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Fatores preditores de sucesso e trajetória dos tabagistas no processo de cessaçãoJensen, Kátia Rutter January 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A maioria dos tabagistas quer parar de fumar, mas o tabagismo é uma dependência difícil de controlar e a recaída é frequente. OBJETIVOS: Estudar fatores preditores de sucesso para a abstinência tabágica, avaliar o impacto do humor depressivo no seguimento em 12 meses e identificar a trajetória dos tabagistas durante a tentativa de parar de fumar. MÉTODOS: Foram incluídos no estudo tabagistas abordados para parar de fumar através de terapia cognitivo-comportamental (TCC) em grupo. Antes da TCC foram coletados dados demográficos, história tabágica, comorbidades, motivação para parar de fumar (escala 0 a 10), dependência à nicotina (Teste de Fageström). Sintomas de depressão e ansiedade foram detectados através da escala de Beck de depressão (BDI) e de ansiedade (BAI), respectivamente. A situação tabágica foi avaliada após as 6 sessões de TCC, aos 6 e 12 meses. RESULTADOS: Foram estudados 286 tabagistas, com 53,3 ± 9,5 anos, 67,5% eram mulheres. Os valores basais dos escores do BDI e do BAI foram 15,7 ± 10,2 e 18,5 ± 12,1, respectivamente. Humor depressivo foi identificado em 64% e sintomas de ansiedade em 58% dos pacientes. Identificamos oito trajetórias diferentes no período de seguimento. As taxas de cessação foram de 60,1% em 8 semanas, 46,5% em 6 meses e 38,1% em 12 meses. Preditores significativos de cessação do tabagismo na oitava semana foram um menor consumo de cigarros por dia, maior número de sessões de TCC e uso de bupropiona ou de adesivo de nicotina. Aos 12 meses, 51,3% dos pacientes com BDI < 10 estavam sem fumar comparado a 32,6% dos pacientes com BDI 10 (X2; p=0,004). Os preditores mais importantes para cessação em 12 meses foram participar de um maior número de sessões de TCC, ausência de humor depressivo e estar sem fumar no sexto mês. Apenas estar sem fumar no sexto mês permaneceu no modelo de regressão linear (r2=0,59; p=0,0001). CONCLUSÕES: Um menor consumo de cigarros, a participação nas sessões de TCC e o uso de medicação para alívio dos sintomas de abstinência à nicotina são preditores de cessação do tabagismo em curto prazo, enquanto que maior número de sessões de TCC, ausência de humor depressivo e estar sem fumar no sexto mês são preditores de sucesso em 12 meses. Na regressão linear apenas estar sem fumar no sexto mês permaneceu no modelo para predizer a cessação em longo prazo. / BACKGROUND: Most smokers want to quit, but smoking is a very difficult addiction to break and relapse is frequent. AIMS: To study predictors of successful smoking cessation, assess the effect of depressed mood on smoking cessation at a 12-month follow up and identify the trajectory of smokers during the attempt to quit smoking. METHODS: Smokers who attended a smoking cessation program combining pharmacological and cognitive-behavioral group therapy (CBT) were included. Demographic characteristics, smoking history, comorbidities, motivation to stop smoking (0 -10 scale), nicotine dependence (Fagerström’s Test) were collected at baseline. Depressed mood and anxiety symptoms were detected using the Beck Depression Inventory (BDI) and Beck Anxiety Inventory (BAI). Smoking behavior was evaluated after six sessions of CBT, at 6 and 12 months. RESULTS: We studied 286 smokers, 53.3 ± 9.5 years old, 67.5% were women. Baseline BDI and BAI scores were 15.7 ± 10.2 and 18.5 ± 12.1, respectively. Depressed mood was detected in 64% and anxiety symptoms in 58% of the patients. Eight different smoking trajectories were identified. Quitting rates were 60.1% at 8 weeks, 46.5% at 6 months and 38.1% at 12 months. Significant predictors of smoking cessation at 8 weeks were lower cigarette consumption per day, higher number of attended CBT sessions and use of bupropion or nicotine replacement therapy. At 12 months, patients with BDI < 10 had a quitting rate of 51.3% compared to 32.6% in patients with BDI 10 (X2; p=0.004). Higher rate of CBT attendance, absence of depressed mood and smoking cessation at 6 months were the most important predictors of successful quitting at 12 months. When using linear regression only the smoking status at 6 months remained in the model (r2=0.59; p=0.0001). CONCLUSIONS: Lower cigarette consumption, attendance at CBT and use of medication to relieve withdrawal symptoms were found to be short-term predictors of smoking cessation, while a higher rate of CBT attendance, smoking status at 6 months and absence of depressed mood were found to be predictors of success at 12 months. In the linear regression analysis only the smoking status at 6 months predicted long-term success.
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Tendências históricas e atuais das terapias cognitivo-comportamentaisKnapp, Werner Paulo January 2015 (has links)
Apesar de constituírem parte fundamental da prática clínica em psiquiatria e saúde mental, as psicoterapias ainda são pouco investigadas do ponto de vista científico. Este estudo tem o objetivo de examinar as preferências de profissionais da saúde mental em relação às escolas de psicoterapia ao longo da história e investigar a aplicação clínica corrente de uma das abordagens psicoterápicas mais praticadas na atualidade. Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo a conduzir uma revisão sistemática e metaregressão que examina as prevalências globais de orientações teóricas entre psicoterapeutas ao longo dos últimos 50 anos, e especialmente na ultima década, conforme apresentado no primeiro artigo. A utilização no momento atual de intervenções cognitivo-comportamentais para um amplo espectro de transtornos psiquiátricos e outras condições médicas foi o objeto de estudo do segundo artigo. Por meio de busca computadorizada de artigos da literatura em bancos de dados eletrônicos, conduzimos uma revisão sistemática de pesquisas realizadas com profissionais de saúde que investigaram sobre suas afiliações a escolas psicoterápicas publicadas no período entre 1960 e 2012. Sessenta artigos que apresentavam dados originais com porcentagens específicas de preferências dos terapeutas por uma das 5 escolas de psicoterapia de maior preferência foram incluídos na análise. Posteriormente foi realizada uma segunda revisão sistemática de todos ensaios clínicos randomizados (ECRs) publicados no ano de 2014 que descreviam a comparação de uma intervenção cognitivo-comportamental com outra forma de intervenção psicossocial ou tratamento médico. Trezentos e noventa e quatro ECRs foram identificados e incluídos na análise final. Os dados analisados no primeiro estudo demostram que na ultima década a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é o modelo teórico praticado por cerca de 28% dos psicoterapeutas pesquisados, seguido pela abordagem eclética/integrativa