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[pt] O ACOLHIMENTO DE PESSOAS LGBTQIA+ EM SITUAÇÃO DE REFÚGIO NA CIDADE DE SÃO PAULO: DESAFIOS AOS PROFISSIONAIS DE UM CENTRO DE ATENDIMENTO / [en] WELCOMING LGBTQIA+ PEOPLE IN REFUGEE SITUATIONS IN THE CITY OF SÃO PAULO: CHALLENGES FOR PROFESSIONALS IN A SERVICE CENTERLUIZA CARLA CASSEMIRO 21 November 2022 (has links)
[pt] A tese se insere no campo de estudos sobre o refúgio e sua intersecção com o campo das dissidências LGBTQIA+. Nesse contexto, produziu-se uma leitura acerca da geopolítica de corpos dissidentes em deslocamento em busca de refúgio no Brasil, em particular na cidade de São Paulo. Corpos que se deslocam nas fronteiras, atravessados por seus gêneros, sexualidades e outros marcadores da diferença. Corpos que sofrem perseguições, violências e políticas de morte (necropolítica), que têm os seus direitos humanos negados: o direito à vida, à residência e a viver livremente. Os principais objetivos deste trabalho basearam-se em refletir sobre as articulações entre a tríade gêneros, sexualidades e a política de refúgio na perspectiva contemporânea; analisar o contexto sociopolítico em que ocorreu a incorporação da temática das dissidências de gêneros e sexuais no Sistema Internacional de Proteção às pessoas refugiadas; analisar as experiências dos atendimentos dos profissionais de um centro de atendimento que atuam com o deslocamento, a integração local e o acolhimento de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio LGBTQIA+ na cidade de São Paulo; conhecer os processos de partidas e chegadas das tessituras institucionais de refugiados/as LGBTQIA+ no acesso aos direitos em São Paulo e identificar barreiras nos serviços, projetos e programas prestados nos diferentes espaços das redes de apoio e proteção, dentro das políticas públicas aos/as refugiados/as LGBTQIA+ na cidade de São Paulo. O percurso metodológico baseou-se em pesquisa qualitativa e exploratória. Foi realizado levantamento bibliográfico sobre dissidências de gênero e sexuais, Teoria Queer, refúgio, migração e análise de documentos internacionais e nacionais das políticas de proteção aos refugiados. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas de forma remota com duas profissionais do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes – Oriana Jara (CRAI) de São Paulo e com um ativista que atua com a população LGBTQIA+ em situação de refúgio, tendo em vista o cenário pandêmico da COVID-19. Observou-se que em São Paulo, apesar de possuir uma
rede complexa de serviços públicos e privados que integram políticas de atendimento/acolhida/integração para imigrantes e refugiados/as (heterossexuais) e políticas para LGBTIs (nacionais), ainda não dispõe de ações e estratégias consolidadas em relação ao público imigrante LGBTQIA+. Logo, o cenário vivenciado pela população LGBTQIA+ é de vulnerabilidade e marginalização, suscetíveis a sofrerem desproteção social, LGBTfobia, xenofobia e racismo. Pode-se inferir que existe uma invisibilidade das pessoas que migram devido às questões de gênero e sexualidade nos atendimentos do CRAI, pela ausência de dados oficiais dos órgãos locais, nacionais e internacionais. O maior desafio apontado pelos profissionais é a questão do trabalho para este público, por sofrer discriminação de várias ordens. Ressalta-se, porém, que mesmo com obstáculos de ordem jurídica, social, política e econômica, encontra-se potência na agenda de proteção social no Brasil para pessoas LGBTQIA+ refugiadas, como os grupos organizativos que possibilitam resistências coletivas, o respeito ao uso do nome social nos equipamentos públicos e o acesso aos serviços de saúde. São inúmeros os desafios ao acesso da população LGBTQIA+ aos tratamentos no Sistema Único de Saúde - SUS, principalmente ao grupo trans, como a transfobia, discriminação, exclusão, violências, patologização da transexualidade, porém, de acordo com os profissionais, o Brasil é um dos países compreendidos por esse público, onde possuem o direito ao acesso a tratamentos e serviços específicos. / [en] The thesis is part of the field of studies on refuge and its intersection with the field of LGBTQIA+ dissidences. In this context, a reading was produced about the geopolitics of dissident bodies in displacement in search of refuge in Brazil, particularly in the city of São Paulo. Bodies that move across borders, crossed by their genders, sexualities and other markers of difference. Bodies that suffer persecution, violence and death policies (necropolitics), who have their human rights denied: the right to life, residence and to live freely. The main objectives of this work were based on reflecting on the articulations between the triad of genders, sexualities and the refuge policy in the contemporary perspective; to analyze the socio-political context in which the issue of gender and sexual dissidence was incorporated into the International System for the Protection of Refugees; to analyze the experiences of professionals from a service center who work with displacement, local integration and reception of refugees and LGBTQIA+ asylum seekers in the city of São Paulo; to know the departure and arrival processes of the institutional fabrics of LGBTQIA+ refugees in accessing rights in São Paulo and identify barriers in the services, projects and programs provided in the different spaces of the support and protection networks, within the public policies for refugees LGBTQIA+ in the city of São Paulo. The methodological course was based on qualitative and exploratory research. A bibliographic survey was carried out on gender and sexual dissidence, Queer Theory, refuge, migration and analysis of international and national documents on refugee protection policies. Semi-structured interviews were conducted remotely with two professionals from the Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes – Oriana Jara (CRAI) from São Paulo and with an activist who works with the LGBTQIA+ population in refugee situations, in view of the COVID pandemic scenario. It was observed that in São Paulo, despite having a complex network of public and private services that
