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O sujeito semiótico: uma tipologia / A typology of the Semiotic SubjectSouza, Paula Martins de 20 April 2016 (has links)
Como sói acontecer aos grandes movimentos intelectuais que propõem rupturas por relação às epistemes anteriores, o estruturalismo assumiu algumas posturas radicais, em grande medida responsáveis pela conquista de sua independência científica. Uma delas consistiu na despsicologização da linguagem. Por outro lado, esse gesto fundador não tardou a ser contestado por diversas disciplinas que consideravam o ponto de vista estrutural demasiado redutor para lidar com os objetos das humanidades. Sucede que a rápida ascensão e queda desse movimento dificultou a assimilação de suas principais ideias: do centro da cena, o estruturalismo rapidamente foi relegado aos bastidores da pesquisa em humanidades. Disso resultou a pasteurização do estruturalismo quando, no verdade, ele se desdobrou em diversas frentes, muitas vezes contraditórias entre si. Esta tese está embasada em uma interpretação da teoria da linguagem de Hjelmslev que, ao contrário das leituras correntes, considera seu modelo teóricoepistemológico como uma base estrutural aberta à abordagem dos elementos transcendentes às linguagens, como é o caso da subjetividade, ainda que sempre sejam regidos pela imanência. A vertente tensiva dos estudos semióticos, cujo principal idealizador é Claude Zilberberg, é um exemplo dessa abertura. Valendo-se da base teóricoepistemológica hjelmsleviana, mostra a produtividade de seus pressupostos diante de fenômenos tais como a subjetividade, pertencente à dimensão sensível, e o acontecimento. Tendo por objetivo último aprofundar os estudos do sujeito semiótico, esta investigação enfrentou um terreno espinhoso diante das exigências dessa categoria de análise, que parecer enjeitar os limites excessivamente formais que lhe foram impostos quando de sua formulação na semiótica francesa. Ela exige um aumento de sua espessura em troca de compartilhar os segredos dos mecanismos de significação que permitem entender suas propriedades subjetais. Inicialmente concebido como coincidente com as ações que efetua, o sujeito logo reivindica a presença de um destinador que justifique sua emissividade, e das forças antagonistas que sustentam sua remissividade. A explicação das funções que contrai com os demais actantes vai solicitar o desenvolvimento da teoria das modalidades que, por sua vez, exigirá a ampliação de sua potencialidade dentro de um quadro passional alargado. Partindo de uma relação eminentemente solipsista entre um sujeito e um objeto separados por um abismo amorfo, o sujeito semiótico vai paulatinamente galgando um estatuto de categoria intersubjetiva. Um salto nesse sentido foi operado por C. Zilberberg, notadamente a partir de sua formulação tensiva, interdependente, entre as dimensões sensível (subjetiva) e inteligível (objetiva) da significação. Entretanto, a elaboração de seu modelo teve sempre uma orientação global, de sorte que não se debruçou especificamente nas demandas particulares do sujeito. Considerando os avanços que a vertente tensiva propicia para a abordagem do sujeito semiótico e tendo partido de uma episteme assumidamente apoiada na estrutura , seu quadro teórico-metodológico será empregado nesta tese para o aprofundamento do exame do sujeito. / As it often happens with important intellectual movements that intentionally breaks off from well established episteme, structuralism assumed some rather radical standpoints which paved the way for the acquisition of much of its scientific autonomy. One of those would be the depsychologisation of language. It did not take too long though for this seminal move to be contested by many other disciplines who claimed it was a reductive point of view which would never prove itself capable of dealing with human sciences objects. It turns out that this movements swift rise and fall from the spotlights down to backstage in academia, would hinder the assimilation of a number of its core postulates. As a result many fertile findings were lessened and stereotyped. By the time all this was happening, however, structuralism as a whole was changing from the inside and giving way to new forms of itself, with some of them opposing all others. This work is based upon the particular perspective of L. Hjelmslev theory of language that, contrarily to commonplace understandings of it, takes his theoreticalepistemological model as an open structural basis for language transcending components, like subjectivity, however still ruled by immanence. The tensive rendering of semiotic studies whose originator is C. Zilberberg illustrates this perspective. Standing by the Hjelmslevian theories and methods, these studies reveal how effective they are when dealing with phenomena like subjectivity (a notion implied by the sensible dimension) and events. Aiming at investigating the semiotic subject in deep, the present work goes through this conceptual no-mans land while facing the subject category outward resistance imposed by a life-long formulation rooting out in French semiotics. This category claims for some notional broadening in exchange for sharing the secrets of the meaning mechanisms leading to grasp its subjective properties. Once conceived as a support vessel for actions to happen, the subject has soon claimed the presence of a sender, to justify its emissivity, and of contending forces supporting its remissivity. The study of the functions holding among the subject and the other actants will require further developments from the theory of modalities which will in turn yield the widening of the subject onto a broader passional context. Coming from an essentially solipsist relationship between subject and object separated by formless void, the semiotic subject now goes patiently up toward an intersubjective category status. A bold move in this direction has been achieved by Zilberberg, specially with his tensive interdependent formulation between the sensible (subjective) and intelligible (objective) dimensions of meaning. Nevertheless, on elaborating his model he always had the global picture in mind, henceforth leaving aside particular requirements of the semiotic subject. Relying on the contributions put forth by tensive studies on the semiotic subject and willingly rooted in structural episteme its theoreticalmethodological tools will be put to use in the present work in order to deepen the contemporary investigation on the semiotic subject.