praticada por cerca de 23% dos profissionais. A orientação teórica psicanalítica e psicodinâmica foi endossada por 15% dos profissionais de saúde pesquisados. No segundo estudo, dados extraídos de artigos publicados no ano de 2014 revelaram que cerca de 58.000 indivíduos foram submetidos a intervenções cognitivas e comportamentais para tratamento de 22 diferentes diagnósticos médicos e psiquiátricos. Conforme esperado, 20% dos ensaios abordaram tratamentos para transtornos depressivos. Outras condições médicas, como tratamentos para dores e fadiga crônicas, e sintomas colaterais de tratamentos para o câncer, foram tratadas com intervenções cognitivas e comportamentais em 75 estudos, 19% do total. Um em cada 4 estudos foi feito em grupo; 65/394 estudos realizaram intervenções via computador; e quase todos (95% do total) foram realizados em países de alta renda econômica. Há um interesse crescente na utilização do modelo cognitivo-comportamental de psicoterapia por parte dos profissionais de saúde mental. Desde que iniciou sua trajetória, esta abordagem foi a única dentre as 5 estudadas que apresentou aumentos sistemáticos na porcentagem de terapeutas que professavam sua utilização na prática clinica. Um grande número de resultados de ECRs realizados em um único ano, com amostras de estudos conduzidos em todos quadrantes do planeta, relatando sua utilização cada vez mais abrangente para diferentes condições clínicas, demonstra a tendência de consolidação definitiva das terapias cognitivas comportamentais em nosso arsenal terapêutico. / Despite being an essential part of clinical practice in psychiatry and mental health, psychotherapies are still poorly investigated from a scientific point of view. This study aims to examine the endorsements of mental health professionals to psychotherapeutic orientations throughout history and to investigate the current clinical applications of one of the most practiced psychotherapeutic approaches. To our knowledge, this study is the first one to conduct a systematic review and meta-regression examining the prevalence of theoretical orientations amongst psychotherapists worldwide in the last 50 years, particularly in the last decade, as presented in the first article. The current uses of cognitive-behavioral interventions in a wide scope of psychiatric and other medical disorders was the second article focus. From a computerized literature search, we conducted a systematic review of the literature identifying any research conducted with health professional published in the period between January 1960 and December 2012. Sixty papers containing original data about the single preferred orientation of psychotherapists for one of the five most endorsed schools of psychotherapy were included in the final analysis. Then a second systematic review of the literature of all published papers in the year of 2014 describing randomized controlled trials that compared cognitive behavioral therapies with another form of psychosocial intervention or medical treatment was conducted. Three hundred ninety four studies were identified and included in the final analysis. The analysis of the data from the first study shows that in the last decade cognitive-behavioral therapy is the theoretical model practiced by around 28% of the researched psychotherapists, followed by the eclectic/integrative approach preferred by around 23% individuals. The psychoanalytic and psychodynamic theoretical orientation was endorsed by 15% of health professionals. In the second study, extracted data from papers published in the year of 2014 revealed that around 58,000 individuals underwent cognitive and behavioral interventions for the treatment of 22 different medical and psychiatric diagnoses. As expected, treatments for depressive disorders were the focus in 20% of trials. Other medical conditions, as chronic pain and fatigue, and collateral symptoms of cancer treatments, and insomnia, were treated with cognitive behavioral interventions in 75 studies, 19% of total. One in every 4 studies conducted group treatments; 65/394 studies performed computer-assisted psychosocial interventions; and almost all (95% of total) were conducted in high-income economy countries. There is a growing interest by mental health professionals in the cognitivebehavioral model. Since its appearance, this approach was the only one amongst the 5 studied that showed systematic increases in the percentages of therapists’ endorsements. The high number of randomized clinical trials conducted in a single year, with study samples from all planet quadrants, reporting an increasingly widespread use for different clinical conditions, demonstrates a definite consolidation of cognitive behavioral therapies in our therapeutic arsenal.
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Terapia cognitivo-comportamental em grupo para pré-adolescentes com transtornos de ansiedade : desenvolvimento das sessões e avaliação de respostaSouza, Maria Augusta Mansur de January 2011 (has links)
Os transtornos de ansiedade estão entre os mais comumente observados, tanto na população em geral, quanto nos serviços de atenção primária à saúde. Acometem entre 5 a 18% de crianças e adolescentes e se associam a altas taxas de psicopatologia na adolescência e na vida adulta. Apesar da alta prevalência e da substantiva morbidade associada, os transtornos de ansiedade infanto-juvenis ainda são subdiagnosticados e subtratados, mesmo com evidências de tratamentos efetivos, como a farmacoterapia e a terapia cognitivo-comportamental (TCC). No Brasil, a TCC tem uma aplicação restrita devido ao pequeno número de terapeutas habilitados e, sobretudo, à falta de protocolos elaborados, considerando as características socioculturais do país. A presente pesquisa tem por objetivo descrever a elaboração, o desenvolvimento das sessões de TCC em grupo para o tratamento de transtornos de ansiedade de pré-adolescentes (10 a 13 anos) e avaliar a resposta à terapia, considerando as características da cultura brasileira. A TCC em grupo elaborada nesta pesquisa baseou-se no programa reconhecido para o tratamento de crianças e adolescentes com transtornos de ansiedade, o Cognitive-behavioral therapy for anxious children: therapist manual for group treatment, e o Coping Cat workbook, ambos de Kendall e Hedtke (2006), em bibliografias atuais sobre o tema e na experiência das terapeutas e supervisoras. As sessões foram elaboradas uma a uma e, para verificar se cada sessão estava adequada em relação aos procedimentos e ao tempo proposto, foi realizado um grupo piloto com quatro pré-adolescentes. A versão final do protocolo de TCC em grupo, após o ajuste das sessões, de acordo com as considerações subjetivas e objetivas da equipe e dos pacientes, foi definida em 14 sessões semanais de 90 minutos cada e mais duas sessões concomitantes com os pais: uma na sétima semana do tratamento e outra na última semana