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Metas de socialização maternas e estilos de interação mãe-bebê no primeiro e segundo ano de vida da criançaMartins, Gabriela Dal Forno January 2014 (has links)
O presente estudo investigou a relação entre as metas de socialização maternas e os estilos de interação mãe-bebê, no primeiro e segundo ano de vida da criança, bem como eventuais mudanças longitudinais neste período. Além disto, investigou-se a relação entre características maternas (ex. idade e escolaridade) e do bebê (ex. sexo e desenvolvimento infantil) e as metas de socialização e os estilos de interação mãe-bebê, durante o mesmo período. Participaram 25 mães (M=33,2 anos; DP=5,73) e seus filhos, que no início do estudo estavam no primeiro ano de vida (M=6,7 meses; DP=1,74). As mães responderam a uma entrevista sobre suas metas de socialização e as díades foram observadas durante interação livre visando examinar seus estilos de interação. O desenvolvimento dos bebês foi avaliado através das Escalas Bayley III. No segundo ano de vida dos bebês, esses procedimentos de coleta de dados foram repetidos. Os resultados apoiaram parcialmente a hipótese inicial de que, independente da idade do bebê, metas de socialização que enfatizam a autonomia estariam relacionadas a um estilo de interação focalizado na autonomia do bebê; e metas de socialização que enfatizam a “relação” estariam relacionadas a um estilo de interação focalizado no direcionamento materno. Somente no primeiro ano do bebê, correlações significativas entre metas de socialização e estilos de interação mãe-bebê foram na direção esperada. Por outro lado, os resultados corroboraram a hipótese de que características maternas e do bebê estariam mais relacionadas aos estilos de interação mãe-bebê do que às metas de socialização, tendo em vista que estas últimas representam valores culturais mais amplos, enquanto os estilos de interação são mais dependentes de fatores contextuais e individuais envolvendo a própria díade mãe-bebê. O sexo do bebê foi a única variável que se relacionou às metas de socialização, mas só no primeiro ano. Por sua vez, diversas características da mãe e do bebê relacionaram-se aos estilos de interação, tanto no primeiro quanto no segundo ano do bebê. Juntos, os resultados do presente estudo ressaltam as limitações de pressupostos lineares e unidirecionais sobre a relação entre metas e estilos de interação, que ainda são destacados na literatura, mas precisam ser superados. Como foi evidenciado, diversos fatores possivelmente permeiam esta relação, com destaque para características da díade mãe-bebê ao longo do processo de desenvolvimento. / The present study investigated the relationship between maternal socialization goals and mother-infant interaction styles in the first and second year of the child's life, as well as possible longitudinal changes in this period. Furthermore, I studied the relations among maternal (eg. age and education) and infant (eg. gender and child development) characteristics and socialization goals and mother-infant interaction styles during the same period. Twenty five mothers (M=33,2 anos; SD=5,73) and their children participated in the study; the latter, at the beginning of study, were in their first year of life (M=6,7 meses; DP=1,74). Mothers were interviewed about their socialization goals and the dyads were observed during free interaction with the aim of examining their interaction styles. The infants’ development was assessed by Bayley Scales III. In the second year of the infants’ life, these data collecting procedures were repeated. The results partially supported the initial hypothesis that, regardless of the infant’s age, socialization goals that emphasize autonomy would be related to an interaction style focused on his or her autonomy, and socialization goals that emphasize relatedness would be are related to an interaction style focused on maternal directives. In the infant’s first year (although not the second) significant correlations between socialization goals and mother-infant interaction styles were in the expected direction. Moreover, the results supported the hypothesis that maternal and infant characteristics would be more related to mother-infant interaction styles than to the socialization goals, considering that the latter represent broader cultural values, whereas interaction styles are more dependent on contextual and individual factors involving the mother-infant dyad. The infant's gender was the only variable that was related to the socialization goals, but only in the first year. By contrast, several characteristics of the mother and infant were related to interaction styles, either in the first or second year of the infant. Together, the results of the present study highlight the limitations of linear and unidirectional assumptions about the relationship between goals and interaction styles, which are still emphasized in the literature, but need to be overcome. As evidenced, several factors probably underlie this relationship, especially characteristics of the mother-infant dyad throughout the development process.
