• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 60
  • Tagged with
  • 60
  • 60
  • 36
  • 24
  • 19
  • 18
  • 16
  • 15
  • 13
  • 12
  • 11
  • 9
  • 8
  • 8
  • 7
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
31

Contribuições da psicanálise lacaniana às práticas de grupo nas instituições de saúde / Contributions of Lacanian psychoanalysis to group practices in health institutions

Cruz, Ivan do Nascimento 05 February 2015 (has links)
Nossa pesquisa visa problematizar o dispositivo de grupo a partir da psicanálise lacaniana. A questão da qual partimos foi: Se a psicanálise aponta para o singular do sujeito, como trabalhar com dispositivos de grupos sem dissolvê-las num universal? Num primeiro momento, mapeamos alguns elementos históricos do surgimento da noção de grupo. Extraímos daí que tal noção nasce concomitantemente à noção de indivíduo, ambos tomados como totalidades. A psicanálise, por sua vez, não parte do indivíduo, pois tem como fundamento e horizonte de intervenção o sujeito, de forma que o dispositivo de grupo também deve levá-lo em conta. Na sequência, o tema grupo é investigado nas obras de S. Freud, W. R. Bion, E. Pichon-Rivière, J. Lacan procurando extrair-lhes uma lógica coletiva. A partir de Freud, temos um esquema no qual a tendência do grupo é fazer massa, identificando-se ao mesmo tempo verticalmente sob uma insígnia do mestre colocado como Ideal do Eu, e horizontalmente entre os sujeitos a partir do Eu, tendendo a apagar suas singularidades através de um grupo imaginariamente completo. Com isso, vemos a questão da identificação se tornar um problema central na questão dos grupos. Assim procuramos elementos que pudessem nos auxiliar para que o grupo não ceda aos efeitos imaginários. Frente a isso, Bion trouxe uma primeira contribuição do grupo sem líder, para quem o analista não atua do lugar de líder, trazendo a importante ideia de descompletar o grupo; Pichon, por sua vez, traz a ideia de interdependência dos sujeitos afirmando uma lógica coletiva, uma vez que os sujeitos não são mônadas isoladas. Na sequência, foi importante o recurso ao dispositivo de cartel, órgão de base da Escola lacaniana, o qual aponta para um grupo não completo, dado que a função do +1 é justamente descompletar o grupo a fim de mitigar seus efeitos imaginários. Nosso próximo passo foi abordamos os efeitos de sujeito - em oposição aos efeitos imaginários - a partir do recurso de vinhetas clínicas de atendimentos de grupos em articulação à contribuição lacaniana da sua tríade Imaginário, Simbólico e Real. A consideração desses três registros apontou para outro modo de universalizar um grupo como prescindindo do significante, uma vez que o que Lacan denominou como objeto a escapa às suas determinações simbólicas e imaginárias em suas tendências identificatórias e homogeneizantes. Extraída tal lógica coletiva, apontamos que o analista num grupo tem sua função ancorada no objeto a. Além disso, o analista deve considerar os efeitos da fala que os sujeitos têm entre si, visto que a transferência circula entre os sujeitos. Uma vez que os sujeitos em grupo tendem a responder às demandas um do outro, concluímos que é importante ao psicanalista fazer circular a palavra, de modo a manter a significação aberta, para que ninguém venha a ocupar o lugar de Ideal do Eu. Por fim oferecemos um quadro de leitura das experiências ambivalentes de grupo: como experiências produtivas (de determinação e indeterminação), mas também improdutivas (de indeterminação e determinação). Finalmente, concluímos que o dispositivo de grupo pode ser um importante dispositivo de intervenção clínica, ética e política para o campo da Saúde / This research aims to problematize the device group from Lacanian psychoanalysis. The question with which we started was: If psychoanalysis points to the singular subject, how to work with groups devices without dissolving them in a universal? Initially, we mapped some historical elements of the emergence of the notion of group. We extracted from this that such notion is born simultaneously with the notion of the individual, both taken as totalities. Psychoanalysis, in turn, does not arise from the individual, because it is based and has as intervention goal the subject, so that the device group should also take it into account. Subsequently, the group theme is investigated in the works of S. Freud, Bion, E. Pichon-Rivière J. Lacan seeking to extract from them a collective logic. From Freud, we have a scheme in which the tendency of the group is to make dough, identifying both vertically under a master insignia placed as the Ideal Self, and horizontally among subjects starting from themselves, tending to erase their singularities through an imaginary whole group. Therewith, we see the issue of identification become a central point in the matter of groups. Thus we seek elements that could help us so that the group does not give in to imaginary effects. Faced with this, Bion brought a first contribution of the \"leaderless group\", to which the analyst does not act in the place of leader, bringing the important idea of not to complete the group; Pichon, in turn, brings the idea of interdependence of individuals stating a collective logic, since the subjects are not isolated monads. Thereafter, it was important to make use of the cartel device, organ base of Lacanian School, which points to a not complete group, since the function of the +1 is precisely not complete the group in order to mitigate its imaginary effects. Our next step was to approach the \"effects of subjects\" - as opposed to imaginary effects - from the use of clinical vignettes used on groups treatment in articulating their contribution to the Lacanian triad Imaginary, Symbolic and Real. The consideration of these three records, pointed to another way of universalizing a group as waiving significant, since what Lacan has termed as escape object to their symbolic and imaginary determinations in its identificatory and homogenizing trends. Extracted such collective logic, it is possible to indicate that, in a group, the analyst has his role anchored in the object. In addition, the analyst must consider the effects of speech that individuals have with each other, since the transfer circulates between subjects. Since the subjects in groups tend to respond to each other demands, we conclude that it\'s important the psychoanalyst to circulate the word, in a way to keep an open meaning, so no one will take the place of the Ideal I. Finally we provide a reading framework for the ambivalent group experiences: as productive experiences (determination and indeterminacy) but also unproductive (of indeterminacy and determination). Lastly, we conclude that the group device can be an important tool for clinical policy in the field of health care intervention and ethics
32

