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Diagnóstico diferencial entre transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade borderline fundamentado na história de estresse precoce e em avaliação psiconeuroendócrina / Differential diagnosis between bipolar disorder and borderline personality disorder based on history of early stress and psychoneuroendocrine assessment.

Mazer, Angela Kaline 03 December 2013 (has links)
Introdução: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentam características clínicas em comum que frequentemente tornam difícil seu diagnóstico diferencial, podendo implicar em indicações terapêuticas inadequadas. Assim, é importante ampliar o conhecimento diagnóstico sobre esses transtornos mentais buscando identificar marcadores que auxiliem sua diferenciação. A história de estresse precoce, associada à vulnerabilidade individual no desenvolvimento de transtornos mentais relatada na literatura, pode representar um fator de diferenciação entre TAB e TPB, assim como sua associação com manifestações clínicas e respostas neuroendócrinas específicas a cada um desses diagnósticos. Objetivo: Avaliação e comparação de pacientes com diagnóstico de TAB e TPB buscando indicadores de seu diagnóstico diferencial, relacionados a fatores associados a sua sintomatologia, etiopatogênese e marcadores neuroendócrinos. Metodologia: A amostra do estudo foi composta por 51 mulheres, distribuídas em 3 grupos constituídos por pacientes com diagnóstico clínico de TAB (n=16) e TPB (n=20), e controles saudáveis (n=15). Para sua avaliação, foram utilizados instrumentos para confirmação diagnóstica e entrevista semiestruturada para delineamento do perfil sócio-demográfico e clínico. A gravidade da sintomatologia psiquiátrica foi avaliada através dos instrumentos de Beck para avaliação de ansiedade, depressão, desesperança e ideação suicida, além de escalas de avaliação de sintomas maníacos e impulsividade. A história de estresse precoce foi investigada pelo Questionário de Traumas na Infância (CTQ), e classificada segundo os subtipos abuso emocional, abuso físico, abuso sexual, negligência emocional e negligência física. O funcionamento do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA) foi avaliado pela dosagem de cortisol basal plasmático. Os resultados das avaliações foram analisados em um segundo momento de acordo com a presença ou ausência de estresse precoce. Resultados: A amostra de pacientes com diagnósticos de TAB e TPB analisadas apresentaram diferenças significativas em relação à idade e tempo de tratamento, maiores no grupo TAB. A análise da sintomatologia psiquiátrica indica maior gravidade de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida no grupo TPB. A história de estresse precoce foi identificada como mais prevalente e significativamente mais grave nas pacientes do que em controles saudáveis, nos escores de CTQ total, abuso emocional, negligência emocional e negligência física, que também diferenciaram os grupos diagnósticos, sendo maiores no TPB comparado ao TAB. A partir da presença do estresse precoce em níveis de moderado a extremo, o subtipo negligência física diferenciou significativamente os diagnósticos, indicando ser mais grave quando associado ao TPB. A avaliação endócrina indicou diferenças entre os diagnósticos TAB e TPB em relação aos controles saudáveis, com níveis mais baixos de cortisol apresentados pelas pacientes. A presença de estresse precoce em pacientes com TAB demonstrou diferença significativa com menores níveis de cortisol em relação aos controles. O cortisol mensurado nas pacientes com TPB foi significativamente menor comparado ao dos controles na presença de negligência emocional e negligência física. O cortisol apresentou correlações significativas e opostas nos grupos diagnósticos com o abuso sexual, sendo uma correlação de Pearson negativa no TAB e positiva no TPB. A presença de estresse precoce associada ao diagnóstico de TPB revelou ainda correlação significativa negativa do cortisol com a negligência física. Discussão: Considerando a necessidade de uma análise multifatorial, o diagnóstico diferencial entre TAB e TPB pode ser facilitado pela análise dos sintomas psiquiátricos e da história de estresse precoce. O diagnóstico de TPB se associa a sintomatologia mais grave de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida; assim como, a maior prevalência e gravidade da história de estresse precoce em geral e em relação aos subtipos abuso emocional, negligência emocional e, especialmente, negligência física quando presente em maior gravidade. O funcionamento do eixo HHA avaliado pelo cortisol sugere diferenciar-se em ambos os diagnósticos, na associação com experiências estressantes precoces no TAB e, especialmente, com história de negligência física no TPB. Conclusão: Assim, a análise integrada dos parâmetros relacionados a psicopatologia, ao estresse precoce e funcionamento neuroendócrino fornecem indicadores úteis na diferenciação entre os diagnósticos de TAB e TPB, mas que necessitam ser melhor explorados e compreendidos através de futuros estudos. / Introduction: Bipolar Disorder (BD) and Borderline Personality Disorder (BPD) have clinical features in common that often make it difficult differential diagnosis , and may result in inadequate therapeutic indications. Thus , it is important to expand knowledge diagnosis on these mental disorders in order to identify markers that make clear the differences. The history of early stress associated with individual vulnerability to develop mental disorders can be a difference factors between BD and BPD , as its association with clinical and neuroendocrine responses. Objective: To assess and compare patients with BD and BPD seeking indicators of differential diagnosis, related to factors associated with its etiology and pathogenesis, symptoms and neuroendocrine markers. Methodology: The study sample consisted of 51 women , distributed in 3 groups: patients diagnosed with BD (n=16) and BPD (n=20) and healthy controls (n=15). We confirm the diagnosis with SCID I and SCID II; and semi-structured interview for delineating the socio-demographic and clinical features. Severity of psychiatric symptoms was assessed using the Beck instruments for assessment of anxiety , depression , hopelessness and suicidal ideation, as scales of impulsivity and manic symptoms. The history of early stress was investigated by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), and classified according to subtypes emotional abuse, physical abuse, sexual abuse, emotional neglect and physical neglect. The functioning of the hypothalamic- pituitary- adrenal (HPA) axis was evaluated by measurement of basal plasma cortisol. Results were analyzed in a second time according to the presence or absence of early stress. Results: A sample of patients with diagnoses of BD and BPD were analyzed and showed significant differences in relation to age and treatment time , higher in BD. The analysis of psychiatric symptoms indicating greater severity of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation in the group BPD. The history of early life stress has been identified as the most prevalent and significantly worse in patients than in healthy controls, in scores of CTQ total emotional abuse, emotional neglect and physical neglect, which also differentiated the diagnostic groups and were higher BPD compared BD. From the presence of early life stress the subtypes physical neglect differed significantly , indicating higher severity when associated with the BPD. The endocrine evaluation indicated differences between diagnoses BD and BPD compared to healthy controls , with lower levels of cortisol presented by patients. The presence of early stress in patients with BD showed significant difference with lower cortisol levels compared to controls. Cortisol measured in patients with BPD was significantly lower compared to controls in the presence of emotional neglect and physical neglect. Cortisol was significantly correlated and opposite in diagnostic groups with sexual abuse , being a Pearson correlation negative in BD, and positive BPD. The presence of early stress associated with the diagnosis of BPD also showed a significant negative correlation of cortisol with physical neglect. Discussion: Considering the need for a multifactorial analysis, differential diagnosis between BD and BPD can be facilitated by analysis of psychiatric symptoms and history of early life stress. The diagnosis of BPD is associated with more severe symptoms of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation, as well as the increased prevalence and severity of history of early life stress in general and in relation to subtypes emotional abuse, emotional neglect, and especially , physical neglect when present in greater severity . The functioning of the HPA axis measured by cortisol suggests differentiate the diagnosis and association with early stressful experiences in BD and particularly with a history of physical neglect in BPD. Conclusion: Thus, the integrated analysis of the parameters related to psychopathology, stress and neuroendocrine function provide early indicators useful in differentiating between diagnoses of BD and BPD, but these need to be better explored and understood by future studies.
