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Entre o porão e o lustre: a relação personagem e espaço no romance O lustre, de Clarice Lispector

Santos, Joelice Barbosa dos 22 April 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T19:59:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Joelice Barbosa dos Santos.pdf: 1243787 bytes, checksum: 2f51770054d3784d1a87df09695ca182 (MD5) Previous issue date: 2008-04-22 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / The central object of this research is the analysis of the novel O Lustre, by Clarice Lispector. Some theoretical reflections about the modern novel, as well as the criticism about this book, helped us in this study. Therefore, the present work does not base itself only in the theoretical discussion, but in the critical voice too, which did not recognize this literary work of 1946 as criticism did with the others novels by this author. The observations about the Aesthetics of Reception, proposed by Hans Robert Jauss, served to draw up the way in which the horizon of expectations about this novel developed. From this approach, we can observed that the question about the convention of the genres in the Lispector s work was a key factor that bothered many critics. Actually, this book does not follow the straight rules of the traditional novel. In this novel, the character stands out in the process of construction and the relations with the space. For this, it is transforming according to the place where it is. Gaston Bachelard s concepts were the base to analyze the space in this novel. The central attention about the question of space was based in the discussions that appear in his book The Poetics of the Space. The importance of the O Lustre in Lispector s work is also noted in the quotations from the other authors which appear in this narrative, as Edgar Allan Poe. Moreover, this book presents various relations with other arts. The present research wishes to contribute with the studies about Lispector s work. Especially with a novel considered minor in the Brazilian writer s production / O objetivo principal desta pesquisa é a análise do romance O lustre, de Clarice Lispector. Diversas reflexões teóricas acerca do romance moderno, assim como a fortuna crítica sobre este livro, nos auxiliaram neste estudo. Portanto, nosso trabalho não se pauta apenas na discussão teórica, mas na voz da crítica que, de certo modo, não valorizou o volume de 1946 do mesmo modo que julgou os demais romances da escritora. As considerações sobre a recepção crítica, propostas por Hans Robert Jauss, serviram para traçarmos uma linha evolutiva do horizonte de expectativas do leitor de O lustre. A partir dessa abordagem, verificamos que a questão sobre a convenção dos gêneros na obra de Lispector foi um fator que incomodou grande parte dos críticos, uma vez que esse livro não obedece a regras rígidas. Nesse romance, a personagem ganha destaque no processo de construção e nas relações com o espaço que se mostram necessárias à medida que ela se transforma e se constrói a partir do lugar em que se encontra. As idéias de Gaston Bachelard foram relevantes na análise do espaço, pois o recorte foi baseado nas discussões presentes em seu livro A poética do espaço. A importância de O lustre dentro da obra clariceana se mostra ainda no que diz respeito às referências a outros autores presentes nessa narrativa, como Edgar Allan Poe, bem como o diálogo com outras artes, conforme observamos. Em suma, esta pesquisa quer contribuir com os estudos que abordam a obra de Clarice Lispector a partir de um romance considerado menor na produção da escritora brasileira
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A movência das fronteiras: o ensaísmo nas crônicas de Clarice Lispector

Gomes, Cristina Torres 07 May 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T19:59:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cristina Torres Gomes.pdf: 371198 bytes, checksum: 098bcb6d79d6a819412df708cdab87c1 (MD5) Previous issue date: 2008-05-07 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research analyses the development of Clarice Lispector s columns for the newspaper Jornal do Brasil, written between 1967 and 1973. It considers the author s relations with Montaigne s constructive method about essays. It is important to make it clear that, in our investigative way, essays and chronicles are not seen as similar genres. What brings them close to each other is the way they fluently work with the language, right in the limit between the poeticism and the reflexive-philosophical area. Such hypothesis is based on two main points of confluence linking these two literary genres: the responsibility for the written way; and the invention of an I . To guide our research s purposes, we use two lines of theoretical grounds. The first line thinks about the narrator s voice and the sight development based on the studies of Walter Benjamin about the