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Globalização e trabalho: os trabalhadores nas packing houses de manga do Vale do São FranciscoFEITOSA, Rodolfo Rodrigo Santos 30 November 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-08-04T14:56:07Z
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FEITOSA, Rodolfo. Globalização e Trabalho (Tese - Versão definitiva).pdf: 3096670 bytes, checksum: be4ab1ec9f5720795d575ea3ed9a87f1 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-04T14:56:07Z (GMT). No. of bitstreams: 2
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Previous issue date: 2016-11-30 / Esta tese trata das mudanças envolvendo o trabalho e os trabalhadores das packing houses de
mangas da região do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. O estudo, realizado entre
os anos 2013 e 2016, problematiza essas alterações face à inserção deste contexto produtivo
no âmbito dos circuitos e fluxos proporcionados pela globalização dos alimentos. Neste
sentido, a entrada do Vale do São Francisco nos mercados agroalimentares globais é
apreendida como uma dinâmica particular, que coloca atores, empresas e instituições locais
em interação com tendências e padrões difundidos globalmente, emergindo deste contexto
alterações contundentes no mundo do trabalho. Processos produtivos e relações de trabalho
que envolvem os produtos de exportação passam a ser afetados pelas lógicas de controle e
intensificação do trabalho. O estudo tem um recorte metodológico qualitativo, cujo material
de análise é composto por entrevistas semiestruturadas realizadas com trabalhadores, por
observações sistemáticas realizadas nos espaços de produção, assim como por relatos e
depoimentos de outros atores sociais envolvidos na realidade da produção e exportação de
mangas na região. Os dados oriundos das entrevistas são tratados sob a perspectiva da análise
de conteúdo com identificação de padrões compreensivos nas falas dos atores e respectivas
quantificações. A reflexão em torno dos dados é conduzida à luz da Sociologia, perpassando
os estudos rurais, aqueles pertinentes ao mundo do trabalho, assim como a literatura que versa
sobre a globalização e suas características. Na análise dos dados também se incorpora os
debates existentes em áreas afins como a antropologia, a geografia e a economia. Os
resultados obtidos apontam para a configuração de um panorama complexo e marcado por
contradições no que pesa aos reflexos da globalização no trabalho nas packing houses de
manga do Vale do São Francisco. Neste contexto, as ações de resistência cotidiana dos
trabalhadores atingidos por rigoroso controle e elevada intensificação nas rotinas de trabalho,
são entendidas como reflexo da interação entre realidades produtivas locais e mercados
globais. / This thesis deals with the changes involving the work and the workers of the packing houses
of mangoes of São Francisco Valley region in the Northeast of Brazil. The study, conducted
between 2013 and 2016, debates these changes due to the inclusion of this productive context
within the scope of the circuits and flows provided by the globalization of food. In this regard,
the entrance of São Francisco Valley in the global agri-food markets is recognized as a
particular dynamic that inserts actors, local companies and institutions interacting with trends
and globally widespread standards, emerging, from this context, trenchant changes in the
working world. Production processes and working relationships, which involve the export
products, become affected by the control logic and intensification of work. The study has a
qualitative methodological approach, whose material of analysis is composed by semistructured
interviews conducted with workers, through systematic observations made in the
production spaces, as well as through stories and testimonials from other social actors
involved in the reality of production and export of mangoes in the region. The data from the
interviews are treated from the perspective of content analysis with the recognition of
comprehensive patterns in the speech of the actors and their quantifications. The reflection
around the data is conducted in the light of Sociology, running through the rural studies, those
related to the working world, as well as the literature that deals with globalization and its
features. In the data analysis we also incorporate the existing discussions in related fields,
such as anthropology, geography and economy. The results point to the configuration of a
complex landscape and marked by contradictions regarding the consequences of globalization
at work in the mango packing houses of the São Francisco Valley. In this context, the daily
resistance actions of workers affected by strict control and high intensification of work
routines, are understood as a result of interaction between local productive realities and global
markets.
