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De Quarto de despejo a Le dépotoir, o processo de refração na reescrita do diário de Carolina Maria de Jesus / From Quarto de Despejo to Le Dépotoir, the refraction process on Carolina Maria de Jesuss diarys rewritingOliveira, Érica Cristina de 26 October 2012 (has links)
Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, foi lido e discutido em treze idiomas, dentre eles o francês. A história da mulher negra e semianalfabeta que viveu na favela do Canindé, em São Paulo, foi divulgada pela primeira vez na França em 1962 sob o título de Le Dépotoir. Publicado no Brasil em 1960, após revisão do jornalista Audálio Dantas, Quarto de Despejo, tal qual os leitores o conheceram, em muito se difere dos manuscritos da autora. Apesar de sua pouca alfabetização dois anos de escola Carolina, graças ao gosto pela leitura cultivado desde a infância, deu vida a uma obra cujas páginas revelam uma linguagem singular: aos seus erros de ortografia e sintaxe, a escritora alia um vocabulário rebuscado. Na transposição dos manuscritos ao livro publicado, Dantas substituiu quase todos os termos cultos da autora por correspondentes coloquiais no intuito de reforçar o estereótipo da favelada que escreve. Ou seja, no trabalho de edição do Quarto houve a atuação de uma ideologia que buscou influenciar o modo como o público veria Carolina e leria seu diário. Andre Lefevere, em Mother courages cucumbers : text, system and refraction in a theory of literature (1982), explica que a refração é a adaptação de uma obra literária para um público diferente, com a intenção de influenciar a forma como o público lerá a obra. Nesse sentido, a tradução é indicada pelo autor como um tipo de refração. Partindo do pressuposto de que o livro publicado no Brasil constituiu uma refração do verdadeiro texto de Carolina, e de que, segundo Lefevere, o processo de refração se manifesta na tradução, as publicações do diário caroliniano em diferentes idiomas difundiram pelo mundo uma imagem ainda mais refratada da autora e de seus escritos. Nosso objetivo é, pois, analisar o texto de Le Dépotoir a partir da noção lefeveriana de refração, a fim de mostrarmos como a imagem de Carolina e de sua vida no Canindé foram refratadas no original e, consequentemente, no diário traduzido. / Quarto de Despejo, diary written by Carolina Maria de Jesus, has been read and discussed within thirteen languages, French among them. The history of a semi-illiterate black woman who lived in the slums of Canindé, in São Paulo, was divulged for the first time in France in 1962 and entitled Le Dépotoir. Published in Brazil in 1960, after being revised by the journalist Audálio Dantas, Quarto de Despejo, just as its readers recognise it, mostly differs from the authors writings. Despite her low-rated literacy two years in school Carolina, inspired by a taste for reading since her childhood, brought life up to a piece of work in which pages unveil singular language: the writer allies laboured vocabulary to spelling and syntax mistakes. On the transposition of her writings to the publishing, Dantas substituted almost every formal terms used by the author for informal terms with a view to reinforcing the slum writing stereotype. In other words, there has been an ideological act on the edition of Quarto so as to influence the way the public would see Carolina and would read her diary. Andre Lefevere, in Mother courages cucumbers: text, system and refraction in a theory of literature (1982), explains that refraction is the adaptation of a certain literary work to a different public, so as to influence the way this public will read the book. According to that, the translation is suggested by the author as a kind of refraction. Having as an idea that the book published in Brazil is considered a refraction of Carolinas real text, and, according to Lefevere, that the refraction process is manifested in the translation, Carolinas diary publications in different languages disseminated throughout the world an even refracted image of the author and her writings. We aim to analyse the text in Le Dépotoir based on Lefeveres notions of refraction with a view to showing how Carolinas image and her life in Canindé have been refracted into the original text and consequently into the translated diary.