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O IMPACTO SOBRE A PESSOA DO TERAPEUTA DO ATENDIMENTO AO CLIENTE BORDERLINE

Sousa, Ana Carolina Aquino de 03 December 2004 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:21:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Carolina Aquino de Sousa.pdf: 859405 bytes, checksum: 012e102cd1c0ae09167374dd9968980d (MD5) Previous issue date: 2004-12-03 / This research is an effort to explore, from a functional analytic perspective, the feelings that dealing with borderline clients causes in therapists. First, the therapeutic relationship is described as an instrument that can promote changes in the client s repertoires. This approach considers that if an individual behaves in relation to a therapist in the same way as he behaves in his daily life in relation to other people, these settings are functionally identical. So, changes in one context, will affect the others. Besides, the client s behaviors cause feelings in the therapist (a phenomenon known in psychotherapy literature as counter-transference) that can be used as cues about how other people feel in the client s daily life. So, the therapeutic relationship would be a context that makes in-vivo learning possible for the client, since the behavior can be immediately reinforced or weakened after its occurrence. Four behavioral therapists, who worked with borderline clients, took part in this research. The sessions were conducted weekly and lasted one hour each. Reports by the therapists concerning their feelings were recorded during semistructured interviews and during monthly supervisions with each therapist separately. All recordings were transcribed and explored according the methods of grounded theory. The results indicate that the therapists noted the occurrence of clinically relevant behaviors and countertransference in the therapeutic relationship. During supervision it was tried to lead the participants to use their own feelings (about the client) as cues to promote changes in clients behaviors. They reported that their clients punished many of their new behaviors they were coerced to continue reacting in ways that were complementary to the client s behaviors. The therapists what went back to behave in a way that was safe for them reinforced the problem behaviors of their clients. This counter-therapeutic behavior seems related to experiential avoidance. The results suggest that particular attention to interpersonal interactions during the session is important. It could avoid that the therapeutic relationship maintains the client s problems and can make it possible to take better advantage of the therapist s private responses. / O presente trabalho é um esforço em explorar sentimentos que o atendimento ao cliente borderline provoca em terapeutas, a partir de uma visão analítico-funcional. Primeiro, a relação terapêutica é descrita como um instrumento de mudança que pode promover mudanças no repertório do cliente. Esta abordagem parte do pressuposto de que se o indivíduo se comporta em relação ao terapeuta da mesma maneira que o faz no seu dia a dia com outras pessoas, esses ambientes são funcionalmente idênticos, e que, portanto, se um deles for mudado, esta alteração afetará os demais. Além disso, os sentimentos que os comportamentos do cliente provocam no terapeuta (fenômeno conhecido na literatura psicoterápica como contra-transferência) podem servir como dicas sobre o que outras pessoas do seu cotidiano sentem. Desta forma, a relação terapêutica seria um contexto que possibilita o aprendizado ao vivo para o indivíduo, já que o comportamento pode ser reforçado ou enfraquecido imediatamente após a sua ocorrência. Participaram deste trabalho, quatro terapeutas comportamentais que atendiam clientes borderlines. Elas realizavam os atendimentos semanalmente com sessões de uma hora de duração. Relatos de sentimentos dos terapeutas foram gravados durante entrevistas semiestruturadas e durante supervisões mensais com cada terapeuta separadamente. Todas as gravações foram transcritas e exploradas de acordo com os métodos da teoria fundamentada nos dados. Os resultados apontaram que os terapeutas percebem a ocorrência de comportamentos clinicamente relevantes e de contra-transferência na relação terapêutica. Tentou-se, nas supervisões, levar as participantes a utilizar dos seus próprios sentimentos em relação ao cliente, como dicas para atuar de modo a promover mudanças no repertório do cliente. Elas relataram que muitos dos novos comportamentos adotados por elas, foram punidos pelos seus clientes sendo isto coerção para continuar reagir de forma complementar aos seus comportamentos. As terapeutas, que voltavam a se comportar de modo mais seguro para si reforçaram os comportamentos problemáticos dos clientes. Tal comportamento contra-terapêutico parece relacionado com a esquiva experiencial. Os resultados sugerem que atenção particular para os padrões interpessoais durante a sessão poderia evitar que a relação terapêutica chegasse a manter os problemas do cliente e que um melhor proveito das respostas encobertas do terapeuta para este fim é possível.