do mesmo. Cento e trinta e oito estudantes de escolas públicas da área de abrangência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram diagnosticados com transtorno de ansiedade e 45 preencheram os critérios de inclusão para testar a resposta ao protocolo final. Os diagnósticos foram determinados por psiquiatras da infância e adolescência, através de uma entrevista semi-estruturada, o Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School-Age Children-Present and Lifetime Version (KDSADS-PL). A eficácia do tratamento foi avaliada pelas seguintes escalas: Clinical Global Impression (CGI), Pediatric Anxiety Rating Scale (PARS) e Children’s Global Assessment Scale (CGAS), para mensurar a melhora clínica; Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) e Children’s Depression Inventory (CDI), para avaliar a intensidade dos sintomas de ansiedade e de depressão, respectivamente; a SNAP-IV que avalia os sintomas externalizantes; e Youth Quality of Life Instrument-Research Version (YQOL-R), que avalia a qualidade de vida. As avaliações dos pacientes foram realizadas por avaliadores independentes e aplicadas no início, meio e término do tratamento. Em relação à elaboração do manual, observou-se que vários procedimentos do protocolo original não eram viáveis nesta população, em função do nível socioeconômico e por razões culturais. Os pacientes se mostraram mais motivados em fazer atividades lúdicas e divertidas, assim como, requisitaram mais oportunidades para falarem sobre seus sentimentos e pensamentos ao invés de escrever no manual de terapia. Dos 41 pré-adolescentes que preencheram os critérios de inclusão no estudo, 28 (68%) aceitaram fazer o tratamento e entraram em um dos quatro grupos de TCC. Houve um predomínio do sexo feminino (n = 22; 79%), com média de idade (desvio padrão) de 12(DP=0,77) anos. O diagnóstico mais freqüente foi transtorno de ansiedade generalizada (n = 23; 82%) e todos os pacientes apresentaram pelo menos mais de uma comorbidade, principalmente com outro transtorno de ansiedade. Considerando a resposta ao tratamento, houve diminuição significativa nos sintomas de ansiedade (p <0,001), e melhora nos sintomas externalizantes, com tamanho de efeito de moderado a grande (0,59 a 2.06), porém, não houve diminuição dos sintomas depressivos e melhora da qualidade de vida ao longo do tempo. Os resultados confirmaram que a utilização de um protocolo de TCC requer adaptação cultural. A melhora significativa nos sintomas de ansiedade e não dos sintomas de depressão e da qualidade de vida reforçam a importância de intervenções precoces para jovens. Finalmente, é necessário um estudo de seguimento para avaliar a resposta ao tratamento em longo prazo. / Anxiety disorders are among the most commonly observed, both in the general population and in the services of primary health care. Anxiety disorders affect between 5 and 18% of children and adolescents and are associated with high rates of psychopathology in adolescence and adulthood. Despite the high prevalence and substantial associated morbidity, anxiety disorders in children and adolescents are still underdiagnosed and undertreated, despite evidence of effective treatments, like CBT and pharmacotherapy. In Brazil, CBT has limited application due to the small number of qualified therapists, and especially the lack of protocols devised by considering the sociocultural characteristics of the country. The objectives of the present research are to describe the design and development of the session’s group CBT for the treatment of youths (10 to 13 years old) with anxiety disorders and to evaluate the final response to therapy, considering the characteristics of Brazilian culture. The CBT group developed in this research was based on the recognized program for the treatment of children and adolescents with anxiety disorders, The Coping Cat program - Cognitive-behavioral therapy for anxious children: therapist manual for group treatment, and The Coping Cat workbook, both by Kendall and Hedtke (2006), in current bibliographies on the subject and the experience of therapists and supervisors. The sessions were designed one by one, and to verify that each session was appropriate for the procedures and the proposed time, a pilot group was created with four youths. The final version of the group CBT protocol, after adjustment of the sessions and according to the subjective and objective considerations of staff and patients, was defined in 14 weekly sessions of 90 minutes each and an additional two concurrent sessions with parents: one in the seventh week of treatment and another in the last week. One hundred and thirty-eight students selected from public schools in the area covered by Hospital de Clínicas de Porto Alegre were diagnosed with anxiety disorder and 45 fulfilled inclusion criteria to test the response of the final protocol. Diagnoses were made by childhood and adolescence psychiatrists, through a semi-structured interview Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School-Age Children-Present and Lifetime Version (KDSADS-PL). Treatment efficacy was evaluated through the following scales: Clinical Global Impression (CGI), Children’s Global Assessment Scale (CGAS) and Pediatric Anxiety Rating Scale (PARS), to measure clinical improvement; Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) and Children’s Depression Inventory (CDI), which assess the severity of anxiety and depression symptoms, respectively; SNAP-IV, which assesses the externalizing symptoms; and Youth Quality of Life Instrument-Research Version (YQOL-R), which measures quality of life. Patient assessments were performed by independent evaluators at the beginning, middle and end of treatment. Regarding the manual, several of the original protocol procedures were not feasible in this population, due to socioeconomic and cultural reasons. Patients showed to be more motivated in playful activities while also requesting more opportunities to talk about their feelings and thoughts instead of continuously writing in the therapy manual. All 41 subjects selected according to the inclusion criteria were invited to take part in therapy. A total of 28(68%) patients entered one of four therapy groups and the remaining candidates (32%) were refused for a number of reasons. Concerning response to therapy, there was a significant decrease in anxiety symptoms (p < 0.001), and an improvement in externalizing symptoms (p=.003), with a moderate to large effect size (0.59 to 2.06), but not in depressive symptoms or quality of life over time. The results confirmed that the use of a CBT protocol requires cultural adaptation. The significant improvement in anxiety symptoms and not the symptoms of depression and quality of life emphasize the importance of early intervention for youths. Finally, it is necessary to implement a follow-up study to assess response to treatment in the long term.
