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Trauma, resiliência e dependência química : um estudo sobre seus aspectos clínicos e biológicos em uma amostra de usuários de crack

Sordi, Anne Orgler January 2015 (has links)
Introdução: O consumo de drogas - em especial o crack - tem se tornado alvo de preocupação em diversos países devido ao impacto que uso desta substância provoca no indivíduo, na família e na sociedade. A complexidade deste tema permeia questões políticas e científicas que buscam uma solução para esse problema, levando em consideração medidas de prevenção e de tratamento para os usuários. Dessa maneira, entender os fatores de vulnerabilidade que predispõem ao consumo desta substância, bem como de que maneira estes fatores interferem na fisiopatologia do desenvolvimento da dependência química se tornou foco de muitas pesquisas. Recentemente, tem-se voltado à atenção para o estudo de alguns marcadores biológicos “candidatos” que possam auxiliar no entendimento dos mecanismos que permeiam o estabelecimento e o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, incluindo a dependência química. Objetivos: Avaliar as alterações nos níveis séricos de BDNF e TBARS durante o processo de abstinência precoce em usuários de crack e sua relação com a gravidade do uso da substância; avaliar a história de trauma na infância e a capacidade de resiliência em usuários de crack em comparação com indivíduos saudáveis; e avaliar como as alterações destes marcadores biológicos, bem como o do NPY, estão associados a intensidade de trauma infantil reportado pelos usuários de crack. Método: Este é um estudo longitudinal que avaliou o total de 218 usuários de crack, 18 anos ou mais, internados no Hospital Psiquiátrico São Pedro, na cidade de Porto Alegre, Brasil. Destes, os primeiros 49 usuários de crack masculinos que aceitaram coletar sangue na baixa e na alta foram selecionados através de uma amostra consecutiva para a avaliação dos níveis séricos de TBARS e de BDNF, e destes 33 também foram selecionados consecutivamente para a avaliação dos níveis séricos de NPY na alta e em jejum. As dosagens séricas dos neuromarcadores não foram realizadas em toda a amostra devido a limitações nos recursos financeiros do projeto. Além disso, foram avaliados 215 controles saudáveis moradores de um bairro da cidade de Canoas, com condições sociodemográficas semelhantes aos casos. Destes, 97 foram selecionados por uma amostra consecutiva e tiveram seu sangue coletado para avaliação dos níveis séricos de TBARS e BDNF. Todos os casos apresentaram teste de urina positivo para cocaína na entrada ao estudo, e todos os controles apresentaram teste de urina negativo para cocaína, além de reportarem não usar a substância. As entrevistas dos casos foram realizadas por entrevistadores treinados e supervisionados semanalmente pelos coordenadores do estudo, e ocorreram entre o 5º e 7º dia de internação. Características do consumo de drogas foram avaliadas através do Addicion Severity Index 6ª versão (ASI-6), a história de trauma na infância foi avaliada pelo Childhood Trauma Questionaire (CTQ) e a capacidade de resiliência foi avaliada através da Escala de Resiliência. Resultados: O artigo 1 avaliou 49 pacientes usuários de crack e demonstrou uma correlação positiva, na alta hospitalar, entre os níveis séricos de TBARS e a gravidade do uso de crack (R=0,304; p=0,04), bem como uma correlação negativa entre os níveis séricos de BDNF e a gravidade do uso de crack (R =-0,359; p=0,01). Além disso, foi verificada uma correlação inversa entre os níveis séricos de TBARS e BDNF na alta (R=-0,294; p=0,004). O artigo 2 avaliou 218 usuários de crack e 215 controles saudáveis e mostrou que usuários de crack reportam níveis mais altos de trauma na infância, exceto por abuso sexual, do que os controles (p<0.001). Escores de resiliência foram mais baixos nos usuários de crack (p<0.01); e apresentar níveis mais altos de trauma na infância, bem como escores mais baixos de resiliência, aumentou a chance de vir a ser um usuário de crack, independentemente do diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O artigo 3 avaliou 33 usuários de crack e demonstrou que o BDNF aumenta durante a abstinência precoce, independentemente dos níveis de trauma na infância. Por outro lado, o TBARS apresentou uma interação significativa entre tempo e trauma (F[2,28]=6,357; p=0.005; ηp2=0,312). Aqueles com baixos escores de trauma diminuíram o TBARS, enquanto aqueles com altos escores de trauma aumentaram o TBARS durante a abstinência precoce. Além disso, os níveis séricos de NPY apresentaram uma correlação negativa com todos os tipos de trauma, exceto por abuso sexual (negligência física r=-0,396; p=0,034; negligência emocional r=-0,391; p=0,036; abuso físico r=-0,427; p=0,021; abuso emocional r=-0,419; p=0,024; abuso sexual r=-0,190; p=0,323). Conclusões: Os achados deste estudo demonstram que usuários de crack possuem escores mais elevados de trauma na infância e escores mais baixos de resiliência, quando comparados a indivíduos saudáveis. As alterações nos níveis de TBARS durante a abstinência precoce parecem ser influenciadas pela intensidade do trauma infantil, e os níveis séricos de NPY parecem estar inversamente correlacionados à intensidade deste trauma. Além disso, os níveis de BDNF e TBARS no momento da alta parecem estar associados à gravidade do uso de crack. A intensidade do trauma infantil e a gravidade do uso de crack parecem ser fatores que influenciam os mecanismos neurobiológicos relacionados ao desenvolvimento da dependência desta substância, bem como ao processo de abstinência. Os resultados apresentados nos 3 artigos se complementam no sentido de proporcionar uma maior compreensão das inter-relações entre fatores psicossociais de proteção e vulnerabilidade para a dependência de crack e as alterações neurobiológicas associadas tanto à história de trauma na infância, quanto à gravidade do uso de drogas. Dessa forma, esses achados podem contribuir para a construção do conhecimento a respeito dos processos que medeiam o desenvolvimento da dependência química. / Introduction: Drug consumption - particularly crack cocaine - has become a matter of concern in many countries because of its impact on the individual, family and society. The complexity of this issue permeates political and scientific questions that aim to find a solutions, taking into account strategies of prevention and treatment for crack cocaine users. Thus, understanding the vulnerability factors that predispose to drug use, as well as how these factors influence the pathophysiology of addiction has became the focus of many studies. Recently, there is a growing body of evidence suggesting that “candidate” biological markers can help to understand the mechanisms that underlie the establishment and development of psychiatric disorders, including substance abuse. Method: This was a longitudinal study that evaluated 218 crack cocaine users, at least 18 years old, admitted to Hospital Psiquiátrico São Pedro in the city of Porto Alegre, Brazil. Of these, 49 male patients had blood samples collected at intake and discharge for the evaluation of TBARS and BDNF serum levels, and 33 had their blood also collected at discharge for the evaluation of NPY serum levels. In addition, we evaluated 215 healthy controls who lived in a neighborhood with sociodemographic conditions similar to cases, in the city of Canoas. Of these, 97 had blood collected for the evaluation of TBARS and BDNF serum levels. All cases had a positive urine test for cocaine at intake. All controls had negative urine test for cocaine and reported not to use this substance. The interviews of the cases were conducted by trained interviewers and supervised weekly by study coordinators, and occurred between 5 and 7 days of hospitalization. Characteristics of drug use were evaluated using the Addiction Severity Index 6th version (ASI -6), the history of childhood trauma was assessed by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), and resilience was evaluated by the Resilience Scale. Results: The first paper evaluated 49 crack cocaine users. We found a positive correlation between TBARS levels and severity of crack cocaine use (R=0.304, p=0.04) and a negative correlation between BDNF and severity of crack cocaine use (R =-0.359, p=0.01) at discharge. We found an inverse correlation between TBARS and BDNF levels (R=-0.294, p=0.004) at discharge. The second paper reported that childhood trauma was significantly higher among crack cocaine users in all trauma domains (p<0.001) - except for sexual abuse - and resilience scores were lower among crack cocaine users (p<0.01). We also demonstrated that having higher scores of childhood trauma and lower scores of resilience increases the odds to become a crack cocaine user (p<0.001), despite the diagnosis of post-traumatic stress disorder (PTSD). Finally, the third paper showes a significant increase in BDNF levels from admission to discharge, which did not differ by the childhood trauma subgroups. For TBARS levels, we found significant time by trauma interaction (F[2,28]=6.357,p=0.005,ηp2=0.312). Those with low trauma levels decrease TBARS, while those with a high trauma levels increase TBARS during early withdrawal. NPY levels were negatively correlated with all types of childhood trauma, except for sexual abuse (physical neglect r=-0.396, p=0.034; emotional neglect r=-0.391, p=0.036; physical abuse r=-0.427, p=0.021; emotional abuse r=-0.419, p=0.024; sexual abuse r=-0.190, p=0.323). Conclusions: Results of this study demonstrate that crack cocaine users have higher scores of childhood trauma and lower resilience scores when compared to healthy subjects. Changes in the level of TBARS during early withdrawal, as well as NPY serum levels at discharge seems to be influenced by the intensity of childhood trauma. In addition, BDNF and TBARS levels at discharge appear to be associated with the severity of crack cocaine use. Thus, it is suggested that childhood trauma and low resilience may be risk factors for crack cocaine use. Also, the intensity of childhood trauma and severity of crack cocaine use appear to influence the neurobiological mechanisms related to the development of crack cocaine dependence and withdrawal. The results presented in the 3 articles complement each other in order to provide a greater understanding of the interrelationships between psychosocial factors of vulnerabilities and protection for crack addiction, and the neurobiological changes associated with both childhood trauma and the severity of drug use. Thus, these findings may contribute to the construction of knowledge about the processes that underlies the development of addiction.