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Desempenho cognitivo em pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline com e sem histórico de tentativas de suicídio

Pastore, Edilson 18 December 2012 (has links)
Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-04-15T18:41:58Z No. of bitstreams: 1 Edilson Pastore.pdf: 1708498 bytes, checksum: cb7f365a867bba996d379bf77353991f (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-15T18:41:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Edilson Pastore.pdf: 1708498 bytes, checksum: cb7f365a867bba996d379bf77353991f (MD5) Previous issue date: 2012-01-31 / Nenhuma / A presente dissertação de Mestrado investigou o desempenho cognitivo de participantes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) com e sem histórico de tentativas de suicídio. A apresentação da revisão de literatura e dos resultados empíricos deste trabalho foi descrita em um artigo teórico e um artigo empírico sobre o TPB, suicídio e funções cognitivas. Primeiramente, apresenta-se o artigo teórico, que traz uma revisão assistemática e crítica da literatura sobre o transtorno, abordando as particularidades do desenvolvimento dessa patologia e discutindo sobre os aspectos cognitivos. Essa revisão teve como foco as funções executivas, especialmente: atenção, concentração, tomada de decisões, organização do pensamento e memória operacional, sugerindo que déficits nessas funções podem ser fatores de risco para o suicídio em pacientes com esse diagnóstico. As conclusões do artigo teórico apontam para a existência de déficits específicos na cognição, especialmente na área de execução em participantes com diagnóstico de TPB. Discutiram-se artigos atuais encontrados sobre a temática e problematizou-se a necessidade e relevância de investigações e achados dessa natureza. O artigo empírico apresenta os resultados de uma pesquisa quantitativa, transversal e de comparação entre grupos realizada com uma amostra de 82 pacientes (M=31,80; DP=0,96) diagnosticados com TPB internados em uma clínica psiquiátrica de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Foi aplicada a Escala Wechsler de inteligência para adultos (WAIS III), a Escala Barratt de Impulsividade, a Escala Beck de Suicídio e a Escala FAST, além de um questionário contendo dados sociodemográficos. Não foi encontrada diferença significativa em termos de QI total entre os participantes com TPB com e sem histórico de tentativas de suicídio, indicando assim que a heterogeneidade dos pacientes que apresentam esse diagnóstico, assim como o grande número de comorbidades apresentadas por essa população, podem ter sido fatores importantes para explicar esse resultado. Entretanto, verificou-se que pacientes com histórico de tentativas de suicídio apresentam índice de impulsividade mais elevado, especialmente abaixo de 30 anos de idade, o que salienta que nesta idade pacientes com TPB podem ser mais vulneráveis tanto para tentativas de suicídio quanto para sua efetivação. Embora não se tenha encontrado diferença significativa entre os grupos, as médias na Escala Wechsler (funções cognitivas) quanto ao QI total situaram-se dentro do nível médio de funcionamento cognitivo com QI de 92,73 (DP=14,39) para o grupo dos pacientes com histórico de tentativa de suicídio e 96,06 (DP=17,8) para o grupo sem tentativas de suicídio. Os níveis de impulsividade foram maiores no grupo de pacientes com histórico de tentativas de suicídio, assim como o grau de adaptação medido pela Escala FAST se mostrou mais prejudicado no mesmo grupo. Os resultados desta dissertação elucidam aspectos sobre o TPB e permitem refletir sobre adequadas formas de tratamento. Fica também evidenciada a necessidade da realização de outros estudos dentro dessa mesma temática, em virtude da carência de pesquisas neuropsicológicas ou sobre funções cognitivas em pacientes com diagnóstico de TPB no Brasil. / The objective of the present Master's thesis was to investigate the cognitive performance of participants with Borderline Personality Disorder (BPD) with and without a history of suicide attempts. The review of the literature and the empirical results of this study were described in a theoretical article and an empirical article about BPD, suicide, and cognitive functions. The theoretical article consisted of an asystematic and critical review of the literature on the disorder, addressing the characteristics of the development of this pathology and discussing its cognitive aspects. This review of the literature focused on executive functions, especially: attention, concentration, decision making, organization of thought, and working memory, suggesting that deficits in these functions may be risk factors for suicide in patients with this diagnosis. The conclusions of the theoretical article indicate the presence of specific cognition deficits, mainly in the executive functions of the participants diagnosed with BPD. We discussed recent articles on the topic and approached the need and relevance of further studies and similar findings. The empirical article presents the results of a quantitative, cross-sectional and comparative study conducted with a sample of 82 patients (M=31.80, SD=0.96) diagnosed with BPD and admitted to a psychiatric clinic in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS III), the Barratt Impulsiveness Scale, the Beck Suicide Scale, the FAST scale, and a questionnaire containing sociodemographic data were administered to the participants. There was no significant difference in terms of total IQ among the participants with BPD with and without a history of suicide attempts, suggesting that the heterogeneity of patients with this diagnosis, as well as the large number of comorbidities in this population, may have been important factors to explain this result. However, we found that patients with a history of suicide attempts have higher index of impulsivity, especially patients younger than 30 years, leading to the conclusion that individuals of this age group with BPD may be more vulnerable to both suicide and suicide attempts. Although there was no significant difference between the groups, the means on the Wechsler Scale (cognitive functions) in terms of total IQ were within the mean level of cognitive functioning with an IQ of 92 for the group of patients with a history of suicide attempt and 96 for the group without suicide attempts. Levels of impulsivity were higher in patients with a history of suicide attempts; in addition, the degree of adaptation measured by the FAST Scale was lower in the same group. These results explain aspects of BPD and provide the opportunity of developing appropriate therapeutic methods. The need for further studies on this topic was also evidenced by the lack of neuropsychological research or studies on cognitive functions in patients diagnosed with BPD in Brazil.