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O bebê imaginário e o bebê real no contexto da prematuridadeFleck, Adriana January 2011 (has links)
O nascimento pré-termo é potencialmente traumático na vida da mãe e do bebê e o confronto entre o bebê imaginário da gestação e o bebê real tende a ser intensificado. O estudo buscou investigar o bebê imaginário e o bebê real prematuro, no pós-parto, na pré-alta e no 3º mês após a alta hospitalar do bebê. Buscou-se compreender o confronto entre o bebê imaginário e o bebê real e o processo de adaptação da mãe a este último. Participaram quatro mães de bebês pré-termos, primíparas, de 19 a 31 anos, com bebês nascidos entre 28-29 semanas, com peso entre 1000-1500g e internados na UTINeo. Com o delineamento de estudo de caso coletivo, buscou-se compreender cada caso, as semelhanças e particularidades entre eles. Entrevistas investigaram a experiência da gestação e da maternidade e foram examinadas por análise de conteúdo qualitativa. Os resultados confirmaram a expectativa de um maior confronto entre o bebê real e o bebê imaginário e a dificuldade de elaboração da perda do bebê imaginário e adaptação da mãe ao bebê real, no período pós-parto. Na pré-alta e no 3º mês após a alta, notou-se que as mães conseguiram se aproximar mais tanto física como emocionalmente do bebê real, elaborando a perda do bebê imaginário. No entanto, a maternidade mostrou-se envolta em constantes preocupações com o filho e exigências maternas em relação ao próprio desempenho. Assim, o nascimento pré-termo gerou um impacto emocional intenso nas mães e constituiu-se em um desafio para a adaptação destas às necessidades do filho e para a maternidade. / The preterm birth is a potentially traumatic event in the life of the mother and baby and in this context, the confrontation between the imaginary baby of pregnancy and the real baby can be enhanced. The aim of this study was to investigate the feelings of the mother about the imaginary baby and the real baby (in postpartum, pre-discharge and at 3 months after hospital discharge) in the context of preterm birth. Four mothers of preterm infants participated, primipara, aged 19 to 31 years. The babies were born between 28-29 weeks, weighing 1000-1500g and were hospitalized in the NICU. A study of collective case was carried out, trying to understand each case, the similarities and particularities among them. Interviews were conducted to investigate the experience of pregnancy and motherhood were examined by qualitative content analysis. Results confirmed the expectation of a major confrontation between the real and imaginary baby and the difficulty of the mother in elaborating the loss of the imaginary baby and the adjustment to the real baby, especially in the postpartum period. In the pre-discharge and at 3 months after discharge, it was noted that mothers were able to get closer, both physically and emotionally to the real baby, elaborating gradually the loss of the imaginary baby. However, motherhood proved to be surrounded by constant worries about the baby, with the mothers charging themselves in relation to their maternal performance. The results indicate that preterm birth has generated an intense emotional impact on mothers and constituted a challenge to adapt to the needs of the real premature baby and to motherhood.
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Relação mãe-bebê no contexto do HIV : investigando as representações maternas da gestação ao segundo ano de vida da criançaFaria, Evelise Rigoni de January 2012 (has links)
O objetivo do presente estudo foi investigar a relação mãe-bebê no contexto do HIV, da gestação ao segundo ano de vida da criança, a partir do conceito de representações maternas de Stern (1991, 1997). Participaram do estudo quatro mães que viviam com HIV, com idades entre 19 e 39 anos. Na ocasião da gestação, todas eram casadas, duas eram primíparas e duas multíparas, sendo que duas souberam do diagnóstico na gestação e duas já sabiam antes de engravidarem. Elas realizavam acompanhamento pré-natal especializado na rede pública de saúde de Porto Alegre. A pesquisa teve um delineamento de estudo de caso coletivo, longitudinal, sendo cada caso investigado no final da gestação e aos três, 12 e 24 meses de vida da criança. Análise de conteúdo qualitativa foi utilizada para se examinar os relatos maternos durante as entrevistas com base em quatro categorias de representações maternas: sobre si mesma, o bebê, o pai do bebê, e a própria mãe. Os resultados indicaram que a relação mãe-bebê no contexto do HIV, ao longo dos dois anos de vida da criança, foi acompanhada de diversas satisfações e alegrias, mas também desafios associados ao desempenho da maternidade, ao desenvolvimento infantil e à convivência com o HIV. Inicialmente, os relatos associados às representações maternas sugeriam um bebê mais vulnerável e uma mãe culpada e que temia o preconceito. Essas representações eram explicitadas nas interações mãe-bebê de maneiras diversas, incluindo cuidados intensos com o bebê. Ao longo do tempo, porém, houve mudanças nessas representações, que passaram a ser de uma criança saudável e forte diante do HIV, e de uma mãe mais segura frente à infecção e à maternidade. Embora algumas preocupações relativas ao HIV permanecessem presentes, elas