O sujeito e o Outro no conflito de Hamlet / The subject and the Other in Hamlet s conflict

Ferretti, Mariana Galletti 08 December 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:30:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Mariana Galletti Ferretti.pdf: 462508 bytes, checksum: 116f7d7b713a3d736bc921ba9432efe7 (MD5) Previous issue date: 2010-12-08 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This work intends, starting from Shakespeare s intuition about the human condition expressed in the vicissitudes of Hamlet s character, to deepen a reflection on the concept of subject in Lacan s theory articulated to the formularization of the author concerning the structure and the logic times of the subject s constitution. Is extremely important to emphasize that Hamlet won t be understood as a representation of one subject in constitution. The approach to this character must be comprehended merely as propitious context to ponder on fundamental aspects of the subject s structure. This research is organized in four main stages: the first aims to introduce the reader to the question of the existing connection between psychoanalysis, art and literature; the second concerns the singularity intrinsic to the work on this famous Shakespearian production Hamlet; in the third stage, the Lacanian concepts of subject and the Other were developed; in the fourth, the connection between the concepts of Oedipus complex and the paternal metaphor was discussed trying to make clear and bring to context the articulations of both within the Shakespearian play. These concepts, that represent capital points of the Freudian and Lacanian theories, respectively, have common aspects, but aren t synonymous. Since the Lacanian theory, in which this research is based on, has many unfoldings, it was necessary to establish a delimitation of the study, that aimed to embrace the Lacanian theorizations endeavoured up to the The Seminar 10. It was possible to regard Hamlet as a portrait of the contingencies of neurosis. That being a psychic structure resulting from a determinate function of the Other, we may say that the conflict in Hamlet has clear connection with the social bonds that are established between him and the Other. Still, the question of the structure is, for Lacan, anterior and subjacent, always in the logic sense, to the establishment of the social bonds. The structural lack generates determinate effects that influence the relation between the subject and the Other. Hamlet suffers from the contingencies of his structure in the bond with the Other / O presente trabalho pretende, partindo das intuições shakespearianas sobre a condição humana expressas nas vicissitudes da personagem Hamlet, aprofundar uma reflexão sobre o sujeito em Lacan articulada às formulações do autor sobre a estrutura e os tempos lógicos da constituição do sujeito. É de extrema importância frisar que Hamlet não será entendido como a representação de um sujeito em constituição. A abordagem desta personagem deve ser compreendida tão somente como contexto oportuno para refletir a respeito de aspectos fundamentais da estrutura do sujeito. Esta pesquisa está organizada em quatro principais etapas: a primeira visa a introduzir o leitor à questão da relação existente entre a psicanálise, a arte e a literatura; a segunda se caracteriza por tratar das particularidades intrínsecas ao trabalho com a famosa obra shakespeariana Hamlet; na terceira etapa, foram desenvolvidos os conceitos de sujeito e de Outro em Lacan; já na quarta, foi discutida a relação entre os conceitos de complexo de Édipo e de metáfora paterna procurando evidenciar e contextualizar a articulação da obra Hamlet com ambos. Estes conceitos, que representam pontos capitais das teorias, respectivamente, de Freud e Lacan, possuem aspectos em comum, porém não são sinônimos. Visto que a teoria lacaniana, na qual esta pesquisa se baseou, possui muitos desdobramentos, foi necessário estabelecer uma delimitação do estudo, que visou a abranger as teorizações lacanianas empreendidas até a época do Seminário 10. Foi possível considerar Hamlet como o retrato das contingências da neurose. Sendo esta uma estrutura psíquica decorrente de uma determinada função do Outro, podemos dizer que o conflito de Hamlet tem claras ligações com as relações sociais que se estabelecem entre ele e o Outro. Entretanto, a questão da estrutura é, para Lacan, anterior e subjacente, sempre no sentido lógico, ao estabelecimento dos vínculos sociais. A falta estrutural gera determinados efeitos que repercutem no modo de relação que se dá entre o sujeito e o Outro. Hamlet sofre pelas contingências de sua estrutura no vínculo com o Outro
33

O sujeito psicótico e sua posição em relação ao laço social: as contribuições de Jacques Lacan até o período do Seminário III - As Psicoses (1955-1956) / The psychotic subject and his position in respect to the social tie: Jacques Lacans contributions up to period the Seminar III The psychoses (1955-1956)

