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Implicações da cultura grafocêntrica na apropriação da escrita e da leitura em dois diferentes contextos / Graphocentric implications in the appropriation of writing and reading in two different contextsAngelita Mendes 08 May 2009 (has links)
Este estudo se propõe a apresentar e a analisar pesquisa realizada sobre o tema da apropriação da escrita em diferentes contextos grafocêntricos. Os dados coletados e analisados referem-se a quatro classes de 1ª série do Ensino Fundamental situadas em duas cidades no estado de Santa Catarina, uma metrópole e uma pequena cidade interiorana. Em cada uma das cidades, foram selecionadas duas escolas, uma pública e uma privada, como campo de estudo, tendo como critério de seleção a localização geográfica, isto é, pertencerem ambas ao mesmo bairro. O processo valeu-se da pesquisa qualitativa de base etnográfica, tomando o estudo de caso como condução norteadora do olhar investigativo. O objetivo foi analisar a implicação da cultura grafocêntrica no processo de alfabetização de crianças de 1ª série, razão pela qual foram selecionadas cidades com contextos grafocêntricos bastante díspares. Entendemos que a apropriação da escrita representa, hodiernamente, o desenvolvimento de uma habilidade primordial para a ascensão profissional, para a inserção em entornos culturais de prestígio social e para uma vida cidadã. Avaliações nacionais e internacionais, no entanto, têm demonstrado a dificuldade da escola em formar escritores e leitores competentes. Estudos sobre letramento indicam que as pessoas, embora escolarizadas, possuem enormes dificuldades para realizar a leitura de um texto de média complexidade, compreendê-lo e interpretá-lo, bem como de utilizar a escrita de modo autoral, tendo reduzida, assim, sua capacidade de plena utilização de sua língua, isto é, dos usos sociais da escrita e da leitura. Ao longo deste estudo, a conjunção de duas importantes agências de letramento, escola e família, ratificou-se como lugar de oferecimento de oportunidades efetivas à criança para que se aproprie da escrita e da leitura. Assim, a presente pesquisa buscou compreender as implicações que distintos contextos grafocêntricos trariam ao processo de apropriação da escrita por crianças em fase de alfabetização, encontrando, porém, respostas mais efetivas nas relações entre ambientação familiar e tipologia de escola. Tal constatação permitiu que emergissem características que explicam o comportamento das escolas públicas analisadas: impermeabilidade e invisibilidade, fatores, ao que parece, comprometedores, em maior ou menor grau, das possibilidades de apropriação da escrita por parte das crianças. / The purpose of this research is to present and analyze young learners appropriation of writing skills in two different graphocentric contexts. The given data refers to four different classes from Elementary School 1rst grade in four different schools. The schools are located in two different cities in the state of Santa Catarina, Brazil. One of the cities, Florianópolis, is a big one and the other is a very small county, called Urubici. In each city two different schools were chosen, a public and a private one, and one class from Elementary School 1rst Grade of each school was observed. This means that 2 different groups (a public and a private school 1rst grade class) for each city constitute the data. The geographic position of the school in each city was a criterion for selection, which means that both schools, the public and the private ones, should belong to the same area or neighborhood. Our main objective was to investigate in two different contexts if there is a connection between the graphocentric culture and the process of students learning the writing system as well the teaching of reading and writing in Elementary School 1st grade. That is the reason why the cities with very typical graphocentric contexts were chosen. We know that the competence of use writing skills means a lot for everyone who needs a professional promotion, as well as for cultural insertion and for citizenship rights. Nevertheless, some national and international studies point out many difficulties all schools systems have in preparing and educating competent writers and readers. In addition, some studies regarding literacy argue that people have huge problems to get to read a text of medium complexity, to understand and comprehend it, even though they are highly formal educated. People usually face some problems in writing with expertise, which surely affects their capacity of using the language as a whole, especially the social use of reading and writing. That is why this research looked into the possibility of graphocentric context interference and contribution to the process of students learning how to read and write at school. In order to achieve its purpose, qualitative research with an ethnographic basis was used as methodological instruments to get the data as well as it was chosen the case study method to develop the investigation and analysis. Opposed to the first expectation at the beginning of the research it was confirmed the correlation between family background and the type of school, instead of the graphocentric context. Such assumption allowed us to bring up some characteristics that explain and define public school\'s behavior: impermeability and invisibility.