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Cultura organizacional e controle do trabalho - estudo de uma fÃbrica de calÃados no interior do CearÃ. / Organizational culture and control over workers: study of the footwear industry in an provincial citiy of CearÃAntÃnio ValricÃlio Linhares da Silva 12 September 2012 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O estudo està centrado nas formas de exploraÃÃo, alienaÃÃo e controle sobre o novo operariado do setor de calÃados no interior do Cearà e sua relaÃÃo com a chamada acumulaÃÃo flexÃvel, tendo como centro da anÃlise a cultura organizacional e as estratÃgias de controle adotadas por uma empresa proveniente do Sul do PaÃs, atraÃda por incentivos fiscais, mÃo de obra farta, de baixo custo e ainda em formaÃÃo. Buscou-se testar a hipÃtese da heterogeneidade do modelo produtivo adotado pela empresa, em especial as relaÃÃes de trabalho, questionando o discurso da flexibilidade em face do cotidiano vivenciado pelos operÃrios; e, depois de uma anÃlise crÃtica da categoria cultura organizacional voltou-se para a descriÃÃo e anÃlise da cultura real materializada nas relaÃÃes de trabalho, a fim de verificar, especialmente, se e como esta cultura se confirma como elemento relevante de conformaÃÃo da classe, instrumento de controle do trabalho na empresa tomada como locus da pesquisa. Dadas Ãs especificidades do objeto, rodeado de contradiÃÃes, adotou-se o mÃtodo histÃrico dialÃtico, empreendendo uma pesquisa de carÃter qualitativo, pois envolve a interpretaÃÃo do fenÃmeno e atribuiÃÃo de significado, fazendo uso da descriÃÃo para explicitar os elementos constituintes da produÃÃo, aspectos e estratÃgias da cultura organizacional, extraÃdos de publicaÃÃes da empresa e de relatos dos operÃrios. Quanto aos procedimentos, adotou-se o estudo de caso abordando o fenÃmeno em duas vertentes: uma direcionada ao paradigma reestruturaÃÃo produtiva e à categoria Cultura organizacional; outra voltada para o estudo de caso da cultura organizacional, centrando-se na anÃlise da cultura especÃfica da fÃbrica, o que exigiu passar pelas relaÃÃes de trabalho, que permitiram captar as contradiÃÃes entre os valores e pressupostos formalmente assumidos pela empresa e as expressÃes concretas percebidas pelos operÃrios no chÃo da fÃbrica. Tendou-se ver a hipÃtese das relaÃÃes conservadoras na adaptaÃÃo do processo produtivo ao modelo flexÃvel e se seu carÃter heterogÃneo se confirma nas relaÃÃes de trabalho da fÃbrica, ao passo que foram encontrados elementos para questionar a positividade da cultura organizacional desta empresa como fenÃmeno que busca o controle da subjetividade dos trabalhadores. Realizo-se algo pouco experimentado nos estudos sobre relaÃÃes de trabalho: a descriÃÃo da uma cultura organizacional de um espaÃo fabril, seus limites e contradiÃÃes num caso de uma empresa cuja instalaÃÃo segue o modelo de industrializaÃÃo tardia do Estado do CearÃ. / The study focuses on the forms of exploitation, alienation and control over the new working class of the footwear industry in the provincial cities of CearÃ, and its relation to the flexible accumulation, with analysis centered in organizational culture and control strategies adopted by a company from the south of the country, attracted by tax incentives, and abundant inexpensive and still forming labor class. We tested the hypothesis of heterogeneity of the production model adopted by the company, in special labor relations, questioning the discourse of flexibility to meet daily experiences lived by workers; and, after a critical analysis of the organizational and cultural category, we described and analyzed the culture embodied in labor relations, verifying in particular, if this culture is a relevant element of class conformation, instrument of labor control in the company taken as a locus of research. Due to the object specificity, surrounded by contradictions, we adopted the historical and dialectic method, with a qualitative research because it involves interpretation of the phenomenon and attribution of significance, using this description to explain the elements of the production process, aspects and cultural and organizational strategies, compiled from company publications and reports of workers. We use the case study as proceeding and explored the phenomenon in two fields: one of them was directed to the productive restructuring paradigm, and to the category of organizational culture; and the other emphasizing the specific culture of the footwear factory, going through labor relations, and registering the contradictions between the values and assumptions formally assumed by the company with the expressions perceived by the workers. We try to see the hypothesis of conservative relationships in adaptation to the productive processes to the flexible model and its heterogeneous character was confirmed in labor relations into the factory, while we find evidence to question the positive organizational culture of this company as a phenomenon that seeks control subjectivity of workers. We did something little experienced in studies of labor relations: the a description of an organizational culture of a factory space, with limits and contradictions in the case of a company whose installations follows the model of recent industrialization of the State of CearÃ.
