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Metas de socialização maternas e estilos de interação mãe-bebê no primeiro e segundo ano de vida da criança

Martins, Gabriela Dal Forno January 2014 (has links)
O presente estudo investigou a relação entre as metas de socialização maternas e os estilos de interação mãe-bebê, no primeiro e segundo ano de vida da criança, bem como eventuais mudanças longitudinais neste período. Além disto, investigou-se a relação entre características maternas (ex. idade e escolaridade) e do bebê (ex. sexo e desenvolvimento infantil) e as metas de socialização e os estilos de interação mãe-bebê, durante o mesmo período. Participaram 25 mães (M=33,2 anos; DP=5,73) e seus filhos, que no início do estudo estavam no primeiro ano de vida (M=6,7 meses; DP=1,74). As mães responderam a uma entrevista sobre suas metas de socialização e as díades foram observadas durante interação livre visando examinar seus estilos de interação. O desenvolvimento dos bebês foi avaliado através das Escalas Bayley III. No segundo ano de vida dos bebês, esses procedimentos de coleta de dados foram repetidos. Os resultados apoiaram parcialmente a hipótese inicial de que, independente da idade do bebê, metas de socialização que enfatizam a autonomia estariam relacionadas a um estilo de interação focalizado na autonomia do bebê; e metas de socialização que enfatizam a “relação” estariam relacionadas a um estilo de interação focalizado no direcionamento materno. Somente no primeiro ano do bebê, correlações significativas entre metas de socialização e estilos de interação mãe-bebê foram na direção esperada. Por outro lado, os resultados corroboraram a hipótese de que características maternas e do bebê estariam mais relacionadas aos estilos de interação mãe-bebê do que às metas de socialização, tendo em vista que estas últimas representam valores culturais mais amplos, enquanto os estilos de interação são mais dependentes de fatores contextuais e individuais envolvendo a própria díade mãe-bebê. O sexo do bebê foi a única variável que se relacionou às metas de socialização, mas só no primeiro ano. Por sua vez, diversas características da mãe e do bebê relacionaram-se aos estilos de interação, tanto no primeiro quanto no segundo ano do bebê. Juntos, os resultados do presente estudo ressaltam as limitações de pressupostos lineares e unidirecionais sobre a relação entre metas e estilos de interação, que ainda são destacados na literatura, mas precisam ser superados. Como foi evidenciado, diversos fatores possivelmente permeiam esta relação, com destaque para características da díade mãe-bebê ao longo do processo de desenvolvimento. / The present study investigated the relationship between maternal socialization goals and mother-infant interaction styles in the first and second year of the child's life, as well as possible longitudinal changes in this period. Furthermore, I studied the relations among maternal (eg. age and education) and infant (eg. gender and child development) characteristics and socialization goals and mother-infant interaction styles during the same period. Twenty five mothers (M=33,2 anos; SD=5,73) and their children participated in the study; the latter, at the beginning of study, were in their first year of life (M=6,7 meses; DP=1,74). Mothers were interviewed about their socialization goals and the dyads were observed during free interaction with the aim of examining their interaction styles. The infants’ development was assessed by Bayley Scales III. In the second year of the infants’ life, these data collecting procedures were repeated. The results partially supported the initial hypothesis that, regardless of the infant’s age, socialization goals that emphasize autonomy would be related to an interaction style focused on his or her autonomy, and socialization goals that emphasize relatedness would be are related to an interaction style focused on maternal directives. In the infant’s first year (although not the second) significant correlations between socialization goals and mother-infant interaction styles were in the expected direction. Moreover, the results supported the hypothesis that maternal and infant characteristics would be more related to mother-infant interaction styles than to the socialization goals, considering that the latter represent broader cultural values, whereas interaction styles are more dependent on contextual and individual factors involving the mother-infant dyad. The infant's gender was the only variable that was related to the socialization goals, but only in the first year. By contrast, several characteristics of the mother and infant were related to interaction styles, either in the first or second year of the infant. Together, the results of the present study highlight the limitations of linear and unidirectional assumptions about the relationship between goals and interaction styles, which are still emphasized in the literature, but need to be overcome. As evidenced, several factors probably underlie this relationship, especially characteristics of the mother-infant dyad throughout the development process.