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Direito, moral e sociedade civil: estudos sobre a \'intersubjetividade negativa\' na Filosofia do Direito de Hegel / Right, Moral and Civil Society: Studies in negative intersubjectivity in Hegels Philosophy of RightRosa, Bruno Ferreira da 30 June 2015 (has links)
Esta dissertação consiste de um estudo da Filosofia do Direito de Hegel tomando como fio condutor o modo como se apresenta, no interior dessa obra, as relações de reconhecimento recíproco travadas sob o signo da exclusão e/ou limitação recíprocas, ou seja, sob o signo da intersubjetividade negativa. Procurou-se explorar os nichos onde tais formas de intersubjetividade aparecem, sucessiva e respectivamente, no Contrato (Vertrag) entre pessoas jurídicas, na Ação (Handlung) encetada a partir do ponto de vista moral e, por fim, no caso da Sociedade Civil (bürgerliche Gesellschaft), no sentido de mostrar como esses nichos de intersubjetividade negativa se reportam, cada um por sua vez, a um modelo de relações de reconhecimento recíproco positivo ou inclusivo capaz de fazer frente às forças disruptivas liberadas por aquele. O caso da sociedade civil se torna exemplar na exploração dessa contraposição entre dois modelos de intersubjetividade ao se apresentar como um conceito que procura não reduzir todo o âmbito da sociedade à esfera do sistema de carecimentos (System der Bedürfnie), por conseguinte, à uma intersubjetividade negativa/excludente, mas contrapor a esta, no interior mesmo da sociedade civil, uma esfera de intersubjetividade positiva conceituada por Hegel sob a rubrica das corporações (Korporationen) capaz de recompor as relações éticas e fazer a passagem para a esfera do Estado. / This work consists of a study in Hegel\'s Philosophy of Right taking as guide line the concept of \"negative intersubjectivity\", that is, the relations of recognition based on mutual limitation or reciprocal exclusion. We sought to explore that concept, respectively, in the shape of the Contract (Vertrag), of the Action (Handlung) based on the \"moral point of view\", and in the philosophical arrangement imposed by Hegel to his concept of Civil Society (bürgerlich Gesellschaft). The aim was to show that \"negative intersubjectivity\" is always reporting itself towards a \"positive\" one, which in turn can counter the disruptive energies liberated by the first one. In this regard, Hegel\'s concept of civil society (bürgerlich Gesellschaft) is strategic: rather than reduces it to the \"system of needs\" (System der Bedürfnie), that is, reduces it exclusively to negative relations of recognition, Hegel ascribed to the corporations (Korporationen) the role of containg the disruptive forces which the market spreads, and to recompose the ethical relations wich enables the transition to Estate.
