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A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período colonial: a definição das fronteiras / The conquest and settling of the Brazilian Amazon region during the colonization period: the definition of the bordersRezende, Tadeu Valdir Freitas de 20 October 2006 (has links)
A conquista e ocupação da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos pelo Estado, planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano, que resultaram na incorporação ao território do Brasil de, aproximadamente, 60% de sua área total atual. Coube a Portugal, ainda durante a vigência da União Ibérica, sob ordens do Rei de Espanha, a expulsão dos franceses de São Luís do Maranhão e a fundação, em 1616, do Forte do Presépio de Santa Maria de Belém. A partir dessa posição, pescadores e comerciantes ingleses e holandeses, que iniciavam sua instalação no baixo Amazonas, foram expulsos pelas forças portuguesas, que passaram então a controlar o acesso à maior bacia hidrográfica do mundo. Com a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, em 1621 - entidade política autônoma e independente do Estado do Brasil - a administração desses territórios passou a ser diretamente subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo irreversível de exploração e penetração territorial pela vasta rede hidrográfica amazônica. Uma expedição oficial, realizada entre 1637 e 1639, pretendeu estabelecer um limite entre os domínios das duas Coroas ibéricas; foi chefiada por Pedro Teixeira, que lavrou ata de posse para Portugal das terras situadas a oeste da povoação de Franciscana, fundada pelos portugueses em pleno território do Equador atual. Pouco tempo depois, entre 1647 e 1651, o bandeirante Antonio Raposo Tavares realizou uma das maiores expedições geográficas da história, uma viagem de São Paulo a Belém, percorrendo mais de 5.000 km pelos sertões do continente americano. Essa expedição revelou acessos do sul do Brasil para a Amazônia e a importância do Rio Madeira e sua ligação com os altiplanos andinos. Por essa razão, estratégica, a Coroa portuguesa determinou a ocupação do vale do Rio Madeira pelos missionários religiosos, agentes imprescindíveis de conversão e conquista que, em pouco menos de um século depois da construção de Belém, haviam irradiado a ocupação por meio de dezenas de missões fundadas nos mais diversos pontos do território amazônico. Lisboa determinou também: o enfrentamento das incursões francesas no norte do Amazonas; a conquista dos Rios Negro e Branco; a expulsão dos jesuítas a serviço de Espanha do Rio Solimões; e a expedição ao Rio Madeira para conter a presença espanhola a oeste do Rio Guaporé. Todas as ações fizeram parte da estratégia para garantir a posse da Amazônia e tinham por objetivo preservar as conquistas territoriais empreendidas pelas expedições oficiais, pelos missionários, entradistas e bandeirantes. Principalmente a partir do reinado de Dom João V, de 1706 a 1750, Portugal passou a priorizar a definição de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos anteriores de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494. A aproximação das Coroas ibéricas e a extraordinária atuação de Alexandre de Gusmão nas negociações de fronteiras resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri: legalizava-se, pelo argumento de posse da terra - uti possidetis - e pela busca das fronteiras naturais, a ocupação da Amazônia e do Centro-Oeste do Brasil. Na Amazônia, Lisboa decidira tomar para si o controle das missões religiosas, realizando um programa de profunda reorganização política, econômica, social, administrativa, judicial e religiosa. Essa política propunha-se, sobretudo, a promover o povoamento do território e a garantir sua defesa e sua posse. Vilas foram fundadas; missões, erguidas à categoria de vilas; e, sobretudo, uma linha defensiva de fortificações portuguesas, construídas para guarnecer os limites exteriores da região: São José de Marabitanas e São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro; São Francisco Xavier de Tabatinga, no Rio Solimões; São Joaquim, no Rio Branco; Santo Antônio do Içá, na desembocadura do Rio Içá com o Solimões; São José de Macapá, na foz do Rio Amazonas; e Real Príncipe da Beira, no Rio Guaporé. Essas fortificações permitiram a ocupação definitiva do território e demonstram o propósito de Lisboa em defender e consolidar o espaço amazônico conquistado. Embora tivesse sido revogado logo após sua assinatura, o Tratado de Madri estabeleceu o princípio doutrinário que acabaria por prevalecer na demarcação definitiva das fronteiras do Brasil. Deve-se à penetração dos sertões pelos expedicionários, missionários, entradistas e bandeirantes a realização física da expansão colonial portuguesa na América; e ao Tratado de Madri, a inteligência e a prioridade política para a manutenção dessa conquista territorial tão singular. Com base nesse acordo, o Brasil independente teria sua área total mais que triplicada e logo trataria de oficializar suas fronteiras com as nações sul-americanas recém-formadas; processo que não ocorreu no restante da América hispânica e nem mesmo na América do Norte, em que as grandes alterações de fronteiras se deram depois da independência. A Amazônia, a despeito de todas as dificuldades para sua colonização, permaneceu brasileira graças ao esforço e ao empenho político empreendidos por Portugal para manter essa vasta região como parte de seu império colonial ultramarino / The conquest and settling of the Amazon region during the colonization period were state-conducted enterprises, planned and executed with political priority by the metropolitan government, which resulted in the incorporation to the Brazilian territory of approximately 60% of its total present area. It was Portugal\'s duty, still under the Iberic Union, under the King of Spain\'s orders, the expulsion of the French from São Luís do Maranhão and the foundation, in 1616, of the Forte do Presépio de Santa Maria de Belém (Fort of the Nativity of Saint Mary of Bethlehem). As from that position, both fishermen and English and Dutch tradesmen, who were beginning to settle in the lower Amazon River, were expelled