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A noção de estilo em Lacan / The Notion of Style in LacanHugo Leonardo Lana dos Santos 13 August 2015 (has links)
O presente trabalho surge a partir do descompasso verificado entre a produção extensa na psicanálise lacaniana dos anos 1990-2010 sobre a noção de estilo e o lugar enigmático que Lacan confere a essa noção em sua obra. Os poucos movimentos de definição ao longo do texto lacaniano contrastam com resposta a questões centrais do corpus epistêmico, entre os comentadores. Levantamos, assim, a hipótese de um efeito ideológico que essa noção concentra em termos da transmissão da psicanálise e da teorização sobre o fim do tratamento. Dito isso, esta pesquisa realiza um levantamento das ocorrências da temática do estilo em Lacan para então problematizá-las com o momento de sua produção e com suas origens na teoria estética, a fim de compreender como as mudanças que a temática e seu tratamento sofrem se relacionam com a sua posição epistêmica. Em seguida, ela investiga a reverberação e o tratamento do estilo nas produções posteriores de filiação lacaniana. Para tanto, nosso método de leitura parte da intersecção entre os campos da estética, da clínica psicanalítica e da política da psicanálise; campos que podem adquirir certa funcionalidade de troca e construção entre si com a problematização da noção de estilo. A pesquisa resulta na demonstração de que ignorar a especificidade da questão do estilo em Lacan / This study arises from the question that the extensive production gap in Lacanian psychoanalysis and the enigmatic place that Lacan gives the sense of style in his work produces, since the notion of style has few defining definitional movements along the Lacanian text, but takes a often central place in response to important issues of the epistemic corpus, such that of transmission of psychoanalysis or the end of an analysis. We propose in the paper to investigate the style of thematic events in Lacan in order to problematize them with the time of its production so we can understand how changes to the theme and its treatment suffer relate their epistemic position. Then we investigated the reverbaration and treatment of style in later productions of Lacanian afiliation as well as a correlation in the field of their history of aesthetics. The methodological bet is that there is something at the intersection of the fields of aesthetics, the psychoanalytic clinic and psychoanalytic politics that can acquire a certain feature of trade and construction among them with the questioning of the notion of style. We believe that ignoring the question of style in Lacan can cause deadlocks and ideological deviations both theoretical and clinical
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A questão do corpo em psicanálise: de Freud a Lacan / The question of body on psycoanalysis: from Freud to LacanRythowem, Marcelo 15 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-15 / The aim of this research is to perform a reading of the body as a critical issue in its relation with the psychoanalysis. In this thesis, I carry out a discussion on the dimension of the corporeality from the works of Freud and Lacan, supported the idea that the body, in the analysis práxis is a caused body, pulsatory, an effect of the signifier, thus, bodylanguage. I uphold that in the relationship between the psychic and the somatic it is necessary to put in place a snip of reading that may sustain a coherent proposal to the unconscious thesis. In that sense, this reading acknowledges as the conceptual and methodological benchmark the lacanian thesis that is, the unconscious is structured like language. In compliance with those presuppositions, the body, to Freud, cannot be mistaken with the anatomy because the representation, being perceived from the register of the language, indicates the body also as a discourse phenomenon. In the body of the hysterics, the symptoms would make it possible for the unconscious to appear. Freud, from an ethical atitude took into account what those bodies were saying. The body, in Freud, is not an evidence, because it is in the relation with the parental desire – like the projection