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Reconhecimento, intersubjetividade e vida ?tica : o encontro com a filosofia de Paul RicoeurCor?, Elsio Jos? 16 November 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-11-16 / A quest?o do sujeito e a sua "crise", a intersubjetividade e o reconhecimento, a ?tica e a sabedoria pr?tica est?o no centro do debate filos?fico contempor?neo e constituem o tema/objeto da presente pesquisa de doutorado. Al?m disso, analisaram-se as liga??es entre o sujeito e a intersubjetividade, tendo em vista o estabelecimento da chamada "pequena ?tica", que foi tecida nas densas p?ginas do "Soi-m?mme comme un autre" de Paul Ricoeur (1913-2005). Observou-se que o sujeito ? constitu?do ao mesmo tempo como leitor e como escritor de sua vida e que a dial?tica da identidade (idem - ipse) expressa a temporalidade pr?pria do ser do homem. Por tal raz?o, a identidade pode ser entendida, narrativamente, como hist?ria de uma vida. Nesse sentido, foi poss?vel verificar, tamb?m, que compreender ? sempre se compreender em face do texto e que n?o h? apropria??o direta de si, o cogito intuitivo ? uma certeza sem verdade. Ainda, existe uma reflex?o sobre a vida moral em todos os seus n?veis, o que permite ao autor estabelecer uma distin??o, embora conceitual, entre ?tica e moral. H? um apelo ? singularidade das situa??es concretas, e ? neste n?vel que reside a sabedoria pr?tica ou, dito de outra maneira, a sabedoria pr?tica ? um retorno ao desejo ?tico, ao fundamento da ?tica, ap?s a passagem pelo conflito normativo. A exig?ncia de uma sabedoria pr?tica surge precisamente no interior da conflitualidade. Cada ser humano est? obrigado a um projeto pessoal inalien?vel que n?o pode atribuir a outro. O ?tico, portanto, ? o que faz refer?ncia ? consecu??o dos fins a que a pessoa se prop?e, mediante os aspectos teleol?gicos da a??o. Em troca, a moral ser? a obedi?ncia a uma norma, a um preceito e a uma lei. Tanto na vida individual quanto na vida coletiva convive-se, realmente, em respeito e em reconhecimento quando se atua em conjunto, e, ainda, ? pela narra??o que o homem percebe a alteridade do outro, ou seja, o outro como um outro si-mesmo ou outro-eu e s? ent?o o homem ? pessoa. O ideal da pessoa ? viver uma vida boa, com e para os outros, em institui??es justas, ideal que se mostra, simultaneamente, ?tico e pol?tico. Assim, a fenomenologia da pessoa, elaborada pelo autor, ? constitu?da com base em quatro premissas centrais: linguagem, narra??o, a??o e vida ?tica. Segundo essa perspectiva, a alteridade est? implicada em um n?vel origin?rio e profundo no processo de constitui??o de si. Assim, a identidade n?o constitui um dado imediato, origin?rio de autodetermina??o do eu, mas o resultado da dial?tica incessante entre o si e o outro. Identificada dessa maneira, a identidade implica um modo constitutivo, modo no qual o reconhecimento da alteridade "conhecer a si-mesmo" para o ser humano significa sempre se reconhecer por meio da media??o da alteridade: signo, s?mbolo, texto, tu, contexto hist?rico de pertencimento, a linguagem e a institui??o. Diante disso, comprovou-se que a proposta ?tica ser? constru?da em di?logo com Arist?teles e Kant. Por fim, o que se evidenciou ? que o autor realiza um referimento expl?cito a Hegel na elabora??o da sua reflex?o sobre a subjetividade, no momento em que afronta o tema da vida ?tica. Para isso, define o conceito de estima de si como uma figura do reconhecimento em sentido estrito e, acentuadamente, hegeliano. Isso possibilitou entender que o reconhecimento ? uma estrutura do si refletindo sobre o movimento que coloca a estima de si versus a solicitude, e esta versus a justi?a. E, ainda, que o reconhecimento introduz a d?ade e a pluralidade na constitui??o mesma do si.
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A g?nese do ser professor : olhar e escuta atentos para compreender os seus caminhos complexos, reflexivos e intersubjetivosMendon?a, F?tima Veiga 07 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-01-07 / A presente Disserta??o teve como foco de an?lise a forma??o inicial do professor propondo o seguinte problema de pesquisa: como emerge o ser professor, levando em conta os aspectos te?rico-pr?ticos do curso de forma??o, analisados na proposta pedag?gica, desenho curricular e recursos pedag?gicos, bem como considerando a singularidade do sujeito em forma??o? A pesquisa foi realizada no Instituto Estadual de Educa??o Isabel de Espanha, situado em Viam?o, sob a abordagem metodol?gica da pesquisa participante, circunscrita no paradigma qualitativo da pesquisa educacional, no segundo semestre letivo de 2007 e primeiro de 2008. Nesta, procurei compreender o processo formativo das alunas do Curso Normal do Instituto, tanto no que se refere ?s dimens?es te?rico/pr?ticas, quanto no que se refere aos desafios que as mesmas encontraram ao longo deste processo. Primeiramente, investiguei os desafios encontrados pelas vinte e uma alunas da disciplina de Pr?tica de Ensino, atrav?s das entrevistas coletivas, observa??es das aulas te?ricas e pr?ticas, ao desempenharem suas atividades de pr?tica junto aos alunos das classes de aplica??o, situadas