by the Portuguese forces, who then started to control access to the world\'s largest hydrographic basin. After the foundation of the states of Maranhão and Grão-Pará in 1621 - autonomous and independent political entity of the State of Brazil - the administration of these territories became directly subordinate to Lisbon\'s government, thus triggering an irreversible process of territorial penetration and exploitation throughout the vast Amazon hydrographic network. An official expedition, carried out between 1637 and 1639 had the aim of establishing a limit between the domains of both Iberic Crowns; it was led by Pedro Teixeira, who wrote the possession registration document for Portugal of the land located west of the Franciscan settlement, founded by the Portuguese, where the current Equatorian territory lies. Shortly afterwards, between 1647 and 1651, explorer Antonio Raposo Tavares led one of the greatest geographic expeditions in history, a voyage from São Paulo to Belém, crossing over 5,000 kilometers through the American continent\'s wilderness. This expedition revealed both accesses from southern Brazil to the Amazon and the importance of the Madeira River and its connection with the Andean highland. For this strategic reason, the Portuguese Crown demanded the settling of the Madeira River valley by religious missionaries, invaluable agents of conversion and conquest, who less than a century after the construction of Belém had irradiated the settling by means of tens of missions founded in several points of the Amazon territory. Lisbon also demanded: fighting against the French incursions north of the Amazon River; the conquest of both the Negro and Branco Rivers; the expulsion of the Jesuits in service for Spain from the Solimões River; and the expedition to the Madeira River to hold back the Spanish presence west of the Guaporé River. All actions were part of the strategy to guarantee possession of the Amazon region and aimed at keeping the territorial conquests performed by the official expeditions, by the missionaries and by both official and unofficial explorers. As from the ruling of Dom João V, especially, from 1706 to 1750, Portugal started to prioritize the definition of its colonial borders with the aim of revising previous border agreements and cancel the Treaty of Tordesilla, signed in 1494. The union of the Iberic Crowns and Alexandre de Gusmão\'s extraordinary performance in the border negotiations resulted in the signature of the Treaty of Madrid in 1750: the settling of Brazil\'s Amazon and the Midwest regions were legitimated by the uti possidetis argument through land ownership and the search of natural borders. In the Amazon region, Lisbon had decided to take control over the religious settlements, conducting a deep political, economic, social, administrative, judicial and religious reorganization in order to foster the territory\'s population, guarantee its defense and ownership. Villages were set up; missions were upgraded to the categories of villages and, above all, a string of Portuguese fortifications was built to back the outer limits of the region: São José de Marabitanas and São Gabriel da Cachoeira, at the Negro River; São Francisco Xavier de Tabatinga, at the Solimões River; São Joaquim, at the Branco River; Santo Antônio do Içá, at the delta of the Içá and Solimões Rivers; São José de Macapá, at the Amazonas River estuary; and Real Príncipe da Beira, at the Guaporé River. These fortifications allowed the definitive settling of the territory and reveal Lisbon\'s purpose in both defending and consolidating the conquered Amazon area. Although it had been revoked shortly after it was signed, the Treaty of Madrid established the doctrinal principle which would end up prevailing in Brazil\'s final border layout. The Portuguese colonial expansion in America occurred thanks to the incursions into the wilderness by official and unofficial explorers and missionaries; and the Treaty of Madrid the intelligence and political priority for the maintenance of such singular territorial conquest. Based on this agreement, independent Brazil would see its overall area more than tripled and would soon have to formalize its borders with the newly-formed south American nations; a process that did not take place in the remaining Hispanic America or even in North America, where major border changes occurred after independence. The Amazon region, despite all difficulties for its colonization, remained Brazilian thanks to the effort and political engagement employed by Portugal to maintain all this vast region as part of its overseas colonial empire
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A seiva e o traço: configurações da memória na escrita do diário de viagem do botânico Francisco Freire Alemão (1859-1861)Teixeira, Karoline Viana January 2017 (has links)
TEIXEIRA, Karoline Viana. A seiva e o traço: configurações da memória na escrita do diário de viagem do botânico Francisco Freire Alemão (1859-1861). 2017. 397f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em História, Fortaleza (CE), 2017. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-08-17T11:51:27Z
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Previous issue date: 2017 / This thesis deals with Francisco Freire Alemão’s travel journal. One of the leading Brazilian naturalists of the 19th century, Freire Alemão wrote this journal during the Scientific Exploration Commission, an expedition that ran between 1859 and 1861 in the backlands of Ceará, as well as parts of the provinces of Rio Grande do Norte, Piauí and Pernambuco. Freire Alemão accumulated the functions of president of the Scientific Commission and head of the Botanical Section, bringing to the Court a herd of 14,000 plants. Considered the first scientific trip composed exclusively by Brazilian naturalists, the Scientific Commission of Exploration reflected the effort of the Brazilian Empire in the promotion of discoveries that were to leverage the economy of the country, as it happened in the European nations and in the United States. Despite the criticism, scarcity of funds and administrative and personal disagreements that undermined the continuity