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Análise da musculatura mastigatória de crianças com diferentes graus de severidade de DTM: avaliação eletromiográfica, ultrassonográfica e da força de mordida / Analysis of the masticatory muscles in children with several levels of TMD: electromyographic and ultrasonographic evaluation and bite force determinationTaiana de Melo Dias 15 June 2009 (has links)
A DTM agrupa um número de sinais e sintomas envolvendo os músculos da mastigação, a ATM e estruturas associadas. Estudos epidemiológicos relatam que tais sinais e sintomas podem ser encontrados em todas as faixas etárias, inclusive na infância e na adolescência. A hipertonicidade muscular, assim como a fraqueza dos músculos mastigatórios, estão associadas à DTM, e seu monitoramento é uma forma de verificar as condições do sistema estomatognático. Considerando-se que qualquer desequilíbrio entre os elementos do sistema estomatognático pode repercutir na harmonia morfofuncional de uma criança ou adolescente, o objetivo do presente trabalho foi analisar a atividade eletromiográfica e a espessura muscular dos músculos masseter e temporal e a força de mordida molar máxima de crianças com diferentes graus de severidade de DTM, e comparar com as avaliações resultantes de crianças que não apresentam sinais e sintomas desta disfunção. Foram avaliados 93 indivíduos, entre 7 e 11 anos de idade, em atendimento na FORP-USP. Com base no Índice de Disfunção Clínica de Helkimo e nos critérios de inclusão e exclusão, foram constituídos 4 grupos, (G1 controle, G2 DTM leve, G3 DTM moderada, G4 DTM severa), somando um total de 45 crianças. Os registros eletromiográficos foram realizados durante o repouso e atividades que envolveram a participação ativa da musculatura mastigatória, por meio de um eletromiógrafo MyoSystem-I. Para a análise da espessura muscular, foi utilizado o equipamento de ultrassonografia SonoSite Titan Nacionalizado com transdutor linear 56 mm de 10 MHz. A força de mordida foi obtida por meio de um dinamômetro modelo IDDK, com capacidade de 100 Kgf, adaptado para a condição bucal. Os dados eletromiográficos normalizados e os dados ultrassonográficos e da força de mordida foram tabelados e analisados estatisticamente pela ANOVA. Para a força de mordida, utilizou-se o teste t para estabelecer possíveis diferenças entre os lados direito e esquerdo (SPSS - p<0,05). Os resultados mostraram que a atividade eletromiográfica de crianças com sinais e sintomas de DTM foi menor que em crianças sem sinais e sintomas desta disfunção. Nas condições clínicas de repouso e lateralidades direita e esquerda houve diferença estatisticamente significante (p<0,05), entre os grupos analisados, para o músculo temporal esquerdo, e na MIH para os músculos masseter esquerdo e temporal esquerdo. A espessura dos músculos avaliados por meio da ultrassonografia não apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. A força de mordida molar máxima foi maior nos grupos que apresentaram DTM leve e moderada e menor no grupo com DTM severa. Os valores obtidos para a força de mordida molar máxima esquerda foram significantes (p<0,05) entre os grupos analisados, mas, na comparação entre os lados, os dados não foram estatisticamente significantes. Assim, conclui-se que a severidade dos sinais e sintomas de DTM refletiu na atividade eletromiográfica, mas não gerou mudanças estruturais na musculatura mastigatória. Nos períodos iniciais da DTM, os indivíduos apresentaram uma força de mordida relativamente maior que os indivíduos normais durante a mastigação e houve uma diminuição da magnitude desta força, resultante da sintomatologia dolorosa, nos casos mais severos. / The temporomandibular dysfunction (TMD) includes a number of signs and symptoms involving the masticatory muscles, the temporomandibular joint (TMJ) and associated structures. Epidemiological studies report that such signs and symptoms can be found in all ages, even in childhood and adolescence. The muscular hypertonicity, as well as the weakness of the masticatory muscles are associated with TMD, and their monitoring is a way to verify the conditions of the stomatognathic system. Considering that any imbalance among the elements of the stomatognathic system can affect the morphofunctional harmony in a child or adolescent, the aim of this study was to analyze the electromyographic activity and muscle thickness of the masseter and temporal muscles, as well as the maximum molar bite force in children with different degrees of severity of TMD, and to compare with the results in children without signs or symptoms of this disorder. Nine three (93) individuals, between 7 and 11 years of age, followed at FORP-USP were evaluated. Based on the Helkimos Clinical Dysfunction Index and the inclusion and exclusion criteria, 4 groups were composed (G1-control, G2- mild TMD, G3-moderate TMD, G4- severe TMD), in a total of 45 children. The electromyographic records were performed during rest and activity that involved the active participation of the masticatory muscles, by an electromyograph MyoSystem-I. The SonoSite Titan Nationalized ultrasonography equipment, with 56 mm linear transducer of 10 MHz was used to analyze the muscle thickness. The bite force was obtained by a dynamometer IDDK model, with a capacity of 100 Kgf, adapted for oral conditions. The standardized electromyographic data, the ultrasound findings and the bite force results were tabled and statistically analyzed by ANOVA. The t- test was utilized to determine possible differences in bite force between right and left sides (SPSS - p<0.05). The results showed that the electromyographic activity in children with signs and symptoms of TMD was lower than in children without signs or symptoms of this dysfunction. In clinical conditions of resting and right and left laterality there was a statistically significant difference (p<0.05) between the analyzed groups, for the left temporal muscle, and maximum habitual intercuspation (MHI) for the left masseter and left temporal muscles. The muscle thickness evaluation by ultrasound showed no statistically significant differences between the groups. The maximum molar bite force was higher in the groups that had mild and moderate TMD, and lower in the group with severe TMD. The values obtained for the maximum molar bite force on the left side were significant (p<0.05) among the analyzed groups, but the comparison between sides, the data were not statistically significant. Therefore, it is concluded that the severity of signs and symptoms of TMD was reflected in the electromyographic activity but it did not generate structural changes in the masticatory muscles. In the initial phases of TMD, individuals had a relatively stronger bite force than normal subjects during mastication and there was a decrease in the magnitude of this force secondary to painful symptoms in more severe cases.