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Funcionamento neuropsicológico no transtorno obsessivo-compulsivo e resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupoBraga, Daniela Tusi January 2011 (has links)
A relação entre o funcionamento neuropsicológico e a resposta dos pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) aos tratamentos tem sido pouco investigada. No presente estudo, nossos objetivos foram: Avaliar o impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG) sobre as funções cognitivas (antenção, memória e funções executivas) dos pacientes com TOC. Além disso, avaliar se o funcionamento cognitivo pré-tratamento é preditor de reposta à TCCG. Cento e três pacientes com TOC foram randomizados para participar de doze semanas de TCCG (n=61) ou aguardar tratamento em lista de espera (LE) por três meses (n=42). Não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo que participou da TCCG e LE nas medidas neuropsicológicas pós terapia. Por outro lado, os pacientes que responderam à TCCG (redução > 35% na Y-BOCS e CGI-S < 2 no final do período) apresentaram melhor desempenho nas estratégias organizacionais visuo-espaciais avaliadas pelo Rey (F=6,417; p=0,014) quando comparados com não respondedores. Além disso, melhor desempenho quanto as funções executivas (FE) avaliada pelo Trilhas B (F=16,12; df=57; p=0,025) e memória de trabalho pelo Trilhas B-A (F=13,5; df=57; p=0,011) pré-tratamento foram preditores de resposta à TCCG. Concluindo, parece existir uma associação entre a gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) e o desempenho organizacional visuo-espacial, pois a melhora desta habilidade foi restrita aos respondedores. Além disso, as FE e memória de trabalho foram preditores de boa resposta à TCCG no TOC. Além disso, a presente tese verificou se existe associação entre o funcionamento neuropsicológico e a gravidade dos SOC, bem como entre as diferentes dimensões do TOC: obsessão, limpeza, verificação, neutralização (compulsões mentais), simetria e colecionismo. Foi realizado um estudo transversal avaliando 141 pacientes com TOC, através da avaliação neuropsicológica dos domínios da atenção, memória e funções executivas. Os resultados do presente estudo sugerem que quanto maior o déficit do QI executivo maior a gravidade dos sintomas compulsivos (adjusted =-0,338) e maior o prejuízo da memória visuoespacial (adjusted =-0,213), mas não dos sintomas obsessivos. Além disso, a gravidade dos sintomas obsessivos foi associada à menor capacidade de controle inibitório (adjusted =-2,12). As distintas dimensões de sintomas do TOC foram associadas a diferentes desempenhos neuropsicológicos. A dimensão colecionismo foi associada a um melhor desempenho nas estratégias organizacionais avaliadas pelo teste Rey, enquanto todas as outras dimensões foram associadas a uma pior performance, sugerindo assim um padrão cognitivo distinto dependendo da sintomatologia predominante. / The relationship between neuropsychological functioning and therapeutic outcome of obsessive-compulsive disorder (OCD) patients has been poorly investigated. In this study, our object was two-fold. Firstly, we aimed at evaluating the effects of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) on cognitive functions (including attention, memory and executive functioning) of OCD patients. Secondly, we assessed whether baseline cognitive dysfunction was able to predict therapeutic response of OCD patients to CBGT. To reach these goals, 103 OCD patients were randomized to receive 12-week CBGT (n=61) or to remain in a waiting list (WL; n=42) for the corresponding period. Participants had several neuropsychological domains evaluated both at baseline and at end-point. Significant differences were observed between treated and control groups in attention and working memory domains. However, no significant difference was found between treated patients and waiting list (WL) in neuropsychological measures after 3 months of CBGT. Responders to CBGT (i.e. individuals showing a reduction > 35% on the Y-BOCS and CGI-S < 2 at end point) performed better in the organization strategies measured by Rey (F=6.417, p=0.014) when compared with non-responders. Greater executive function measured by TMT B (F=16.12, df=57, p=0.025) and working memory abilities by TMT B-A (F=13.5, df=57, p=0.011) at baseline predicted response to CBGT. In conclusion, there seems to be an association between obsessive-compulsive symptoms remission and visual-spatial organization performance, because the improvement of this abilities were restricted to OCD responders. Greater executive function and working memory abilities were predictors of good response to CBGT in OCD. In addition, this thesis verified the association between neuropsychological functioning and severity of OCS, as well as between the different dimensions of OCD, obsessing, washing, checking, neutralizing (mental compulsions), ordering and hoarding. We conducted a cross-sectional study evaluating 141 OCD patients, through of the neuropsychological evaluation of attention, memory and executive functions domains. The results of this study suggest that the higher the executive IQ deficit greater the severity of compulsive symptoms (adjusted =- 0.338) and greater the injury of visual-spatial memory (adjusted =- 0.213), but not of the obsessive symptoms. Moreover, the severity of obsessive symptoms was associated with a lower capacity of inhibitory control (adjusted =- 2.12). The distinct dimensions of OCD symptoms were associated with different neuropsychological performances. The hoarding dimension was associated with better performance in organizational strategies by Rey, while all other dimensions were associated with a poor performance, thus suggesting a distinct cognitive pattern depending on the predominant symptoms.
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Terapia cognitivo-comportamental em grupo para pré-adolescentes com transtornos de ansiedade : desenvolvimento das sessões e avaliação de respostaSouza, Maria Augusta Mansur de January 2011 (has links)
Os transtornos de ansiedade estão entre os mais comumente observados, tanto na população em geral, quanto nos serviços de atenção primária à saúde. Acometem entre 5 a 18% de crianças e adolescentes e se associam a altas taxas de psicopatologia na adolescência e na vida adulta. Apesar da alta prevalência e da substantiva morbidade associada, os transtornos de ansiedade infanto-juvenis ainda são subdiagnosticados e subtratados, mesmo com evidências de tratamentos efetivos, como a farmacoterapia e a terapia cognitivo-comportamental (TCC). No Brasil, a TCC tem uma aplicação restrita devido ao pequeno número de terapeutas habilitados e, sobretudo, à falta de protocolos elaborados, considerando as características socioculturais do país. A presente pesquisa tem por objetivo descrever a elaboração, o desenvolvimento das sessões de TCC em grupo para o tratamento de transtornos de ansiedade de pré-adolescentes (10 a 13 anos) e avaliar a resposta à terapia, considerando as características da cultura brasileira. A TCC em grupo elaborada nesta pesquisa baseou-se no programa reconhecido para o tratamento de crianças e adolescentes com transtornos de ansiedade, o Cognitive-behavioral therapy for anxious children: therapist manual for group treatment, e o Coping Cat workbook, ambos de Kendall e Hedtke (2006), em bibliografias atuais sobre o tema e na experiência das terapeutas e supervisoras. As sessões foram elaboradas uma a uma e, para verificar se cada sessão estava adequada em relação aos procedimentos e ao tempo proposto, foi realizado um grupo piloto com quatro pré-adolescentes. A versão final do protocolo de TCC em grupo, após o ajuste das sessões, de acordo com as considerações subjetivas e objetivas da equipe e dos pacientes, foi definida em 14 sessões semanais de 90 minutos cada e mais duas sessões concomitantes com os pais: uma na sétima semana do tratamento e outra na última semana do mesmo. Cento e trinta e oito estudantes de escolas públicas da área de abrangência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram diagnosticados com transtorno de ansiedade e 45 preencheram os critérios de inclusão para testar a resposta ao protocolo final. Os diagnósticos foram determinados por psiquiatras da infância e adolescência, através de uma entrevista semi-estruturada, o Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School-Age Children-Present and Lifetime Version (KDSADS-PL). A eficácia do tratamento foi avaliada pelas seguintes escalas: Clinical Global Impression (CGI), Pediatric Anxiety Rating Scale (PARS) e Children’s Global Assessment Scale (CGAS), para mensurar a melhora clínica; Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) e