of the Self Ideals – that a body for a subject is established. I also bolster the concept that the body, in which the ubiquity of the pulsations provides a link, even so a lost one, between the psychic and the somatic, is also ruled by a narrative that Freud denominates mythology and that has profound bonds with the linguistic phenomena. From Lacan’s viewpoint, the body issue is faced under the perspective of a structure in which the elements cannot be taken isolatedly. The body, therefore, is inscribed in the three registers of the pshychic reality, that are, Real, Simbolic and Imaginary. In the conjunction with the Other, the signifiers’ treasure, the subject, to be constituted, concedes a part of his/her body, that may never be taken as a whole, but as a mindless topological community. This way, I explore the different forms of the subject a, as body. The body in this sense, carries the mark of a reality that, being under the structure of the signifier, is always an opacity, as from the body, one will never have an objective knowledge, because the barrier that divides the signifier from the meaning cannot be transpassed. The psychoanalysis , in doing so, founds a turning point that we can name ethics because it convenes the human being to be responsible for his/her subject position and therefore, to respond for his/her desire. Elevate the body to the dignity of the thing. / O objetivo deste trabalho de pesquisa é realizar uma leitura sob o prisma da psicanálise do corpo enquanto uma momento crítico em sua relação com a o inconsciente. A partir dessa leitura procuro desenvolver nesta tese uma discussão, que é central, sobre a dimensão da corporeidade a partir das obras de Freud e Lacan sustentando que o corpo na práxis da análise é corpo causado, pulsional, efeito do significante, portanto corpolinguagem. Sustento que na relação entre o psíquico e o somático é preciso estabelecer um recorte coerente para com a tese do inconsciente. Nesse sentido, este trabalho assume como marco conceitual e metodológico a tese lacaniana, de que o inconsciente é estruturado como linguagem. Em conformidade com esses pressupostos, o corpo, para Freud não pode ser confundido com a anatomia, porque a representação, sendo do registro da linguagem, indica o corpo como fenômeno também de discurso. No corpo das histéricas os
sintomas possibilitavam que o inconsciente comparecesse. Freud, a partir de uma atitude ética levou a sério o que esses corpos diziam. O corpo em Freud não é uma evidência, pois é na relação com o desejo parental que se estabelece um corpo para um sujeito. Sustento ainda que corpo, no qual a ubiqüidade das pulsões instaura um elo, mesmo que perdido, entre o psíquico e o somático, também é regido por uma narrativa que Freud denomina mitologia e que tem vínculos profundos com os fenômenos linguísticos. Sob a ótica de Lacan a questão do corpo é enfrentada sob a perspectiva de uma estrutura na qual os elementos não podem ser tomados isoladamente. O corpo, portanto, se inscreve nos três registros da realidade psíquica, a saber, Real, Simbólco e Imaginário. Nas relações com o Outro, o tesouro dos significantes, o sujeito para se constituir cede uma parte de seu corpo, que nunca pode ser tomado como uma totalidade, mas como uma comunidade topológica acéfala. Desse modo exploro as diferentes formas do objeto a, como mediadores da relação do sujeito com o Outro. Dessa relação sempre há um resto que cai do corpo. O corpo nesse sentido carrega a marca de uma realidade que estando sob a estrutura do significante é sempre uma opacidade, visto que do corpo jamais se terá um conhecimento objetivo, pois não se pode ultrapassar a barra que separa o significante do significado. Ao empreender esse trabalho de leitura o faço com a intenção de tratar o corpo como uma questão que emerge constantemente na psicanálise mas, que por ser geralmente denegada não produz os tensionamentos necessários para que seja enfrentada sem cair em reducionismos biologicistas. A psicanálise desse modo instaura uma virada que podemos chamar de ética por convocar o humano a se responsabilizar por sua posição de sujeito e assim responder pelo seu desejo. Elevar o corpo à dignidade da coisa.