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Práticas de leitura em religião : a articulação entre o consumo da palavra e a produção de sujeitos leitores assembleianosAzevedo, Daniela Medeiros de January 2008 (has links)
Esta dissertação de Mestrado analisa as práticas de leitura em religião nos grupos de estudos bíblicos da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, na Vila Iguaçu, no município de Novo Hamburgo, entre os anos de 2005 e 2007, trazendo alguns “atravessamentos” do mesmo estudo realizado entre os anos de 2002 e 2003, na Ilha da Pintada, no Delta do Jacuí. Problematiza a produção de sujeitos leitores assembleianos nesses espaços, entendendo que há neles a inserção numa cultura enfaticamente bíblica, que acaba por criar espaços de alfabetismos, conforme debatem os estudos a esse respeito propostos pelos Estudos Culturais em Educação e sua aproximação às análises da História e da Etnografia, as quais possibilitam perceber a existência de múltiplos alfabetismos, presentes em tempos e espaços sociais e anteriores à escolarização da alfabetização. Ao analisar os usos sociais da leitura, apropria-se da etnografia sob sua perspectiva pós-moderna, entendendo-a como um discurso, que, em suas relações de poder/saber, produz formas de compreender o “outro”, o mundo e a si. Assim, através da linguagem, constrói formas de inscrever a comunidade assembleiana no texto etnográfico, discutindo-a em sua relação à concepção mais ampla: o “crente”. Trata-se de uma construção histórica e culturalmente contingente sobre as práticas discursivas que produzem não somente o assembleiano, mas a própria experiência de si, envolvendo uma multiplicidade de estratégias e situações relacionais que visam à orientação das condutas, através da subjetivação de valores éticos e morais da crença, mediados pelos espaços de estudos do Evangelho, que acabam por construir espaços de alfabetismos. Busca compreensões sobre os leitores e as práticas de leitura inscritas no diário de campo, nas 18 entrevistas, nas fotografias, nos diversos artefatos culturais circulantes, como cartazes, panfletos, livros, hinários, revistas, sobretudo aquelas especialmente produzidas para a orientação nacional do espaço de estudo bíblico “Escola Bíblica Dominical”, em que foi realizada a observação-participante no ano de 2007. Discute a produção do leitor “nas” páginas das quatro revistas “Lições Bíblicas” produzidas e publicadas no mesmo ano pela Casa Publicadora da Assembléia de Deus (CPAD) e seus usos “das” revistas, compreendendo como um produto de intenções, expectativas e investimentos em relação ao autor, ao editor e ao próprio leitor, que faz diferentes usos, muitas vezes, subvertendo aqueles esperados na produção do texto. Há, assim, uma tensão insolúvel entre a vontade disciplinante e a liberdade do leitor, produzindo distintas experiências de leitura, tanto em função da materialidade do texto como pelo seu conteúdo discursivo. Nesse sentido, investiga as formas como os enunciados são produzidos, controlados, organizados e subordinados a uma ordem, não dos livros, mas também do discurso. / This Master’s degree dissertation analyses the religion reading practices in biblical studies groups of Evangelical Church Assembly of God, in Vila Iguaçu, in Novo Hamburgo city, among the years of 2005 and 2007, bringing up some “crossings” from the same study accomplished between the years 2002 and 2003, in the Ilha da Pintada, in Delta do Jacuí. It problemizes the production of readers subjects of the Assembly in these spaces, which let us to understand their introduction in a culture mainly biblical, that criates literacy teaching spaces, according to the discussions proposed by the Cultural Studies in Education and their approximation to the analysis of the History and the Etnography, which allow to realize the existence of multiples literacy teachings, present in diferent times and social spaces and anterior to the scholarization of literacy. Analysing the reading social uses, we assume the ethnography on its post-modern perspective, in a way to understand it as a discourse, which, in its relations of power/knowledge, produces diferent ways to comprehend the “other”, the world and the self. In this manner, through the language, it constructs ways of inserting the comunity of the Assembly in the ethnographical text, discussing about its relation in a most wide conception: the “believer”. It is about a historical construction and culturally contingent about the discoursives practices that produce not only the member of the Assembly but the self experience, involving a multiplicity of strategies and relational situations that aim at the conduct orientations, through the subjetivation of ethic and moral values from the belief, mediated by spaces of Evangel studies, which construct spaces of literacy teachings. It looks for the comprehensions about the readers and the reading practices inscribed in the diary of field, in 18 interviews, in photograpies, in many cyclical cultural artfacts, such as posters, flyers, books, hymn books, magazines, above all those especially produced to the nacional orientation of the biblical study space “Sunday School”, in which the observationparticipating in the year of 2007 was accomplished. It discusses the production of the reader in the pages from four magazines “Bible Lessons”, made and published in the same year by the Publisher House of Assemblies of God (Casa Publicadora da Assembléia de Deus – CPAD), and the magazines uses, comprehending as a product of intentions, expectations and investements related to the author, the editor and the reader, that makes different uses, many times, subverting those expected in the text production. There is, in such case, a insoluble tension between the disciplining will and the reader liberty, resulting in diferents experiences of reading, as much the funcion of the matter of the text as its discoursive content. In this manner, it investigates the ways in which the enunciations are produced, controlled, organized and subordinated to an order, not only the books but also the discourse.