narrator and the flâneur. The second one thinks about the construction of the essayistic method and the creation of a chronicle s I , using Montaigne s Essays. To a corpus selection, we choose eight Clarice Lispector s chronicles published by Jornal do Brasil. Five of these were analyzed in this research based mainly in the theoretical ground, once they have the strength of a self and deep thought, establishing direct connections with the reflexive act about the creation of the chronicles author s I . The remaining chronicles, found in Chapter three, do not dialogue directly with the self-reflexive and self-critic voices, but with the writing in the text s background, what justifies our choose of deep analyzing the writing process, not only through the self-criticism, but also through the written structure of its composition. We conclude that Clarice Lispector s chronicles do have an essayistic composition method which can be seen in her entire literary creation: the consciousness of writing and the developing of a moving I , whose place is never established in the present time / Esta pesquisa tem por objeto de estudo a construção das crônicas de Clarice Lispector para o Jornal do Brasil, escritas no período de 1967 a 1973, à luz de suas relações com o método de construção ensaístico de raiz montaigneana. É importante deixar claro que, em nosso caminho investigativo, ensaio e crônica não são interpretados como gêneros especulares; o que os associa e traz a possibilidade de um profícuo diálogo entre eles está no modo como trabalham a linguagem na fronteira entre o poético e o reflexivo-filosófico. Esta hipótese se ancora em dois pontos determinantes de confluência entre essas produções textuais: a responsabilidade pela forma escritural e a invenção do eu . Para guiar as propostas de nossa investigação, dialogamos com duas linhas de fundamentação teórica. A primeira pensa a voz do narrador e a construção do olhar do cronista à luz dos estudos de Walter Benjamin sobre o narrador e sobre o flâneur; a segunda pensa a construção do método ensaístico e da invenção do eu do cronista, a partir dos Ensaios de Montaigne. Para a seleção do corpus, elegemos oito crônicas publicadas por Clarice no Jornal do Brasil. Cinco das crônicas foram analisadas no corpo do trabalho em diálogo direto com a parte da fundamentação teórica, pois apresentam a força de um pensar metacritico e dialogam diretamente com a reflexão sobre a invenção do eu do cronista. As demais crônicas, que compõem o capítulo três, não abordam diretamente a voz metacrítica, mas sim seu manejo escritural no subsolo do texto, justificando nossa escolha pelo desejo de mergulharmos no processo construtivo não apenas pelo viés metacrítico, mas também pelo jogo escritural de suas bases de composição. Concluímos que a produção cronística de Clarice Lispector apresenta, de fato, um método ensaístico de composição que reverbera gestos fundantes de toda sua poética: a consciência da forma e a construção de um de eu movente, cujo lugar é sempre o de um devir
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Clarice Lispector: Da solidão de não pertencer à quarta dimensão

Torre, Daniela Della 25 October 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 PCL - Daniela Della Torre.pdf: 519251 bytes, checksum: 14f1ca2c34c5fb05be06178fff292390 (MD5) Previous issue date: 2006-10-25 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The work Clarice Lispector: about the loneliness of not belonging to the fourth dimension discusses the major constitutive issues of people s way of being. The dialogue with Clarice Lispector, a well known person, with a special way of being, brings light to this discussion and gives its contribution while presenting its singularity. This study is based on Donald W. Winnicott s psychoanalytical assumptions and especially on Gilberto Safra s id eas about the personal idiom . The story of Clarice, the studies about her, the testimonials she left during her life and the new reading of her works allow us to unveil her personal idiom the mission/issue of belonging/not belonging, her loneliness and silence that appears in her writings. An Artisan s essay tries do reconstruct this career, this way of being. From The loneliness of not belonging to the fourth dimension the personal idiom designs itself in an ontological perspective. In the beginning there is a mission that does not allow a future. But, during her life, it was positioned as an issue and the not belonging and the wish of belonging appear as fundamental aspects. Clarice s loneliness is the center of a secret, of a mystery, behind her thoughts. While the silence, source of my words, becomes her expected presence. The word, fourth dimension, when it appears, touches her hidden face and saves her. Clarice s clarity in face of existence and human condition allow us to discover her humanity, beyond herself. With the word she discovers the destiny of her issues, she