of its work, I try to approach the experience of the Scientific Commission within the possibilities and limits in the use of science as the intellectual arm of the development of the Brazilian Empire. Because of the cessation of the work of the Botanical Section and the illness of Freire Alemão, the diary remained in its original form, without any type of editing or cut, an operation that would have happened if it had been published. My purpose is to highlight the writing of the diary as the production of a particular memory, through a writing produced from a strategic knowledge aimed not only for the flourishing of science, but also to meet the demands of a policy aimed at using all the potentiality of the natural world. But a writing that at the same time registers an experience permeated by uncertainties, misunderstandings, unusual body reactions to the environment and inversions of the role of observer and observed. As a record of a memory and memory of a record, I take the diary as a privileged object to approach lived experiences, as well as to discern the diverse and complex fabric of mnemonic compositions, bringing together the connections between the subject in his private experiences and his relation with the collective. / Esta tese tem por objeto o diário de viagem que Francisco Freire Alemão, um dos principais naturalistas brasileiros do século XIX, redigiu no transcurso da Comissão Científica de Exploração, expedição que percorreu, entre 1859 e 1861, os sertões do Ceará, além de partes das províncias do Rio Grande do Norte, Piauí e Pernambuco. Freire Alemão acumulava as funções de presidente da Comissão Científica e chefe da Seção Botânica, tendo trazido para o Corte um hervário com 14 mil plantas. Considerada a primeira viagem científica composta exclusivamente por naturalistas brasileiros, a Comissão Científica de Exploração refletia o esforço do Império brasileiro na promoção de descobertas que viessem a alavancar a economia do país, como ocorria nas nações europeias e nos Estados Unidos. A despeito das críticas, escassez de verbas e desavenças administrativas e pessoais que minaram a continuidade dos seus trabalhos, procuro abordar a experiência da Comissão Científica dentro das possibilidades e limites no uso da ciência como braço intelectual do desenvolvimento do Império brasileiro. Por conta da cessação dos trabalhos da Seção Botânica e do adoecimento de Freire Alemão, o diário permaneceu em sua forma original, sem qualquer tipo de edição ou corte, operação que fatalmente ocorreria caso tivesse sido publicado. Meu objetivo é evidenciar a escrita do diário como a produção de uma determinada memória, por meio de uma escrita produzida a partir de um saber estratégico voltado não apenas para o florescimento da ciência, como também para atender a demandas de uma política voltada para utilizar toda a potencialidade do mundo natural. Mas uma escrita que, ao mesmo tempo, registra uma experiência permeada de incertezas, incompreensões, reações inusitadas ao ambiente e inversões do papel de observador e observado. Como registro de uma memória e memória de um registro, abordo o diário como objeto privilegiado para abordar experiências vividas, bem como divisar a tessitura diversa e complexa das composições mnemônicas, congregando as conexões entre o sujeito nas suas vivências privadas e na sua relação com o coletivo.
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Shenipabu Miyui: literatura e mitoGuesse, Érika Bergamasco [UNESP] 23 May 2014 (has links) (PDF)
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000824066.pdf: 4813952 bytes, checksum: b8f01541d9fe79021c05cce7834a294b (MD5) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Diante da potencial contribuição indígena para o cenário cultural e literário brasileiro e tendo em vista a escassez de estudos acadêmicos voltados à compreensão das narrativas e criações poéticas que têm o índio como autor/ criador, a presente pesquisa apresenta uma análise de um grupo de doze narrativas, contidas na obra Shenipabu Miyui, elaborada entre 1989 e 1995. As narrativas são de autoria coletiva dos índios Kaxinawá - dado que elas são provenientes da tradição oral - e o volume foi organizado pelo professor indígena Joaquim Mana Kaxinawá. As narrativas míticas que compõem a obra foram narradas em versões tanto na língua indígena Kaxinawá quanto em língua portuguesa, sendo, nesse caso, contadas por índios que dominavam a língua dos brancos. A presente pesquisa trabalha apenas com essas últimas - as quais foram narradas pelos próprios indígenas em português. O trabalho abrange basicamente três tópicos: a) discussão sobre a configuração, no Brasil, do que podemos chamar de literatura de autoria indígena; b) estudo do mito, visando-se principalmente suas características enquanto matéria cultural e literária, com enfoque nos mitos indígenas, que passam por um processo de migração da oralidade para a escrita, de modo a favorecer a conservação de suas histórias e costumes; c) análise das narrativas míticas, compostas em português, de Shenipabu Miyui, considerando esses textos enquanto realização literária ou estética; mostrando como se dá, nas histórias, a representação da visão de mundo (kaxinawá) integradora da realidade, principalmente através das metamorfoses fortemente presentes; e analisando a trajetória das protagonistas, apresentando, assim, as similaridades e especificidades desses textos em relação a outras narrativas populares / Due to the potential indigenous contribution to the Brazil’s cultural and literary scene and considering the scarcity of academic studies about narrative comprehension and poetic creations that have the Brazilian Indian as author / creator, the current research contains an analysis of a group of twelve narratives, included in Shenipaby Miyui, gathered between 1989 and 1955.The narratives are authored by the Kaxinawá Indians - given that they come from oral tradition - and the volume was organized by the indigenous teacher Joaquim Mana Kaxinawá.The mythical narratives that compose this work were narrated in versions both in the indigenous language Kaxinawá and in the Portuguese language and were, in this case, told by Indians that mastered the white people’s language.The current research works with only the ones that were told by the Indians themselves in Portuguese.This work basically encompasses three topics: a) discussion about the configuration, in Brazil, of what we can call author indigenous literature; b) myth study, aiming specially at its characteristics as literary and cultural matter, focusing on indigenous myths, that go through a process of migration of orality to writing, in order to help conserve its stories and habits; c) analysis of mythical narratives, composed in Portuguese, of Shenipabu Miyui, considering these texts as literary or aesthetic works; showing, in the stories, how the integrative vision of the world (kaxinawá) happens, mainly through strongly present metamorphoses ; and analyzing the protagonist’s trajectory, thus showing the similarities and specificities of these texts in relation to other popular narratives