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Psicoterapia psicanalítica com pacientes borderline: construindo pontes entre pesquisa e prática clínica

Bittencourt, Aline Alvares 13 August 2015 (has links)
Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2015-11-30T15:02:34Z No. of bitstreams: 1 Aline Alvares Bittencourt_.pdf: 354620 bytes, checksum: 42685cd66ef9f8cbcec738eec89cf25d (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-30T15:02:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Aline Alvares Bittencourt_.pdf: 354620 bytes, checksum: 42685cd66ef9f8cbcec738eec89cf25d (MD5) Previous issue date: 2015-08-13 / Nenhuma / Esta dissertação nasce da constatação de que é necessário conjugar a tradição clínica com a investigação empírica para ampliar o entendimento da desorganização aguda vivenciada por pacientes com transtorno de personalidade borderline em tratamento psicoterápico de orientação psicanalítica e estabelecer diretrizes para o seu manejo pelo psicoterapeuta. É uma dissertação de mestrado organizada em dois artigos empíricos. O primeiro, em formato de ensaio, trata da aparente dissociação entre a prática clínica e a pesquisa empírica e discute as possibilidades de uma aproximação entre estes dois campos a partir da conjugação de métodos clínicos e empíricos para a compreensão do processo psicoterápico e das mudanças observadas na psicoterapia psicanalítica. O caso de uma paciente borderline é utilizado para ilustrar como instrumentos empíricos e anotações clínicas feitas pelo psicoterapeuta podem se complementar e oferecer subsídios para a compreensão do processo de mudança em psicoterapia. São feitas considerações sobre o potencial deste tipo de perspectiva contribuir para a diminuição da brecha existente entre pesquisa e prática clínica. O segundo artigo é um estudo empírico que buscou aprofundar e contribuir para o aumento do conhecimento dos aspectos subjacentes às crises borderline e o seu manejo pelo psicoterapeuta de orientação psicanalítica, visto que elas são esperadas, recorrentes, mas alvo de poucos estudos. O caso é de uma paciente borderline em psicoterapia psicanalítica há aproximadamente três anos. A análise se concentrou num período de aproximadamente três meses, perto do final do primeiro ano de tratamento, no qual houve uma desorganização aguda que culminou numa tentativa de suicídio da paciente, seguida por uma internação psiquiátrica e reorganização psíquica após a mesma. A psicoterapia não foi interrompida neste período, que compreendeu 12 sessões. Estas foram analisadas, em profundidade, por meio das anotações clínicas da terapeuta, de uma medida empírica do processo terapêutico, o Psychotherapy Process Q-set (PQS), e de instrumento de avaliação de sintomas. Os achados apontam para a recomendação da não interrupção da psicoterapia na vigência da crise borderline e para a importância da empatia, sensibilidade e flexibilidade dos terapeutas para adaptar suas técnicas às necessidades destes pacientes. De modo geral, a dissertação demostra a necessidade do envolvimento de psicoterapeutas com a leitura e co-construção do conhecimento empírico para auxiliá-los a nortear suas práticas, tornando-as mais efetivas. Pacientes borderline podem apresentar crises intensas, vivenciadas dentro do setting, o que constitui desafio técnico para terapeutas psicanalíticos. A adoção de perspectivas integradas de investigação, que contemplem métodos empíricos e a perspectiva clínica do psicoterapeuta, é fortemente recomendada. / This paper is born from the realization that it is necessary to combine the clinical tradition and empirical research to increase the understanding of acute disorganization experienced by patients with borderline personality disorder in psychoanalytic psychotherapy and establish guidelines for their management by the psychotherapist. It is a dissertation arranged on two empirical articles. The first, in assay format, deals with the apparent dissociation between clinical practice and empirical research and discusses the possibilities of a closer relationship between these two fields from the combination of clinical and empirical methods for understanding the psychotherapeutic process and observed changes in psychoanalytic psychotherapy. The case of a borderline patient is used to illustrate how empirical tools and clinical notes made by the psychotherapist can complement each other and offer subsidies for understanding the psychotherapy change process. Considerations about the potential of this kind of perspective contribute to reducing the gap between research and clinical practice. The second article is an empirical study that aimed to deepen and contribute to increase knowledge of the underlying aspects of the borderline crises and their management by the psychoanalytic psychotherapist, as they are expected, applicants, but subject to few studies. The case is a borderline patient in psychoanalytic psychotherapy for about three years. The analysis focused on a period of approximately three months near the end of the first year of treatment, in which there was an acute disorganization that culminated in an attempt to patient suicide, followed by a psychiatric hospitalization and psychological reorganization after. Psychotherapy was not interrupted during this period, which included 12 sessions. These were analyzed in depth through clinical notes from the therapist, an empirical measure of the therapeutic process, the Psychotherapy Process Q-Set (PQS), and symptom evaluation tool. The findings point to the recommendation to not interrupt the psychotherapy in the presence of borderline crisis and the importance of empathy, sensitivity and flexibility of therapists to adapt their techniques to the needs of these patients. Overall, the dissertation demonstrates the need for the involvement of psychotherapists with reading and co-construction of empirical knowledge to help them guide their practices, making them more effective. Borderline patients may present experienced intense crises inside the setting, which is technical challenge for psychoanalytic therapists. The adoption of integrated perspectives of research that include empirical and clinical perspective from the psychotherapist, is strongly recommended.
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Diagnóstico diferencial entre transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade borderline fundamentado na história de estresse precoce e em avaliação psiconeuroendócrina / Differential diagnosis between bipolar disorder and borderline personality disorder based on history of early stress and psychoneuroendocrine assessment.