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A leitura lacaniana do conceito freudiano de pulsão / A lacaniana reading about the freudian instinct conceptAlmeida, Henrique Batista 08 August 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-08-08 / This thesis aims at investigating Jacques Lacan’s reading of the concept of instinct as defined by
Sigmund Freud. This study started from the comprehension of the instinct theory in Freud’s work,investigating fundamental concepts related to the subject studied. In Lacan, the privileged concepts
were the graph of desire and seminars of book 7: the ethics of psychoanalysis, and book 11: the
four fundamental concepts. In the course of this study, there was the verification of Freud’s
historical development of the concept expressed by the two instinctual dualisms: self drives (selfpreservation)/
sexual drives and life drive and death drive. Lacan promotes a resumption of
Freudian text in a radical intricacy with the theory of language, which implies a new reading of the
instinct theory. / Esta dissertação tem como objetivo investigar a leitura realizada por Jacques Lacan do
conceito de pulsão definido por Sigmund Freud. Este estudo partiu da apreensão da teoria das
pulsões na obra freudiana, perpassando por conceitos fundamentais relacionados à temática
estudada. Em Lacan foram privilegiados o grafo do desejo e os seminários o livro 7: a ética da
psicanálise e o livro 11: os quatro conceitos fundamentais. Nesse percurso verificou-se o
desenvolvimento histórico freudiano do conceito pulsional expresso pelos dois dualismos
pulsionais: pulsões do Eu (autoconservação)/pulsões sexuais e pulsão de vida e pulsão de
morte. Já Lacan promove uma retomada do texto freudiano numa intricação radical com a
teoria da linguagem, o que implica numa releitura da teoria das pulsões.
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Ele fala de si como de um outro: Samuel Beckett e o objeto voz / He speaks of himself as of another: Samuel Beckett voice objectMario Sagayama 24 March 2017 (has links)
Esta dissertação propôs-se a ler Companhia (1980), de Samuel Beckett. Primeiro volume de Nohow on, sua última trilogia, o romance traz ao primeiro plano uma das invenções formais mais instigantes da obra do autor: a voz. Para tanto, foi abordada segundo a teoria da voz de Jacques Lacan, em sua relação com a linguagem e, igualmente, enquanto objeto da pulsão invocante. A partir da psicanálise lacaniana, a voz foi posta em relação com outros aspectos fundamentais da obra de Beckett, tais como o corpo, o luto e o espaço, o que possibilitou aproximações tanto da prosa quanto do teatro do autor. / Reading Company (1980) was the aim of this paper. The first volume of Samuel Beckett´s Nohow on, his last trilogy, the novel brings up to the foreground one of the most thought-provoking formal features of Beckett´s work: the voice. In this reading, voice was approached according to Jacques Lacan voice theory, in what concerns language and, also, as an object of invocatory drive. Departing from Lacanian psychoanalysis, voice was crossed with other fundamental aspects to Beckett´s work, such as the body, grief and space, which allowed to come closer to both his prose and his drama.
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Acompanhamento terapêutico e psicose: um articulador do real, simbólico e imaginário / Therapeutic Accompaniment and Psychosis: inTerrelAting the Real, the Symbolic and the ImaginaryMauricio Castejon Hermann 09 May 2008 (has links)
Esta tese de doutorado problematiza a função clínica do Acompanhamento Terapêutico (AT) com pacientes psicóticos a partir do pensamento de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Seu ponto de partida é a caracterização do AT por meio de alguns recortes das experiências institucionais de substituição dos manicômios (comunidades terapêuticas da Inglaterra, psiquiatria democrática italiana e psicoterapia institucional francesa), no intuito de caracterizar a função clínica do AT, função cuja contribuição para a reforma brasileira consiste em promover uma clínica de circulação do psicótico pela cidade. Em seguida, há dois capítulos teóricos nos quais se revêem o modo como Freud abordou a psicose e a releitura que Lacan faz dessa abordagem de Freud. Esses capítulos circunscrevem uma primeira indicação clínica para o tratamento possível das psicoses, no caso, a escuta do delírio na função de secretário do alienado. Essa indicação clínica será pertinente para que se possam trabalhar questões específicas da função clínica do AT, tais como: a de esta ser uma estratégia privilegiada para a instalação do dispositivo de tratamento e a do procedimento ético denominado olhar em rede procedimento que acompanha os tempos do sujeito em