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Preditores de recaída precoce em adolescentes usuários de crack após alta hospitalar

Rosa, Ronaldo Lopes January 2015 (has links)
Introdução: A recaída no uso tem sido um dos maiores desafios para quem está envolvido no atendimento à população de usuários de drogas. Os usuários de crack tem maior propensão a tornarem-se severamente dependentes em virtude do uso mais frequente, em maiores quantidades e por mais longos períodos de tempo, tornando-se assim mais vulneráveis à recaída precoce. O início do uso durante a adolescência piora o prognóstico devido às altas taxas de impulsividade, busca de sensações e novidade, bem como outras características comportamentais verificadas nesta faixa etária. Estudos anteriores, tanto em adultos, quanto em adolescentes, identificaram preditores de recaída precoce como variáveis importantes a serem analisadas após a alta hospitalar, com o objetivo de evitar a reincidência no uso de drogas, incluindo o crack. Objetivos e hipóteses: Analisar preditores de recaída precoce em adolescentes usuários de crack após alta hospitalar: levantamos a hipótese que a severidade do uso de crack, o perfil de consumo de crack e a presença de comorbidades psiquiátricas poderiam estar associados a esse desfecho. Método: O desenho do estudo foi composto por uma coorte prospectiva, com amostra de 89 adolescentes de ambos os sexos, idade entre 12 e 17 anos, uso recente de crack e que estavam internados em unidade de adolescentes de duas instituições psiquiátricas de Porto Alegre (Hospital Psiquiátrico São Pedro e Clínica São José). Foram coletadas amostras de urina no primeiro dia de internação para garantir uso recente de cocaína (crack). Posteriormente, foram coletados dados demográficos e preenchidos questionários pelos adolescentes e seus pais ou cuidadores com informações para obtenção de diagnósticos psiquiátricos, severidade da dependência e perfil de consumo de crack. Um e três meses após a alta hospitalar, novas informações foram obtidas através de amostras de urina e relatos dos próprios pacientes e/ou seus pais ou cuidadores, de forma presencial ou telefônica, com o objetivo de verificar se haviam recaído ou não no uso de crack durante os períodos citados. Resultados: Dos 89 pacientes incluídos na amostra, 85,4% era do sexo masculino, 51,7% era caucasiano e 84,3% estava fora da escola. Apenas um caso foi perdido no seguimento. Até o final do primeiro mês, 58 (65,9%) adolescentes haviam recaído. Até o final do terceiro mês, o resultado foi de 76 adolescentes (86,4%). Em virtude da grande taxa de recaída ao final do terceiro mês, não foi possível analisar os preditores para esse período A análise dos dados sobre comorbidades psiquiátricas não mostrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos. Em relação às variáveis que mostraram associação significativa com recaída precoce (primeiro mês) na análise univariada, ou seja, idade, duração do uso de crack e uso compulsivo (binge) de crack, apenas os dois últimos permaneceram significativos regressão logística multivariada. Conclusões: Este estudo mostra altas taxas de recaída 30 e 90 dias após a alta hospitalar entre os adolescentes usuários de crack tratados em regime de internação em duas instituições especializadas. Os preditores de recaída precoce encontrados foram associados ao padrão de consumo de crack, diferente do que normalmente se encontra em adultos. Nossos resultados sugerem que apenas o tratamento hospitalar não é suficiente e que estratégias ambulatoriais mais intensivas para a população em estudo deveriam ser concebidas e implementadas, concentrando-se especialmente sobre a prevenção de recaída precoce após a desintoxicação. / Introduction: The relapse into drug use has been one of the biggest challenges for those who are involved in taking care of the user population. Crack users are more prone to become severely dependent on the drug due to more frequent use of it, at larger amounts, and for longer periods of time, thus becoming more vulnerable to relapse. The beginning of use during adolescence worsens the prognosis as a result of high rates of impulsiveness, sensation and novelty seeking, risk taking, as well as other behavioral characteristics observed in this age group. Previous studies in both adults and teenagers identified predictors of early relapse as important variables to be analyzed after hospital discharge, with the aim of avoiding recidivism in drug use, including crack cocaine. Objectives: To examine predictors of early relapse in adolescent crack users after discharge from hospital treatment. We have hypothesized that severity of crack cocaine use, crack consumption profile, and presence of psychiatric comorbidities would be associated with this outcome. Method: The study design consisted of a prospective cohort, with convenience sample of 89 adolescents of both genders, age between 12 and 17 years old, recent use of crack, and admitted to adolescent wards of two psychiatric institutions of Porto Alegre (Hospital Psiquiátrico São Pedro e Clínica São José). Urine samples were collected in the first day of hospitalization to ensure recent use of cocaine (crack). Subsequently, we collected demographic data and questionnaires were completed by teenagers and their parents or caregivers with information for obtaining psychiatric diagnoses, severity of dependence and crack consumption profile (K-SADS-PL, T-ASI and Crack Consumption Profile). One and three months after discharge, new information was obtained through urine samples and reports from patients and/or their parents or caregivers, face-to-face or telephone form, in order to verify whether they had relapsed or not in crack use during those periods. Results: From the 89 patients included in the sample, 85.4% were male, 51.7% were Caucasian and 84.3% were outside of school. Only one case was lost in the follow-up. By the end of the first month, 58 (65.9%) teenagers had relapsed. By the end of the third month, the result was 76 (86.4%). Due to the large relapse rate, the third month data were not analyzed. The analysis of data about psychiatric comorbidities showed no significant difference between the two groups. In relation to variables that showed significant association with early relapse (first month) in univariate analysis, namely age, length of crack use and binge use of crack, only the last two have remained significant in the logistic regression. Conclusions: This study shows high rates of relapse in the first month after hospital discharge among adolescent crack users treated in inpatient regime in two specialized institutions. The predictors of early relapse that we found were associated with crack consumption profile, different from those we use to find in adults. Our results suggest that only inpatient treatment is not enough, and that more intensive outpatient strategies for the population under study should be designed and implemented, focusing especially on prevention of early relapse after detoxification.
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Abandono social e consumo de crack : um ensaio sobre o milieu dos abandonados em Porto Alegre

Hertzog, Lucas January 2015 (has links)
O tema central desta dissertação é a discussão sobre a origem social dos usuários de crack, a quem chamaremos aqui de abandonados. Defendemos a tese do abandono social como proposta alternativa na compreensão do consumo de crack nas metrópoles periféricas. Conduzimos um estudo qualitativo na cidade de Porto Alegre/Brasil, utilizando o método da análise de narrativas e reconstrução das histórias de vida (ROSENTHAL, 1993). Entrevistamos homens e mulheres em situação de desfavorecimento social e histórico de consumo de substâncias. Os dados analisados consistiram em textos transcritos de uma série de entrevistas narrativas biográficas, bem como entrevistas com agentes institucionais ligados aos abandonados. Partimos das recentes discussões no âmbito da sociologia sobre trabalho e desigualdades sociais (CASTEL, 1998, 2000), classes sociais no Brasil e teorias da modernização (SOUZA, 2000, 2009), bem como os debates da filosofia política sobre a teoria do reconhecimento (FRASER; HONNETH, 2003). Evidenciamos através da pesquisa empírica que o consumo de crack está intimamente relacionado a condições sociais de produção e reprodução de papeis sociais, distribuídos diferencialmente entre classes, sendo a “questão do crack”, como posta no desenvolvimento atual, essencialmente uma questão social. Discutimos o conceito de milieux sociais como ferramenta analítica para compreensão de uma variedade de performances de classe no uso de crack por grupos diversos. Sobre a diferença da experiência entre homens e mulheres, discutimos sobre os padrões impeditivos no acesso a bens culturais e a potencialidade para os movimentos sociais articularem uma gramática para a superação do abandono nas lutas político identitárias de gênero. / This thesis focuses on the discussions of the social origins of crack-cocaine users, whom we call abandoned. We defend the social abandonment thesis as an alternative proposal to understand the recent phenomenon of widespread crack-cocaine consumption in Brazilian cities. We conducted a qualitative study in Porto Alegre / Brazil, using narrative analysis method and reconstruction of life stories (Rosenthal, 1993). Men and women in situations of social disadvantage and history of substance abuse were interviewed. The data analyzed consisted of transcribed texts of a series of biographical narrative interviews as well as interviews with institutional agents linked to the abandoned. Our theoretical framework was the recent sociology of work and social inequalities discussions (CASTEL, 1998, 2000), social classes in Brazil and modernization theories (SOUZA, 2000, 2009), as well as discussions of political philosophy focusing the recognition theory (FRASER; HONNETH, 2003). We demonstrated through empirical research data that crack-cocaine consumption is closely related to social conditions of production and reproduction of social roles, differentially distributed between classes, and the "crack issue" is essentially a social issue as put in the current development. We brought into discussion the milieux concept as analytical tool to understand a variety of class performances and different uses of crack-cocaine between various groups. Regarding the difference of experience between men and women, we reflect upon impeditive standards on access to cultural goods and the potential for social movements to articulate a grammar to overcome the abandonment through political identity struggles of gender.