Pereti, Leonardo Zanelli 01 July 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:30:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leonardo Zanelli Pereti.pdf: 835412 bytes, checksum: e6b61ad819a5088663cdd1626a820134 (MD5) Previous issue date: 2011-07-01 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present research intends to construct the concept of the psychotic subject up to the Seminar III The psychoses (1955-1959) of Jacques Lacan, French psychoanalyst who proposed a new way to think the subject matter. As notorious follower of Freud, Lacan started from the progress and impasse made by the psychoanalysis creator in this field. Freud's main contribution is on thinking that the psychosis is not only a pathology and that it is another way of psychic organization. Nevertheless, Freud did not idealize a clinical treatment for the psychoses, but he did not desist from producing a theory about the issue, in private on some articles and on his study about the book Memoirs of My ervous Illness by Daniel Schreber. Lacan, still affiliated with psychiatry, on his doctoral thesis On Paranoia and Its Relationship to Personality (1932), starts from the concept that there would be a human sense in psychosis which had been left aside by the psychiatry and that it would be necessary to retake this concept, thinking the psychogenesis dimension of paranoia symptoms. Affiliated with psychoanalysis, Lacan formulates the hypothesis that in psychosis there would be a foreclosure of a primordial signifier, what would lead to another organization of the symbolic register. Based on Freud and searching for the human sense, Lacan brought from the surrealistic movement and from philosophy, that the dimension of the subject in psychosis is the bet which allows it to be seen over and above psychiatric dungeons. Finally, we propose that the movements of effort for the inclusion of the psychotic should take into account the dimension of the subject in psychosis, because they should participate actively in their treatment. Therefore, the exit would be to think the dimension of the subject and its particularity in the case of psychosis, after all he made his choice for this structure. We concluded, herewith, that retaking these psychosis theory fundamental concepts allows a contribution to the efforts for social inclusion of the psychotic subject / A presente pesquisa pretende fazer a construção do conceito de sujeito psicótico até o seminário III As psicoses (1955-1956) de Jacques Lacan, psicanalista francês que propôs uma nova forma de pensar a questão do sujeito. Como notório seguidor de Freud, Lacan partiu dos avanços e dos impasses que o criador da psicanálise fez nesse campo. A principal contribuição de Freud está em pensar que a psicose não é apenas uma patologia e sim outra forma de organização psíquica. Porém, Freud não idealizou um tratamento clínico para as psicoses, mas não deixou de produzir uma teoria sobre o assunto, em particular em alguns artigos e no seu estudo sobre o livro Memórias de um Doente dos ervos de Daniel Schreber. Lacan, ainda filiado à psiquiatria, em sua tese de doutorado Da psicose paranoica em suas relações com a Personalidade (1932), parte de uma concepção de que haveria na psicose um sentido humano que a psiquiatria havia deixado de lado e que seria necessário retomar essa concepção, pensando a dimensão da psicogênese dos sintomas da paranoia. Filiado a psicanálise, Lacan formula a hipótese que na psicose haveria uma foraclusão de um significante primordial, que provocaria uma outra organização do registro simbólico. Apoiado em Freud e na busca do sentido humano, que Lacan trouxe do movimento surrealista e da filosofia, a dimensão do sujeito na psicose é a aposta que permite enxergá-la além dos calabouços psiquiátricos. Finalmente, propomos que os movimentos de luta de inclusão do psicótico deva levar em conta a dimensão do sujeito na psicose, pois esses devem participar ativamente do seu tratamento. Para tal, a saída seria pensar a dimensão do sujeito, e sua particularidade no caso da psicose, afinal ele fez sua escolha por essa estrutura. Concluímos, com isso, que a retomada desses conceitos fundamentais da teoria da psicose permite uma contribuição às lutas de inclusão social do sujeito psicótico
34

Anonimato de vida e de morte: contemporaneidade e laço social na adolescência / L anonymat de vie et de mort: le lien social à l adolescence