seu percurso clínico. Quanto à instalação do dispositivo de tratamento, sabe-se que alguns pacientes, em crise e com um sofrimento brutal, encaram o outro como alguém aterrorizante, o que impõe desafios na hora de o acompanhante terapêutico manejar a transferência e respeitar os tempos do sujeito (na crise quando um outro é o perseguidor até a condição da erotomania) para a instalação do dispositivo de tratamento. Quanto à questão do olhar em rede, propõe-se problematizá-lo desde suas raízes institucionais até seu uso no AT, ao analisar a criação do AT em uma montagem institucional, além de inúmeras passagens clínicas, nas quais o sujeito é sempre considerado na perspectiva ética da psicanálise. O olhar em rede é de grande valia para a construção de um projeto terapêutico para o AT. Em seguida, apresenta-se outro capítulo teórico no qual será abordada uma segunda indicação clínica oriunda do pensamento de Lacan, a teoria dos nós borromeanos e a construção do sinthoma. O sinthoma, com th, assume uma função de amarração dos três registros o real, o simbólico e o imaginário e é considerado o quarto elemento da cadeia, o Nome-do-Pai. Na psicose, porém, esse quarto elemento é foracluído, o que convoca o sujeito a construir suplências possíveis ao Nome-do-Pai ou construir o próprio sinthoma. Finalmente, definimos outra função clínica do AT, ou seja, sua contribuição para a construção do sinthoma, função que desemboca em uma ArTiculação dos três registros referidos. O AT, portanto, assume um estatuto psicanalítico, na medida em que propicia ao sujeito psicótico construir uma suplência favorável a sua aproximação ao laço social, o que permite concluir que o AT é uma estratégia importante para o tratamento possível das psicoses. / The overall purpose of this doctoral thesis is to problematize the Therapeutic Accompaniment (TA) of psychotic patients by drawing on the thought of Sigmund Freud and Jacques Lacan. It initially characterizes the TA through depictions of experiences from reforms in the mental health care (therapeutic communities in England, democratic psychiatry in Italy and institutional psychotherapy in France) aimed at determining the function of TA in the psychoanalytic clinic, the contribution of which to the Brazilian reform merely consists in promoting a clinic of circulating psychotics around the town. Next, two theoretical chapters revisit the Freudian approach to psychosis and Lacans rereading of it. These circumscribe a first clinical indication for the possible treatment of psychoses, in this case, the listening to the delusions in the position of secretary to the alienated. This clinical indication is deemed pertinent to enable working with specific aspects of the function of TA in the clinic, such as that of its being a privileged strategy for the installation of the treatment device and that of the ethical procedure called networked gaze a procedure that follows the times of the subject in his or her clinical path. As for the former, the installation of the treatment device, patients in a crisis, wounded by brutal suffering, are known to face the other as someone terrifying, which imposes challenges when the therapeutic escort has to deal with transference whilst respecting the subjects times (in a crisis when an other is the persecutor until the condition of erotomania) in order to install the treatment device. Concerning the issue of a networked gaze, this work proposes to problematize it from its institutional roots to its use in the TA, by analyzing the creation of the TA in an institutional framework, along with several clinical passages, in which the subject is always considered under the ethical perspective of psychoanalysis. This networked gaze is of great value to building a therapeutic project for the TA. The next theoretical chapter presents a second clinical indication arising from Lacans formulation of the Borromean knot and the construction of the sinthome, which knots together the three registers - real, symbolic and imaginary and is considered the fourth element of the signifying chain, the Name-Of-The-Father. In psychosis, however, this fourth element is foreclosed, in which case the subject is convoked to build possible supplementations to the Name-Of- The-Father or build his/her own sinthome. Finally, another clinical function of the TA is defined, i.e., its contribution to the construction of the sinthome; a function that evolves into an interrelation among the three registers referred. The AT, therefore, takes on a psychoanalytical statute, insofar as it allows the psychotic subject to build a favorable supplementation to its approximation to the social link, which leads to the conclusion that the TA is an important strategy in the possible treatment of psychoses.