em escolas da rede p?blica municipal e estadual de Viam?o. Posteriormente restringi meu foco de pesquisa para acompanhar doze, das vinte e uma alunas, nos seus est?gios curriculares. Analisei tamb?m a proposta pedag?gica da Escola para a forma??o inicial de professores junto ? equipe diretiva e pedag?gica, a supervis?o de est?gio, atrav?s de an?lise de documentos oficiais do Instituto e de entrevistas semiestruturadas individuais. No aprofundamento te?rico apoiei-me nas teorias do professor reflexivo, propondo um di?logo com a proposta freireana da voca??o ontol?gica do ser mais. Na tentativa de alargamento destes pressupostos te?ricos, procurei uma aproxima??o com a teoria da complexidade segundo as id?ias de Edgar Morin, especialmente utilizando-me dos princ?pios hologram?tico, recursivo e dial?gico propostos por este pensador e os quatro pilares Conhecer, Fazer, Conviver e Ser, desafios da Educa??o para o s?culo XXI, segundo o Relat?rio Delors da UNESCO, aprofundado nos trabalhos posteriores de Edgar Morin. Em conjunto com esses construtos te?rico, aproximei-me do universo de forma??o das alunas, compondo uma rede de an?lise em que os princ?pios da complexidade e os quatro pilares foram por mim relacionados aos desafios da constru??o do Ser Professor, experenciados por elas. Neste universo, aprofundei, atrav?s de entrevistas individuais e observa??es de aulas, a maneira de cada aluna construir a auto-eco-organiza??o, proposta por Edgar Morin, na rela??o que estabelecia com seus alunos, com os pais destes, com os professores formadores, e com a organiza??o da classe de aplica??o, personalizada na regente. Meu intuito foi contribuir com a discuss?o sobre a forma??o inicial de professores, entendendo esta como um movimento externo/interno do sujeito em forma??o, no qual redes intersubjetivas v?o se tecendo, atrav?s do conjunto de elementos interligados, direta e indiretamente, e constroem a emerg?ncia do Ser Professor.
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Articulações e implicações da noção de perspectiva no construtivismo semiótico-cultural para a compreensão das relações eu - outro: possível diálogo com o perspectivismo ameríndio / Articulations and implications of the notion of perspective in the semiotic cultural psychology to the comprehension of I other relationships: possible dialogues with Amerindian perspectivismGuimarães, Danilo Silva 08 April 2010 (has links)
Partindo da compreensão de que os seres humanos nascem e se desenvolvem no tecido cultural, que atravessa processos singulares de subjetivação bem como disponibiliza campos estruturados de ação, nosso primeiro objetivo neste trabalho foi sistematizar algumas proposições geradas no âmbito das pesquisas do construtivismo semiótico cultural em psicologia, a respeito das relações eu outro. Em segundo lugar, levando em conta essas proposições, buscamos articulá-las em torno da noção de perspectiva. A noção de perspectiva, aqui em foco, envolve os posicionamentos pessoais na experiência vivida, viabilizando determinada visão dos outros e das coisas, em detrimento de outras visões. Pautados pelo dialogismo teórico-metodológico em psicologia, buscamos promover um diálogo confrontador entre construtivismo semiótico cultural em psicologia e o perspectivismo ameríndio em antropologia, sobre suas respectivas noções de perspectiva. No construtivismo semiótico cultural a noção de perspectiva toca questões como: a multiplicidade de posicionamentos pessoais em face de objetos culturais (Marková, 2003/2006); a alteridade do outro (Lévinas, 1964/1991), que tem uma trajetória de vida singular, internalizando referências significativas no processo de construção de conhecimento; o cruzamento de olhares entre eu e outro a partir de e para suas corporeidades; a noção de ação simbólica de Boesch (1991); a articulação entre os planos intersubjetivo e intrassubjetivo da experiência humana. Na abordagem do perspectivismo ameríndio, por sua vez, a questão da fabricação do corpo, no seio do convívio social, é central para o entendimento do processo de construção de identidades e alteridades. Como resultado do diálogo confrontador, encontramos algumas divergências entre as duas noções de perspectiva postas em foco, especialmente no que se refere à questão da multiplicidade de entendimentos pessoais em relação a um objeto presente na abordagem psicológica e à questão do estatuto da realidade (ao invés de entendimentos sobre a realidade), que tem um papel importante na abordagem antropológica. Com o objetivo de continuar a pesquisa na interface entre essas duas áreas, sobre a qual a presente pesquisa pode ser considerada uma empreitada inicial, buscaremos aprofundar distinções conceituais em ambas as áreas de construção de conhecimento. Essa exploração mais acurada deve incluir nítidas distinções conceituais quanto às noções de sujeito, pessoa e indivíduo em ambos os campos de saber aqui confrontados. No entanto, uma primeira tentativa nessa direção já foi elaborada neste trabalho ao se discutir o artigo de Lima (1996), pautado pela noção de indeterminação restringida (Valsiner, 1998). O resultado dessa tentativa foi a elaboração de um modelo