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Sobre dores e amores: caminhos da tristeza materna na elaboração psíquica da parentalidade / On pains and love: paths of maternal sadness on the psychic elaboration of parenthood

Cristiane da Silva Geraldo Folino 09 May 2014 (has links)
A gestação e os primeiros tempos da vida de um bebê são fundamentais para o estabelecimento do vínculo com seus pais; além de garantir sua sobrevivência, fornecem matéria-prima para as tramas de seu psiquismo, formando um solo no qual se desenvolverão suas relações ao longo da vida. Concomitante a essa construção, transcorre um processo análogo com os pais, que se vão construindo gradativamente nessa condição ao se relacionar com o filho. No entanto, esses primeiros tempos podem ter um forte impacto em quem gera e cuida do bebê. Assim, a finalidade deste estudo é iluminar as vivências psíquicas da mulher no pós- -parto e verificar que recursos desenvolve para lidar com o trabalho psíquico necessário para enfrentar os lutos e construir e exercitar a parentalidade. Por meio de uma pesquisa qualitativa balizada teoricamente pela psicanálise, estudaram-se cinco duplas mãe-bebê. Houve ao menos quatro encontros como cada dupla: pelo menos um na gestação e três após o parto (uma semana, um mês e dois meses). Os encontros gestacionais se deram num lugar escolhido pela participante e os no puerpério, em sua casa. Com o instrumental da psicanálise, fizeram-se entrevistas semidirigidas e observação da relação que a mãe estabelecia com o bebê e com a pesquisadora. Analisou-se cada caso em separado e se verificaram possíveis confluências entre eles. Tendo em conta a especificidade do funcionamento psíquico materno e o impacto das exigências de um filho para quem deve ajudá-lo a viver, a pesquisa revelou a importância de considerar a amplitude dos fenômenos de gestar e cuidar. Esse papel, que toda mãe deve exercer, foi vivido, ao menos num primeiro momento, como brutal e desorganizador não só pela mulher, mas por toda a família. As dificuldades de se metabolizarem essas vivências e as perdas inerentes ao processo por exemplo, o bebê ideal, a maternidade idealizada, o narcisismo, o ritmo anterior e a rotina, entre outras podem prejudicar a construção e o exercício da parentalidade e mesmo obstar a superação do baby blues, eventualmente desencadeando fenômenos depressivos (manifestos ou encobertos). Os ganhos reais decorrentes da chegada do bebê podem ser vividos a partir desse contato com as perdas e de sua elaboração. Concluiu-se também que se devem construir mecanismos de prevenção e cuidados para a família nesses primeiros tempos de vida do bebê, com a colaboração entre as várias disciplinas envolvidas e com políticas de saúde pública. Entre as questões levantadas a esse propósito, alerta-se para o risco de se negligenciarem ou, no outro extremo, patologizarem as dores inerentes à delicada construção da parentalidade / Gestation and the first times in a babys life are fundamental to the establishment of bonds with the parents; apart from guaranteeing their survival, it provides the basis for the webs of their psychism, forming the ground on which their relationships will develop throughout their life. Concomitant to this construction, the parents go through an analogue process, gradually building themselves in this condition as they relate to the child. However, these first times may have a strong impact on who generates and cares for the baby. Thus, the aim of this study is to enlighten the womans post-partum psychic experiences and to verify the resources developed to cope with the psychic work necessary to face the grieves and to build and exercise parenthood. Through a qualitative research theoretically bound by psychoanalysis, five mother-baby pairs were studied. There were a minimum of four encounters with each pair: at least one on gestation e three post-partum (one-week, one-month and two-month old). The gestational meetings took place at a location chose by the participant and the puerperium encounters, at her home. With psychoanalysis instrumental, semi-guided interviews and observation of the relationship established by the mother with the baby and with the researcher took place. Each case was separately analyzed and possible confluences between them were verified. Taking into account the specificity of the psychic maternal functioning and the impact of the demands of a child on who must help them live, the research revealed the importance of considering the amplitude of the carrying and caring phenomena. This role, that all mothers must play, was experienced, at least at first, as brutal and disorganizing not only by the woman, but by the whole family. The difficulties of metabolizing these experiences and the losses