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Avaliação das pressões respiratórias máximas e expansibilidade pulmonar em pacientes portadoras de câncer de mama e submetidas a tratamento cirúrgico /Rodrigues, Nathane Ruiz Schincarioli. January 2010 (has links)
Resumo: O Câncer de mama (CM) vem ocupando lugar de destaque entre as doenças mamárias, as estatísticas mostram um aumento tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, se tornando um problema de saúde pública. No Brasil, 60% dos diagnósticos de CM são descobertos em estádios avançados, aumentando assim o índice de mortalidade da doença. Avaliar as pressões respiratórias máximas e expansibilidade pulmonar antes e após tratamento cirúrgico de CM; Investigar a prevalência de complicações pulmonares das pacientes no pós-operatório de CM. Estudo prospectivo de 41 pacientes com CM e tratadas por cirurgia no HC- Faculdade de Medicina de Botucatu- Unesp, entre Março de 2008 e Dezembro de 2009. As pacientes foram avaliadas no pré-operatório através de um questionário clinico e na seqüência a avaliação das pressões respiratórias máximas (PImax e PEmax) e expansibilidade pulmonar. Depois de quarenta dias do pós-operatório as pacientes eram novamente avaliadas. Houve diferença significativa nas PImax e PEmax no pósoperatório com relação ao pré-operatório. Não houve diferença estatística na avaliação da expansibilidade pulmonar e complicações respiratórias no pósoperatório. Nas pacientes portadoras de CM de mama e tratadas por cirurgia observamos que houve uma diferença significativa entre as PImax e PEmax no pós-operatório em relação ao pré-operatório e quanto as demais variáveis avaliadas, não houve diferença significativa. Não houve também incidência significativa de complicações respiratórias no pós-operatório / Abstract: Breast Cancer (BC) has been placing a prominent issue among the breast diseases, statistics show a considerable increase in both developed and undeveloped countries, being now considered a problem of public health. In Brazil, 60% of the diagnoses of BC are discovered in advanced stage, increasing its mortality rates. To evaluate the maximum respiratory pressures and pulmonary expansibility before and after surgical treatment of the BC; To investigate the prevailing of pulmonary complications in patients on post-surgical of BC.Prospective study of 41 patients with BC and treated surgically in HC - Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp, from March, 2008 through December, 2009. Patients have been evaluated on presurgical through a clinical questionnaire and in the sequence the evaluation of the maximum respiratory pressures (Plmax and PEmax) and pulmonary expansibility. After forty days of post-surgical the patients were evaluated again. There was a significant difference on the Plmax and PEmax in postsurgical compared to pre-surgical. There was no statistic difference on the evaluation of the pulmonary expansibility and respiratory complications on postsurgical. In patients with BC and treated surgically we noted there was a significant difference on PImax and PEmax in post-surgical compared to pre-surgical and when it comes to other variables evaluated, there was no significant difference, and no significant difference on respiratory complications on post-surgical treatment / Orientador: Gilberto Uemura / Coorientador: Victor Zunica Dourado / Banca: José Ricardo Paciência Rodrigues / Banca: Tânia Terezinha Scudeller Prevedel / Mestre
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Avaliação eletromiográfica dos músculos masseter e temporal e cefalométrica em norma lateral de crianças submetidas à expansão maxilar com o aparelho quadri-hélice / Electromyographic evaluation of masseter and temporal muscles and cephalometric study in children submitted to maxillary expansion with quad-helix appliancePatricia Maria Monteiro 14 November 2007 (has links)
O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal e o comportamento esquelético e dental de crianças submetidas à expansão maxilar com o aparelho quadri-hélice. A amostra foi composta por doze crianças (10 meninas e 2 meninos), com idade média de 7 anos e 4 meses, portadoras de mordida cruzada posterior unilateral. Foram realizados traçados cefalométricos laterais antes do início do tratamento (T1) e após a remoção do aparelho (T2). A atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal foi analisada nas situações clínicas de repouso muscular, apertamento dental máximo e mastigação não habitual e habitual, antes do início do tratamento (T1) e um mês após a remoção do aparelho quadri-hélice (T2). As medidas cefalométricas e eletromiográficas foram submetidas à análise estatística utilizando os programas GraphPad Prism e SPSS for Windows, respectivamente. A diferença das médias T1 e T2 foi avaliada pelo teste-t para medidas repetidas. Os resultados da análise cefalométrica mostraram que a expansão maxilar com o aparelho quadri-hélice não promoveu alterações esqueléticas ântero-posteriores e verticais significantes. Apenas a medida 1-PP apresentou aumento significante dentre as avaliadas no padrão dental. Na condição clínica de repouso, a análise eletromiográfica indicou uma diminuição na atividade do músculo masseter e um aumento significante na atividade do temporal. Durante o apertamento dental, a atividade eletromiográfica dos músculos masseteres apresentou uma leve diminuição e dos temporais manteve-se constante ao final do tratamento. Todos os músculos apresentaram aumento na atividade eletromiográfica durante a mastigação não habitual, sendo estatisticamente significante apenas para o músculo temporal direito. A atividade eletromiográfica diminuiu significantemente em todos os músculos avaliados na condição clínica de mastigação habitual após a remoção do aparelho quadri-hélice. / The aim of the present study was to analyze the electromyographic activity of masseter and temporal muscles and the skeletal and dental effects of maxillary expansion realized in children with the quad-helix appliance. The sample consisted of twelve children (10 girls and 2 boys), mean age 7 years and 4 months, with unilateral posterior crossbite. Lateral cephalograms were taken before treatment (T1) and after the quad-helix appliance was removed (T2). The electromyographic activity of masseter and temporal muscles was analyzed before treatment (T1) and after the appliance was removed (T2). The muscular activity was electromyographic analyzed during the clinical situation of rest, maximal voluntary dental clench, non-habitual and habitual chewing. The cephalometric and electromyographic measurements were analyzed statiscally using GraphPad Prism and SPSS 10.0 for Windows, respectively. The differences between T1 and T2 data were evaluated using the paired t- test. The results of the cephalometric analyze showed that the maxillary expansion realized in children with the quad-helix appliance didn?t promote vertical and sagittal skeletal significant change. Only the linear measure 1-PP showed a significant raise considering the dental pattern. During the clinical situation of rest, the electromyographic analyze indicated a diminution on the activity of the masseter muscle and a significant increase on the temporal activity. During maximal voluntary clench, the electromyographic activity of masseter muscle presented a slight diminution and the temporal activity stayed the same at the end of the treatment. Every muscle showed a raise on the electromyographic activity during non-habitual chewing, being statistically significant only for right temporal muscle. The electromyographic activity diminished significantly for every muscle evaluated during the clinical situation of habitual chewing after removal of the quad-helix appliance.