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Crítica e delírio: a noção de insight em psicanálise e psiquiatria / Critique and Delusion: the notion of Insight in Psychoanalysis and PsychiatryKaren Cristina Martins Alves 24 April 2014 (has links)
Debates de psiquiatria contemporânea apontam que tanto a definição de delírio como a de crítica levantam dificuldades terminológicas que levam a imprecisões clínicas. Uma destas situações diz respeito principalmente à progressão do delírio em direção a uma recusa do tratamento, o que tem sido descrito pela literatura psiquiátrica de maneira genérica como ausência de insight, ausência de consciência da doença mental, ausência de crítica e até como simples não adesão ao tratamento. Com intuito de contribuir para essa dissensão a partir da psicanálise sugerimos que, assim como outros fenômenos ligados ao inconsciente, o delírio pode ser redefinido a partir da capacidade do sujeito em criticá-lo, o que depende da reordenação perceptiva (insight) de aspectos do próprio delírio. Como a terminologia da crítica está presente na filosofia e história da psicopatologia, discutimos modificações no delírio que vão de Kant a Pinel, de Freud à tese de doutoramento de Lacan. A crítica é uma atividade do juízo que pode estar ligada à interpretação e à reordenação perceptiva (insight), mas pode ser também fruto da atividade das instâncias críticas do sujeito. A fim diferenciar esses dois tipos de crítica que encontramos, crítica do delírio e no delírio, sugerimos considerá-la como uma modalidade de implicação subjetiva, ligada a síntese das representações, intencionalidade do juízo e responsabilidade da conduta / Debates of contemporary psychiatry point that problems on definition has led to clinical inaccuracies. One of the main situations described in the literature concerns to the expansion of delusion toward a refusal of treatment. Such situations are denominated from a wide semantic spectrum that ranges from the lack of insight, lack of awareness of mental illness, lack of critique and even simple non-adherence to treatment. To contribute to this disagreement as from the psychoanalysis we suggest that, like other unconscious phenomena linked, the delusion can be reset from the subject\'s ability to criticize it, which depends on reorganization of perceptual aspects (insight) of the delusion itself. Because critical terminology is present in the philosophy and history of psychopathology, we discuss changes in delusion ranging from Kant to Pinel, from Freud to Lacan\'s doctoral thesis. Critique is an activity of judgment that can be linked to perceptual interpretation and reordering (insight), but can also be the result of the activity of critical instances of the subject. In order to differentiate these two types of criticism that we find, critique of delusion and critique in delusion, we suggest considering it as a form of subjective implication, linked to synthesis of representations, intentionality of judgment and responsibility of conduct
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A clínica da debilidade ou na debilidade? / A treatment of a handicap, or a handicapped treatment?Natalia Sardenberg 02 May 2013 (has links)
Esta dissertação tem o objetivo de questionar o diagnóstico de debilidade mental, a partir das contribuições da psicanálise, segundo Freud e Lacan. Partindo de uma análise histórica da construção de um discurso social e científico do termo, discutimos se este diagnóstico, e os fenômenos a ele associados, indicam alguma particularidade que pode fornecer uma orientação para a direção do tratamento, ou para a clínica. Apontamos que nem Freud nem Lacan possuem uma teoria específica da debilidade mental. Por outro lado, Lacan sustentava que Freud errou em contraindicar a análise aos débeis, dizendo que essa análise é sim, possível. Além disso, Lacan utilizou o termo debilidade mental em diferentes sentidos e em diversos momentos de sua obra, para fazer ironia ou para destacar aspectos estruturais da relação do homem com o saber. Este trabalho foca-se nos comentários de Lacan, quando o autor se debruça de forma mais enfática ao diagnóstico da debilidade mental. Posteriormente, analisamos três eixos de análise de autores lacanianos que, a partir da mesma referência (da obra de Lacan), indicaram diferentes estatutos da debilidade mental. O primeiro eixo refere-se à diferenciação entre a psicose e à debilidade mental. O segundo eixo considera a debilidade mental enquanto um fenômeno, ou uma defesa, articulada a uma estratégia de imaginarização, que poderia estar presente nas três estruturas clínicas (neurose, psicose, perversão). O terceiro eixo relaciona a debilidade mental à inibição. A partir dessa discussão e da análise de casos clínicos, apontamos que