Children’s Depression Inventory (CDI), para avaliar a intensidade dos sintomas de ansiedade e de depressão, respectivamente; a SNAP-IV que avalia os sintomas externalizantes; e Youth Quality of Life Instrument-Research Version (YQOL-R), que avalia a qualidade de vida. As avaliações dos pacientes foram realizadas por avaliadores independentes e aplicadas no início, meio e término do tratamento. Em relação à elaboração do manual, observou-se que vários procedimentos do protocolo original não eram viáveis nesta população, em função do nível socioeconômico e por razões culturais. Os pacientes se mostraram mais motivados em fazer atividades lúdicas e divertidas, assim como, requisitaram mais oportunidades para falarem sobre seus sentimentos e pensamentos ao invés de escrever no manual de terapia. Dos 41 pré-adolescentes que preencheram os critérios de inclusão no estudo, 28 (68%) aceitaram fazer o tratamento e entraram em um dos quatro grupos de TCC. Houve um predomínio do sexo feminino (n = 22; 79%), com média de idade (desvio padrão) de 12(DP=0,77) anos. O diagnóstico mais freqüente foi transtorno de ansiedade generalizada (n = 23; 82%) e todos os pacientes apresentaram pelo menos mais de uma comorbidade, principalmente com outro transtorno de ansiedade. Considerando a resposta ao tratamento, houve diminuição significativa nos sintomas de ansiedade (p <0,001), e melhora nos sintomas externalizantes, com tamanho de efeito de moderado a grande (0,59 a 2.06), porém, não houve diminuição dos sintomas depressivos e melhora da qualidade de vida ao longo do tempo. Os resultados confirmaram que a utilização de um protocolo de TCC requer adaptação cultural. A melhora significativa nos sintomas de ansiedade e não dos sintomas de depressão e da qualidade de vida reforçam a importância de intervenções precoces para jovens. Finalmente, é necessário um estudo de seguimento para avaliar a resposta ao tratamento em longo prazo. / Anxiety disorders are among the most commonly observed, both in the general population and in the services of primary health care. Anxiety disorders affect between 5 and 18% of children and adolescents and are associated with high rates of psychopathology in adolescence and adulthood. Despite the high prevalence and substantial associated morbidity, anxiety disorders in children and adolescents are still underdiagnosed and undertreated, despite evidence of effective treatments, like CBT and pharmacotherapy. In Brazil, CBT has limited application due to the small number of qualified therapists, and especially the lack of protocols devised by considering the sociocultural characteristics of the country. The objectives of the present research are to describe the design and development of the session’s group CBT for the treatment of youths (10 to 13 years old) with anxiety disorders and to evaluate the final response to therapy, considering the characteristics of Brazilian culture. The CBT group developed in this research was based on the recognized program for the treatment of children and adolescents with anxiety disorders, The Coping Cat program - Cognitive-behavioral therapy for anxious children: therapist manual for group treatment, and The Coping Cat workbook, both by Kendall and Hedtke (2006), in current bibliographies on the subject and the experience of therapists and supervisors. The sessions were designed one by one, and to verify that each session was appropriate for the procedures and the proposed time, a pilot group was created with four youths. The final version of the group CBT protocol, after adjustment of the sessions and according to the subjective and objective considerations of staff and patients, was defined in 14 weekly sessions of 90 minutes each and an additional two concurrent sessions with parents: one in the seventh week of treatment and another in the last week. One hundred and thirty-eight students selected from public schools in the area covered by Hospital de Clínicas de Porto Alegre were diagnosed with anxiety disorder and 45 fulfilled inclusion criteria to test the response of the final protocol. Diagnoses were made by childhood and adolescence psychiatrists, through a semi-structured interview Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School-Age Children-Present and Lifetime Version (KDSADS-PL). Treatment efficacy was evaluated through the following scales: Clinical Global Impression (CGI), Children’s Global Assessment Scale (CGAS) and Pediatric Anxiety Rating Scale (PARS), to measure clinical improvement; Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) and Children’s Depression Inventory (CDI), which assess the severity of anxiety and depression symptoms, respectively; SNAP-IV, which assesses the externalizing symptoms; and Youth Quality of Life Instrument-Research Version (YQOL-R), which measures quality of life. Patient assessments were performed by independent evaluators at the beginning, middle and end of treatment. Regarding the manual, several of the original protocol procedures were not feasible in this population, due to socioeconomic and cultural reasons. Patients showed to be more motivated in playful activities while also requesting more opportunities to talk about their feelings and thoughts instead of continuously writing in the therapy manual. All 41 subjects selected according to the inclusion criteria were invited to take part in therapy. A total of 28(68%) patients entered one of four therapy groups and the remaining candidates (32%) were refused for a number of reasons. Concerning response to therapy, there was a significant decrease in anxiety symptoms (p < 0.001), and an improvement in externalizing symptoms (p=.003), with a moderate to large effect size (0.59 to 2.06), but not in depressive symptoms or quality of life over time. The results confirmed that the use of a CBT protocol requires cultural adaptation. The significant improvement in anxiety symptoms and not the symptoms of depression and quality of life emphasize the importance of early intervention for youths. Finally, it is necessary to implement a follow-up study to assess response to treatment in the long term.
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Funcionamento neuropsicológico no transtorno obsessivo-compulsivo e resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupoBraga, Daniela Tusi January 2011 (has links)
A relação entre o funcionamento neuropsicológico e a resposta dos pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) aos tratamentos tem sido pouco investigada. No presente estudo, nossos objetivos foram: Avaliar o impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG) sobre as funções cognitivas (antenção, memória e funções executivas) dos pacientes com TOC. Além disso, avaliar se o funcionamento cognitivo pré-tratamento é preditor de reposta à TCCG. Cento e três pacientes com TOC foram randomizados para participar de doze semanas de TCCG (n=61) ou aguardar tratamento em lista de espera (LE) por três meses (n=42). Não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo que participou da TCCG e LE nas medidas neuropsicológicas pós terapia. Por outro lado, os pacientes que responderam à TCCG (redução > 35% na Y-BOCS e CGI-S < 2 no final do período) apresentaram melhor desempenho nas estratégias organizacionais visuo-espaciais avaliadas pelo Rey (F=6,417; p=0,014) quando comparados com não respondedores. Além disso, melhor desempenho quanto as funções executivas (FE) avaliada pelo Trilhas B (F=16,12; df=57; p=0,025) e memória de trabalho pelo Trilhas B-A (F=13,5; df=57; p=0,011) pré-tratamento foram preditores de resposta à TCCG. Concluindo, parece existir uma associação entre a gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) e o desempenho organizacional visuo-espacial, pois a melhora desta habilidade foi restrita aos respondedores. Além disso, as FE e memória de trabalho foram preditores de boa resposta à TCCG no TOC. Além disso, a presente tese verificou se existe associação entre o funcionamento neuropsicológico e a gravidade dos SOC, bem como entre as diferentes dimensões do TOC: obsessão, limpeza, verificação, neutralização (compulsões mentais), simetria e colecionismo. Foi realizado um estudo transversal avaliando 141 pacientes com TOC, através da avaliação neuropsicológica dos domínios da atenção, memória e funções executivas. Os resultados do presente estudo sugerem que quanto maior o déficit do QI executivo maior a gravidade dos sintomas compulsivos (adjusted =-0,338) e maior o prejuízo da memória visuoespacial (adjusted =-0,213), mas não dos sintomas obsessivos. Além disso, a gravidade dos sintomas obsessivos foi associada à menor capacidade de controle inibitório (adjusted =-2,12). As distintas dimensões de