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O papel dos dispositivos de controle curricular : avaliando a Prova Brasil / El papel de los dispositivos de control curricular : evaluando la Prueba BrasilVieira, Izabella da Silva 21 December 2011 (has links)
Esta disertación de Maestrazgo tiene como problema de investigación investigar como profesores/las de dos escuelas de enseñanza fundamental de la red pública municipal, de una ciudad del interior del estado de Alagoas, perciben en su currículo, la política del gobierno de evaluación nacional. Tiene como objetivo analizar de que manera el currículo oficial, los Parámetros Curriculares Nacionales (PCN), ha se hecho la plantilla predominante y, de esa forma, tiene también controlado y estandarizado la práctica curricular, a partir de la implantación de la Prueba Brasil. Ese objetivo se desplega en tres específicos, que son: investigar como la escuela, y más específicamente, como el/la profesor/la problematiza las cuestiones referentes al currículo oficial y la Prueba Brasil; analizar la relación entre los Parámetros Curriculares Nacionales y las Matrices de Referencia de la Prueba Brasil; y evaluar como profesores y profesoras tienen incrustado y respondido a la utilización de los PCN, así como de las Matrices de Referencia de la Prueba Brasil en su trabajo. La investigación es de cuño cualitativo y el abordaje metodológico adoptada es el Estudio de Caso. Este trabajo pretende levantar algunas consideraciones acerca de los dispositivos discursivos y de las técnicas de control vinculados a la Prueba Brasil, a través de un Estudio de Caso de turmas del 4º y 5º años de dos escuelas públicas de un municipio del interior del Estado de Alagoas. Estrategias han sido armadas para que el/la profesor/la se apoderen de los conocimientos relacionados a la Prueba Brasil y así puedan preparar los/las alumnos/las para el examen. Esa forma de control gubernamental, al ser aliada a los PCN, refuerza los objetivos, los saberes y las prácticas establecidas en el ámbito oficial del gobierno, tuteando cómo prácticas normalizadoras y controladoras de los saberes docentes, disminuyendo significativamente su grado de autonomía profesional y simplificando los saberes transmitidos a los estudiantes, en la dirección opuesta a la calidad defendida en los discursos oficiales. / Esta dissertação de mestrado tem como problema de pesquisa investigar como professores/as de duas escolas de ensino fundamental da rede pública municipal, de uma cidade do interior do estado de Alagoas, percebem no seu currículo a política do governo de avaliação nacional. Tem como objetivo analisar de que maneira o currículo oficial, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), tem se tornado o modelo predominante, e, dessa forma, tem também controlado e padronizado a prática curricular, a partir da implantação da Prova Brasil. Esse objetivo se desdobra em três específicos, que são: investigar como a escola, e mais especificamente, como o/a professor/a problematiza as questões referentes ao currículo oficial e a Prova Brasil; analisar a relação entre os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Matrizes de Referência da Prova Brasil; e avaliar como professores e professoras têm incorporado e respondido à utilização dos PCN, bem como das Matrizes de Referência da Prova Brasil em seu trabalho. A pesquisa é de cunho qualitativo e a abordagem metodológica adotada é o Estudo de Caso. Este trabalho pretende levantar algumas considerações a respeito dos dispositivos discursivos e das técnicas de controle vinculados à Prova Brasil, através de um Estudo de Caso de turmas do 4º e 5º anos de duas escolas públicas de um município do interior do Estado de Alagoas. Estratégias têm sido armadas para que o/a professor/a se apodere dos conhecimentos relacionados à Prova Brasil e assim possa preparar os/as alunos/as para o exame. Essa forma de controle governamental, ao ser aliada aos PCN, reforça os objetivos, os saberes e as práticas estabelecidas no âmbito oficial do governo, atuando como práticas normalizadoras e controladoras dos saberes docentes, diminuindo significativamente seu grau de autonomia profissional e simplificando os saberes transmitidos aos estudantes, na direção oposta à qualidade defendida nos discursos oficiais.