inherent to the process for instance, the ideal baby, idealized motherhood, narcissism, the previous rhythm and the routine, among others may damage the construction and the exercise of parenthood and even thwart the overcoming of the baby blues, eventually unfolding depressive phenomena (manifest or covered). The real gains resulting from the babys arrival may be lived from this contact with the losses and its elaboration. It was also concluded that prevention and care mechanisms for the family must be built in these first times of the baby\'s life, with collaboration between the various disciplines involved and with public health policies. Amongst the issues raised to this purpose, an alert is made to the risk of neglecting or, on the other end, pathologizing the pains inherent to the delicate construction of parenthood
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O sintoma psicomotor: a problemática do gozo na relação mãe-filho / The psychomotor symptom: the issue of joy in the mother-child relationship

Paula Werner Severo 28 January 2011 (has links)
A presente pesquisa procurou estudar o sintoma psicomotor na infância, este abrange distúrbios como dislexias, disortografias, problemas de coordenação e equilíbrio e alguns diagnósticos de Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade cujos casos vem aumentando exponencialmente na atualidade. A etiologia do sintoma psicomotor por muito tempo permaneceu obscura e relacionada exclusivamente a lesões e distúrbios neuronais, os quais deixavam como únicas alternativas tratamentos medicamentosos e reeducativos. Com os estudos psicanalíticos iniciados por J. Lacan e M. Mannoni acerca desses sintomas, a etiologia se tornou gradativamente mais clara, e os relacionou a fantasia familiar em que a criança é imersa como objeto de satisfação. Dessa forma, este trabalho visou pesquisar a formação deste tipo de sintoma, o gozo e fantasia da criança e cuidadores envolvidos nessa relação. Para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os conceitos psicanalíticos e atendimentos clínicos a crianças com sintomas psicomotores através do Laboratório Sujeito e Corpo da Universidade de São Paulo. Os resultados indicam que o gozo no sintoma psicomotor envolve duas pessoas, mais frequêntemente mãe ou pessoa na função materna e o filho, os quais se colocam em uma relação de interdependência, a ponto de não haver espaço para uma autonomia e independência necessárias ao desenvolvimento da criança. Os sintomas psicomotores são resultado de uma satisfação fantasística que envolve o corpo da criança nessa relação / This research sought to study the psychomotor symptoms in childhood, it includes disturbances such as dyslexia, dysorthographies, problems with coordination and balance and some diagnoses of Hyperactivity and Attention Deficit Disorder which cases have been exponentially increased at the present. The etiology of the psychomotor symptoms for a long time remained obscure and exclusively related to injury and neuronal disorders, which has left as the only alternatives medical and reeducational treatments. With the psychoanalytic studies started by J. Lacan and M. Mannoni about these symptoms, the etiology became gradually clearer, and it was related to the family fantasy in which the child is immersed as objects of satisfaction. Thus, this study aimed to investigate the constitution of this symptom, the enjoyment and fantasy of children and caregivers involved in this relationship. To achieve these goals, it was made a bibliographical research on psychoanalytic concepts and clinical attendances for children with psychomotor symptoms through the Sujeito e Corpo Lab, at the University of São Paulo. The results indicate that the joy in psychomotor symptom involves two people, more often the mother-child, which arise in a relationship of interdependence and leave no space for autonomy and independence necessary for the child development. The psychomotor symptoms are the result of a fantasmatic satisfaction which envolves the children body in this relationship
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Atitudes maternas no processo de decisão da cirurgia cardíaca paliativa para o filho / Maternal attitudes in deciding about palliative heart surgery to her child

Reze, Barbara 21 May 2010 (has links)
