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Formação interprofissional para o trabalho em equipe: uma análise a partir dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família / Training for interprofessional teamwork: an analysis from the Family Health Support Centers.Freire Filho, José Rodrigues 22 August 2014 (has links)
A inserção de profissionais de diferentes áreas do conhecimento nas equipes de atenção primária no país é uma estratégia nova, cujo atual estágio de desenvolvimento viabiliza a implantação de grupos de diferentes formações profissionais. Nessa lógica, a estratégia de Educação Interprofissional (EIP) tem fomentado pesquisas, no sentido de discutir modos de viabilizar uma formação em saúde arraigada no compartilhamento de saberes e na prática da colaboração profissional. Nessa linha se insere esta pesquisa, cujo objetivo foi verificar princípios da EIP nas estratégias de formação para o trabalho em equipe no âmbito dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) de uma microrregião de saúde de Minas Gerais. Desenvolveu-se um estudo exploratório, qualitativo, com 21 profissionais componentes de equipes NASF da Microrregião de Saúde de Passos/Piumhi. A coleta de dados foi efetivada por meio de três grupos realizados em fevereiro de 2014, nos municípios de Alpinópolis, Passos e Piumhi. Os dados pertinentes à caracterização da amostra foram tratados por estatística descritiva e os depoimentos por análise de conteúdo temática. Dessa emergiu quatro categorias de análise: O trabalho em equipe: conceitos e significações; Interfaces do trabalho em equipe: forças propulsoras e limitantes; Processos acadêmicos de formação em saúde: preparação para o trabalho em equipe?; Processos de formação em serviço para o trabalho em equipe. Amostra majoritariamente feminina; com tempo de formação inferior a 10 anos; inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) há no máximo cinco anos; e no NASF, há no máximo dois anos. Os sujeitos do estudo significam o trabalho em equipe como uma prática interdisciplinar, que transcorre do compartilhamento de conhecimentos e experiências e da conformação de uma rede dialógica entre os diferentes profissionais da Atenção Básica. Como forças limitantes para a atuação em equipe destacaram a resistência aos NASF por parte dos profissionais da ESF; a incipiência do médico como integrante da equipe; a demanda populacional e de atribuições excessivas e; a instabilidade da gestão pública. Como forças propulsoras: o processo de comunicação e perfil profissional que corresponda às necessidades da saúde pública. Evidenciou-se que os profissionais foram submetidos a um processo de formação alicerçado em modelos de ensino baseado na fragmentação do cuidado. No entanto, foi revelado que o estágio curricular é um recurso que oportuniza a formação para o trabalho em equipe. Verificou-se que inexistem processos formais de educação no âmbito do serviço, sobretudo com vistas à aquisição de habilidades para o trabalho em equipe. Nesse cenário, as reuniões de equipe foram apontadas como uma ferramenta profícua ao aprendizado interprofissional, viabilizadas a partir dos pressupostos da Educação Permanente em Saúde. Destarte, reflete-se que mesmo com a inclusão das mais diversas profissões da saúde no campo da Atenção Básica, ainda há grandes desafios para o desenvolvimento do trabalho em equipe na lógica da formação interprofissional. Imprime-se a necessidade de reorientação dos modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem com ênfase na EIP e as propostas de ensino no serviço baseada na prática colaborativa e integrada. / The inclusion of professionals from different areas of knowledge in primary care teams in the country is a new strategy, whose current stage of development enables the deployment of groups from different professional backgrounds. In this logic, the strategy of interprofessional education (IPE) has encouraged research in order to discuss ways of facilitating health training based in the sharing of knowledge and the practice of professional collaboration. As part of this idea, this research aimed to verify the principles of IPE in the training strategies for teamwork within the Family Health Support Centers (NASF) of a Minas Gerais state region. An exploratory, qualitative study was developed, with 21 professionals of NASF teams from Passos/Piumhi health region. Data collection was done with three groups, and conducted in February 2014 in the cities of Alpinópolis, Passos and Piumhi. The data relevant to the characterization of the sample data were analyzed via descriptive statistics and testimonials by thematic content analysis. Four categories emerged from this analysis: Teamwork: concepts and meanings; Teamwork interfaces: driving and restraining forces; Health education academic processes: preparation for teamwork?; Service training procedures for teamwork. Mainly female sample, with no more than 10 years of training time, working into the public system for five years max, and in NASF for no more than two years. The study subjects see teamwork as an interdisciplinary practice, which comes from the sharing of knowledge and experience and from the conformation of a dialogical network between different primary care professionals. As limiting forces for teamwork they pointed the resistance to NASF by FHS professionals; the ignorance of the physician as a team member; the population demand and excessive duties and; the public management instability. As driving forces: the process of communication and professional profile that meets the needs of public health. It was evident that professionals have undergone a training process, built on models of teaching based on the fragmentation of care. However, it was revealed that the traineeship is a resource that provides opportunities for teamwork training. No formal in-service education processes was found, particularly if aiming to the acquisition of skills for teamwork. In this scenario, staff meetings have been identified as a useful tool to interprofessional learning, made possible from the assumptions of Continuing Education in Health. Thus, it is clear that even with the inclusion of several health professions in the field of primary care, there are still major challenges to the development of teamwork in the sense of interprofessional education. The need for reorientation of the pedagogical models of teaching and learning with an emphasis on IPE, and the proposals for in-service education based on collaborative and integrated practice are marked.