Carmo, Viviani Sousa do 26 August 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:30:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Viviani Sousa do Carmo.pdf: 1910823 bytes, checksum: a08554571152e75e61760b0ad064a18a (MD5) Previous issue date: 2011-08-26 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Le sujet de cette thèse porte sur les vicissitudes de l inscription dans le lien social par les adolescents qui vivent dans les grands centres urbains marqués par le contexte de l anomie et de la violence urbaine. Nous sommes intéressés par leurs stratégies de subjectivation : comment faire lien dans un contexte, où la vie s inscrit et s efface dans une mort presque certaine et anonyme ? Comment ils font lien alors que leur vie et leur mort n ont plus de valeur sociale? Pour cette recherche, nous nous sommes adressés aux adolescents dans leurs milieux scolaires, à partir de la création de groupes de conversations à thématiques libres. Ces groupes cliniques de conversations que nous avons coordonné, ont eu une orientation psychanalytique et ils nous ont permis la construction de quelques vignettes cliniques qui sont éparpillées dans le corps de la thèse. Nous avons choisi une disposition en quatre chapitres, dont le premier porte sur la construction adolescente dans le lien social, mais surtout, sur les difficultés de se faire lien dans un contexte d un Autre social anomique. Le deuxième chapitre, traite du travail clinique réalisé avec des adolescents en milieu scolaire. Ce travail c est concrétisé par la création de groupes de conversations avec une orientation psychanalytique. Le troisième chapitre s ancre sur une forte discussion théorique sur le lien social dans l uvre de Freud et Lacan. Avec Freud on pourra affirmer que, avec l arrivée du concept de surmoi, le lien social se ferra par la voie du sentiment de culpabilité. Avec Lacan, nous allons parcourir le chemin du dépassement d une théorie de l intersubjectivité vers la construction discursive du lien social. On pourrait dire que, si avec Freud, le lien social se maintien grâce au sentiment de culpabilité, avec Lacan, se sera l obéissance le premier fondement du lien, structuré à partir du discours du maître. Finalement, le quatrième chapitre revient sur le court-circuit dans le lien social et la violence urbaine comme conséquence d une déréglementation anomique du socius. Après l époque de la discipline, on passerait sous l influence du discours du capitalisme, ce qui nous conduira à passer du triomphe de la culpabilité au royaume de la jouissance. Ce contexte peut être dévastateur pour le sujet adolescent, qui trouvera des difficultés pour se subjectiver dans un monde où l Autre est anomique. Dans un contexte, où la vie s inscrit et s efface dans une mort presque certaine et anonyme, la violence urbaine apparaît dans le discours adolescent moins comme une donnée de la réalité de ses jeunes, mais comme le seul moyen qu ils trouvent pour se construire face à l autre, non pas en acte, mais en parole, un sujet que se raconte par la voie d une fiction violente, une histoire violente, où le sujet s exile et disparaît / Esta tese busca investigar as vicissitudes da inscrição no laço social dos adolescentes dos grandes centros urbanos, quando estes encontram-se imersos num cenário de anomia social e de violência. Interessar-nos-á investigar as estratégias de subjetivação adolescente, num contexto onde sua vida se inscreve e se apaga numa morte provável e anônima. Assim, como poderá se fazer a inscrição do adolescente no laço social quando nem sua vida, nem tampouco sua morte, possuem qualquer valor social positivo? Para realizar esta pesquisa, nos baseamos em nosso trabalho clínico com o sujeitos adolescente em meio escolar. Realizamos, numa escola estadual de São Paulo, um trabalho de grupos de conversação, cuja inspiração teórica e clínica buscamos na psicanálise. Traremos, nesta tese, dois casos clínicos construídos a partir deste trabalho de conversação.Esta tese é disposta em quatro capítulos. O primeiro deles irá tratar da construção do sujeito adolescente e sua inscrição no laço social. Mas, sobretudo, das dificuldades do laço social num contexto, que diremos, de um Outro social anômico. O terceiro capítulo desta tese, trará uma forte digressão teórica sobre o laço social nas obras de Freud e Lacan. Em Freud, afirmamos que a partir do conceito de supereu, a manutenção dos homens no laço social irá se dar pela via do sentimento de culpa. Em Lacan, a partir do ultrapassamento do conceito de intersubjetividade, o psicanalista irá traçar uma teoria do laço social, a parti de sua montagem discursiva. Podemos afirmar que, se em Freud o laço social entre os homens se manteria graças ao sentimento de culpa, em Lacan, será a obediência, o primeiro fundamento do laço social, estruturado a partir do discurso do Mestre.Finalmente, no quarto capítulo desta tese, afirmaremos que algo da ordem de um curto-circuito nos laços sociais e da emergência do fenômeno de uma violência generalizada, como consequencia de uma desregulamentação anômica do socius. Entramos numa época regida pelo discurso do capitalista, o que irá impor uma passagem entre um laço estruturado pelo triunfo da culpa e o outro (des)orientado pelo reinado do gozo. Diremos que este cenário poderá ser devastador para o sujeito adolescente, que encontrará algumas dificuldades em seu processo de subjetivação.Em um contetxo, onde a vida se inscreve e se apaga numa morte quase sempre anônima, a violência aparece no discurso adolescente não apenas como um dado da realidade diária, mas como um dos modos que o jovem encontrará para se construir face aos outros. A violência será não apenas ato, mas forma de palavra, para um sujeito que só poderá se contar pela via de uma ficção desqualificada, uma história violenta, onde o sujeito se exila e desaparece
35

O sintoma social ou o sintoma com Marx: um conceito psicanalítico / The symptom social or symptoms with Marx: a psychoanalytic concept

Xavier, Karla Rampim 11 June 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Karla Rampim Xavier.pdf: 941756 bytes, checksum: f41267099887014650ca6ad1a143509b (MD5) Previous issue date: 2013-06-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In psychoanalytic praxis the symptom is a concept widely worked which intervenes both in clinical practice and the politics of psychoanalysis, meanwhile it is a subject intrinsically linked to the social bond. The symptom is precisely the truth that makes disorder, it is opposition face to mastery discourse. In Freud s theory it seems not to be possible to formalize a symptom as social. However with Lacan such formalization is possible due to the thesis that it was Marx who invented the symptom. To enter this question was necessary to research what is symptom for Lacan, and thereafter ascertain the Lacanian references that trace direct connection between psychoanalysis and Marxist theory, as well as analysis of homology between surplus-jouissance and surplus-value. In this way that it is intended the understanding of Marx as inventor of the symptom. What we see is that a lot has been said about the social symptom, often without the necessary theoretical rigor, but for Lacan there is only a social symptom, "each individual is really a proletarian." But anyway, what does this mean? To conclude, we analyze how controversial and divergent this issue may be. Furthermore, we analyze how the theory of social symptom can be a resource for the psychoanalyst on the issues of bond and polis / Na práxis psicanalítica o sintoma é um conceito amplamente trabalhado e que intervém tanto na prática clínica quanto na política da psicanálise, ao mesmo tempo é um tema intrínsecamente ligado ao laço social. O sintoma é justamente a verdade que faz desordem, ele é oposição frente ao discurso de mestria. Para Freud não parece possível formalizar um sintoma como social, no entanto, com Lacan é possível tal formalização em decorrência da tese de que foi Marx quem inventou o sintoma. Para entrar nesta questão se fez necessário pesquisar o que é sintoma para Lacan, e a partir daí, averiguar as referências lacanianas que traçam conexão direta entre a psicanálise e a teoria marxiana, bem como a análise da homologia entre mais-de-gozar e mais-valia. É deste modo que se pretende a compreensão de Marx como inventor do sintoma. O que vemos é que muito se tem falado sobre o sintoma social, muitas vezes sem o rigor teórico necessário, mas para Lacan só há um sintoma social: cada indivíduo é realmente um proletário . Mas afinal, o que isso quer dizer? Para finalizar, analisamos o quão polêmico e divergente pode ser este tema. Além disso, consideramos o quanto a teoria de sintoma social pode ser um recurso para o psicanalista diante das questões do laço e da polis
36