eram secundárias diante dos desafios impostos pelo próprio desenvolvimento infantil ao longo dos dois primeiros anos de vida. Este processo, no entanto, só pareceu possível quando a mãe conseguia aceitar e conviver com as limitações e possibilidades diante da infecção, o que envolveu o uso de estratégias defensivas mais flexíveis e focadas no enfrentamento do HIV. Quando isso não aconteceu, em um dos casos, fortes ansiedades maternas recaíram sobre o bebê, que passou a ser visto a partir dessas projeções maternas, ficando em um segundo plano suas capacidades adaptativas e singularidades, o que pode pôr em risco seu desenvolvimento emocional. Neste sentido, reforça-se a importância de se ampliar o foco do atendimento em saúde para além da prevenção materno-infantil do HIV, oferecendo-se uma atenção especial à saúde mental da mãe com o intuito de se proteger também a criança em desenvolvimento. / This study investigated mother-infant relationship in the context of HIV from pregnancy to the second year of the infant, based on Stern’s maternal representations (1991, 1997). The study included four mothers living with HIV, aged between 19 and 39 years. At pregnancy, all mothers were married, two were primiparous and two multiparous. Two mothers knew their HIV diagnosis during pregnancy, and two had known before becoming pregnant. They performed prenatal care at a public health center for HIV treatment in Porto Alegre, Brazil. A longitudinal multiple case study design was used. Data were collected at the third trimester of pregnancy and at three, 12 and 24 months of the infant. Each mother answered a semi-structured interview, and a questionnaire about her health and medical treatment. Content analysis was carried out based on four categories of maternal representations: about herself, the infant, the infant's father and the own mother. The results indicated that the mother-infant relationship in the context of HIV, over the two years of the infant, was accompanied by various satisfactions and challenges related to motherhood, child development and living with HIV. Initially, the maternal representations showed a vulnerable infant and a guilty mother. Mothers enacted these representations in various ways, including intense care with the baby. Over time, however, there were changes in these representations: the child has been seen healthier and stronger, and the mother, more competent and less anxious in childcare. Although some concerns related to HIV remain, they were secondary to the challenges posed by the child's development over the first two years of life. This process, however, was possible when the mother could accept and live well with the limitations and possibilities from HIV infection, using defensive strategies more flexible and focused on coping actively with HIV. When this did not happen, as seen in one case, strong maternal anxieties relapsed over the infant, who was seen through these maternal projections. In this case, the infant adaptive capabilities and singularities were not adequately recognized by the mother, which can jeopardize the child’s emotional development. In this sense, this study reinforces the importance of broadening the focus of health care beyond the prevention of mother-child transmission of HIV, offering special attention to the maternal mental health in order to protect the developing child.
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O desenvolvimento emocional de um bebê em uma família numerosa : uma aplicação do método bickVivian, Aline Groff January 2006 (has links)
O presente estudo investigou o desenvolvimento emocional durante o primeiro ano de vida de um bebê, em uma família numerosa. Foi realizado um estudo de caso único, de caráter longitudinal, com uma família participante composta pela mãe, pelo pai e seus quatro filhos meninos, de até 4 anos de idade, acompanhada em observações semanais, com uma hora de duração, no período de doze meses. Foi aplicado o Método Bick de Observação da Relação Mãe- Bebê, em seus três momentos: observação, relato e supervisão em grupo. Os resultados foram organizados em três eixos: 1) o bebê e seu ambiente; 2) o desenvolvimento emocional do bebê; e 3) a observadora. Apesar das condições economicamente desfavoráveis do ambiente, foi surpreendente o desenvolvimento emocional do bebê na família, bem como a riqueza do ambiente em termos emocionais. A mãe se mostrou atenta e afetiva no cuidado dos filhos, apresentando uma capacidade inesgotável de discernir e atender às múltiplas demandas dos mesmos, revelando sua preponderante identidade materna. O bebê recebia especial atenção e a mãe costumava relatar suas habilidades e aquisições ao longo do primeiro ano de vida. Alguns aspectos típicos do desenvolvimento de um bebê no primeiro ano de vida foram observados, assim como particularidades relativas ao contexto de uma família numerosa, de baixa renda. No eixo denominado a observadora, foi relatado o impacto emocional causado pelas observações neste contexto particular. Além de auxiliar no entendimento aprofundado das fases iniciais do desenvolvimento, de forma intensiva e detalhada, acredita-se que a aplicação do Método Bick em pesquisa possa colaborar para conhecer a realidade das famílias antes de propor intervenções em contextos diferenciados. / The