builds the bridge between to be and not to be in witch we find singularities of the human being / O estudo Clarice Lispector: da solidão de não pertencer à quarta dimensão reflete sobre as principais questões constitutivas o modo de ser das pessoas. O diálogo com Clarice Lispector, pessoa conhecida e com modo especial de ser, ilumina essa reflexão e contribui para apresentar sua singularidade. Este estudo é norteado pelos pressupostos psicanalíticos de Donald W. Winnicott e, principalmente, baseado nas concepções de Gilberto Safra sobre o idioma pessoal. A história de Clarice, os estudos clariceanos, os depoimentos deixados ao longo de sua obra e a releitura dela apontam para o desvelamento de seu idioma pessoal missão/questão, pertencer/não, solidão e silêncio que deságuam na sua palavra. Tentativa de artesão busca reconstruir essa trajetória, esse jeito de ser. Em Da solidão de não pertencer à quarta dimensão o idioma pessoal vai se desenhando dentro de uma perspectiva ontológica. No começo há uma missão, que impede o devir. No entanto, ao longo da existência foi re-posicionada em questão, surge o não pertencer e o anseio de pertencer como elementos constitutivos. A solidão clariceana é o núcleo do segredo, do mistério, do atrás do pensamento. Enquanto o silêncio, fonte de minhas palavras, se faz presença esperada. É a palavra, quarta dimensão, que ao emergir toca sua face oculta e a salva. A lucidez de Clarice diante da existência e da contingência humana revela, para além dela mesma, a humanidade assentada nestes registros. Com a palavra ela encontra o destino de suas questões, ergue a ponte ser-ser na qual se encontram as singularidades do ser gente
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Na aproximação de mythos e logos: a compreensão sobre o modo de ser dos homens

Xisto, Daniela Taibo Ribeiro 24 October 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T17:27:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Daniela Taibo Ribeiro Xisto.pdf: 672388 bytes, checksum: 766c2f2159b570237eaa415d8d30c137 (MD5) Previous issue date: 2007-10-24 / This study has as subject to distinguish and to approximate two ways, mutually unyielding, of thought and speech: the mythos and the logos. To make such distinction, we leave from the recognition of some of the distinctive characteristics of the mythos and of the logos in the origins of the occidental thought, because it is from there that germinate the poetic and philosophical expressions of thinking and of the word. It is for two of these expressions at the present time that we returned our attention, in the sequence: Martin Heidegger's philosophical speech and Clarice Lispector's poetic prose. Once recognized what distinguish them, we looked for possible approaches among what says the logos of Heidegger and the mythos of Lispector concerning a same subject: the condition of being of the men. The elaboration of this study happens in two parts. In the first, it is observed, initially, what belong to these speeches that are the mythos and the logos in their original appearances in archaic and old Greece, respectively. In a second moment, of this first part, we accompanied what tell us Martin Heidegger and Clarice Lispector concerning the property of their respective ways of thinking and saying conceptual and imaginative. The second part of the study observes the understandings, many times close to each other, of Heidegger and Lispector, about the way of being of the men. It is important to emphasize that this study is all guided for the attempt of letting Martin Heidegger s and Clarice Lispector s speeches to be shown, in relation to their peculiar ways of understanding and expression, and in relation to their comprehension concerning the human. Once, what we intended is, respecting the differences of them, to mention for the fertile dialogue between mythos and logos, among the poetic and philosophical speeches, trying to understand a subject. Because of that, we established punctual approaches among the referred comprehension on the human, going of what is said by the Heidegger s logos to the encounter of what tell us the Lispector s mythos. In the final considerations, we move through the confluence of such comprehension, in observing what is particular to the men / Este estudo tem como questão distinguir e aproximar dois modos, mutuamente irredutíveis, de pensamento e discurso: o mythos e o logos. Para efetuarmos tal distinção, partimos do reconhecimento de algumas das características distintivas do mythos e do logos nas origens do pensamento ocidental, posto ser desde lá que germinam as expressões poéticas e filosóficas do pensar e da palavra. É para duas destas expressões na contemporaneidade que voltamos nossa atenção, na seqüência: o discurso filosófico de Martin Heidegger e a prosa poética de Clarice Lispector. Uma vez reconhecidos em suas distinções, buscamos possíveis aproximações entre o que nos fala o logos de