O diagnóstico psicológico ético-político na produção do laço social dos adolescentes no CREAS

Souza, Soraya 20 November 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Soraya Souza.pdf: 8957057 bytes, checksum: 534274b212ccd9ef5d7fae5497ebf27d (MD5) Previous issue date: 2013-11-20 / The research problem of this study is the theoretical and practical impasse of how to diagnose the subject in its relation to the sociopolitical context of production and its effects on the discursive construction of the social bond. Its social relevance lies at the interfaces of the interdisciplinary knowledge of Psychology, Psychoanalysis and Law, marking its specificity in the psychoanalytic field in the area of Public Health, whose social responsibility it to sustain an ethical-political position of psychological diagnosis, at the tactical and strategic levels, as regards the construction of the social bond of adolescents in situations of vulnerability. The overall goal is to build an ethical-political diagnostic mode that allows the subject, through the narrative, to constitute a singular dimension of the social event. The methodological investigation process was based on psychoanalysis in extension of Lacanian orientation in order to understand the object of knowledge in its ethical-political dimension. Territoriality was bounded by the Institution CREAS and eight teenagers were chosen, and of these, two for analysis of the case institutional politicalclinical. The procedure was carried out by visiting the Fundação Casa, the Institution CREAS observation, analysis of institutional history and interviews articulated under transfer with the memorial of the technical staff (psychologists and social workers), besides the institutional political-clinical case analysis of the teenagers A. e R.In analyzing the results, we could conclude that delinquency is the effect of the unfolding of a social scene that embodies the subject and identifies the acts, being one of the elements that contributes to the institutionalization of the symptom with the production of relapsing.The social, psychological and political vulnerability of this situation has the effect of psychologization of social ties in the individual experience, operated by a capitalist discourse through instruments that do not take into account the context the experience had been built, in an attempt to objectify the subject, turning him into a Thing subject to disubjectivation, a gadget subject. In analyzing the cases of A. e R. it was possible for both subjects, in a unique way, to (re) situate themselves and produce anOther dimension before the social event. The ethical-political psychological diagnosis as a strategy of discourse intervention can operate modes of welcoming suffering by creating new outlets inventing answers to address the malaise of our young and, with the requirements of the contemporary master, producing effects in the construction of the social bond / O problema de pesquisa deste trabalho é o impasse teórico-prático de como diagnosticar o sujeito na sua relação com o contexto de produção sociopolítico e seus efeitos discursivos na construção do laço social. Sua relevância social diz respeito às interfaces do saber interdisciplinar da Psicologia, da Psicanálise e do Direito, marcando sua especificidade no campo psicanalítico, na área da Saúde Pública, cuja responsabilidade social é sustentar uma posição ético- política do diagnóstico psicológico, nos níveis táticos e estratégicos, no tocante à construção do laço social, do adolescente em situação de vulnerabilidade.O objetivo geral é construir um modo de diagnóstico ético-político que possibilite ao sujeito, através da narrativa, constituir uma dimensão singularizável do acontecimento social. O processo de investigação metodológico fundamentouse na psicanálise em extensão de orientação lacaniana, buscando compreender o objeto do conhecimento em sua dimensão ético-política. A territorialidade foi delimitada pela Instituição CREAS, sendo escolhidos oito adolescentes para entrevista, dois dos quais para análise do caso institucional clínico-político. O procedimento incluiu visita à Fundação Casa, observação da Instituição CREAS, análise da história institucional e das entrevistas articuladas sob transferência com o memorial da equipe técnica (psicólogos e assistentes sociais), além da análise dos casos institucionais clínico-políticos dos adolescentes A.e R. Na análise dos resultados pode-se concluir que a delinquência advém do desdobramento de uma cena social que se corporifica no sujeito e o identifica em actos, um dos elementos que contribuem para a institucionalização do sintoma com a produção do reincidente. A vulnerabilidade social, psicológica e política dessa situação produz o efeito da psicopatologização do laço social na experiência individual, operada pelo discurso capitalista através de instrumentos que não levam em consideração o contexto em que a experiência fora construída. Na tentativa de objetivação do sujeito, transforma-o numa Coisa dessubjetivável, num sujeito gadget. Na análise dos casos A.e R. foi possível para ambos os sujeitos, de modo singular, (re)situarem-se e produzirem uma Outra dimensão diante do acontecimento social. O diagnóstico psicológico ético-político como estratégia de intervenção discursiva pode operar modos de acolher o sofrimento criando novas saídas e inventando respostas para lidar com o mal-estar dos nossos jovens e, com as exigências do mestre contemporâneo, produzindo efeitos na construção do laço social
37

Barreiras, fronteiras e passagens : a burocracia e o laço social na saúde mental pública brasileira : travessia de uma experiência