o que se nomeia de debilidade mental pode ser associada a certos fenômenos, relacionados a uma inflação imaginária. De um lado, este caminho mostra-se interessante, pois possibilita nos distanciarmos do caráter de déficit articulado à concepção de debilidade mental, bem como considerarmos a inclusão de um sujeito neste campo. Por outro lado, quanto à clínica propriamente dita, concluiremos que ela terá seu valor mais acentuado ao não se reduzir a esta análise. Para isso, devemos considerar: o desafio, já indicado por Mannoni (1985), de que médicos e psicanalistas não estão isentos de preconceitos; a consideração de Bruno (1986) de que a clínica com os ditos débeis não revela nenhuma clínica específica; e a fala de Lacan, quando ele indica que sempre falamos mais do que queremos dizer e que o homem sabe mais do que ele crê saber / Drawing heavily on Freud and Lacans contributions psychoanalysis, this dissertation aims to explore the diagnosis of mental retardation. Therefore, beginning with an historical analysis of the construction of a social and scientific discourse of the very expression mental retardation1 we discuss whether such a diagnosis and its associated phenomena can point to some particularity that might furnish a guideline either to treatment or to some clinical direction. While we point out that neither Freud nor Lacan espoused a specific theory about mental retardation, Lacan for his part believed not only that psychoanalysis could be effective in treating the retarded but also that Freud had erred in contraindicated such treatment. However, Lacan in his oeuvre never settles on one fixed meaning for the term mental retardation but rather uses this turn of phrase in several manners and contexts, often in order to underscore some irony or to highlight certain structural aspects of mans relationship to knowledge. Therefore, this work focuses on the commentaries of Lacan, in which he carefully examines the diagnosis of mental retardation. Later, we examine three distinct analytical modes, whose authors, drawing upon the same source material (i.e., Lacans work), proposed three different definitions of this mental handicap. The first mode refers to the distinction between psychosis and mental retardation. The second mode reflects on mental retardation as a phenomenon, or defense, linked to a strategy of imaginarization this strategy in fact could be present in all three clinical structures (neurosis, psychosis, and perversion). The third mode relates mental retardation to inhibition. From this discussion and from the analysis of clinical cases, we indicate that so-called mental retardation can be a function of certain phenomena related to an imaginary inflation. On one hand, this treatment path seems interesting, because it allows us both to go beyond the concept of a deficit related to mental retardation and to consider the inclusion of a subject in this field. On the other hand, the real value of clinical treatment becomes apparent when such treatment is not reduced to a mere analysis of certain phenomena. In this sense, we must take into account: Mannonis challenge (1985), that doctors and psychoanalysts are not free from prejudice; Bruno´s consideration (1986), that the psychoanalytical treatment of the so-called mentally retarded in fact follows the guidelines of standard treatment; and Lacans speech, that we always say more than we want to say and know more than we believe we know
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Autenticidade: o psicanalista entre Ferenczi e Lacan / Authenticity: the psychoanalyst between Ferenczi and LacanDaniel Migliani Vitorello 10 April 2015 (has links)
Trata-se de uma pesquisa que aborda o psicanalista na relação com o seu ser. Uma vez que a psicanálise não é um mero conjunto de técnicas aprendidas e aplicadas, a dificuldade do seu ofício se torna complexa e singular e, sobretudo, ao psicanalista, coloca-se o problema da sua presença. Dessa forma, Freud logo percebeu a própria influência que os processos psíquicos do analista produziam em uma análise, de modo que, para ele, seria necessário que o analista se encontrasse em uma determinada posição subjetiva. Posição que seria, dentre outras coisas, o efeito de uma análise pessoal. Esta, para ele, deveria servir para o ser do analista desaparecer, isto é, opacidade e assepsia psíquica. E como uma espécie de posição oficial para se referir à posição do analista, ergueu-se o princípio de abstinência e seus correlatos: neutralidade e frieza. A partir daí, pode-se sustentar que a maioria das recomendações técnicas freudianas estava pautada na tentativa de corrigir ou impedir a inevitável contaminação da sua posição pelo seu ser. Todavia, não há escolha, pois a princípio, o espaço analítico engloba inevitavelmente