sintomas do TOC foram associadas a diferentes desempenhos neuropsicológicos. A dimensão colecionismo foi associada a um melhor desempenho nas estratégias organizacionais avaliadas pelo teste Rey, enquanto todas as outras dimensões foram associadas a uma pior performance, sugerindo assim um padrão cognitivo distinto dependendo da sintomatologia predominante. / The relationship between neuropsychological functioning and therapeutic outcome of obsessive-compulsive disorder (OCD) patients has been poorly investigated. In this study, our object was two-fold. Firstly, we aimed at evaluating the effects of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) on cognitive functions (including attention, memory and executive functioning) of OCD patients. Secondly, we assessed whether baseline cognitive dysfunction was able to predict therapeutic response of OCD patients to CBGT. To reach these goals, 103 OCD patients were randomized to receive 12-week CBGT (n=61) or to remain in a waiting list (WL; n=42) for the corresponding period. Participants had several neuropsychological domains evaluated both at baseline and at end-point. Significant differences were observed between treated and control groups in attention and working memory domains. However, no significant difference was found between treated patients and waiting list (WL) in neuropsychological measures after 3 months of CBGT. Responders to CBGT (i.e. individuals showing a reduction > 35% on the Y-BOCS and CGI-S < 2 at end point) performed better in the organization strategies measured by Rey (F=6.417, p=0.014) when compared with non-responders. Greater executive function measured by TMT B (F=16.12, df=57, p=0.025) and working memory abilities by TMT B-A (F=13.5, df=57, p=0.011) at baseline predicted response to CBGT. In conclusion, there seems to be an association between obsessive-compulsive symptoms remission and visual-spatial organization performance, because the improvement of this abilities were restricted to OCD responders. Greater executive function and working memory abilities were predictors of good response to CBGT in OCD. In addition, this thesis verified the association between neuropsychological functioning and severity of OCS, as well as between the different dimensions of OCD, obsessing, washing, checking, neutralizing (mental compulsions), ordering and hoarding. We conducted a cross-sectional study evaluating 141 OCD patients, through of the neuropsychological evaluation of attention, memory and executive functions domains. The results of this study suggest that the higher the executive IQ deficit greater the severity of compulsive symptoms (adjusted =- 0.338) and greater the injury of visual-spatial memory (adjusted =- 0.213), but not of the obsessive symptoms. Moreover, the severity of obsessive symptoms was associated with a lower capacity of inhibitory control (adjusted =- 2.12). The distinct dimensions of OCD symptoms were associated with different neuropsychological performances. The hoarding dimension was associated with better performance in organizational strategies by Rey, while all other dimensions were associated with a poor performance, thus suggesting a distinct cognitive pattern depending on the predominant symptoms.
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Avaliação das propriedades psicométricas da escala de acomodação familiar para transtorno obsessivo-compulsivo - versão pontuada pelo entrevistador (FAS-IR) e do impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo na acomodação familiarGomes, Juliana Braga January 2015 (has links)
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença crônica que causa prejuízos para o paciente, bem como para a maioria dos familiares. Frequentemente interfere no funcionamento familiar, pois muitas vezes os membros da família modificam suas rotinas devido aos sintomas do paciente. Esses comportamentos observados nos familiares são chamados de acomodação familiar (AF). Os comportamentos de AF podem reforçar os sintomas do paciente e, consequentemente, contribuir para a manutenção da doença. A AF tem sido correlacionada com maior gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos e está associada a resposta menos satisfatória a tratamento, por exemplo, terapia cognitivo-comportamental. No entanto, estudos que avaliam o impacto de intervenções para o TOC na AF em curto e longo prazos ainda são escassos. Esta tese é composta de três artigos com os seguintes objetivos: 1) analisar as propriedades psicométricas da versão adaptada para o Brasil da Escala de Acomodação Familiar para o TOC – versão pontuada pelo entrevistador (FAS-IR); 2) verificar o impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG), com duas sessões destinadas a família, na AF e identificar as variáveis sociodemográficas e clínicas preditoras de redução da AF após as 12 sessões de tratamento (curto prazo); e 3) avaliar o impacto da TCCG na AF 3 anos após o término do tratamento e verificar a correlação entre a gravidade dos sintomas do TOC e AF em longo prazo. Trata-se de um estudo com pacientes com diagnóstico de TOC e seus respectivos familiares. Para a avaliação dos sintomas obsessivo-compulsivos, foram aplicados os seguintes instrumentos: Inventário de Obsessões e Compulsões – Revisado (OCI-R), Escala Obsessivo-Compulsivo de Yale-Brown (Y-BOCS) e Escala de Impressão Clínica Global (CGI). Também foram aplicados os Inventários de Beck para Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI), além da Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, Versão Clínica (SCID-I), para a verificação de possíveis comorbidades. Para a avaliação da AF, a FAS-IR foi aplicada nos familiares. Após o estudo de validação da FAS-IR, foi realizado um ensaio clínico randomizado com alocação aleatória dos pacientes para o grupo intervenção (12 sessões de TCCG, sendo duas com a participação dos familiares) ou para o grupo controle (lista de espera). Por fim, foi realizado um estudo de seguimento naturalístico 3 anos após o término da TCCG. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Observou-se que a versão da FAS-IR em português brasileiro apresenta propriedades psicométricas satisfatórias, reforçando que este instrumento se mostra confiável para avaliar a participação e modificação da rotina dos familiares em decorrência dos sintomas dos pacientes. No que se refere ao tratamento realizado, o ensaio clínico randomizado compreendeu uma amostra de 98 pares de pacientes com TOC e seus respectivos familiares, sendo que 52 (53.1%) foram randomicamente alocados para o grupo intervenção e 46 (46.9%) para a lista de espera. Houve melhora significativa de todos os sintomas de TOC e também da AF após TCCG no grupo intervenção quando comparado ao grupo controle (p < 0,001). As seguintes variáveis foram preditoras de redução da AF após a análise multivariada: características dos pacientes – ausência de comorbidade com transtorno unipolar (β = 0,338; p = 0,014), pontuação mais baixa de obsessão (β = 0,244; p = 0,045) e maior nível de escolaridade (β = -0,351; p = 0,006); e características dos familiares – pontuação mais elevada de sintomas de colecionismo (β = -0,461; p = 0,001). O modelo explicou 47,2% da variação na AF após a TCCG. No estudo de seguimento, foi observado que os resultados de redução na AF obtidos ao final da TCCG se mantiveram ao longo do tempo (3 anos). Os resultados do presente estudo somam-se às evidências atuais, não somente confirmando que a TCCG é efetiva na redução dos sintomas do TOC, mas também por mostrar que a TCCG com uma breve participação dos familiares com foco na AF contribui para reduzir os níveis de envolvimento da família nos sintomas do paciente, e que esses resultados se mantêm ao longo do tempo. Algumas características dos pacientes e dos familiares foram preditoras da redução da AF, um resultado que pode contribuir para a qualificação dos protocolos de TCCG atualmente empregados. Este é o primeiro estudo a avaliar o impacto da TCCG (com a participação da família em duas sessões) na AF em curto e longo prazos. A partir dos resultados, pode-se concluir que é importante avaliar a AF permanentemente, assim como incluir a família no tratamento para o TOC. / Obsessive-compulsive disorder (OCD) is a chronic illness that negatively affects the lives of patients and usually of family members as well. It frequently interferes with family functioning, as very often family members modify their routines because of the patient’s symptoms. These behaviors observed among family members are referred to as family accommodation (FA). FA behaviors can reinforce the patient’s symptoms and thus contribute to maintain the disorder. FA has been correlated with an increased severity of obsessive-compulsive