Veronese, Luciane Gheller January 2015 (has links)
A pesquisa apresenta reflexões e experiências a partir dos fenômenos socioculturais e políticos, no campo da saúde mental pública brasileira, através das articulações entre o sujeito e a cultura. Estuda a temática da burocracia, pensada como política da indiferença a partir da metáfora da máquina e do anonimato como referentes do laço social neste discurso. Enfatiza as formas burocráticas contemporâneas, típicas dos Estados capitalistas atuais, os traços de uma burocracia à brasileira, estabelecida pelo hibridismo entre a autoritária maneira de lidar com a norma e seus matizes flexíveis, além das raízes da burocracia missioneira. Discute as transformações do modelo de saúde mental, com seus avanços e retrocessos, problematizando as dificuldades de rupturas com o modelo manicomial. Discorre acerca da configuração da política sanitária brasileira, com destaque para a saúde mental, em especial os CAPS. Através de fragmentos de experiências em um CAPSi propõe o lugar destas instituições como lugares utópicos, de passagens, “lugar Entre”. Aponta para a necessidade de profanar a burocracia, atentando aos restos não burocratizáveis, a partir de dois eixos: o brincar como dispositivo fundamental do trabalho em um CAPSi e a produção/utilização do arquivo como testemunha na instituição de saúde mental pública, reconhecendo a importância de um trabalho singularizado, artesanal, que não suspenda a capacidade de pensar e fortaleça o espaço público. / This research presents reflections and experiences on sociocultural and political phenomenon in the Brazilian public mental health field, articulating the subject and the culture. It studies the bureaucracy considered as an indifference policy through the machine metaphor and the anonymity as referential of the social bond in this speech. It also emphasizes the contemporary bureaucratic characteristics, typical from modern capitalist States, the features of a Brazilian bureaucracy, stablished by the hybridism between the authoritarian way of dealing with the norm and its flexible nuances, besides the roots of a missioneira bureaucracy. It argues the mental health model transformations, focusing its advances and retrocessions, as well as it analyzes the difficulties of rupture with the asylum model. It debates about the Brazilian sanitary policy, emphasizing the mental health, especially the CAPS. Thus, through experiences at a CAPSi, it proposes the place of these institutions as utopic places, of passage, “in-between place”. It points out the necessity to desecrate the bureaucracy, giving attention to the non-bureaucratic parts through two axis: to play as a fundamental device of work at a CAPSi and the production/use of a file as a witness in a public mental health institution, recognizing the importance of a singularized word, handmade, which does not suspend the ability to think and fortifies the public space.
38

Laço social e educação: um estudo sobre os efeitos do encontro com o outro no contexto escolar / Social bond and education: a study on the effects of the meeting with the other in an educational context.

Rahme, Monica Maria Farid 12 March 2010 (has links)
Esta tese tem como objetivo geral investigar o laço social na educação e, em particular, de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, considerando seus efeitos para os sujeitos. Para tanto, analisam-se perspectivas educacionais endereçadas a esse grupo, assim como, o estabelecimento de laços entre as crianças em contexto escolar dito inclusivo, tendo como referência a interface Psicanálise e Educação. Esta pesquisa se divide em três eixos principais: no primeiro, é abordada a noção de laço social pela Psicanálise, indicando seus desdobramentos para o estudo do campo educacional. No segundo, enfoca-se os principais elementos que constituíram a Educação Especial e a Educação Inclusiva como discursos, fundamentando o laço social proposto por essas. Retoma-se, assim, o percurso histórico que desencadeou a emergência de movimentos como o de normalização, mainstreaming, integração e, mais recentemente, o de inclusão. Tendo esse contexto como referência, analisa-se o processo de internacionalização do direito à educação escolar para todos, problematizando suas particularidades nos rumos adotados em políticas educacionais em curso no Brasil, Estados Unidos, França e Itália. No terceiro eixo, investigam-se dados referentes a uma pesquisa de campo desenvolvida em uma escola pública, municipal de tempo integral. A partir da realização do estudo de caso que conduziu ao acompanhamento de uma turma, composta por crianças na faixa-etária de seis e sete anos, enfocam-se aspectos relacionados à inserção escolar de uma criança nomeada pela escola como autista. Destacamse, de modo especial, elementos de sua convivência com os colegas, bem como sua participação no dispositivo escolar. Os procedimentos metodológicos adotados na realização desta pesquisa compreenderam o registro dos dados levantados pela pesquisadora no contato sistemático com o campo, a prática de entrevistas com profissionais da escola e com as crianças, e a realização de filmagens. Os dados obtidos por esta pesquisa permitiram a elaboração de considerações acerca da noção de laço social em um plano macro, ligado à implementação de políticas públicas, e, em um plano micro, relativo à convivência entre as crianças. Em relação à primeira vertente, ressaltam-se os constantes impasses presentes na abordagem do sujeito na educação, mesmo em movimentos ditos inclusivos. Nesse sentido, a busca por classificação, homogeneização, adaptação e ajustamento social via educação escolar persiste como desafio nos movimentos atuais em torno de uma educação para todos. No que diz respeito ao plano micro, a pesquisa revelou a existência de uma série de operações ligadas à constituição de laços entre as crianças, como os saberes da experiência e a operação sujeito-objeto. Permitiu, ainda, a construção de uma hipótese diagnóstica sobre o autismo, a partir do referencial psicanalítico, a abordagem da percepção da diferença pelas crianças, bem como, de suas intervenções com o colega. Por fim, o estudo indica a presença de efeitos terapêuticos no processo de inserção dessa criança na escola comum. Os apontamentos tecidos a partir deste estudo sublinham, de modo geral, a importância de um maior aprofundamento na análise das perspectivas educacionais atuais, bem como da complexidade existente nas dimensões do educar e do tratar na educação contemporânea. / This research aims at investigating the social bond in education focusing on those students who have special educational needs, considering its effects in the subjects involved. In doing so, educational perspectives for that specific group have been analized such as the bonds among children in an inclusive educational context, having as a reference an interface between Psychoanalyzis and Education. This work is divided into three main areas: the first part concentrates on the notion of social bond considered by Psychoanalyzis pointing out its effects for the study of educational field; the second part is concerned with the main elements of special education and inclusive education taken as discourses which root the social bond they both claim. Seen from that perspective, a historical path which has brought forth movements like normalization, mainstreaming, integration and more recently, inclusion, has been pursued. Within this context as a reference, the process of internalization of the right of formal education for all is analysed, and the different strategies adopted by the current educational policies in Brazil, the United States, France and Italy have been examined. The third part presents a field research carried out in a full time public school. The case study aims at following the social insertion of a child belonging to a group whose age varies between six and eight and who is considered an autist by the members. Factors such as her/his relationship with classmates and her/his involvement with the educational setting are enphasized. The methodological procedures adopted for this research include data collection by the researcher through a sistematic contact with the field, interviews with the school professionals and the children involved and film makings. Data obtained from this research allow reflections on the social bond on a macro level, linked to the implementation of public policies and on a micro level, related to the childrens relationship. The former faces constant challenges as far as the subject is involved in education, even when it comes to the inclusive area the search for classification, homogenization, adaption and social adjustment via school education is still a challenge in movements towards education for all nowadays. The latter has revealed a series of operations linked to bonds settings by children illustrated by the knowledge acquired from experience and the relationship subject-object. The research on the micro level has also permitted to come to a possible diagnostic hypothesis about autism from a psychoanalytic view, besides studying the approach of difference perception by the children and the interventions with the subject studied. Finally, the study points out therapeutical effects in the insertion process of that child in a common school. Appointments registered in this research emphasize the importance of going deeper into the analysis of educational perspectives as well as in the complexities of knowledge and treatment dimensions, as far as contemporary education is concerned.
39