Heidegger e o mythos de Lispector acerca de uma mesma questão: a condição de ser dos homens. A elaboração deste estudo ocorre, então, em duas partes. Na primeira, é observado, inicialmente, o que é próprio a estas falas que são o mythos e o logos em seus surgimentos originários na Grécia arcaica e antiga, respectivamente. Num segundo momento, desta primeira parte, acompanhamos o que nos dizem Martin Heidegger e Clarice Lispector acerca da propriedade de seus respectivos modos de pensar e dizer conceitual e imagético. A segunda parte do estudo se detém nas compreensões, muitas vezes próximas, de Heidegger e de Lispector, sobre o modo de ser dos homens. É importante ressaltar que este estudo é todo orientado para a tentativa de deixar que se mostrem as falas de Martin Heidegger e de Clarice Lispector, tanto em relação às suas peculiares vias de compreensão e expressão, como em relação às suas leituras acerca do humano. Uma vez que, o que se pretende é, respeitando-lhes as diferenças, aludir para a fecunda interlocução entre mythos e logos, entre as falas poética e filosófica, ao tentarmos compreender uma questão. Para tanto, estabelecemos pontuais aproximações entre as referidas leituras sobre o humano, indo do que é dito pelo logos de Heidegger ao encontro do que nos fala o mythos de Lispector. De modo que, nas considerações finais, transitemos pela confluência de tais leituras, ao deterem-se na compreensão do que é próprio aos homens
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Literatura, artes plásticas e cinema: correspondências e transformações em Clarice Lispector / Literature, fine arts and cinema: correspondences and transformations in Clarice Lispector

Curado, Maria Eugênia 26 September 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Eugenia Curado.pdf: 88711387 bytes, checksum: 688eabe4ab27fe49e85ba8bb54f14271 (MD5) Previous issue date: 2006-09-26 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The expression ut pictura poesis by Horace s Ars Poetica gave rise to the inter-relationship of the signs of arts. Hence, if relationships can be established between poetry and painting, likewise, there are some possible relationships amongst the literary text and other arts and medias. This study hypothesizes that similar cosmovisions express similar translations by means of different languages. The goal in it is to demonstrate that the literary text can not only come close to the visual text, but it can also point out some similar translation relationships, by means of signic collections, the characteristic of the language employed, or similar cosmovisions. And through the bias provided by the image, it opens itself to other translations and modernizations. So, the starting point was, especially, abduction (Peirce, 1989; 2000; s.d.; Santaella, 1992; 1993; 2000; 2002; Colapietro, 2003), hearing the object and the possibility of fallibilism. After the interaction of the Dynamic Interpreting Agent (who is also the Interpreter) with the Sign being analyzed, it was possible to observe, in a yet disorganized fashion, the presence of a surreal trend in the material that was being investigated. This was done by checking the writings: sparse notes, reflections, drafts, statements and dated newspapers (Salles, 1990; 2000; 2001; 2002). The data thus obtained indicated a strong trend of the brazilian writer Clarice Lispector towards surreal poetic writing (Bradley, 2001; Breton, 1924; 1970; 1998; Chénieux-Gendron, 1992), hence reasserting the bretonian theories. From there onwards, with the aim of ascertaining the existence of surrealism in Lispector s works, the option was made to analyze the products. The process continued with the analysis of Água Viva (1973) and Laços de Família (1974), which confirmed previous observations. Such analysis yielded a text that not only showed evidence of the presence of surreal poetic writing in the lispectorian work, but also a strong trend towards figurative language which provoked an approximation to the works of René Magritte, in whose work, not only the image but also the word are used as reference. After confirming the presence of the surreal poetic writing in the literary text, and after establishing the presence of the picture through description, it was decided to search for the pictures both in the literary text and in the plastic production, and the correspondence between both was thus made very clear. The transformation occurred after the analysis of the translation of A hora da estrela (1978), into a film by Suzana Amaral (1986). The signic collections brought both languages into close proximity and the visuality present in the literary text made it possible to translate the text into the language of cinema. Therefore, one can observe semiotics, through semiosis, as a vehicle of transdisciplinarity, for the eyes of the researcher are one of the links of the semiotic chain, therefore discarding the Cartesian paradigm. The