present study investigated the emotional development during the first year of a baby’s life, in a large family. A longitudinal single case study was carried out with a family comprising the mother, the father and their four boys, aged up to four years old. They were weekly observed in one-hour observation sessions during twelve months. The Bick Infant Observation Method was applied, in its three moments: observation, written report and group supervision. The results were organized alongside three axes: 1) the baby and his/her environment; 2) the baby’s emotional development; and 3) the observer. In spite of the unfavorable economic environmental conditions, the baby’s emotional development in the family was surprising, as well as the environment’s emotional richness. The mother was shown to be attentive and affective in caring for the children, showing an endless ability to discriminate and attend to the multiple demands of the children, revealing her predominant identity as mother. The baby received special attention, and the mother used to report his/her abilities and acquisitions during his first year of life. Some typical aspects of infant development during the first year of life were observed, as well as particularities concerning the specific context of a large, low income, family. In the axis named the observer, the emotional impact caused by the observations in this particular context was highlighted. Besides helping to understand more deeply the initial developmental phases, in an intensive and detailed way, it is believed that the application of the Bick method may help to know the families’ reality before proposing interventions in specific contexts.
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O desenvolvimento emocional de um bebê em uma família numerosa : uma aplicação do método bickVivian, Aline Groff January 2006 (has links)
O presente estudo investigou o desenvolvimento emocional durante o primeiro ano de vida de um bebê, em uma família numerosa. Foi realizado um estudo de caso único, de caráter longitudinal, com uma família participante composta pela mãe, pelo pai e seus quatro filhos meninos, de até 4 anos de idade, acompanhada em observações semanais, com uma hora de duração, no período de doze meses. Foi aplicado o Método Bick de Observação da Relação Mãe- Bebê, em seus três momentos: observação, relato e supervisão em grupo. Os resultados foram organizados em três eixos: 1) o bebê e seu ambiente; 2) o desenvolvimento emocional do bebê; e 3) a observadora. Apesar das condições economicamente desfavoráveis do ambiente, foi surpreendente o desenvolvimento emocional do bebê na família, bem como a riqueza do ambiente em termos emocionais. A mãe se mostrou atenta e afetiva no cuidado dos filhos, apresentando uma capacidade inesgotável de discernir e atender às múltiplas demandas dos mesmos, revelando sua preponderante identidade materna. O bebê recebia especial atenção e a mãe costumava relatar suas habilidades e aquisições ao longo do primeiro ano de vida. Alguns aspectos típicos do desenvolvimento de um bebê no primeiro ano de vida foram observados, assim como particularidades relativas ao contexto de uma família numerosa, de baixa renda. No eixo denominado a observadora, foi relatado o impacto emocional causado pelas observações neste contexto particular. Além de auxiliar no entendimento aprofundado das fases iniciais do desenvolvimento, de forma intensiva e detalhada, acredita-se que a aplicação do Método Bick em pesquisa possa colaborar para conhecer a realidade das famílias antes de propor intervenções em contextos diferenciados. / The present study investigated the emotional development during the first year of a baby’s life, in a large family. A longitudinal single case study was carried out with a family comprising the mother, the father and their four boys, aged up to four years old. They were weekly observed in one-hour observation sessions during twelve months. The Bick Infant Observation Method was applied, in its three moments: observation, written report and group supervision. The results were organized alongside three axes: 1) the baby and his/her environment; 2) the baby’s emotional development; and 3) the observer. In spite of the unfavorable economic environmental conditions, the baby’s emotional development in the family was surprising, as well as the environment’s emotional richness. The mother was shown to be attentive and affective in caring for the children, showing an endless ability to discriminate and attend to the multiple demands of the children, revealing her predominant identity as mother. The baby received special attention, and the mother used to report his/her abilities and acquisitions during his first year of life. Some typical aspects of infant development during the first year of life were observed, as well as particularities concerning the specific context of a large, low income, family. In the axis named the observer, the emotional impact caused by the observations in this particular context was highlighted. Besides helping to understand more deeply the initial developmental phases, in an intensive and detailed way, it is believed that the application of the Bick method may help to know the families’ reality before proposing interventions in specific contexts.
