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Dieta, atividade autonômica e efeitos do orlistat em pacientes com síndrome dos ovários policísticos

Graff, Scheila Karen January 2016 (has links)
A síndrome dos ovários policísticos (PCOS) é o distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizado por anovulação crônica e manifestações de hiperandrogenismo. O sobrepeso e a obesidade afetam a maioria das mulheres com PCOS e, quando presentes, podem acentuar as alterações reprodutivas e metabólicas associadas à síndrome. Dessa forma, a redução de peso através da restrição calórica é de suma importância nas mulheres com PCOS e excesso de peso. Entretanto, ainda não está estabelecido se a composição da dieta por si só pode ter efeitos significativos sobre as alterações metabólicas e hormonais da PCOS. Poucos ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito de diferentes intervenções dietéticas foram realizados em mulheres com PCOS, sendo que os estudos existentes apresentam, em sua maioria, curta duração e pequeno tamanho amostral. Dietas com redução de carboidratos, assim como dietas com baixo índice glicêmico e carga glicêmica têm sido o principal foco de estudo em mulheres com PCOS e, embora os resultados sejam controversos, estudos demonstram superioridade desses tipos de dieta em relação a uma dieta convencional na melhora do perfil antropométrico e da sensibilidade insulínica. Por outro lado, mudanças de estilo de vida podem não ser suficientes para promover uma redução de peso significativa e intervenções farmacêuticas podem ser necessárias. O orlistat é um fármaco usado no tratamento da obesidade que age através da inibição das lipases gástricas e pancreáticas e não tem efeitos adversos sistêmicos, sendo o único fármaco antiobesidade disponível em muitos países. Dessa forma, com o objetivo de avaliar os efeitos do orlistat nas variáveis clínicas relacionadas à perda de peso, assim como comparar esses efeitos com aqueles obtidos com o uso da metformina, em mulheres com PCOS, realizou-se uma revisão sistemática e meta-análise. Os resultados dessa revisão sistemática sugerem que o orlistat leva a uma redução significativa do peso/índice de massa corporal (IMC) em mulheres com PCOS. Além disso, os resultados da meta-análise evidenciaram que o orlistat e a metformina têm efeitos similares na redução de IMC, testosterona, Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistance (HOMA-IR) e insulina em mulheres com PCOS com sobrepeso e obesidade. Outro fator a ser considerado é o aumento do risco cardiovascular associado à PCOS. Estudos demonstram que as alterações cardiovasculares pré-clínicas são mais frequentes nesta população do que em mulheres sem a síndrome de mesma idade. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é a medida das variações cíclicas dos intervalos entre as batidas cardíacas (intervalo R-R), e reflete a função cardíaca autonômica. Alterações na VFC podem refletir doença cardiovascular subclínica. A redução do consumo de gordura saturada tem um importante papel na prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares. Dessa forma, realizou-se um estudo com objetivo de avaliar se o consumo de ácidos graxos saturados (SFA) está associado com VFC em mulheres com PCOS. Oitenta e quatro mulheres com PCOS foram incluídas no estudo. A análise da VFC foi realizada no repouso e após teste de stress mental. As participantes foram estratificadas de acordo com a mediana do consumo de SFA (8,5% do consumo energético total), avaliado por questionário de frequência alimentar. Os resultados desse estudo indicam que o menor consumo de SFA combinado com menor consumo de carne vermelha e maior consumo de frutas, vegetais e feijões está associado com melhor VFC em resposta ao stress e níveis circulantes mais baixos de testosterona em mulheres com PCOS. / Polycystic ovary syndrome (PCOS), the most common endocrinological disorder in women of reproductive age, is characterized by hyperandrogenism and chronic anovulation. Obesity or overweight affect most of patients with PCOS and may accentuate reproductive and metabolic issues. Thus, weight reduction through calorie restriction is extremely important in overweight/obese PCOS women. However, it remains unclear whether the diet composition per se may have significant effects on metabolic and hormonal issues of PCOS. A few randomized controlled trials (RCTs) evaluating the effect of different dietary interventions have been performed in PCOS women, and most studies have short-term and small sample size. Low-carbohydrate diets as well as diets with low glycemic index and glycemic load have been the main focus of studies in PCOS women, and although the results are controversial, studies demonstrated superiority of these diets in relation to a conventional diet in improving anthropometric profile and insulin sensitivity. On the other hand, lifestyle changes may not be sufficient to promote significant weight loss, and pharmaceutical interventions may be required. Orlistat is a drug for the treatment of obesity that acts by inhibiting gastric and pancreatic lipases. Orlistat does not have systemic adverse effects and it is currently the sole anti-obesity agent available in many countries. In this way, a systematic review and meta-analysis was performed. The aim was to assess the effects of orlistat on weight loss-associated clinical variables and to compare these effects to those obtained with metformin treatment in overweight/obese women with PCOS. The results of this systematic review indicate that orlistat leads to significant reduction in weight/body mass index (BMI) in PCOS. In addition, the results of meta-analysis indicate that orlistat and metformin have similar effects in reducing BMI, HOMA, testosterone and insulin in overweight/obese PCOS women. Another point to consider is the increased cardiovascular risk associated with PCOS. Studies have demonstrated that preclinical cardiovascular disorders are more frequent in PCOS than in women without the syndrome of same age. The heart rate variability (HRV) is a measure of the time variation between heart beats (R-R interval), and reflects autonomic cardiac function. Alterations in HRV may reflect subclinical cardiovascular disease. Reduction in saturated fat intake has an important role in primary and secondary of cardiovascular disease. Thus, we performed a study assessing whether dietary saturated fatty acids (SFA) intake is associated with stress-induced HRV in patients with PCOS. Eighty-four PCOS women were included in the study. The HRV analysis was performed at rest and after mental stress test. Participants were stratified by median SFA intake (8.5% of daily energy intake), assessed by food frequency questionnaire. The results indicate that lower SFA intake is associated with more favorable stress-related HRV and lower testosterone in women with PCOS.