different languages are, thus, unique means people use to translate, explain or understand the surrounding world. Once the Cartesian paradigm has been discarded, this research reveals through direct participation of the subject (Interpreter, Dynamic Interpreting, Semiosis generator) with the object of the analysis, the possibility of bringing different languages closer. This fact merely reasserts Horace s words and supports the report of Simonides de Cós on the fact that painting is silent poetry and poetry is a talking painting. This discussion, however, revolves around this issue: If one follows this path, in view of the transdisciplinarian web that the process requires, would it be possible to arrive at similar results in approximations with other artists? Maybe what happened in this research was a coincidence, in terms of similar signic collections. In view of that, a proposal is made to repeat the methodology presented here, all the while keeping in mind, however, the possibility of fallibilism / A partir da expressão ut pictura poesis da Ars poética de Horácio relacionaram-se os signos das artes. Portanto, se há possibilidade de relacionamentos da poesia com a pintura, há, também, do texto literário com outras artes e com outras mídias. O presente estudo parte da hipótese de que cosmovisões semelhantes expressam, por meio de linguagens diferentes, traduções similares.Procura-se demonstrar que o texto literário, seja por meio das recolhas sígnicas, seja pelo caráter de sua linguagem, seja por meio de cosmovisões semelhantes, pode não só se aproximar do texto visual como também apontar relações de tradução semelhantes. E que, pelo viés da figura, abrem-se para outras traduções e atualizações. Para tal, partiu-se, sobretudo, da abdução (Peirce, 1989; 2000; s.d.; Santaella, 1992; 1993; 2000;2002; Colapietro, 2003), da escuta do objeto e da possibilidade do falibilismo. Depois da interação do interpretante dinâmico (que é também o intérprete) com o signo em análise, observou-se, de forma ainda desorganizada, a presença da tendência surreal no material examinado. Isso se deu pela verificação dos escritos de processo: anotações esparsas, reflexões, rascunhos, depoimentos e jornais datados (Salles, 1990; 2000; 2001; 2002). Os dados obtidos indicaram uma forte tendência da escritora às poéticas surreais (Bradley, 2001; Breton, 1924, 1970, 1998; Chénieux-Gendron, 1992), e isso reafirmava as teorias bretonianas. A partir daí, optou-se, para a verificação do surrealismo em Lispector, pela análise de produtos. Sendo assim, analisaram-se Água Viva (1973) e Laços de família (1974), e o verificado, anteriormente, confirmou-se. Durante a análise de tais obras, o texto evidenciava não só a presença das poéticas surreais na obra lispectoriana como também uma forte tendência figurativa, o que provocou uma aproximação com as obras de René Magritte, que tem, além da imagem, a palavra como referência à sua produção. Depois da confirmação das poéticas surreais no texto literário e a verificação da presença da figura por meio da descrição, decidiu-se pelo rastreamento das figuras tanto no texto literário quanto no plástico, tornando-se clara a correspondência de ambos. A transformação se deu a partir da análise da tradução de A hora da estrela (1978) em película homônima de Suzana Amaral (1986). As recolhas sígnicas aproximaram ambas as linguagens e a visualidade presente no texto literário propiciou sua tradução para o cinema. Observa-se, portanto, a semiótica, via semiose, como veículo de transdisciplinaridade, porque os olhos do pesquisador são um dos elos da corrente semiósica, descartando, assim, o paradigma cartesiano. As diferentes linguagens são maneiras peculiares que cada um tem para traduzir, explicar ou entender o mundo que o rodeia. Descartado o paradigma cartesiano, percebe-se, por meio desta pesquisa, que, por intermédio da participação do sujeito (intérprete, interpretante dinâmico, produtor de semiose) com o objeto em análise, a possibilidade de estreitamento de diferentes linguagens. Isso apenas reafirma as palavras de Horácio e fundamenta o comentário de Simonides de Cós, sobre o fato de ser a pintura uma poesia muda e a poesia uma pintura falante. O que se coloca em discussão, entretanto, é: será que por esse caminho, tendo em vista a teia transdisciplinar que o processo exige, poder-se-ia chegar a resultados semelhantes em aproximações com outros artistas? Talvez, nesta pesquisa, tenha havido apenas coincidências de recolhas sígnicas semelhantes. Diante disso, o que ora se propõe, é a repetição da metodologia aqui apresentada, sem perder de vista, contudo, a possibilidade do falibilismo
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A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice Lispector

Matos, Anderson Hakenhoar de January 2016 (has links)
Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem. / In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language.