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De Quarto de despejo a Le dépotoir, o processo de refração na reescrita do diário de Carolina Maria de Jesus / From Quarto de Despejo to Le Dépotoir, the refraction process on Carolina Maria de Jesuss diarys rewritingÉrica Cristina de Oliveira 26 October 2012 (has links)
Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, foi lido e discutido em treze idiomas, dentre eles o francês. A história da mulher negra e semianalfabeta que viveu na favela do Canindé, em São Paulo, foi divulgada pela primeira vez na França em 1962 sob o título de Le Dépotoir. Publicado no Brasil em 1960, após revisão do jornalista Audálio Dantas, Quarto de Despejo, tal qual os leitores o conheceram, em muito se difere dos manuscritos da autora. Apesar de sua pouca alfabetização dois anos de escola Carolina, graças ao gosto pela leitura cultivado desde a infância, deu vida a uma obra cujas páginas revelam uma linguagem singular: aos seus erros de ortografia e sintaxe, a escritora alia um vocabulário rebuscado. Na transposição dos manuscritos ao livro publicado, Dantas substituiu quase todos os termos cultos da autora por correspondentes coloquiais no intuito de reforçar o estereótipo da favelada que escreve. Ou seja, no trabalho de edição do Quarto houve a atuação de uma ideologia que buscou influenciar o modo como o público veria Carolina e leria seu diário. Andre Lefevere, em Mother courages cucumbers : text, system and refraction in a theory of literature (1982), explica que a refração é a adaptação de uma obra literária para um público diferente, com a intenção de influenciar a forma como o público lerá a obra. Nesse sentido, a tradução é indicada pelo autor como um tipo de refração. Partindo do pressuposto de que o livro publicado no Brasil constituiu uma refração do verdadeiro texto de Carolina, e de que, segundo Lefevere, o processo de refração se manifesta na tradução, as publicações do diário caroliniano em diferentes idiomas difundiram pelo mundo uma imagem ainda mais refratada da autora e de seus escritos. Nosso objetivo é, pois, analisar o texto de Le Dépotoir a partir da noção lefeveriana de refração, a fim de mostrarmos como a imagem de Carolina e de sua vida no Canindé foram refratadas no original e, consequentemente, no diário traduzido. / Quarto de Despejo, diary written by Carolina Maria de Jesus, has been read and discussed within thirteen languages, French among them. The history of a semi-illiterate black woman who lived in the slums of Canindé, in São Paulo, was divulged for the first time in France in 1962 and entitled Le Dépotoir. Published in Brazil in 1960, after being revised by the journalist Audálio Dantas, Quarto de Despejo, just as its readers recognise it, mostly differs from the authors writings. Despite her low-rated literacy two years in school Carolina, inspired by a taste for reading since her childhood, brought life up to a piece of work in which pages unveil singular language: the writer allies laboured vocabulary to spelling and syntax mistakes. On the transposition of her writings to the publishing, Dantas substituted almost every formal terms used by the author for informal terms with a view to reinforcing the slum writing stereotype. In other words, there has been an ideological act on the edition of Quarto so as to influence the way the public would see Carolina and would read her diary. Andre Lefevere, in Mother courages cucumbers: text, system and refraction in a theory of literature (1982), explains that refraction is the adaptation of a certain literary work to a different public, so as to influence the way this public will read the book. According to that, the translation is suggested by the author as a kind of refraction. Having as an idea that the book published in Brazil is considered a refraction of Carolinas real text, and, according to Lefevere, that the refraction process is manifested in the translation, Carolinas diary publications in different languages disseminated throughout the world an even refracted image of the author and her writings. We aim to analyse the text in Le Dépotoir based on Lefeveres notions of refraction with a view to showing how Carolinas image and her life in Canindé have been refracted into the original text and consequently into the translated diary.
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The Political, Social, Historical, and Literary Significance of the Writings of Carolina Maria de JesusBrown, Kristin Alexis 08 March 2011 (has links) (PDF)
The writings of Carolina Maria de Jesus, specifically Quarto de despejo, Casa de alvenaria, Diario de Bitita, and poetry selections from her collection Minha antologia are oft times excluded from "canonical" literature. Many critics both in the press and in academic circles refuse to recognize her writings and story as works of merit, focusing primarily on surface issues without addressing the content of her works. The reason for this is complex, spanning the issues of race, education, socio-economic status, and gender. Contrary to the arguments of many critics over the past sixty years, Carolina's writings are valuable in a political, social, historical, and literary sense. She wrote of her fight against hunger, poverty, and prejudice, and spoke out against the practices of politicians and members of the middle and upper classes towards the poor. Her works contain experiences from a member of Brazil's marginalized population during the mid-twentieth century, something that had never before been published.