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Avaliação da cultura do uso de crack após uma década de Introdução da droga na cidade de São Paulo / Crack cocaine culture evaluation a decade after its introduction in the city of São Paulo

Oliveira, Lúcio Garcia de [UNIFESP] January 2007 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-12-06T23:46:52Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2007 / Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Introdução: Apesar de todas as intervenções governamentais adotadas contra o uso de crack, mesmo após 15 anos de sua introdução no Brasil, especificamente na cidade de São Paulo, testemunha-se o aumento na prevalência de seu uso. A persistência de crack em contexto brasileiro, dentro deste período, pode ser devida a dois possíveis fatores, ou seja, pela modificação do perfil do usuário, de forma a não ser mais contemplado pelos programas de prevenção, tratamento e redução de danos disponíveis até então ou pelo desenvolvimento de estratégias especiais de consumo que possibilitaram ao usuário manter os vínculos sociais pré-existentes (família, estudo e trabalho), tornando o uso de crack e uma vida social normalizada uma situação possível e controlável, o que, a longo-prazo, poderia estimular ou disseminar seu uso. Objetivo: Através da adoção de abordagem qualitativa, o propósito da presente pesquisa consistiu na caracterização da cultura de crack, da cidade de São Paulo, de forma a identificar, entre outros aspectos, o perfil do usuário de crack e o padrão de uso da droga. Como parte do estudo foi conduzida na cidade de Barcelona, aproveitou-se para estabelecer um paralelo entre as culturas de crack de ambas as cidades, de forma a identificar se as características abordadas são próprias à cultura ou se dependeriam da influência do contexto sócio-cultural onde esteja inserida. Métodos: A abordagem qualitativa de pesquisa, em especial a tradição etnográfica, é o melhor caminho para o estudo de “populações escondidas”, monitorando as tendências no uso de drogas e identificando práticas comportamentais emergentes e de relevância à saúde pública. No estudo, adotou-se uma amostra intencional, selecionada por critérios, composta por usuários (N=65) e ex-usuários de crack (N=27), totalizando a opinião de 92 sujeitos. Recrutada por intermédio de informantes-chave e método de amostragem em cadeias, especialmente a técnica bola-de-neve (snowball), cada um dos participantes foi submetido à entrevista semi-estruturada guiada por questionário, com duração aproximada entre 45 e 150 minutos. Em paralelo, a fim de corroborar com os dados das entrevistas, conduziu-se estudo de campo pelas regiões sabidamente influenciadas pelo comércio e uso de crack, adotando-se o diário de campo como a forma mais básica de registro. Os dados, seja das entrevistas ou do diário, foram submetidos a rigoroso procedimento de análise, de forma que os resultados foram delineados e hipóteses e teorias puderam surgir. Resultados: Em sua maioria, o usuário de crack é homem, jovem, de baixo poder aquisitivo, baixo nível de escolaridade e, geralmente, sem vínculos empregatícios formais. As mulheres, assim como usuários de melhor poder aquisitivo, existem na cultura, porém, em menor proporção. Geralmente de fácil acesso, o crack é definido como a droga fim-de-linha. Possibilita duas classes de efeitos, os positivos, ou de prazer, e os negativos ou desagraváveis. Quanto ao padrão de uso, em sua maioria, é do tipo “binge”, dando-se por horas e dias a fio, descontinuando quando o usuário não tem mais condições físicas ou financeiras. Na falta de condições financeiras, o usuário dedica-se a atividades atípicas ou ilegais, submetendo-se à severa degradação moral e social. Assim, relatam a venda de pertences próprios e familiares, roubos, seqüestros, atividades ligadas ao tráfico e, finalmente, prostituição, seja feminina ou masculina que, devido aos inúmeros parceiros sexuais e uso inconsistente de preservativos tem exposto a cultura de crack a considerável risco de contágio por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) e HIV. O que piora a situação é que, embora tenha sido identificado o uso exclusivo de crack, para modular seus efeitos, a maioria dos usuários tem o associado a outras drogas, lícitas ou ilícitas, como álcool, maconha, cloridrato de cocaína, heroína e metadona, caracterizando o usuário de crack, das cidades de São Paulo e Barcelona, como politoxicômanos. Ainda quanto ao uso, identificou-se o padrão controlado ou esporádico, uma forma de controle sobre o uso de crack, subordinando-o às exigências da vida diária, impedindo que a vida do usuário seja completamente inundada pela droga. Consiste no uso não-diário, racional e responsável de crack, mediado por fatores protetores individuais gerados intuitivamente. Além de importantes como estratégia de redução de danos, entre os ex-usuários, não submetidos a tratamento médico e tampouco religioso, foram ressaltados como importantes medidas para o alcance do estado de abstinência. Finalmente, no que concerne às formas de uso, variações do emprego inalado têm sido relatadas. Antes feito em cigarros de tabaco, de maconha e em cachimbos, atualmente têm-se despontado novas técnicas, dentre elas o “shotgunning” e “dar-se a segundinha”, que têm predisposto a cultura a consideráveis riscos de contágio por DST’s e HIV, já que o usuário tem associado-as à atividade sexual freqüente e desprotegida. Conclusões: Tomadas em conjunto, percebe-se que na cidade de São Paulo, a cultura de crack tem sofrido profundas modificações, o que poderia justificar a não-adesão dos usuários às medidas de intervenção disponíveis. Quanto ao uso, embora ainda seja, em sua maioria, compulsivo e submetido a uma série de riscos, tem sido identificado o padrão controlado, mediado por estratégias que poderiam ser, satisfatoriamente, introduzidas como eficientes medidas de redução de danos, podendo, até mesmo funcionar, a longo-prazo, como meios de atingir-se o estado de abstinência. Porém, o dado mais intrigante refere-se à semelhança de uso entre as cidades de São Paulo e Barcelona, indicando que, a cultura pareça ser mais um produto do crack em si que do contexto social em que esteja inserido. / Introduction: Despite of all government interventions adopted against crack-cocaine use, even after 15 years of crack-cocaine introduction in Brazil, specifically in the city of São Paulo, we have witnessed an increasing in its prevalence of use. Its persistence in the Brazilian context, in this period of time, may be due to 2 possible factors, i.e., or due to the modification of the crackcocaine user profile, not being contemplated by the available prevention, harm reduction and treatment strategies or due to the development of especial strategies for crack-cocaine use, which seem to keep the user social bonds (concerning especially on family, school and job activities), making the crack-cocaine use and a normal social life a possible and controllable situation, which in a long-term basis could stimulate or spread its use. Aim: Through a qualitative approach, this research aimed to characterize the crack-cocaine culture in the city of São Paulo, Brazil, identifying, among other issues, the crack-cocaine user profile and the crack-cocaine pattern of use. As a piece of this research was also conducted in the city of Barcelona, Spain, it was made a comparison between the crack-cocaine culture from both cities to verify if the characteristics presented depend on the drug itself or if depend on the social-cultural context where it belongs. Methods: Qualitative research, particularly the ethnography tradition, is the best way to study “hidden populations”, monitoring drug use trends and identifying emerging behavioral practices of relevance to public health. In this research, an intentional sample selected by criteria was adopted, composed by crack-cocaine users (N=65) and ex-users (N=27), a total of 92 subjects. Recruited through key-informants and snowball sampling method, each participant was submitted to a semistructured interview, guided by a questionnaire, which lasted between 60 and 150 minutes each one. In order to compare to the interview generated data, a fieldwork was conducted at regions where crack-cocaine use and trafficking were common, using a diary for field notes. For analysis, data from both the fieldwork and interviews were submitted to a rigorous series of procedures, allowing to the generation of the research results and hypotheses and theories to emerge. Results: The majority of crack-cocaine use is performed by young men, characterized by low purchasing power, low educational level and no formal work income activities. Women, as well as users of a better purchasing power were also detected but in a lower prevalence. Generally easily accessible, crack-cocaine is defined as an “end line” drug. Crack-cocaine makes possible two categories of effects, the positive or pleasure ones and the negative or unpleasant ones. “Binging” is the most common crack-cocaine pattern of use, which lasts for hours or days, till subject has no more financial resources or physical conditions to go on it. When financial resources lack, crack-cocaine users engage in atypical or illegal income generating activities, submitting themselves to severe moral and social