instrumental de multiplicação dialógica referido a objetos do campo de representações sociais. Mantendo o objetivo de explorar o potencial dos resultados obtidos para pesquisas futuras, procuramos discutir um caso clínico relatado e analisado por Boesch (1991) de acordo com nosso modelo instrumental. Consideramos que os resultados apontam para a relevância de se continuar na direção do percurso iniciado para o entendimento de diferenças no interior e entre pessoas e sociedades, a respeito de seus universos semióticoculturais. Esperamos também que este tipo de pesquisa possa gerar sistematizações teóricoepistemológicas úteis para profissionais e pesquisadores em suas reflexões e decisões diante de fenômenos psicossociais / Departing from the understanding that human beings are born and develop themselves in their cultural fabric, passing through singular processes of subjectivation, as well as allowing structured fields of action, our first aim in this work was to systematize some propositions generated in the bulk of semiotic-cultural research in Psychology concerning I other relationships. Second, taking into account those propositions, we have tried to articulate them around the notion of perspective. The notion of perspective here in focus concerns with persons positioning from her lived experience, allowing some views about other and things in the world, while preventing other alternative views. Framed by the theoretical-methodological dialogism in Psychology, we then tried to promote a confronting dialogue between the semiotic cultural constructivism in Psychology and the Amerindian perspectivism in Anthropology respecting their respective notions of perspective. In the semiotic cultural constructivism, the notion of perspective touches issues like the multiple personal positioning facing cultural objects (Marková, 2003/2006); the alterity of the other, who has his singular life trajectory, internalizing meaningful references in his process of meaning construction (Lévinas, 1964/1991); the crossing of the selfs and the others sights from and towards their corporeality; Boeschs (1991) notion of symbolic action; the articulations between intersubjective and intrasubjective levels of human experience. In the framework of Amerindian perspectivism, by its side, the issue of body manufacturing in the core of communitarian conviviality is central for understanding the process of construction of identities and alterities. As a result of the confronting dialogue installed by this research, we found out some divergences between the two notions of perspective here put in focus, especially concerning the issue of the multiplicity of personal understandings of an object present in the psychological approach and the issue of the statute of reality (instead of understanding of reality), that plays an important role in the anthropological approach. Aiming to continue the research in the interface of these two areas, where the present research can be considered a starting enterprise, we will try to explore more deeply some conceptual distinctions in both frames of knowledge. This more accurate exploration should include a sharply conceptual distinction concerning the notions of subject, person and individual in both fields of knowledge here confronted. Nevertheless, already made in the present research, a first tentative in this direction, discussing Limas (1996) paper under the notion of bounded indeterminacy (Valsiner, 1998). The result of this tentative was an instrumental model of dialogical multiplication, referred to the objects of a social representation field. Keeping the aim of exploring the potential of our present results for further research, we try to discuss a clinical case - reported and analyzed by Boesch (1991) - according our instrumental model. We consider that our results point to the relevance of continuing our investigations in the directions we here begun especially for the understanding differences inside and amongst persons and societies respect their semiotic cultural universes. We also expect that this kind of research can generate theoretical epistemological systematization useful for professionals and researchers in their reflections and decisions facing psychosocial phenomena
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Design vernacular: a comunicação visual informal no cotidiano da AmazôniaPEREIRA, Natália Cristina Rodrigues 15 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-15 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta pesquisa busca refletir sobre o design vernacular como uma experiência comunicacional na Amazônia. Trata-se de uma forma de comunicação materializada em desenhos de letras (lettering) pintados manualmente em placas, fachadas, faixas e outras superfícies espalhadas pela região que, baseados na cultura popular, objetivam suprir as necessidades comunicacionais do comércio informal onde se originam. O foco da investigação partiu da seguinte pergunta: quais as inspirações, particularidades e estratégias que permeiam o universo material e simbólico dessa forma de comunicação visual informal, sem perder de vista o seu potencial mercadológico e suas