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Relação mãe-bebê no contexto do HIV : investigando as representações maternas da gestação ao segundo ano de vida da criançaFaria, Evelise Rigoni de January 2012 (has links)
O objetivo do presente estudo foi investigar a relação mãe-bebê no contexto do HIV, da gestação ao segundo ano de vida da criança, a partir do conceito de representações maternas de Stern (1991, 1997). Participaram do estudo quatro mães que viviam com HIV, com idades entre 19 e 39 anos. Na ocasião da gestação, todas eram casadas, duas eram primíparas e duas multíparas, sendo que duas souberam do diagnóstico na gestação e duas já sabiam antes de engravidarem. Elas realizavam acompanhamento pré-natal especializado na rede pública de saúde de Porto Alegre. A pesquisa teve um delineamento de estudo de caso coletivo, longitudinal, sendo cada caso investigado no final da gestação e aos três, 12 e 24 meses de vida da criança. Análise de conteúdo qualitativa foi utilizada para se examinar os relatos maternos durante as entrevistas com base em quatro categorias de representações maternas: sobre si mesma, o bebê, o pai do bebê, e a própria mãe. Os resultados indicaram que a relação mãe-bebê no contexto do HIV, ao longo dos dois anos de vida da criança, foi acompanhada de diversas satisfações e alegrias, mas também desafios associados ao desempenho da maternidade, ao desenvolvimento infantil e à convivência com o HIV. Inicialmente, os relatos associados às representações maternas sugeriam um bebê mais vulnerável e uma mãe culpada e que temia o preconceito. Essas representações eram explicitadas nas interações mãe-bebê de maneiras diversas, incluindo cuidados intensos com o bebê. Ao longo do tempo, porém, houve mudanças nessas representações, que passaram a ser de uma criança saudável e forte diante do HIV, e de uma mãe mais segura frente à infecção e à maternidade. Embora algumas preocupações relativas ao HIV permanecessem presentes, elas eram secundárias diante dos desafios impostos pelo próprio desenvolvimento infantil ao longo dos dois primeiros anos de vida. Este processo, no entanto, só pareceu possível quando a mãe conseguia aceitar e conviver com as limitações e possibilidades diante da infecção, o que envolveu o uso de estratégias defensivas mais flexíveis e focadas no enfrentamento do HIV. Quando isso não aconteceu, em um dos casos, fortes ansiedades maternas recaíram sobre o bebê, que passou a ser visto a partir dessas projeções maternas, ficando em um segundo plano suas capacidades adaptativas e singularidades, o que pode pôr em risco seu desenvolvimento emocional. Neste sentido, reforça-se a importância de se ampliar o foco do atendimento em saúde para além da prevenção materno-infantil do HIV, oferecendo-se uma atenção especial à saúde mental da mãe com o intuito de se proteger também a criança em desenvolvimento. / This study investigated mother-infant relationship in the context of HIV from pregnancy to the second year of the infant, based on Stern’s maternal representations (1991, 1997). The study included four mothers living with HIV, aged between 19 and 39 years. At pregnancy, all mothers were married, two were primiparous and two multiparous. Two mothers knew their HIV diagnosis during pregnancy, and two had known before becoming pregnant. They performed prenatal care at a public health center for HIV treatment in Porto Alegre, Brazil. A longitudinal multiple case study design was used. Data were collected at the third trimester of pregnancy and at three, 12 and 24 months of the infant. Each mother answered a semi-structured interview, and a questionnaire about her health and medical treatment. Content analysis was carried out based on four categories of maternal representations: about herself, the infant, the infant's father and the own mother. The results indicated that the mother-infant relationship in the context of HIV, over the two years of the infant, was accompanied by various satisfactions and challenges related to motherhood, child development and living with HIV. Initially, the maternal representations showed a vulnerable infant and a guilty mother. Mothers enacted these representations in various ways, including intense care with the baby. Over time, however, there were changes in these representations: the child has been seen healthier and stronger, and the mother, more competent and less anxious in childcare. Although some concerns related to HIV remain, they were secondary to the challenges posed by the child's development over the first two years of life. This process, however, was possible when the mother could accept and live well with the limitations and possibilities from HIV infection, using defensive strategies more flexible and focused on coping actively with HIV. When this did not happen, as seen in one case, strong maternal anxieties relapsed over the infant, who was seen through these maternal projections. In this case, the infant adaptive capabilities and singularities were not adequately recognized by the mother, which can jeopardize the child’s emotional development. In this sense, this study reinforces the importance of broadening the focus of health care beyond the prevention of mother-child transmission of HIV, offering special attention to the maternal mental health in order to protect the developing child.