symptoms and is associated with poorer response to treatment approaches, e.g., cognitive-behavioral therapy. However, there is a scarcity of studies designed to assess the impact of interventions for OCD on FA in both short and long terms. The present thesis includes three research articles, which had the following objectives: 1) to analyze the psychometric properties of the Brazilian version of the Family Accommodation Scale for OCD – Interviewer-Rated (FAS-IR); 2) to assess the impact of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) with the involvement of family members in two sessions on FA and to identify sociodemographic and clinical variables predictive of FA reduction after the 12 treatment sessions (short term); and 3) to assess the impact of CBGT on FA 3 years after completion of the program and to investigate the correlation between severity of OCD symptoms and FA in the long term. The study included patients with a diagnosis of OCD and their family members. Obsessive-compulsive symptoms were assessed using the following instruments: Obsessive-Compulsive Inventory – Revised (OCI-R), Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (Y-BOCS), and Clinical Global Impressions Scale (CGI). Beck Depression (BDI) and Anxiety (BAI) Inventories, as well as the Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders, Clinician Version (SCID-I), were also administered to investigate the presence of possible comorbidities. FA was assessed using the FAS-IR, administered to family members. Upon completion of the FAS-IR validation study, a randomized clinical trial was conducted, randomly assigning patients to either the intervention group (12 sessions of CBGT, of which two involved family members) or to a control group (waiting list). Finally, a naturalistic follow-up study was conducted 3 years after completion of the CBGT program. The study was approved by the Research Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. We found that the Brazilian Portuguese version of the FAS-IR had sound psychometric properties, reinforcing that this is a reliable instrument for assessing the participation and modifications of the routines of family members as a result of the patient’s symptoms. With regard to treatment outcomes, the randomized clinical trial included a sample of 98 pairs of patients with OCD and their family members, of which 52 (53.1%) were randomly allocated to the intervention group and 46 (46.9%) to the waiting list. There was a significant improvement of all OCD symptoms and also of FA levels after CBGT in the intervention group when compared to the control group (p < 0.001). The following variables were predictors of FA reduction after the multivariate analysis: patient characteristics – absence of comorbid unipolar disorder (β = 0.338; p = 0.014), a lower obsession score (β = 0.244; p = 0.045), and higher education level (β = -0.351; p = 0.006); and family member characteristics – a higher hoarding score (β = -0.461; p = 0.001). The model explained 47.2% of the variance in FA scores after CBGT. Finally, in the follow-up study, the FA reduction results obtained at the end of CBGT were found to remain in the long term (3 years). These results add to the current body of evidence not only by confirming that CBGT is effective in reducing OCD symptoms, but also by showing that CBGT with a brief family intervention focused on FA contributes to reduce the level of involvement of family members in the patient’s symptoms, and that these results are maintained over time. Some patient and family member characteristics were found to predict FA reduction, a finding that can contribute to qualify the CBGT protocols currently employed. This is the first study to assess the impact of CBGT (with the participation of family members in two sessions) on FA in both short and long terms. These findings underscore the importance of permanently assessing FA, as well as of involving family members in the treatment of patients with OCD.
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Fatores preditores de sucesso e trajetória dos tabagistas no processo de cessaçãoJensen, Kátia Rutter January 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A maioria dos tabagistas quer parar de fumar, mas o tabagismo é uma dependência difícil de controlar e a recaída é frequente. OBJETIVOS: Estudar fatores preditores de sucesso para a abstinência tabágica, avaliar o impacto do humor depressivo no seguimento em 12 meses e identificar a trajetória dos tabagistas durante a tentativa de parar de fumar. MÉTODOS: Foram incluídos no estudo tabagistas abordados para parar de fumar através de terapia cognitivo-comportamental (TCC) em grupo. Antes da TCC foram coletados dados demográficos, história tabágica, comorbidades, motivação para parar de fumar (escala 0 a 10), dependência à nicotina (Teste de Fageström). Sintomas de depressão e ansiedade foram detectados através da escala de Beck de depressão (BDI) e de ansiedade (BAI), respectivamente. A situação tabágica foi avaliada após as 6 sessões de TCC, aos 6 e 12 meses. RESULTADOS: Foram estudados 286 tabagistas, com 53,3 ± 9,5 anos, 67,5% eram mulheres. Os valores basais dos escores do BDI e do BAI foram 15,7 ± 10,2 e 18,5 ± 12,1, respectivamente. Humor depressivo foi identificado em 64% e sintomas de ansiedade em 58% dos pacientes. Identificamos oito trajetórias diferentes no período de seguimento. As taxas de cessação foram de 60,1% em 8 semanas, 46,5% em 6 meses e 38,1% em 12 meses. Preditores significativos de cessação do tabagismo na oitava semana foram um menor consumo de cigarros por dia, maior número de sessões de TCC e uso de bupropiona ou de adesivo de nicotina. Aos 12 meses, 51,3% dos pacientes com BDI < 10 estavam sem fumar comparado a 32,6% dos pacientes com BDI 10 (X2; p=0,004). Os preditores mais importantes para cessação em 12 meses foram participar de um maior número de sessões de TCC, ausência de humor depressivo e estar sem fumar no sexto mês. Apenas estar sem fumar no sexto mês permaneceu no modelo de regressão linear (r2=0,59; p=0,0001). CONCLUSÕES: Um menor consumo de cigarros, a participação nas sessões de TCC e o uso de medicação para alívio dos sintomas de abstinência à nicotina são preditores de cessação do tabagismo em curto prazo, enquanto que maior número de sessões de TCC, ausência de humor depressivo e estar sem fumar no sexto mês são preditores de sucesso em 12 meses. Na regressão linear apenas estar sem fumar no sexto mês permaneceu no modelo para predizer a cessação em longo prazo. / BACKGROUND: Most smokers want to quit, but smoking is a very difficult addiction to break and relapse is frequent. AIMS: To study predictors of successful smoking cessation, assess the effect of depressed mood on smoking cessation at a 12-month follow up and identify the trajectory of smokers during the attempt to quit smoking. METHODS: Smokers who attended a smoking cessation program combining pharmacological and cognitive-behavioral group therapy (CBT) were included. Demographic characteristics, smoking history, comorbidities, motivation to stop smoking (0 -10 scale), nicotine dependence (Fagerström’s Test) were collected at baseline. Depressed mood and anxiety symptoms were detected using the Beck Depression Inventory (BDI) and Beck Anxiety Inventory (BAI). Smoking behavior was evaluated after six sessions of CBT, at 6 and 12 months. RESULTS: We studied 286 smokers, 53.3 ± 9.5 years old, 67.5% were women. Baseline BDI and BAI scores were 15.7 ± 10.2 and 18.5 ± 12.1, respectively. Depressed mood was detected in 64% and anxiety symptoms in 58% of the patients. Eight different smoking trajectories were identified. Quitting rates were 60.1% at 8 weeks, 46.5% at 6 months and 38.1% at 12 months. Significant predictors of smoking cessation at 8 weeks were lower cigarette consumption per day, higher number of attended CBT sessions and use of bupropion or nicotine replacement therapy. At 12 months, patients with BDI < 10 had a quitting rate of 51.3% compared to 32.6% in patients with BDI 10 (X2; p=0.004). Higher rate of CBT attendance, absence of depressed mood and smoking cessation at 6 months were the most important predictors of successful quitting at 12 months. When using linear regression only the smoking status at 6 months remained in the model (r2=0.59; p=0.0001). CONCLUSIONS: Lower cigarette consumption, attendance at CBT and use of medication to relieve withdrawal symptoms were found to be short-term predictors of smoking cessation, while a higher rate of CBT attendance, smoking status at 6 months and absence of depressed mood were found to be predictors of success at 12 months. In the linear regression analysis only the smoking status at 6 months predicted long-term success.