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Formação interprofissional para o trabalho em equipe: uma análise a partir dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família / Training for interprofessional teamwork: an analysis from the Family Health Support Centers.José Rodrigues Freire Filho 22 August 2014 (has links)
A inserção de profissionais de diferentes áreas do conhecimento nas equipes de atenção primária no país é uma estratégia nova, cujo atual estágio de desenvolvimento viabiliza a implantação de grupos de diferentes formações profissionais. Nessa lógica, a estratégia de Educação Interprofissional (EIP) tem fomentado pesquisas, no sentido de discutir modos de viabilizar uma formação em saúde arraigada no compartilhamento de saberes e na prática da colaboração profissional. Nessa linha se insere esta pesquisa, cujo objetivo foi verificar princípios da EIP nas estratégias de formação para o trabalho em equipe no âmbito dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) de uma microrregião de saúde de Minas Gerais. Desenvolveu-se um estudo exploratório, qualitativo, com 21 profissionais componentes de equipes NASF da Microrregião de Saúde de Passos/Piumhi. A coleta de dados foi efetivada por meio de três grupos realizados em fevereiro de 2014, nos municípios de Alpinópolis, Passos e Piumhi. Os dados pertinentes à caracterização da amostra foram tratados por estatística descritiva e os depoimentos por análise de conteúdo temática. Dessa emergiu quatro categorias de análise: O trabalho em equipe: conceitos e significações; Interfaces do trabalho em equipe: forças propulsoras e limitantes; Processos acadêmicos de formação em saúde: preparação para o trabalho em equipe?; Processos de formação em serviço para o trabalho em equipe. Amostra majoritariamente feminina; com tempo de formação inferior a 10 anos; inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) há no máximo cinco anos; e no NASF, há no máximo dois anos. Os sujeitos do estudo significam o trabalho em equipe como uma prática interdisciplinar, que transcorre do compartilhamento de conhecimentos e experiências e da conformação de uma rede dialógica entre os diferentes profissionais da Atenção Básica. Como forças limitantes para a atuação em equipe destacaram a resistência aos NASF por parte dos profissionais da ESF; a incipiência do médico como integrante da equipe; a demanda populacional e de atribuições excessivas e; a instabilidade da gestão pública. Como forças propulsoras: o processo de comunicação e perfil profissional que corresponda às necessidades da saúde pública. Evidenciou-se que os profissionais foram submetidos a um processo de formação alicerçado em modelos de ensino baseado na fragmentação do cuidado. No entanto, foi revelado que o estágio curricular é um recurso que oportuniza a formação para o trabalho em equipe. Verificou-se que inexistem processos formais de educação no âmbito do serviço, sobretudo com vistas à aquisição de habilidades para o trabalho em equipe. Nesse cenário, as reuniões de equipe foram apontadas como uma ferramenta profícua ao aprendizado interprofissional, viabilizadas a partir dos pressupostos da Educação Permanente em Saúde. Destarte, reflete-se que mesmo com a inclusão das mais diversas profissões da saúde no campo da Atenção Básica, ainda há grandes desafios para o desenvolvimento do trabalho em equipe na lógica da formação interprofissional. Imprime-se a necessidade de reorientação dos modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem com ênfase na EIP e as propostas de ensino no serviço baseada na prática colaborativa e integrada. / The inclusion of professionals from different areas of knowledge in primary care teams in the country is a new strategy, whose current stage of development enables the deployment of groups from different professional backgrounds. In this logic, the strategy of interprofessional education (IPE) has encouraged research in order to discuss ways of facilitating health training based in the sharing of knowledge and the practice of professional collaboration. As part of this idea, this research aimed to verify the principles of IPE in the training strategies for teamwork within the Family Health Support Centers (NASF) of a Minas Gerais state region. An exploratory, qualitative study was developed, with 21 professionals of NASF teams from Passos/Piumhi health region. Data collection was done with three groups, and conducted in February 2014 in the cities of Alpinópolis, Passos and Piumhi. The data relevant to the characterization of the sample data were analyzed via descriptive statistics and testimonials by thematic content analysis. Four categories emerged from this analysis: Teamwork: concepts and meanings; Teamwork interfaces: driving and restraining forces; Health education academic processes: preparation for teamwork?; Service training procedures for teamwork. Mainly female sample, with no more than 10 years of training time, working into the public system for five years max, and in NASF for no more than two years. The study subjects see teamwork as an interdisciplinary practice, which comes from the sharing of knowledge and experience and from the conformation of a dialogical network between different primary care professionals. As limiting forces for teamwork they pointed the resistance to NASF by FHS professionals; the ignorance of the physician as a team member; the population demand and excessive duties and; the public management instability. As driving forces: the process of communication and professional profile that meets the needs of public health. It was evident that professionals have undergone a training process, built on models of teaching based on the fragmentation of care. However, it was revealed that the traineeship is a resource that provides opportunities for teamwork training. No formal in-service education processes was found, particularly if aiming to the acquisition of skills for teamwork. In this scenario, staff meetings have been identified as a useful tool to interprofessional learning, made possible from the assumptions of Continuing Education in Health. Thus, it is clear that even with the inclusion of several health professions in the field of primary care, there are still major challenges to the development of teamwork in the sense of interprofessional education. The need for reorientation of the pedagogical models of teaching and learning with an emphasis on IPE, and the proposals for in-service education based on collaborative and integrated practice are marked.
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O dispositivo apoio matricial em saúde mental no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: uma clínica da transicionalidade?Bei, Alice Wilmers 16 April 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:30:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Alice Wilmers Bei.pdf: 1142558 bytes, checksum: 5fe923417fe058f0f4b1be5f9328c6d8 (MD5)
Previous issue date: 2012-04-16 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This
research
concerns
the
study
of
mental
health
wide-‐spectrum
clinic
in
primary
care,
put
in
practice
by
monitoring
the
Matrix
Support
activities
of
a
Center
for
Support
to
Family
Health
(NASF)
team
in
São
Paulo.
The
aim
was
to
reflect
on
the
type
of
clinic
interaction
produced
between
the
NASF
team
and
a
family
health
team
(ESF),
focusing
on
the
"imaginary
of
madness",
the
medication
issue
and
the
possibility
of
creating
new
modes
of
Subjectivation.