A decisão da cirurgia cardíaca paliativa é um processo crítico para os pais pois envolve risco de vida para o filho. Esta pesquisa investigou aspectos das atitudes maternas na tomada de decisão da cirurgia, com a suposição de que atitudes de recusa podem estar presentes. A partir do referencial teórico da Psicanálise, entende-se que o diagnóstico médico e a indicação cirúrgica podem provocar impactos psíquicos traumáticos. A iminência de perda pela doença de prognóstico ruim, a relação risco-benefício não claramente favorável da cirurgia e o contexto do tratamento, em geral permanente e realizado fora do domicílio de origem, são aspectos que influenciam as decisões da mãe. O processo decisório (tratamento versus não tratamento) foi discutido à luz de noções da Bioética, como autonomia, participação ativa no tratamento, decisões de representação, bem como das implicações jurídicas. A não aceitação da cirurgia pode trazer conflitos de interesse na relação médico-paciente/cuidador, fazendo refletir sobre como se dão, na sociedade atual, as relações entre processos médico-biológicos e processos subjetivos. A partir da abordagem de pesquisa clínico-qualitativa utilizou-se a entrevista semi-dirigida individual. As participantes foram duas mães de crianças cardíacas que passaram por cirurgia paliativa e que estavam hospedadas na Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração. Observou-se atitudes de hesitação, questionamento, recusa da cirurgia e atitudes de não pensamento e aceitação imediata do procedimento. Verificou-se a presença de atitudes de recusa da cirurgia, apesar de sua posterior aceitação. Discutiu-se como tais atitudes podem ser entendidas como recusa-reflexão e não apenas como defesas psíquicas ou reações precipitadas. À medida que abre um espaço de pensamento, a recusa-reflexão teria uma função importante para o psiquismo pois auxilia na assimilação dos acontecimentos relativos ao processo decisório. Como conclusão se propõe entender a decisão como um processo e, desta perspectiva, é considerada um momento oportuno de reflexão para a mãe. Sugere-se, então, que na prática psicológica a recusa da cirurgia seja abordada como uma atitude materna possível ao processo decisório, considerando que o encaminhamento na direção do cuidado e do bem-estar global do filho não necessariamente pressupõe a aceitação da cirurgia no momento de sua indicação, da mesma forma que a recusa inicial não significa que seja definitiva. Indica-se o suporte psicológico na decisão da cirurgia que, por legitimar as ambivalências psíquicas, as dúvidas e hesitações desse processo, poderá favorecer um espaço de reflexão e elaboração subjetiva onde se abra a possibilidade de se tomar uma decisão ponderada, consequente, e com a qual a mãe, o pai, a criança, a família, poderão conviver / Decision-making before palliative heart surgery is a critical process for parents because it involves a risk to their childs life. This study investigated aspects of maternal attitudes in deciding about surgery, and takes into account the assumption that attitudes of refusal may be present. Based on Psychoanalysis theoretical framework, we understand that medical diagnosis and indication for surgery may cause psychic trauma. The imminence of loosing ones child due to the poor prognosis associated with the condition, the risk-benefit relationship not clearly favorable to surgical intervention, and the context of treatment, which is in general permanent and carried out outside the patients city of residence, are aspects that influence maternal decision-making. The decision-making process (treatment versus non-treatment) is discussed in the light of notions from the field of Bioethics, such as autonomy, active participation in treatment, proxy decision-making, as well as in the light of the legal implications. Refusing surgery can cause conflicts of interest in the doctor-patient/caregiver relationship, which engenders thinking about how the relationship between medical and biological processes, and subjective processes take place in todays society. The qualitative research design comprised an individual semi-structured questionnaire survey. The two participants were mothers of cardiac children who went through palliative heart surgery and were staying at the Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração [Association for Assisting Cardiac and Heart-Transplanted Children]. The attitudes observed were attitudes of hesitation, questioning, refusal of surgery, and attitudes of not thinking, and of immediate acceptance of the surgical procedure. The presence of refusal of surgery was found, despite being followed by acceptance. We discuss how such attitudes can be understood as reflective refusal and not merely as defense mechanisms or unthought reactions. As space is made for thinking, reflective refusal plays a major role in the mental processes because it helps in assimilating events concerning the decision-making process. As a conclusion this study proposes understanding decision-making as a process and, from this perspective, it is considered an opportune moment for maternal reflection. Therefore, it is suggested that during psychological practice, refusal of surgery be approached as a possible maternal attitude during decision-making, taking into account that the caring and global well being of the child do not necessarily presuppose acceptance of surgery at the moment of indication. Likewise, initial refusal does not mean such refusal is final. This study further recommends psychological support for making such decision, which, in bringing about psychological ambivalence, doubt, and hesitation concerning the decision-making process, can promote a place for subjective reflection and elaboration, where there is the possibility of making a wise and pondered decision, with which the mother, the father, the child, and the family, can live with
