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Vosmecê assim fica cego : o personagem-leitor nos contos de Machado de AssisBreunig, Rodrigo de Avelar January 2006 (has links)
Este estudo levanta, registra, põe em contexto e organiza em estatísticas todas as principais passagens em que, em todos os 207 contos conhecidos que Machado de Assis publicou, os personagens desses contos lêem livros ou têm hábitos de leitura de livros referidos. O objetivo dos levantamentos propostos neste trabalho é demonstrar a recorrência insólita e expressiva, ainda não pesquisada na fortuna crítica do autor, com que esses personagens, aqui chamados personagens-leitores – os personagens que o enredo do conto identifica como leitores de livros – aparecem, manifestam-se em vários sentidos e ganham espaço considerável nas narrativas curtas de Machado. Depois de delinear um panorama histórico sobre as condições de circulação de livros e sobre os hábitos de leitura de livros no Rio de Janeiro em que Machado de Assis viveu – a partir dos papéis condutores exercidos por leitores, pelos livros, pelos autores, pelos tradutores e pelos editores do Brasil da segunda metade do século XIX –, este estudo resenha objetivamente, reproduzindo trechos e observando a função do personagem- leitor em cada narrativa, 123 contos de Machado em que personagens lêem livros ou aparecem como leitores de livros. O inventário realizado neste trabalho identifica e classifica livros e autores lidos, origem idiomática das literaturas lidas, leituras não-literárias, modos de leitura, padrões de modos de leitura em diferentes contos, o livro como objeto, idade e posição social do leitor, quantidade de personagens-leitores e de contos com personagens-leitores, leituras masculinas e leituras femininas, livros e autores e romances mais lidos, títulos de romances, conteúdos de romances, data de publicação do conto, época em que se passa a história narrada no conto, periódico ou coletânea em que o conto foi publicado, preços de livros lidos, leituras não-identificáveis e leituras identificáveis por assunto ou título ou autor, quantidade de contos em que é lido autor ou título ou literatura ou tipo de livro, e opiniões e pensamentos de personagens a respeito de leituras e de hábitos de leitura de livros. / This study surveys, registers, contextualizes and organizes in statistics all the main passages in which, of all 207 known short stories published by Machado de Assis, the stories’ characters appear reading books or have their book-reading habits referred. The surveys proposed in this work intend to show the extraordinary and expressive frequency, not yet examined in the studies about the author’s works, in which these characters, here called reader-characters – the characters that the short story’s plot identifies as readers of books –, appear, manifest themselves and receive considerable space in Machado’s short narratives. After outlining a historical panorama about the conditions at which occur the circulation of books and about book-reading habits in the city where Machado lived, Rio de Janeiro – considering the leading roles practiced by readers, books, authors, translators and editors in the second half of the 19th century, in Brazil –, this study examines objectively, in reviews, 123 Machado’s short stories that have reader-characters or references to characters that read books. The inventory brought about in this study identifies and classifies books and authors read, idiomatic origin of literatures read, non-literary readings, reading manners, patterns of reading manners in different short stories, the book as an object, age and social situation of the reader, amount of reader-characters and of short stories with reader-characters, female and masculine readings, most read books and authors and novels, novels’ titles, novels’ subjects, short story’s first publication date, period of history in which takes place the story’s plot, periodical or anthology that published the story, prices of books read, non-specified readings and readings specified by subject or author or title, amount of stories in which is read some author or title or literature or type of book, and characters’ opinions and thoughts on readings and on book-reading habits.