In
order
to
accomplish
this
the
study
used
a
case
under
construction
by
the
two
teams,
analyzing
how
NASF's
support
facilitates,
or
not,
the
process
of
producing
an
extended
clinic,
transforming
the
traditional
clinic.
In
this
sense,
the
study
used
the
concept
of
transitionality
presented
by
Winnicott
in
order
to
reflect
on
the
creative
experiences
and
those
of
singularization,
and
to
discuss
the
creation
of
new
modes
of
Subjectivation
in
the
clinic
generated
between
the
teams
concerned.
In
this
study,
NASF
has
been
recognized
as
important
by
the
ESF,
so
it
was
offered
help
and
support
when
dealing
with
complex
cases,
beyond
psychiatric
intervention
and
understanding
of
mental
disorders;
support
was
still
considered
in
face
of
a
chaotic
reality,
which
itself
generates
illnesses.
However,
in
this
context,
the
majority
of
professionals
has
demonstrated
difficulty
in
creating
new
clinical
interventions,
which
might
go
beyond
those
already
established.
In
order
to
better
allow
for
creative
processes
and
experiences
of
transitionality
emerged
out
of
the
clinic,
the
need
was
recognized
for
more
support
to
professionals,
especially
those
of
NASF,
who
offer
matrix
support,
but
do
not
receive
it / Esta
pesquisa
refere-‐se
ao
estudo
da
clínica
ampliada
em
saúde
mental
na
Atenção
Básica,
realizada
através
do
acompanhamento
do
trabalho
de
Apoio
Matricial
de
uma
equipe
de
Núcleo
de
Atenção
à
Saúde
da
Família
(NASF)
no
Município
de
São
Paulo.
Teve
como
proposta
refletir
sobre
o
tipo
de
clínica
produzido
entre
o
NASF
e
uma
equipe
de
saúde
da
família
(ESF),
tendo
como
foco
de
investigação
o
imaginário
sobre
loucura,
a
questão
medicamentosa
e
a
possibilidade
de
criação
de
novos
modos
de
subjetivação.
Para
tanto,
valeu-‐se
de
um
caso
clínico
em
construção
por
ambas
as
equipes,
analisando-‐se
de
que
forma
o
Apoio
do
NASF
facilita,
ou
não,
o
processo
de
produção
de
uma
clínica
ampliada,
transformadora
da
clínica
tradicional.
Neste
sentido,
utilizou-‐se
o
conceito
transicionalidade,
apresentado
por
Winnicott
para
pensar
as
experiências
criativas
e
de
singularização,
para
se
discutir
sobre
a
criação
de
novos
modos
de
subjetivação
na
clínica
produzida
entre
as
equipes
em
questão.
Neste
estudo,
o
NASF
foi
reconhecido
como
importante
pela
ESF,
no
sentido
de
oferecer-‐lhe
ajuda
e
suporte
para
o
atendimento
de
casos
complexos,
para
além
da
compreensão
e
intervenção
psiquiátrica
dos
transtornos
mentais;
foi
considerado
ainda
apoio
para
o
enfrentamento
de
uma
realidade
de
trabalho
caótica
e
por
si
só
geradora
de
adoecimentos.
Entretanto,
neste
contexto,
grande
parte
dos
profissionais
demonstrou
dificuldade
em
criar
novas
intervenções
clínicas,
que
ultrapassassem
as
já
estabelecidas.
Para
favorecer
o
processo
criativo
e
a
vivência
de
experiências
de
transicionalidade
na
e
a
partir
da
clínica,
foi
percebida
a
necessidade
de
haver
mais
apoio
aos
profissionais,
especialmente
os
do
NASF,
que
oferecem
matriciamento,
mas
não
o
recebem
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A gênese dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família.Almeida, Erika Rodrigues 30 June 2016 (has links)
Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2017-03-10T12:49:24Z
No. of bitstreams: 1
Tese ERIKA ALMEIDA. 2016.pdf: 2229055 bytes, checksum: 21c2179898e7676b09c88f1ad99e41bc (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2017-03-10T13:39:34Z (GMT) No. of bitstreams: 1
Tese ERIKA ALMEIDA. 2016.pdf: 2229055 bytes, checksum: 21c2179898e7676b09c88f1ad99e41bc (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-10T13:39:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Tese ERIKA ALMEIDA. 2016.pdf: 2229055 bytes, checksum: 21c2179898e7676b09c88f1ad99e41bc (MD5) / Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram instituídos em 2008 como um arranjo organizacional constituído por equipe de profissionais de diferentes áreas de conhecimento, voltadas à concessão de apoio técnico-pedagógico e/ou clínico-terapêutico às equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Por meio do compartilhamento de práticas em saúde nos territórios cobertos pela ESF, e com atividades focadas no cuidado integral à saúde dos usuários da rede, o objetivo destes núcleos é ampliar a abrangência e o escopo das ações de Atenção Primária à Saúde (APS), com vistas ao aumento da resolubilidade neste nível de atenção. Apesar de ampla capilaridade e adesão ao NASF, poucos estudos acerca do tema são encontrados na literatura científica, estando muitos deles restritos ao debate acerca da inserção de determinados núcleos profissionais no âmbito da APS. Com o objetivo de melhor compreender as condições históricas de possibilidade para a emergência do NASF, buscando superar a "amnésia da gênese", e fundamentado na teoria do social de Pierre Bourdieu e no estudo das trajetórias dos principais agentes envolvidos com sua formulação e implementação, o presente estudo analisou a sociogênese do NASF. Foram utilizadas como fontes de informação documentos técnicos e normativos, além de entrevistas em profundidade com agentes envolvidos na concepção do NASF, utilizando-se roteiro de entrevista semiestruturada. A análise dos resultados obtidos evidenciou quatro momentos distintos na trajetória de construção do NASF, definidos pelo conjunto de disputas travadas e pelos agentes e posições ocupadas por estes no espaço da APS. O primeiro momento, compreendido entre 2000 e 2002, caracterizou-se pelas primeiras articulações em torno da necessidade de construção de uma proposta de ampliação das equipes de APS; o segundo momento, correspondente ao período de 2003 a 2005, apresentou como produto final o Núcleo de Atenção Integral à Saúde da Família (NAISF), cujo desenho era centrado em ações de caráter curativo e individual, com foco na integralidade da atenção, e desenvolvido por equipes com composição previamente definida; o terceiro momento, de 2005 a 2006, foi caracterizado pela revogação da portaria que instituiu o NAISF e por um “vácuo” no debate acerca da ampliação das equipes de APS; e o quarto momento, compreendido entre 2007 e 2008, resultou no NASF, cuja proposta centraria suas ações no apoio às equipes de Saúde da Família, numa perspectiva de matriciamento de saberes e práticas. Além disso, categorias médicas, em especial aquelas relacionadas às Práticas Integrativas e Complementares, foram incorporadas nesta segunda proposta. A análise do desenho de ambas as propostas sinaliza que o NAISF-NASF, enquanto parte da política de APS no Brasil, contribui ora para a implantação de propostas alternativas ou de modelos contra-hegemônicos de atenção à saúde, que rompem com o modelo médico-sanitarista, hegemônico na história de organização do sistema de saúde brasileiro, ora fortalecem este modelo hegemônico, com o diferencial de que o cuidado deixa de ser centrado exclusivamente na figura do médico, e passa a ser centrado na figura dos profissionais do NASF. Estes achados não apenas se mostram oportunos para elucidar importantes lacunas do conhecimento científico, como servem para subsidiar debates em torno de possíveis reformulações do NASF, de modo que esta iniciativa seja implementada para potencializar a mudança do modelo de atenção à saúde, visando o fortalecimento da APS e a consolidação do SUS.