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Nos labirintos da realidade : um diálogo de Clarice Lispector com Machado de Assis

Simon, Catia Castilho January 2009 (has links)
Dans les labyrinthes de la réalité, un dialogue entre Clarice Lispector et Machado de Assis, constitue une réflexion actuelle et nécessaire sur la production de Clarice Lispector, à la lumière de cette interlocution envisagée d’un point de vue contemporain. Elle réaffirme le caractère innovateur de la prose d’une écrivaine qui, aussi intensément que Machado de Assis, a suscité à l’époque un sentiment d’étrangeté. Le présent travail propose de centrer son analyse sur deux ouvrages « inauguraux » : Près du coeur sauvage, le premier roman de Clarice Lispector et Mémoires posthumes de Bras Cubas, caractéristique d’une nouvelle phase de Machado de Assis, ainsi que sur leur dernière production : L’heure de l’étoile de Clarice Lispector et Mémorial de Aires de Machado de Assis. Les fils qui tissent cet échange sont divers et organisés de manière suivante : a) étude de la critique existante sur les deux auteurs, afin de mettre l’accent sur des questions et des aspects importants de leurs oeuvres qui fournissent déjà des indices de ce dialogue ; b) analyse des éléments de la structure narrative tels que le temps, l’histoire, le point de vue, le narrateur et sa relation au lecteur, le dialogue entre eux ; c) reconnaissance des signes d’un style zigzagant ou d’une prose essayiste, le dialogisme ; d) accès aux chemins secrets de la réalité sous-jacents au langage et qui recourent, contre toute attente, aux métaphores singulières, à la création de sens qui dévoilent la réalité et mettent à nu le status quo. Dans le processus d’analyse, le texte significatif de l’écrivain argentin Jorge Luis Borges, Les précurseurs de Kafka, est utilisé en complément pour rencontrer les précurseurs qui se cachent derrière la réalité des deux auteurs. Partant de là, le dialogue entre Clarice Lispector et Machado de Assis apparaît plus vif. En effet, certains procédés qui ont suscité ce sentiment d’étrangeté en face de l’oeuvre de Lispector étaient déjà présents chez Machado de Assis, à l’exemple de l’attention aux petites choses, à l’âme humaine, au détail en apparence innocent, au dialogue du narrateur avec le lecteur, à la prose essayiste, aux thèmes bibliques et au langage populaire. Des éléments traités à contresens et selon la perspective de Walter Benjamin – autre théoricien important abordé dans ce travail. Sans oublier les contributions de Roland Barthes, Ernest Cassirer, Alfredo Bosi, Augusto Meyer, Antonio Candido, Benedito Nunes, Silviano Santiago, Lúcia Helena, Leyla Perrone-Moysés, Lúcia Miguel-Pereira, Nádia Gotlib, Marta de Senna et Juracy Assmann Saraiva, entre autres. / Este projeto “Nos labirintos da realidade, um diálogo de Clarice Lispector com Machado de Assis” coloca-se como uma reflexão atual e necessária acerca da produção clariceana, situando-a à luz deste cruzamento, na contemporaneidade. Reafirma-se o caráter inovador da prosa da escritora que, com a mesma intensidade de Machado de Assis, provocou o estranhamento em sua época. Para tanto, esta análise privilegiará as seguintes obras dos escritores: Perto do coração selvagem e Memórias póstumas de Brás Cubas, por serem as “inaugurais” tanto da escritora quanto de uma nova fase no escritor. Também foram incluídas A hora da estrela e Memorial de Aires por serem suas últimas produções. Diversos são os fios que permeiam esta interlocução e que estão organizados da seguinte maneira: a) o trânsito pela crítica sobre Clarice Lispector e Machado de Assis, a fim de pontuar questões e aspectos relevantes em suas obras e que já indicam o diálogo; b) a análise dos elementos da estrutura narrativa, tais como o tempo, a história, o ponto de vista, o narrador e sua relação com o leitor e o diálogo entre eles; c) o reconhecimento das marcas de um estilo ziguezagueante ou de uma prosa ensaística, o dialogismo; d) o adentrar pelos secretos caminhos da realidade que subjazem à linguagem e se deparam com o mito, na contramão do esperado, com o uso de inusitadas metáforas, com a criação de sentidos que desvelam a realidade e desnudam o status quo. No processo de análise, foi usado, como subsídio, o importante texto de Jorge Luis Borges, Kakfa y sus precursores, visando ao procedimento indicado pelo escritor argentino de, a partir da realidade dos escritores, olhar para trás e encontrar precursores. Nesse sentido o diálogo de Clarice com Machado torna-se mais agudo, uma vez que alguns procedimentos que causaram estranhamento na escritora já estavam concretizados nele, como, por exemplo, a atenção às coisas miúdas, à alma humana, ao detalhe aparentemente, inocente, o diálogo do narrador com o leitor, a prosa ensaística, os temas bíblicos e os ditos populares tratados a contrapelo, na perspectiva de Walter Benjamin, outro teórico importante neste trabalho. Além dele, Roland Barthes, Ernest Cassirer, Alfredo Bosi, Augusto Meyer, Antonio Candido, Benedito Nunes, Silviano Santiago, Lúcia Helena, Leyla Perrone-Moysés, Lúcia Miguel-Pereira, Nádia Gotlib, Marta de Senna, Juracy Assmann Saraiva, entre outros.