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integrate care/welcome/integration policies for immigrants and refugees (heterosexuals) and policies for LGBTIs (nationals), it still does not have actions and consolidated strategies in relation to the LGBTQIA+ immigrant public. Therefore, the scenario experienced by the LGBTQIA+ population is one of vulnerability and marginalization, susceptible to social unprotected, LGBTphobia, xenophobia and racism. It can be inferred that there is an invisibility of people who migrate due to gender and sexuality issues in CRAI care, due to the absence of official data from institutions (local, national and international). The biggest challenge pointed out by professionals is the issue of work for this public, as they suffer discrimination of various kinds. It is noteworthy, however, that even with legal, social, political and economic obstacles, there is power in the social protection agenda in Brazil for LGBTQIA+ refugees, such as the organizational groups that enable collective resistance, respect the use of the social name in public facilities and access to health services. There are numerous challenges to the LGBTQIA+ population s access to treatments in the Unified Health System - SUS in portuguese, especially to the trans group, such as transphobia, discrimination, exclusion, violence, pathologization of transsexuality, however, according to professionals, Brazil is a of the countries comprised by this public, where they have the right to access specific treatments and services.
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[en] BETWEEN CONTROL AND REPRESSION: NARRATIVES ABOUT THE CONSTRUCTION OF EXPERIENCE OF THE RELATIONSHIP OF LGBTQIA+ PEOPLE WITH THEIR FAMILIES / [pt] ENTRE CONTROLE E REPRESSÃO: NARRATIVAS SOBRE A CONSTRUÇÃO DE EXPERIÊNCIA DA RELAÇÃO DE LGBTQIA+ COM SEUS FAMILIARESALEX BARROSO DE FIGUEIREDO 26 May 2022 (has links)
[pt] Considerando os processos de normalização de performances de gênero e
sexualidade no contexto familiar, o presente trabalho se debruça sobre as histórias de vida
de pessoas que se identificam como LGBTQIA+ acerca de suas experiências com seus
familiares. Inserido nas investigações atuais da Linguística Aplicada, a partir da Análise de
Narrativa – a qual tem buscado compreender, dentre outras coisas, os processos de
produção de vulnerabilidade e subalternidade em práticas sociais e discursivas – buscase compreender os processos de construção identitária, performances, bem como os
respectivos discursos que lhes dão suporte. Em um viés metodológico de pesquisa
qualitativa e interpretativa, foram gerados dados em situação de entrevista com homens e
mulheres cujas performances correspondem ao espectro de sexualidades supracitado.
Destas, optou-se por analisar as narrativas de três participantxs. Para isso, foram
mobilizadas discussões e ferramental teórico-analítico próprio à Análise de Narrativa, às
análises sobre estigma de Goffman (1963) e à Linguística Queer. A análise se dá a partir
da divisão laminar em três partes. Na primeira lâmina, busca-se mostrar como identidades
são indexadas em relações de sequencialidade na produção de causalidade e por
avaliações de modo a produzir a família como uma instituição repressora. Na segunda,
pautado no trabalho de face, busca-se mostrar como ocorre a negociação do estigma na
interação. Por fim, busca-se mostrar quais sistemas de coerência atuam na construção
dessas histórias. A partir disso foi possível compreender como performances identitárias
não alinhadas a ideias cis-heteronormativas desencadeiam processos de controle,
regulação e repressão. / [en] Taking into account the processes of normalization of experiences of gender and
sexuality in the family context, the present work focuses on the life stories of people who
identify themselves as LGBTQIA+ regarding their life experiences with their family. As part
in the contemporary researches of Applied Linguistics – which has been intending to
understand the processes of production of vulnerability and subalternity in discursive and
social practices – the processes of identity construction (performance) in these narratives
as well as the respective discourses that support it are investigated. In a qualitative and
interpretative research methodological bias, data were generated through interview with
men and women whose performances correspond to the above-mentioned spectrum of
sexualities; for the analysis it was chosen the narratives of three participants. For this, it
was mobilized discussions and tools proper to the Narrative Analysis, Intercultural
Sociolinguistics and Queer Linguistics. The analysis follows the laminar division in three
parts. In the first, it is intent to demonstrate how identities are indexed through sequential
relations in the production of causality and through evaluations in order to produce the
family as a repressive institution. In the second, based on the face work, we seek to show
how a stigma negotiation occurs in the interaction. Finally, based on lexical choices and
evaluative sequences, it is intent to show how the Discourse of Repression is indexed in
the narratives. From this, it was possible to understand how identity performances not
coherent with cis-heternormative values triggered process of control, regulation and
repression.