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Machado de Assis e a ironia : estilo e visão de mundoPerrot, Andrea Czarnobay January 2006 (has links)
Partant de l’étude de la théorie de l’ironie, et de l’ironie littéraire en particulier, ce travail a cherché à identifier les éléments constitutifs de l’ironie dans l’oeuvre de Machado de Assis, et ce à travers l’analyse de certaines de ses chroniques et nouvelles. De là est apparue une identité de cet écrivain jusqu’alors implicite, à savoir une identité romantique, perçue et configurée par la présence de l’ironie romantique sur la base structurelle, stylistique et de contenu de ses oeuvres. Ainsi, ce travail montre que l’ironie, prise comme caractéristique principale de ladite période « mûre » de Machado de Assis (ou période réaliste), est en réalité un héritage du mouvement romantique européen. Elle est présente dans l’ensemble de son oeuvre, y compris dès ses premiers écrits – la période « initiale », classifiée péjorativement de période romantique et considérée par beaucoup comme moins importante. L’analyse de son oeuvre a permis de poser l’hypothèse d’une sorte de « plan de l’ironie machadienne », mise en évidence à partir du relevé des manifestations ironiques, c’est-à-dire de la réalisation textuelle du procédé ironique littéraire. Un tel « plan de l’ironie machadienne » se compose, en grande partie, des préceptes romantiques autour de la configuration littéraire de l’ironie. / A partir do estudo da teoria da ironia e da ironia literária, em especial, este trabalho buscou identificar os elementos constitutivos da ironia machadiana através da análise de algumas crônicas e contos de Machado de Assis. Encontramos, após esta fase, uma identidade até então implícita na literatura desse escritor, qual seja, uma identidade romântica, percebida e configurada pela presença da ironia romântica na base estrutural, estilística e de conteúdo de suas obras. Sendo assim, este trabalho propõe, baseado principalmente na análise do texto machadiano, que sua ironia, tomada como característica principal da chamada fase “madura” do escritor Machado de Assis (ou fase realista) é, na verdade, herdada do movimento romântico europeu. Por isso, está presente em toda a obra machadiana, desde seus primeiros escritos, considerados por muitos como menores, pertencendo a sua fase “inicial”, classificada pejorativamente como sendo sua fase romântica. Além disso, após a realização do trabalho de análise de suas obras, chegamos a uma espécie de “mapa da ironia machadiana”, elencando as manifestações de tal ironia, ou seja, como se dá a realização textual do procedimento irônico literário especificamente nas obras machadianas. Tal “mapa da ironia machadiana” contempla, em grande parte, os preceitos românticos acerca da configuração literária da ironia.
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A paternidade em Dom Casmurro : ocultamentos e revelaçõesCelidonio, Eni de Paiva January 2006 (has links)
Levantamento de alguns pressupostos que levam a efetuar uma análise do romance sob a perspectiva da paternidade, considerando-a como uma narrativa calcada no problema de poder e autoridade do pai, que se perdiam com o aumento da inclusão das mulheres nos papéis sociais, no período final da monarquia no país. Análise do conflito entre masculino e feminino, para além da questão de gênero, abordando o conflito que se instaurou no país entre Segundo Reinado e República. Leitura do romance a partir de uma interlocução entre Literatura e História, no contexto em que o romance foi produzido - de transição do regime monarquista para o regime republicano. Análise de Dom Casmurro, partindo do pressuposto de que o ponto de vista integra a proposta social e material da narração ao método estético da narrativa. Leitura da paternidade em três níveis: a paternidade biológica – o enunciado, a paternidade textual – a enunciação e a paternidade histórica – o diálogo entre o texto e seu contexto histórico. / The raising of some assumptions which lead to a reading of the book which highlights the concept of fatherhood as a narrative centered on the question of the father’s authority and power, which became less strong as woman’s inclusion in social roles started to take place, in the country, by the end of the Monarchy. The conflict between male and female is not only a gender issue, but it also represents the tension established in the country between the Second Period of Monarchy and the Republic. Hence, the accounting of the historical context of transition from the Monarchy to the Republican regime within which the novel was produced and the narrative as an interlocution between literature and history. Assuming that poin of view constitutes the material and social principle of narration and the narrative aesthetic method, the investigation of the concept of fatherhood in three levels: biological paternity – utterance, and textual paternity – enunciation and historical paternity – the dialogue between text and its historical context.