Angela Kaline Mazer 03 December 2013 (has links)
Introdução: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentam características clínicas em comum que frequentemente tornam difícil seu diagnóstico diferencial, podendo implicar em indicações terapêuticas inadequadas. Assim, é importante ampliar o conhecimento diagnóstico sobre esses transtornos mentais buscando identificar marcadores que auxiliem sua diferenciação. A história de estresse precoce, associada à vulnerabilidade individual no desenvolvimento de transtornos mentais relatada na literatura, pode representar um fator de diferenciação entre TAB e TPB, assim como sua associação com manifestações clínicas e respostas neuroendócrinas específicas a cada um desses diagnósticos. Objetivo: Avaliação e comparação de pacientes com diagnóstico de TAB e TPB buscando indicadores de seu diagnóstico diferencial, relacionados a fatores associados a sua sintomatologia, etiopatogênese e marcadores neuroendócrinos. Metodologia: A amostra do estudo foi composta por 51 mulheres, distribuídas em 3 grupos constituídos por pacientes com diagnóstico clínico de TAB (n=16) e TPB (n=20), e controles saudáveis (n=15). Para sua avaliação, foram utilizados instrumentos para confirmação diagnóstica e entrevista semiestruturada para delineamento do perfil sócio-demográfico e clínico. A gravidade da sintomatologia psiquiátrica foi avaliada através dos instrumentos de Beck para avaliação de ansiedade, depressão, desesperança e ideação suicida, além de escalas de avaliação de sintomas maníacos e impulsividade. A história de estresse precoce foi investigada pelo Questionário de Traumas na Infância (CTQ), e classificada segundo os subtipos abuso emocional, abuso físico, abuso sexual, negligência emocional e negligência física. O funcionamento do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA) foi avaliado pela dosagem de cortisol basal plasmático. Os resultados das avaliações foram analisados em um segundo momento de acordo com a presença ou ausência de estresse precoce. Resultados: A amostra de pacientes com diagnósticos de TAB e TPB analisadas apresentaram diferenças significativas em relação à idade e tempo de tratamento, maiores no grupo TAB. A análise da sintomatologia psiquiátrica indica maior gravidade de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida no grupo TPB. A história de estresse precoce foi identificada como mais prevalente e significativamente mais grave nas pacientes do que em controles saudáveis, nos escores de CTQ total, abuso emocional, negligência emocional e negligência física, que também diferenciaram os grupos diagnósticos, sendo maiores no TPB comparado ao TAB. A partir da presença do estresse precoce em níveis de moderado a extremo, o subtipo negligência física diferenciou significativamente os diagnósticos, indicando ser mais grave quando associado ao TPB. A avaliação endócrina indicou diferenças entre os diagnósticos TAB e TPB em relação aos controles saudáveis, com níveis mais baixos de cortisol apresentados pelas pacientes. A presença de estresse precoce em pacientes com TAB demonstrou diferença significativa com menores níveis de cortisol em relação aos controles. O cortisol mensurado nas pacientes com TPB foi significativamente menor comparado ao dos controles na presença de negligência emocional e negligência física. O cortisol apresentou correlações significativas e opostas nos grupos diagnósticos com o abuso sexual, sendo uma correlação de Pearson negativa no TAB e positiva no TPB. A presença de estresse precoce associada ao diagnóstico de TPB revelou ainda correlação significativa negativa do cortisol com a negligência física. Discussão: Considerando a necessidade de uma análise multifatorial, o diagnóstico diferencial entre TAB e TPB pode ser facilitado pela análise dos sintomas psiquiátricos e da história de estresse precoce. O diagnóstico de TPB se associa a sintomatologia mais grave de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida; assim como, a maior prevalência e gravidade da história de estresse precoce em geral e em relação aos subtipos abuso emocional, negligência emocional e, especialmente, negligência física quando presente em maior gravidade. O funcionamento do eixo HHA avaliado pelo cortisol sugere diferenciar-se em ambos os diagnósticos, na associação com experiências estressantes precoces no TAB e, especialmente, com história de negligência física no TPB. Conclusão: Assim, a análise integrada dos parâmetros relacionados a psicopatologia, ao estresse precoce e funcionamento neuroendócrino fornecem indicadores úteis na diferenciação entre os diagnósticos de TAB e TPB, mas que necessitam ser melhor explorados e compreendidos através de futuros estudos. / Introduction: Bipolar Disorder (BD) and Borderline Personality Disorder (BPD) have clinical features in common that often make it difficult differential diagnosis , and may result in inadequate therapeutic indications. Thus , it is important to expand knowledge diagnosis on these mental disorders in order to identify markers that make clear the differences. The history of early stress associated with individual vulnerability to develop mental disorders can be a difference factors between BD and BPD , as its association with clinical and neuroendocrine responses. Objective: To assess and compare patients with BD and BPD seeking indicators of differential diagnosis, related to factors associated with its etiology and pathogenesis, symptoms and neuroendocrine markers. Methodology: The study sample consisted of 51 women , distributed in 3 groups: patients diagnosed with BD (n=16) and BPD (n=20) and healthy controls (n=15). We confirm the diagnosis with SCID I and SCID II; and semi-structured interview for delineating the socio-demographic and clinical features. Severity of psychiatric symptoms was assessed using the Beck instruments for assessment of anxiety , depression , hopelessness and suicidal ideation, as scales of impulsivity and manic symptoms. The history of early stress was investigated by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), and classified according to subtypes emotional abuse, physical abuse, sexual abuse, emotional neglect and physical neglect. The functioning of the hypothalamic- pituitary- adrenal (HPA) axis was evaluated by measurement of basal plasma cortisol. Results were analyzed in a second time according to the presence or absence of early stress. Results: A sample of patients with diagnoses of BD and BPD were analyzed and showed significant differences in relation to age and treatment time , higher in BD. The analysis of psychiatric symptoms indicating greater severity of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation in the group BPD. The history of early life stress has been identified as the most prevalent and significantly worse in patients than in healthy controls, in scores of CTQ total emotional abuse, emotional neglect and physical neglect, which also differentiated the diagnostic groups and were higher BPD compared BD. From the presence of early life stress the subtypes physical neglect differed significantly , indicating higher severity when associated with the BPD. The endocrine evaluation indicated differences between diagnoses BD and BPD compared to healthy controls , with lower levels of cortisol presented by patients. The presence of early stress in patients with BD showed significant difference with lower cortisol levels compared to controls. Cortisol measured in patients with BPD was significantly lower compared to controls in the presence of emotional neglect and physical neglect. Cortisol was significantly correlated and opposite in diagnostic groups with sexual abuse , being a Pearson correlation negative in BD, and positive BPD. The presence of early stress associated with the diagnosis of BPD also showed a significant negative correlation of cortisol with physical neglect. Discussion: Considering the need for a multifactorial analysis, differential diagnosis between BD and BPD can be facilitated by analysis of psychiatric symptoms and history of early life stress. The diagnosis of BPD is associated with more severe symptoms of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation, as well as the increased prevalence and severity of history of early life stress in general and in relation to subtypes emotional abuse, emotional neglect, and especially , physical neglect when present in greater severity . The functioning of the HPA axis measured by cortisol suggests differentiate the diagnosis and association with early stressful experiences in BD and particularly with a history of physical neglect in BPD. Conclusion: Thus, the integrated analysis of the parameters related to psychopathology, stress and neuroendocrine function provide early indicators useful in differentiating between diagnoses of BD and BPD, but these need to be better explored and understood by future studies.