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[pt] ACABAVA SENDO SEMPRE EU O PUNIDO, NÉ. POR NÃO QUERER ESTAR ALI: NARRATIVAS DE MICRO VIOLÊNCIAS INSTITUCIONAIS PARA COM PESSOAS LGBTQIA+ / [en] IT ENDS UP THAT I WAS ALWAYS THE ONE WHO GOT PUNISHED, RIGHT? BECAUSE I DIDN T WANT TO BE THERE: NARRATIVES OF INSTITUTIONAL MICRO-VIOLENCE TO LGBTQIA+ PEOPLEANNA PAULA BEZERRA DA SILVA 17 April 2023 (has links)
[pt] Nesta dissertação, tenho por objetivo analisar, refletir e gerar entendimentos
acerca das vivências de pessoas LGBTQIA+, sublinhando suas experiências em
ambientes institucionais como: escola, família e igreja. A partir da Análise de
Narrativas (Linde, 1993; Moita Lopes, 2001; Bastos, 2005; Bamberg, 2006;
Georgakopoulou, 2006; Bastos; Biar, 2015; Biar; Orton; Bastos, 2021) irei
direcionar o meu olhar para as possíveis situações de micro violências e
estigmatização vividas por indivíduos por conta de suas orientações sexuais;
observando, na construção narrativa, como isto afeta e/ou afetou suas trajetórias e
identidades. Esta pesquisa está situada no campo da Linguística Aplicada
Contemporânea (Moita Lopes et al., 2006; 2013), com interfaces com a
Linguística Queer (Borba, 2014; 2015; 2019), a qual entende que o uso da
linguagem está relacionado às práticas sociais e a como construímos e
entendemos quem somos e a nossa sexualidade. Além disso, também recorro à
Teoria Queer (Butler, 2003 [1990], Foucault, 2020 [1976]; Sedgwick, 1985; 2007
[1990]; Milani; Woff, 2015; Miskolci, 2020; Louro, 2007; 2020). O paradigma
qualitativo (Denzin; Lincoln, 2006) orienta a metodologia do estudo, o qual será
desenvolvido a partir dos dados gerados em entrevistas conversacionais (Mishler,
1986) realizadas com pessoas da comunidade LGBTQIA+. Ao final desta
pesquisa, algumas das possíveis reflexões geradas nos levam a entender como as
práticas homofóbicas são normalizadas nos discursos como forma de
brincadeira e regulamentação dos corpos, gerando desconforto e até mesmo um
sentimento de solidão em especial por conta da falta de amparo em ambientes
institucionais. / [en] In this dissertation, I aim to analyze, reflect and generate understanding about the
experiences of LGBTQIA+ people, emphasizing their experiences in institutional
environments such as school, family, and church. Based on Narrative Analysis
(Linde, 1993; Moita Lopes, 2001; Bastos, 2005; Bamberg, 2006;
Georgakopoulou, 2006; Bastos; Biar, 2015; Biar; Orton; Bastos, 2021) I will
direct my gaze to the possible situations of micro-violence and stigmatization
experienced by individuals because of their sexual orientations; observing, in the
narrative construction, how this affects and/or affected their trajectories and
identities. This research is situated in the field of Contemporary Applied
Linguistics (Moita Lopes et al., 2006; 2013), with interfaces with Queer
Linguistics (Borba, 2014; 2015; 2019), which understands that the use of
language is related to social practices and how we construct and understand who
we are and our sexuality. In addition, I also draw on Queer Theory ((Butler, 2003
[1990], Foucault, 2020 [1976]; Sedgwick, 1985; 2007 [1990]; Milani; Woff, 2015;
Miskolci, 2020; Louro, 2007; 2020; Miskolci, 2020;). The qualitative paradigm
(Denzin; Lincoln, 2006) guides the study s methodology, which will be developed
from the data generated in conversational interviews (Mishler, 1986) conducted
with people from the LGBTQIA+ community. At the end of this research, some
possible reflections lead us to understand how homophobic practices are
normalized in discourses as a form of jokes and regulation of bodies, generating
discomfort and even a feeling of loneliness, mainly because of the lack of support
in institutional environments.
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