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Narrativas de um trabalho em saúde na atenção básica: território, NASF e produção do cuidado / Narratives of healthcare work in Primary Health Care: territory, NASF and production of careAlaion, Allana Rodrigues 15 December 2017 (has links)
Na construção da ação de um NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), recém-implantado, em conjunto com uma USAFA (Unidade de Saúde da Família) no território do Sítio Conceiçãozinha, bairro da periferia do município de Guarujá, criou-se uma pesquisa cartográfica sobre os processos de constituição de um saber-fazer e a produção do cuidado no cotidiano do trabalho em saúde. No acompanhamento das atividades já existentes, o incômodo frente ao modo como as questões de Saúde Mental Infantil eram acolhidas até o momento, que se mostrava insuficiente diante do que era percebido, produziu a necessidade de organização de outro jeito de acolher, e a rodinha de conversa constituiu-se como um espaço de acolhimento para as crianças e suas famílias, em encontros quinzenais de uma hora, intercalando-se atendimento ao grupo de responsáveis e ao grupo de crianças. Uma atividade que produziu alterações nos fluxos da rede, em que Atenção Básica, Saúde Mental, Assistência Social, Educação, as famílias e as crianças passaram a compreender este espaço e a utilizá-lo de distintas maneiras. A narrativa surge nesta dissertação como uma estratégia possível para organizar os movimentos de construção de um dispositivo de cuidado no território, neste caso, a rodinha de conversa, como uma ação comum dos profissionais do NASF, da USAFA e da rede, apontando os esforços, as parcerias estabelecidas, as alterações nos fluxos da rede, as disputas, as capturas, entre outros elementos. Ao escrever as narrativas, deu-se visibilidade também ao próprio processo de escrita, que é atravessado por forças que disputam a direção de como pretende ser anunciada a experiência neste trabalho em saúde. Um constante exercício de (re)escrita que permite a experiência falar / In the construction of the action of a NASF (Family Health Support Center), recently implanted, alongside a USAFA (Family Health Unit) in the territory of Sítio Conceiçãozinha, a neighborhood in the outskirts of Guarujá, a cartographic research on the processes of know-how constitution and the production of care in the day-to-day of the healthcare work was created. In the monitoring of the already existing activities, the discomfort face to the way these Child Mental Health questions were received up to the moment, which showed to be insufficient in the face of what was noticed, produced the need of organizing another way of receiving, and the conversation circle was constituted as a welcoming place for the children and their families, in one-hour biweekly meetings intertwining support to the group of those in charge of the children and to the group of children itself. An activity that has produced changes in the flows of the network, in which Primary Health Care, Mental Health, Social Assistance, Education, the families and the children have come to understand this space and to use it in different ways. The narrative appears in this thesis as a possible strategy to organize the movements of building a care instrument in the territory, which in this case is the conversation circle, as a common action of the NASF professionals, of the USAFA and of the network, indicating the efforts, the estabilished partnerships, the changes in the flows of the network, the competitions, the catches, among other elements. In writing the narratives, visibility was also given to the process of writing itself, which is crossed by powers that dispute the direction of how the experience in this healthcare work is intended to be announced. A continuous exercise of (re)writing that allows for the experience to speak
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Núcleo de apoio à saúde da família : um estudo sobre processo de trabalho e educação em serviçoPrado, Silvia Salvador do January 2015 (has links)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação. / Esta pesquisa teve como objetivo compreender como ocorre o processo de trabalho e a educação em serviço no trabalho da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) no desenvolvimento da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). O referencial teórico do estudo se deu com base em Ricardo Burg Ceccim, Laura C. M. Feuwerwerker, Emerson Elias Merhy, Maria Cristina Davini, Eliana Claudia de Otero Ribeiro, José Inácio Jardim Motta, Paulo Freire. O local do estudo foi o município de Içara (SC). Os sujeitos foram 05 dos 06 profissionais que compõem a equipe do NASF: psicólogo, farmacêutico, assistente social, nutricionista e fisioterapeuta. Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram entrevista semiestruturada, observação direta e análise documental. Os resultados foram analisados por categorias empíricas pré-estabelecidas: Composição e funcionamento do NASF no município de Içara; Dificuldades e possibilidades dos membros do NASF para a realização de seu trabalho; Estratégias de Educação em serviço desenvolvidas pelo NASF. A composição do NASF no momento da pesquisa passou por modificações desde sua implantação, e também sua forma de trabalho passou por muitas mudanças. O NASF de Içara vem evoluindo em suas atribuições enquanto equipe de apoio, apresentando dificuldades e possibilidades em seu processo de trabalho. As dificuldades identificadas na pesquisa foram: número excessivo de ESF para uma única equipe de NASF; carga horária reduzida de alguns profissionais que atuam no NASF; limitação em criar espaços coletivos para problematização do processo de trabalho por dificuldade de acessar algumas equipes de ESF; dificuldade em desenvolver o apoio matricial; problema na dimensão financeira para aquisição de alguns insumos para desenvolvimento das ações da atenção básica. No que tange às possibilidades, foram identificadas: apoio da gestão (coordenação de Atenção Básica) no trabalho desenvolvido pela equipe; coesão do grupo, o qual, mesmo com suas diferenças, é coeso na defesa das propostas defendidas por ele; Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização institucionalizado como política pública, o Núcleo Municipal de Educação Permanente em Saúde e Humanização (NEPSHU); rede de atenção à saúde com diversos pontos de atenção nos quais há inúmeras possibilidades de trabalho em conjunto com o NASF e ESF; facilidade no deslocamento para as unidades de saúde. Na formação inicial dos profissionais do NASF, a maioria foi pouco contemplada com princípios do SUS e da Atenção Primária em Saúde, uma vez que esses sujeitos concluíram sua formação inicial nos primeiros anos do nascimento do SUS. Em relação às aproximações da equipe do NASF aos pressupostos da Educação Permanente em Saúde (EPS) ou da Educação Continuada (EC), o grupo apresenta características de ambos os pressupostos. No discurso dos sujeitos apresenta-se um predomínio dos pressupostos da EPS (afirmam que é necessário discutir sobre seus problemas, que quando buscam informações pensam no grupo e não apenas no que é possível realizar a partir de sua própria formação), mas nas práticas há um maior predomínio da EC (na elaboração de projetos excluem outros sujeitos, subestimam o conhecimento do outro). Evidencia-se que a EPS é uma ferramenta importante na efetivação dos princípios da Atenção Básica em Saúde. No contexto da equipe pesquisada, percebem-se momentos de em a EPS faz parte das suas ações e assim se apresenta como uma possibilidade crescente no trabalho da equipe pesquisada.