relações com a comunidade? Para isso, o trabalho apoiou-se em conceitos de Benjamin (1987), Braga (2011), Canevacci (1997), Schutz (2012), Dewey (1980), Durand (1996), Flusser (2013), Kant (2012), Maffesoli (1998) e Paes Loureiro (2008; 2001), dentre outros. A hipótese defendida nesta dissertação é a de que a comunicação visual informal, permeada pelo universo da cultura amazônica, contribui no âmbito simbólico e econômico diretamente para a realidade da comunidade na qual está inserido. A metodologia teve um foco qualitativo a partir de pesquisas de campo, sendo que a coleta de material (registro fotográfico e entrevistas) aconteceu de agosto de 2015 a janeiro de 2018, compreendendo duas visitas em cada uma das três ilhas do município de Belém escolhidas: Cotijuba, Caratateua (Outeiro) e Mosqueiro. Acredita-se que a importância deste trabalho se centra na possibilidade de contribuir com estudos que vão além dos aspectos tecnológicos da comunicação, voltadas assim para o homem em sociedade, assim como, em longo prazo, poder colaborar para uma possível desmistificação de estereótipos sobre a Amazônia. / This research reflects on the vernacular design as a communication experience in the Amazon region. The analyzed object in the study is the draws of letters (lettering) painted manually on boards, facades, banners, and other surfaces widespread across the region that, based on the popular culture, aim to supply the communicational necessities of the informal commerce where they originate. The focus of the investigation came from the following question: what are the inspirations, particularities, and strategies that permeate the material and symbolic universe of this type of informal visual communication, without losing sight of its market potential and its relationship to the community? Therefore, this research used concepts of Benjamin (1987), Braga (2011), Canevacci (1997), Schutz (2012), Dewey (1980), Durand (1996), Flusser (2013), Kant (2012), Maffesoli (1998) e Paes Loureiro (2008; 2001), among others. Accordingly, the hypothesis presented here pointed that the informal visual communication, permeated by the universe of the Amazonian culture, contributes in the symbolic and economic scope directly to the reality of the community in which it is inserted. The methodology was based on the qualitative descriptive analysis, starting from field research, being that the collection of material (photography registration and interviews) started from August 2015 to January 2018, including two visits in each one of the three islands of the Municipality of Belém chosen for the study: Cotijuba, Caratateua (Outeiro) e Mosqueiro. It's believed that the importance of this research is focused on the possibility of contributing with studies that go beyond the technical aspects of communication, therefore based on the men in society, as well as, long-term, to be able to collaborate for a possible demystification of stereotypes about the Amazon.
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Trocas comunicativas sobre a violência: experiências intersubjetivas do Movimento pela vidaAZEVEDO, Ana Paula de Mesquita January 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018 / FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas / A presente pesquisa busca compreender a experiência comunicativa ou trocas de experiências estabelecidas, no cotidiano, pelas pessoas afetadas pela violência, a partir de integrantes do Movimento pela Vida e suas narrativas da dor. Partimos da reflexão sobre o mundo da vida cotidiana em Schtuz (2012), em que a realidade é construída socialmente através do conhecimento e das diferentes atribuições de sentidos dadas pelos indivíduos em determinados contextos. Nesta perspectiva, a intersubjetividade se constitui em elemento essencial na construção social dos sentidos. Na pesquisa, tomo as narrativas da dor das integrantes do Movimento pela Vida (Movida), entidade criada, informalmente em 2005, com a finalidade de acolher vítimas de violência em busca de justiça. Observo, assim, que essa relação das integrantes do Movida ocorre pelas narrativas da dor e por recursos comunicacionais que esse movimento social utiliza para as suas trocas de experiências intersubjetivas. Esses recursos ou estratégias comunicacionais utilizadas pelo grupo são mediadores das subjetividades, tendo papel central na construção da realidade, ao evidenciar alguns acontecimentos do mundo da vida. Para compor esta compreensão de sobre essa troca de experiência, buscamos em Simmel (2006) o conceito de sociação, no qual os indivíduos se aproximam uns dos outros na busca de um mesmo fim. E na compreensão da narrativa do testemunho, para entender a necessidade da divulgação da dor narrada pelo grupo. Na escuta de cinco participantes do Movida, trabalhamos com a pesquisa qualitativa, que tem como objetivo a compreensão como princípio do conhecimento e a interpretação da construção da realidade, considerando aspectos da fenomenologia, conjugando métodos da pesquisa de observação participante e entrevista em profundidade. Dessa forma, percebemos nas entrevistas que as integrantes consideram o Movida como um lugar onde elas