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Reestruturação produtiva e qualificação profissional: um estudo de caso sobre a cadeia do fumoFaria, Andréia Farina de [UNESP] 20 April 2010 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2010-04-20Bitstream added on 2014-06-13T19:07:21Z : No. of bitstreams: 1
faria_af_me_arafcl.pdf: 1162798 bytes, checksum: 98b7bb76d1440225e92bf36594058934 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / A dissertação busca retratar a dinâmica da cadeia produtiva do fumo. O objetivo geral envolve dois aspectos: discutir a reestruturação produtiva do setor que se estende do campo à produção fabril, e problematizar a qualificação profissional dos trabalhadores envolvidos na cadeia do fumo, visto que se trata de uma cadeia coordenada por multinacionais que detém as inovações tecnológicas utilizadas ao longo da cadeia produtiva do fumo/cigarro. O objetivo específico é discutir tais aspectos a partir de um estudo de caso, envolvendo a empresa Souza Cruz S/A, visto que esta está presente nos dois ramos da produção, ou seja, na produção agrícola integrada e na fabricação de cigarros. O controle da cadeia se dá então de forma específica, coordenada por uma política integrada, denominada Supply Chain, na qual a ausência de qualificação profissional no campo torna-se um instrumento de controle no campo, ao passo que na indústria o discurso da qualificação profissional aumenta a intensificação do trabalho na fábrica. Ademais também caracterizamos uma nova forma de relação interfirmas existente entre empresas fumageiras, empresas agro-químicas e agricultores integrados. O estudo de caso realizado no ano de 2009 deu-se a partir de entrevistas com agricultores e entidades representativas localizadas no município de Santa Cruz do Sul/RS (maior complexo fumageiro do mundo). A pesquisa realizada na unidade produtiva da Souza Cruz S/A em Uberlândia/MG deu-se durante o ano de 2008 e compreende o período 1990-2007 no qual a empresa implementou seu projeto de reestruturação produtiva. / Not available
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativoLauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.