Da hospitalidade às psicoses: um discurso em interrogação / From the hospitality to psychosis: a speech in question / De l’hospitalité aux psychoses: un discours en interrogation

Simoni, Ana Carolina Rios January 2012 (has links)
Ce travail dérive d’un parcours clinique et institutionel, à partir du quel s’est formulé la question sur les effets dans les liens sociaux du reencontre aves la specificité de la position psychique des sujets psychotiques. On raconte des passages d’un itinéraire de recherche, fait du pari à la réinscription des bordes de la clinique psychanalytique – lequel se montre par les experiences des ateliers thérapeutiques et de l’accompagnement thérapeutique, mais pas seulement –, pour dire des modes par lesquelles la question a pris la forme d’un discours en interrogation. On part de la formulation lacanienne sur la structure discursive des liens sociaux – en considerant, surtout, le discours universitaire et le discours capitaliste – et de la place extérière que la structure psychotique tient par rapport le discours. Puis on situe l’hospitalité, selon l’élabore Derrida, comme possibilité de accuellir les différences portées par les psychotiques. Dans ce chamin, les concepts de transfert, résistance et témoin, d’après Freud et Lacan, apparaissent comme manières de nommer l’espace-temp où l’hospitalité à l’hors-discours peut émerger – dont la specificité se present dans les impasses de l’inscription des contours subjetifs entre le Je/moi et l’autre-Autre, le prope et l’ailleurs. De cette façon, on suggère que offrir l’hospitalité à l’alterité de la position subjetive des psychoses implique accueillir la tension inhérente aux limits du propre et de l’ailleurs comme une demande de la strutucture. On problematise la façon par laquelle le discours universitaires de la science, dans um moment de l’histoire de la culture, a répondu à cette “demande” en edifiant les murs de l’hospice et de la catégorie “maladie mental”, qui n’ont pas inscrit la différence, mais, contrairement, ont produit une intensification de l’impasse du narcissisme. On se demande donc comment le discours universitaire de la science d'aujourd'hui, en complicité avec le discours du capitalisme, peut être affecté, si l’hors-discours retrouve l’hospitalité du chercheur. À l’horizont, la question: offrir l’hospitalité aux psychoses produirait des effets de méthode? Serait l’hospitalité aux psychoses une opportunité pour que nous nous replaçons sur le plan éthique et politique par rapport à la manière dont, aujourd'hui, nous faisons nos incursions dans le monde de la connaissance? / Este trabalho deriva de um percurso clínico e institucional, a partir do qual se formulou uma pergunta pelos efeitos para os laços sociais do encontro com a especificidade da posição psíquica dos sujeitos nas psicoses. Narram-se passagens de uma trajetória de pesquisa, feita da aposta na reinscrição das bordas da clínica psicanalítica – que pode ser observada nas experiências em oficinas terapêuticas e acompanhamentos terapêuticos, mas não somente –, para dizer dos modos pelos quais tal questão foi ganhando a forma de um discurso em interrogação. Parte-se da formulação lacaniana em torno da estrutura discursiva dos laços sociais – tomandose em consideração, especialmente, o discurso universitário e o discurso capitalista – e do lugar de exterioridade que a estrutura psicótica mantém em relação aos discursos. Em seguida, situa-se a hospitalidade, tal qual elaborada por Derrida, como possibilidade de acolhimento às diferenças que as psicoses portam. Nesse caminho, os conceitos de transferência, resistência e testemunho, desde Freud e Lacan, aparecem como formas de nomear o espaço-tempo em que pode emergir uma hospitalidade ao fora-do-discurso, cuja especificidade se apresenta na forma de impasses na inscrição dos contornos subjetivos entre o eu e o outro-Outro, o próprio e o alheio. Desde aí, sugere-se que dar hospitalidade à alteridade da posição subjetiva nas psicoses implica acolher a tensão inerente aos limites do próprio e do alheio, como um pedido estrutural. Problematiza-se o modo como o discurso universitário da ciência, em determinado momento da história da cultura, respondeu a este “pedido” edificando os muros do hospício e da categoria “doença mental”, que não fizeram inscrever a diferença, mas, ao contrário, operaram o recrudescimento do beco do narcisismo. Pergunta-se então como o discurso universitário da ciência de nossos dias, em cumplicidade com o discurso do capitalismo, pode ser afetado, caso o fora-do-discurso das psicoses encontre uma posição de hospitalidade desdobrada do lado do pesquisador. No horizonte, o interrogante: dar hospitalidade às psicoses produziria efeitos de método? Seria a hospitalidade às psicoses uma oportunidade para nos reposicionarmos ética e politicamente sobre o modo como, atualmente, concebemos nossas incursões pelo mundo do conhecimento? / This work derives from a clinical and institutional trajectory, from which raised the question about the effects of social ties on encountering with specification the psychic position of psychotic subjects. Then, segments of the path of research are reported, made with the bet of rewriting the edges of the psychoanalytic clinics - that can be observed in experiments with therapeutic workshops and follow-up therapy, but not only – to say the ways in which this issue has been gaining the form of a discourse in question. It starts with the Lacanian formulation around the discursive structure of social ties - especially taking into account the university and capitalistic discourses. In addition, the place of exteriority that maintains the structure in relation to psychotic speeches, for then situate the hospitality, as is elaborated by Derrida, as the possibility of welcoming the differences that the psychoses carries. In this way, the concepts of transference, resistance, and testimony, from Freud and Lacan, appear as ways of naming the space-time on that can emerge hospitality on out-ofspeech, whose specificity appears in the form of impasse on inscription of subjective contours between self and other-Other, self and strange. Since then, it is suggested that giving hospitality to otherness of the subjective position in the psychoses, implies on welcoming, as a structural request, the tension inherent of the limits between the self and the other-Other. Considering the way how the university discourse of science, in sometime of the history of culture, responded to this "request" building the walls of the asylum and the category of "mental illness", which did not include the difference, but rather, operated the fall for the narcissism’s alley. Then wonders how the university discourse in science, nowadays, in complicity with the discourse of capitalism, can be affected in case of the out-of-speech of psychosis find on the researcher a position of hospitality. The question that is on the horizon is: giving hospitality to psychosis would produce method effect's? The hospitality to psychosis would be an opportunity for a repositioning ethical and politically about how, nowadays, we've conceived our forays into the world of knowledge?
40