podem compartilhar a dor e encontrar pessoas que entendam a situação em que elas se encontram. No grupo, elas localizam indivíduos semelhantes, com quem as trocas de experiências são realizadas a cada encontro do Movida. / The present research seeks to understand the communicative experience or exchanges of experiences established, in the daily life, by the people affected by the violence, from members of the Movement for Life and their narratives of pain. We start from the reflection on the world of everyday life in Schtuz (2012), in which reality is socially constructed through knowledge and the different attributions of meanings given by individuals in certain contexts. In this perspective, intersubjectivity is an essential element in the social construction of the senses. As a research object, I take the pain narratives of the Movement for Life (Movida), an entity created informally in 2005, with the purpose of hosting victims of violence in search of justice. I observe, therefore, that this relation of the members of Movida occurs through narratives of pain and communication resources that this social movement uses for its interchanges of intersubjective experiences. These resources or communication strategies used by the group are mediators of subjectivities, playing a central role in the construction of reality, by highlighting some events in the world of life. To compose this understanding of this exchange of experience, we seek in Simmel (2006) the concept of sociation, in which individuals approach each other in the search for the same end and in the understanding of the narrative of the testimony, in order to understand the necessity of the disclosure of the pain narrated by the group. In listening to five participants of Movida, we work with qualitative research, which aims to understand as a principle of knowledge and interpretation of reality construction, considering aspects of phenomenology, combining methods of participant observation research and in-depth interview. In this way, we perceive in the interviews that the members consider Movida as a place where they can share the pain and find people who understand the situation in which they find themselves. In the group, they locate similar individuals, with whom the exchanges of experiences are carried out at every encounter of Movida.
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Experiência comunicativa na prática do crossfit: processos intersubjetivos e estéticosLIMA, Rebeca dos Santos 18 April 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-04-18 / FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas / Esta pesquisa parte da inserção da pesquisadora em um box de CrossFit, observando e experienciando os momentos pré, durante e pós-treinos, na busca por compreensões que apreendam as experiências comunicativas produzidas entre os praticantes do esporte. Estas interações simbólicas da vida corrente de uma microssociedade urbana contemporânea serão descritas por meio de relato etnográfico. A partir da percepção de dimensões intersubjetivas de pertencimento e de produção de significados afetivos, discutiremos os dados de campo a partir de um referencial teórico que compreende as noções de Estética (Maffesoli), Intersubjetividade (Schutz), Tipificação (Schutz) e Conflito (Simmel), relacionadas aos usos do Corpo (Mauss) e suas Performances (Schechner). Esse referencial teórico nos parece propício para interpretar os fenômenos comunicativos percebidos durante a pesquisa de campo, já que o estudo da intersubjetividade corresponde a uma perspectiva nova de análise de fenômenos comunicacionais. Essa abordagem compreende a comunicação como o fenômeno estruturante das mediações culturais da vida social. Portanto, aqui intencionamos abordar a comunicação enquanto conhecimento que se insere na esfera da ação da experiência humana, atrás daquilo que é relacional e compartilhado. / This research is part of the researcher's insertion in a CrossFit box, observing and experiencing the moments during, during and after training, in the search for understandings that understand the communicative experiences produced among the practitioners of the sport. These symbolic interactions of the current life of a contemporary urban micro-society will be described through an ethnographic account. From the perception of intersubjective dimensions of belonging and production of affective meanings, we will discuss the field data from a theoretical reference that includes the notions of Aesthetics (Maffesoli), Intersubjectivity (Schutz), Typification (Schutz) and Conflict (Simmel), related to the uses of the Body (Mauss) and its Performances (Schechner). This theoretical reference seems to us propitious to interpret the communicative phenomena perceived during field research, since the study of intersubjectivity corresponds to a new perspective of analysis of communicative phenomena. This approach comprises communication as the structuring phenomenon of cultural mediations of social life. So here we intend to approach communication as knowledge that falls within the sphere of the action of human experience, behind that which is relational and shared.