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A literatura vista de baixo: o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus / Literature from below: the book Quarto de despejo, by Carolina Maria de JesusGonçalves, Emanuel Régis Gomes January 2014 (has links)
GONÇALVES, Emanuel Régis Gomes. A literatura vista de baixo: o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. 2014. 101f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-01-20T11:39:21Z
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Previous issue date: 2014 / Este trabalho propõe-se a um estudo do livro Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus, associando-o à modalidade de criação literária e perspectiva conceitual que optamos por chamar de literatura vista de baixo. Entendemos por esta última categoria a produção literária das camadas sociais subalternas e marginalizadas socialmente e, simultaneamente, uma perspectiva teórica que valorize as diferenças entre esse tipo de literatura e a literatura erudita, historicamente associada às elites sociais e culturais em diferentes espaços e períodos. Na obra em questão é narrado o dia-a-dia miserável e violento da autora, na hoje extinta favela do Canindé e também nos percursos que faz pela cidade de São Paulo, entre os anos de 1955 a 1960, dentro do quadro político e ideológico conhecido em nossa historiografia como “desenvolvimentismo”, pautado por vertiginoso crescimento urbano e industrialização do país. Nosso objetivo geral é, além de investigar como a criação literária, nos planos do conteúdo e da expressão, foi condicionada, no livro Quarto de despejo, pela origem de classe e a situação de miséria de sua autora, desenvolver a noção de “literatura vista de baixo” como uma chave teórica para explicar os limites da representação da pobreza pela literatura culta do Brasil. Procuramos, ao mesmo tempo, traçar um breve panorama da representação da pobreza na literatura brasileira pós semana de 22, a partir de autores e obras-chave de nossas letras, analisando de que forma o universo erudito literário relacionou-se com o mundo material e mental das classes subalternas. Tentamos também mostrar as consequências temáticas e formais que advêm da inversão de lugar do pobre, quando este passa de objeto para sujeito de sua própria representação literária. As bases teóricas principais das análises realizadas nesse projeto serão os estudos de Antonio Candido sobre a relação entre literatura e sociedade (CANDIDO, 1965) e de Roberto Schwarz sobre a representação da pobreza na literatura brasileira (SCHWARZ et alli, 1983), bem como a consulta de obras historiográficas e sociológicas que abordam a literatura e as questões de poder, como os trabalhos de Carlo Guinzburg (2006) e Pierre Bourdieu (2009) sobre a micro-história e o poder simbólico, respectivamente.
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Carolina Maria de Jesus e a paixão pela escrita: um estudo sociolinguístico de Quarto de Despejo / Carolina Maria de Jesus and the passion for writing: a sociolinguistic study of Child of the darkMelo, Pedro da Silva de 27 March 2014 (has links)
Esta dissertação tem dois objetivos básicos: primeiro, investigar se há marcas de oralidade na linguagem narrativa e das personagens do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977); segundo, examinar como essas manifestações se processam linguisticamente no texto no plano lexical. Suscitam-se, portanto, duas perguntas: Primeira: Há em Quarto de despejo manifestações linguísticas da oralidade? Segunda: Em caso afirmativo, em que níveis essa oralidade se processa linguisticamente? Para responder a essas perguntas, temos a hipótese de que a língua falada foi aproveitada de maneira mais ou menos inconsciente pela autora de Quarto de despejo e que, entre vários níveis linguísticos, a oralidade se manifesta de maneira notável em nível lexical, por meio de um vocabulário de uso popular. Estudar-se-á como o léxico da linguagem narrativa e das personagens apresenta efeitos de língua falada, tornando o texto dinâmico e expressivo. Este trabalho está teoricamente fundamentado em pressupostos da Sociolinguística e da Estilística. A metodologia de trabalho envolveu várias leituras da obra, anotações de vocabulário e análises à luz da teoria proposta. Estabelecem-se relações entre fala e escrita, compreendidas não como uma dicotomia, mas como polos de um continuum tipológico. Nesse continuum, um gênero da escrita pode apresentar características da fala e vice-versa. Ressalte-se que, tendo em vista esse referencial teórico, a narrativa de Quarto de despejo não é considerada um texto oral, mas um texto escrito em cuja enunciação se evidencia a presença da oralidade graças a um leque de vocábulos expressivos. / This