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Visões do agregado em Machado de Assis / Machado de Assis and the “agregado”Assis, Flávia Gieseler de 12 1900 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2007. / Submitted by Luis Felipe Souza (luis_felas@globo.com) on 2008-12-12T18:06:41Z
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Dissertacao_2007_FlaviaGieselerAssis.pdf: 547236 bytes, checksum: acdce5f5ddcc5c64f9d26d716111e9c9 (MD5) / Approved for entry into archive by Georgia Fernandes(georgia@bce.unb.br) on 2009-02-18T19:10:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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Dissertacao_2007_FlaviaGieselerAssis.pdf: 547236 bytes, checksum: acdce5f5ddcc5c64f9d26d716111e9c9 (MD5) / Nos romances de Machado de Assis aparece com freqüência a figura do
agregado. Agregado era o indivíduo livre e pobre que necessitava viver às sombras de um senhor para a manutenção de sua existência. Na sociedade brasileira do século XIX, o modo de produção escravista e monocultor, tirava do homem livre praticamente todas as possibilidades de integração à produção mercantil. Sem ter como se sustentar, e vivendo em um país em que o domínio dos senhores sobrepujavam a impessoalidade das leis, o vínculo criado com estes senhores era, muitas vezes, a única forma que possuíam para garantir a sobrevivência. A sua situação frágil o privava, muitas vezes, de um existir autônomo. A proximidade e quase familiaridade com senhor, o colocava em uma situação ambígua: ao mesmo tempo tinha reconhecidos seus predicados humanos e lhe era atribuída desclassificação social. As ambigüidades da vida agregada possibilitam uma multiplicidade de ações e acomodações que são bastante exploradas por Machado de Assis em seus romances. Utilizando a obra de Machado de Assis, esse trabalho buscou explorar as possibilidades de articulação entre essas duas esferas sociais. A estrutura histórica forjou o autoritário pensamento senhorial; As doutrinas do além-mar (positivismo, realismo,
naturalismo), ajudaram a validar sua crença de superioridade. Ao agregado, que não podia contar com as normas impessoais, restou a tentativa de sobreviver sem poder contestar diretamente uma ordem rigidamente hierarquizada. Imobilizado por essa hierarquia, ele encontraria na manipulação da vontade senhorial sua única alternativa de alcançar seus interesses. Se as doutrinas cientificistas da época – as mesmas usadas como justificativa de dominação por parte dos senhores – percebiam o indivíduo de forma animalesca e, portanto, descaracterizava o agregado como um agente social, Machado de Assis resgatava
o ser moral permitindo a ele o direito ao cálculo e a perfídia. Essa era mais uma sutileza do pessimismo irônico de Machado de Assis: a capacidade de humanizar por meio da relativização. Machado de Assis não negou os indivíduos. Sua obra mostrou que a luta pelo poder, por interesses pessoais e pela autonomia perpetuam, posto que a sociedade seja rigidamente hierarquizada. Afinal, antes de ser hierárquica ela é dinâmica; seja nos romances de Machado de Assis, seja nos conflitos da vida real. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / In the romances from Machado de Assis the “agregado” appear quite often. “Agregado” is denomination for the free poor man who was forced to live under a Master’s protection. At the19th century Brazilian society, the slavery and mocultural system of production take from the free poor man all the possibilities he had to get integrated to the productive system. As a consequence the free poor man could not afford his own expenses; also he was unprotected by State once that the political system was dominated by the land’s owners oligarchies. His only alternative to survive was to be linked to those powerful men.
The autonomy of the “agregado” was null. However, he lived quite close from the
Masters; close enough to share his familiar life. By on hand the “agregado” was considerated as someone close to the master who he was liked, by the other hand he was
his social status was debased. This double situation allowed the “agregado” to lead the
live in a several different ways. He never acted directly against his masters wishes, but he tried to manipulated the situations in order to guarantee a bigger autonomy. The racialist theories from that time took the humanity from these kind of people. When Machado de Assis showed the manipulation’s capacity of the “agregado” he allowed this character to have a soul: his not a blind animal any more, but someone who fights to keep his own identity. In spite of the existence of a strong hierarchy at the Brazilian society the society still dynamic. Machado de Assis was able to revel this situation. That happens at his romances, that is not different at the real life.