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Piaget e as histórias infantis : uma aproximação possível para alfabetizar letrandoPinheiro, Flavia Isaia January 2004 (has links)
Esta dissertação apresenta como propósito de pesquisa compreender e explicar como a literatura infantil contribui para a construção do pensamento das crianças: como a criança assimila a história que lhe é lida ou contada? A reflexão acerca dos processos cognitivos e suas inter-relações com a literatura infantil tem por hipótese de que esta pode desencadear, através do seu conteúdo, as ações vividas pela criança, ou seja, a criança passa a relacionar suas experiências de vida com o que está no livro. Nesse sentido, a história do livro pode trazer uma contribuição importante para a Estruturação do Real. O trabalho fundamenta-se especialmente nas contribuições de Jean Piaget e utiliza o estudo de caso como estratégia de pesquisa. A investigação foi realizada com um grupo de seis crianças, cujas idades variavam entre 6 e 7 anos, que freqüentavam uma turma de 1º ano, do 1º Ciclo de uma escola pública da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, ao longo do segundo semestre de 2003. O grupo foi observado em contextos que envolviam a literatura infantil dentro da escola. O procedimento de avaliação do processo cognitivo das crianças deu-se através de entrevistas clínicas – a primeira, realizada em setembro, e a segunda, em dezembro. O processo cognitivo dessas crianças é entendido aqui como sendo aquele que assinala a passagem dos raciocínios pré-conceptuais (transduções) para a atividade representativa de ordem operatória. O ato de escutar, recontar, comentar e discutir as histórias, presente tanto nas entrevistas clínicas como no trabalho escolar com a literatura infantil, privilegiou a narrativa (linguagem) das crianças, justamente por reconhecer a importância da mesma, tanto no que diz respeito ao começo como ao avanço da conceituação. Os resultados desta pesquisa apontam para a existência de um caminho solidário entre Letramento e Estruturação do Real, inclusive no que diz respeito à confirmação da hipótese inicial referente à relação estabelecida pela criança entre suas experiências de vida e as histórias guardadas nos livros infantis, tanto de tendência realista como fantasista. A qualidade das trocas simbólicas ocorridas entre as crianças e a professora durante as situações sistemáticas de interação com a literatura infantil produziu avanços significativos no quadro da representação cognitiva de todas as crianças, quando foram comparados os dados obtidos na segunda entrevista com aqueles da primeira. Além disso, a pesquisa confirma as contribuições de Piaget no que diz respeito ao pensamento intuitivo das crianças pesquisadas, as quais manifestaram raciocínios aparentemente operatórios, porém ligados a uma configuração perceptiva. Esses raciocínios indicam que para a criança compreender a ordem (seqüência da história) preestabelecida no objeto livro são necessárias ações ordenadas no plano da representação, bem como sua interação com o objeto livro e o adulto intérprete-leitor.
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O elogio da escola : de mulher para mulher, uma escola imaginadaRosa, Cristina Maria January 2004 (has links)
Esta tese trata das significações atribuídas à instituição escolar, seus saberes e as relações destes com a vida mesma por trinta mulheres em processos de Letramento. A pesquisa que epistemologicamente se funda na teoria do Imaginário Social e na teoria da Complexidade colocou em pauta exatamente este ponto: quais os sentidos atribuídos à escola para um grupo de mulheres migrantes que apresentaram o desejo de estudar e escolarizar os filhos. O grupo de interlocutoras da investigação é composto por mulheres com pouca escolaridade, que estão cursando programas de Alfabetização, mulheres que voltaram a estudar depois de uma pausa para escolarizarem os filhos e mulheres que nunca se afastaram da escola e hoje trabalham nela como educadoras. Critério organizador da amostra a posteriori, a migração – de espaço e/ou de sentido - une essas mulheres. A escolha da Etnometodologia orientou o percurso investigativo e, dentre os procedimentos metodológicos adotados, devem ser destacados os roteiros de pesquisa respondidos por escrito, entrevistas individuais gravadas em áudio, elaboração do diário de campo e categorização dos sentidos atribuídos que compuseram o imaginário instituído e instituinte O objeto da investigação permitiu compreender quais os sentidos que este grupo de mulheres atribui à escola – sentidos já instituídos socialmente, restritos à funcionalidade instrumental de escola –, e a produção de outros ainda não instituídos – inscritos no campo da arte, da paixão, do sonho, da superação, da auto-estima, dos relacionamentos interpessoais e do movimento. A partir dessa polissemia foi possível contrariar hipóteses afirmadas pelo olhar moderno e acadêmico; foi possível também uma aproximação aos sentidos ainda não instituídos, desejos de escola que a tornam maior do que é: o elogio da escola.