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Frequência de polimorfismos nos genes codificadores das enzimas 17βHSD5 e aromatase em mulheres com diferentes fenótipos da síndrome dos ovários policísticos e resposta ao tratamento com anticoncepcional oral

Maier, Polyana Sartori January 2012 (has links)
A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é a endocrinopatia mais frequente em mulheres na idade reprodutiva, além de ser a causa mais comum de hiperandrogenismo e anovulação crônica. Diferentes fenótipos da PCOS foram identificados, e um melhor entendimento dessas diferentes apresentações clínicas se faz necessário para o reconhecimento de riscos, medidas preventivas e terapêuticas específicas para cada fenótipo. Associações entre polimorfismos de substituição de um único nucleotídeo (SNPs) em genes que codificam enzimas responsáveis pelo metabolismo androgênico e PCOS foram descritos. O anticoncepcional oral (ACO) é utilizado para o tratamento de mulheres com PCOS por seu efeito supressivo na secreção de androgênios ovarianos e melhora do hirsutismo. Entretanto, os dados na literatura são conflitantes quanto aos efeitos do ACO nos parâmetros metabólicos de mulheres com PCOS. Além disso, não está bem estabelecido se a presença de alelos polimórficos está associada com diferenças nos fenótipos da PCOS e se pode influenciar na resposta ao tratamento com ACO. Os objetivos desta tese foram investigar a influência dos SNPs -71 AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 gene (substituição de G por A) na resposta de mulheres com PCOS ao tratamento com ACO e verificar se o SNP50 está associado com fenótipos da PCOS. Cento e sessenta e duas mulheres com PCOS foram estratificadas em PCOS clássicas (hiperandrogenismo e disfunção ovulatória, c-PCOS) e PCOS ovulatórias (hiperandrogenismo, ciclos ovulatórios, aparência policística dos ovários, ov-PCOS) e uma subamostra de 51 mulheres (que não apresentavam resistência insulínica evidente) completaram 6 meses de tratamento com ACO (20 ug etinilestradiol e 75 ug gestodeno, 21/28 dias por ciclo). A presença ou ausência dos alelos polimórficos foram consideradas para expressar os resultados que avaliaram os SNPs -71 AG e SNP50. O escore de hirsutismo foi similar em c-PCOS e ov-PCOS, e as diferenças nos parâmetros hormonais e metabólicos observadas foram independentes da presença do alelo A do SNP50. Após os 6 meses de tratamento com ACO, como era esperado, os níveis de testosterona total e o escore clínico de hirsutismo diminuíram, enquanto os níveis da globulina carreadora de hormônios sexuais aumentaram. Houve uma pequena redução da pressão arterial sistólica e do hormônio luteinizante. As medidas de insulina e do índice HOMA permaneceram inalteradas após o tratamento. Houve um aumento dos níveis de lipídios, mas os valores permaneceram dentro dos limites da normalidade. Nenhuma das alterações observadas esteve associada com a presença dos alelos polimórficos dos SNPs -71 AG ou SNP50. As conclusões são de que o ACO é uma alternativa eficaz para o tratamento dos sintomas do hiperandrogenismo, sem comprometimento dos parâmetros metabólicos, pelo menos naquelas mulheres sem resistência insulínica prévia ao tratamento. Os SNPs -71AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 não contribuem para as melhoras observadas com o uso do ACO. Além disso, o SNP50 parece não estar associado com as diferenças existentes entre os fenótipos clássico e ovulatório da PCOS. / Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is the most common endocrine disorder in women at reproductive age, and also the most common cause of hyperandrogenism and chronic anovulation. Different phenotypes of PCOS have been identified, and a better knowledge of these clinical symptoms is necessary to recognize risks, prevention, and treatment strategies for each phenotype. Associations between single nucleotide polymorphisms (SNPs) in genes that codify enzymes responsible for the androgenic metabolism and PCOS have been described. The oral contraceptive pill (OCP) is used to treat women with PCOS due to the suppressive effect on ovarian androgen secretion, with consequent amelioration of hirsutism. However, data are conflicting in literature regarding the effects of OCP on metabolic variables in PCOS. Besides that, it is not well established whether the presence of polymorphic alleles is associated with PCOS phenotypes and whether can influence on the response to OCP treatment. The aims of this thesis were to investigate the influence of the SNPs -71 AG at AKR1C3 gene and SNP50 of CYP19 gene (G to A substitution) on the response of PCOS to treatment with oral contraceptive pills and to assess whether the SNP50 is associated with PCOS phenotypes. A hundred sixty two hirsute women were stratified into a classic PCOS group (hyperandrogenism and ovulatory dysfunction, c-PCOS) and an ovulatory PCOS group (hyperandrogenism, ovulatory cycles, polycystic ovaries, ov-PCOS), and a subsample of 51 women (without evidences of insulin resistance) completed a 6-month OCP trial (20 ug ethinylestradiol plus 75 ug gestodene, 21/28 days per cycle). We considered the presence or absence of the polymorphic alleles to express results and to perform the comparisons regarding the SNPs -71 AG and SNP50. Hirsutism score was similar in c-PCOS and ov-PCOS, and the differences in hormone and metabolic variables between phenotypes were independent of the presence of allele A for SNP50. After 6 months of OCP treatment, as expected, total testosterone and hirsutism score declined, while sex hormone binding globulin increased. There was a slight reduction in systolic blood pressure and luteinizing hormone levels. Insulin and homeostasis model assessment remained unchanged after treatment. There was an increase in lipids, but the values remained at the normal range. None of these changes were associated with the presence of polymorphic alleles for -71 AG or SNP50 polymorphisms. We conclude that OCP is an alternative to ameliorate androgenic symptoms without compromising metabolic parameters, at least in women without insulin resistance before treatment. The -71AG SNP of AKR1C3 gene and the SNP50 of CYP19 gene did not contribute to the improvements observed. Besides that, SNP50 may not be associated to the existing differences between classic and ovulatory PCOS phenotypes.
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Avaliação da função cardíaca e de preditores do desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos em meninas com pubarca precoce

Satler, Fabíola January 2015 (has links)
Pubarca precoce (PP), definida como o surgimento de pelos pubianos antes dos oito anos de idade em meninas após exclusão de causas secundárias, tem sido associada a maior prevalência de componentes da síndrome metabólica e desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos (PCOS) na adolescência. Em mulheres com PCOS, foi relatado aumento da massa ventricular esquerda (MVE) e disfunção diastólica, associados à resistência insulínica (RI). Os objetivos dos estudos foram: 1) avaliar a MVE e a função cardíaca sistólica e diastólica através de ecocardiografia em meninas com PP e controles, além de analisar a associação entre os parâmetros cardíacos com androgênios e marcadores de RI; 2) determinar a frequência da PCOS em uma coorte de meninas com PP na pós-menarca e avaliar se existem preditores para o desenvolvimento da PCOS. Variáveis clínicas, hormonais e metabólicas, ecocardiografia e composição corporal foram obtidas em 35 meninas com PP e 35 controles saudáveis pareadas pela idade (artigo 1). Trinta e quatro meninas com mais de dois anos pós-menarca da coorte de PP da Unidade de Endocrinolgia Ginecológica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UEG/HCPA) foram classificadas em PCOS e não-PCOS e seus dados pré-puberais foram analisados para detectar preditores do desenvolvimento de PCOS e comparados com os de 17 meninas controles saudáveis da mesma idade (artigo 2). Após ajuste para gordura corporal total, a MVE foi maior no grupo PP (97,31 ± 33,37 vs. 81,25 ± 19,06 g, p = 0,017), bem como a onda A’ (5,66 ± 1,34 vs. 5,09 ± 0,98 cm / s, p = 0,025), uma medida da função diastólica. O índice de androgêncios livres (FAI) e gordura corporal total foram preditores independentes de maior MVE e, juntamente com HOMA-IR contribuíram com 72% da variabilidade da MVE no grupo PP (artigo 1). No segundo artigo, 44,1% das meninas com PP foram diagnosticadas com PCOS na pósmenarca. Na pré-puberdade, esse grupo apresentou maior índice de massa corporal (IMC) e HOMA-IR em relação às controles, bem como níveis mais elevados de testosterona, escore de hirsutismo e insulina em jejum quando comparadas às não-PCOS e às controles. O risco para o desenvolvimento de PCOS entre as PPs esteve associado ao IMC z-escore ≥ 2 (odds ratio [OR] = 4; intervalo de confiança 95% [IC] 1.33 – 18.66); escore de Ferriman-Galwey ≥ 4 (OR = 2,7; IC 95% 1,15-5,14); HOMA-IR ≥ 2,42 (OR = 7; IC 95% 1,39-12,0) e volume ovariano ≥ 1,17 mL (OR = 8; IC 95% 1,60-39,9) no período pré-puberal. Em conclusão, meninas com PP apresentaram maior MVE associada aos níveis de androgênios, RI e gordura corporal total. Além disso, foi encontrada alta freqüência de PCOS na coorte de PP da UEG/HCPA. Obesidade, maior escore de hirsutismo, RI e volume ovariano na pré-puberdade foram preditores de desenvolvimento da PCOS na adolescência. / Precocious pubarche (PP) in girls, defined