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O diálogo entre narrador e narratário em contos machadianos e sua contribuição para a significaçãoArmange, Ana Helena Krause January 2004 (has links)
A partir do estudo de textos teóricos que definem a figura do narratário, o destinatário do narrador, representado dentro do texto, e cujo papel nos textos literários ainda é pouco estudado no âmbito da Literatura Brasileira, o trabalho propõe uma leitura dos contos de Machado de Assis a partir da relação estabelecida pelos emissores das narrativas com seus interlocutores. A investigação deste diálogo em “Miss Dollar”, “Ponto de vista”, “O espelho”, “Singular ocorrência”, “Galeria póstuma” e “O cônego ou metafísica do estilo” revela que ele instaura efeitos específicos no receptor empírico dos textos através do narratário, com cujos valores aquele tende a se identificar, como a aproximação em relação ao posicionamento do narrador e a verossimilhança da narrativa. O diálogo entre narrador e narratário é, portanto, fundamental na construção do sentido dos contos por parte do leitor real. Entretanto, apesar da relação entre os interlocutores textuais ser um instrumento utilizado pelo autor para determinar sua interpretação, uma revisão da fortuna crítica machadiana verifica que os recursos técnicos utilizados pelo autor na construção de suas narrativas raramente são relacionados ao conteúdo das mesmas, e que a influência do diálogo entre narrador e narratário não é considerada na recepção do texto pelos leitores. Assim, visa-se ampliar a gama de análises da obra de Machado de Assis, tendo em vista elementos discursivos, utilizados pelo autor a serviço da significação.
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Vosmecê assim fica cego : o personagem-leitor nos contos de Machado de AssisBreunig, Rodrigo de Avelar January 2006 (has links)
Este estudo levanta, registra, põe em contexto e organiza em estatísticas todas as principais passagens em que, em todos os 207 contos conhecidos que Machado de Assis publicou, os personagens desses contos lêem livros ou têm hábitos de leitura de livros referidos. O objetivo dos levantamentos propostos neste trabalho é demonstrar a recorrência insólita e expressiva, ainda não pesquisada na fortuna crítica do autor, com que esses personagens, aqui chamados personagens-leitores – os personagens que o enredo do conto identifica como leitores de livros – aparecem, manifestam-se em vários sentidos e ganham espaço considerável nas narrativas curtas de Machado. Depois de delinear um panorama histórico sobre as condições de circulação de livros e sobre os hábitos de leitura de livros no Rio de Janeiro em que Machado de Assis viveu – a partir dos papéis condutores exercidos por leitores, pelos livros, pelos autores, pelos tradutores e pelos editores do Brasil da segunda metade do século XIX –, este estudo resenha objetivamente, reproduzindo trechos e observando a função do personagem- leitor em cada narrativa, 123 contos de Machado em que personagens lêem livros ou aparecem como leitores de livros. O inventário realizado neste trabalho identifica e classifica livros e autores lidos, origem idiomática das literaturas lidas, leituras não-literárias, modos de leitura, padrões de modos de leitura em diferentes contos, o livro como objeto, idade e posição social do leitor, quantidade de personagens-leitores e de contos com personagens-leitores, leituras masculinas e leituras femininas, livros e autores e romances mais lidos, títulos de romances, conteúdos de romances, data de publicação do conto, época em que se passa a história narrada no conto, periódico ou coletânea em que o conto foi publicado, preços de livros lidos, leituras não-identificáveis e leituras identificáveis por assunto ou título ou autor, quantidade de contos em que é lido autor ou título ou literatura ou tipo de livro, e opiniões e pensamentos de personagens a respeito de leituras e de hábitos de leitura de livros. / This study surveys, registers, contextualizes and organizes in statistics all the main passages in which, of all 207 known short stories published by Machado de Assis, the stories’ characters appear reading books or have their book-reading habits referred. The surveys proposed in this work intend to show the extraordinary and expressive frequency, not yet examined in the studies about the author’s works, in which these characters, here called reader-characters – the characters that the short story’s plot identifies as readers of books –, appear, manifest themselves and receive considerable space in Machado’s short narratives. After outlining a historical panorama about the conditions at which occur the circulation of books and about book-reading habits in the city where Machado lived, Rio de Janeiro – considering the leading roles practiced by readers, books, authors, translators and editors in the second half of the 19th century, in Brazil –, this study examines objectively, in reviews, 123 Machado’s short stories that have reader-characters or references to characters that read books. The inventory brought about in this study identifies and classifies books and authors read, idiomatic origin of literatures read, non-literary readings, reading manners, patterns of reading manners in different short stories, the book as an object, age and social situation of the reader, amount of reader-characters and of short stories with reader-characters, female and masculine readings, most read books and authors and novels, novels’ titles, novels’ subjects, short story’s first publication date, period of history in which takes place the story’s plot, periodical or anthology that published the story, prices of books read, non-specified readings and readings specified by subject or author or title, amount of stories in which is read some author or title or literature or type of book, and characters’ opinions and thoughts on readings and on book-reading habits.