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Efeitos da contração do músculo cricotireoideo na vibração cordal: estudo experimental com videolaringoscopia de alta velocidade / Effects of cricothyroid muscle contraction on vocal fold vibration: experimental study with laryngeal high-speed videoendoscopyIshikawa, Camila Cristina 28 September 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: O grande desafio para o laringologista perante o quadro de paralisia unilateral do músculo cricotireoideo é fazer o diagnóstico do comprometimento desse músculo por meio da laringoscopia. Não existe consenso na literatura em relação aos achados vibratórios que possam servir como comprovação dessa condição. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da contração do músculo cricotireoideo sobre a vibração das pregas vocais usando a videolaringoscopia de alta velocidade e tentar encontrar um ou mais achados que pudessem ser utilizados como um sinal indicativo de paralisia unilateral do músculo cricotireoideo. MÉTODOS: Realizou-se um estudo experimental com 20 laringes excisadas de cadáveres humanos adultos masculinos. A vibração cordal foi produzida artificialmente com a passagem de ar comprimido através das pregas vocais. Cada laringe foi avaliada em três situações: contração bilateral do músculo cricotireoideo, contração unilateral do músculo cricotireoideo e ausência de contração de ambos os músculos cricotireoideos. Os seguintes parâmetros foram avaliados pela videolaringoscopia de alta velocidade: frequência fundamental, periodicidade da vibração, amplitude de vibração das pregas vocais e simetria de fase entre as pregas vocais. RESULTADOS: A diminuição da tensão longitudinal das pregas vocais decorrente da ausência de contração do músculo cricotireoideo unilateral e bilateral mostrou não alterar a periodicidade da vibração e a presença de assimetria de fase entre as pregas vocais, mas houve uma diminuição significativa da frequência fundamental (p < 0,001). Observou-se, também, um aumento da amplitude de vibração das pregas vocais direita e esquerda (p < 0,05), que apresentaram comportamento semelhante para esse parâmetro nas diferentes situações estudadas. CONCLUSÕES: A diminuição da tensão nas pregas vocais, causada pela ausência da contração do músculo cricotireoideo unilateral e bilateral, resultou em uma diminuição da frequência fundamental e em um aumento da amplitude de vibração. A presença de periodicidade em todas as laringes sugere que a videoestrobolaringoscopia, método usado mais frequentemente na prática clínica, possa ser um método adequado para avaliar pacientes com paralisia unilateral do músculo cricotireoideo. E, finalmente, os resultados sugerem que a paralisia unilateral do músculo cricotireoideo parece não ser capaz de produzir uma assimetria de tensão suficiente para induzir diferença de amplitude de vibração e de fase entre as pregas vocais e, desta forma, esses parâmetros não podem ser utilizados para fazer uma diferenciação segura dessa condição / INTRODUCTION: The great challenge for laryngologists dealing with cricothyroid muscle paralysis is to diagnose impaired cricothyroid muscle function using laryngoscopy. There is no consensus in the literature on the vibratory findings that can be used as a proof of this condition. The aim of this study was to evaluate the effects that cricothyroid muscle contraction has on vocal fold vibration as evaluated with high-speed videoendoscopy, and to identify one or more aspects of the vocal fold vibration that could be used as an indicator of unilateral cricothyroid muscle paralysis. METHODS: We conducted an experimental study on 20 larynges excised from adult male human cadavers. Laryngeal vibration was artificially produced by compressed air passing through the vocal folds. Each larynx was assessed in three situations: bilateral cricothyroid muscle contraction, unilateral cricothyroid muscle contraction and no contraction of either cricothyroid muscle. The following parameters were evaluated by high-speed videoendoscopy: fundamental frequency, periodicity, amplitude of vocal fold vibration, and phase symmetry between the vocal folds. RESULTS: Although neither unilateral nor bilateral cricothyroid muscle contraction altered periodicity of vibration or the occurrence of phase asymmetry, there was a significant decrease in fundamental frequency in parallel with the decreasing longitudinal tension (p < 0,001). We also found an increase in vibration amplitude of right and left vocal folds (p < 0,05), which were similar in terms of their behavior for this parameter in the various situations studied. CONCLUSION: Decreased vocal fold tension caused by the absence of unilateral or bilateral contraction of cricothyroid muscle resulted in a decrease in fundamental frequency and an increase in vibration amplitude. The presence of regular periodicity in all studied larynges suggests that videostroboscopy, method most frequently used in clinical practice, may be a suitable method for the evaluation of patients with unilateral cricothyroid muscle paralysis. We also believe that unilateral cricothyroid muscle paralysis is not capable of causing a sufficient degree of tension asymmetry to induce phase asymmetry or a difference in vibration amplitude between the vocal folds and, hence, these parameters can\'t be used as reliable indicators of this condition
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Avaliação da musculatura inspiratória e expiratória na doença pulmonar intersticial fibrosante comparada aos indivíduos saudáveis / Evaluation of inspiratory and expiratory musculature in interstitial fibrosing lung disease compared to healthy individualsSantana, Pauliane Vieira 26 October 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: As doenças pulmonares intersticiais fibrosantes (DPIFs) se caracterizam por dispneia, intolerância aos esforços e prejuízo da qualidade de vida. Apesar de existirem vários mecanismos implicados, a fisiopatologia da dispneia e limitação aos esforços não é completamente elucidada. A disfunção da musculatura ventilatória tem sido postulada como um fator envolvido. O objetivo do estudo foi investigar a ocorrência de disfunção muscular ventilatória em pacientes com DPIF comparados a indivíduos sadios, e correlacionar a disfunção muscular com a qualidade de vida, dispneia e intolerância ao exercício. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo prospectivo, caso-controle envolvendo 62 indivíduos, sendo 31 pacientes com DPIF e 31 voluntários sadios. Os indivíduos foram avaliados em 2 visitas. Na visita 1 foram avaliados o grau de dispneia (escala de MRCm), a qualidade de vida (SGRQ), a função pulmonar, e o desempenho num teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) além de caracterização da mobilidade e espessura do diafragma ao ultrassom (US). Na visita 2, foram avaliadas:1) a força muscular ventilatória estática volitiva (PImáx, PEmáx, SNIP, PesSniff, PgaSniff, PdiSniff, e PgaTosse) e não volitiva através da estimulação magnética bilateral do nervo frênico (TwPes, TwPga e TwPdi) e das raízes dorsais em T10 (TwT10Pga); 2) a sincronia toracoabdominal (por pletismografia de indutância); 3) o recrutamento dos músculo inspiratórios (eletromiografia de superfície do musculo escaleno) e expiratórios (eletromiografia de superfície do musculo obliquo externo). A seguir foi realizado um teste de exercicio cardiopulmonar (TECP) em cicloergômetro limitado por sintomas. As medidas de força muscular não volitiva foram repetidas após o TECP para investigar a ocorrência de fadiga muscular ventilatória. RESULTADOS: os pacientes com DPIFs apresentavam: dispneia aos