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Narrativas de um trabalho em saúde na atenção básica: território, NASF e produção do cuidado / Narratives of healthcare work in Primary Health Care: territory, NASF and production of careAllana Rodrigues Alaion 15 December 2017 (has links)
Na construção da ação de um NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), recém-implantado, em conjunto com uma USAFA (Unidade de Saúde da Família) no território do Sítio Conceiçãozinha, bairro da periferia do município de Guarujá, criou-se uma pesquisa cartográfica sobre os processos de constituição de um saber-fazer e a produção do cuidado no cotidiano do trabalho em saúde. No acompanhamento das atividades já existentes, o incômodo frente ao modo como as questões de Saúde Mental Infantil eram acolhidas até o momento, que se mostrava insuficiente diante do que era percebido, produziu a necessidade de organização de outro jeito de acolher, e a rodinha de conversa constituiu-se como um espaço de acolhimento para as crianças e suas famílias, em encontros quinzenais de uma hora, intercalando-se atendimento ao grupo de responsáveis e ao grupo de crianças. Uma atividade que produziu alterações nos fluxos da rede, em que Atenção Básica, Saúde Mental, Assistência Social, Educação, as famílias e as crianças passaram a compreender este espaço e a utilizá-lo de distintas maneiras. A narrativa surge nesta dissertação como uma estratégia possível para organizar os movimentos de construção de um dispositivo de cuidado no território, neste caso, a rodinha de conversa, como uma ação comum dos profissionais do NASF, da USAFA e da rede, apontando os esforços, as parcerias estabelecidas, as alterações nos fluxos da rede, as disputas, as capturas, entre outros elementos. Ao escrever as narrativas, deu-se visibilidade também ao próprio processo de escrita, que é atravessado por forças que disputam a direção de como pretende ser anunciada a experiência neste trabalho em saúde. Um constante exercício de (re)escrita que permite a experiência falar / In the construction of the action of a NASF (Family Health Support Center), recently implanted, alongside a USAFA (Family Health Unit) in the territory of Sítio Conceiçãozinha, a neighborhood in the outskirts of Guarujá, a cartographic research on the processes of know-how constitution and the production of care in the day-to-day of the healthcare work was created. In the monitoring of the already existing activities, the discomfort face to the way these Child Mental Health questions were received up to the moment, which showed to be insufficient in the face of what was noticed, produced the need of organizing another way of receiving, and the conversation circle was constituted as a welcoming place for the children and their families, in one-hour biweekly meetings intertwining support to the group of those in charge of the children and to the group of children itself. An activity that has produced changes in the flows of the network, in which Primary Health Care, Mental Health, Social Assistance, Education, the families and the children have come to understand this space and to use it in different ways. The narrative appears in this thesis as a possible strategy to organize the movements of building a care instrument in the territory, which in this case is the conversation circle, as a common action of the NASF professionals, of the USAFA and of the network, indicating the efforts, the estabilished partnerships, the changes in the flows of the network, the competitions, the catches, among other elements. In writing the narratives, visibility was also given to the process of writing itself, which is crossed by powers that dispute the direction of how the experience in this healthcare work is intended to be announced. A continuous exercise of (re)writing that allows for the experience to speak
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Atuação do enfermeiro de Atenção Básica no âmbito da articulação da prática interprofissional / Nurse actions in basic healthcare in the scope of interprofessional articulationAguiar, Carla 25 November 2013 (has links)
Introdução: O estudo propõe analisar o trabalho do enfermeiro na atenção básica de saúde, no contexto das relações entre trabalhadores da equipe de saúde da família e do núcleo de apoio à saúde da família (NASF), para conhecer como se dá a participação do enfermeiro na promoção de ações interprofissionais. Objetivos: Identificar as ações interprofissionais nas quais o enfermeiro participa e analisar as concepções dos profissionais de saúde das unidades básicas de saúde (UBS) sobre a participação do enfermeiro nas ações interprofissionais e sobre o trabalho em equipe. Método: Estudo de caso com abordagem qualitativa realizado em uma UBS da região sul do município de São Paulo. Coleta de dados através de observação direta do trabalho das equipes e entrevista com base na técnica de incidente crítico, com 15 profissionais de uma Equipe de Saúde da Família, Saúde Bucal e NASF. Na análise utilizou-se análise temática e triangulação. Resultados: Foram identificados oito tipos de ações interprofissionais nas quais o enfermeiro participa: consulta compartilhada, consulta de enfermagem que se desdobra em consulta compartilhada, atendimento compartilhado, espaço de troca e oportunidades de articulação, discussão de dúvidas, coordenação do cuidado, encaminhamentos pela enfermeira para outros profissionais e encaminhamentos de outros profissionais para a enfermeira. Os resultados mostraram o predomínio de consultas compartilhadas com médico e profissionais do NASF e que o conjunto das ações interprofissionais são orientadas por duas lógicas distintas: lógica das necessidades de saúde do usuário e lógica de agilizar o atendimento, ou a combinação de ambas. Independentemente da orientação da ação, foram identificadas duas abordagens também distintas: biomédica ou atenção integral à saúde. Conclusão: As ações interprofissionais observadas evidenciam características de trabalho em equipe integrado e prática colaborativa, destacando-se a atuação da enfermeira como agente de distribuição e convergência de informações e sua participação na ação interprofissional, em especial relacionada à prática clínica. Nas ações interprofissionais orientadas pela lógica das