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Em busca das províncias grandiosas: as entradas espanholas quinhentistas na fronteira oriental dos Andes centrais (1538-1561) / Searching for great provinces: the spanish entries in fifteenth century in the eastern frontier of the central AndesRaimundo Marques da Cruz Neto 11 August 2014 (has links)
A presente dissertação analisa o arranjo e a execução de entradas espanholas na fronteira ori-ental dos Andes centrais, entre os anos de 1538 e 1561. Nosso objetivo consiste em avaliar as origens do interesse, os resultados apresentados e as razões para o arrefecimento dos contatos. A região em questão identifica-se com as terras situadas a leste da cidade de Cuzco, parcial-mente inserida no quadrante que os incas chamavam de antisuyu. Algumas vezes, essas em-presas foram além daquele território, alcançando as terras baixas do vale; configurando desse modo a primeira série de contatos sistemáticos com o que hoje chamamos de Amazônia. No período pesquisado, a expansão da conquista em direção a essa região esteve sempre na agen-da dos castelhanos, ainda que não tenham logrado êxito em consolidar esse projeto / This Dissertation examines the planning and execution of the Spanish expeditions on the east-ern border of the Central Andes, between 1538 and 1561. Our purpose is inquire the origins of interest, the results presented and the reasons for the reduction of the contacts. The region in question is identified with the lands located at the east of Cuzco, partly inserted in the incas antisuyu. Sometimes, these expeditions were beyond that territory, reaching the lowlands; thereby configuring the first series of systematic contacts with the region that we now call Amazon. In the period surveyed, the expansion of conquest to these lands always been on the plans of the Castilians, although it has not been successfully
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A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período colonial: a definição das fronteiras / The conquest and settling of the Brazilian Amazon region during the colonization period: the definition of the bordersTadeu Valdir Freitas de Rezende 20 October 2006 (has links)
A conquista e ocupação da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos pelo Estado, planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano, que resultaram na incorporação ao território do Brasil de, aproximadamente, 60% de sua área total atual. Coube a Portugal, ainda durante a vigência da União Ibérica, sob ordens do Rei de Espanha, a expulsão dos franceses de São Luís do Maranhão e a fundação, em 1616, do Forte do Presépio de Santa Maria de Belém. A partir dessa posição, pescadores e comerciantes ingleses e holandeses, que iniciavam sua instalação no baixo Amazonas, foram expulsos pelas forças portuguesas, que passaram então a controlar o acesso à maior bacia hidrográfica do mundo. Com a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, em 1621 - entidade política autônoma e independente do Estado do Brasil - a administração desses territórios passou a ser diretamente subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo irreversível de exploração e penetração territorial pela vasta rede hidrográfica amazônica. Uma expedição oficial, realizada entre 1637 e 1639, pretendeu estabelecer um limite entre os domínios das duas Coroas ibéricas; foi chefiada por Pedro Teixeira, que lavrou ata de posse para Portugal das terras situadas a oeste da povoação de Franciscana, fundada pelos portugueses em pleno território do Equador atual. Pouco tempo depois, entre 1647 e 1651, o bandeirante Antonio Raposo Tavares realizou uma das maiores expedições geográficas da história, uma viagem de São Paulo a Belém, percorrendo mais de 5.000 km pelos sertões do continente americano. Essa expedição revelou acessos do sul do Brasil para a Amazônia e a importância do Rio Madeira e sua ligação com os altiplanos andinos. Por essa razão, estratégica, a Coroa portuguesa determinou a ocupação do vale do Rio Madeira pelos missionários religiosos, agentes imprescindíveis de conversão e conquista que, em pouco menos de um século depois da construção de Belém, haviam irradiado a ocupação por meio de dezenas de missões fundadas nos mais diversos pontos do território amazônico. Lisboa determinou também: o enfrentamento das incursões francesas no norte do Amazonas; a conquista dos Rios Negro e Branco; a expulsão dos jesuítas a serviço de Espanha do Rio Solimões; e a expedição ao Rio Madeira para conter a presença espanhola a oeste do Rio Guaporé. Todas as ações fizeram parte da estratégia para garantir a posse da Amazônia e tinham por objetivo preservar as conquistas territoriais empreendidas pelas expedições oficiais, pelos missionários, entradistas e bandeirantes. Principalmente a partir do reinado de Dom João V, de 1706 a 1750, Portugal passou a priorizar a definição de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos anteriores de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494. A aproximação das Coroas ibéricas e a extraordinária atuação de Alexandre de Gusmão nas negociações de fronteiras resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri: legalizava-se, pelo argumento de posse da terra - uti possidetis - e pela busca das fronteiras naturais, a ocupação da Amazônia e do Centro-Oeste do Brasil. Na Amazônia, Lisboa decidira tomar para si o controle das missões religiosas, realizando um programa de profunda reorganização política, econômica, social, administrativa, judicial e religiosa. Essa política propunha-se, sobretudo, a promover o povoamento do território e a garantir sua defesa e sua posse. Vilas foram fundadas; missões, erguidas à categoria de vilas; e, sobretudo, uma linha defensiva de fortificações portuguesas, construídas para guarnecer os limites exteriores da região: São José de Marabitanas e São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro; São Francisco Xavier de Tabatinga, no Rio Solimões; São Joaquim, no Rio Branco; Santo Antônio do Içá, na desembocadura do Rio Içá com o Solimões; São José de Macapá, na foz do Rio Amazonas; e Real Príncipe da Beira, no Rio Guaporé. Essas fortificações permitiram a ocupação definitiva do território e demonstram o propósito de Lisboa em defender e consolidar o espaço amazônico conquistado. Embora tivesse sido revogado logo após sua assinatura, o Tratado de Madri estabeleceu o princípio doutrinário que acabaria por prevalecer na demarcação definitiva das fronteiras do Brasil. Deve-se à penetração dos sertões pelos expedicionários, missionários, entradistas e bandeirantes a realização física da expansão colonial portuguesa na América; e ao Tratado de Madri, a inteligência e a prioridade política para a manutenção dessa conquista territorial tão singular. Com base nesse acordo, o Brasil independente teria sua área total mais que triplicada e logo trataria de oficializar suas fronteiras com as nações sul-americanas recém-formadas; processo que não ocorreu no restante da América hispânica e nem mesmo na América do Norte, em que as grandes alterações de fronteiras se deram depois da independência. A Amazônia, a despeito de todas as dificuldades para sua colonização, permaneceu brasileira graças ao esforço e ao empenho político empreendidos por Portugal para manter essa vasta região como parte de seu império colonial ultramarino / The conquest and settling of the Amazon region during the colonization period were state-conducted enterprises, planned and executed with political priority by the metropolitan government, which resulted in the incorporation to the Brazilian territory of approximately 60% of its total present area. It was Portugal\'s duty, still under the Iberic Union, under the King of Spain\'s orders, the expulsion of the French from São Luís do Maranhão and the foundation, in 1616, of the Forte do Presépio de Santa Maria de Belém (Fort of the Nativity of Saint Mary of Bethlehem). As from that position, both fishermen and English and Dutch tradesmen, who were beginning to settle in the lower Amazon River, were expelled by the Portuguese forces, who then started to control access to the world\'s largest hydrographic basin. After the foundation of the states of Maranhão and Grão-Pará in 1621 - autonomous and independent political entity of the State of Brazil - the administration of these territories became directly subordinate to Lisbon\'s government, thus triggering an irreversible process of territorial penetration and exploitation throughout the vast Amazon hydrographic network. An official expedition, carried out between 1637 and 1639 had the aim of establishing a limit between the domains of both Iberic Crowns; it was led by Pedro Teixeira, who wrote the possession registration document for Portugal of the land located west of the Franciscan settlement, founded by the Portuguese, where the current Equatorian territory lies. Shortly afterwards, between 1647 and 1651, explorer Antonio Raposo Tavares led one of the greatest geographic expeditions in history, a voyage from São Paulo to Belém, crossing over 5,000 kilometers through the American continent\'s wilderness. This expedition revealed both accesses from southern Brazil to the Amazon and the importance of the Madeira River and its connection with the Andean highland. For this strategic reason, the Portuguese Crown demanded the settling of the Madeira River valley by religious missionaries, invaluable agents of conversion and conquest, who less than a century after the construction of Belém had irradiated the settling by means of tens of missions founded in several points of the Amazon territory. Lisbon also demanded: fighting against the French incursions north of the Amazon River; the conquest of both the Negro and Branco Rivers; the expulsion of the Jesuits in service for Spain from the Solimões River; and the expedition to the Madeira River to hold back the Spanish presence west of the Guaporé River. All actions were part of the strategy to guarantee possession of the Amazon region and aimed at keeping the territorial conquests performed by the official expeditions, by the missionaries and by both official and unofficial explorers. As from the ruling of Dom João V, especially, from 1706 to 1750, Portugal started to prioritize the definition of its colonial borders with the aim of revising previous border agreements and cancel the Treaty of Tordesilla, signed in 1494. The union of the Iberic Crowns and Alexandre de Gusmão\'s extraordinary performance in the border negotiations resulted in the signature of the Treaty of Madrid in 1750: the settling of Brazil\'s Amazon and the Midwest regions were legitimated by the uti possidetis argument through land ownership and the search of natural borders. In the Amazon region, Lisbon had decided to take control over the religious settlements, conducting a deep political, economic, social, administrative, judicial and religious reorganization in order to foster the territory\'s population, guarantee its defense and ownership. Villages were set up; missions were upgraded to the categories of villages and, above all, a string of Portuguese fortifications was built to back the outer limits of the region: São José de Marabitanas and São Gabriel da Cachoeira, at the Negro River; São Francisco Xavier de Tabatinga, at the Solimões River; São Joaquim, at the Branco River; Santo Antônio do Içá, at the delta of the Içá and Solimões Rivers; São José de Macapá, at the