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Going cloud: a grounded theory of the transition of work from in-house computing to cloud computingHolz, Edvalter Becker 26 February 2018 (has links)
Submitted by Edvalter Becker Holz (edvalterholz@gmail.com) on 2018-04-19T10:47:42Z
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Previous issue date: 2018-02-26 / This study pursues the following question: how does the transition of work from in-house computing to cloud computing happens? While seeking for answers, an empirical study was carried out over one year. Its research strategy and method is grounded theory, combined with ethnography as a means for gathering empirical material. The phenomenon analyzed was named going cloud, an expression that refers to the process of shifting the work from local computing to cloud computing. The phenomenon is described, explicated and exemplified from three categories, each one regarding one temporal stage: justifying (temporal stage 1: the implementation and communication of cloud computing results in rethinking how things get done); re-mediating (temporal stage 2: rethinking how things get done results in limiting what can be done in new ways); circumscribing (temporal stage 3: limiting what can be done in new ways results in routinely doing only the managerial work in new ways). The core find is that, at the end of the transition of work from in-house computing to cloud computing, only the managerial work becomes reorganized. The study offers two original contributions to the emerging literature on cloud computing: I) it introduces ‘going cloud’ as a new substantive domain; II) offers a grounded theory, which suggests how and why only the managerial work is reorganized while the organization goes cloud. The study also offers two original contributions to the well-established literature on technology and organizing: III) it advances the theoretical model of the imbrication of human and material agencies; IV) it advances the discussion about the adoption of agential or critical realism while studying sociomateriality. The conclusions indicate how to advance knowledge about the transition from local computing to cloud computing: I) studying how this transition can result in technical attributes performing tasks that do not require expert knowledge; II) studying how organizations and people are developing criteria for deciding what kind of information may or may not go to the cloud. The main implication is to develop longitudinal studies, in order to make comparisons between the work before and after the routine use of cloud computing. / Este estudo responde à seguinte questão: como acontece a transição do trabalho da computação local para a computação em nuvem? Ao buscar respostas, foi desenvolvido um estudo empírico com duração de um ano. A estratégia e método de pesquisa é a grounded theory, combinada com etnografia como meio de obtenção de material empírico. O fenômeno analisado foi nomeado going cloud, expressão que se refere ao processo de mudar o trabalho da computação local para a computação em nuvem. O fenômeno é descrito, explicado e exemplificado a partir de três categorias principais, cada uma relativa a um estágio temporal: justificando (estágio temporal 1: a implementação da computação em nuvem resulta em repensar como as coisas são feitas); remediando (estágio temporal 2: repensar como as coisas são feitas resulta em limitar o que pode ser feito de novas formas); circunscrevendo (estágio temporal 3: limitar o que pode ser feito de novas formas resulta em fazer apenas o trabalho gerencial de novas formas). O principal achado é que, ao final da transição, apenas o trabalho gerencial se torna reorganizado. O estudo oferece duas contribuições originais para a literatura emergente sobre computação em nuvem: I) introduz going cloud como um novo domínio substantivo; II) oferece uma grounded theory, a qual sugere como e por que apenas o trabalho gerencial é reorganizado enquanto a organização adota computação em nuvem. O estudo oferece também duas contribuições originais para a já estabelecida literatura sobre tecnologia e organizar: III) avança o modelo teórico sobre imbricação entre agências humana e material; IV) avança a discussão sobre adotar realismo agêntico ou crítico como posicionamento ontológico ao estudar sociomaterialidade. As conclusões indicam como avançar o conhecimento sobre a transição do trabalho da computação local para a computação em nuvem: I) estudando como esta transição pode resultar em atributos técnicos performando tarefas que não requerem conhecimento especialista; II) estudando como organizações e pessoas estão desenvolvendo critérios para decidir que tipo de informação pode ou não pode ir para a nuvem. A principal implicação é desenvolver estudos longitudinais, com o propósito de fazer comparações entre o trabalho antes e após o uso rotineiro da computação em nuvem.