necessidades de saúde, houve o predomínio da abordagem pautada na busca da integralidade e nas ações interprofissionais voltadas à lógica de agilizar o atendimento, predominou a abordagem biomédica, com foco na doença e aspectos a ela relacionados. As ações desenvolvidas em conjunto entre enfermeira e profissionais do NASF, evidenciam a atuação deste como recurso de matriciamento e de apoio técnico-pedagógico, pois tanto representa a extensão da abordagem das necessidades de saúde de usuários, como educação permanente dos envolvidos / Introduction: In this study we propose to analyze the work of the basic healthcare nurse in the context of the relationship between workers of the family healthcare team and the support nucleus of the family healthcare (NASF -- núcleo de apoio à saúde da família) to acknowledge how the participation of the nurse in the promotion of interprofessional actions occurs. Objective: Identify the interprofessional actions where the nurse takes part and analyze the ideas of the healthcare professionals of the healthcare basic units (UBS -- unidades básicas de saúde) on nurse participation in interprofessional actions and in teamwork. Method: Case study with a qualitative approach conducted in a UBS of the southern area of the municipality of São Paulo. Data collection through direct observation of the work of the teams, and interviews based on the critical incidents technique, with 15 professionals of a Family Health Team, Buccal Health, and NASF. For the analysis, thematic analysis and triangulation were applied. Results: Eight types of interprofessional actions where the nurse takes part were identified: Shared visits, nurse visits that turns into a shared visit, shared care, a space for exchanges and articulation opportunities, discussion of issues, care coordination, referrals by the nurse to other professionals, and referrals of the other professionals to the nurse. The results have shown the predominance of shared visits with physicians and NASF professionals, and that the whole of interprofessional actions are guided by two different reasoning: Reasoning of the health needs of the user, and reasoning of speeding up the care, or a combination of both. Regardless of the action guidance, two approaches, also different, were identified: Biomedical or integral healthcare. Conclusion: The interprofessional actions observed point to integrated teamwork and collaborative practice characteristics, with the nurse action standing out as an agent of information delivery and convergence, and their participation in the interprofessional action, mainly in relation with the clinical practice. The interprofessional actions guided by the reasoning of health needs have shown the predominance of the approach ruled by the search of integrality, and in the interprofessional actions, directed by the reasoning of speeding up care, biomedical approach has prevailed, with focus on disease and their related aspects. The actions developed together by nurses and NASF professionals, point to its action as a matrix and technical and pedagogical support resource, for they represent the extension of the approach of health needs of the user as well as the permanent education of the involved
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Instrumento de avaliação de resultados de grupos realizados pelas equipes de núcleo de apoio à saúde da família na atenção primária à saúde / Assessment instrument results of groups conducted by the teams for family health support centers in primary health careSousa, Karina Prestupa de 20 June 2018 (has links)
O objeto deste estudo são os grupos realizados pelas equipes de Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) na Atenção Primária a Saúde (APS) e a avaliação de seus resultados enquanto tecnologia de cuidado e modalidade assistencial prioritária destas equipes ofertada a usuários com condições crônicas de saúde. A sistematização do processo de avaliação pode auxiliar na validação do grupo como tecnologia de cuidado eficaz e capaz de ofertar respostas às necessidades de saúde destes usuários. Objetivos: caracterizar os usuários participantes e os profissionais que coordenam estes grupos; identificar os motivos dos usuários para estarem no grupo e suas expectativas; identificar o perfil e características dos grupos e suas formas de avaliação e/ou instrumentos atualmente aplicados e refletir com os profissionais sobre em que visão de saúde e educação os grupos se apoiam; levantar junto às equipes as dificuldades e possibilidades para a realização de avaliações de resultados dos grupos em seu cotidiano; propor e elaborar um instrumento de avaliação de resultados dos grupos a partir das reflexões emergentes do processo da pesquisa e condizente com a realidade e processos de trabalho das equipes de NASF. Metodologia: trata-se de uma pesquisa-ação, realizada em Unidades Básicas de Saúde (UBS) com Estratégia de Saúde da Família (ESF), no Município de São Paulo. Os sujeitos da pesquisa foram os participantes dos grupos e os profissionais que coordenam os grupos. Para tratamento dos dados foi utilizada a análise temática de conteúdo. Resultados: Os usuários dos grupos eram predominantemente mulheres com faixa etária entre 60 e 70 anos e os aposentados representavam uma parcela de 37,8% do total. A maioria não tinha o ensino médio completo e suas principais ocupações eram na área de serviços e que demandavam menos qualificação. A maioria dos usuários (51%) participava do grupo por um período de tempo entre 1 e 3 anos ou mais, denotando um perfil de grupo aberto e de uso para encontros e socialização. Os principais motivos de participação no grupo foram: necessidade de tratar doenças crônicas; atender à orientação médica; receber apoio e encorajamento para mudança por meio do compartilhamento de experiências; por ser bem tratado e acolhido e encontrar no grupo um espaço de escuta. As expectativas foram, em menor número, adquirir conhecimento, aprender coisas novas e receber orientações para o manejo da condição de saúde e em maior número, para obter a melhora da saúde e qualidade de vida e prevenir complicações. O tempo médio de formação dos coordenadores dos grupos foi de 13,7 anos e a média de tempo de trabalho em equipes de NASF foi de 5,5 anos. As principais linhas de cuidado identificadas nos grupos pesquisados foram: 1.promoção de saúde; 2.alimentação e nutrição; 3.reabilitação física; e 4.saúde mental. Os objetivos destes grupos eram: 1.promover qualidade de vida, promover saúde, controlar e prevenir doenças crônicas, estimular e promover mudança de estilo de vida, estimular a prática de atividade física; 2.promover reeducação alimentar; 3.reduzir a dor crônica e melhorar função para atividades de vida diária; 4.ofertar cuidado em saúde mental, estimular atividade cognitiva, fomentar participação social e em atividades ocupacionais, promover socialização, ampliar rede de apoio, ofertar espaço de aprendizado e convivência, orientar sobre