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Tecendo a alfabetização no chão da escola seriada e ciclada: a fabricação das práticas de alfabetização e a aprendizagem da escrita e da leitura pelas criançasCRUZ, Magna do Carmo Silva 31 January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / O presente trabalho investiga a fabricação das práticas de alfabetização pelas professoras e a apropriação da escrita e da leitura pelas crianças dos três anos iniciais nas escolas organizadas em séries e ciclos, levando em conta o cotidiano escolar e as orientações da política educacional dos municípios investigados. Para tanto, algumas atividades foram realizadas: (i) identificação das estratégias oficiais propostas nos municípios para o desenvolvimento das práticas de alfabetização; (ii) avaliação da apropriação da escrita e da leitura pelas crianças; (iii) análise da fabricação das práticas de alfabetização por parte das professoras, visando à aprendizagem da escrita e da leitura pelas crianças; e, finalmente, (iv) discussão dos elementos que poderiam caracterizar estas metodologias de alfabetização. O elemento motivador para a presente investigação é a constatação de que, apesar da ampliação do processo de alfabetização para três anos, tanto nas escolas em ciclos como em séries, os índices oficiais referentes à qualidade da alfabetização das crianças nestas instituições ainda se apresentam de forma precária. Durante a elaboração deste trabalho, foram desenvolvidas três discussões teóricas: (1) reflexão sobre a relação entre a organização escolar e a alfabetização; (2) a reflexão sobre a progressão e a elaboração de expectativas de aprendizagens na alfabetização; e (3) a reflexão sobre a fabricação das práticas de alfabetização e a construção do cotidiano. A pesquisa foi desenvolvida nos três anos iniciais do Ensino Fundamental, em duas escolas (série e ciclos), com seis professoras e suas crianças. Os procedimentos metodológicos adotados: análise documental, entrevistas, observações em sala, diagnose de escrita (palavras e texto) e leitura (palavras, frases e textos) com as crianças no início, meio e fim de ano. Os resultados indicaram em relação à análise curricular que a proposta curricular do município de Camaragibe-PE apresenta-se organizada em torno dos eixos de forma articulada, aprofundada e sistematizada, possibilitando que as professoras tenham expectativas para a aprendizagem em cada ano do ciclo fundamental; já a proposta curricular do Recife-PE não apresenta de forma clara o que propõe para os três anos da alfabetização bem como não delimita as expectativas ao longo do processo. Apesar de pautarem-se em orientações oficiais diversas, a análise das práticas indicou que as professoras, de ambas as escolas, tinham metodologias semelhantes quanto ao ensino da leitura e da escrita em uma perspectiva de alfabetizar letrando. Sendo assim, foi-nos possível traçar alguns elementos que caracterizavam o “perfil alfabetizador” das mesmas, tais como: estabelecimento de uma rotina de atividades como elemento estruturante da prática; adoção de recursos diversificados; consideração da afetividade nas relações; busca pela progressão do ensino e estabelecimento de expectativas a cada ano; proposição de atividades que buscavam promover a apropriação, a consolidação e a sistematização da leitura e da escrita, apesar de ainda não apresentarem aprofundamento em relação à leitura e à produção textual; consideração da diversidade de agrupamentos, atendimento ajustado às crianças e posturas avaliativas em transição. A variável organização escolar não foi determinante para a efetivação da prática; as professoras fabricaram taticamente suas metodologias de ensino por serem comprometidas com a aprendizagem de todas as crianças. Em relação às aprendizagens, os resultados não apontaram uma diferença significativa nos Perfis Inicial e Final, entre as turmas de mesmo ano escolar; todas as turmas de mesmo ano escolar terminaram o ano letivo “tecnicamente iguais”. Porém, a análise qualitativa dos dados nos indicou que as crianças retidas no 2º ano da Escola Seriada estavam com o mesmo Perfil Final das que foram aprovadas nos 3º anos na Escola Ciclada e Seriada. Estas constatações corroboram a ideia de que a retenção no sistema seriado pode prejudicar as crianças da Escola Seriada em relação ao seu avanço na escolaridade sem de fato proporcionar aprendizagens.