as idiopathic appearance of pubic hair before the age of eight years, has been associated with higher prevalence of components of metabolic syndrome and post pubertal development of polycystic ovary syndrome (PCOS). Increased left ventricular mass (LVM) and diastolic dysfunction have been reported in women with PCOS associated with insulin resistance (IR). The aims of the studies were: 1) to assess LVM and cardiac systolic and diastolic function using echocardiography in girls with PP and controls, and to analyze the relationship between cardiac parameters with androgens and IR; 2) to determine the frequency of PCOS in a cohort of postmenarcheal PP girls and to assess whether possible predictors exist for development of PCOS Clinical, hormonal and metabolic profiles, echocardiography and body composition were examined in 35 PP girls and 35 healthy age-matched controls (article 1). Thirty-four postmenarcheal girls with PP of the Gynecological Endocrinology Unit, Division of Endocrinology of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (GEU/HCPA) clinic cohort were classified as PCOS and non-PCOS and prepubertal data were analyzed to detect PCOS development predictors and compared with data of 17 age-matched controls (article 2). After adjusting for total body fat, LVM was higher in the PP group (97.31 ± 33.37 vs. 81.25 ± 19.06 g, p = 0.017) as well as A’ wave (5.66 ± 1.34 vs. 5.09 ± 0.98 cm/s, p=0.025), a measurement of diastolic function. Free androgen index (FAI) and total body fat were independent predictors of higher LVM, and together with HOMA-IR contributed with 72% of LVM variability in the PP group (article 1). In the second article, fifteen (44.1%) PP girls were classified as PCOS and had higher body mass index standard deviation score (BMI SDS) and HOMA-IR than controls, as well as higher testosterone, hirsutism score and fasting insulin than non-PCOS girls and controls in prepubertal period. The risk for PCOS development among PP girls increased with prepubertal BMI SDS ≥ 2 (odds ratio [OR] = 4; 95% confidence interval [CI] 1.33 – 18.66), Ferriman-Galwey hirsutism score ≥ 4 (OR = 2.7; 95% CI 1.15 - 5.14), HOMA-IR ≥ 2.42 (OR = 7; 95% CI 1.39 - 12.0) and ovarian volume ≥ 1.17 mL (OR= 8; 95 CI 1.60 – 39.9). In conclusion, PP girls had greater LVM associated with higher androgen levels, IR, and total body fat, occurred early in pubertal development. In addition, we found high frequency of PCOS in Southern Brazil PP cohort. Obesity, clinical androgenism, IR and ovarian volume were predictors of development of PCOS later.
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Dieta, atividade autonômica e efeitos do orlistat em pacientes com síndrome dos ovários policísticos

Graff, Scheila Karen January 2016 (has links)
A síndrome dos ovários policísticos (PCOS) é o distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizado por anovulação crônica e manifestações de hiperandrogenismo. O sobrepeso e a obesidade afetam a maioria das mulheres com PCOS e, quando presentes, podem acentuar as alterações reprodutivas e metabólicas associadas à síndrome. Dessa forma, a redução de peso através da restrição calórica é de suma importância nas mulheres com PCOS e excesso de peso. Entretanto, ainda não está estabelecido se a composição da dieta por si só pode ter efeitos significativos sobre as alterações metabólicas e hormonais da PCOS. Poucos ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito de diferentes intervenções dietéticas foram realizados em mulheres com PCOS, sendo que os estudos existentes apresentam, em sua maioria, curta duração e pequeno tamanho amostral. Dietas com redução de carboidratos, assim como dietas com baixo índice glicêmico e carga glicêmica têm sido o principal foco de estudo em mulheres com PCOS e, embora os resultados sejam controversos, estudos demonstram superioridade desses tipos de dieta em relação a uma dieta convencional na melhora do perfil antropométrico e da sensibilidade insulínica. Por outro lado, mudanças de estilo de vida podem não ser suficientes para promover uma redução de peso significativa e intervenções farmacêuticas podem ser necessárias. O orlistat é um fármaco usado no tratamento da obesidade que age através da inibição das lipases gástricas e pancreáticas e não tem efeitos adversos sistêmicos, sendo o único fármaco antiobesidade disponível em muitos países. Dessa forma, com o objetivo de avaliar os efeitos do orlistat nas variáveis clínicas relacionadas à perda de peso, assim como comparar esses efeitos com aqueles obtidos com o uso da metformina, em mulheres com PCOS, realizou-se uma revisão sistemática e meta-análise. Os resultados dessa revisão sistemática sugerem que o orlistat leva a uma redução significativa do peso/índice de massa corporal (IMC) em mulheres com PCOS. Além disso, os resultados da meta-análise evidenciaram que o orlistat e a metformina têm efeitos similares na redução de IMC, testosterona, Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistance (HOMA-IR) e insulina em mulheres com PCOS com sobrepeso e obesidade. Outro fator a ser considerado é o aumento do risco cardiovascular associado à PCOS. Estudos demonstram que as alterações cardiovasculares pré-clínicas são mais frequentes nesta população do que em mulheres sem a síndrome de mesma idade. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é a medida das variações cíclicas dos intervalos entre as batidas cardíacas (intervalo R-R), e reflete a função cardíaca autonômica. Alterações na VFC podem refletir doença cardiovascular subclínica. A redução do consumo de gordura saturada tem um importante papel na prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares. Dessa forma, realizou-se um estudo com objetivo de avaliar se o consumo de ácidos graxos saturados (SFA) está associado com VFC em mulheres com PCOS. Oitenta e quatro mulheres com PCOS foram incluídas no estudo. A análise da VFC foi realizada no repouso e após teste de stress mental. As participantes foram estratificadas de acordo com a mediana do consumo de SFA (8,5% do consumo energético total), avaliado por questionário de frequência alimentar. Os resultados desse estudo indicam que o menor consumo de SFA combinado com menor consumo de carne vermelha e maior consumo de frutas, vegetais e feijões está associado com melhor VFC em resposta ao stress e níveis circulantes mais baixos de testosterona em mulheres com PCOS. / Polycystic ovary syndrome (PCOS), the most common endocrinological disorder in women of reproductive age, is characterized by hyperandrogenism and chronic anovulation. Obesity or overweight affect most of patients with PCOS and may accentuate reproductive and metabolic issues. Thus, weight reduction through calorie restriction is extremely important in overweight/obese PCOS women. However, it remains unclear whether the diet composition per se may have significant effects on metabolic and hormonal issues of PCOS. A few randomized controlled trials (RCTs) evaluating the effect of different dietary interventions have been performed in PCOS women, and most studies have short-term and small sample size. Low-carbohydrate diets as well as diets with low glycemic index and glycemic load have been the main focus of studies in PCOS women, and although the results are controversial, studies demonstrated superiority of these diets in relation to a conventional diet in improving anthropometric profile and insulin sensitivity. On the other hand, lifestyle changes may not be sufficient to promote significant weight loss, and pharmaceutical interventions may be required. Orlistat is a drug for the treatment of obesity that acts by inhibiting gastric and pancreatic lipases. Orlistat does not have systemic adverse effects and it is currently the sole anti-obesity agent available in many countries. In this way, a systematic review and meta-analysis was performed. The aim was to assess the effects of orlistat on weight loss-associated clinical variables and to compare these effects to those obtained with metformin treatment in overweight/obese women with PCOS. The results of this systematic review indicate that orlistat leads to significant reduction in weight/body mass index (BMI) in PCOS. In addition, the results of meta-analysis indicate that orlistat and metformin have similar effects in reducing BMI, HOMA, testosterone and insulin in overweight/obese PCOS women. Another point to consider is the increased cardiovascular risk associated with PCOS. Studies have demonstrated that preclinical cardiovascular disorders are more frequent in PCOS than in women without the syndrome of same age. The heart rate variability (HRV) is a measure of the time variation between heart beats (R-R interval), and reflects autonomic cardiac function. Alterations in HRV may reflect subclinical cardiovascular disease. Reduction in saturated fat intake has an important role in primary and secondary of cardiovascular disease. Thus, we performed a study assessing whether dietary saturated fatty acids (SFA) intake is associated with stress-induced HRV in patients with PCOS. Eighty-four PCOS women were included in the study. The HRV analysis was performed at rest and after mental stress test. Participants were stratified by median SFA intake (8.5% of daily energy intake), assessed by food frequency questionnaire. The results indicate that lower SFA intake is associated with more favorable stress-related HRV and lower testosterone in women with PCOS.