direitos e cidadania. Não havia consenso em relação às formas de avaliação no que se refere ao tipo de instrumento, aplicabilidade, periodicidade e análise dos dados. A visão de saúde em que os profissionais baseiam o grupo transita entre o conceito ampliado de saúde e o da saúde como norma e parcialmente no modelo conceitual dos determinantes sociais da saúde. As vertentes educativas dos grupos se aproximam dos conceitos de educação em saúde e educação e saúde. As principais dificuldades apontadas pelos profissionais para a realização da avaliação de resultados de grupos foram relativas à forma de organização dos processos de trabalho, à habilidade profissional para o manejo em avaliações de grupos, a questões referentes às características dos participantes, e, por fim, a falta de um instrumento que abarque a avaliação de todos os objetivos, contemple as necessidades do grupo e se adeque às questões anteriores, permitindo seu uso e análise posterior dos dados de forma sistematizada. Foi elaborado um instrumento global para avaliar o resultado de todos os grupos nas quatro linhas de cuidado a partir das reflexões e considerações emergentes do processo das oficinas, de modo a responder as necessidades dos profissionais. Os indicadores foram propostos a partir da visão de saúde e educação em que os profissionais embasavam os grupos e levando em conta as expectativas dos participantes. Conclusões: O instrumento propõe a facilitação do processo avaliativo dos grupos nas principais linhas de cuidado dos profissionais do NASF. Contempla os objetivos dos grupos e as expectativas dos usuários. Não esgota o problema, mas configura-se em um ponto de partida para trazer novas respostas e possibilidades para a avaliação de grupos, permitindo a sua revisão e aperfeiçoamento constante. / The object of this study are the groups conducted by the teams of the Family Health Support Center (Núcleo de Apoio a Saúde da Família - NASF) in Primary Health Care (PHC) and the evaluation of its results as a care technology and priority assistance mode of these teams offered to users with chronic health conditions. The systematization of the evaluation process to verify whether the objectives of the groups are being reached could assist in the validation of the group as a technology of effective care and be able to offer answers to the health needs of these users. Objectives: characterize the participating users and the professionals who coordinate these groups; identify users\' reasons for being in the group and their expectations; identify the profile and characteristics of the groups and their evaluation forms and/or instruments currently applied and reflect with the professionals about what idea of health and education the groups support; list, with help from the teams, the difficulties and possibilities for carrying out group results in their everyday reality; propose and develop an instrument to assess results of the groups from the reflections that emerge from the research process and consistent with the reality and work processes of the teams of NASF. Methodology: this is an action research, carried out in Basic Health Units - BHU (Unidades Básicas de Saúde - UBS) with the Family Health Strategy (FHS) in the Municipality of Sao Paulo. The research subjects were the participants of the groups and the professionals who coordinate the groups. Thematic content analysis was used for processing the data. Results: Users group were predominantly women, aged between 60 and 70 years-old and the retirees accounted for 37.8% of the total. The majority had not graduated from high school and their main occupations were in service areas and that required less qualification. The majority of users (51%) were in the group for a period of time between 1 and 3 years or more, denoting an open group profile and its use for meetings and socialization. The main reasons of participation in the group were: need to treat chronic diseases; to fill the medical advice; to receive support and encouragement to change through sharing of experiences; to be well treated and welcomed, and to find in the group a space for being heard. The expectations have been, in lesser number, to acquire knowledge, to learn new things and receive guidance for the management of health conditions, and in higher numbers, to improve health and quality of life and prevent complications. The average training time of the coordinators of the groups was 13.7 years and the average time working in NASF teams was 5.5 years. The main identified lines of care in the surveyed groups were: 1.health promotion; 2.food and nutrition; 3.physical rehabilitation; and 4.mental health. The objectives of these groups were: 1.to promote quality of life, to promote health, to control and prevent chronic diseases, to stimulate and promote lifestyle change, to encourage the practice of physical activity; 2. to promote nutritional education; 3.reduce chronic pain and improve function for every-day activities; 4.to offer mental health care, to stimulate cognitive activity, to promote social participation and in occupational activities, promoting socialization, expanding support network, to offer space for learning and living together, offer guidance about rights and citizenship. There was no consensus as to the forms of assessment regarding type of instrument, applicability, periodicity and data analysis. The health vision in which the professionals base the group transits between the \"extended concept of health and \"health as a norm, and partially on \"conceptual model of the social determinants of health. The educational aspects of the groups approach the concepts of \"health education and \"education and health. The main difficulties pointed out by the professionals to analyze the group\'s results were related to the structure of organization of the work processes, to the professional skill in managing group evaluations, to issues relating to the characteristics of the participants, and, finally, the lack of an instrument that encompasses the evaluation of all objectives, contemplating the needs of the group and adapting to earlier questions, allowing for its use and further data analysis in a systematic way. A global instrument was designed to assess the results of all groups in the four lines of care from the reflections and considerations that emerged from the workshops processes, in order to meet the needs of professionals. The indicators were considered from the understanding of health and education that the professionals had on the groups and taking into account the expectations of the participants. Conclusions: The instrument proposes the facilitation of the evaluation process of the groups in the main lines of care of NASF professionals. Covers the groups objectives and the expectations of the users. It does not extinguish the problem, but sets a starting point to bring new answers and possibilities for the group assessment, allowing its revision and improvement.