degradations. They report selling proper and family belongings, robberies, kidnappings, activities related to drug and crack-cocaine trafficking and, finally, prostitution, either among females and males. Due to the uncountable sexual partners and inconsistent condom use, the crack-cocaine culture has been exposed to considerable risks concerning on SDT and HIV transmission. It has been identified exclusive crack-cocaine users, but the majority of the users report using other drugs, licit or illicit, to modulate crack-cocaine effects. So, it has been reported the use of alcohol, marijuana (or haxixe), cocaine chloridrate, heroin and methadone, defining the crack-cocaine user, from São Paulo and Barcelona cities, as polydrug users. Concerning on pattern of crack-cocaine use, the controlled or sporadic one has been identified, reported as a way to control crack-cocaine use, subordinating it to the exigencies of daily life rather than allowing user lives to be completely overtaken by the drug. In fact, it is a long-term, responsible and non-daily crack-cocaine use, mediated by individualized internal protective factors which stem from the subjects’ self. Besides important for harm reduction, they were reported from ex-users, not submitted to medical nor religious treatment, as important measures to reach the abstinence state. Finally, concerning on the forms of crack-cocaine use, variations of the inhalation administration have been reported. Previously made in tobacco cigarettes, marijuana joints and in crack-cocaine pipes, nowadays, new techniques have been developed, among them “shotgunning” and “giving the second one”, which have predisposed the crack-cocaine culture to considerable risks to STD and HIV transmission, since user has associated them to the engagement on frequent and unconcerned sexual activity. Conclusions: Considering these findings together, it is observed that the crack-cocaine culture in the city of São Paulo has suffered profound modifications, which could justify the reasons why crack-cocaine users have not been submitted to the available health interventions. Concerning on crack-cocaine use, although still compulsive and submitted to relevant health risks, it has been reported the controlled pattern of use, mediated by control strategies that could be introduced as efficient measures of harm reduction, even being able to function as abstinence measures when took in a long term-basis. However, the most intriguing data has been about the similarity of the crack-cocaine culture between the cities of São Paulo and Barcelona, pointing to the fact that its characteristics could be a function of the pharmacologic crack-cocaine effects rather than the socio-cultural context where it belongs. / FAPESP: 04/07153-8 / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Uso de drogas & HIV/AIDS entre profissionais do sexo e caminhoneiros do sul do país / Use of drugs & HIV/AIDS between professionals of the sex and truck drivers of the Brazilian south

Malta, Mônica Siqueira January 2005 (has links)
Made available in DSpace on 2012-09-06T01:12:42Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) 820.pdf: 1240232 bytes, checksum: 54d6ab3cf611926ce28a919ff4fed289 (MD5) Previous issue date: 2005 / A principal substância ilícita estimulante utilizada no Brasil é a cocaína. Devido ao seu padrão de consumo - uso repetitivo e contínuo - muitos usuários adotam comportamentos de maior risco frente ao HIV/AIDS e demais infecções sexualmente transmissíveis. O sul do Brasil é uma importante rota de tráfico de cocaína e abriga uma ativa cena de prostituição. Realizamos duas pesquisas qualitativas em municípios desta região, onde a epidemia de HIV/AIDS tem, na população de usuários de drogas, um elemento essencial à sua dinâmica: Foz do Iguaçu e Itajaí. A cena de prostituição de Foz do Iguaçu está vinculada ao tráfico de drogas e ao uso de crack. Itajaí é o maior porto da região sul, recebendo diariamente >400 caminhoneiros. Desde o início dos anos 90, Itajaí tem registrado uma das maiores incidências de AIDS do Brasil - 99,7 por 100.000 habitantes, em 2001. (...) Mulheres profissionais do sexo que usam crack e caminhoneiros que usam metanfetaminas experienciam uma sinergia de problemas sociais e de saúde que determinam seu maior risco para a infecção pelo HIV. Esforços visando à prevenção do HIV nestas populações exigem intervenções multifacetadas e culturalmente apropriadas. Intervenções de limiar baixo, amigáveis e voltadas para questões de gênero devem ser implementadas. É também necessário melhorar o acesso dessas populações vulneráveis a serviços de saúde e serviços que ofereçam aconselhamento e testagem gratuitos. A estruturação de redes de referência e contra-referência mais eficazes é importante para populações móveis, como os caminhoneiros. ONGs, agentes de campo e organizações de base comunitária são atores importantes para estimular mudanças comportamentais e a manutenção de comportamentos mais seguros ao longo do tempo.
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Quantos usuários de crack e/ou similares existem nas capitais brasileiras? Resultados de um inquérito nacional com a utilização da metodologia Network Scale-Up / How many crack users and / or similar exist in state capitals? Results of a national survey using the methodology Network Scale-Up

Reis, Neilane Bertoni dos January 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-08T13:57:20Z (GMT). No. of bitstreams: 2 321.pdf: 1096509 bytes, checksum: f6e11cb5634357e9ab687e17fa054304 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2014 / Os usuários de crack ganharam especial visibilidade e se tornaram objeto da atenção dos meios de comunicação, da sociedade e dos gestores públicos por consumir a droga em locais públicos / abertos e em grupos, principalmente nos grandes centros urbanos. A formulação de políticas públicas para estas e outras populações deveria ter por base evidências empíricas consistentes. Contudo, não se sabia até o momento de realização do inquérito nacional, qual era a real magnitude do problema do crack em nosso país, com a devida precisão e abrangência. OBJETIVOS: O objetivo geral deste trabalho foi estimar o tamanho da população de usuários de crack e/ou similares nas 26 capitais federais e Distrito Federal, através de duas metodologias estatísticas distintas. MÉTODO: Foi realizado, em 2012, um inquérito domiciliar de amostragem complexa nas 27 capitais,com cerca de 25.000 indivíduos, visando estimar o número de usuários de drogas ilícitas(com exceção da maconha) e de usuários de crack e/ou similares para estes locais. Para tanto, as metodologias direta e indireta (Network Scale‐up ‐ NSUM) foram utilizadas. RESULTADOS: Estimou‐se com a metodologia NSUM que nas capitais brasileiras existem 1.035.000 usuários regulares de drogas ilícitas (exceto maconha), o que corresponde a 2,28 por cento desta população. Estimou‐se ainda que 0,81 por cento da população residente nas capitais faz uso regular de crack e/ou similares, e que 14,8 por cento deles são menores de idade. Com a metodologia direta, a estimativa gerada para o número de usuários regulares de crack e/ou similares foi de 0,15 por cento. Se considerarmos que estimamos 370 mil usuários de crack e/ou similares com a metodologia indireta e 50 mil com a metodologia tradicional, temos que o número de usuários obtido pela metodologia direta é 6 vezes menor do que a obtida pelo Network Scale‐up. / DISCUSSÃO: Uma etapa essencial à formulação, monitoramento e avaliação de ações elaboradas para subgrupos populacionais é ser capaz de proceder ao correto dimensionamento da magnitude desta população. Metodologias de estimação indireta são preferíveis para populações ocultas, pois não é necessário o contato direto com a população estimada, não expondo, desta forma, os comportamentos desses indivíduos, frequentemente estigmatizado, e eventualmente criminalizado. É possível ainda contabilizar populações que vivem nas ruas ou em abrigos, por exemplo, além de instituições fechadas, como o sistema carcerário e clínicas de tratamento, não passíveis de serem entrevistadas em inquéritos domiciliares tradicionais. A metodologia Network Scaleup apresenta‐se como um método promissor para estimar o tamanho de populações de difícil acesso, em áreas diversas como a Sociologia, a Criminologia, e, mais recentemente, a Saúde Pública. / Crack‐cocaine users have gained particular visibility and have been underpermanent scrutiny of media, society and public managers, due to the fact its use has takenplace in public places, among large groups of people, especially in major urban centers. Theformulation of public policies targeting these and other at‐risk populations should be basedon empirical evidence. However, until the present study, the magnitude of the crackcocaineproblem in our country was virtually unknown, when accuracy andcomprehensiveness are taken into consideration. OBJECTIVE: The objective of this studywas to estimate the size of the crack‐cocaine and/or similar users in the 26 Braziliancapitals and Distrito Federal, using two different statistical methodologies. METHODS: Was conducted, in 2012, a household survey with a complex sample, in Brazil s 27 capitals, with approximately 25,000 interviewees, to estimate the number of illicit drug users (except