilidades de desenvolvimento.
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Um Campo de Refugiados sem Cercas : etnografia de um aparato de governo de populações refugiadasPerin, Vanessa Parreira 30 April 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-04-30 / Universidade Federal de Minas Gerais / Through an ethnographic study with input in the Centro de Acolhida para Refugiados (CAR), assistance program coordinated by Caritas Arquidiocesana de São Paulo Catholic non-governmental organization, attached to the Caritas Internationalis network, that develops and finances projects for humanitarian and social development around the world this research sought to access the mesh of relations established by the government apparatus of refugee populations in Brazil. Connected to organizations such as the United Nations High Commissioner (UNHCR), the Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) and other NGOs and civil society organizations, the work of care for refugees and refuge applicants in the CAR is part of a broader management device, which involves, in addition to humanitarian assistance, also simultaneous actions of care, management and control that permeate this specific population. Rather than address the refuge itself, from the category of refugee posted by the juridical normative, I tried to understand the process of subjectivation operated by the ethnographed apparatus and how this creates a certain target group of knowledge, which should receive particular care: a population that needs to be managed. So a general theme that runs through the work are the operatory ways of a government mechanism, here termed the eye of the state, and how it produces, and integrates the power relations composite that is the refugee subject. Above all, it s about, how this mechanism makes these subjects visible, turning them liable to be governed as they become the center of a social and political issue. Thus, analyzing this particular mechanism of government, I sought to describe how these subjects are produced and categorized as refugees and, at the same time, as subjects of rights that may become full citizens whose human dignity still need to be rescued by the apparatus described, as vulnerable subjects and, at the same time, as subject with political demands. From the polysemy of this subject, as evidenced through the ethnography, is established, finally, a refuge social issue , recent in Brazil, which also entails a renewed notion of an universal citizenship , driven by managers and institutions caught up in this government device. In describing this process of subjectivation, so I tried to understand how it to compose a subject graspable to the eye of the state, from the analysis of the mesh of relationships that these subjects have to establish with the several organizations with which they come in contact when apply for refuge the refugee camp without fences . / Através de um trabalho etnográfico com entrada no Centro de Acolhida para Refugiados (CAR), programa assistencial coordenado pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo organização não governamental católica ligada à rede Caritas Internationalis, que desenvolve e financia projetos de ajuda humanitária e de desenvolvimento social em todo o mundo a presente pesquisa procurou acessar a malha de relações estabelecidas pelo aparato de governo das populações refugiadas no Brasil. Conectado a organizações como o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR), o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) e outras ONGs e organizações da sociedade civil, o trabalho de atendimento aos refugiados e solicitantes de refúgio no CAR é parte de um dispositivo mais amplo de gestão, que envolve, além da assistência humanitária, também ações simultâneas de cuidado, administração e controle, que perpassam essa população específica. Mais do que abordar a questão do refúgio em si, partindo da categoria refugiado afixada pela normativa jurídica, procurei compreender o processo de subjetivação operado pelo aparato etnografado e como este cria um grupo alvo de determinados saberes, que deve receber um cuidado particular: uma população que precisa ser gerida. Um tema geral que perpassa o trabalho, portanto, são as formas de operação de um mecanismo de governo, aqui denominado de olho do estado, e de como este produz e integra o compósito de relações de poder que é o sujeito refugiado. Trata-se, sobretudo, de como esse mecanismo faz visíveis esses sujeitos, tornando-os passíveis de serem governados na medida em que se tornam o centro de uma questão social e política. Assim, analisando esse mecanismo particular de governo, busquei descrever como esses sujeitos são produzidos e categorizados como refugiados e, ao mesmo tempo, como sujeitos de direitos que podem se tornar cidadãos plenos , cuja dignidade humana precisaria ainda ser resgatada pelo aparato descrito, como sujeitos vulneráveis e ao mesmo tempo como sujeitos com demandas políticas. Da polissemia desse sujeito, evidenciada pela etnografia funda-se, enfim, uma questão social do refúgio, recente no Brasil, que enseja a também renovada noção de uma cidadania universal , acionada por gestores e instituições embrenhados no referido dispositivo de governo. Na descrição desse processo de subjetivação, portanto, procurei compreender como se compõe um sujeito apreensível ao olho do estado, a partir da análise da malha de relações que estes sujeitos têm de estabelecer com as diversas organizações com as quais entram em contato ao solicitarem refúgio o campo de refugiados sem cercas .
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