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Machado de Assis e a ironia : estilo e visão de mundoPerrot, Andrea Czarnobay January 2006 (has links)
Partant de l’étude de la théorie de l’ironie, et de l’ironie littéraire en particulier, ce travail a cherché à identifier les éléments constitutifs de l’ironie dans l’oeuvre de Machado de Assis, et ce à travers l’analyse de certaines de ses chroniques et nouvelles. De là est apparue une identité de cet écrivain jusqu’alors implicite, à savoir une identité romantique, perçue et configurée par la présence de l’ironie romantique sur la base structurelle, stylistique et de contenu de ses oeuvres. Ainsi, ce travail montre que l’ironie, prise comme caractéristique principale de ladite période « mûre » de Machado de Assis (ou période réaliste), est en réalité un héritage du mouvement romantique européen. Elle est présente dans l’ensemble de son oeuvre, y compris dès ses premiers écrits – la période « initiale », classifiée péjorativement de période romantique et considérée par beaucoup comme moins importante. L’analyse de son oeuvre a permis de poser l’hypothèse d’une sorte de « plan de l’ironie machadienne », mise en évidence à partir du relevé des manifestations ironiques, c’est-à-dire de la réalisation textuelle du procédé ironique littéraire. Un tel « plan de l’ironie machadienne » se compose, en grande partie, des préceptes romantiques autour de la configuration littéraire de l’ironie. / A partir do estudo da teoria da ironia e da ironia literária, em especial, este trabalho buscou identificar os elementos constitutivos da ironia machadiana através da análise de algumas crônicas e contos de Machado de Assis. Encontramos, após esta fase, uma identidade até então implícita na literatura desse escritor, qual seja, uma identidade romântica, percebida e configurada pela presença da ironia romântica na base estrutural, estilística e de conteúdo de suas obras. Sendo assim, este trabalho propõe, baseado principalmente na análise do texto machadiano, que sua ironia, tomada como característica principal da chamada fase “madura” do escritor Machado de Assis (ou fase realista) é, na verdade, herdada do movimento romântico europeu. Por isso, está presente em toda a obra machadiana, desde seus primeiros escritos, considerados por muitos como menores, pertencendo a sua fase “inicial”, classificada pejorativamente como sendo sua fase romântica. Além disso, após a realização do trabalho de análise de suas obras, chegamos a uma espécie de “mapa da ironia machadiana”, elencando as manifestações de tal ironia, ou seja, como se dá a realização textual do procedimento irônico literário especificamente nas obras machadianas. Tal “mapa da ironia machadiana” contempla, em grande parte, os preceitos românticos acerca da configuração literária da ironia.