marijuana) and crack‐cocaine and/or similar users in these cities. For the sake of these estimates, both direct and indirect (Network Scale‐up ‐ NSUM) methodologies were used. RESULTS: Using the NSUM methodology, it was estimated that 1,035,000 people were regular users of illicit drugs (except marijuana) in the 27 Brazilian capitals, whatcorresponds to an overall proportion of 2.28 per cent. It was estimated that 0.81 per cent of residents ofthe capitals were regular crack‐cocaine and/or other smoked cocaine users, 14.8 per cent of themunder 18 years old. With the direct methodology, regular crack‐cocaine and/or smoked cocaine users were estimated as being 0.15 per cent of the general population. Considering, weestimated 370,000 regular crack‐cocaine and/or other smoked cocaine users using thein direct methodology and 50,000 with its classic (direct) counter part, we realized thenumber of users estimated by the direct methodology was 6 times smaller than theestimates generated by the Network Scale‐up Method. ^ien / DISCUSSION: One essential step for the formulation, monitoring and evaluation of initiatives targeting special subpopulationscomprises the precisely estimation of the magnitude of such populations. Indirect methods are preferable for hidden populations because they do not comprise face‐to‐face interaction, then averting any exposure of such individuals, who are frequently stigmatized and some times criminalized. Indirect methods also make possible to estimate the homelessand those who live in shelters, or people who live in closed institutions such as prisons and clinical treatment centers, not likely to be reached by traditional household surveys. The Network Scale‐up methodology seems to be promising method to estimate hidden populations, in different areas such as Sociology, Criminology and more recently, Public Health. (AU)^ien
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Revisão sistemática sobre o manejo de adultos usuários de crack no contexto da atenção primária à saúde

Dias, Lêda Chaves January 2013 (has links)
Introdução: O consumo de drogas é um problema de saúde pública e o combate ao crack coloca em evidência uma das atuais fragilidades do Sistema de Saúde no Brasil. Os níveis de atenção não se encontram integrados e há falta de conhecimento sistematizado para a Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: Buscar, por meio de Revisão Sistemática, abordagens efetivas no manejo de adultos usuários de crack no contexto da APS. Metodologia: Revisão sistemática realizada nas principais bases de dados eletrônicos e estudos adicionais, no período de 2003 a 2013, com adultos maiores de 19 anos de idade, usuários de crack, sem distinção inicial de estudos por delineamentos e com Língua Portuguesa, Espanhola ou Inglesa. Foram usados dois instrumentos de avaliação da qualidade das evidências científicas – o Health Evidence Bulletin Wales, 2004, e o Grade Working Group (2008). Resultados: De 2017 estudos encontrados nas buscas bibliográficas, e após duas etapas de seleção, foram eleitos 31 estudos e incluídos 16 artigos, 6 com delineamentos observacionais e 10 de intervenção. Dos estudos observacionais, 2 foram avaliados com boa qualidade, e, dos 10 estudos de intervenção, 1 estudo foi classificado com qualidade de evidência moderada, 5 com baixa qualidade de evidência e 4 com muito baixa qualidade de evidência. Conclusões: A Revisão Sistemática não obteve artigos que apresentassem evidências de alta qualidade para serem orientadas ao contexto da APS. O limite estipulado para busca de estudos nos últimos dez anos limitou o aporte de referências com evidências, e permanecem as orientações anteriores a este período. Contudo, foi possível traçar uma proposta para este contexto que pode ser detalhada e merece ser avaliada pelos pares, especialistas em APS. / Introduction: Drug use is a public health problem and combating crack highlights one of the weaknesses of the current health system in Brazil. The levels of care are not integrated and there is a lack of systematic knowledge for dealing with this problem in Primary Health Care. Objective: Search through Systematic Review, effective approaches in the management of adult crack users in the context of the Primary Health. Methodology: A Systematic Review performed in major electronic databases and additional studies in the period 2003-2013, in adults older than 19 years old, crack users, irrespective of study design and including for Portuguese, Spanish or English . We used two evaluation instruments to grade scientific evidence - the Health Evidence Bulletin Wales, 2004 and the Grade Working Group (2008). Results: Of 2017 studies found from literature searches, and after two selection steps 31 studies were elected and 16 articles included, 6 with observational and 10 intervention designs. Two observational studies were evaluated with good quality and among the ten intervention studies, one study was classified with moderate quality of evidence, five with low quality of evidence and four with very low quality of evidence. Conclusions: This Systematic Review did not obtain articles with evidence of high quality to be oriented to the context of Primary Health Care. The limit set for search of studies over the past decade, limited the supply of references with evidence, and the guidelines prior to this period remain. However, it was possible to outline a proposal for this context which can be detailed and should be evaluated by peers, experts in Primary Health Care. / Telemedicina
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Tratamento do usuário de crack na rede pública de saúde do município de João Pessoa-PB

Silva, Valéria Cristina da January 2015 (has links)
Introdução: O uso do crack constitui-se um dos maiores problemas de saúde pública na atua-lidade. O crack apresenta-se como uma nova forma de uso da cocaína, com padrão de uso cada vez mais intenso e compulsivo, ocasionando inúmeras intercorrências e implicações sociais e a saúde, levando o usuário a busca de tratamento. Objetivo: Conhecer a trajetória de tratamento do usuário de Crack em serviço ambulatorial de Atenção Psicossocial – CAPSAD III, através das narrativas sobre o consumo e busca por serviço especializado na rede pública de saúde. Método: Estudo qualitativo de uma amostra intencional de doze usuários de crack, sendo oito homens e quatro mulheres, em tratamento no CAPS ad III no município de João Pessoa/PB. Os dados foram explorados utilizando-se a técnica de análise de conteúdo. Instrumentos: Foi uti-lizada como instrumento de investigação, entrevista semiestruturada individual para a coleta dos dados sociodemográficos e das narrativas sobre o uso do crack e busca por tratamento. Foram aplicados o Questionário da Trajetória do Usuário de Crack/QTTUC e a Escala de Re-caída para usuários de crack – ERUC, porém os dados serão analisados e publicados em artigos posteriormente. Resultados: Os achados apontam dificuldades de acesso aos serviços especi-alizados, ocorrendo mais de uma tentativa para conseguir tratamento na rede pública de saúde e observa-se que os serviços da atenção básica e rede hospitalar, ainda não se encontram pre-parados para atendimento as demandas oriundas dos usuários de crack. Além da relevância do tratamento ambulatorial, evidencia-se a necessidade de serviços da assistência social para reta-guarda aos usuários em situação de extrema vulnerabilidade social. Conclusão: Os resultados sugerem a implementação de programas que possam facilitar o acesso de usuários de crack aos serviços do Sistema único de Saúde- SUS, qua / Background: Today, crack addiction is one of the major public health issues. Crack is as a new way of cocaine use, with intense and compulsive brains and body effects, resulting in a huge social complications, as well as health implications, leading to seek treatment. Aims: Under-stand the trajectory of crack addicted while in treatment at clinic of Psychosocial Care – CAPS AD III, through narratives about consumption and seeking for specialized doctors from public 8 health system care. Method: Qualitative study; convenience sample of 12 crack addicted, 8 men and 4 women, undergoing treatment at CAPS ad in the city of João Pessoa / PB. We review the data through content analysis technique. Instruments: We made a semi-structured inter-view for each subject for demographic data collection, as well as we collected narratives about the consumption of crack and treatment. We applied questionnaire of crack User trajec-tory/QTTUC and Crack Use Relapse Scale (CURS), but the data will be analyzed and published later. Results: These findings indicate that accessing specialized services is a tough pathway. Usually, the health public consumer must go there more than one time to be attend. In addition, the public health system still have not enough structure to attend demands from crack users. Be-sides the relevance of clinic treatment, it is highlighted that social services is essential for users supporting. Conclusion: The results suggest that is mandatory develop and execute programs that would facilitate crack users access to the Public Health System. To sum up, increase quality actions at different levels of health care and improve the relapse prevention process is central to crack users avoid relapses while in treatment.