Amazonas River estuary; and Real Príncipe da Beira, at the Guaporé River. These fortifications allowed the definitive settling of the territory and reveal Lisbon\'s purpose in both defending and consolidating the conquered Amazon area. Although it had been revoked shortly after it was signed, the Treaty of Madrid established the doctrinal principle which would end up prevailing in Brazil\'s final border layout. The Portuguese colonial expansion in America occurred thanks to the incursions into the wilderness by official and unofficial explorers and missionaries; and the Treaty of Madrid the intelligence and political priority for the maintenance of such singular territorial conquest. Based on this agreement, independent Brazil would see its overall area more than tripled and would soon have to formalize its borders with the newly-formed south American nations; a process that did not take place in the remaining Hispanic America or even in North America, where major border changes occurred after independence. The Amazon region, despite all difficulties for its colonization, remained Brazilian thanks to the effort and political engagement employed by Portugal to maintain all this vast region as part of its overseas colonial empire
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A "marcha para o oeste" no Brasil : entre a civilização e o sertão / The "march of progress" in Brazil : between the civilization and hinterlandOliveira, Rosimar Regina Rodrigues de, 1974- 29 July 2013 (has links)
Orientador: Eduardo Roberto Junqueira Guimarães / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-23T12:18:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2013 / Resumo: Neste trabalho objetivamos compreender o funcionamento semântico-enunciativo e a argumentação constituída em torno da expressão marcha para Oeste na relação com as palavras progresso, moderno e seus derivados, em um momento específico da sociedade brasileira. Momento este em que o projeto da marcha para Oeste foi proposto, pelo então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, enquanto movimento de "colonização" do Estado de Mato Grosso. Desse modo, analisamos dois tipos específicos de textos: os do jornal O Estado de Mato Grosso; e um relatório do Conselho Nacional de Proteção aos Índios, do Ministério da Agricultura, destinado à conclusão da Carta de Mato Grosso, portanto, um documento oficial do Estado. Para o desenvolvimento das análises desses textos lançamos mão do aparato teórico da Semântica da Enunciação ou Semântica do Acontecimento. Assim, tomamos os textos como acontecimentos de linguagem, ou seja, lugares de produção de sentido que, neste caso, apresentou como temporalidade o memorável da condição do Brasil enquanto país colonizado a partir do litoral, Leste; instalando como presente de enunciação o lugar da divisão social, econômica e geográfica/regional do país, que opõem o Leste ao Oeste; e apresentando como futuro de significação o rompimento dessas fronteiras sociais, econômicas e geográficas. Desse modo, esses acontecimentos funcionam politicamente e possibilitam a afirmação de pertencimento da região Centro- Oeste ao Brasil. Como parte do funcionamento semântico-enunciativo que constitui a designação de marcha para Oeste, encontramos, como determinação desta expressão, em todos os acontecimentos analisados, os sentidos de progresso e civilização e a oposição apresentada entre o Leste, que é tomado como civilizado e progressista, e o Oeste, como incivilizado, remoto, despovoado e estagnado. A única possibilidade apresentada para que o Oeste se torne civilizado e progressista é a realização da marcha para Oeste. A cena enunciativa observada nesses acontecimentos apresenta diferentes locutores-x que argumentam para diferentes alocutários-x em uma só direção: a realização da marcha para Oeste. Além disso, observamos que em alguns desses acontecimentos enunciativos a argumentação é fundamentada no discurso do presidente Getúlio Vargas, seja na direção da realização da marcha para Oeste ou como forma de sustentar sua posição no governo. viii Desse modo, embora tenhamos como evidência de sentido da marcha para Oeste ser um projeto do governo, observamos que há outros sentidos que circulam afetando a determinação e a argumentação em relação a essa expressão / Abstract: In this work we aim to understand the argumentation and the semantic-enunciative functioning constituted around the Westward march expression in relation to the words progress, modern and its derivatives at a specific moment of "Brazilian society. At that point the Westward march project was proposed by the then President of Brazil, Getúlio Vargas, as a movement of the State of Mato Grosso's colonization". Thus, we analyzed two specific types of texts: the ones of the newspaper O Estado de Mato Grosso and a report of the National Council for the Indian Protection, from the Ministry of the Agriculture, for the completion of the Mato Grosso's Letter. For the development of the analysis of these texts we used the Semantics of the Enunciation or the Semantics of the Event's theoretical apparatus. Thus, we took the texts as language events, in other words, places of meaning production that, in this case, presented as temporality the memorable of the Brazil condition as a colonized country from the coast, East; installing as present of the enunciation the place of the country's social, economic and geographical/regional division that opposes the East to the West; and presenting as a future signification the disruption of these social, economic and geographic boundaries. Thus, these events work politically and enable the assertion of belonging in the Midwest to Brazil. As part of the semantic-enunciative operation which is the designation of Westward march, we found as the determination of this expression, in all events analyzed, the senses of progress and civilization and the opposition presented between East, which is taken as civilized and progressive, and the West, such as uncivilized, remote, unpopulated and stagnant. The only option presented to the West to become civilized and progressive is the realization of the Westward march. The enunciative scene observed in these events has different speakers-x who argue for different alocutarius-x in one direction: the realization of the Westward march. Furthermore, we observed that in some of these enunciative events the argumentation was based on the President Getúlio Vargas speech as toward the realization of the Westward march or as a way to sustain his position in government. Thus, although we have as evidence sense of the Westward march to be a government project, we found that there are other senses which circulate affecting the determination and the argumentation in relation to this expression / Doutorado / Linguistica / Doutora em Linguística