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Marcadores de risco cardiometabólico, atividade física habitual e androgênios em mulheres com a síndrome dos ovários policísticos

Neves, Fernanda Misso Mario das January 2016 (has links)
Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS), caracterizada por disfunção ovulatória e hiperandrogenismo, é a endocrinopatia mais frequente entre mulheres em idade reprodutiva, afetando aproximadamente de 6 a 19% desta população, conforme o critério diagnóstico empregado. Além dos distúrbios reprodutivos, as mulheres com PCOS frequentemente apresentam maior prevalência de fatores de risco cardiometabólico como obesidade abdominal, dislipidemia, hipertensão, tolerância diminuída à glicose e diabetes mellitus tipo 2. A resistência insulínica e a hiperinsulinemia compensatória são consideradas como o ponto central destas alterações metabólicas. Os critérios atuais para diagnóstico de PCOS, a partir do Consenso de Rotterdam, indroduziram diferentes fenótipos. Os mais frequentes são o fenótipo “clássico” (hiperandrogenismo e anovulução, com ou sem a aparência policística do ovário), e o fenótipo “ovulatório” (hiperandrogenismo e aparência policística do ovário). Evidências sugerem que as mulheres com PCOS fenótipo “clássico” tenham alterações metabólicas mais severas comparadas às mulheres com o fenótipo ovulatório. Em razão disto, o objetivo do primeiro artigo original foi avaliar o desempenho da circunferência abdominal, da razão cintura-estatura, do índice de conicidade, do produto da acumulação lipídica (LAP) e do índice de adiposidade visceral (VAI) com base no modelo de homeostasia de à insulina (HOMA-IR)≥ 3,8 como padrão de referência para rastreamento de alterações Este estudo mostrou que, dentre os índices de adiposidade avaliados, os que apresentaram maior acurácia foram o LAP entre as mulheres com PCOS fenótipo “clássico” e o VAI entre as com fenótipo “ovulatório”. Aplicando o ponto de corte do LAP< 34, identificamos um subgrupo de pacientes sem alterações cardiometabólicas no grupo de mulheres com PCOS com fenótipo “clássico”, população com maior risco de hipertensão, de dislipidemia e de tolerância diminuída à glicose. Dentre as mulheres com PCOS classificadas com o fenótipo “ovulatório”, VAI≥ 1,32 foi capaz de detectar mulheres com pressão arterial significativamente mais alta e variáveis glicêmicas e lipídicas menos favoráveis em relação às mulheres com PCOS com fenótipo “ovulatório” com VAI abaixo deste ponto de corte. Atualmente, mudanças de estilo de vida (dieta e/ou exercício físico) são consideradas como primeira opção de tratamento não farmacológico nas mulheres com PCOS. Embora a prática de, pelo menos, 30 minutos por dia de exercício físico estruturado seja recomendada e tenha mostrado um potencial efeito na melhora da resistência insulínica e das variáveis antropométricas e hormonais, a manutenção deste hábito a longo prazo permanece como um ponto crítico. Neste sentido, o objetivo do segundo artigo foi avaliar o efeito da atividade física habitual (AFH) nos perfis metabólico e hormonal de mulheres com PCOS e controles pareadas por idade e índice de massa corporal (IMC). A AFH das participantes foi avaliada por meio de pedômetro digital e, conforme o número de passos diário, a participante foi classificada como ativa (≥ 7500 passos/dia) ou sedentária (< 7500 passos/dia). Mulheres ativas, em ambos os diagnósticos, apresentaram menor IMC, circunferência abdominal e LAP. No grupo PCOS, as mulheres ativas apresentaram menores valores de testosterona total, androstenediona e índice de androgênios livres (IAL) em comparação às sedentárias. Além disto, o aumento de 2000 passos foi um preditor independente de redução do IAL nas mulheres com a síndrome. Este estudo mostrou que ser mais ativa foi associado a um perfil antropométrico e metabólico mais saudável, portanto encorajar um estilo de vida mais ativo pode ser benéfico para mulheres com PCOS, especialmente para as obesas e sedentárias. / Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is characterized by ovulatory dysfunction a hyperandrogenism. The prevalence of PCOS in women of reproductive age range from 6- 19%. Women with PCOS present higher prevalence of cardiometabolic risk factors as abdominal obesity, dyslipidemia, hypertension, impaired glucose tolerance and diabetes mellitus type 2. These metabolic abnormalities have been primarily linked to insulin resistance. Currently, the diagnosis of PCOS is confirmed according the Rotterdam Consensus. The more frequent phenotypes are the classic phenotype (hyperandrogenism and anovulation with or without polycystic ovary appearance), and the ovulatory phenotype (hyperandrogenism and polycystic ovary appearance). Evidence suggests that women with classic PCOS phenotype present more severe metabolic alterations compared to women with ovulatory PCOS phenotype. The aim of the first study was to evaluate the performance of the waist circumference (WC), waist-to-height ratio, conicity index, lipid accumulation product (LAP), and visceral adiposity index (VAI) based on homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA- IR)≥ 3.8 as standard reference for screening preclinical metabolic alterations and cardiovascular risk factors in classic PCOS and ovulatory PCOS phenotypes. Among these indexes, LAP had the best accuracy for screening metabolic alterations in classic PCOS phenotype, while VAI had the best accuracy for ovulatory PCOS phenotype. cardiometabolic alterations in the group with classic PCOS, a phenotype which is characterized by higher risk for hypertension, dyslipidemia, and impaired glucose tolerance. In ovulatory PCOS, VAI≥ 1.32 was useful to detect women with significantly higher blood pressure and less favorable glycemic and lipid variables as compared to ovulatory PCOS with lower VAI. In addition, lifestyle intervention (diet and/or exercise) is the first-line treatment for PCOS. Although structured exercise (at least 30 minutes daily) has been recommended and has shown a potential effect on improving insulin resistance, anthropometric, and hormonal variables, the long-term maintenance of exercise remains a critical point. Therefore, the aim of the second study was to objectively examine the effect of habitual PA on metabolic, hormonal, BMI, and anthropometric variables of women with PCOS and a control group, matched by age and BMI. The PA was assessed by digital pedometer, and according to the number of steps/day, participants were classified as active (≥ 7500 steps) or sedentary (< 7500 steps). This study showed that BMI, WC, and LAP were lower in active women in both groups. In the PCOS group, total testosterone, free androgen index (FAI), and androstenedione levels were lower in active when compared to sedentary women. Besides that, a 2,000 daily step increment was an independent predictor of the FAI reduction in PCOS group. The present study showed that a more active lifestyle is associated with healthier anthropometric and metabolic profile, and may be beneficial to women with PCOS, especially for those which are obese and sedentary.