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Aspectos cronobiológicos de pacientes dependentes de crack : o trabalho como zeitgeber social

Silva, Ana Cristina da January 2014 (has links)
O trabalho é considerado um importante zeitgeber social. Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar o ritmo social de pacientes adultos dependente de crack, internados na Unidade de Adição/ Unidade Álvaro Alvim do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Método: Participaram da pesquisa 50 pacientes dependentes de crack, internados para desintoxicação e reabilitação, aos quais foram aplicados questionários sócio-demográficos que permitiram conhecer a situação social, de moradia, renda, trabalho e emprego, tratamentos prévios e rede sócio-assistencial dos participantes, questionário para avaliação de indivíduos matutinos e vespertinos, escala breve de avaliação de ritmo social e revisão de prontuário. Resultados: A média de idade da amostra foi de 34,6 anos, 54% solteiros, com maior predominância na religião católica (54,3%). Cerca de 40% dos indivíduos contam com renda familiar mensal de 3 salários mínimos ou mais. Dos indivíduos que estão trabalhando ou em benefício do INSS (60%), 14% desenvolve as suas atividades no comércio, e cerca de 12 % trabalham na construção civil. A média da regularidade das atividades desenvolvidas (HITs) ficou em torno de 5,8 e a média do montante de atividades desenvolvidas (ALIs) foi de 33,8. Não Houve diferença significativa na correlação entre abandono de tratamento. Com relação à ritimicidade (5,8), os pacientes internados apresentaram um alto índice de regularidade, comparados com pessoas sem uso de drogas não internadas (4,2).1. Não foi encontrada relação entre o cronotipo dos participantes e o resultado dos HITs e ALIs. Conclusão: Apesar de ser mencionado o trabalho como um dos principais motivos para abandono de tratamento, os resultados deste trabalho não sustentam esta premissa. A situação de trabalho e a profissão não estão associadas ao abandono prévio de tratamento. Por outro lado, contrariando nossa hipótese inicial, a escolaridade aparece de maneira significativa, sendo evidenciado que quanto maior a escolaridade maior o índice de abandono precoce. A relação entre HITs e ALIs sugere que quanto mais atividades desenvolvidas, maior a regularidade com que elas foram realizadas durante a internação. No entanto, estudos futuros de segmento serão necessários para avaliar a manutenção desta regularidade. / Work is considered an important social zeitgeber. Objective: The aim of this study is describe the social rhythm of adult crack-cocaine users that are hospitalized in the Addiction Treatment Unite of the Hospital of Clinics of Porto Alegre. Method: 50 crack-cocaine users were interviewed after admission for detoxification and rehabilitation. We performed interviews with socio-demographic questionnaires that allowed us to access the social characteristics, housing, income, labor and employment, previous treatments and social assistance network. Also, they answer to a instrument to identify which individuals were morning or evening subjects, the Brief Social Rhythm Scale and chart review were assessed. Results: Mean age of the sample was 34.6 years old, and 54% of individuals reported to be single with predominance in the Catholic religion (54.3%). About 40% of the sample have a monthly family income of three minimum wages or more. Among individuals who are currently working or receive a benefit from Government (60%), 14% develop their activities in trade and 12% work in construction. The average of regularity of activities performed inside the inpatient unit (HITs) was around 5.8 and the average of amount of activities performed inside the inpatient unit (ALIs) was 33.8. There was no significant difference in the correlation between treatment dropout and rhythmicity. Regarding rhythmicity (5.8), hospitalized patients reported high levels of regularity when compared to individuals who were not hospitalized, neither had drug use (4.2) .1 We did not find a correlation between participant’s chronotipes and HITs and ALIs results. Conclusion: Despite work is cited as a major reason for treatment dropout, the results of this study do not support this premise. Work situation and the profession are not associated with prior treatment dropout. Contrary to our initial hypothesis, schooling appears as an important issue because it is significantly associated to early treatment dropout. The relationship between HITs and ALIs suggests that the more activities were developed, the greater the regularity with which they were performed during hospitalization. However, future follow-up studies are needed to evaluate the maintenance of this regularity.
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Estudo das habilidades de enfrentamento e da autoeficácia para a abstinência em dependentes de crack

Souza, Márcia Cristina Henrique de January 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2015-10-06T02:08:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000475522-Texto+Parcial-0.pdf: 295790 bytes, checksum: 894ee0af17c806ed31db4e4c3ef21479 (MD5) Previous issue date: 2015 / The advent of crack cocaine has become worrying in the eyes of society and public health. The Science has been interested in the study of the phenomenon and also in the development of treatment approaches. In this sense, it is important to identify and anticipate what would be possible risk situations and how confident they feel users to follow and avoid relapse. This dissertation aims to study the coping skills and self-efficacy for abstinence in crack cocaine users through four studies. The first is entitled "Coping Skills and Self-efficacy in Abstinence Crack cocaine: A Literature Review". This study reviewed the scientific publications of the last five years (2010-2014), indexed in PubMed, PsycInfo, Lilacs, Proquest and Web of Science. The descriptors were coping skills, self-efficacy, abstinence, relapse prevention, drug abuse and crack cocaine. The descriptors in the English language were surveyed coping skills, self-efficacy, abstinence, relapse prevention, drug abuse and crack cocaine. Few were found specific articles to crack cocaine: parenting styles and the influence on coping skills, craving and crack cocaine and coping resources in women. It was concluded that the time of abstinence, coupled with appropriate approaches and self-efficacy can help in the positive treatment outcome. The crack cocaine, with its own characteristics, leads to many losses, but the cognitive improvement is possible, given the time of abstinence. Studies on coping skills and self-efficacy are relevant in the crack cocaine of the abstinence of context, but still incipient. The second study,"Coping and Self-efficacy Skills for Abstinence in Dependent Crack Cocaine", evaluated the coping skills and self-efficacy in the context of the crack cocaine abstinence in 189 subjects. This is a quantitative, descriptive and correlational with cross-sectional design. The sample consists of women: 44. 4% (n = 84) and men: 55. 6% (n = 105), aged 19 to 59 years and up to 5 years of formal schooling. Chi-square tests of Pearson and Fisher exact tests were used, the Student t and Mann Whitney test for variables with asymmetric distribution and analysis of variance (Two way) - Post Hoc Sheffe. The level of significance is 5%. The average age is 31. 7 years, 58. 3% (n = 109) has primary and economic classification for Brazil demonstrated Criterion is the class "C" (49. 02%). The resulting mean Mini-Mental State Examination (MMSE) is higher in males (26. 8 ± 2. 6).In Factor 6 (Escape and Evade) the Coping Strategies Inventory occurred in females, significant correlation with Factor 2 (Feeling Expression) of Anticipatory Coping Inventory for Abstinence (IDHEA) (r = -0. 250; p = 0. 022). There are significant and positive correlations, especially among the factors 1 and 2 of IDHEA (Assertiveness and Feeling Expression) with all the factors of Self-efficacy Scale for Abstinence (EAAD) including your total score. Among the coping strategies and self-efficacy for abstinence EAAD in women, no significant correlations, and in men there is a positive correlation between self-efficacy factor for EAAD abstinence and the factors of coping strategies (Self and Resolution problems). It was found that women are more vulnerable to the use of crack cocaine and use more the Coping Strategies. More confident men are more self-controlled and have greater availability to solve problems. There are few studies that correlate the constructs presented in this study. The third study, titled "Relationship between Coping and the Abstinence Time Dependent on Crack Cocaine", correlated the Coping Strategies and the time of abstinence in men and women with severe disorder in crack cocaine use in treatment. This is a quantitative, descriptive and correlational with cross-sectional design and the sample consisted of 189 subjects: 84 women (44. 4%) and 105 men (55. 