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Alegria tem bem a cara do Onda: um estudo enunciativo da participação em grupo de jovensStein, Jorama de Quadros 25 May 2010 (has links)
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Previous issue date: 25 / Banco Santander / Banespa / Este trabalho focaliza a participação de jovens em um grupo religioso de orientação católica, o ONDA, pertencente a uma pastoral de paróquia da região do Vale do Rio dos Sinos. Através da forma como vinte jovens participantes constroem o referente ONDA, em oficinas e entrevistas, a pesquisa investiga que representações os jovens constroem do trabalho realizado no grupo e quais as possíveis repercussões desse trabalho em relação à estruturação da vida em sociedade. Consideramos, enfim, bastante relevante buscar compreender como o sujeito constrói sua subjetividade a partir do reconhecimento de si na relação com o outro. A teoria da enunciação de Benveniste, apresentada como um quadro teórico pertinente para transcender a análise intralinguística e permitir o estudo da intersubjetividade como condição para a constituição da subjetividade, fundamenta a pesquisa. Considerações feitas no campo dos estudos psicanalíticos a respeito da adolescência auxiliam-nos a compreender os atravessamentos que perpassam a consti / This study focuses on the participation of young people in a religious group of Catholic orientation, called ONDA, which belongs to a parish pastoral in the region of the Vale do Rio dos Sinos. Based on the way twenty young participants build the referent ONDA, at workshops and interviews, this research analyzes the role of this activity in the process of appropriation of a place in the symbolic space by these young people. Benveniste’s enunciation theory, presented as a meaningful theoretical frame in order to transcend the intra-linguistic analysis and allow the study of intersubjectivity as a condition for the construction of subjectivity, bases this research. Discussions realized in the field of psychoanalytic studies on adolescence helped us understand factors that are part of the constitution of young people as a subject of/in language. Results of this study reveal that these young people find support in the relation with their peers and with the leader and, also, that being part of a group favors the s
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O papel da concess?o na constru??o do sentido e do efeito persuasivo no discurso publicit?rio : uma estrat?gia para o julgamento universalFernandez, Patr?cia Nystrom 27 December 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-12-27 / Aiming to persuade its public, advertising uses a series of strategies, among them the creative manipulation of the language which is used in advertisements. Bearing this in mind, we developed this study, with the hopes of demonstrating how meaning is built in advertising discourses, which have a double function: to communicate and to convince. Furthermore, we aim to highlight concession, while a linguistic phenomenon, as an effective persuasive tool, as well as explain the relevance of the interlocutor's projection so that the advertisement reaches its goal. Therefore, we based this work on theories which start from Plato's notion of alterity, include Saussure's concepts of language, speech and value, Benveniste's concept of empty signs and his studies on subjectivity and intersubjectivity, and arrive at the present days, with the studies of Oswald Ducrot and Marion Carel on building meaning and semantic blocks. Based on this theoretical analysis, we demonstrate how meaning is established in statements by argumentative chains and internal and external argumentation. Thereafter, we lay emphasis on the meaning generated by concession, which evokes a transgression of the norm, thus conducting the interlocutor to a universal and positive judgement about what is offered him. Consequently, our corpus is constituted of advertising pieces which are similar because they have concessive statements in their discourses. As a result, we intend to evidence how advertising language, which is deeply imbued with subjectivity and intentionality, uses linguistic resources to obtain the much desired persuasive effect. / Com o objetivo de persuadir o seu p?blico, a publicidade utiliza uma s?rie de estrat?gias, entre elas a manipula??o criativa da linguagem utilizada para compor os an?ncios. Pensando nisso, desenvolvemos este estudo com a pretens?o de demonstrar como o sentido se constr?i dentro dos discursos publicit?rios, os quais t?m dupla fun??o: comunicar e convencer. Buscamos, ainda, destacar a concess?o, enquanto fen?meno lingu?stico, como ferramenta persuasiva eficaz, bem como explicar a relev?ncia da proje??o do interlocutor para que a publicidade atinja seu fim. Para tanto, fundamentamos este trabalho em teorias que partem de Plat?o, com a no??o de alteridade; passam por Saussure, que define e distingue l?ngua e fala e acrescenta a no??o de valor; por Benveniste, com o conceito de signo vazio e seus estudos sobre subjetividade e intersubjetividade; e chegam at? os dias atuais, com os estudos de Oswald Ducrot e Marion Carel sobre a constru??o do sentido e os blocos sem?nticos. A partir dessa an?lise te?rica, mostramos como o sentido se estabelece nos enunciados atrav?s dos encadeamentos argumentativos e das argumenta??es interna e externa. Em seguida, damos ?nfase ao sentido gerado pela concess?o, que, por evocar uma transgress?o ? norma, acaba por conduzir o interlocutor a um julgamento universal e positivo acerca do que lhe ? oferecido. Assim, nosso corpus est? constitu?do de pe?as publicit?rias que se assemelham por conter em seus discursos enunciados concessivos. Como resultado, pretendemos evidenciar como a linguagem publicit?ria, t?o carregada de subjetividade e intencionalidade, vale-se dos recursos lingu?sticos para obter o t?o desejado efeito persuasivo.
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