thesis has two basic goals: first, to investigate whether there are marks of orality in the narrative language and lines from the characters from the book \"Child of the dark: The diary of Carolina Maria de Jesus\", by Carolina Maria de Jesus (1914-1977); secondly, to examine how these manifestations are processed linguistically into the text on the lexical sphere. Two questions, therefore, are raised: First: are there linguistic manifestations of orality in Child of the dark? Second: if so, at what levels is this orality processed linguistically? To answer those questions, we hypothesized that the spoken language was used more or less unconsciously by the author of Child of the dark, and that between several linguistic levels, orality manifests itself in a remarkable manner in the lexical level, by use of a colloquial vocabulary. We shall study how the lexicon of the narrative language and of the characters has effects of the spoken language, making the text dynamic and expressive. This paper is theoretically grounded in assumptions of Sociolinguistic and Stylistic. The work methodology involved several readings of the book, vocabulary annotations and analysis in the light of the proposed theory. Relationships between speech and writing are set, understood not as a dichotomy but as poles of a typological continuum. In this continuum, a genre of writing can display characteristics of speech and vice versa. It is emphasized that, in view of that theoretical framework, the narrative of Child of the dark is not regarded as an oral text, but as a written text where enunciation highlights the presence of orality using a variety of expressive vocabularies.
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Do exotismo à denúncia social: sobre a recepção de Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, na Alemanha / From exotism to social denounce: on the reception of Quarto de despejo by Carolina Maria de Jesus in GermanyNascimento, Raquel Alves dos Santos 29 February 2016 (has links)
Esse trabalho visa examinar o potencial e o impacto da recepção, na Alemanha, do livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus (Sacramento, 14 de março de 1914 São Paulo, 13 de fevereiro de 1977), valendo-se para tanto de resenhas de jornais alemães publicadas sobre a obra e a autora para reunir elementos que nos possibilitem entender como e por meio de quais recursos e agentes, a tradução de Quarto de despejo alcançou sete edições naquele país. A moldura teórica para a esta pesquisa fundamenta-se nos Estudos Descritivos da Tradução - (TOURY 1995), (LÉFEVÈRE, 1992) e a teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1979); bem como o conceito de paratexto de Genette (1987) - que marcam na década de 1970 uma mudança na maneira de estudar e entender a tradução de literatura, depositando seu foco no produto do traduzir, em seu público alvo e recepção. Também pilar dessa pesquisa é o trabalho com o corpus que tem por base a Linguística de Corpus que viabilizou a identificação de palavras-chave nos textos estudados. Estas nos permitiram mapear eixos temáticos, a partir dos quais apontamos aqui algumas condicionantes da recepção da obra, tanto em uma perspectiva sincrônica ao examinar cada texto em particular, quanto diacrônica ao estudar a evolução de conceitos no tempo. Estas condicionantes evidenciaram, a partir da repercussão de Quarto de Despejo e de Carolina de Jesus, um deslocamento do interesse na recepção da literatura brasileira traduzida na Alemanha do exotismo para a denúncia social. / This paper aims at examining the potential and impact of the book reception Quarto de despejo (Child of the Dark) by Carolina Maria de Jesus (1914 1977) in Germany, by making use of German newspaper reviews published on the work and life of the author, in search of elements to understand how and by which resources and agents, the translation of Quarto de despejo hired seven editions in that country. The theoretical framework for this research is based on the Descriptive Translation Studies - (TOURY 1995), (LÉFEVÈRE, 1992), Even-Zohar\'s (1979) polisystems theory, Genette\'s (1987) paratext concept - and working with the corpus that is based on the Corpus Linguistics. The latter enabled the identification of key words in the studied texts, which allowed us to map out possible themes, from which we point out some conditions of the works reception, both on a synchronic perspective to examine each text in particular, and on a diachronic one to study the evolution of concepts in time. These conditions showed, based on the repercussion of Quarto de Despejo and its author Carolina Maria de Jesus, a transition on the brazilian literature reception interest in Germany from exotism to social denounce.