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A paternidade em Dom Casmurro : ocultamentos e revelaçõesCelidonio, Eni de Paiva January 2006 (has links)
Levantamento de alguns pressupostos que levam a efetuar uma análise do romance sob a perspectiva da paternidade, considerando-a como uma narrativa calcada no problema de poder e autoridade do pai, que se perdiam com o aumento da inclusão das mulheres nos papéis sociais, no período final da monarquia no país. Análise do conflito entre masculino e feminino, para além da questão de gênero, abordando o conflito que se instaurou no país entre Segundo Reinado e República. Leitura do romance a partir de uma interlocução entre Literatura e História, no contexto em que o romance foi produzido - de transição do regime monarquista para o regime republicano. Análise de Dom Casmurro, partindo do pressuposto de que o ponto de vista integra a proposta social e material da narração ao método estético da narrativa. Leitura da paternidade em três níveis: a paternidade biológica – o enunciado, a paternidade textual – a enunciação e a paternidade histórica – o diálogo entre o texto e seu contexto histórico. / The raising of some assumptions which lead to a reading of the book which highlights the concept of fatherhood as a narrative centered on the question of the father’s authority and power, which became less strong as woman’s inclusion in social roles started to take place, in the country, by the end of the Monarchy. The conflict between male and female is not only a gender issue, but it also represents the tension established in the country between the Second Period of Monarchy and the Republic. Hence, the accounting of the historical context of transition from the Monarchy to the Republican regime within which the novel was produced and the narrative as an interlocution between literature and history. Assuming that poin of view constitutes the material and social principle of narration and the narrative aesthetic method, the investigation of the concept of fatherhood in three levels: biological paternity – utterance, and textual paternity – enunciation and historical paternity – the dialogue between text and its historical context.
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O alienista e o mal-estar entre a razão e desrazão : "para que transpor a cerca?"Santos, Camila Backes dos January 2012 (has links)
Este trabalho se propõe a investigar a condição do mal-estar e a relação com a razão e a loucura através da leitura do conto de Machado de Assis, O Alienista. O diálogo que se estabelece é entre a psicanálise e a literatura, tendo como ponto de ancoragem o texto O Mal-Estar na Cultura” (1929/1930), de Sigmund Freud. Esta pesquisa busca ressaltar, na produção de Freud, momentos em que a ficção constituiu referência fundamental para a elaboração dos conceitos, diferente da psicanálise aplicada à literatura. Freud aponta que os escritores criativos eram capazes de, através do texto, presentificar o inconsciente e questões que diziam respeito aos impasses e interrogações importantes da condição humana. O conto machadiano foi sendo pensado também nas relações que podem ser estabelecidas com as ideias a respeito do contemporâneo, segundo abordagem de Giorgio Agamben, e também de clássico, pelo aporte sugerido por Ítalo Calvino. Através da metodologia psicanalítica, lançamos um olhar sobre as linhas de tensão que pudemos encontrar na ficção machadiana e na narrativa ficcional escrita em certo diálogo com O Alienista, o romance A Filha do Escritor, de Gustavo Bernardo. Destacamos, brevemente, a linha de tensão entre a razão/desrazão que despontava na virada do século XIX ao XX, e que continua a produzir interrogações em nosso tempo. Interessou-nos, assim, situar as soluções e os caminhos encontrados pelo homem para lidar com o sentimento de desamparo e a condição mal-estar. Pelo viés da ironia na forma da construção narrativa, Machado lança a pergunta: “Se as linhas de definição entre a razão e a desrazão estão perfeitamente delimitadas, para que transpor a cerca?”. / This study proposes to investigate the condition of discontent and its relation with reason and unreason through the reading of the book written by Machado de Assis, The Alienist. The dialogue is established between psychoanalyses and literature, taking as a start point the text Culture and its Discontents (1929/1930), by Sigmund Freud. In this research we highlight in the production of Freud the moments that fiction constitutes fundamental reference for the elaboration of concepts what is different from physicoanalyses applied to literature. Freud points out that creative writers, through the productions of text, were able to point out the unconscious and also the questions concerned to important interrogations of the human condition. Machado´s tale was thought also in the relation that could be established with the ideas that concern with the concept of contemporaneous, by Giorgio Agamben, and was also considered a classic according to the concept of Italo Calvino. Through the methodology of psychoanalysis, we launched a look at the power lines that we could found in Machado's fiction and also in fictional narrative written by Gustavo Bernardo called The Daughter of the Writer. We briefly highlighted the line of tension between reason/unreason that was looming at the turn of the nineteenth century to the twentieth century, and that continues to produce questions in our time. So that, we tried to situate the solutions and the paths found by man to cope with the helpless felling and the discontent solution. Trough the look of irony used in the narrative construction, Machado proposes the question: “If the boundaries of definition between reason and unreason are clearly delimited, why cross this line?”