dois seres, ainda que, a cada um, seja designado ocupar uma posição. Por sua vez, a comunidade analítica encontrou dois grandes destinos paradigmáticos para o analista na relação com o seu ser. Por um lado, operar via contratransferência e, por outro, via desejo do analista. No entanto, como metodologia, procurou-se no atravessamento de paradigmas, as condições para abordar o tema por outras perspectivas e a partir de outras noções. Entendeu-se ser necessário dar um passo para trás. Pode-se perceber que Sándor Ferenczi, precursor da contratransferência, experimentou a psicanálise tentando render uma autenticidade para a relação analítica. Por sua vez, apesar de Jacques Lacan ter enveredado por um caminho diverso para ele a contratransferência designa os efeitos da transferência que atingem o desejo do analista , igualmente à Ferenczi, pode-se sustentar que ele também buscava uma autenticidade no analista. Dessa forma, notou-se que um com o outro ou contra o outro, juntos não deixaram de questionar a autenticidade do e no analista e o seu papel determinante no tratamento. Ambos são as referências teóricas dessa pesquisa. Portanto, para aquém das multiplicidades e polissemias do arranjo psicanalítico, o objetivo principal desta tese é discutir que a própria clínica psicanalítica constituída pelo seu método, sua técnica e sua teoria que lhes são próprias pode encontrar na noção de autenticidade, uma medida possível das suas vias para se pensar a irredutível tensão entre a posição do analista e o seu ser. Dessa forma, foi possível perceber que a referida noção pode se converter em uma condição para o analista, bem como, em um importante operador clínico enquanto perspectiva favorável para os efeitos do trabalho analítico / This research focuses the analyst in the relationship with his being. Since psychoanalysis is not a simple set of learned and applied techniques, the difficulty of their craft becomes complex and unique and especially to the psychoanalyst, we pose the problem of their presence. Thus, Freud realized the very influence that the psychics process of the analyst could produce in an analysis, so that, for him, it would be necessary that the analyst found himself in a particular subject position. Position that would be, among others, the effect of a personal analysis. This, for him, should serve to the analysts being disappear, ie, opacity and psychic asepsis. And as a kind of official position to refer to the analyst\'s position, it was raised the principle of abstinence and its correlates: neutrality and coldness. From there, it can be argued that most of Freud\'s technical recommendations was guided in an attempt to correct or prevent the inevitable contamination of his position by his being. However, there is no choice, because first of all, the analytic space includes inevitably two beings, even though to witch one is designated to occupy a position. In turn, the analytical community founded two great paradigmatic destinations for the analyst in the relationship with his being. On the one hand, operate via countertransference and on the other, via the analyst\'s desire. However, as a methodology, it was searched by the crossing of paradigms, the conditions to approache the subject by other perspectives and from other notions. It was considered necessary to take a step back. One can see that Sándor Ferenczi, precursor of countertransference, experienced psychoanalysis trying to give an authenticity to the analytic relationship. On the other hand, although Jacques Lacan has gone in a different path - for him the countertransference designates the transferences effects that reach the analyst\'s desire like Ferenczi, we can argue that he also searches an authenticity in the analyst. Thus, it was noted that this one with or against the other one, together they did not stopped to question the authenticity of and in the analyst and its decisive role in the treatment. Both authors are the theoretical references of this research. So, before the multiplicities and polysemies of the psychoanalytic arrangement, the main objective of this thesis is to discuss that the psychoanalytic clinic itself - formed by his own method, technique and theory - can find in the notion of authenticity, a possible measure of their paths to think about the irreducible tension between the position of the analyst and his being. Thus, it was possible to realize that this concept may become a condition for the analysts position as well an important clinical operator while a favorable perspective for the effects of the analytic work
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O conceito de destituição subjetiva na obra de Jacques LacanAbenon Menegassi 18 August 2010 (has links)