esforços; limitação do desempenho no TC6M e prejuízo de qualidade de vida. Os pacientes com DPIF apresentaram redução da mobilidade diafragmática na respiração profunda, aumento da espessura na CRF e redução da fração de espessamento do diafragma ao US. Não houve diferenças entre pacientes e controles na força muscular volitiva e não volitiva e na proporção de fadiga ins e expiratória após o esforço. Contudo, os pacientes apresentaram fadiga ventilatória em cargas menores de exercicio. Nos pacientes com DPIF houve uma redução no desempenho do exercicio associada a uma limitação ventilatória, dessaturação e dispneia. Os pacientes com DPIF apresentaram uma proporção maior de assincronia no pico do exercício além de maior recrutamento do musculo escaleno. As relações entre a força ventilatória inspiratória e o os volumes pulmonares indicaram um desacoplamento neuromecânico (DNM) que se correlacionou com a dispneia nos pacientes com DPIF. CONCLUSÕES: Os pacientes com DPIF apresentam disfunção muscular ventilatória ao repouso caracterizado pela redução da mobilidade do diafragma na respiração profunda, aumento da espessura e redução da fração de espessamento. Ao esforço, na DPIF, a disfunção muscular ventilatória foi caracterizada pela ocorrência de fadiga ventilatória em baixas cargas de exercicio, recrutamento predominante dos músculos inspiratórios acessórios, assincronia toracoabdominal e desacoplamento neuromecânico que contribuíram para limitação do desempenho e dispneia / INTRODUCTION: fibrosing interstitial lung diseases (FILDs) are characterized by dyspnea, exercise intolerance and impaired quality of life. While there are several mechanisms involved, the occurrence of dyspnea and exercise limitation is not fully elucidated. The dysfunction of the respiratory muscles has been postulated as a contributing factor. The aim of the study was to investigate the occurrence of respiratory muscle dysfunction in patients with FILDs compared to healthy subjects and to correlate respiratory muscle dysfunction with quality of life, dyspnea and exercise intolerance. METHODS: A prospective, case-control study involving 62 subjects, 31 patients with FILD and 31 healthy volunteers. Subjects were evaluated in two visits. At visit 1, subjects underwent clinical evaluation to access dyspnea (MRCm), quality of life (SGRQ), pulmonary function and also characterization of mobility and thickness of the diaphragm on ultrasound (US). Subjects performed a 6-minute walk test (6MWT). In the second visit were evaluated: 1) maximum static respiratory pressures through volitional (MIP, MEP, SNIP, PesSniff, PgaSniff, PdiSniff and PgaCough) and non-volitional methods - cervical Twitchs (TwPes, TwPga and TwPdi) and T10 Twitchs (TwT10Pga); 2) thoracoabdominal synchrony (by respiratory inductance plethysmography); 3) recruitment of inspiratory muscle (surface electromyography of scalene muscle) and expiratory (surface electromyography of the external oblique muscle). Then, subjects performed an incremental cardiopulmonary exercise testing (CPET). The non-volitional muscle strength measures were repeated after the CPET to investigate the occurrence of fatigue. RESULTS: The patients with FILDs exhibited dyspnea on exertion; limited performance on 6MWT and impaired quality of life. On ultrasound, patients with FILD had decreased diaphragmatic mobility during deep breathing, increased thickness in the functional residual capacity (FRC) and reduced diaphragm thickness fraction. Between patients and controls, there were no differences in volitional and non-volitional strength and in the occurrence of respiratory fatigue. However, patients presented respiratory fatigue under lower exercise loads. In patients with FILD there was a decrease in exercise performance associated with ventilatory limitation, desaturation and dyspnea. Patients with FILD had a higher proportion of asynchrony at exercise peak and greater recruitment of the scalene muscle. In patients with FILD, higher inspiratory effort- displacement ratios indicated a neuromechanical uncoupling (DNM) that correlated with dyspnea. CONCLUSIONS: Patients with FILD exhibited respiratory muscle dysfunction at rest characterized by the reduction of diaphragmatic mobility in deep breathing, increased thickness on FRC and reduced thickness fraction. In FILD, exercise was associated with respiratory muscle dysfunction characterized by the occurrence of respiratory fatigue, thoracoabdominal asynchrony, greater recruitment of inspiratory muscles and neuromechanical uncoupling that contributed to limiting the performance and dyspnea
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Efeito do treinamento de estabilidade de força dos músculos flexores plantares na oscilação postural de idosas / Effect of strength stability training of plantar flexor muscles on the postural oscillation of elderly womenBarbosa, Roberto Negri 07 February 2018 (has links)
O controle postural em idosos tem sido estudado com o objetivo de melhor entender os fatores que levam esta população a sofrer mais quedas que os indivíduos jovens. A maior variabilidade de força dos músculos flexores plantares (MFP) aparenta estar diretamente associada ao menor controle postural principalmente em adultos jovens. Além disto, o treinamento específico de estabilidade de força dos MFP em baixas intensidades parece diminuir a variabilidade de força destes músculos e também diminuir a oscilação postural de adultos jovens. Entretanto, faltam esclarecimentos sobre a associação entre variabilidade de força dos MFP e oscilação postural na população idosa, bem como os efeitos de um treinamento específico de estabilidade de força destes músculos para esta mesma população. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre variabilidade de força dos MFP e a oscilação postural de idosas e examinar os efeitos do treinamento de estabilidade de força na variabilidade da força dos MFP, na coativação muscular dos músculos tibial anterior (TA) e gastrocnêmio medial (GM) e na oscilação corporal destas idosas. Para isto, 40 mulheres idosas foram divididas em quatro grupos: Grupo GT5 (n=10) que realizou treinamentos a 5% da contração isométrica voluntária máxima (CIVM) dos MFP; Grupo GT10 (n=10) que realizou treinamentos a 10% da CIVM dos MFP; Grupo GTLP (n=10) que realizou treinamentos a 10% de uma repetição máxima dos MFP no equipamento Leg Press; Grupo GC (n=10) que não realizou nenhum treinamento específico para os MFP e foi utilizado como controle. Foram avaliadas a oscilação corporal durante a manutenção da postura bipodal ereta, a variabilidade da força dos MFP e a coativação muscular dos músculos TA e GM antes e após o período de treinamento. Este treinamento foi realizado uma vez por semana durante quatro semanas. Em cada sessão de treino a participante realizou cinco séries em que mantinha por 30 segundos a força isométrica de flexão plantar, de acordo com as especificações de seu grupo. Os resultados revelaram que o treinamento de estabilidade de força dos MFP realizado pelos grupos GT5, GT10 e GTLP foi eficiente e diminuiu a variabilidade de força das participantes na condição de 5% da CIVM com feedback visual, além disso, mostrou que o grupo GT5 também diminuiu sua variabilidade de força para a condição 10% da CIVM com feedback visual. Em relação ao controle postural, foi observado que os grupos GT5 e GT10 aumentaram sua amplitude média de oscilação na direção ântero-posterior após o treinamento. Com relação à ativação dos músculos TA e GM, os grupos GT5 e GT10 diminuíram o índice de coativação muscular para as condições 5% e 10% com feedback visual após o treinamento e o grupo GT5 ainda apresentou