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Da precarização do trabalho às potencialidades do cuidado: a inserção de profissionais da psicologia nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) / From labor precariousness to care potentialities: the insertion of psychology professionals in Family Health Support Centers (NASF)Santos, Willian Tito Maia 15 May 2015 (has links)
Esta pesquisa buscou compreender as práticas e o trabalho multiprofissional, além de analisar o impacto da formação profissional, na atuação de profissionais da Psicologia em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) de um município do interior do nordeste do Brasil. Situando-me no campo das pesquisas qualitativas, utilizei duas estratégias de coleta de dados: a entrevista e a etnografia. A hermenêutica foi utilizada como método na interação com os sujeitos pesquisados e na análise dos dados colhidos em campo. Foram realizadas entrevistas com 6 psicólogas e 1 enfermeira atuante como referência do NASF. A etnografia foi realizada com 2 das psicólogas entrevistadas, acompanhando durante alguns meses suas atividades em campo. Todas as psicólogas entrevistadas se inseriram no NASF por indicação política e estavam vinculadas a uma cooperativa de serviços de saúde. Os maiores subsídios para suas atuações no NASF foram obtidos após a realização de suas graduações, através de cursos de pós-graduação e capacitações, além da experiência adquirida pela inserção em outras políticas públicas. Como estas profissionais lidavam semanalmente com 5 unidades de Saúde da Família com perfis diferentes, o processo de adaptação de suas ações era contínuo e desafiador. Elas enfrentavam no seu cotidiano várias formas de precarização do trabalho: vínculo informal e sem garantia de direitos trabalhistas, uma diversidade de dificuldades estruturais e de condições de trabalho. De forma geral, as profissionais desconheciam o significado do conceito de apoio matricial e sua relação com as ações desenvolvidas nos NASF. A maior parte das ações desenvolvidas se concentrava na realização de atendimentos individuais, atividades em grupo, salas de espera e visitas domiciliares. Outras ações eram desenvolvidas (tais como interconsulta e projeto terapêutico singular), mas de maneira pontual. A ênfase de suas ações se dava na dimensão clínico-assistencial do referencial teórico-metodológico do apoio matricial, com poucas ações técnico-pedagógicas sendo desenvolvidas com as equipes de Saúde da Família. Apesar da liberdade de ação e das inúmeras possibilidades de desenvolvimento de um cuidado ampliado e integral, essas profissionais tendiam a reproduzir uma ação próxima de uma lógica ambulatorial clínica tradicional, com poucas inovações em suas práticas e com reduzidas reflexões sobre o impacto de suas ações no âmbito do SUS / This research intended to comprehend multi-professional work and practices, as well as analyze the impact of professional formation in the performance of Psychology professionals in Family Health Support Centers (NASF) of a town in the interior of the northeast region of Brazil. Choosing the field of qualitative research, two strategies for data collection were used: interviews and ethnography. Hermeneutics was used as a method in the interaction with the research subjects and in the analysis of the collected data in the field. Interviews were conducted with six Psychologists and one nurse that was a NASF reference. The ethnography was undertaken with two of the interviewed Psychologists, following their field activities during some months. All the interviewed Psychologists were inserted in NASF through political connections and participated in a Health Services Cooperative. The basis for their performance at NASF was obtained after University graduation, in Post-Graduation courses and training courses, besides the experience acquired by the insertion in other public policies. As these professionals dealt weekly with five Family Health Support Centers with different profiles, the adapting process of their actions was continual and challenging. They faced in their daily routine several forms of precariousness of their labor, such as informal job linkage with no guarantee of working rights and a diversity of structural and working conditions difficulties. In general, the professionals did not know the meaning of the concept of matrix support and its relation to the actions performed in NASF. The majority of the developed actions focused on individual care, group activities, waiting rooms and house visits. Other actions were developed (as interconsultation and single therapeutical project), but only on occasion. The emphasis of the actions was in the assistential-clinical dimension of the theoretical and methodological reference of the matrix support, with few technical-pedagogical actions performed by the Family Health teams. In spite of the freedom of action and the numberless possibilities of developing an amplified and comprehensive care, these professionals tended to reproduce an action close to a traditional ambulatory and clinic logic, with few innovations in their practices and reduced reflections on the impact of their actions in the SUS environment
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