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As historias da Comissão Cientifica de Exploração (1856) na correspondencia de Guilherme Schuch de CapanemaPinheiro, Rachel 28 June 2002 (has links)
Orientador : Maria Margaret Lopes / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociencias / Made available in DSpace on 2018-08-02T04:05:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2002 / Resumo: A presente Dissertação tem como objetivo destacar as histórias da Comissão Científica de Exploração presentes nas cartas do mineralogista Guilherme Schüch de Capanema - diretor da Seção Geológica e Mineralógica da referida Comissão. Para tanto, tomamos as correspondências trocadas entre os naturalistas integrantes da Comissão como nossa principal fonte de análise, e não apenas como um material complementar a outras fontes. Trabalhando no âmbito da cultura das Viagens Científicas, e baseando-nos nas correspondências de Capanema, identificamos na Comissão os elementos culturais, políticos e sociais presentes nas Viagens Científicas ocorridas até então / Abstract: This study aims at exploring the histories of the Comissão Científica de Exploração in the letters of Guilherme Schüch de Capanema - Director of the Geology and Mineralogy Section of the Commission. So, we worked on the letters exchanged among the Commission naturalist' analysis, and we didn't use these documents as complementary sources. Working on the culture of the Scientific Travels, and based on Capanema's letters, we could identify in the Commission the set of cultural, política I and social elements present in scientific travels / Mestrado / Educação Aplicada as Geociencias / Mestre em Geociências
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Rios vistos e revistos : as expedições de exploração do sertão da Comissão Geografica e Geologica na historia da ciencia e ensino de ciencias naturaisNewerla, Vivian Branco, 1956- 29 February 2000 (has links)
Quatro mapas dobrados em bolso / Orientador: Silvia Fernanda de Mendonça Figueiroa / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociencias / Made available in DSpace on 2018-07-25T22:24:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2000 / Resumo: O problema de pesquisa que conduz este trabalho é como integrar a pesquisa original em História da Ciência e a concepção de materiais educativos voltados para o público em geral, objetivando o desenvolvimento pessoal e socialização e envolvendo os conteúdos de História da Ciência e de Ciências. O tema foram as expedições de exploração do sertão realizadas pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo (CGG) em 1905-1906 que percorreram, no Oeste paulista, os vales do Rios Tietê, Paraná, Feio ou Aguapeí, do Peixe. Os objetivos da dissertação foram: a construção de uma história das expedições, predominando uma perspectiva de argumento para a realização de materiais educativos e a definição de diretrizes para a elaboração dos mesmos. O primeiro capítulo expõe as premissas adotadas no âmbito da Educação, História da Ciência e a relação entre elas, define as linhas gerais dos materiais denominados socioeducativos e as razões que motivaram a escolha do público-alvo. O segundo capítulo abarca a história das expedições construída a partir de fontes primárias. Envolve a análise das instruções para a realização das expedições publicadas, a viagem científica e a análise dos produtos do empreendimento: relatórios e fotografias. As expedições, precede uma análise da criação da CGG. O capítulo três detém-se sobre a busca de diretrizes orientadoras para a concepção e realização dos materiais socioeducativos. São elencados os potenciais temas de estudo científico e discute-se algumas questões pertinentes ao uso da imagem. Para orientar a construção do discurso conceitual, definiu-se uma tipologia dos discursos educacionais, denominados ilustrativo, indutivo, motivador e investigativo. Em função deste conjunto de idéias, no âmbito do material didático computadorizado, são indicados três cenários diferenciados relacionados aos discursos: micromundo, hipermídia e hiperespaço / Abstract: The research problem that guides this work is how original research in the history of science and the conception of educational materials can be integrated. This educational material, involving the contents of the history of science and science, is addressed to the general public in order to contribute to the acquisition of critical knowledge, as well as to a full performance of citizenship. The theme is the backlands exploration expeditions undertaken by the Geographical and Geological Commission of São Paulo State (GGC) between1905 and 1906. These expeditions traveled across the river valleys of Tietê, Paraná, Feio or Aguapel, and Peixe. The purposes of this dissertation were: (i) to elaborate a history of these expeditions aiming to have an outline of a structure for the educational materials; (ii) to provide guidelines for the elaboration of the educational materials. The first chapter presents the premises adopted in education and in the history of science, as well as the interrelations between them. It also discusses and presents a definition of the general features of educational materials, called 'social educational' (?) and the author' s reasons for the choice of the target-public. The second chapter comprises the history of the expeditions constructed from primary historical sources. The text analyzes the creation of the CGG, the expeditions' "instructions", the travels and the products generated by these activities: reports, photos and maps. The third chapter tries to define some guidelines that can be used in the elaboration and production of the so-called "social educational" materials. A list was made of the latent scientific study themes, extracted from the expeditions. It also discusses some questions related to the use of images. Three types of educational discourse were defined, called illustrative, investigating, motivating and inducing discourses. Considering all these previously presented ideas, the work indicates three distinct scenarios for the didactical computerized material, all related to the educational discourses: microworld, hypermedia, and hyperspace / Mestrado / Mestre em Geociências