O objetivo deste trabalho é estudar o conceito da destituição subjetiva tal como Jacques Lacan a define com relação ao final de análise a partir dos anos sessenta. A partir da consideração do personagem Jacques Maast do livro O Guerreiro Aplicado de Jean Paulhan de 1917, apresentado por Lacan como referência para a destituição subjetiva, levantamos a questão sobre como se sustenta a vivência desse personagem no laço social, uma vez que após o final da análise o sujeito desejante, em sua negatividade, ainda assim está exposto à constante interpelação do Outro da Ideologia (no caso de Jacques Maast, a guerra) / The objective of this work is to study the concept of the subjective destitution such as Jacques Lacan defines it with relation to the end of analysis from the Sixties. From the consideration of the personage Jacques Maast of the book The Applied Warrior of Jean Paulhan of 1917, presented for Lacan as reference for the subjective destitution, we raise the question on as if it supports the experience of this personage in the social bow, a time that after the end of the analysis the wisheThe objective of this work is to study the concept of the subjective destitution such as Jacques Lacan defines it with relation to the end of analysis from the Sixties. From the consideration of the personage Jacques Maast of the book The Applied Warrior of Jean Paulhan of 1917, presented for Lacan as reference for the subjective destitution, we raise the question on as if it supports the experience of this personage in the social bow, a time that after the end of the analysis the wishes subject, in its negativity, still thus is displayed to the constant interpellation of the Other of the Ideology (in the case of Jacques Maast, the war)s subject, in its negativity, still thus is displayed to the constant interpellation of the Other of the Ideology (in the case of Jacques Maast, the war)
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O estádio do espelho de Jacques Lacan: gênese e teoria / Jacques Lacan´s mirror stage: genesis and theoryJonas de Oliveira Boni Junior 13 October 2010 (has links)
Este trabalho tem como objeto de estudo o texto \"O estádio do espelho como formador da função do eu tal como nos é revelada na experiência psicanalítica\" (1949/1998) e a teoria do estádio do espelho estabelecida por Jacques Lacan entre 1936 e 1964. A proposta investigativa concentra-se em três vertentes: (1) Acompanhar a gênese da formulação lacaniana do estádio do espelho entre os anos de 1936 e 1938; (2) Analisar a estrutura temática da concepção apresentada em 1949; e (3) Organizar as reformulações e inflexões para a teoria do estádio do espelho realizadas por Lacan, a partir do modelo do esquema óptico entre os anos de 1954 e 1964. O objetivo geral concentra-se em examinar os principais temas e noções psicanalíticas desenvolvidos, de acordo com os três momentos para a teoria do estádio do espelho. Em adjacência, especificamente nas vertentes (1) e (2), objetiva-se recuperar as principais referências teóricas utilizadas por Lacan, enquanto na vertente (3) o exercício metodológico consiste em organizar as referências na própria obra de Lacan. As duas principais considerações finais apontam para a distinção entre o texto de 1949 a teoria e os temas desenvolvidos em torno do estádio do espelho, e a definição do conceito enquanto demarcação dos três registros Real Simbólico Imaginário (RSI) pela inscrição do objeto a, traço unário e imagem especular / This work aims to study the text The mirror stage as formative of the function of the I as revealed in psychoanalytic experience\" (1949/1998) and the mirror stage theory proposed by Jacques Lacan between 1936 and 1964. The research proposal focuses on three aspects: (1) To present the genesis of Lacan\'s formulation of the mirror phase theory between 1936 and 1938; (2) To analyze the thematic structure of the concept presented in 1949; and (3) To organize the reformulations and inflections of the mirror stage theory Lacan carries out in view of the optical model, between the years 1954 and 1964. The overall goal is to examine the main themes and psychoanalytic notions developed, in regards to the three moments proposed for the mirror stage theory. Secondarily, specifically in sections (1) and (2), the objective is to recover the main theoretical references used by Lacan, while in part (3) the methodological exercise is to organize the references in Lacan\'s own work. The two main conclusions point to the distinction between the 1949 text, the theory itself and the themes related to the mirror stage, and the definition of the concept as a demarcation of the three orders Real Symbolic Imaginary (RSI) by the inscription of the objet (petit) a, the unary trait and the specular image
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