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Do exotismo à denúncia social: sobre a recepção de Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, na Alemanha / From exotism to social denounce: on the reception of Quarto de despejo by Carolina Maria de Jesus in GermanyRaquel Alves dos Santos Nascimento 29 February 2016 (has links)
Esse trabalho visa examinar o potencial e o impacto da recepção, na Alemanha, do livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus (Sacramento, 14 de março de 1914 São Paulo, 13 de fevereiro de 1977), valendo-se para tanto de resenhas de jornais alemães publicadas sobre a obra e a autora para reunir elementos que nos possibilitem entender como e por meio de quais recursos e agentes, a tradução de Quarto de despejo alcançou sete edições naquele país. A moldura teórica para a esta pesquisa fundamenta-se nos Estudos Descritivos da Tradução - (TOURY 1995), (LÉFEVÈRE, 1992) e a teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1979); bem como o conceito de paratexto de Genette (1987) - que marcam na década de 1970 uma mudança na maneira de estudar e entender a tradução de literatura, depositando seu foco no produto do traduzir, em seu público alvo e recepção. Também pilar dessa pesquisa é o trabalho com o corpus que tem por base a Linguística de Corpus que viabilizou a identificação de palavras-chave nos textos estudados. Estas nos permitiram mapear eixos temáticos, a partir dos quais apontamos aqui algumas condicionantes da recepção da obra, tanto em uma perspectiva sincrônica ao examinar cada texto em particular, quanto diacrônica ao estudar a evolução de conceitos no tempo. Estas condicionantes evidenciaram, a partir da repercussão de Quarto de Despejo e de Carolina de Jesus, um deslocamento do interesse na recepção da literatura brasileira traduzida na Alemanha do exotismo para a denúncia social. / This paper aims at examining the potential and impact of the book reception Quarto de despejo (Child of the Dark) by Carolina Maria de Jesus (1914 1977) in Germany, by making use of German newspaper reviews published on the work and life of the author, in search of elements to understand how and by which resources and agents, the translation of Quarto de despejo hired seven editions in that country. The theoretical framework for this research is based on the Descriptive Translation Studies - (TOURY 1995), (LÉFEVÈRE, 1992), Even-Zohar\'s (1979) polisystems theory, Genette\'s (1987) paratext concept - and working with the corpus that is based on the Corpus Linguistics. The latter enabled the identification of key words in the studied texts, which allowed us to map out possible themes, from which we point out some conditions of the works reception, both on a synchronic perspective to examine each text in particular, and on a diachronic one to study the evolution of concepts in time. These conditions showed, based on the repercussion of Quarto de Despejo and its author Carolina Maria de Jesus, a transition on the brazilian literature reception interest in Germany from exotism to social denounce.
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Carolina Maria de Jesus e a paixão pela escrita: um estudo sociolinguístico de Quarto de Despejo / Carolina Maria de Jesus and the passion for writing: a sociolinguistic study of Child of the darkPedro da Silva de Melo 27 March 2014 (has links)
Esta dissertação tem dois objetivos básicos: primeiro, investigar se há marcas de oralidade na linguagem narrativa e das personagens do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977); segundo, examinar como essas manifestações se processam linguisticamente no texto no plano lexical. Suscitam-se, portanto, duas perguntas: Primeira: Há em Quarto de despejo manifestações linguísticas da oralidade? Segunda: Em caso afirmativo, em que níveis essa oralidade se processa linguisticamente? Para responder a essas perguntas, temos a hipótese de que a língua falada foi aproveitada de maneira mais ou menos inconsciente pela autora de Quarto de despejo e que, entre vários níveis linguísticos, a oralidade se manifesta de maneira notável em nível lexical, por meio de um vocabulário de uso popular. Estudar-se-á como o léxico da linguagem narrativa e das personagens apresenta efeitos de língua falada, tornando o texto dinâmico e expressivo. Este trabalho está teoricamente fundamentado em pressupostos da Sociolinguística e da Estilística. A metodologia de trabalho envolveu várias leituras da obra, anotações de vocabulário e análises à luz da teoria proposta. Estabelecem-se relações entre fala e escrita, compreendidas não como uma dicotomia, mas como polos de um continuum tipológico. Nesse continuum, um gênero da escrita pode apresentar características da fala e vice-versa. Ressalte-se que, tendo