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Comportamento social e volume de substância branca cerebral em adolescentes vítimas de maus tratos / Social behavior and cerebral white matter volume in maltreated adolescents

Mariella Ometto Scarparo 02 May 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: A vivência de maus tratos na infância é apontada como um fator de risco para o desenvolvimento de comportamentos antissociais e traços psicopáticos. Estudos sugerem alterações estruturais de substância branca (SB) cerebral em vítimas de maus tratos, que podem estar subjacentes a sintomas psiquiátricos e dificuldades cognitivas. OBJETIVO: Investigar o comportamento social de adolescentes vítimas de maus tratos (A-VMT), através da comparação de suas habilidades sociais e traços de psicopatia com um grupo controle (GC), e de possíveis correlações destas medidas com os diferentes tipos de maus tratos e com o volume de SB cerebral. MÉTODO: Foram avaliados 67 A-VMT e 41 adolescentes do GC através do Questionário de Traumas na Infância (QUESI), da Psychopathy Checklist Youth Version (PCL-YV) e do Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA). Também foram adquiridas imagens anatômicas cerebrais através de equipamento de ressonância magnética (1,5T Siemens Sonata) e realizadas análises de morfometria baseada em voxels (VBM). RESULTADOS: Os A-VMT apresentaram maior intensidade de traços psicopáticos e mais déficits de habilidades sociais que o GC. A negligência emocional foi a forma de maus tratos que mais influenciou a presença de traços de psicopatia e que mais associou-se a prejuízos de habilidades sociais específicas. O volume de SB de regiões do hemisfério esquerdo (giro angular, precuneus e lobo parietal inferior) correlacionouse negativamente com o fator afetivo da PCL:YV. Além disso, foram encontradas correlações positivas entre o volume de SB de regiões de hemisfério direito com fatores de psicopatia: o volume do lobo parietal superior direito correlacionou-se com características interpessoais e o do giro pré-central com o fator antissocial. CONCLUSÃO: Os A-VMT apresentaram déficits do comportamento social quando comparados ao GC. O volume de SB de áreas cerebrais envolvidas no processamento de informações sociais e reconhecimento de emoções se correlacionou com traços específicos da psicopatia. A vivencia de maus tratos na infância pode contribuir para déficits na cognição social, o que por sua vez, pode predispor esta vulnerável população a alguns comportamentos antissociais / Introduction: Child maltreatment is considered a risk factor for the development of antisocial behaviors and psychopathic traits. Studies suggest that specific white matter tracts may be vulnerable to child maltreatment and their alterations can be associated with psychiatric symptoms and cognitive deficits. Aim: Compare social skills and psychopathic traits between maltreated adolescents (MTA) and a control group, as well as their possible correlations with different types of maltreatment and white matter volumes.. Method: The sample was composed by 67 MTA and 41 youths from the CG. Brain images were acquired by magnetic resonance imaging equipment (1,5T Siemens Sonata) for voxel-based morphometry analyses. The clinical evaluation was carried out using Childhood Trauma Inventory (CTQ), Social Skills Inventory for Adolescents (SSIA) and The Hare Psychopathy Checklist: Youth Version (PCL:YV). Results: MTA presented more psychopathic traits and social skills deficits than the CG. Emotional neglect was the only maltreatment subtype with significant effect on psychopathic traits, and it was correlated with specific social skills deficits. The white matter volumes of left hemisphere regions (angular gyrus, precuneus and inferior parietal lobe) were negatively correlated with PCL:YV affective factor scores. Moreover, positive correlations between white matter volume of right hemisphere areas (superior parietal lobe and precentral gyrus) and specific psychopathic traits (antisocial and interpersonal) were found. Conclusion: MTA presented social deficits when compared to CG. The white matter volume of brain areas associated with social information processing and emotion recognition was correlated with specific psychopathic traits. Child maltreatment may contribute to social cognition deficits and predispose this vulnerable population to psychopathic traits
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A nau das crianças-problema : entre a patologização do sofrimento psíquico na infância e a ética do cuidado na psicanálise

França, Rafaela Mota Paixão 11 April 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:08:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 rafaela_mota_paixao_franca.pdf: 1901983 bytes, checksum: 8a29a1ced5c5795c9d05d9e89c3c4a95 (MD5) Previous issue date: 2014-04-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The 'troubled-kids', who are seen as an expression of the contemporary malaise, appear as a representation of the allegory intended to place children's difficulties in our times. In this work, the result of theoretical research, we aim to problematize, from the analysis of the psychoanalytic concepts of psychological distress and disease, the pathology in the psyche suffering of children, in order to promote the building of clinical work marked by the ethics of care in psychoanalysis. Starting from the assumption that an overlap of these concepts would be in dialectical relation to the experiences of medicalization of life, we analyze how the infant psychopathology have been organized and what theoretical and clinical consequences result from it. To this end, we revisit the notion of childhood and child psychoanalysis, discussing the fundamental operations of the psychic constitution, as well as forms of subjective production that mark the childhood of the 21st century. In order to understand what has fittingly been called the best children, questioning the notion of normality in childhood, reflecting on the distinction between normative order and normality, health and disease, adequacy and submission to life. Finally, we present the ethics of care in psychoanalysis as an alternative to the challenges of the clinical child, arguing that it is necessary to break this logic of pathologizing of the psyche suffering of children, against the distinction between suffering and sick. We also highlight the importance of valuing the expression of a healthy lifestyle among children, from a creative appropriation of themselves and the world. / As crianças-problema , vistas como expressão do mal-estar contemporâneo, despontam como uma alegoria representativa do lugar destino às dificuldades infantis em nossos tempos. Neste trabalho, fruto de uma pesquisa de natureza teórica, objetivamos problematizar, a partir da análise dos conceitos psicanalíticos de sofrimento psíquico e doença, a patologização do sofrimento psíquico das crianças, com vistas a favorecer a construção de um exercício clínico marcado pela ética do cuidado em psicanálise. Partindo da suposição de que uma sobreposição destes conceitos estaria em relação dialética com as experiências de medicalizar a vida, analisamos como as psicopatologias infantis têm sido organizadas e quais os desdobramentos teórico-clínicos que delas decorrem. Para tanto, revisitamos a noção de infância e infantil na psicanálise, discutindo as operações fundamentais para a constituição psíquica, bem como as formas de produção subjetivas que marcam a infância do século XXI. Com vistas a compreender o que tem sido oportunamente chamado como o melhor das crianças, interrogamos a noção de normalidade na infância refletindo sobre a diferenciação entre ordem normativa e normalidade, saúde e doença, adequação e submissão à vida. Por fim, apresentamos a ética do cuidado em psicanálise como alternativa aos desafios da clínica infantil, defendendo que é necessário romper com esta lógica de patologização do sofrimento psíquico das crianças, frente ao reconhecimento da distinção entre sofrer e adoecer. Destacamos ainda a importância de valorizar a expressão de uma vida saudável entre as crianças, a partir de uma apropriação criativa de si e do mundo.
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Autolesão e produção de identidade