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Esboço com luz e sombra: problemas de inscrição e apagamento do sujeito em Um sopro de vida

Justino, Katiuce Lopes [UNESP] 03 October 2006 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:26:54Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2006-10-03Bitstream added on 2014-06-13T20:07:56Z : No. of bitstreams: 1 justino_kl_me_sjrp.pdf: 730002 bytes, checksum: e3be1771a5c49891715da4ab362c6730 (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / O presente trabalho propõe o estudo dos problemas de representação da voz autoral no livro Um sopro de vida: pulsações, de Clarice Lispector, publicado postumamente em 1978. Diluída em um projeto muitas vezes lido como autobiográfico, a existência da personagem nomeada como Autor, sua atuação diferenciada na trama e seus mecanismos performáticos propõem uma narrativa complexa e que pode ser lida em diversos níveis: desde um mais elementar, no qual a criação literária é mais uma vez encenada como bastidor, até desdobramentos mais filosóficos, em que a própria condição da linguagem é especulada em sua possibilidade de criação de uma realidade autônoma e ritualizada como performance. Portanto, são inseridas as difíceis questões como voz, inspiração e autoria. / The present paper proposes a study of the issues concerning authorial voice representation in Clarice Lispector’s Um sopro de vida: pulsações, published posthumously in 1978. Diffused into a project commonly understood as autobiographic, the existence of the character named Autor, its unlike performance through the plot, and its performative mechanisms propose a complex narrative read in various levels: from the most elementary, in which literary creation is, once again, performed as an offstage; until more philosophical developments, in which language condition itself is investigated due to its creation possibility of an autonomous reality, ritualized as performance. Hence, problematic issues such as voice, inspiration and authorship are introduced.
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O direito ao avesso : uma leitura de " A legião estrangeira", de Clarice Lispector

Medeiros, Vera Lucia Cardoso January 1995 (has links)
Ce travail s'attache a examiner l'oeuvre A legião estrangeira, de l'écrivain Clarice Lispector, et il a pour but identifier et analyser les caractéristiques du genre conte et du narrateur des histoires du livre, en raportant ces questions formelles a certains thèmes y dévellopés et en essayant de délimiter la notion de l'humaine que l'oeuvre présente. / Este trabalho dedica-se ao exame da obra A legião estrangeira, de Clarice Lispector, e tem por objetivo identificar e analisar as características do gênero conto e do narrador das histórias que formam o volume, vinculando essas questões formais à presença de certos temas abordados no livro e buscando delimitar a noção de humano nele presente.