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José de Alencar e Machado de Assis: um possível diálogo realista / José de Alencar Machado de Assis: a possible realistic dialogueGadelha, Dariana Paula Silva January 2014 (has links)
GADELHA, Dariana Paula Silva. José de Alencar e Machado de Assis: um possível diálogo realista. 2014. 132f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-05-20T12:50:48Z
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Previous issue date: 2014 / Realism was the aesthetic that opposed the romanticism and advocated a more veristic description of human facts and the customs of the period. However, although attempts are made to separate them tightly, it can be said that both have many factors in common. Following this idea, Afrânio Coutinho (1986) argues that realism is better a continuation than an opposition to romanticism, as they bring the man as the central issue. It is understood, therefore, that there is a confluence of characteristics between the aesthetics, because they present more human characters, those with vices and virtues; descriptions in order to provide truth to fiction, in a consistent way to reality; and because of the criticism to society. Thus, one should not consider the currentsas opposed, when in fact they interact and complement each other. In this sense, it is based on the problematic relationship between romanticism and realism that we will seek to establish a comparative analysis between the two most important writers of the period, José de Alencar and Machado de Assis, who made history, respectively, in the literary aesthetics aforementioned. Thus, based on the novel Senhora (1875), by José de Alencar, and Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880), by Machado de Assis, we aim to study the realistic traits verified in the mentioned works, thus ascertaining to what extent and how the authors approach and distance themselves, since both the author of Iracema as Dom Casmurro’s one observed, criticized and represented the society of their time, bringing to light ambiguous and densely human characters. It is understood, therefore, that comparative dialogue becomes possible, since both writers did not delimited themselves to literary precepts ofthe currents to which they belonged. / O realismo foi a estética que se opôs ao romantismo e que preconizava uma descrição mais verista dos fatos humanos e dos costumes da época. Contudo, embora se tente separá-los firmemente, pode-se dizer que ambos possuem muitos fatores em comum. Conforme essa ideia é que Afrânio Coutinho (1986) afirma que o realismo é mais uma continuação do que uma oposição ao romantismo, pois trazem como assunto central o homem. Entende-se, desse modo, que há uma confluência de características entre as estéticas, por apresentarem personagens mais humanos, portadores de vícios e virtudes; descrições com o intuito de conceder verdade à ficção, de forma condizente à realidade; bem como em virtude da crítica a sociedade. Assim, não se deve considerar as correntes como opostas, quando na verdade elas se interagem e se complementam. Nesse sentido, é partindo da relação problemática entre o romantismo e o realismo que buscaremos firmar uma análise comparativa entre os dois mais importantes escritores do período, José de Alencar e Machado de Assis, que fizeram história, respectivamente, nas estéticas literárias citadas. Dessa forma, tendo por base o romance Senhora (1875), de José de Alencar, e Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880), de Machado de Assis, visamos ao estudo dos traços realistas verificados nas obras mencionadas, averiguando, assim, em que medida e de que forma os autores se aproximam e se distanciam, uma vez que tanto o autor de Iracema como o de Dom Casmurro observaram, criticaram e representaram a sociedade de seu tempo, trazendo à luz personagens ambíguos e densamente humanos. Entende-se, portanto, que esse diálogo comparativo se faz possível, visto que ambos os escritores não se delimitaram aos preceitos literários das correntes a que pertenceram.
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