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Contribuições da psicoterapia breve pais-bebê para a conjugalidade e para a parentalidade em contexto de depressão pós-parto / Contributions of a brief parent-infant psychotherapy to conjugality and parenthood in the context of postpartum depressionFrizzo, Giana Bitencourt January 2008 (has links)
O presente estudo investigou a conjugalidade e a parentalidade durante uma psicoterapia breve pais-bebê, em famílias em que a mãe apresentava depressão pós-parto. Participaram do estudo duas famílias com mães deprimidas, com base no Inventário Beck de Depressão e em uma entrevista diagnóstica. Os pais não apresentavam depressão. Foi utilizado um delineamento de estudo de casos, a fim de se analisar o processo de mudança ao longo de três momentos da psicoterapia: entrevistas iniciais, sessões de psicoterapia e avaliação final. Ao todo foram realizados 14 encontros com a primeira família atendida e 18 com a segunda. Todos os encontros foram filmados e transcritos para fins de análise, que foi baseada em duas categorias: conjugalidade e parentalidade. Os resultados revelaram que a conjugalidade e a parentalidade estavam sendo experienciadas com dificuldades pelas famílias atendidas. No entanto, isso não se traduziu necessariamente em interações disfuncionais entre a mãe e o bebê. Apesar das particularidades de cada família atendida, os resultados da psicoterapia foram bastante positivos, com relatos de mudanças tanto na conjugalidade como na parentalidade, já a partir da quarta sessão de psicoterapia. Nos dois casos também se observou que eventos significativos na história de vida das mães estavam intimamente relacionadas com as dificuldades após o nascimento do bebê, reforçando a importância de se considerar fatores relacionais durante o tratamento de mães deprimidas. As avaliações que se seguiram após a psicoterapia não revelaram depressão nas mães. A participação do pai na psicoterapia se mostrou muito relevante para a melhora de suas esposas, refletindo num aumento da satisfação conjugal. Além disso, ao se intervir durante um momento de crise na família, como a depressão após o nascimento de um filho, é possível evitar que padrões interativos disfuncionais sejam cristalizados. Discute-se o papel dos aspectos relacionais envolvidos na depressão, bem como a adequação da psicoterapia pais-bebê como um dos tratamentos possíveis para a depressão pós-parto. / The present study investigated conjugality and parenthood during a brief parent-infant psychotherapy, in families in which the mother had postpartum depression. Two families with depressed mothers participated in the study. Postpartum depression was assessed according to the Beck Depression Inventory and a diagnostic interview. The fathers didn’t have depression. A case-study design was used, in order to analyze the process of change in three moments of the psychotherapy: the initial interviews, the psychotherapy sessions and the final evaluation. The total number of meetings was 14 with the first family and 18 with the second. All meetings were filmed and transcribed in order to be analyzed, based on two categories: conjugality and parenthood. The results showed that conjugality and parenthood were being experienced with difficulties by the two families. However, did not result necessarily in dysfunctional interactions between the mother and the baby. Despite the particularities of each family, the results of the psychotherapy were very positive, with report of changes in both conjugality and parenthood from the forth session onwards. In both cases it was also observed that significant events in the mothers’ life history were intimately related to difficulties after child birth, reinforcing the importance of relational factors during the treatment of depressed mothers. The evaluations that were made after the psychotherapy did not show depression in the mothers. The fathers´ participation in psychotherapy seemed to be very relevant to theirs wives´ improvement, reflecting an increased marital satisfaction. Moreover, when intervening in a moment of crisis in the family, such as depression after childbirth, it is possible to avoid that dysfunctional interactional patterns be crystallized. The role of relational aspects involved in depression is discussed, as well as the adequacy of parent-infant psychotherapy as one of the possible treatments for postpartum depression.