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Nos labirintos da realidade : um diálogo de Clarice Lispector com Machado de Assis

Simon, Catia Castilho January 2009 (has links)
Dans les labyrinthes de la réalité, un dialogue entre Clarice Lispector et Machado de Assis, constitue une réflexion actuelle et nécessaire sur la production de Clarice Lispector, à la lumière de cette interlocution envisagée d’un point de vue contemporain. Elle réaffirme le caractère innovateur de la prose d’une écrivaine qui, aussi intensément que Machado de Assis, a suscité à l’époque un sentiment d’étrangeté. Le présent travail propose de centrer son analyse sur deux ouvrages « inauguraux » : Près du coeur sauvage, le premier roman de Clarice Lispector et Mémoires posthumes de Bras Cubas, caractéristique d’une nouvelle phase de Machado de Assis, ainsi que sur leur dernière production : L’heure de l’étoile de Clarice Lispector et Mémorial de Aires de Machado de Assis. Les fils qui tissent cet échange sont divers et organisés de manière suivante : a) étude de la critique existante sur les deux auteurs, afin de mettre l’accent sur des questions et des aspects importants de leurs oeuvres qui fournissent déjà des indices de ce dialogue ; b) analyse des éléments de la structure narrative tels que le temps, l’histoire, le point de vue, le narrateur et sa relation au lecteur, le dialogue entre eux ; c) reconnaissance des signes d’un style zigzagant ou d’une prose essayiste, le dialogisme ; d) accès aux chemins secrets de la réalité sous-jacents au langage et qui recourent, contre toute attente, aux métaphores singulières, à la création de sens qui dévoilent la réalité et mettent à nu le status quo. Dans le processus d’analyse, le texte significatif de l’écrivain argentin Jorge Luis Borges, Les précurseurs de Kafka, est utilisé en complément pour rencontrer les précurseurs qui se cachent derrière la réalité des deux auteurs. Partant de là, le dialogue entre Clarice Lispector et Machado de Assis apparaît plus vif. En effet, certains procédés qui ont suscité ce sentiment d’étrangeté en face de l’oeuvre de Lispector étaient déjà présents chez Machado de Assis, à l’exemple de l’attention aux petites choses, à l’âme humaine, au détail en apparence innocent, au dialogue du narrateur avec le lecteur, à la prose essayiste, aux thèmes bibliques et au langage populaire. Des éléments traités à contresens et selon la perspective de Walter Benjamin – autre théoricien important abordé dans ce travail. Sans oublier les contributions de Roland Barthes, Ernest Cassirer, Alfredo Bosi, Augusto Meyer, Antonio Candido, Benedito Nunes, Silviano Santiago, Lúcia Helena, Leyla Perrone-Moysés, Lúcia Miguel-Pereira, Nádia Gotlib, Marta de Senna et Juracy Assmann Saraiva, entre autres. / Este projeto “Nos labirintos da realidade, um diálogo de Clarice Lispector com Machado de Assis” coloca-se como uma reflexão atual e necessária acerca da produção clariceana, situando-a à luz deste cruzamento, na contemporaneidade. Reafirma-se o caráter inovador da prosa da escritora que, com a mesma intensidade de Machado de Assis, provocou o estranhamento em sua época. Para tanto, esta análise privilegiará as seguintes obras dos escritores: Perto do coração selvagem e Memórias póstumas de Brás Cubas, por serem as “inaugurais” tanto da escritora quanto de uma nova fase no escritor. Também foram incluídas A hora da estrela e Memorial de Aires por serem suas últimas produções. Diversos são os fios que permeiam esta interlocução e que estão organizados da seguinte maneira: a) o trânsito pela crítica sobre Clarice Lispector e Machado de Assis, a fim de pontuar questões e aspectos relevantes em suas obras e que já indicam o diálogo; b) a análise dos elementos da estrutura narrativa, tais como o tempo, a história, o ponto de vista, o narrador e sua relação com o leitor e o diálogo entre eles; c) o reconhecimento das marcas de um estilo ziguezagueante ou de uma prosa ensaística, o dialogismo; d) o adentrar pelos secretos caminhos da realidade que subjazem à linguagem e se deparam com o mito, na contramão do esperado, com o uso de inusitadas metáforas, com a criação de sentidos que desvelam a realidade e desnudam o status quo. No processo de análise, foi usado, como subsídio, o importante texto de Jorge Luis Borges, Kakfa y sus precursores, visando ao procedimento indicado pelo escritor argentino de, a partir da realidade dos escritores, olhar para trás e encontrar precursores. Nesse sentido o diálogo de Clarice com Machado torna-se mais agudo, uma vez que alguns procedimentos que causaram estranhamento na escritora já estavam concretizados nele, como, por exemplo, a atenção às coisas miúdas, à alma humana, ao detalhe aparentemente, inocente, o diálogo do narrador com o leitor, a prosa ensaística, os temas bíblicos e os ditos populares tratados a contrapelo, na perspectiva de Walter Benjamin, outro teórico importante neste trabalho. Além dele, Roland Barthes, Ernest Cassirer, Alfredo Bosi, Augusto Meyer, Antonio Candido, Benedito Nunes, Silviano Santiago, Lúcia Helena, Leyla Perrone-Moysés, Lúcia Miguel-Pereira, Nádia Gotlib, Marta de Senna, Juracy Assmann Saraiva, entre outros.

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