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Cotidiano escolar: como professores alfabetizadores organizam seu trabalho pedagógico?Silva, Sandra Cristina Oliveira da 30 August 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-08-30 / Defendemos que o trabalho pedagógico no ciclo de alfabetização pode ser organizado a partir dos eixos de ensino da Língua Portuguesa e, se assim for organizado, proprocionará um ensino qualitativo e significatico no processo de alfabetização. Desta forma, nessa pesquisa, tivemos como objetivo analisar como as professoras do 1º ano do ciclo de alfabetização organizam seu trabalho pedagógico para o processo de ensino do sistema de escrita alfabética, auxiliando os alunos a se apropriarem desse sistema de escrita. Para atingir esse objetivo realizamos observações de aulas e entrevistas semi-estruturadas de 2 (duas) professoras de turmas do 1º anodo ciclo de alfabetização. Foram observadas 30 aulas (15 de cada professora). A pesquisa foi realizada em 2 (duas) escolas públicas: uma da rede municipal de ensino da cidade do Paulista-PE e uma da rede municipal de ensino da cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE. Durante as aulas foram observados os seguintes aspectos: 1) a rotina das professoras participantes; 2) as formas de organização das salas de aula; 3) as formas de agrupamento dos alunos para a realização das atividades; 4) o tempo pedagógico utilizado pelas duas professoras em suas aulas; 5) as atividades de apropriação do sistema de escrita alfabética realizadas pelas professoras. Em todas as aulas foram realizadas gravações em áudio, transcritas na íntegra. Além das gravações, realizamos relatórios das aulas observadas e analisamos todos os dados, tendo como base a técnica de análise de conteúdo. Os resultados apontaram que a rotina de trabalho das professoras apresentaram algumas atividades em comum e atividades específicas realizadas por cada professora. Os dados revelaram indícios de que as professoras realizaram um trabalho voltado para as propostas de alfabetização sugeridas pelos municípios onde lecionam, no entanto, elas fabricaram “táticas” para adequar algumas dessas atividades, propostas pelos projetos e programas, às necessidades das suas turmas. As formas de agrupamento dos alunos nas atividades foram diversificadas. A organização do espaço da sala de aula, das professoras, não sofreram muitas mudanças, e apresentaram sempre uma organização fixa durante a realização das atividades. Em relação ao tempo pedagógico, foi observado que na maioria do tempo dedicado ao ensino da Língua Portuguesa as professoras realizaram atividades de apropriação do sistema de escrita ficando os outros eixos de ensino prejudicados. Os resultados, em relação aos tipo de atividades realizadas pelas professoras no ensino da Língua Portuguesa, indicaram que é preciso haver uma maior sistematicidade dessas atividades no trabalho das duas professoras. Os resultados sugeriram que as professoras precisam refletir mais sobre a organização do seu trabalho pedagógico, acrescentando em suas rotinas pedagógicas mais atividades de reflexão sobre o sistema de escrita, para que essas atividades apareçam com mais sistematicidade.
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Educação Infantil: um estudo das relações entre diferentes práticas de ensino e conhecimentos das crianças sobre a notação alfabéticaCABRAL, Ana Catarina dos Santos Pereira 30 August 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-08-30 / Nossa pesquisa teve como objetivo investigar a prática de professoras da
Educação Infantil (crianças de 5 anos), a fim de compreender as relações entre
prática de ensino e os conhecimentos infantis sobre a notação alfabética, em
função de diferentes metodologias de ensino. Especificamente, nos interessava
identificar e analisar quais atividades as professoras investigadas diziam
priorizar para que seus alunos refletissem sobre o Sistema de Escrita
Alfabética; compreender a prática das professoras, o cotidiano de suas salas
de aula e entender por que as docentes realizaram determinadas atividades,
por que elas agiram de tal forma; identificar e analisar quais atividades as
professoras investigadas utilizavam de fato, para que seus alunos refletissem
sobre o Sistema de Escrita Alfabética; identificar os conhecimentos das
crianças quanto à notação alfabética, e qual a possível relação de tais
conhecimentos com o tipo de ensino recebido. Selecionamos duas escolas do
município do Recife que priorizavam o ensino da língua numa perspectiva de
reflexão sobre a escrita alfabética e de ampliação do letramento, uma
atendendo a um grupo sociocultural médio (escola particular) e outra
atendendo a alunos de meio popular (escola pública); duas escolas no
município de Garanhuns, que priorizavam a leitura, produção de textos e
reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, ensinados de maneira
convencional, sendo também uma particular e outra pública, que atendiam a
grupos socioculturais equivalentes aos do Recife. Utilizamos três
procedimentos metodológicos: a) Observações participantes das aulas
ministradas pelas professoras (15 observações em cada turma), no início, no
meio e no final do ano letivo; b) Entrevista semi-estruturada, no final do ano, a
fim de examinar quais concepções permeavam a prática das professoras sobre
o ensino do sistema de escrita alfabética e da linguagem escrita e identificar e
analisar quais atividades as professoras investigadas diziam priorizar para que
seus alunos refletissem sobre o Sistema de Escrita Alfabética e sobre os usos