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[en] GENERAL INTELLIGENCE AND BORDERLINE PERSONALITY DISORDER: EFFECTS AND TREATMENT OUTCOMES / [pt] INTELIGÊNCIA GERAL E TRANSTORNO DE PERSONALIDADE LIMÍTROFE: EFEITOS E RESULTADOS DO TRATAMENTO

FELIPE DE DIOS ALMEIDA 28 October 2024 (has links)
[pt] Este artigo examina dois aspectos inter-relacionados do transtorno de personalidade borderline (TPB): sua ligação com a inteligência geral e a eficácia da Terapia Comportamental Dialética (DBT) para indivíduos com dificuldades de aprendizagem. Em comparação com os grupos de controle, os indivíduos com TPB apresentaram pontuações de QI significativamente mais baixas. Além disso, foram identificadas deficiências cognitivas distintas, potencialmente impactando a regulação emocional e comportamental. Os resultados mostraram que os cursos de terapia adaptada de DBT podem trazer melhorias significativas nas habilidades essenciais da DBT, como regulação emocional, eficácia interpessoal e tolerância ao sofrimento. Compreender os aspectos cognitivos do TPB pode informar intervenções mais eficazes, enquanto terapias adaptáveis como a DBT podem atender às necessidades específicas de indivíduos com dificuldades de aprendizagem. Esta dissertação incentiva uma maior exploração da interação entre o funcionamento cognitivo e os resultados terapêuticos, particularmente em populações com transtornos de personalidade. / [en] This paper examines two interrelated aspects of borderline personality disorder it s link to general intelligence and the effectiveness of Dialectical Behaviour Therapy for individuals with learning disabilities. Compared to control groups, individuals with BPD displayed significantly lower IQ scores. Additionally, distinct cognitive impairments were identified, potentially impacting emotional and behavioural regulation. Results showed that adapted therapy courses of DBT can have significant improvements in core DBT skills like emotional regulation, interpersonal effectiveness, and distress tolerance. Understanding the cognitive aspects of BPD can inform more effective interventions, while adaptable therapies like DBT can address the unique needs of individuals with learning disabilities. This dissertation encourages further exploration of the interplay between cognitive functioning and therapeutic outcomes, particularly in populations with personality disorders.
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Adaptação e validação de escalas de resiliência para o contexto cultural brasileiro: escala de resiliência disposicional e escala de Connor-Davidson / Cross-cultural adaptation and validation of resilience scales for Brazil: dispositional resilience scale and Connor-Davidson resilience scale

Solano, João Paulo Consentino 02 June 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: a resiliência é um construto associado às características pessoais que permitem a um indivíduo adaptar-se e superar situações adversas. Uma pessoa mais resiliente é aquela com maiores habilidades de se adaptar sob estresse, a despeito da carga de dificuldades enfrentada e de um contexto desfavorável no entorno. A Dispositional Resilience Scale (DRS-15) e a Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) tentam aferir a resiliência individual e já tiveram suas propriedades testadas em vários países da América do Norte, África, Europa e Ásia. OBJETIVO: traduzir, realizar a adaptação para o contexto cultural brasileiro e verificar a confiabilidade e a validade das escalas DRS-15 e CD-RISC. MÉTODO: uma metodologia com as etapas seqüenciais de tradução/retro-tradução/adaptação cultural/estudo de confiabilidade/estudo de validade foi utilizada. A adaptação cultural foi executada por um grupo de especialistas em epidemiologia, linguística, psiquiatria e tratamento da dor. A compreensão das versões culturalmente adaptadas foi testada com 65 pacientes adultos do grupo de avaliação pré-anestésica e do ambulatório geral de ansiedade do Hospital das Clínicas da FMUSP. Retro-traduções das versões finais foram aprovadas pelos autores principais das escalas originais. O estudo de validade foi conduzido pela aplicação conjunta de ambas as versões brasileiras das escalas, do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Self-report questionnaire (SRQ), da escala de incapacitação de Sheehan (SDS) e da Escala Graduada de Dor Crônica (CPG-Br) a 575 pacientes e acompanhantes adultos da mesma população. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada por uma segunda aplicação das escalas de resiliência a 123 participantes, entre 7 e 14 dias após a entrevista inicial. RESULTADOS: entre os participantes da fase de validação, a idade média foi de 44 anos (amplitude de 18-93), com predomínio de mulheres (74%), e média de dez anos de estudo. A maioria dos entrevistados (93%) pertencia aos estratos socioeconômicos B e C. Três fatores e quatro fatores foram identificados por análise fatorial exploratória para as versões da DRS-15 e CD-RISC, respectivamente. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,71 para a DRS, e de 0,93 para a CD-RISC, indicando melhor consistência interna para a segunda. A confiabilidade teste-reteste retornou coeficientes de correlação intra-classe de 0,81 e 0,86 para a DRS e CD-RISC, respectivamente. A correlação entre as duas escalas foi de 0,52. Observaram-se correlações negativas significativas entre os escores das escalas de resiliência e os escores para cinco das seis dimensões do ISSL, assim como para com os escores do SRQ e SDS (p < 0,001). Não houve correlação entre as escalas de resiliência e a CPG-Br. A CD-RISC encontrou correlações mais fortes que a DRS para com as variáveis de comparação externa. As duas escalas discriminaram resiliência menor para os pacientes dos ambulatórios psiquiátricos, em comparação aos dos ambulatórios não-psiquiátricos. Entre os pacientes psiquiátricos, os escores de resiliência foram significativamente menores para os pacientes com transtorno Borderline de personalidade, em comparação aos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: propriedades de consistência interna, estabilidade temporal e validade foram satisfatoriamente demonstradas para as versões brasileiras da DRS e da CD-RISC em uma amostra de pacientes e acompanhantes adultos dos ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo / INTRODUCTION: Resilience is a construct related to the personal characteristics that allow an individual to adapt and overcome adversity. A more resilient person is the one that exhibits greater abilities to adapt under stress, despite the burden of difficulties and of an unfavorable context. The Dispositional Resilience Scale (DRS-15) and the Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) are two scales to measure individual resilience, both of which have had psychometrics evaluated by researchers from the US, Africa, Europe and Asia. OBJECTIVE: To verify the reliability and validity of culturally adapted Brazilian Portuguese versions of the DRS-15 and CD-RISC. METHODS: The following stepwise methodology was used: translation / back translation / cultural adaptation / reliability