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Avaliação de resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupo para transtorno de pânico em curto e longo prazoHeldt, Elizeth Paz da Silva January 2002 (has links)
Resumo não disponível.
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Terapia cognitiva construtivista e epistemologiaAmorim, Matheus Caiano Simões 26 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-26 / Esta pesquisa aborda o tema do arcabouço conceitual da Terapia Construtivista, e mais especificamente, de suas afiliações epistemológicas. A importância deste trabalho é baseada no fato de que o Construtivismo enquanto enfoque terapêutico é recente e inovador, e sua produção teórica têm crescido significativamente, mas suas posições epistemológicas permanecem obscuras e com poucos estudos sistematizados. Assim, torna-se uma necessidade o entendimento filosófico mais consistente e claro sobre tais posições, auxiliando os profissionais adeptos desta corrente em psicoterapia a tornar sua prática mais respaldada e consistente. O objetivo deste trabalho é estabelecer as posições epistemológicas assumidas explícita ou implicitamente pelos principais autores da Terapia Cognitiva Construtivista e esclarecer quais as diferenças nos pressupostos epistemológicos assumidos por estes autores. Para atingir esses objetivos foram determinados em pesquisa histórica e teórica os principais autores construtivistas. Com base nas fontes primárias dos autores em questão, foi realizada uma análise lógica das posições estabelecidas para determinar o nível de consistência de suas obras em relação à determinada teoria epistemológica declarada como base, assim como a possível existência de um núcleo básico de crenças compartilhado entre eles. O enfoque construtivista nas Terapias Cognitivas constituiu-se num marco da revolução em psicoterapia. Tal abordagem psicoterápica deve seu nome à concepção acerca dos processos de obtenção do conhecimento como sendo primariamente afetivos; assim como uma concepção acerca do ser humano como ativo, e não passivo, na construção dos significados na experiência vivida, de modo que esta concepção impõe uma série de mudanças e especificidades na prática psicoterápica. A psicoterapia construtivista apresenta importantes diferenças em suas bases epistemológicas, de maneira que os pressupostos que dizem respeito à relação observador/observado, sujeito/objeto, à noção de realidade, conhecimento e verdade, enfim, aos aspectos da interação entre organismo e ambiente apresentam grandes variações. Sendo assim, o construtivismo compartilha uma instância epistemológica comum, e mesmo havendo diferenças perceptíveis entre as várias terapias sistêmicas, elas concordam em considerar o conhecimento como um processo de construção, em vez de uma representação direta da realidade. Considerando que o conhecimento do mundo externo é ativamente construído pelo sujeito observador num dado contexto social, a ideia de que existe um conhecimento totalmente verdadeiro acerca da realidade desaparece. Dessa forma, a formulação de que a realidade pode ser interpretada de várias maneiras é partilhada por muitos construtivistas. Os
terapeutas construtivistas, então, rejeitam os pressupostos do objetivismo tradicional de forma que uma psicoterapia construtivista não acredita na existência de apenas uma avaliação da realidade e que nenhum nível de conhecimento possa ser, em última análise, validado por qualquer autoridade absoluta. / This research addresses the issue of the conceptual framework of Constructivist Therapy, and more specifically, its epistemological affiliations. The importance of this work is based on the fact that constructivism as a therapeutic approach is new and innovative, and their theoretical production has grown significantly, but their epistemological positions remain unclear and few systematic studies. Thus, it becomes a necessity as consistent and clear position on such philosophical understanding, helping the supporters of this current in psychotherapy professionals make their most supported and consistent practice. The objective of this work is to establish the explicitly or implicitly assumed epistemological positions by the main authors of Constructivist Cognitive Therapy and clarify the differences in the epistemological assumptions made by these authors. To achieve these goals were determined in historical and theoretical research leading constructivist authors. Based on the primary sources of the authors in question, a logical analysis of the positions set out to determine the level of consistency of their works in relation to certain declared epistemological theory as a basis was provided as well as the possible existence of a basic core beliefs shared between them. The constructivist approach in Cognitive Therapies constituted a landmark revolution in psychotherapy. This psychotherapeutic approach owes its name to the conception of the processes of obtaining knowledge as being primarily affective, as well as a conception of the human being as active, not passive, in the construction of meanings in lived experience, so that this conception imposes a series of changes and specificities in psychotherapeutic practice. The constructivist psychotherapy presents important differences in their epistemological foundations, so that the assumptions concerning the relative observer/observed, subject/object, to the notion of reality, knowledge and truth, in short, the aspects of the interaction between organism and environment present major variations. Thus, constructivism shares a common epistemological instance, and even with noticeable differences between the various systemic therapies, they agree to consider knowledge as a process of construction, rather than a direct representation of reality. Whereas knowledge of the external world is actively constructed by observing subject in a given social context, the idea that there is a totally true knowledge about reality disappears. Thus, the formulation of that reality can be interpreted in many ways is shared by many constructivists. Constructivist therapists then reject the assumptions of traditional objectivism so that constructivist
psychotherapy does not believe in the existence of only one measure of reality and that no level of knowledge can be ultimately validated by any absolute authority.
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