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Comércio, bens de prestígio e insígnias de poder: as agências centro-ocidentais africanas nos relatos de viagem de Henrique de Carvalho em sua expedição à Lunda (1884-1888) / Trade, prestige goods and insignias of power: African western central agencies in the travel writings of Henrique de Carvalho on his expedition to Lunda (1884-1888).Almeida, Márcia Cristina Pacito Fonseca 03 February 2016 (has links)
Ao longo da segunda metade do século XIX, a região da África Centro-Ocidental foi palco do processo de intensificação de expedições europeias rumo ao interior do continente que conjugavam interesses econômicos, políticos e científicos. Esta pesquisa busca analisar o papel de relevo ocupado pela cultura material na agenda científica da expedição portuguesa à Lunda chefiada pelo militar português Henrique de Carvalho entre 1884 e 1888. Pretendemos também avaliar as potencialidades que o estudo sobre os objetos apresentam enquanto fontes para a compreensão mais ampla acerca das agências históricas africanas. Para tanto, selecionamos as obras Descripção da Viagem à Mussumba do Muatiânvua (1890-1894) e Ethnographia e História Tradicional dos Povos da Lunda (1890) e, de maneira complementar, o Album da Expedição ao Muatianvua (1887) e o catálogo Collecção Henrique de Carvalho (Expedição à Lunda), editado pela Sociedade de Geografia de Lisboa (1896). Assim, pela ótica da história social, pretendemos investigar como as exigências e predileções centro-africanas por determinados artigos moldaram as relações comerciais travadas nesse período, abordando os processos de incorporação e ressignificação de objetos particularmente, bens de prestígio e insígnias de poder - interpretados como expressões de identidades, códigos sociais e hierarquias políticas no âmbito dessas sociedades e de suas relações com os europeus. / During the second half of the nineteenth century, West-Central Africa was the stage of an intensification of European expeditions that channeled economic, political and scientific interests towards the continents interior. The following study intends to analyze the important role occupied by material culture in the scientific agenda of the portuguese expedition to the Lunda headed by military leader Henrique de Carvalho between 1884 and 1888. We also intend to evaluate the potential that the study of such objects provide like sources for a broader understanding about African agencies historical. For this purpose, we selected the works Descripção da Viagem à Mussumba do Muatiânvua (1890-1894) and Ethnographia e História Tradicional dos Povos da Lunda (1890) and in a complementary way, the Album da Expedição ao Muatianvua (1887) and Collecção Henrique de Carvalho (Expedição à Lunda), published by the Geographical Society of Lisbon (1896). Thus, from the perspective of social history, we intend to investigate how the requirements and predilections manifested in Central-African societies for certain items shaped the commercial relationships established during this period. We also address the process of the incorporation and resignification of objects - particularly prestige goods and insignia of power and how material culture can be interpreted as identity expressions, social codes and political hierarchies within those societies and their relations with the Europeans.
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A viagem da U. S. Astronomical Expedition (1849-1852): observar estrelas e relatar a América do Sul / The travel of the U.S. Astronomical Expedition (1849-1852): observing stars and reporting South AmericaPaulino, Carla Viviane 02 March 2016 (has links)
O trabalho analisa a expedição astronômica realizada pela Marinha norteamericana ao Chile, durante os anos de 1849 a 1852, comandada pelo oficial e também astrônomo James Melville Gilliss. O objetivo foi compreender os interesses científicos, políticos, geopolíticos e comerciais que motivaram a viagem, bem como as imagens e representações sobre a América do Sul, especialmente do Panamá, Peru, Chile e Argentina, construídas e divulgadas através do relatório oficial da expedição, com o título \"The U.S. Naval Astronomical Expedition to the Southern Hemisphere during the years (1849- 1852). Esta pesquisa também procura examinar os diferentes dispositivos discursivos utilizados pelos oficiais que escreveram o relatório, James Gilliss e Archibald MacRae, discutindo dissensões e diferentes visões sobre o modo de veicular dados científicos, e também modos distintos de relatar a América do Sul. / This work analyzes the astronomical expedition to Chile realized by U.S. Navy, during the years of 1849 to 1852, led by Lieutenant and also astronomer James Melville Gilliss. The purpose of this thesis is to comprehend scientific interests and political, geopolitical and commercial reasons that prompted the expedition, as well as to examine representations and images about South America especially about Panamá, Peru, Chile and Argentina , that were constructed and spread through the official travel account, named \"The U.S. Naval Astronomical Expedition to the Southern Hemisphere during the years (1849-1852). This research also aims to examine the different rhetorical devices used by officials who wrote the final report, James Gilliss and Archibald MacRae, discussing disagreements and different opinions on how to convey scientific data, and also distinct ways of portraying South America.
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