study / validation study. Cultural adaptation was performed by an expert committee of epidemiologist, linguists, psychiatrist and pain specialists. Comprehension of the culturally adapted versions was tested through 65 interviews with adult patients from the pre-anesthetic consultation ambulatory and general ambulatory for anxiety disorders of Hospital das Clínicas of FMUSP. Back-translations of the culturally adapted versions were fully approved by the authors of the original scales. Validation studies were carried out by concurrent application of both the adapted versions of resilience scales, the Brazilian Stress Symptoms Inventory for Adults (ISSL), the Self-report Questionnaire (SRQ), the Sheehan Disability Scale (SDS) and the Chronic Pain Grade (CPG-Br) to 575 participants (outpatients and companions) from the same population. Test-retest reliability was studied by means of a second interview with 123 subjects, which took place between 7 and 14 days after the first one. RESULTS: Subjects of the validation phase were mostly women (74%), with an average of 44 years of age (18-93) and 10 years of formal schooling. There was a predominance of socioeconomic levels B or C (93%) on an A to E scale. Exploratory factor analyses resulted in a three-factor for the DRS and a four-factor solution for the CD-RISC. Alpha coefficients of 0.71 for the DRS and 0.93 for the CD-RISC indicated better internal consistency for the latter. Temporal stability was regarded as excellent, with intra-class correlation coefficients of 0.81 and 0.86 for the DRS and CD-RISC, respectively. Correlation coefficient between the two scales was 0.52. Significant negative correlations were observed between the scores of both resilience scales and five out of six dimensions of the ISSL, and so as between the resilience scales scores and those of the SRQ and SDS (p < 0.001). No correlation was observed between the resilience scales and the CPG-Br. The CD-RISC was more competent than DRS to depict such correlations. Both scales were able to discriminate differences in resilience scores of non-psychiatric and psychiatric patients, the latter presenting with lower scores. The group of borderline patients significantly presented with lower resilience scores in comparison with those of the post-traumatic stress disorder patients. CONCLUSION: Good reliability and validity were demonstrated with the Brazilian Portuguese versions of the DRS and CD-RISC as tested on a sample of adult ambulatory patients and their adult companions at Hospital das Clínicas, São Paulo
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A expressão da dor emocional no corpo: um estudo sobre o comportamento automutilante em pacientes borderline

Kaufmann, Irit Grau 24 May 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T20:38:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Irit Grau Kaufmann.pdf: 5411599 bytes, checksum: 519d32c08de607411feb2898e6119403 (MD5) Previous issue date: 2013-05-24 / The present study aimed to investigate, under the approach of Jungian psychology, the possible motivations, purposes and meanings that patients with borderline personality disorder (BPD) attach to their self-mutilating behavior. The study included six women, aged between 18 and 46 years, all diagnosed with BPD and self-mutilating behavior history. Data collecting made use of the revised diagnostic interview for borderlines (DIB-R) applied for diagnostic purposes and research participation , a semi-structured interview, the person and family drawing, and a thematic drawing. The collected data were analyzed in light of Jungian analytical and psychosomatic psychology. As a result of the compilation of the accounts given during the interviews, 5 categories and 13 subcategories were identified: difficulties in relationships (family, love and interpersonal), low self-esteem and negative self-image, sexual abuse, high tolerance to physical pain/low pain tolerance to emotional pain, self-mutilating behavior (objects, body sites, forms, triggers, feelings, symbolic representation, ideation and suicide attempts, altered state of consciousness). Results show fragile emotional bonds in family relations, pathological love relationships, dependency and instability in interpersonal relations. The findings indicate that patients have low self-esteem and negative self-image, as well as high tolerance to physical pain with low tolerance to emotional pain. It was also observed that during the self-mutilating behavior, an altered state of consciousness may occur. It can be said that the inability of these patients to symbolize and express their grief at the emotional level leads them to concretizing the pain expression on their bodies, through its transduction into physical pain, by means of self-mutilating behavior. This study concluded that the purpose of such behaviour is the relief of pain and pre-existing emotional distress / A presente pesquisa teve como objetivo investigar, sob a abordagem da psicologia junguiana, as possíveis motivações, propósitos e significados que o paciente com transtorno de personalidade borderline (TPB) atribui ao seu comportamento automutilante. Participaram do estudo seis mulheres, entre 18 e 46 anos de idade, todas diagnosticadas com TPB e histórico de comportamento automutilante. Na coleta de dados, foram utilizadas a entrevista diagnóstica revisada para borderlines (DIB-R) aplicada com fins diagnósticos e de participação na pesquisa , a entrevista semiestruturada, o desenho da pessoa e família, e o desenho temático. Os dados coletados foram analisados à luz da psicologia analítica e psicossomática junguiana. Como resultado da compilação dos relatos das entrevistas, foram levantadas 5 categorias e 13 subcategorias: dificuldades nos relacionamentos (familiares, amorosos e interpessoais), baixa autoestima e autoimagem negativa, abuso sexual, alta tolerância à dor física/baixa tolerância à dor emocional, comportamento automutilante (objetos, locais do corpo, formas, fatores desencadeantes, sentimentos, representação simbólica, ideações e tentativas de suicídio, estado alterado de consciência). Os resultados apontaram para vínculos afetivos fragilizados nos relacionamentos familiares, relações amorosas patológicas, dependência e instabilidade nos relacionamentos interpessoais. Os achados indicaram que as pacientes têm baixa autoestima e autoimagem negativa, além de alta tolerância à dor fisica com baixa tolerância à dor emocional. Observou-se ainda que, durante o comportamento automutilante, pode ocorrer um estado alterado de consciência. Pode-se dizer que a incapacidade dessas pacientes em simbolizar e expressar sua dor no plano emocional faz com que elas concretizem a expressão dessa dor no corpo, quando há a transdução da mesma em dor corporal, por meio do comportamento automutilante. Concluiu-se que o objetivo desse ato é o alívio da dor e do sofrimento emocional pré-existente
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Adaptação e validação de escalas de resiliência para o contexto cultural brasileiro: escala de resiliência disposicional e escala de Connor-Davidson / Cross-cultural adaptation and validation of resilience scales for Brazil: dispositional resilience scale and Connor-Davidson resilience scale