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Um estudo psicanalítico sobre a maternidade na adolescência: histórias de abandono, violência e esperança na trajetória de três jovens mães / A psychoanalytic study on teenage motherhood: stories of abandonment, violence and hope in the path of three young mothers

Santos, Kate Delfini 15 April 2011 (has links)
A relação mãe-filho é um dos elementos fundadores do psiquismo humano e é por meio desta que a criança apreende o mundo a sua volta. São muitas as variáveis que interferem nessa relação como, por exemplo, a experiência pessoal, os legados inter e transgeracionais, as condições históricas, sociais, e econômicas. Tendo em vista a fragilidade dos laços afetivos nos dias atuais e a dificuldade no estabelecimento de vínculos que propiciem o sentimento de confiança, segurança e estabilidade, este trabalho tem como objetivo verificar como três jovens mães, que vivenciaram diversos tipos de violências em suas trajetórias, desempenham a função materna. As participantes encontravam-se em um abrigo para jovens mães no município de São Paulo. Foram realizados cinco encontros com cada dupla (mãe e filho) com cerca de uma hora de duração, onde foram explorados conteúdos a respeito da relação da adolescente com sua mãe e a família, a experiência com a gestação e a maternidade, a experiência com as diversas formas de violência e o vínculo com o filho. Foi empregado o método de pesquisa psicanalítico e, portanto, além da comunicação verbal foram analisados aspectos transferenciais e contratransferenciais. Os conteúdos encontrados articulam-se com as idéias de Winnicott. Por meio desse estudo concluiu-se que o sentimento de abandono e vazio causado pela a ausência de uma relação genuína de afeto é transmitido entre as gerações na relação mãe-filho, tendo muitas vezes como consequência a violência. Esta, por sua vez, interrompe o processo de amadurecimento emocional e a conquista de um sentimento de preocupação real com outro. A possibilidade de restaurar laços e dar continuidade ao processo de integração depende em grande parte da sustentação e do apoio (holding) oferecido a essas jovens mães. Nos três casos analisados, observamos que ainda há esperança, segundo a conceituação de Winnicott, de reencontrar uma experiência de afeto significativa, por meio da qual se constitua um sentimento autêntico de preocupação e comprometimento com o próximo / The mother-son relationship is one of the founding elements of the human psyche and it is through this that the child perceives the world around him/her. There are many variables that affect this relationship, for example, personal experience, the inter-and transgenerational legacy and the historical, social, and economic conditions. Given the fragility of the affective bonds today and the difficulty in establishing links that give the feeling of trust, security and stability, this study aims to determine how three young mothers, who experienced several types of violence in their lives, play the maternal role. The participants were in a shelter for young mothers in São Paulo city. Five meetings were conducted with each pair (mother and son) for about one hour, when the relationship between the teenager with her mother and family, her experience with pregnancy and motherhood, her experience with various forms of violence and the bond with her child, were exploited. The psychoanalytic research method was employed and transference and countertransference aspects, which go beyond the verbal communication, were therefore analyzed. The content found can be linked with the Winnicotts ideas. In this study we concluded that the feeling of abandonment and emptiness caused by the absence of a genuine affection is transmitted between generations in the mother-child relationship and frequently has the violence as consequence. The violence stops the process of emotional maturation and the achievement of a sense of real concern to another person. The possibility of restoring ties and continuing the integration process depends largely on the support and assistance (holding) offered to these young mothers. In these three cases, we observed that there is still hope, according to Winnicott\'s concept, to find a meaningful experience of affection, through which it constitutes a genuine feeling of concern and commitment to the other person