em vista esse referencial teórico, a narrativa de Quarto de despejo não é considerada um texto oral, mas um texto escrito em cuja enunciação se evidencia a presença da oralidade graças a um leque de vocábulos expressivos. / This thesis has two basic goals: first, to investigate whether there are marks of orality in the narrative language and lines from the characters from the book \"Child of the dark: The diary of Carolina Maria de Jesus\", by Carolina Maria de Jesus (1914-1977); secondly, to examine how these manifestations are processed linguistically into the text on the lexical sphere. Two questions, therefore, are raised: First: are there linguistic manifestations of orality in Child of the dark? Second: if so, at what levels is this orality processed linguistically? To answer those questions, we hypothesized that the spoken language was used more or less unconsciously by the author of Child of the dark, and that between several linguistic levels, orality manifests itself in a remarkable manner in the lexical level, by use of a colloquial vocabulary. We shall study how the lexicon of the narrative language and of the characters has effects of the spoken language, making the text dynamic and expressive. This paper is theoretically grounded in assumptions of Sociolinguistic and Stylistic. The work methodology involved several readings of the book, vocabulary annotations and analysis in the light of the proposed theory. Relationships between speech and writing are set, understood not as a dichotomy but as poles of a typological continuum. In this continuum, a genre of writing can display characteristics of speech and vice versa. It is emphasized that, in view of that theoretical framework, the narrative of Child of the dark is not regarded as an oral text, but as a written text where enunciation highlights the presence of orality using a variety of expressive vocabularies.
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Subjetividades femininas: mulheres negras sob o olhar de Carolina Maria de Jesus, Maria Conceição Evaristo e Paulina ChizianeCosta, Renata Jesus da 29 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-04-29 / Fundação Ford / This dissertation studied the female subjects in the following literary masterpieces: Quarto de despejo: diário de uma favelada, published in 1960, written by the Brazilian Carolina Maria de Jesus, Ponciá Vicêncio, published in 2003, by the also Brazilian Maria Conceição Evaristo Brito, and Niketche: uma história de poligamia, published in 2004, by the southern Mozambiquean Paulina Chiziane. The opportunities which motivated their creation originated from the desire to support a debate about Black Women from the point of view of their partners. Based on that, it is possible to visualize a historical experience for those women, in which the prevailing factor is the importance of their daily art to survive: in contrast with representations formulated either by men or white women.
The option to explore cultural spaces as well as distinctive historical periods reflects the attempt to avoid the crystallization of generic images of black female individuals, which form these authors narrative. Their perspective follow a new trend in women studies. In addition, because history and literature overlap in this study, it reveals the importance of the female writing as an open space for black and white women to reinvent their own identity / Esta dissertação procurou refletir sobre o sujeito feminino nas obras das seguintes autoras: Quarto de despejo: diário de uma favelada, publicado em 1960, da mineira Carolina Maria de Jesus, Ponciá Vicêncio, publicado em 2003, da também mineira Maria Conceição Evaristo Brito, e Niketche: uma história de poligamia, publicado em 2004, da sul moçambicana Paulina Chiziane. Os ensejos que impulsionaram o seu surgimento remontam ao desejo de fundamentar um debate sobre a mulher negra a partir da visão de seus pares. Sob este prisma acredita-se ser possível a visualização de uma experiência histórica para estas mulheres, na qual, o que prevalece é a importância de suas artes cotidianas pela sobrevivência em detrimento das representações formuladas por homens ou por mulheres brancas.
A opção por explorar espaços culturais e períodos históricos distintos reflete a preocupação de tentar não cristalizar imagens genéricas sob os sujeitos femininos negros, que compõem a narrativa destas escritoras. Perspectiva que vai de encontro às novas tendências dos estudos feministas. Além disso, o fato deste estudo ter sido subsidiado pelo entrelaçamento entre história e literatura revela a importância da escrita feminina como um espaço em que as mulheres negras/brancas reinventam a própria identidade
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