e funções da escrita. c) Aplicação de Sondagens com os alunos, também no
início, no meio e no final do ano. As crianças, nesses momentos, foram
solicitadas a fazer 6 tarefas. Realizamos, inicialmente, um “ditado de palavras”,
a fim de avaliar as hipóteses de escrita. Em seguida, solicitamos a “escrita de
letras e palavras que existem e não existem”, a fim de identificar como as
crianças compreendiam certas propriedades ou restrições do sistema de
escrita alfabético e o nível de explicitação do aprendiz sobre esse
conhecimento. Por fim, realizamos três tarefas de consciência fonológica
(identificação de palavras que começam com a mesma sílaba, identificação de
palavras que rimam e identificação de palavras maiores), a fim de avaliar a
evolução dos alunos nessas habilidades metalinguísticas. Os dados revelaram
que as turmas que mais avançaram foram aquelas em que as professoras
realizaram um trabalho sistemático, envolvendo o ensino da notação escrita, a
partir de diferentes atividades de reflexão sobre o SEA, de forma lúdica e
articulado às práticas de letramento. No entanto observamos que, apesar de as
professoras considerarem o ensino da produção de texto importante, as
mestras não consideravam esse eixo como foco da educação infantil. Ao longo
deste estudo, também percebemos a necessidade de repensar e reinventar as
metodologias para ensinar a escrita alfabética na educação infantil. Dessa maneira, defendemos que não podemos eliminar o ensino da escrita dentro das
turmas de educação infantil, com o argumento de que as crianças dessa faixa
etária devem viver em um ambiente lúdico, distantes de qualquer relação com
o ensino da linguagem escrita, estando de acordo com Brandão e Leal (2010),
Morais (2012), Ferreiro (1993). Nosso objetivo é o de defender que as crianças
da Educação Infantil, das redes públicas de ensino, de grupos socioculturais
menos privilegiados também têm o direito de refletir sobre a notação escrita, de
iniciar a compreensão sobre o funcionamento do sistema de escrita alfabética,
aprender o que a escrita nota e como a escrita cria notações. Nosso estudo
revelou que, desde o final da educação infantil, as crianças demonstram
interesse em compreender como a escrita funciona e podem ser ajudadas a
desenvolver uma série de conhecimentos, tanto relativos aos aspectos
conceituais quanto aos convencionais da escrita alfabética. No que diz respeito
à relação entre o tipo de ensino recebido e o desenvolvimento das habilidades
metafonológicas, identificamos que o que determinou o alto desempenho dos
alunos nas diferentes tarefas propostas não foi o nível sociocultural, mas a
didática das professoras. As turmas que realizaram um trabalho sistemático
envolvendo a reflexão sobre as unidades que compõem a palavra, a partir de
textos que exploram o extrato sonoro da língua, foram as que mais avançaram.
Nosso estudo sugere que o desenvolvimento das habilidades fonológicas na
educação infantil favorece que as crianças, desde cedo, iniciem o processo de
compreensão do SEA e deve urgentemente ser encarado como um dos eixos
centrais de ensino da notação escrita nessa etapa da educação.
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O Realismo Nominal e a arbitrariedade simbólica na aquisição dos sistemas notacionaisNOBRE, Alena Pimentel Mello Cabral 25 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-25 / CNPQ / Lidar com a arbitrariedade simbólica parece ser difícil no início da infância. É preciso que a criança compreenda que o nome não tem valor intrínseco. Estudos da década de 80 revelaram que a dificuldade da criança em perceber arbitrariedades simbólicas, expressa através do Realismo Nominal, poderia interferir na aquisição e compreensão inicial do sistema notacional alfabético. Supõe-se, aqui, que é igualmente possível que interfira na aquisição do sistema notacional numérico. Sendo assim, nesta investigação buscou-se compreender se há relação entre a apropriação dos sistemas notacionais e a arbitrariedade simbólica. Além disso, propôs-se a averiguar se intervenções explicitas sobre o Realismo Nominal e o sistema de numeração decimal, poderiam facilitar a apreensão da criança sobre a natureza arbitrária dos signos e, consequentemente, a apropriação do sistema notacional alfabético e numérico. A amostra foi composta por 73 crianças entre 4 e 5 anos de idade, oriundas de uma escola particular numa região metropolitana da cidade do Recife. Foram aplicadas atividades relativas à escrita de palavras e números, consciência fonológica, Realismo Nominal, substituição simbólica e comparação numérica. Posteriormente, a amostra foi dividida em dois grupos: controle (GC) e experimental (GE). No intervalo de uma semana, o GE recebeu duas intervenções relativas à compreensão da arbitrariedade simbólica, sendo uma relativa ao sistema alfabético e a outra, ao numérico. O GC recebeu o mesmo número de intervenções do GE, entretanto, em nenhuma delas houve qualquer tipo de estimulação relativa à arbitrariedade do sistema simbólico, embora resguardassem conhecimentos relativos à área de linguagem e matemática. Após a intervenção, eram aplicados pós-testes baseados nos mesmos critérios de medidas utilizados anteriormente. A análise dos resultados apontou que a dificuldade em lidar com arbitrariedade simbólica e a presença do Realismo Nominal são variáveis que se correlacionam entre si (rho = .269, p=.024) e entre as variáveis de hipótese de escrita (rho = .354, p= .003), e consciência fonológica (rho=.287, p=.017) Apresentaram valores estaticamente significativos também às correlações de