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A relação mãe-bebê na formação da imagem corporal da criança com paralisia cerebral

Munhoz, Claudia Nabarro 01 February 2012 (has links)
Este trabalho visa discutir como a relação mãe-bebê influencia a formação da imagem corporal em crianças com paralisia cerebral. São apresentadas inicialmente algumas ideias de Freud e Ferenczi, o fundador da Psicanálise e um de seus primeiros seguidores, para então chegar às ideias de Winnicott, também psicanalista, mas com uma visão revolucionária do desenvolvimento. São discutidas então estas três questões e sua inter-relação: a imagem corporal, a paralisia cerebral e o papel da mãe. São apresentados então conceitos winnicottianos como o holding, o handling, a personalização, o self e o papel do rosto da mãe como precursor do espelho. O objetivo é discutir esse assunto para compreender melhor as crianças com este tipo de deficiência, para que se possa trabalhar melhor com elas, com suas mães, e com aqueles que já chegam a nós adultos, mas com um sofrimento que parece ter relação com o desenvolvimento e com sua relação com o próprio corpo. Sabe-se (seguindo a linha de pensamento winnicottiana) que a relação com a mãe é essencial na própria capacidade de existir e viver criativamente, de habitar o próprio corpo, de todas as pessoas. Nas crianças com paralisia cerebral, há este outro aspecto (as sequelas trazidas pela PC) que influencia a relação mãe-bebê, tornando o processo de crescimento, da relação com o próprio corpo, mais complexa. No entanto, isso não significa que a criança não pode desenvolver-se a alcançar este viver criativo e a formação de uma imagem corporal que permitam uma boa relação com o mundo. Felizmente, a criança com paralisia cerebral pode encontrar este sentido e viver criativamente e feliz, desde que sua mãe seja capaz de fornecer o ambiente de que esta criança precisa, apesar da e com a paralisia cerebral. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica, em fontes de pesquisa como BVS-PSI, que direciona para o Scielo, o Lilacs e o Pubmed, dentre trabalhos publicados nos últimos dez anos. Não foi encontrado nenhum trabalho que relacionasse a paralisia cerebral, a imagem corporal e a relação mãe-bebê, como proposto neste trabalho, o que confirmou a relevância da presente dissertação / This work wishes to discuss how the mother-baby relationship affects the development of body image in children with cerebral palsy. First of all some ideas of Freud and Ferenczi, the founder of Psychoanalisis and one of his first followers, are presented, to arrive to Winnicott´s ideas, also a psychanalist, but with a revolucionary vision of child development. This three aspects: body image, cerebral palsy and the role of the mother, are discussed, with their relation to each other. Next, concepts from Winnicott are presented, such as holding, handling, personalization, self and the role of the mother´s face as a precursor of the mirror. The objective is to discuss this subject to understand better the children with this kind of disability, so we can work better with them, their mothers, and those who arrive adults to our clinic, who show a suffering that seems to be related to their growing and their relationship with their own bodies. It´s well known (following Winnicott´s trail of thought) that the interaction with the mother is essential for the capacity of existing and living with creativity, of living in your own body, within all people. Between children with cerebral palsy, there is this other aspect (sequels brought by cerebral palsy) that affects motherbaby interactions, making the growing process, the relation with their own bodies, more complex. However, this doesn´t mean that the child can´t develop and reach this creative living and the development of a body image that allow a good relation with the world. Gladly, the child with cerebral palsy can find this meaning and live happy and with creativity, despite and with the cerebral palsy. The methodology used was a research in the literature, in databases like BVS-PSI, which directs the research to Scielo, Lilacs and Pubmed, amongst papers published in the last ten years. No work was found that studied the relations between cerebral palsy, body image and mother-baby interaction, as proposed in the present work, which confirmed the relevance of the present dissertation
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Tecendo a clínica winnicottiana da maternidade em narrativas psicanalíticas / Weaving the winnicottian motherhood clinic into psychoanalytical narratives