diminuição da coativação para a condição 5% sem feedback visual. Finalmente, os resultados apontaram que para população idosa não há relação entre a variabilidade de força dos MFP e o controle da postura. Portanto, estes resultados indicam que, na população idosa não existe associação entre controle postural e variabilidade de força dos MFP, e mesmo que não esteja claro o efeito do treinamento no controle da postura, a redução da variabilidade da força e coativação muscular podem ser interpretadas como um ganho em termos de controle motor / Elderly postural control has been studied in order to better understand the factors that lead this population to suffer more falls than young individuals. Greater variability of plantar flexor muscles (PFM) strength appears to be directly associated to lower postural control mainly in young adults. In addition, specific training of PFM strength stability at low intensities seems to decrease force variability of these muscles and also to decrease postural oscillation of young adults. However, there is a lack of clarification about the association between PFM force variability and postural oscillation in elderly population, as well as the effects of specific stability strength training of these muscles for this same population. Thus, the objective of the present study was to analyze the association between PFM force variability and postural oscillation in elderly, and to examine the effects of strength stability training on PFM force variability in the muscle coactivation of anterior tibial muscles (AT) and medial gastrocnemius (MG) and in the body oscillation of these elderly women. For this, 40 elderly women were divided into four groups: Group TG5 (n = 10) who performed training at 5% of maximal voluntary isometric contraction (MVIC) of PFM; TG10 group (n = 10) who performed training at 10% of the MVIC of PFM; TGLP group (n = 10) who underwent training at 10% of a maximum repetition of the PFMs in the Leg Press equipment; Group CG (n = 10) who did not perform any specific training for PFMs and was used as control. Body oscillation was evaluated during maintenance of upright bipodal posture, PFM force variability, and muscle coactivation of AT and MG muscles before and after the training period. This training was performed once a week for four weeks. In each training session participant performed five series in which he maintained for 30 seconds the isometric force of plantar flexion, according to the specifications of his group. The results showed that the PFM force stability training performed by TG5, TG10 and TGLP groups was efficient and decreased the strength variability of the participants in the 5% condition of the MVIC with visual feedback, in addition, showed that the TG5 group also decreased its force variability to the 10% MVIC condition with visual feedback. Regarding the postural control, it was observed that the TG5 and TG10 groups increased their mean amplitude of oscillation in the anteroposterior direction after the training. Regarding the activation of the AT and MG muscles, the TG5 and TG10 groups decreased the muscle activation rate for the 5% and 10% conditions with visual feedback after the training and the TG5 group still showed a decrease of the coactivation for the condition 5% without visual feedback. Finally, the results pointed out that for the elderly population there is no relation between the PFM strength variability and the posture control. Therefore, these results indicate that, in the elderly population, there is no association between postural control and PFM strength variability, and even though the effect of training on posture control is not clear, the reduction in strength variability and muscle coactivation can be interpreted as a gain in terms of motor control
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Respostas cardiorrespiratórias, oxidativas e de lesão muscular em bailarinas após aulas e ensaios de balletKrause, Josianne da Costa Rodrigues January 2009 (has links)
Introdução: As aulas de ballet parecem apresentar intensidades cardiorrespiratórias (CR) mais baixas do que os ensaios e espetáculos. Além disso, o ballet é caracterizado como um exercício intermitente, que envolve uma variedade de ações excêntricas, as quais podem estar relacionadas à lesão muscular (LM) e ao estresse oxidativo (EO). Objetivos: Descrever, comparar e correlacionar as respostas CR, de EO e LM em bailarinas após uma aula e um ensaio de ballet. Variáveis CR: consumo de oxigênio (VO2); frequência cardíaca (FC) e concentração sanguínea de lactato (La). Variáveis EO: estado redox (GSSH/GSH) e concentração sanguínea de lipoperóxidos (LPO). Variável de LM: concentração sanguínea de creatina quinase (CK). Métodos: Doze bailarinas voluntárias, de nível técnico avançado foram avaliadas. Teste de consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e avaliação da composição corporal foram realizados. Em duas sessões separadas, as bailarinas realizaram uma aula e um ensaio de ballet, os quais foram previamente filmados na escola de dança e reproduzidos nas sessões de coleta de dados. VO2 e FC foram mensurados continuamente em todas as sessões. La foi verificado antes e depois do teste de VO2máx; e em repouso, aos 15 e 30 minutos da aula e do ensaio. Coletas de sangue foram realizadas em repouso, imediatamente após e 48h após a aula e o ensaio. As variáveis CR da aula (barra, centro e aula toda) e do ensaio (ensaio todo) foram também relacionadas aos dados do primeiro e segundo limiares ventilatorios (LV1 e LV2). La pós teste VO2max, pós aula e pós ensaio foram também comparados entre si. Dados expressos em média e desvio padrão. Estatística: ANOVA Two-way; ANOVA medidas repetidas; Post hoc Bonferroni (p<0,05). Resultados: VO2máx=37,3±4,7; LV1=24,92,7 e LV2=31,9±3,8 ml.kg-1.min-1. VO2 (aula=14,5±2,1 / ensaio=19,11,7 ml.kg-1.min-1); FC (aula=145,7±17,9 / ensaio=174,5±13,8 bpm) e La (aula=4,2±1,1 / ensaio=5,5 ± 2,7 mmol.l-1) foram significativamente diferentes entre si. Resultados Os resultados do VO2 (ml.kg-1.min-1 ) comparando-se aula, ensaio, LV1 e LV2 foram: aula barra (14,4±2,0); aula toda (14,5±2,1); aula centro (16,7±2,5); ensaio todo (19,1±1,7); LV1 (24,9 ± 2,7) e LV2 (31,9 ± 3,8). Aula barra e aula toda foram iguais entre si e diferentes de aula centro e ensaio todo, os quais não foram diferentes entre si. LV1 e LV2 foram diferentes entre si e de todos os demais parâmetros. Para FC, o ensaio todo se localizou entre LV1 e LV2. La (mmol.l-1) da aula (4,2±1,1) foi significativamente menor do que o La máximo (8,1±2,3), sendo o ensaio (5,5±2,7) estatisticamente igual a ambos. CK foi significativamente mais elevada pós aula do que ensaio, sendo os valores pós e 48h iguais entre si e ambos diferentes do pré. A razão GSSG/GSH diminuiu significativamente 48h pós aula e ensaio, mas não foi diferente entre os dois tipos de exercício. Os valores de LPO foram maiores para a aula do que para o ensaio, não apresentando diferenças em relação ao efeito tempo. Conclusão: A aula apresenta intensidade mais baixa do que o ensaio em relação às variáveis CR, entretanto, a aula foi mais intensa no que se refere aos parâmetros de dano celular. Parece que as bailarinas avaliadas estão adaptadas em relação aos parâmetros de dano celular, mas necessitam de treinamento mais específico do ponto de vista CR. / Introduction: Ballet classes (BC) seem to have lower cardiorespiratory (CR) intensities than ballet reharshal (BR) and spectacles. Besides that, the ballet is characterized as an intermittent exercise that involves several eccentric avtions, which could be related to muscle damage (MD) and oxidative stress (OS). Aims: To describe, compare