Spearman entre hipótese de escrita e os níveis das estratégias de escrita numérica (rho=.455, p=.000), bem como Realismo Nominal e a escrita numérica (rho=.270, p=.021) e o número de acertos na atividade de comparação numérica (rho=.299, p=.011). Como acréscimo, os resultados também esclareceram que intervenções explícitas sobre contagem silábica e valor posicional da dezena, favorecem o melhor desempenho nas atividades relativas ao confronto acerca do tamanho das palavras no teste de Realismo Nominal e dos números, nas atividades de comparação numérica. Entretanto, demonstraram também que esse avanço não significou progresso na compreensão de importantes princípios dos sistemas notacionais, nem progresso nos níveis de leitura e escrita. / Dealing with symbolic arbitrariness seems to be difficult in early childhood. It is necessary that the child understands that names have no intrinsic value. Studies in the 80´s revealed that the child's difficulty in perceiving arbitrary symbolism, expressed through Nominal Realism, could interfere in the acquisition and initial understanding of the alphabetic notational system. It is assumed here that it is also possible its interference in the acquisition of the numerical notational system. Thus, this research aimed to understand a possible relation between arbitrariness and the notational systems. Furthermore, it was investigated if explicit interventions about nominal realism and the decimal numbering system could facilitate the apprehension of the arbitrary nature of signs, and therefore the appropriation of the alphabetic and numeric notational systems. The sample consisted of 74 children between 4 and 5 years old, coming from a private school in Recife. A number of activities were applied, including: writing words and numbers, phonological awareness, nominal realism, symbolic substitution and numeric comparison. Subsequently, the sample was divided into two groups: control (CG) and experimental (EG). In the interval of a week, EG received two interventions related to the understanding of numerical and alphabetical symbolic arbitrariness. The CG received the same number of interventions as GE; however, in none of them there were any stimulation about the comprehension of arbitrariness, although there were interventions about language and mathematics. After the intervention, post-tests were applied based on the same criterias of measurement that had been previously defined. The results indicated that the difficulty in dealing with the symbolic arbitrariness and the presence of nominal realism are correlated with each other (rho = .269, p = .024) and between the variables of writing hypothesis (rho = .354, p = .003), and phonological awareness (rho = .287, p = .017). Values were statistically significant in Spearman correlations between writing hypothesis and levels of numerical writing strategies (rho = 0.455, p = 0.000). Nominal realism and numerical written strategies also presented statistical significance (rho = .270, p= .021), as well as occurred with the number correct items selected by the children during the numerical comparison activity (rho = .299, p = .011). In addition, the results also clarified that explicit interventions on syllabic count and place value, had promoted better performance in activities related to the size of the words in the test of nominal realism and the numerical comparison activities. However, it has also showed that this advancing has not meant progress in the understanding of important principles of notational systems or in reading and writing performance.
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O atendimento a crianças com dificuldades de alfabetização : práticas de professores e material didático do programa Se LigaDOURADO, Viviane Carmem de Arruda 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Secretaria de Educação de Pernambuco / Esta pesquisa analisou o Programa de Correção de Fluxo Se Liga , desenvolvido na Rede Pública de Ensino de PE, a fim de identificar suas concepções de ensino e aprendizagem e efeitos de suas práticas na aprendizagem dos alunos no que concerne ao domínio do sistema de escrita alfabética (doravante, SEA), e das capacidades de leitura e produção textual. A pesquisa foi desenvolvida em duas turmas: uma na cidade de Camaragibe e outra na cidade de São Lourenço da Mata, ambas no estado de Pernambuco. Durante um ano letivo, utilizamos como procedimentos metodológicos a análise documental, observações de aulas, entrevistas semi-estruturadas e mini-entrevistas, aplicação de pré-testes e pós-testes diagnósticos. Os resultados da pesquisa revelaram que o programa Se Liga tem seu ensino pautado no método silábico de alfabetização, demonstrando uma concepção associacionista de aprendizagem, tanto no material didático (cartilha e caderno de exercícios de alfabetização) quanto nas práticas propostas às docentes, que deveriam seguir fielmente as atividades do programa. No entanto, a análise das práticas revelou que ambas as professoras não se limitaram ao material do Se Liga e, com algumas variações, acrescentaram um grande número de atividades suplementares ao material disposto pelo programa. Especialmente a professora 1, inovou bastante, criando tarefas diferenciadas para seus alunos com distintos níveis de aprendizagem. Os resultados demonstraram ainda que um grande percentual de alunos das turmas avaliadas ingressaram no programa Se Liga já na hipótese alfabética de escrita e com um desempenho considerável em leitura (de palavras, frases e textos) e menor em produção de textos. Entretanto, considerando o perfil inicial das turmas avaliadas, destacamos, além da não necessidade de esses estudantes terem frequentado as turmas do Se Liga , o pouco avanço das aprendizagens desses e dos demais alunos, tanto na apropriação do SEA quanto na consolidação da alfabetização, elemento quase ausente nas práticas observadas