Granato, Tania Mara Marques 07 May 2004 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo um detalhamento do acontecer clínico que tem lugar quando se realizam encontros terapêuticos com gestantes numa interlocução pessoal com o pensamento de D. W. Winnicott. Adota um caminho intermediário para a pesquisa clínica que visa libertar o pesquisador das amarras do intelectualismo estéril tanto quanto do cientificismo raso, aproximando o fazer científico da prática clínica, aqui retomada como matriz da produção de conhecimento no campo da psicologia clínica. O encontro psicanalítico é proposto como aproximação metodológica para o presente estudo, retirando da leitura winnicottiana da psicanálise os pressupostos teóricos que orientam este trabalho, onde o holding se mostrou seu procedimento básico. Do acompanhamento psicológico de gestantes e mães, são selecionados cinco casos clínicos que colocam o leitor em contato com a singularidade da cada mulher em seu percurso pela experiência da maternidade, do mesmo modo que o remetem a algumas generalizações sobre a condição humana. Cinco narrativas psicanalíticas são tecidas a partir dos diálogos que o pesquisador-psicanalista estabelece com seus pacientes, com sua própria história, com seus autores preferidos e com seus pares, transformando a matéria-prima do viver em histórias que, ao serem compartilhadas, tornam-se, elas mesmas, elos da cadeia infinita de gestos que marcam o acontecer humano. / The present paper aims to reveal the clinical meeting in detail, when one proposes therapeutic encounters with pregnant women, having D. W. Winnicott as an interlocutor. It takes an alternative way which releases the researcher from sterile intellectualism or poor scientificism, in order to bring closer the scientific doing and the clinical practice, that is adopted here as a matrix of clinical psychology research. The psychoanalytical encounter is here proposed as a methodological approach, drawing from winnicottian view of psychoanalysis the theoretical presupposes which guide this work, where holding shows itself as its basic procedure. Five case histories from our motherhood clinic were selected, allowing the reader to become closer to every woman’s singularity during their motherhood experiences, and also to some generalizations about human condition. Five psychoanalytical narratives are weaved from dialogues between the psychoanalyst-researcher and her patients, her own history, her preferred authors and her peers, transforming the raw material, in this case life, into histories that become themselves links of an infinite chain of human gestures, after being shared with others.
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Encontros terapêuticos com gestantes à luz da preocupação materna primária / Therapeutic encounters with pregnant women under the lights of primary maternal preoccupation

Tania Mara Marques Granato 06 November 2000 (has links)
Considerando que a construção do conhecimento em Psicologia Clínica exige, desde o início, a integração de uma postura investigativa com a possibilidade de se fazer presente no encontro com o outro, fiz uso do conceito winnicottiano de Preocupação Materna Primária como farol que orienta o psicólogo em sua aproximação das vivências emocionais da mulher durante a gestação e o pós-parto. No fazer do pesquisador presentificou-se o fazer terapêutico, a partir dos dados surgiram as hipóteses e as diversas modalidades de trabalho: entrevistas, cartas, telefonemas e visitas. O campo da maternidade mostrou-se fertilíssimo exigindo, porém, algumas ferramentas básicas para que fosse fecundado, tais como: flexibilidade no atendimento às demandas, acolhimento de toda sorte de angústias, humildade diante da própria ignorância, preocupação autêntica pela paciente e respeito por sua forma de ser. / Considering that the construction of knowledge in Clinical Psychology requires from the beginning the integration of an investigative posture with the possibility of being present before the other, I made use of the winnicottian concept of Primary Maternal Preoccupation like a lighthouse that guides the psychologist in her approach to the woman’s emotional experiences during pregnancy and postpartum. During the researcher task I encountered therapeutic alternatives. Hypothesis and working modalities came out from the data: interviews, letters, phone calls and home visits. The field of maternity presented itself extremely fertile, requiring though some basic tools in order to be fecundated, such as: flexibility to meet needs, holding all sorts of agonies, humility before of our own ignorance, true preoccupation with the patient and respect for her being.