and correlate ballet dancers` CR, MD and OS responses after a BC and a BR. CR variables: oxygen consumption (VO2); heart rate (HR) and lactate blood concentration (La). OS variables: redox state (GSSH/GSH) and lipoperoxides blood concetration (LPO). MD variable: creatine kinase blood concentration (CK). Methods: Twelve female advanced ballet dancers volunteered this study. Maximum oxygen consumption (VO2max) test and body composition assessment were performed. In two separated sessions, the dancers performed a BC and a BR, which were previously recorded in their dance school, and further transmited during the data colecttion sessions. VO2 and HR were continually measured during all sessions. La was verified before and after the VO2max test; and in rest, in 15 and 30 minutes of the BC and BR. Blood colections were performed in rest, immediately after and 48h after the BC and BR. CR responses during BC (barre, center floor and whole BC) and during BR (whole BR) were also compared to the CR responses in the first and second ventilatory threshold (VT1 and VT2). The La was also compered after VO2max test, after the BC and after BR. Data were expressed in average and standart deviation. Statistics: ANOVA Two-way; ANOVA repeated measures and Post hoc Bonferroni (p<0.05). Results: VO2max=37.3±4.7; VT1=24.92.7 and VT2=31.93.8 ml.kg-1.min-1. VO2 (BC=14.5±2.1 / BR=19.1±1.7 ml.kg-1.min-1); HR (BC=145.7±17.9 / BR=175±13.8 bpm) e La (BC=4.2±1.1 / BR=5.5 ± 2.7 mmol.l-1) were significantly different among themselves. VO2 (ml.kg-1.min-1) results comparing BC, BR, VT1 and VT2 were: barre (14.4±2.0); whole BC (14.5±2.1); center floor (16.7±2.5); whole BR (19.11.7); VT1 (24.9 ± 2.7) and VT2 (31.9 ± 3.8). For FC results, the whole BR was located between VT1 and VT2. La (mmol.l-1) in the BC (4.2±1.1) was significantly lower than La in the VO2max test (8.1±2.3), being the BR (5.5±2.7) statistically equal to both. CK was significantly higher after the BC than the BR, being the values post and 48h post equal between themselves and both significantly different from before BC and BR. The ratio GSSG/GSH was significantly lower in 48h after BC and BR, but it was not different in relation to the type of exercise (BC or BR). LPO values were higher in the BC than the BR, however they did not show any differences related to the time. Conclusion: BC showed lower CR responses than BR, nevertheless, BC was more intense concerning the cell damage parameters. It appears that the dancers evaluated are well adapeted in relation to cell damage parameters, but they need more specific training from the CR point of view.
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Programa de intervenção práxico-produtivo para crianças com transtorno fonológico / Praxis-productive intervention program for children with phonological disorderTaísa Giannecchini Gonçalves de Souza 09 December 2016 (has links)
A fala é definida como a representação motora da Linguagem, a partir da coordenação de três processos neurológicos: organização de conceitos, formulação e expressão simbólica; programação do ato motor envolvido na produção da fala e a sua própria produção motora. O controle motor da fala, que ordena a contração muscular para a sua execução de praxias, inclui o planejamento, a preparação de movimentos e a execução de planos, com vistas a contrações musculares e deslocamentos de estruturas que culminarão na articulação da fala. Os trabalhos científicos nacionais e internacionais vislumbram um novo campo de atuação fonoaudiológica para o trabalho com a fala alterada, com a estimulação da praxias não verbais. Os objetivos deste trabalho centram-se na elaboração de um Programa de Intervenção Práxico-produtivo e aplicação em crianças com transtorno fonológico, para verificar sua aplicabilidade na clínica fonoaudiológica. O trabalho foi dividido em 2 etapas. A 1ª etapa contou com a revisão, na bibliografia nacional e internacional, do tratamento dado às praxias orais e não verbais e suas aplicações clínicas no âmbito fonoaudiológico, por meio de busca nas bases de dados PubMed, Lilacs e Scielo. Os artigos mostraram que a praxia não verbal pode ser estimulada para o trabalho clínico com a fala, no entanto, não há descrição do trabalho fonoaudiológico, tampouco um detalhamento de exercícios em sequência que poderiam ser usados. Nenhum artigo referiu o modo pelo qual as praxias não verbais deveriam ser trabalhadas, nem mesmo como se deve estimular a programação motora para a fala. Baseados nessa revisão, este estudo propôs um programa de estimulação das praxias não verbais de lábios e língua e dos aspectos fonológicos em 12 sessões pré-determinadas. Após elaboração do programa, aplicouse o material em 12 crianças, com idades entre 6 e 8 anos, com transtorno fonológico, que se enquadravam nos critérios de inclusão do estudo, para mostrar sua aplicabilidade na clínica. Os resultados apontaram melhora da realização da fala em todos os sujeitos, no tempo estipulado pelo instrumento, com escores superiores nas provas avaliativas de fonologia e praxias orais pós-intervenção, quando comparadas aos scores da pré-intervenção. O Programa de Intervenção Práxico-produtivo mostrou-se útil, simples, de fácil aplicação pelo fonoaudiólogo e de bom entendimento pelos participantes, com respostas favoráveis à aquisição dos fonemas. / Speech is defined as the motor representation of language from the coordination of three neurological processes: organization of concepts, formulation and symbolic expression; programming of motor act involved in speech production and its own motor production. The speech motor control, which orders the muscle contraction for its execution, includes the planning, preparation of movements and execution of plans, with a view to muscle contractions and movements of structures that will culminate in speech. National and international scientific papers envision a new field of speech therapy to work with altered speech with the stimulation of non-verbal praxis. The objectives of the present study focuses on the development of a Program of Praxis- Productive Intervention and its application in children with phonological disorder in order to verify its usability in speech therapy. The study was defined in 2 parts. The 1st stage included a review of the national and international literature for the treatment of oral and non-verbal praxis and its clinical applications in the area of speech by searching in the PubMed, Lilacs and Scielo databases. The articles showed that nonverbal praxis can be stimulated for clinical work with speech, however, there is no description of speech therapy work, nor a breakdown of exercises in sequence that could be used. No article referred to the way in which non-verbal praxis should be worked, not even how to stimulate motor programming for speech. Based on this review, the present study proposed a stimulation program of non-verbal praxis of the lips and tongue and the phonological aspects in 12 predetermined sessions. After drawing up the program, the material was applied to 12 children, aged between 6 and 8 years with phonological disorder that met the inclusion criteria of the study in order to show their applicability in practice. The results showed improvement in the realization of Speech in all subjects at the time stipulated by the instrument, with higher scores on the evaluative evidence of Phonology and Oral Praxis post-intervention compared to the scores of pre-intervention. The Praxis-productive intervention program was useful, simple, easy to apply by the speech patologist and had a good understanding by the participants with favorable responses for the acquisition of phonemes.