Arcoverde, Renata Lopes 23 April 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:29:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 renata_lopes_arcoverde.pdf: 584232 bytes, checksum: 4e24390bbce6fd6d08e5d19a7779dfa1 (MD5) Previous issue date: 2013-04-23 / Some fields of knowledge have been highlighted in the study of self-harm, such as medicine (especially psychiatry), psychology and psychoanalysis. These areas differentiate the acts of harming oneself as part of a specific culture or religious ritual from those recognized as pathologies or dysfunctional behavior. The last ones are considered as acts of self-destruction produced by individuals who need assistance so that they can stop self-injuring. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assuming that self-harm is a form of subjectivity produced and transformed by different speeches, depending on the social context in which it takes place, this study intends to analyze, using the post-structuralism perspective, messages left on Orkut virtual communities by people who self-harm and discuss their experiences in that social network. Results indicate discourses in common with the aforementioned fields of knowledge and with religion, as well as definitions of self-harm as art, a privileged way of expressing emotions or even a source of pleasure. Some internet users claim for the right to use their bodies as they please since it is meant to be their territory of intervention and their only, what can be understood as a movement of resistance to the rule of having a docile body. In conclusion, it is understood that the subjects involved with self-harm relate to their bodies and with virtual communities as means of producing identities. / Alguns saberes têm se destacado no estudo da autolesão, entre eles a medicina, (notadamente a psiquiatria), a psicologia e a psicanálise. Estes campos do conhecimento diferenciam os atos de ferir a si mesmo como parte de uma cultura específica ou ritual religioso das práticas autolesivas que são atribuídas a patologias ou disfunções. Estas últimas são consideradas como atos de autodestruição produzidos por pessoas que precisam de intervenções de especialistas para que deixem de ferir-se. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assim, a intenção deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva pós-estruturalista, mensagens de pessoas que se autolesionam e discutem a sua experiência em comunidades virtuais da rede social Orkut. Resultados indicam que além dos discursos em comum com os citados campos de saber e com a religião, há ainda quem defina a autolesão como arte, maneira privilegiada de expressão das emoções ou mesmo fonte de prazer. Alguns internautas reivindicam o corpo como território de intervenção pertencente unicamente a si próprios, reclamando o direito de utilizá-lo como bem entendem, no que se pode caracterizar como um movimento de resistência à norma de ter que apresentar um corpo dócil. Por fim, compreende-se que os sujeitos envolvidos nessa prática relacionam-se com seu corpo e com as comunidades de que participam enquanto locais de produção de identidades.
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Mecanismes moleculars en el transtorn de la conducta alimentària: estudis en humans i en model murins

Mercader Bigas, Josep Maria 11 July 2008 (has links)
Els trastorns de la conducta alimentària (TCA) tenen una etiologia complexa en la que hi intervenen factors de predisposició socioculturals, ambientals i genètics. S'ha aprofundit en les bases moleculars dels TCA mitjançant estudis en pacients i en models murins. S'ha descrit una alteració en la concentració de BDNF en plasma de pacients, una correlació d'aquests nivells amb trets psicopatològics, i una associació de determinats polimorfismes a bulímia nerviosa i als nivells de BDNF en plasma. Un estudi d'associació en vàries poblacions ha demostrat una forta associació de variants del gen NTRK3, amb epistasi amb NGF, a TCA. Un model de sobreexpressió de BDNF confirma el seu paper en la regulació del pes corporal i estableix un possible vincle entre BDNF i la fisiopatologia de les tremolors. La caracterització del ratolí anx/anx suggereix que pot ser un model de la síndrome caquètica que acompanya malalties com el càncer, la SIDA o les malalties autoimmunitàries. / Eating disorders (ED) are complex disorders were environmental, sociocultural and genetic factors are involved. We have improved the knowledge of the genetic basis of ED through studies involving ED patients and murine models. Altered BDNF blood levels have been linked to ED and its related psychopathological traits. In addition several polymorphisms in the BDNF gene have been associated to bulimia nervosa and BDNF plasma levels. A family based association study has shown a strong association of NTRK3 variants to ED which show epistasis with NGF. The generation of an overexpression mouse model for BDNF confirms its role in body weight regulation and establishes a possible link between BDNF and the pathophysiology of tremors. The characterization of the anx/anx mouse model suggests that it may be a good model for the cachexia syndrome that accompanies certain chronic or inflammatory diseases such as cancer, AIDS or autoimmune diseases.

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