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Encontros terapêuticos com gestantes à luz da preocupação materna primária / Therapeutic encounters with pregnant women under the lights of primary maternal preoccupation

Granato, Tania Mara Marques 06 November 2000 (has links)
Considerando que a construção do conhecimento em Psicologia Clínica exige, desde o início, a integração de uma postura investigativa com a possibilidade de se fazer presente no encontro com o outro, fiz uso do conceito winnicottiano de Preocupação Materna Primária como farol que orienta o psicólogo em sua aproximação das vivências emocionais da mulher durante a gestação e o pós-parto. No fazer do pesquisador presentificou-se o fazer terapêutico, a partir dos dados surgiram as hipóteses e as diversas modalidades de trabalho: entrevistas, cartas, telefonemas e visitas. O campo da maternidade mostrou-se fertilíssimo exigindo, porém, algumas ferramentas básicas para que fosse fecundado, tais como: flexibilidade no atendimento às demandas, acolhimento de toda sorte de angústias, humildade diante da própria ignorância, preocupação autêntica pela paciente e respeito por sua forma de ser. / Considering that the construction of knowledge in Clinical Psychology requires from the beginning the integration of an investigative posture with the possibility of being present before the other, I made use of the winnicottian concept of Primary Maternal Preoccupation like a lighthouse that guides the psychologist in her approach to the woman’s emotional experiences during pregnancy and postpartum. During the researcher task I encountered therapeutic alternatives. Hypothesis and working modalities came out from the data: interviews, letters, phone calls and home visits. The field of maternity presented itself extremely fertile, requiring though some basic tools in order to be fecundated, such as: flexibility to meet needs, holding all sorts of agonies, humility before of our own ignorance, true preoccupation with the patient and respect for her being.
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Os sentidos da paixão: um estudo de psicopatologia fundamental

Grosman, Adriana 06 June 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Adriana Grosman.pdf: 844352 bytes, checksum: b2a5b62c52688e8647a4ea73ccdc8080 (MD5) Previous issue date: 2007-06-06 / This paper intends to explore the ambiguity of the term passion, as lack or as excess, in correlation with love in the relationship mother-child, coming particularly from the autism. Therefore, a broader journey was necessary, that is: on the subject's structuring and its vicissitudes. We began from a clinical case in which a mother, apparently marked by the a-pathy, takes his son and makes the analyst uncomfortable. The maternal failure is, thus, called in question. In what measure does the maternal apathy contribute to take the child to a psychopathology as serious as the autism, impeding him from constituting as a subject? And more: and the opposite? The excess, that is, the passion, would not have consequences? Would not it contribute also to this? Suddenly the clinic itself gives us subsidies to articulate the research. No longer the apathy, but the passion in its excessive and deadly aspect. How understanding two so different aspects of passion ? This way, several strings apparently different are being tied until we reach the conclusion that, between passion and "maternal love", there is an abyss. This research is over or it is interrupted here, when it can only move forward making a deeper study of the female subjectivity question / Este trabalho se dedica a explorar a ambigüidade do termo paixão, como falta ou como excesso, em correlação com o amor na relação mãe-criança, partindo particularmente do autismo. Para tanto, fez-se necessário um percurso mais abrangente, ou seja: sobre a estruturação do sujeito e suas vicissitudes. Partimos de um caso clínico em que uma mãe aparentemente marcada pela a-patia traz seu filho e produz incômodo na analista. O fracasso materno é, assim, questionado. Em que medida a apatia materna contribui para levar a criança à psicopatologia tão grave como o autismo, impedindo-a de constituir-se como sujeito? E mais: e o seu oposto? O excesso, ou seja, a paixão também não teria conseqüências? Eis que a própria clínica nos dá subsídios para articular a pesquisa. Não mais a apatia, mas a paixão em seu aspecto excessivo e mortífero. Como compreender duas presentificações da paixão tão diferentes? Desta forma, diversos fios aparentemente diversos vão se amarrando até chegarmos a conclusão de que entre a paixão e o amor materno há um abismo. Esta pesquisa termina ou se interrompe aqui. No momento em que só pode avançar com o aprofundamento da questão da feminilidade

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