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Impacto do bruxismo do sono na musculatura do sistema estomatognático: avaliação eletromiográfica, força de mordida, função mastigatória, ultrassonográfica e qualidade de vida / Impact of sleep bruxism in the stomatognathic system muscles: electromyographic evaluation, bite force, masticatory function, sonographic and quality of lifeMarcelo Palinkas 24 February 2015 (has links)
O bruxismo do sono é uma atividade oromotora grave que influencia a qualidade de vida, predispõe ao desequilíbrio fisiopatológico do sistema estomatognático e é caracterizado principalmente pelo ranger e apertar dos dentes, desgaste de superfície dental e cansaço muscular. Este estudo analisou os músculos masseter e temporal, de ambos os lados, por meio da eletromiografia de superfície, função mastigatória e ultrassonografia de indivíduos com bruxismo do sono, diagnosticados pelo exame polissonográfico e classificados quanto ao grau de severidade pelo BiteStrip®. A força de mordida molar máxima e a qualidade de vida também foram avaliadas. Noventa indivíduos, com idade entre 18 e 45 anos, foram distribuídos em dois Grupos: Bruxismo do Sono (idade média de 30,58 ± 6,78 anos; n = 45) e Controle (idade média de 29,44 ± 7,88 anos; n = 45). O Grupo Bruxismo do Sono foi constituído por indivíduos com grau de severidade leve (n = 18), moderado (n = 3) e severo (n = 24). O eletromiógrafo Delsys Trigno TM wireless foi utilizado para avaliar a atividade mioelétrica em diferentes condições: repouso, lateralidade direita, lateralidade esquerda, protrusão, apertamento dental em contração voluntária máxima e apertamento dental com Parafilm M®. A função mastigatória foi avaliada pela eficiência dos ciclos mastigatórios por meio da integral da envoltória linear do sinal eletromiográfico na mastigação habitual e não habitual. A espessura muscular foi mensurada pela imagem obtida do ultrassom SonoSite NanoMaxx nas condições clínicas de repouso e apertamento dental em contração voluntária máxima. Foi utilizado o dinamômetro digital Kratos para análise da força de mordida molar máxima direita e esquerda. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário OHIP-14Br. Os dados eletromiográficos, espessura muscular e força de mordida foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0) e foi utilizado o teste t de student para amostras independentes com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Os dados da qualidade de vida foram analisados por meio do teste U de Mann-Whitney (p ≤ 0,05) para a comparação de cada questão, das subescalas e da somatória de todo o OHIP-14Br. Foi utilizado o teste de correlação linear de Pearson (p ≤ 0,05) para correlacionar a espessura muscular em repouso e em contração voluntária máxima com força de mordida molar direita e esquerda. Foi encontrada diferença estatística significante entre o Grupo Bruxismo do Sono e o Grupo Controle na mastigação habitual com amendoins, para o músculo temporal esquerdo (p = 0,04) e na mastigação habitual com uvas passas, para o músculo masseter direito (p = 0,04). Não houve diferença estatística significante entre os Grupos para análise da espessura muscular e força de mordida máxima. A força de mordida molar (direita e esquerda) mostrou correlação positiva, com a espessura dos músculos mastigatórios em repouso e contração voluntária máxima, com diferença estatística significante (p ≤ 0,05). O impacto da qualidade de vida na cavidade bucal demonstrou diferença estatística significante na questão \"dores na boca\" (p = 0,00), subescala \"dor física\" (p = 0,04) e somatória total do OHIP-14Br (p = 0,05). Portanto, o bruxismo do sono alterou a atividade eletromiográfica, função mastigatória e a qualidade de vida, mas não promoveu mudanças na espessura muscular mastigatória e na força de mordida molar máxima / Sleep bruxism is a serious oromotor activity that influences quality of life, predisposes to pathophysiological imbalance of stomatognathic system, and is mainly characterized by grinding and clenching of teeth, wear of tooth surfaces and muscular fatigue. The present study analyzed masseter and temporalis muscles by surface electromyography, masticatory function, and ultrasonography of individuals with sleep bruxism, diagnosed by polysomnography, and classified according to severity by BiteStrip®. Maximum molar bite force and quality of life were also evaluated. Ninety individuals, aged 18 to 45 years old, were distributed into two groups: Sleep Bruxism (mean age of 30.58 ± 6.78 years; n = 45) and Control (mean age of 29.44 ± 7.88 years; n = 45). Sleep Bruxism Group included individuals with mild (n = 18), moderate (n = 3) and severe (n = 24) levels. Wireless electromyography Delsys Trigno TM was used to evaluate myoelectric activity in different conditions: rest, right laterality, left laterality, protrusion, tooth clenching in maximal voluntary contraction, and tooth clenching with Parafilm M®. Masticatory function was evaluated by the efficiency of masticatory cycles, integrating the linear envelope of electromyographic signal in habitual and non-habitual mastication. Muscle thickness was measured by ultrasound imaging using SonoSite NanoMaxx in clinical conditions of rest and clenching in maximal voluntary contraction. Kratos digital dynamometer was used to analyze right and left maximal molar bite force. Quality of life was assessed by OHIP-14Br questionnaire. Electromyographic data, muscle thickness and bite force were tabulated and submitted to statistical analysis (SPSS 21.0) and was used student t test for independent samples with significance level of 5% and confidence interval of 95%. Quality of life was examined using U-Mann Whitney test (p ≤ 0.05) for comparison of each question, subscales and sum of all OHIP-14Br questionnaire. Pearson linear correlation (p ≤ 0.05) was used to correlate muscle thickness at rest and at maximal voluntary contraction with right and left molar bite forces. Statistically significant difference was found between Sleep Bruxism and Control Groups in habitual mastication of peanuts, for left temporal muscle (p = 0.04), and in habitual mastication of raisins, for right masseter muscle (p = 0.04). There was no statistically significant difference between groups for muscle thickness and maximum bite force. Molar bite force (right and left) showed positive correlation with thickness of masticatory muscles, at rest and at maximal voluntary contraction, with statistically significant difference (p ≤ 0.05). Quality of life impact in oral cavity showed statistically significant differences in \"mouth pain\" question (p = 0.00), \"physical pain\" subscale (p = 0.04) and total sum of OHIP-14Br (p = 0.05). Therefore, sleep bruxism altered electromyographic activity, masticatory function and quality of life, but did not change masticatory muscle thickness and maximum molar bite force