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Mecanismos de controle do trabalho escolar em propostas de escrita narrativa em livros did?ticos de portugu?s (1974-2009)Ribeiro, Janima Bernardes 25 January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-01-25 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior / This essay aims at investigating the writing proposals of Portuguese textbooks (LDP Livros Did?ticos de Portugu?s) for Middle School (EF Ensino Fundamental), from 6th to 9th grade, from the 70s to 2009. It aims to check, though the discourse reported in the Portuguese Textbook, the control directed to the practice of the teacher and the student to do in the teaching situations. Theoretically, we search for contributions that come from the Discourse Analysis of French filiation, so we can analyze the ideological constructions present in the discourse of the ―LDP‖ more specific lly the control directed to the te cher nd student the users of the book, in writing activities. It started from a corpus of 63 textbooks whereof the following steps were performed: a) mapping of the writing proposals contemplated in the ―LDP‖ of high school; b cutting in the selection of propos l ccording to the rese rch go ls intended (writing proposals of narrative texts). After mapping the writing proposals presented in the ―LDP‖ bout the criteri mentioned bove we re d the writing propos ls to ch rt the quantity of proposals of textual writing productions in each textbook (which usually follows a pattern : 12 chapters and, at the end, the writing proposal. Nevertheless, some books present 2 (two) or more writing proposals at the end of each chapter). We did a cutting in the corpus initi lly constituted 63 ―LDP‖ nd we selected 12 writing proposals of narrative texts presented in the ―LDPs‖ to present wh t we intend to n lyze. Then, we separated these proposals into two groups: 1) activities which present ―instruction guide‖ to be followed by the student; 2) writing activities that allow the student write with no need to follow a text pattern, i.e., which encourage authorship. By means of analyses, it was possible to demonstrate that, in the Basic School, generally, the writing practices concentrate, primarily, on copying activities, reproduction, rewriting and, in more advanced levels, in activities that which start from preset models, asking the students to produce text with similar themes, following the suggested structure. It is about ideals that are supposed to be followed and imitated by the students, depriving them to assume their authorship. In order to insert the student in the world of writing it s necess ry to go beyond the model of c nonic l texts pr ctice th t puts the students f r from the possibility to be ― uthors‖. In contr st to this tendency, we face, nowadays, proposals that prioritize the authorship, the creation of a style / Esta disserta??o tem como objeto de investiga??o as propostas de escrita dos Livros Did?ticos de Portugu s LDP do Ensino Fund ment l EF do 6 o 9 no de 1974 a 2009. Tem o intuito de verificar pelo discurso relatado no Livro Did?tico de Portugu?s o controle direcionado ? pr?tica do professor e ao fazer do aluno em situa??es de ensino. Teoricamente, buscamos contribui??es que adv?m da An?lise do Discurso de filia??o francesa, para que possamos analisar as constru??es ideol?gicas presentes no discurso dos LDP, mais especificamente, o controle direcionado ao professor e ao aluno, usu?rios do livro, nas atividades de escrita. Partiu-se de um corpus de 63 livros did?ticos em que foram realizadas as seguintes etapas: a) mapeamento das propostas de escrita contempladas nos LDP do EF; e b) recorte na sele??o das propostas, de acordo com os prop?sitos da pesquisa pretendidos (propostas de escrita de textos narrativos). Ap?s o mapeamento das propostas de escrita apresentadas nos LDP sobre os crit?rios acima mencionados, fizemos a leitura das propostas de escrita para tabular a quantidade de propostas de produ??es textuais escritas apresentadas em cada Livro Did?tico (que geralmente segue um padr?o: 12 cap?tulos e, ao final, a proposta de escrita. Todavia, alguns livros apresentam 2 (duas) ou mais propostas de escrita ao final de cada cap?tulo). Fizemos um recorte no corpus inicialmente constitu?do (63 LDP) e selecionamos 12 propostas de escrita de textos narrativos apresentados nos LDP para representar o que pretendemos analisar. Em seguida, separamos essas propostas em dois grupos: 1 tivid des que present m ―roteiro de instru??o‖ p r o luno seguir; 2) atividades de escrita que possibilitam ao aluno escrever sem ter que seguir um modelo padr?o de texto, ou seja, que incentivam a autoria. Por meio das an?lises, foi poss?vel demonstrar que, na Escola B?sica, no geral, a pr?tica de escrita concentra-se, prioritariamente, em atividades de c?pia, reprodu??o, reescritura e, em est?gios mais avan?ados, em atividades que partem de modelos preestabelecidos, solicitando aos alunos que produzam textos com temas similares, seguindo a estrutura sugerida. Trata-se de supostos ideais a serem seguidos e imitados pelos alunos, privando-os de assumir sua autoria. Contrariamente a essa tend?ncia, acreditamos que, para inserir o aluno no mundo da escrita, ? preciso ir al?m de modelos can?nicos de texto, pr?tica que distanci os lunos d possibilid de de serem ― utores‖. Em contr p rtid ess tend?ncia, nos deparamos com LDs da contemporaneidade, que apresentam propostas que priorizam a autoria, a cria??o de um estilo
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativoLauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativoLauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.
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