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Expectativas e sentimentos acerca do bebê em gestantes primíparas e secundíparasColdebella, Nadia January 2006 (has links)
Durante a gravidez, a gestante experiencia sentimentos intensos acerca de si e do bebê. Também constrói expectativas relacionadas à criança. Estes sentimentos e expectativas contribuem para a relação que ela estabelece com seu bebê. Contudo, diferente de gestantes primíparas, este processo pode apresentar algumas particularidades para secundíparas, tendo em vista sua experiência anterior com o filho primogênito. Neste sentido, este estudo investigou as eventuais diferenças nas expectativas e sentimentos de gestantes primíparas e secundíparas acerca de seu bebê. Foi realizado um estudo de caso coletivo, envolvendo sete primíparas e sete secundíparas que estavam no terceiro trimestre de gravidez. As gestantes responderam a uma entrevista estruturada que investigava seus sentimentos e expectativas acerca do bebê. Uma análise de conteúdo qualitativa evidenciou mais semelhanças do que diferenças entre os grupos. Dentre as diferenças, pode-se destacar que, enquanto primíparas tenderam a basear suas expectativas e sentimentos na idéia de um bebê ideal, no caso de secundíparas, estas foram mediadas pela existência do primogênito. Assim, expectativas e sentimentos de secundíparas contribuíram para que delineassem e configurassem a identidade do bebê, diferenciando-o do primogênito; para que reformulassem seu papel de mãe e iniciassem a integração do segundo filho no sistema familiar. Estes dados sugerem a possibilidade de intervenção precoce na presença de problemas decorrentes da gestação de um segundo filho. / During the pregnancy, the pregnant live deeply intense feelings concerning herself and the baby. Also she constructs expectations related to the child. These feelings and expectations contribute for the relation that she establishes with her baby. However, different of primiparous pregnants, this process can present some particularities for secundiparous, in view of their previous experience with the firstborn son. In this direction, this study investigated the eventual differences in the primiparous and secundiparous pregnant’s expectations and feelings concerning their babies. A study of collective case was carried through, involving seven primiparous and seven secundiparous that they were in the third trimester of pregnancy. The pregnant had answered to a structuralized interview that investigated their feelings and expectations concerning the baby. A qualitative content analysis evidenced more similarities than differences between the groups. Amongst the differences, it can be distinguished that, while primiparous had tended to base their expectations and feelings in the idea of an ideal baby, in the secundiparous case, these expectations and feelings had been mediated by the firstborn existence. Thus the secundiparaous expectations and feelings had contributed so that they delineated and configured the identity of the baby, differentiating him of the firstborn; so that they reformulated their mother role and they initiated the integration of the second child in the familiar system. These data suggest the possibility of early intervention in front of the current problems of a second child gestation.
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Malformação do bebê e maternidade : impacto de uma psicoterapia breve pais-bebê para as representações da mãeGomes, Aline Grill January 2007 (has links)
O presente estudo buscou investigar o impacto da psicoterapia breve pais-bebê nas representações maternas a respeito de si mesma, sobre o bebê, sobre a relação mãe-bebê, quando o bebê apresenta uma malformação. Participou deste estudo uma família cujo bebê de 11 meses apresentava malformação cardíaca grave, compatível com a vida. Foi utilizado um delineamento de estudo de caso único, sendo que as representações maternas foram examinadas ao longo dos cinco encontros de avaliação inicial, durante as 17 sessões de psicoterapia e num encontro pós-psicoterapia. Todas as verbalizações e interações da mãe com o bebê e com os familiares foram registradas em áudio e vídeo e, posteriormente, analisadas a partir dos quatro temas da constelação da maternidade (Stern, 1997): vida e crescimento, relacionar-se primário, matriz de apoio e reorganização da identidade, que precisaram ser ampliados para atender as particularidades do contexto de malformação. Os resultados apontaram para uma evolução das representações maternas ao longo da psicoterapia, que permitiu à mãe expressar seus sentimentos frente à malformação e reviver alguns de seus conflitos mais primitivos. A visão sobre o bebê passou de mais parcial e idealizada para mais integrada, revelando um potencial de evolução e vulnerabilidade, ao mesmo tempo. A relação mãe-bebê ficou mais próxima, na medida em que a mãe pôde tolerar mais a dependência do bebê e a sua necessidade de cuidados especiais, sem se sentir tão incompetente e culpada. Houve um evidente reforço na rede de apoio da mãe, que se aproximou de sua família de origem e passou a se sentir mais apoiada e compreendida pelo marido. Por fim, a mãe pareceu se apropriar mais do papel materno, porém ainda muito ligada a uma identidade de filha. Apesar de uma redução expressiva nos escores do BDI antes e depois da psicoterapia (31 para 11 pontos), a instabilidade psíquica da mãe e sua fragilidade permaneceram muito fortes, mesmo ao final da psicoterapia, o que sugeriu um prognóstico reservado e a necessidade de indicação de um tratamento mais sistemático, especialmente tendo em vista que a malformação da criança continuava afetando profundamente a vida da família. / The present study aimed to investigate the impact of a brief parent-infant psychotherapy on the