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Marcadores de risco cardiometabólico, atividade física habitual e androgênios em mulheres com a síndrome dos ovários policísticos

Neves, Fernanda Misso Mario das January 2016 (has links)
Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS), caracterizada por disfunção ovulatória e hiperandrogenismo, é a endocrinopatia mais frequente entre mulheres em idade reprodutiva, afetando aproximadamente de 6 a 19% desta população, conforme o critério diagnóstico empregado. Além dos distúrbios reprodutivos, as mulheres com PCOS frequentemente apresentam maior prevalência de fatores de risco cardiometabólico como obesidade abdominal, dislipidemia, hipertensão, tolerância diminuída à glicose e diabetes mellitus tipo 2. A resistência insulínica e a hiperinsulinemia compensatória são consideradas como o ponto central destas alterações metabólicas. Os critérios atuais para diagnóstico de PCOS, a partir do Consenso de Rotterdam, indroduziram diferentes fenótipos. Os mais frequentes são o fenótipo “clássico” (hiperandrogenismo e anovulução, com ou sem a aparência policística do ovário), e o fenótipo “ovulatório” (hiperandrogenismo e aparência policística do ovário). Evidências sugerem que as mulheres com PCOS fenótipo “clássico” tenham alterações metabólicas mais severas comparadas às mulheres com o fenótipo ovulatório. Em razão disto, o objetivo do primeiro artigo original foi avaliar o desempenho da circunferência abdominal, da razão cintura-estatura, do índice de conicidade, do produto da acumulação lipídica (LAP) e do índice de adiposidade visceral (VAI) com base no modelo de homeostasia de à insulina (HOMA-IR)≥ 3,8 como padrão de referência para rastreamento de alterações Este estudo mostrou que, dentre os índices de adiposidade avaliados, os que apresentaram maior acurácia foram o LAP entre as mulheres com PCOS fenótipo “clássico” e o VAI entre as com fenótipo “ovulatório”. Aplicando o ponto de corte do LAP< 34, identificamos um subgrupo de pacientes sem alterações cardiometabólicas no grupo de mulheres com PCOS com fenótipo “clássico”, população com maior risco de hipertensão, de dislipidemia e de tolerância diminuída à glicose. Dentre as mulheres com PCOS classificadas com o fenótipo “ovulatório”, VAI≥ 1,32 foi capaz de detectar mulheres com pressão arterial significativamente mais alta e variáveis glicêmicas e lipídicas menos favoráveis em relação às mulheres com PCOS com fenótipo “ovulatório” com VAI abaixo deste ponto de corte. Atualmente, mudanças de estilo de vida (dieta e/ou exercício físico) são consideradas como primeira opção de tratamento não farmacológico nas mulheres com PCOS. Embora a prática de, pelo menos, 30 minutos por dia de exercício físico estruturado seja recomendada e tenha mostrado um potencial efeito na melhora da resistência insulínica e das variáveis antropométricas e hormonais, a manutenção deste hábito a longo prazo permanece como um ponto crítico. Neste sentido, o objetivo do segundo artigo foi avaliar o efeito da atividade física habitual (AFH) nos perfis metabólico e hormonal de mulheres com PCOS e controles pareadas por idade e índice de massa corporal (IMC). A AFH das participantes foi avaliada por meio de pedômetro digital e, conforme o número de passos diário, a participante foi classificada como ativa (≥ 7500 passos/dia) ou sedentária (< 7500 passos/dia). Mulheres ativas, em ambos os diagnósticos, apresentaram menor IMC, circunferência abdominal e LAP. No grupo PCOS, as mulheres ativas apresentaram menores valores de testosterona total, androstenediona e índice de androgênios livres (IAL) em comparação às sedentárias. Além disto, o aumento de 2000 passos foi um preditor independente de redução do IAL nas mulheres com a síndrome. Este estudo mostrou que ser mais ativa foi associado a um perfil antropométrico e metabólico mais saudável, portanto encorajar um estilo de vida mais ativo pode ser benéfico para mulheres com PCOS, especialmente para as obesas e sedentárias. / Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is characterized by ovulatory dysfunction a hyperandrogenism. The prevalence of PCOS in women of reproductive age range from 6- 19%. Women with PCOS present higher prevalence of cardiometabolic risk factors as abdominal obesity, dyslipidemia, hypertension, impaired glucose tolerance and diabetes mellitus type 2. These metabolic abnormalities have been primarily linked to insulin resistance. Currently, the diagnosis of PCOS is confirmed according the Rotterdam Consensus. The more frequent phenotypes are the classic phenotype (hyperandrogenism and anovulation with or without polycystic ovary appearance), and the ovulatory phenotype (hyperandrogenism and polycystic ovary appearance). Evidence suggests that women with classic PCOS phenotype present more severe metabolic alterations compared to women with ovulatory PCOS phenotype. The aim of the first study was to evaluate the performance of the waist circumference (WC), waist-to-height ratio, conicity index, lipid accumulation product (LAP), and visceral adiposity index (VAI) based on homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA- IR)≥ 3.8 as standard reference for screening preclinical metabolic alterations and cardiovascular risk factors in classic PCOS and ovulatory PCOS phenotypes. Among these indexes, LAP had the best accuracy for screening metabolic alterations in classic PCOS phenotype, while VAI had the best accuracy for ovulatory PCOS phenotype. cardiometabolic alterations in the group with classic PCOS, a phenotype which is characterized by higher risk for hypertension, dyslipidemia, and impaired glucose tolerance. In ovulatory PCOS, VAI≥ 1.32 was useful to detect women with significantly higher blood pressure and less favorable glycemic and lipid variables as compared to ovulatory PCOS with lower VAI. In addition, lifestyle intervention (diet and/or exercise) is the first-line treatment for PCOS. Although structured exercise (at least 30 minutes daily) has been recommended and has shown a potential effect on improving insulin resistance, anthropometric, and hormonal variables, the long-term maintenance of exercise remains a critical point. Therefore, the aim of the second study was to objectively examine the effect of habitual PA on metabolic, hormonal, BMI, and anthropometric variables of women with PCOS and a control group, matched by age and BMI. The PA was assessed by digital pedometer, and according to the number of steps/day, participants were classified as active (≥ 7500 steps) or sedentary (< 7500 steps). This study showed that BMI, WC, and LAP were lower in active women in both groups. In the PCOS group, total testosterone, free androgen index (FAI), and androstenedione levels were lower in active when compared to sedentary women. Besides that, a 2,000 daily step increment was an independent predictor of the FAI reduction in PCOS group. The present study showed that a more active lifestyle is associated with healthier anthropometric and metabolic profile, and may be beneficial to women with PCOS, especially for those which are obese and sedentary.