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Alfabetização: evolução de habilidades cognitivas envolvidas na aprendizagem do sistema de escrita alfabética e sua relação com concepções e práticas de professoresMaria Soares Bezerra Rios Leite, Tânia 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esse trabalho buscou analisar a evolução de habilidades cognitivas envolvidas na
aprendizagem do sistema de escrita alfabética e sua relação com concepções e
práticas de professores. Como objetivos específicos, nos propusemos a analisar: a)
como as professoras alfabetizadoras realizam sua atuação docente, frente às
estratégias orientadas para o trabalho de apropriação do sistema de escrita; b)
como a compreensão do funcionamento do alfabeto evolui ao longo do ano letivo
(estágio de escrita) entre os alunos de duas turmas de alfabetização; c) como as
habilidades fonológicas evoluem ao longo do ano letivo e identificar como se
relacionam à evolução dos estágios de escrita e ao conhecimento do nome das
letras; d) como o conhecimento do nome das letras evolui ao longo do ano letivo e
como se relaciona à evolução dos estágios de escrita e das habilidades de reflexão
fonológica; e) como práticas pedagógicas diferentes de duas professoras de Rede
Pública de Ensino influenciariam o desenvolvimento da psicogênese (compreensão
da escrita alfabética), das habilidades de reflexão fonológica e o conhecimento do
nome das letras, durante a aprendizagem da leitura e da escrita. Nos apoiamos,
sobretudo, nos estudos sobre consciência fonológica, na teoria da psicogênese da
língua escrita, nos estudos sobre o papel do conhecimento do nome das letras na
alfabetização, bem como nas contribuições da teoria da fabricação do cotidiano
escolar e da perspectiva da apropriação dos saberes da ação docente. Em três
ocasiões, durante o ano letivo de 2008, examinamos 40 crianças, alunos do 1º ano
do 1º ciclo de duas escolas da Rede Pública Municipal de Recife, oriundos de grupo
sociocultural desfavorecido. Em cada ocasião, estes sujeitos respondiam a: I)
atividades de escrita espontânea, para identificar o nível de compreensão da escrita
alfabética, II) três atividades de conhecimento de letras (nomeação, identificação e
produção; III) doze diferentes atividades de reflexão metafonológica. O
acompanhamento das duas professoras foi realizado no período de fevereiro a
dezembro de 2008, correspondendo ao total de 40 observações (20 dias para cada
professora) durante todo o ano letivo. Esse universo nos permitiu apreender certas
variações e especificidades das concepções e práticas das docentes, a partir de
alguns eixos do ensino de língua (Sistema de Escrita Alfabética, Leitura e Produção
de textos). Os resultados mostraram que: 1) com relação à evolução da
compreensão do sistema de escrita alfabética, as crianças de ambas as escolas, de
um modo geral, evoluíram consideravelmente da primeira à última coleta, não
ocorrendo nenhuma regressão; 2) as crianças de ambas as escolas, em todas as
três coletas, tiveram rendimentos mais altos na tarefa de Nomeação que nas
demais tarefas sobre letras. Por sua vez, a tarefa de Identificação foi menos
complexa que a tarefa de Produção de letras e não foram significativas as
diferenças das duas turmas, nas três tarefas de conhecimentos de letras, durante
quase todo o ano letivo; 3) os níveis de escrita estiveram correlacionados
significativamente com os resultados nas tarefas sobre conhecimentos de letras, em
todas as etapas do ano letivo. À medida que as crianças avançavam em seus
diferentes níveis de escrita, a tendência era crescer o número de acertos, mas não
parecia haver nenhuma relação causal direta entre conhecer letras e ter
desenvolvido hipóteses mais avançadas de escrita. 4) No tocante à dificuldade das
diferentes tarefas de CF, esta se apresentou em vários níveis, partindo de alguns
muito simples (por exemplo, na separação oral e contagem de sílabas) para outros
muito complexos, como verificado nas habilidades das crianças em analisar e segmentar fonemas. Quanto à relação entre o desempenho nas habilidades
fonológicas e a evolução das hipóteses de escrita, os resultados nos mostraram que
as crianças com níveis mais avançados de compreensão do sistema de escrita
alfabética de ambas as escolas tendiam a apresentar melhores desempenhos na
maioria das tarefas metafonológicas, embora alguns sujeitos ainda sem hipótese
alfabética também se saíssem bem naquelas tarefas. Também verificou-se que o
conhecimento de letras correlacionou-se positivamente com todas as tarefas de
consciência fonológica, durante todo o ano letivo e que as práticas pedagógicas nas
duas escolas não teriam produzido diferenças significativas nos desempenhos das
crianças nas tarefas metafonológicas. 5) Finalmente, encontramos, algumas
similaridades na prática das docentes, mas, também, diferenças nas soluções
didáticas fabricadas para ensinar a notação alfabética. Cada docente encaminhava
diferentemente o processo de alfabetização, não só no que concerne ao ensino das
correspondências grafofônicas, mas, também, quanto às relações que estabeleciam
entre o ensino da escrita alfabética e a realização de práticas de leitura e produção
de textos
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