João Paulo Consentino Solano 02 June 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: a resiliência é um construto associado às características pessoais que permitem a um indivíduo adaptar-se e superar situações adversas. Uma pessoa mais resiliente é aquela com maiores habilidades de se adaptar sob estresse, a despeito da carga de dificuldades enfrentada e de um contexto desfavorável no entorno. A Dispositional Resilience Scale (DRS-15) e a Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) tentam aferir a resiliência individual e já tiveram suas propriedades testadas em vários países da América do Norte, África, Europa e Ásia. OBJETIVO: traduzir, realizar a adaptação para o contexto cultural brasileiro e verificar a confiabilidade e a validade das escalas DRS-15 e CD-RISC. MÉTODO: uma metodologia com as etapas seqüenciais de tradução/retro-tradução/adaptação cultural/estudo de confiabilidade/estudo de validade foi utilizada. A adaptação cultural foi executada por um grupo de especialistas em epidemiologia, linguística, psiquiatria e tratamento da dor. A compreensão das versões culturalmente adaptadas foi testada com 65 pacientes adultos do grupo de avaliação pré-anestésica e do ambulatório geral de ansiedade do Hospital das Clínicas da FMUSP. Retro-traduções das versões finais foram aprovadas pelos autores principais das escalas originais. O estudo de validade foi conduzido pela aplicação conjunta de ambas as versões brasileiras das escalas, do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Self-report questionnaire (SRQ), da escala de incapacitação de Sheehan (SDS) e da Escala Graduada de Dor Crônica (CPG-Br) a 575 pacientes e acompanhantes adultos da mesma população. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada por uma segunda aplicação das escalas de resiliência a 123 participantes, entre 7 e 14 dias após a entrevista inicial. RESULTADOS: entre os participantes da fase de validação, a idade média foi de 44 anos (amplitude de 18-93), com predomínio de mulheres (74%), e média de dez anos de estudo. A maioria dos entrevistados (93%) pertencia aos estratos socioeconômicos B e C. Três fatores e quatro fatores foram identificados por análise fatorial exploratória para as versões da DRS-15 e CD-RISC, respectivamente. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,71 para a DRS, e de 0,93 para a CD-RISC, indicando melhor consistência interna para a segunda. A confiabilidade teste-reteste retornou coeficientes de correlação intra-classe de 0,81 e 0,86 para a DRS e CD-RISC, respectivamente. A correlação entre as duas escalas foi de 0,52. Observaram-se correlações negativas significativas entre os escores das escalas de resiliência e os escores para cinco das seis dimensões do ISSL, assim como para com os escores do SRQ e SDS (p < 0,001). Não houve correlação entre as escalas de resiliência e a CPG-Br. A CD-RISC encontrou correlações mais fortes que a DRS para com as variáveis de comparação externa. As duas escalas discriminaram resiliência menor para os pacientes dos ambulatórios psiquiátricos, em comparação aos dos ambulatórios não-psiquiátricos. Entre os pacientes psiquiátricos, os escores de resiliência foram significativamente menores para os pacientes com transtorno Borderline de personalidade, em comparação aos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: propriedades de consistência interna, estabilidade temporal e validade foram satisfatoriamente demonstradas para as versões brasileiras da DRS e da CD-RISC em uma amostra de pacientes e acompanhantes adultos dos ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo / INTRODUCTION: Resilience is a construct related to the personal characteristics that allow an individual to adapt and overcome adversity. A more resilient person is the one that exhibits greater abilities to adapt under stress, despite the burden of difficulties and of an unfavorable context. The Dispositional Resilience Scale (DRS-15) and the Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) are two scales to measure individual resilience, both of which have had psychometrics evaluated by researchers from the US, Africa, Europe and Asia. OBJECTIVE: To verify the reliability and validity of culturally adapted Brazilian Portuguese versions of the DRS-15 and CD-RISC. METHODS: The following stepwise methodology was used: translation / back translation / cultural adaptation / reliability study / validation study. Cultural adaptation was performed by an expert committee of epidemiologist, linguists, psychiatrist and pain specialists. Comprehension of the culturally adapted versions was tested through 65 interviews with adult patients from the pre-anesthetic consultation ambulatory and general ambulatory for anxiety disorders of Hospital das Clínicas of FMUSP. Back-translations of the culturally adapted versions were fully approved by the authors of the original scales. Validation studies were carried out by concurrent application of both the adapted versions of resilience scales, the Brazilian Stress Symptoms Inventory for Adults (ISSL), the Self-report Questionnaire (SRQ), the Sheehan Disability Scale (SDS) and the Chronic Pain Grade (CPG-Br) to 575 participants (outpatients and companions) from the same population. Test-retest reliability was studied by means of a second interview with 123 subjects, which took place between 7 and 14 days after the first one. RESULTS: Subjects of the validation phase were mostly women (74%), with an average of 44 years of age (18-93) and 10 years of formal schooling. There was a predominance of socioeconomic levels B or C (93%) on an A to E scale. Exploratory factor analyses resulted in a three-factor for the DRS and a four-factor solution for the CD-RISC. Alpha coefficients of 0.71 for the DRS and 0.93 for the CD-RISC indicated better internal consistency for the latter. Temporal stability was regarded as excellent, with intra-class correlation coefficients of 0.81 and 0.86 for the DRS and CD-RISC, respectively. Correlation coefficient between the two scales was 0.52. Significant negative correlations were observed between the scores of both resilience scales and five out of six dimensions of the ISSL, and so as between the resilience scales scores and those of the SRQ and SDS (p < 0.001). No correlation was observed between the resilience scales and the CPG-Br. The CD-RISC was more competent than DRS to depict such correlations. Both scales were able to discriminate differences in resilience scores of non-psychiatric and psychiatric patients, the latter presenting with lower scores. The group of borderline patients significantly presented with lower resilience scores in comparison with those of the post-traumatic stress disorder patients. CONCLUSION: Good reliability and validity were demonstrated with the Brazilian Portuguese versions of the DRS and CD-RISC as tested on a sample of adult ambulatory patients and their adult companions at Hospital das Clínicas, São Paulo

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