6%). Participants aged 19 to 59 have at least 5 years of formal study. The average age of age of 31. 7 (± 8. 8) years, have low school level and family income between 1 and 2 minimum wages (68. 8%). The comparison of categorical variables in both groups occurred by chi-square tests of Pearson and Fisher exact. The significance level of 5% was adopted. The withdrawal period of 60 days was observed in 64. 0% (n = 121). In assessing the Coping Strategies average higher in females, were Factor 1 (Head) (Men: 1. 4 ± 0. 6 vs. Women: 1. 6 ± 0. 6; p = 0. 05); Factor 4 (Social Support) (Men: 1. 6 ± 0. 7 vs. Female: 2. 0 ± 0. 7; p = 0. 001); Factor 6 (Escape and Evade) (Men: 1. 5 ± 0. 7 vs. Women: 1. 8 ± 0. 7; p = 0. 014); Factor 5 (Liability of Acceptance) (Men: 1. 9 ± 0. 7 vs. Women: 2. 1 ± 0. 6; p = 0. 011); and Factor 8 (positive reappraisal) (Men: 1. 6 ± 0. 6 vs. Women: 2. 0 ± 0. 7; p <0. 001). Strategies for Coping correlated to the time of abstinence and sex, had a single significant effect on Factor 5 (Liability of Acceptance) for interaction between sex and abstinence time (F1, 189 = 5. 318, p = 0. 022, power = 0. 631 ). There was borderline significance in Factors 3 (Self) (F1, 189 = 4. 064, p = 0. 072, power = 0. 631) and 4 (Social Support) (F1, 189 = 4. 031, p = 0. 072, power = 0. 615). Was no effect for sex factor evidenced for Factors 1 (Head) (F1, 184 = 8. 357, p = 0. 004, power = 0. 820); 3 (Self) (F1, 184 = 4. 450, p = 0. 036, power = 0. 555); 4 Social Support (F1, 189 = 5. 574, p = 0. 001, power = 0. 931); 6 (Escape and Evade) (F1, 184 =; p = 0. 011, power = 0. 724); and 8 (positive reappraisal) (F1, 184 = 5. 611, p <0. 001, power = 0. 953). Women have higher scores on Coping, regardless of the length of abstinence. Women with up to 60 days of abstinence have higher Acceptance of Responsibility (Factor 5 / Coping), and over 60 days decreased the Self (Factor 3 / Coping). Men over 60 days of abstinence increased social support (Factor 4 / Coping) in the group with less than 60 days. Differences in Coping strategies found between men and women in each withdrawal time range were not representative in this study. The fourth and final study,"Coping Skills, Self-efficacy and Crack Cocaine the Abstinence Time for Women", aimed to outline a dependent crack cocaine profile in women admitted in Therapeutic Communities, correlated variables Anticipatory Coping, Self-efficacy, Coping Strategies and abstinence time. This is a quantitative, descriptive and correlational with cross-sectional design. The sample is composed of 84 women. The distribution normality was verified using the Kolmogorov-Smirnov test with Lillifors correction, the relationship of linearity between the instruments was estimated using Pearson correlation coefficient and the comparative analysis by Student's t test. Statistical decision criteria we adopted the significance level of 5%. The results were 31. 6 (± 9. 1) years as the average age and low education in 57. 1% (n = 48). Until intern, 40. 5% (n = 34) of participants worked and 48. 9% (n = 41) were classified as class "C" by Criterion Brazil. The 60 days of abstinence period was 62. 9% (n = 66) and mean number of days without the use of drugs is 181. 6 (± 294. 7) days. Regarding the use of other substances, there was the association of crack cocaine to other drugs (alcohol 23. 8%, 17. 9% marijuana, cocaine 44. 0% The weighted average of the results found in the cognitive screening by Intelligence Scale. Wechsler Adult (WAIS) were. cubes 11. 4 (± 3. 0); Codes 9. 1 (± 2. 4) and Digits 11. 4 (± 3. 3) the average score in the Mini State Examination mental (MMSE) is 25. 8 in the evaluation of self-efficacy (EAAD), the highest average score occurred in Factor 3 (trust not use crack cocaine front of concerns: 3. 6 ± 1. 1).And the lowest in Factor 2 (trust not use crack cocaine to see others using: 3. 2 ± 1. 3). In assessing the anticipatory coping strategies to abstinence from crack cocaine (IDHEA), the highest scores are the factors 1 (Assertiveness and planning for high-risk situations: 2. 3 ± 0. 8) and 2 (positive sense of expression for abstinence maintenance: 2. 3 ± 0. 6), and the lowest mean score was the factor 3 (emotional Self-Control in situations adverse: 2. 0 ± 0. 8). The mean scores in coping strategies ranged between 1. 6 and 2. 1 points, and the established maximum score is 3 points. The maximum occur in the Acceptance of Responsibility (Factor 5 / Coping) (2. 1 ± 0. 6), the Social Support (Factor 4 / Coping) (2. 0 ± 0. 7) and positive reappraisal (Factor 8 / Coping) (2. 0 ± 0. 7). The minimum scores occur in the Head (Factor 1 / Coping) (1. 6 ± 0. 6) and Self (Factor 3 / Coping) (1. 6 ± 0. 6). Regarding the correlation of the instruments Coping strategies and anticipatory coping (IDHEA), it was found that Factor 1 IDHEA (Assertiveness and planning for high-risk situations) estimated significant correlations, positive of low degree with the strategies Coping Social Support (Factor 4 / Coping) (r = 0. 221; p = 0. 043), Responsibility Acceptance (Factor 5 / Coping) (r = 0. 258; p = 0. 018), Resolution Problems (Factor 7 / Coping) (r = 0. 269, p = 0. 013) and positive reappraisal (Factor 8 / Coping) (r = 0. 291; p = 0. 007); pointing out that high scores on Factor 1 IDHEA (Assertiveness and planning for high-risk situations) show up also correlated with high scores on factors of coping strategies. The most significant correlations between coping and anticipatory coping strategies are in emotional self in adverse situations (Factor 3 / IDHEA) and Social Support (Factor 4 / Coping) (r = -0. 294; p = 0. 007), Responsibility Acceptance (Factor 5 / Coping) (r = -0. 232; p = 0. 034), Problem Resolution (Factor 7 / Coping) (r = -0. 311; p = 0. 004), and positive reappraisal (Factor 8 / Coping) (r = -0. 375; p <0. 001). The Coping strategies and self-efficacy for abstinence vary independently in females. The average in Factor 2 Coping (Pitch) (1. 6 ± 0. 6) of participants up to 60 days of abstinence was higher (p = 0. 026). There was borderline significance (0. 05 <p <0. 10) in Factor 5 / Coping (Liability of Acceptance) (p = 0. 056) suggesting that the group average up to 60 days of abstinence (2. 3 ± 0. 6) may be showing higher compared to the group over 60 days of abstinence (2. 0 ± 0. 7). We conclude that self-efficacy is associated with proactive coping strategies, and see other people using drugs are considered the most critical factor. Women with emotional control can reframe experiences and seek social support. It is considered the need for further research into anticipatory coping skills and self-efficacy in women who use crack cocaine. This work may stimulate further studies on coping skills and self-efficacy in the crack cocaine of context. / O advento do crack tornou-se preocupante aos olhos da sociedade e da saúde pública. A ciência tem se interessado no estudo do fenômeno e também no desenvolvimento de abordagens de tratamento. Nesse sentido, torna-se relevante identificar e antecipar o que seriam possíveis situações de risco e o quão confiantes sentem-se os usuários para seguir e evitar a recaída. Esta dissertação objetiva estudar as habilidades de enfrentamento e a autoeficácia para a abstinência em usuários de crack através de quatro estudos. O primeiro tem o título de “Habilidades de Enfrentamento e Autoeficácia na Abstinência do Crack: uma Revisão Bibliográfica”. Neste estudo foram revisadas as publicações científicas dos últimos cinco anos (2010-2014), indexados nas bases de dados PubMed, PsycInfo, Lilacs, Proquest e Web of Science. Os descritores foram habilidades de enfrentamento, autoeficácia, abstinência, prevenção à recaída, abuso de drogas e crack. Foram pesquisados os descritores em língua inglesa coping skills, self-efficacy, abstinence, relapse prevention, drug abuse and crack cocaine. Foram encontrados poucos artigos específicos ao crack: estilos parentais e a influência nas habilidades de enfrentamento, craving e crack e recursos de enfrentamento em mulheres. Concluiu-se que o tempo de abstinência, associado com abordagens adequadas e a autoeficácia podem ajudar no desfecho do tratamento. O crack, com suas características próprias, causa diversos prejuízos, porém a melhora cognitiva é possível levando-se em conta o tempo de abstinência. Estudos sobre habilidades de enfrentamento e autoeficácia são relevantes no contexto da abstinência do crack, porém ainda incipientes.O segundo estudo, “Habilidades de Enfrentamento e Autoeficácia para a Abstinência em Dependentes de Crack”, avaliou as habilidades de enfrentamento e a autoeficácia no contexto da abstinência do crack em 189 sujeitos. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional com delineamento transversal. A amostra é constituída de mulheres: 44,4% (n=84) e homens: 55,6% (n=105), com idades entre 19 e 59 anos e com até 5 anos de escolaridade formal. Foram utilizados os testes Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher, o t-Student e de Mann Whitney para as variáveis com distribuição assimétricas e a análise de variância (Two way) – Pos Hoc Sheffe. O nível de significância é de 5%. A média de idade é 31,7 anos, 58,3% (n=109) tem ensino fundamental e a classificação econômica pelo Critério Brasil demonstrada é a classe “C” (49,02%). A média resultante do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é mais elevada no sexo masculino (26,8±2,6). No Fator 6 (Fuga e Esquiva) do Inventário de Estratégias de Coping ocorreu, no sexo feminino, correlação significativa com o Fator 2 (Expressão de Sentimento) do Inventário de Enfrentamento Antecipatório para a Abstinência (IDHEAA) (r=-0,250; p=0,022). Há correlações significativas e positivas, principalmente entre os Fatores 1 e 2 do IDHEAA (Assertividade e Expressão de Sentimento) com todos os fatores da Escala de Autoeficácia para a Abstinência (EAAD) incluindo seu escore total. Entre as estratégias de Coping e a autoeficácia para a abstinência (EAAD), no sexo feminino, não há correlações significativas, sendo que nos homens há correlação positiva entre os fatores da autoeficácia para a abstinência (EAAD) e os fatores das estratégias de Coping (Autocontrole e Resolução de Problemas).Conclui-se que as mulheres são mais vulneráveis ao uso de crack e usam mais as estratégias de Coping. Homens mais confiantes são mais autocontrolados e tem maior disponibilidade de resolver problemas. Faltam estudos que correlacionem os construtos apresentados neste estudo. O terceiro estudo, intitulado como “Relação entre Coping e o Tempo de Abstinência em Dependentes de Crack”, correlacionou as estratégias de Coping e o tempo de abstinência em homens e mulheres com transtorno grave pelo uso de crack, em tratamento. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com delineamento transversal e a amostra foi composta por 189 sujeitos: 84 mulheres (44,4%) e 105 homens (55,6%). Os participantes com idades entre 19 a 59 anos apresentam, no mínimo, 5 anos de estudo formal. A idade média de idade é de 31,7 (±8,8) anos, apresentam nível escolar baixo e renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (68,8%). A comparação entre variáveis categóricas nos dois grupos ocorreu pelos testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Adotou-se o nível de significância de 5%. O tempo de abstinência de até 60 dias foi observado em 64,0% (n=121). Na avaliação das estratégias de Coping as médias mais elevadas, no sexo feminino, foram Fator 1 (Confronto) (Masculino: 1,4±0,6 vs. Feminino: 1,6±0,6; p=0,05); Fator 4 (Suporte Social) (Masculino: 1,6±0,7 vs. Feminino: 2,0±0,7; p=0,001); Fator 6 (Fuga e Esquiva) (Masculino: 1,5±0,7 vs. Feminino: 1,8±0,7; p=0,014); Fator 5 (Aceitação de Responsabilidade) (Masculino: 1,9±0,7 vs. Feminino: 2,1±0,6; p=0,011); e Fator 8 (Reavaliação Positiva) (Masculino: 1,6±0,6 vs. Feminino: 2,0±0,7; p<0,001).As estratégias de Coping, correlacionadas ao tempo de abstinência e ao sexo, teve um único efeito significativo no Fator 5 (Aceitação de Responsabilidade) para a interação entre sexo e tempo de abstinência (F1, 189 = 5,318; p=0,022; poder=0,631). Houve significância limítrofe nos Fatores 3 (Autocontrole) (F1, 189 = 4,064; p=0,072; poder=0,631) e 4 (Suporte Social) (F1, 189 = 4,031; p=0,072; poder=0,615). Houve efeito para o fator sexo evidenciado para os Fatores 1 (Confronto) (F1, 184 =8,357; p=0,004; poder=0,820); 3 (Autocontrole) (F1, 184 =4,450; p=0,036; poder=0,555); 4 Suporte Social (F1, 189 =5,574; p=0,001; poder=0,931); 6 (Fuga e Esquiva) (F1, 184 =; p=0,011; poder=0,724); e 8 (Reavaliação Positiva) (F1, 184 =5,611; p<0,001; poder=0,953). Mulheres têm escores mais elevados no Coping, independente do tempo de abstinência. Mulheres com até 60 dias de abstinência apresentam maior Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) e, com mais de 60 dias, diminuíram o Autocontrole (Fator 3/Coping). Homens com mais de 60 dias de abstinência aumentaram o Suporte Social (Fator 4/Coping) em relação ao grupo com menos de 60 dias. Diferenças nas estratégias de Coping detectadas entre homens e mulheres em cada faixa de tempo de abstinência não se mostraram representativas neste estudo. O quarto e último estudo, “Habilidades de Enfrentamento, Autoeficácia e Tempo de Abstinência do Crack em Mulheres”, objetivou traçar um perfil de mulheres dependentes de crack internadas em Comunidades Terapêuticas, sendo correlacionados variáveis como Enfrentamento Antecipatório, Autoeficácia, Estratégias de Coping e o tempo de abstinência. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com delineamento transversal. A amostra está constituída de 84 mulheres. A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov com correção de Lillifors, a relação de linearidade entre os instrumentos foi estimada através do coeficiente de correlação de Pearson e a análise comparativa pelo teste t-Student. Para critérios de decisão estatística adotou-se o nível de significância de 5%. Os resultados encontrados foram 31,6 (±9,1) anos como a média de idade e escolaridade baixa em 57,1% (n=48). Até internarem, 40,5% (n=34) das participantes trabalhavam e 48,9% (n=41) foram classificadas como classe “C” pelo Critério Brasil. O tempo de abstinência de até 60 dias ocorreu em 62,9% (n=66) e a média de dias sem o uso de drogas é de 181,6 (±294,7) dias. Quanto ao uso de outras substâncias, observou-se a associação do crack a outras drogas (álcool 23,8%; maconha 17,9%; cocaína 44,0%. Os resultados ponderados das médias encontradas no screening cognitivo através da Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS) foram: Cubos 11,4 (±3,0); Códigos 9,1 (±2,4) e Dígitos 11,4 (±3,3). O escore médio apresentado no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é de 25,8. Na avaliação da autoeficácia (EAAD), a pontuação média mais elevada ocorreu no Fator 3 (Confiança em não usar crack frente a preocupações: 3,6±1,1) e a menor no Fator 2 (Confiança em não usar crack ao ver outras pessoas usando: 3,2±1,3).Na avaliação das estratégias de enfrentamento antecipatórias para a abstinência do crack (IDHEAA), as pontuações mais elevadas estão nos Fatores 1 (Assertividade e planejamento para situações de alto risco: 2,3±0,8) e 2 (Expressão de sentimento positivo para manutenção da abstinência: 2,3±0,6), sendo que o menor escore médio foi no fator 3 (Autocontrole emocional em situações adversas: 2,0±0,8). As pontuações médias nas estratégias de Coping oscilaram entre 1,6 e 2,1 pontos, sendo que a pontuação máxima estabelecida é de 3 pontos. As máximas ocorrem na Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (2,1±0,6), no Suporte Social (Fator 4/Coping) (2,0±0,7) e na Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (2,0±0,7). As mínimas pontuações ocorrem no Confronto (Fator 1/Coping) (1,6±0,6) e no Autocontrole (Fator 3/Coping) (1,6±0,6). Em relação à correlação dos instrumentos estratégias de Coping e enfrentamento antecipatório (IDHEAA), verificou-se que o Fator 1 do IDHEAA (Assertividade e planejamento para situações de alto risco) estimou correlações significativas, positivas de grau fraco com as estratégias de Coping Suporte Social (Fator 4/Coping) (r=0,221; p=0,043), Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (r=0,258; p=0,018), Resolução Problemas (Fator 7/Coping) (r=0,269; p=0,013) e Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (r=0,291; p=0,007); apontando que pontuações elevadas no Fator 1 IDHEAA (Assertividade e planejamento para situações de alto risco) mostram-se correlacionadas a pontuações também elevadas nos fatores das estratégias de Coping. As correlações mais expressivas entre estratégias de Coping e enfrentamento antecipatório estão no autocontrole emocional em situações adversas (Fator 3/IDHEAA) e no Suporte Social (Fator 4/Coping) (r=-0,294; p=0,007), Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (r=-0,232; p=0,034), Resolução Problemas (Fator 7/Coping) (r=-0,311; p=0,004), e Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (r=-0,375; p<0,001). As estratégias de Coping e a autoeficácia para a abstinência variam de forma independente no sexo feminino. A média no Fator 2 do Coping (Afastamento) (1,6±0,6) dos participantes com até 60 dias de abstinência foi mais alta (p=0,026). Houve significância limítrofe (0,05<p<0,10) no Fator 5/Coping (Aceitação de Responsabilidade) (p=0,056) sugerindo que a média do grupo com até 60 dias de abstinência (2,3±0,6) pode estar se mostrando mais elevada, quando comparada ao grupo com mais de 60 dias de abstinência (2,0±0,7). Conclui-se que a autoeficácia está associada às estratégias de enfrentamento antecipatórias, sendo que ver outras pessoas usando drogas é considerado o fator mais crítico. Mulheres com controle emocional conseguem resignificar vivências e buscar apoio social. Considera-se a necessidade de novos estudos sobre habilidades de enfrentamento antecipatório e da autoeficácia em mulheres usuárias de crack. Esta dissertação poderá estimular novos estudos sobre habilidades de enfrentamento e autoeficácia no contexto do crack.

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