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Frequência de polimorfismos nos genes codificadores das enzimas 17βHSD5 e aromatase em mulheres com diferentes fenótipos da síndrome dos ovários policísticos e resposta ao tratamento com anticoncepcional oral

Maier, Polyana Sartori January 2012 (has links)
A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é a endocrinopatia mais frequente em mulheres na idade reprodutiva, além de ser a causa mais comum de hiperandrogenismo e anovulação crônica. Diferentes fenótipos da PCOS foram identificados, e um melhor entendimento dessas diferentes apresentações clínicas se faz necessário para o reconhecimento de riscos, medidas preventivas e terapêuticas específicas para cada fenótipo. Associações entre polimorfismos de substituição de um único nucleotídeo (SNPs) em genes que codificam enzimas responsáveis pelo metabolismo androgênico e PCOS foram descritos. O anticoncepcional oral (ACO) é utilizado para o tratamento de mulheres com PCOS por seu efeito supressivo na secreção de androgênios ovarianos e melhora do hirsutismo. Entretanto, os dados na literatura são conflitantes quanto aos efeitos do ACO nos parâmetros metabólicos de mulheres com PCOS. Além disso, não está bem estabelecido se a presença de alelos polimórficos está associada com diferenças nos fenótipos da PCOS e se pode influenciar na resposta ao tratamento com ACO. Os objetivos desta tese foram investigar a influência dos SNPs -71 AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 gene (substituição de G por A) na resposta de mulheres com PCOS ao tratamento com ACO e verificar se o SNP50 está associado com fenótipos da PCOS. Cento e sessenta e duas mulheres com PCOS foram estratificadas em PCOS clássicas (hiperandrogenismo e disfunção ovulatória, c-PCOS) e PCOS ovulatórias (hiperandrogenismo, ciclos ovulatórios, aparência policística dos ovários, ov-PCOS) e uma subamostra de 51 mulheres (que não apresentavam resistência insulínica evidente) completaram 6 meses de tratamento com ACO (20 ug etinilestradiol e 75 ug gestodeno, 21/28 dias por ciclo). A presença ou ausência dos alelos polimórficos foram consideradas para expressar os resultados que avaliaram os SNPs -71 AG e SNP50. O escore de hirsutismo foi similar em c-PCOS e ov-PCOS, e as diferenças nos parâmetros hormonais e metabólicos observadas foram independentes da presença do alelo A do SNP50. Após os 6 meses de tratamento com ACO, como era esperado, os níveis de testosterona total e o escore clínico de hirsutismo diminuíram, enquanto os níveis da globulina carreadora de hormônios sexuais aumentaram. Houve uma pequena redução da pressão arterial sistólica e do hormônio luteinizante. As medidas de insulina e do índice HOMA permaneceram inalteradas após o tratamento. Houve um aumento dos níveis de lipídios, mas os valores permaneceram dentro dos limites da normalidade. Nenhuma das alterações observadas esteve associada com a presença dos alelos polimórficos dos SNPs -71 AG ou SNP50. As conclusões são de que o ACO é uma alternativa eficaz para o tratamento dos sintomas do hiperandrogenismo, sem comprometimento dos parâmetros metabólicos, pelo menos naquelas mulheres sem resistência insulínica prévia ao tratamento. Os SNPs -71AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 não contribuem para as melhoras observadas com o uso do ACO. Além disso, o SNP50 parece não estar associado com as diferenças existentes entre os fenótipos clássico e ovulatório da PCOS. / Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is the most common endocrine disorder in women at reproductive age, and also the most common cause of hyperandrogenism and chronic anovulation. Different phenotypes of PCOS have been identified, and a better knowledge of these clinical symptoms is necessary to recognize risks, prevention, and treatment strategies for each phenotype. Associations between single nucleotide polymorphisms (SNPs) in genes that codify enzymes responsible for the androgenic metabolism and PCOS have been described. The oral contraceptive pill (OCP) is used to treat women with PCOS due to the suppressive effect on ovarian androgen secretion, with consequent amelioration of hirsutism. However, data are conflicting in literature regarding the effects of OCP on metabolic variables in PCOS. Besides that, it is not well established whether the presence of polymorphic alleles is associated with PCOS phenotypes and whether can influence on the response to OCP treatment. The aims of this thesis were to investigate the influence of the SNPs -71 AG at AKR1C3 gene and SNP50 of CYP19 gene (G to A substitution) on the response of PCOS to treatment with oral contraceptive pills and to assess whether the SNP50 is associated with PCOS phenotypes. A hundred sixty two hirsute women were stratified into a classic PCOS group (hyperandrogenism and ovulatory dysfunction, c-PCOS) and an ovulatory PCOS group (hyperandrogenism, ovulatory cycles, polycystic ovaries, ov-PCOS), and a subsample of 51 women (without evidences of insulin resistance) completed a 6-month OCP trial (20 ug ethinylestradiol plus 75 ug gestodene, 21/28 days per cycle). We considered the presence or absence of the polymorphic alleles to express results and to perform the comparisons regarding the SNPs -71 AG and SNP50. Hirsutism score was similar in c-PCOS and ov-PCOS, and the differences in hormone and metabolic variables between phenotypes were independent of the presence of allele A for SNP50. After 6 months of OCP treatment, as expected, total testosterone and hirsutism score declined, while sex hormone binding globulin increased. There was a slight reduction in systolic blood pressure and luteinizing hormone levels. Insulin and homeostasis model assessment remained unchanged after treatment. There was an increase in lipids, but the values remained at the normal range. None of these changes were associated with the presence of polymorphic alleles for -71 AG or SNP50 polymorphisms. We conclude that OCP is an alternative to ameliorate androgenic symptoms without compromising metabolic parameters, at least in women without insulin resistance before treatment. The -71AG SNP of AKR1C3 gene and the SNP50 of CYP19 gene did not contribute to the improvements observed. Besides that, SNP50 may not be associated to the existing differences between classic and ovulatory PCOS phenotypes.
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Validação, valores normativos e aplicabilidade clínica de um ensaio imunoenzimático para determinação sérica do hormônio anti-Mülleriano / Validation, normative values and clinical applicability of an enzyme immunoassay for the determination of serum anti-Müllerian hormone

Renata dos Santos Batista Reis Woloszynek 09 June 2014 (has links)
O hormônio anti-Mülleriano (AMH) é um marcador de reserva ovariana e função testicular. A aplicação clínica desse hormônio requer padronização adequada de valores de referência, de acordo com o imunoensaio utilizado. Os objetivos deste estudo foram: validar o imunoensaio AMH Gen II (Beckman Coulter Company, TX, USA), estabelecer valores normais de AMH em homens e mulheres saudáveis, avaliar a influência do uso de contraceptivos hormonais, tabagismo e índice de massa corpórea (IMC) sobre os valores de AMH e verificar as concentrações séricas desse hormônio em pacientes com síndrome de Turner (ST), síndrome dos ovários policísticos (SOP) e em meninos com criptorquidismo submetidos ao teste de estímulo com rhCG (gonadotrofina coriônica humana recombinante). A validação do ensaio AMH Gen II foi realizada utilizando protocolo simplificado, conforme as recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute. Para estabelecer valores normais de AMH, 133 mulheres e 135 homens saudáveis foram selecionados prospectivamente. Além disso, 66 pacientes com ST, 29 com SOP e 31 com criptorquidismo foram estudados. A sensibilidade analítica e funcional do ensaio AMH Gen II foram 0,02 e 0,2 ng/mL, respectivamente. Os coeficientes de variação intra e interensaio variaram entre 5,2% - 9,0% e 4,6% - 7,8% em diferentes concentrações, respectivamente. A linearidade, paralelismo e estabilidade das amostras apresentaram percentual de recuperação entre 80% - 120%. O ensaio AMH Gen II correlacionou-se fortemente com o ensaio Immunotech anteriormente utilizado (r = 0,9; p < 0,001). No sexo feminino, os valores séricos de AMH demonstraram declínio progressivo com o aumento da idade (r = -0,4; p < 0,001). Por outro lado, os valores de AMH não diferiram entre usuárias e não usuárias de contraceptivos hormonais, entre tabagistas e não tabagistas, bem como entre mulheres obesas e não obesas. No sexo masculino, a idade não influenciou as concentrações séricas de AMH; no entanto, os valores de AMH foram significativamente reduzidos com o aumento do IMC (r = -0,3, p = 0,008), contudo, esses valores permaneceram dentro do intervalo observado no grupo de indivíduos com peso normal. Todas as pacientes com ST apresentaram valores indetectáveis de AMH. Em contraste, na SOP as concentrações de AMH foram significativamente maiores do que nos controles femininos, mas com 76% de sobreposição entre os dois grupos. Em meninos com criptorquidismo, a concordância entre os valores basais de AMH e a testosterona pósestímulo com rhCG foi de 74%, houve correlação positiva significativa entre os valores basais de AMH e a testosterona pós-estímulo (r = 0,5; p < 0,001). Em conclusão, o ensaio AMH Gen II é confiável para a determinação sérica do AMH. Valores normativos de AMH apresentaram ampla faixa de normalidade em ambos os sexos. Valores reduzidos de AMH em homens obesos encontraram-se dentro da faixa de indivíduos normais. Na ST, o potencial uso do AMH para avaliar a reserva ovariana exige estudos longitudinais. A utilização do AMH como um critério diagnóstico da SOP deve ser associada aos critérios já estabelecidos. Em meninos com criptorquidismo, um AMH normal provê informação útil sobre a função testicular, mas não exclui a necessidade do teste de estímulo com rhCG e pacientes com resultados discordantes necessitam de acompanhamento clínico / The anti-Müllerian hormone (AMH) is a marker of ovarian reserve and testicular function. The clinical application of this hormone requires proper standardization of reference values according to the immunoassay used. The aims of this study were: to validate the AMH Gen II immunoassay (Beckman Coulter Company, TX, USA), to establish reference AMH values in healthy men and women, the influence of hormonal contraceptive use, smoking and body mass index (BMI) on the values of AMH and to check serum concentrations of this hormone in patients with Turner syndrome (TS), polycystic ovary syndrome (PCOS) and in boys with cryptorchidism underwent stimulation test rhCG (recombinant human chorionic gonadotropin).The validation of the AMH Gen II assay was performed using simplified protocol following the recommendations of the Clinical and Laboratory Standards Institute. To establish reference AMH values, 133 healthy women and 135 men were prospectively selected. In addition, 66 patients with TS, 29 with PCOS and 31 with cryptorchidism were studied. The analytical and functional sensitivity of the AMH Gen II assay was 0.02 and 0.2 ng / mL, respectively. Intra and inter-assay coefficients of variation in different concentrations ranged between 5.2-9.0% and 4.6-7.8%, respectively. The linearity, parallelism and stability studies showed recovery % between 80 and 120%. The AMH Gen II assay strongly correlated with the previously used Immunotech assay (r = 0.9, p < 0.001). In females, serum AMH showed a progressive decline with increasing age (r = -0.4, p < 0.001). On the other hand, AMH values did not differ between users and nonusers of hormonal contraceptives, smokers and nonsmokers, obese and non-obese. In males, age did not influence the levels of serum AMH, however, AMH values were significantly reduced with increasing BMI (r = -0.3, p = 0.008), but, these values were within the range observed in the group of subjects with body weight. All TS patients showed undetectable AMH levels. In contrast, in PCOS AMH values were significantly higher than in women controls, but with overlap of 76% between the two groups. In boys with cryptorchidism, the concordance between baseline AMH and testosterone after stimulation with rhCG was 74%, there was a significant positive correlation between baseline AMH values and testosterone values after stimulation (r = 0.5, p < 0.001). In conclusion, AMH Gen II assay is reliable for determining the serum AMH. Reference AMH values showed a wide range in both sexes. Reduced values of AMH in obese men were within the range of normal individuals. In ST, the potential use of AMH to assess ovarian reserve requires longitudinal studies. The use of AMH as a diagnostic criterion of SOP must be based on the association with the criteria already established. In boys with cryptorchidism, a normal AMH provides useful information on testicular function, but does not exclude the need for stimulation test rhCG, patients with discordant results require follow-up
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Avaliação da função cardíaca e de preditores do desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos em meninas com pubarca precoce

Satler, Fabíola January 2015 (has links)
Pubarca precoce (PP), definida como o surgimento de pelos pubianos antes dos oito anos de idade em meninas após exclusão de causas secundárias, tem sido associada a maior prevalência de componentes da síndrome metabólica e desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos (PCOS) na adolescência. Em mulheres com PCOS, foi relatado aumento da massa ventricular esquerda (MVE) e disfunção diastólica, associados à resistência insulínica (RI). Os objetivos dos estudos foram: 1) avaliar a MVE e a função cardíaca sistólica e diastólica através de ecocardiografia em meninas com PP e controles, além de analisar a associação entre os parâmetros cardíacos com androgênios e marcadores de RI; 2) determinar a frequência da PCOS em uma coorte de meninas com PP na pós-menarca e avaliar se existem preditores para o desenvolvimento da PCOS. Variáveis clínicas, hormonais e metabólicas, ecocardiografia e composição corporal foram obtidas em 35 meninas com PP e 35 controles saudáveis pareadas pela idade (artigo 1). Trinta e quatro meninas com mais de dois anos pós-menarca da coorte de PP da Unidade de Endocrinolgia Ginecológica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UEG/HCPA) foram classificadas em PCOS e não-PCOS e seus dados pré-puberais foram analisados para detectar preditores do desenvolvimento de PCOS e comparados com os de 17 meninas controles saudáveis da mesma idade (artigo 2). Após ajuste para gordura corporal total, a MVE foi maior no grupo PP (97,31 ± 33,37 vs. 81,25 ± 19,06 g, p = 0,017), bem como a onda A’ (5,66 ± 1,34 vs. 5,09 ± 0,98 cm / s, p = 0,025), uma medida da função diastólica. O índice de androgêncios livres (FAI) e gordura corporal total foram preditores independentes de maior MVE e, juntamente com HOMA-IR contribuíram com 72% da variabilidade da MVE no grupo PP (artigo 1). No segundo artigo, 44,1% das meninas com PP foram diagnosticadas com PCOS na pósmenarca. Na pré-puberdade, esse grupo apresentou maior índice de massa corporal (IMC) e HOMA-IR em relação às controles, bem como níveis mais elevados de testosterona, escore de hirsutismo e insulina em jejum quando comparadas às não-PCOS e às controles. O risco para o desenvolvimento de PCOS entre as PPs esteve associado ao IMC z-escore ≥ 2 (odds ratio [OR] = 4; intervalo de confiança 95% [IC] 1.33 – 18.66); escore de Ferriman-Galwey ≥ 4 (OR = 2,7; IC 95% 1,15-5,14); HOMA-IR ≥ 2,42 (OR = 7; IC 95% 1,39-12,0) e volume ovariano ≥ 1,17 mL (OR = 8; IC 95% 1,60-39,9) no período pré-puberal. Em conclusão, meninas com PP apresentaram maior MVE associada aos níveis de androgênios, RI e gordura corporal total. Além disso, foi encontrada alta freqüência de PCOS na coorte de PP da UEG/HCPA. Obesidade, maior escore de hirsutismo, RI e volume ovariano na pré-puberdade foram preditores de desenvolvimento da PCOS na adolescência. / Precocious pubarche (PP) in girls, defined as idiopathic appearance of pubic hair before the age of eight years, has been associated with higher prevalence of components of metabolic syndrome and post pubertal development of polycystic ovary syndrome (PCOS). Increased left ventricular mass (LVM) and diastolic dysfunction have been reported in women with PCOS associated with insulin resistance (IR). The aims of the studies were: 1) to assess LVM and cardiac systolic and diastolic function using echocardiography in girls with PP and controls, and to analyze the relationship between cardiac parameters with androgens and IR; 2) to determine the frequency of PCOS in a cohort of postmenarcheal PP girls and to assess whether possible predictors exist for development of PCOS Clinical, hormonal and metabolic profiles, echocardiography and body composition were examined in 35 PP girls and 35 healthy age-matched controls (article 1). Thirty-four postmenarcheal girls with PP of the Gynecological Endocrinology Unit, Division of Endocrinology of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (GEU/HCPA) clinic cohort were classified as PCOS and non-PCOS and prepubertal data were analyzed to detect PCOS development predictors and compared with data of 17 age-matched controls (article 2). After adjusting for total body fat, LVM was higher in the PP group (97.31 ± 33.37 vs. 81.25 ± 19.06 g, p = 0.017) as well as A’ wave (5.66 ± 1.34 vs. 5.09 ± 0.98 cm/s, p=0.025), a measurement of diastolic function. Free androgen index (FAI) and total body fat were independent predictors of higher LVM, and together with HOMA-IR contributed with 72% of LVM variability in the PP group (article 1). In the second article, fifteen (44.1%) PP girls were classified as PCOS and had higher body mass index standard deviation score (BMI SDS) and HOMA-IR than controls, as well as higher testosterone, hirsutism score and fasting insulin than non-PCOS girls and controls in prepubertal period. The risk for PCOS development among PP girls increased with prepubertal BMI SDS ≥ 2 (odds ratio [OR] = 4; 95% confidence interval [CI] 1.33 – 18.66), Ferriman-Galwey hirsutism score ≥ 4 (OR = 2.7; 95% CI 1.15 - 5.14), HOMA-IR ≥ 2.42 (OR = 7; 95% CI 1.39 - 12.0) and ovarian volume ≥ 1.17 mL (OR= 8; 95 CI 1.60 – 39.9). In conclusion, PP girls had greater LVM associated with higher androgen levels, IR, and total body fat, occurred early in pubertal development. In addition, we found high frequency of PCOS in Southern Brazil PP cohort. Obesity, clinical androgenism, IR and ovarian volume were predictors of development of PCOS later.