Barreiras, fronteiras e passagens : a burocracia e o laço social na saúde mental pública brasileira : travessia de uma experiência

Veronese, Luciane Gheller January 2015 (has links)
A pesquisa apresenta reflexões e experiências a partir dos fenômenos socioculturais e políticos, no campo da saúde mental pública brasileira, através das articulações entre o sujeito e a cultura. Estuda a temática da burocracia, pensada como política da indiferença a partir da metáfora da máquina e do anonimato como referentes do laço social neste discurso. Enfatiza as formas burocráticas contemporâneas, típicas dos Estados capitalistas atuais, os traços de uma burocracia à brasileira, estabelecida pelo hibridismo entre a autoritária maneira de lidar com a norma e seus matizes flexíveis, além das raízes da burocracia missioneira. Discute as transformações do modelo de saúde mental, com seus avanços e retrocessos, problematizando as dificuldades de rupturas com o modelo manicomial. Discorre acerca da configuração da política sanitária brasileira, com destaque para a saúde mental, em especial os CAPS. Através de fragmentos de experiências em um CAPSi propõe o lugar destas instituições como lugares utópicos, de passagens, “lugar Entre”. Aponta para a necessidade de profanar a burocracia, atentando aos restos não burocratizáveis, a partir de dois eixos: o brincar como dispositivo fundamental do trabalho em um CAPSi e a produção/utilização do arquivo como testemunha na instituição de saúde mental pública, reconhecendo a importância de um trabalho singularizado, artesanal, que não suspenda a capacidade de pensar e fortaleça o espaço público. / This research presents reflections and experiences on sociocultural and political phenomenon in the Brazilian public mental health field, articulating the subject and the culture. It studies the bureaucracy considered as an indifference policy through the machine metaphor and the anonymity as referential of the social bond in this speech. It also emphasizes the contemporary bureaucratic characteristics, typical from modern capitalist States, the features of a Brazilian bureaucracy, stablished by the hybridism between the authoritarian way of dealing with the norm and its flexible nuances, besides the roots of a missioneira bureaucracy. It argues the mental health model transformations, focusing its advances and retrocessions, as well as it analyzes the difficulties of rupture with the asylum model. It debates about the Brazilian sanitary policy, emphasizing the mental health, especially the CAPS. Thus, through experiences at a CAPSi, it proposes the place of these institutions as utopic places, of passage, “in-between place”. It points out the necessity to desecrate the bureaucracy, giving attention to the non-bureaucratic parts through two axis: to play as a fundamental device of work at a CAPSi and the production/use of a file as a witness in a public mental health institution, recognizing the importance of a singularized word, handmade, which does not suspend the ability to think and fortifies the public space.

Page generated in 0.4452 seconds