maternal representations concerning herself, about the baby, e about the mother-baby relationship, in a situation where the infant had malformation. A family whose baby was 11 months and presented serious heart malformation, compatible with life, took part in the study. A case-study design was used, and maternal representations were examined during five sessions of initial evaluation, of a total of 17 psychotherapy sessions and in a postpsychotherapy session. All the verbalizations and mother's interactions with the baby and with the relatives were registered in audio and video and were later analyzed based on the four themes of the motherhood constellation (Stern, 1997): life and growth, primary relationship, support matrix and reorganization of identity. They all needed to be adapted so as to take into account the particularities of the malformation context. he results showed an evolution of the maternal representations during the psychotherapy, which allowed the mother to express her feelings regarding malformation and to re-experience some of her more primitive conflicts. She changed from a more partial and idealized to a more integrated view of the baby, revealing potential evolution and vulnerability, at the same time. The mother-baby relationship got closer, as the mother could tolerate more the baby's dependence and his need for special care, without feeling so incompetent and guilty. The mother's social support was clearly reinforced, which led her to get closer to her family of origin and to feel more supported and understood by the husband. Finally, the mother seemed to gradually assume the maternal role, even though it was still very tied to her identity as daughter. In spite of an expressive reduction in the scores of BDI after the psychotherapy (31 to 11 points), the mother's psychic instability and her fragility remained very strong, even at the end of the psychotherapy, suggesting a reserved prognostic and the need for indication of a more systematic treatment, especially in view of the child's malformation which continued to deeply affect the family’s life.
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Representações acerca da maternidade em mães com indicadores de depressão ao longo de uma psicoterapia breve pais-bebê / Representations concerning the motherhood in mothers with depression indicators along a brief parent-baby psychotherapySchwengber, Daniela Delias de Sousa January 2007 (has links)
O presente estudo investigou eventuais modificações nas representações acerca da maternidade em mães com indicadores de depressão ao longo de uma psicoterapia breve pais-bebê. Participaram do estudo duas famílias com mães com indicadores de depressão, de acordo com o Inventário Beck de Depressão e uma entrevista diagnóstica. Foi utilizado um delineamento de estudo de casos coletivo, sendo que as representações maternas foram examinadas em três momentos: antes, durante e após a psicoterapia. As entrevistas e as sessões de psicoterapia foram analisadas a partir dos quatro eixos interpretativos que constituem a constelação da maternidade proposta por Stern (1997): vida-crescimento; relacionar-se primário; matriz de apoio; e reorganização da identidade. Os resultados revelaram que em ambos os casos as mudanças nas representações das mães acerca do relacionamento com suas próprias mães desempenharam um papel central na reelaboração de esquemas a respeito de si mesma, do bebê e do relacionamento conjugal. Verificou-se também que as representações de cada mãe estiveram atreladas às suas histórias de vida, sugerindo uma estreita associação entre seus conflitos pregressos e a interação atual com o marido e com o bebê. Apesar das particularidades verificadas em cada caso, não foram encontrados indicadores de depressão em nenhuma das mães ao final da psicoterapia. Discutem-se os alcances e limitações da psicoterapia breve paisbebê como intervenção no contexto da depressão materna, apontando-se para a efetividade da utilização dos temas da constelação da maternidade como eixos interpretativos na avaliação de processo psicoterápico envolvendo pais e bebê. / The present study investigated eventual changes in the representations concerning the motherhood in mothers with depression indicators along a brief parent-baby psychotherapy. This study sample was composed by two families whose mothers had presented depression indicators according to Beck Depression Inventory and a diagnostic interview. A collective case study design was used. The maternal representations were examined in three moments: before, during and after the psychotherapy. The interviews and the psychotherapy sessions were analyzed according the four interpretative axes of the motherhood constellation proposed by Stern (1997): life-growth; the primary relatedness; supporting matrix; and identity reorganization. The results revealed that in both cases the changes in the mothers representations concerning the relationship with their own mothers played a central part in the reorganization of squem regarding herself, the baby and the marital relationship. It was verified that each mothers representations were harnessed to their life histories, suggesting a narrow association between their past conflicts and the current interaction with the husband and with the baby. In spite of the particularities verified in each case, they were not found depression indicators in none of the mothers at the end of the psychotherapy. The limitations of the brief parent-baby psychotherapy reached in the context of maternal depression are discussed, being pointed for the effectiveness of the use of the themes of the motherhood constellation as interpretative axes in the evaluation of psychotherapic process involving parents and baby.
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