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Frequência de polimorfismos nos genes codificadores das enzimas 17βHSD5 e aromatase em mulheres com diferentes fenótipos da síndrome dos ovários policísticos e resposta ao tratamento com anticoncepcional oral

Maier, Polyana Sartori January 2012 (has links)
A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é a endocrinopatia mais frequente em mulheres na idade reprodutiva, além de ser a causa mais comum de hiperandrogenismo e anovulação crônica. Diferentes fenótipos da PCOS foram identificados, e um melhor entendimento dessas diferentes apresentações clínicas se faz necessário para o reconhecimento de riscos, medidas preventivas e terapêuticas específicas para cada fenótipo. Associações entre polimorfismos de substituição de um único nucleotídeo (SNPs) em genes que codificam enzimas responsáveis pelo metabolismo androgênico e PCOS foram descritos. O anticoncepcional oral (ACO) é utilizado para o tratamento de mulheres com PCOS por seu efeito supressivo na secreção de androgênios ovarianos e melhora do hirsutismo. Entretanto, os dados na literatura são conflitantes quanto aos efeitos do ACO nos parâmetros metabólicos de mulheres com PCOS. Além disso, não está bem estabelecido se a presença de alelos polimórficos está associada com diferenças nos fenótipos da PCOS e se pode influenciar na resposta ao tratamento com ACO. Os objetivos desta tese foram investigar a influência dos SNPs -71 AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 gene (substituição de G por A) na resposta de mulheres com PCOS ao tratamento com ACO e verificar se o SNP50 está associado com fenótipos da PCOS. Cento e sessenta e duas mulheres com PCOS foram estratificadas em PCOS clássicas (hiperandrogenismo e disfunção ovulatória, c-PCOS) e PCOS ovulatórias (hiperandrogenismo, ciclos ovulatórios, aparência policística dos ovários, ov-PCOS) e uma subamostra de 51 mulheres (que não apresentavam resistência insulínica evidente) completaram 6 meses de tratamento com ACO (20 ug etinilestradiol e 75 ug gestodeno, 21/28 dias por ciclo). A presença ou ausência dos alelos polimórficos foram consideradas para expressar os resultados que avaliaram os SNPs -71 AG e SNP50. O escore de hirsutismo foi similar em c-PCOS e ov-PCOS, e as diferenças nos parâmetros hormonais e metabólicos observadas foram independentes da presença do alelo A do SNP50. Após os 6 meses de tratamento com ACO, como era esperado, os níveis de testosterona total e o escore clínico de hirsutismo diminuíram, enquanto os níveis da globulina carreadora de hormônios sexuais aumentaram. Houve uma pequena redução da pressão arterial sistólica e do hormônio luteinizante. As medidas de insulina e do índice HOMA permaneceram inalteradas após o tratamento. Houve um aumento dos níveis de lipídios, mas os valores permaneceram dentro dos limites da normalidade. Nenhuma das alterações observadas esteve associada com a presença dos alelos polimórficos dos SNPs -71 AG ou SNP50. As conclusões são de que o ACO é uma alternativa eficaz para o tratamento dos sintomas do hiperandrogenismo, sem comprometimento dos parâmetros metabólicos, pelo menos naquelas mulheres sem resistência insulínica prévia ao tratamento. Os SNPs -71AG no gene AKR1C3 e SNP50 no gene CYP19 não contribuem para as melhoras observadas com o uso do ACO. Além disso, o SNP50 parece não estar associado com as diferenças existentes entre os fenótipos clássico e ovulatório da PCOS. / Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is the most common endocrine disorder in women at reproductive age, and also the most common cause of hyperandrogenism and chronic anovulation. Different phenotypes of PCOS have been identified, and a better knowledge of these clinical symptoms is necessary to recognize risks, prevention, and treatment strategies for each phenotype. Associations between single nucleotide polymorphisms (SNPs) in genes that codify enzymes responsible for the androgenic metabolism and PCOS have been described. The oral contraceptive pill (OCP) is used to treat women with PCOS due to the suppressive effect on ovarian androgen secretion, with consequent amelioration of hirsutism. However, data are conflicting in literature regarding the effects of OCP on metabolic variables in PCOS. Besides that, it is not well established whether the presence of polymorphic alleles is associated with PCOS phenotypes and whether can influence on the response to OCP treatment. The aims of this thesis were to investigate the influence of the SNPs -71 AG at AKR1C3 gene and SNP50 of CYP19 gene (G to A substitution) on the response of PCOS to treatment with oral contraceptive pills and to assess whether the SNP50 is associated with PCOS phenotypes. A hundred sixty two hirsute women were stratified into a classic PCOS group (hyperandrogenism and ovulatory dysfunction, c-PCOS) and an ovulatory PCOS group (hyperandrogenism, ovulatory cycles, polycystic ovaries, ov-PCOS), and a subsample of 51 women (without evidences of insulin resistance) completed a 6-month OCP trial (20 ug ethinylestradiol plus 75 ug gestodene, 21/28 days per cycle). We considered the presence or absence of the polymorphic alleles to express results and to perform the comparisons regarding the SNPs -71 AG and SNP50. Hirsutism score was similar in c-PCOS and ov-PCOS, and the differences in hormone and metabolic variables between phenotypes were independent of the presence of allele A for SNP50. After 6 months of OCP treatment, as expected, total testosterone and hirsutism score declined, while sex hormone binding globulin increased. There was a slight reduction in systolic blood pressure and luteinizing hormone levels. Insulin and homeostasis model assessment remained unchanged after treatment. There was an increase in lipids, but the values remained at the normal range. None of these changes were associated with the presence of polymorphic alleles for -71 AG or SNP50 polymorphisms. We conclude that OCP is an alternative to ameliorate androgenic symptoms without compromising metabolic parameters, at least in women without insulin resistance before treatment. The -71AG SNP of AKR1C3 gene and the SNP50 of CYP19 gene did not contribute to the improvements observed. Besides that, SNP50 may not be associated to the existing differences between classic and ovulatory PCOS phenotypes.

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