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Avaliação da musculatura inspiratória e expiratória na doença pulmonar intersticial fibrosante comparada aos indivíduos saudáveis / Evaluation of inspiratory and expiratory musculature in interstitial fibrosing lung disease compared to healthy individualsPauliane Vieira Santana 26 October 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: As doenças pulmonares intersticiais fibrosantes (DPIFs) se caracterizam por dispneia, intolerância aos esforços e prejuízo da qualidade de vida. Apesar de existirem vários mecanismos implicados, a fisiopatologia da dispneia e limitação aos esforços não é completamente elucidada. A disfunção da musculatura ventilatória tem sido postulada como um fator envolvido. O objetivo do estudo foi investigar a ocorrência de disfunção muscular ventilatória em pacientes com DPIF comparados a indivíduos sadios, e correlacionar a disfunção muscular com a qualidade de vida, dispneia e intolerância ao exercício. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo prospectivo, caso-controle envolvendo 62 indivíduos, sendo 31 pacientes com DPIF e 31 voluntários sadios. Os indivíduos foram avaliados em 2 visitas. Na visita 1 foram avaliados o grau de dispneia (escala de MRCm), a qualidade de vida (SGRQ), a função pulmonar, e o desempenho num teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) além de caracterização da mobilidade e espessura do diafragma ao ultrassom (US). Na visita 2, foram avaliadas:1) a força muscular ventilatória estática volitiva (PImáx, PEmáx, SNIP, PesSniff, PgaSniff, PdiSniff, e PgaTosse) e não volitiva através da estimulação magnética bilateral do nervo frênico (TwPes, TwPga e TwPdi) e das raízes dorsais em T10 (TwT10Pga); 2) a sincronia toracoabdominal (por pletismografia de indutância); 3) o recrutamento dos músculo inspiratórios (eletromiografia de superfície do musculo escaleno) e expiratórios (eletromiografia de superfície do musculo obliquo externo). A seguir foi realizado um teste de exercicio cardiopulmonar (TECP) em cicloergômetro limitado por sintomas. As medidas de força muscular não volitiva foram repetidas após o TECP para investigar a ocorrência de fadiga muscular ventilatória. RESULTADOS: os pacientes com DPIFs apresentavam: dispneia aos esforços; limitação do desempenho no TC6M e prejuízo de qualidade de vida. Os pacientes com DPIF apresentaram redução da mobilidade diafragmática na respiração profunda, aumento da espessura na CRF e redução da fração de espessamento do diafragma ao US. Não houve diferenças entre pacientes e controles na força muscular volitiva e não volitiva e na proporção de fadiga ins e expiratória após o esforço. Contudo, os pacientes apresentaram fadiga ventilatória em cargas menores de exercicio. Nos pacientes com DPIF houve uma redução no desempenho do exercicio associada a uma limitação ventilatória, dessaturação e dispneia. Os pacientes com DPIF apresentaram uma proporção maior de assincronia no pico do exercício além de maior recrutamento do musculo escaleno. As relações entre a força ventilatória inspiratória e o os volumes pulmonares indicaram um desacoplamento neuromecânico (DNM) que se correlacionou com a dispneia nos pacientes com DPIF. CONCLUSÕES: Os pacientes com DPIF apresentam disfunção muscular ventilatória ao repouso caracterizado pela redução da mobilidade do diafragma na respiração profunda, aumento da espessura e redução da fração de espessamento. Ao esforço, na DPIF, a disfunção muscular ventilatória foi caracterizada pela ocorrência de fadiga ventilatória em baixas cargas de exercicio, recrutamento predominante dos músculos inspiratórios acessórios, assincronia toracoabdominal e desacoplamento neuromecânico que contribuíram para limitação do desempenho e dispneia / INTRODUCTION: fibrosing interstitial lung diseases (FILDs) are characterized by dyspnea, exercise intolerance and impaired quality of life. While there are several mechanisms involved, the occurrence of dyspnea and exercise limitation is not fully elucidated. The dysfunction of the respiratory muscles has been postulated as a contributing factor. The aim of the study was to investigate the occurrence of respiratory muscle dysfunction in patients with FILDs compared to healthy subjects and to correlate respiratory muscle dysfunction with quality of life, dyspnea and exercise intolerance. METHODS: A prospective, case-control study involving 62 subjects, 31 patients with FILD and 31 healthy volunteers. Subjects were evaluated in two visits. At visit 1, subjects underwent clinical evaluation to access dyspnea (MRCm), quality of life (SGRQ), pulmonary function and also characterization of mobility and thickness of the diaphragm on ultrasound (US). Subjects performed a 6-minute walk test (6MWT). In the second visit were evaluated: 1) maximum static respiratory pressures through volitional (MIP, MEP, SNIP, PesSniff, PgaSniff, PdiSniff and PgaCough) and non-volitional methods - cervical Twitchs (TwPes, TwPga and TwPdi) and T10 Twitchs (TwT10Pga); 2) thoracoabdominal synchrony (by respiratory inductance plethysmography); 3) recruitment of inspiratory muscle (surface electromyography of scalene muscle) and expiratory (surface electromyography of the external oblique muscle). Then, subjects performed an incremental cardiopulmonary exercise testing (CPET). The non-volitional muscle strength measures were repeated after the CPET to investigate the occurrence of fatigue. RESULTS: The patients with FILDs exhibited dyspnea on exertion; limited performance on 6MWT and impaired quality of life. On ultrasound, patients with FILD had decreased diaphragmatic mobility during deep breathing, increased thickness in the functional residual capacity (FRC) and reduced diaphragm thickness fraction. Between patients and controls, there were no differences in volitional and non-volitional strength and in the occurrence of respiratory fatigue. However, patients presented respiratory fatigue under lower exercise loads. In patients with FILD there was a decrease in exercise performance associated with ventilatory limitation, desaturation and dyspnea. Patients with FILD had a higher proportion of asynchrony at exercise peak and greater recruitment of the scalene muscle. In patients with FILD, higher inspiratory effort- displacement ratios indicated a neuromechanical uncoupling (DNM) that correlated with dyspnea. CONCLUSIONS: Patients with FILD exhibited respiratory muscle dysfunction at rest characterized by the reduction of diaphragmatic mobility in deep breathing, increased thickness on FRC and reduced thickness fraction. In FILD, exercise was associated with respiratory muscle dysfunction characterized by the occurrence of respiratory fatigue, thoracoabdominal asynchrony, greater recruitment of inspiratory muscles and neuromechanical uncoupling that contributed to limiting the performance and dyspnea
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