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O processo de transformação do território no noroeste do Paraná e a construção das novas territorialidades camponesas / The transformation process of territory in the Northeast of Parana State and the construction of new peasants` territorialities

Haracenko, Adélia Aparecida de Souza 18 September 2007 (has links)
O objetivo do nosso esforço analítico neste trabalho de pesquisa incide na compreensão do processo de transformação de uma fração do território, iniciando pela análise do território original indígena até chegar ao desvendamento das novas territorialidades camponesas resultantes as da atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. É esta questão que norteia a presente pesquisa, cujo recorte geográfico é o Noroeste do Paraná, uma fração desse Estado que teve um rápido processo de transformação territorial num curto espaço de tempo. Para compreendermos esta metamorfose partimos do pressuposto de que a lógica da construção do território é uma unidade dialética em que simultaneamente ocorrem a construção, a destruição, a manutenção e, evidentemente, a transformação. Nesse contexto, procuramos desvendar tal processo através da identificação de três momentos históricos: o do território original indígena, o do advento da formação da propriedade privada, com o desenvolvimento da colonização, e por fim, o da construção das novas territorialidades camponesas, objeto da tese. Sendo assim, a análise das evidências para compreendermos o processo de transformação do território está desenvolvida da maneira a seguir descrita. Após a introdução, no primeiro capítulo, expomos os caminhos de construção da investigação, identificando o recorte geográfico em que ela ocorre e apresentando a reflexão teóricometodológica e os conceitos que sustentam esta pesquisa. No segundo capítulo, somando-nos às pesquisas dos estudiosos que tratam da questão indígena no Norte do Paraná, procuramos, da mesma maneira contribuir para a desmistificação do discurso hegemônico do \"vazio demográfico\" implantado nesta região no período em que estava sendo colonizada e mostrar que a região estudada, até um passado recente que coincide com o período da colonização, tinha como seus primeiros habitantes a população autóctone, sendo, portanto, território original dos povos indígenas. No terceiro capítulo, procuramos compreender, utilizando entrevistas com fontes orais, o desenvolvimento do processo de colonização que se inicia nos primórdios da década de 1950. Paralelamente à colonização, destacamos, igualmente os acontecimentos que envolvem os conflitos pela posse da terra na região. Por fim, no quarto capítulo o trabalho demonstra que após a fase de ocupação efetuada através da colonização, a partir de meados da década de 1980, ocorre uma nova forma de ocupação do território, desenvolvida pelo MST, a qual vai influenciar diretamente a construção das novas territorialidades camponesas, através das desapropriações dos grandes latifúndios improdutivos e imissão de posse aos camponeses. / The aim of the analytical effort, in this study, focus on the understanding of the transformation process happening in a determined territory fraction. It started with the investigation of the original indian territory up to revealing the new peasants` territorialities, which resulted from the acting of the Landless Workers Movement (LWM), known in Brazil as MST Movement. That issue directs the present study, whose geographical focus is a fraction of the state - Northeast of Paraná, which in a short period of time has undergone a fast transformation process. In order to understand such a metamorphosis, it was presumed that, the logic of territory construction is a dialectic unit, in which the construction, as well as the destruction, maintenance and transformation occur simultaneously. In such a context, the transformation process was submitted to an investigation, by identifying three historical movements: the original indian territory, the advent of forming private properties, happening with the colonization development, and finally, the construction of new peasants` territorialities in fact the main aim of the present study. Thus, further, the development of the evidence analysis is described, in order to promote the comprehension concerning the process of territory transformation. After introducing the theme, the first chapter focus on the ways used to construct the investigation, thus identifying the geographical area in which it occurs, and presenting the theoretical-methodological reflection, as well as the concepts on which the present study is based. In the second chapter, joining our study to other studies dealing with Indian issues focusing the North of Parana State, there was an attempt to contribute to demystify the hegemonic discourse of \'demographic emptiness\' implanted in that region during the colonization period. The aim was to show that till a recent past, which coincides with the colonization period, the region under investigation had the autochthon population as its first inhabitants, therefore, being a territory originally from indian people. In the third chapter, oral interviews used to understand the development of the colonization process, which started in the 50´s are explored. Simultaneously to the colonization, happenings involving conflicts for possessing the land are pointed out. Finally, in the fourth chapter it is demonstrated that, after the occupation phase through the colonization, a new form of territory occupation happened in the 80´s. Such occupation was developed by the movement of landless people, which has been influencing directly the construction of new peasants` territorialities, through the dispossession or expropriation of some large land areas, considered as non- productive latifundiuns, thus resulting in emitting legal documents of property favoring the peasants.
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Estrategias de territorialización campesina : encrucijadas entre el reconocimiento político y la autonomía territorial: constitución y funcionamiento de dos zonas de reserva campesina en Colombia /

Cristancho Garrido, Hellen Charlot January 2016 (has links)
Orientador: Bernardo Mançano Fernandes / Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo compreender o processo de construção de territórios camponeses nas denominadas Zonas de Reserva Camponesa (ZRC) na Colômbia; e seu potencial para garantir a existência de território camponês nas zonas de colonização, como em zonas em que as comunidades organizadas estão solicitando a aplicação da figura jurídica para seus territórios. Nossa premissa é que as ZRC derivam do problema agrário não resolvido, surgem como resultado da mobilização camponesa pelo acesso à terra e como possibilidade de desencadear processos de desenvolvimento alternativos àqueles impostos pelo modelo de desenvolvimento dominante. A fundamentação teórica teve como centralidade o debate da questão agraria, a categoria de território e o conceito de território camponês. Para a análise empírica foram selecionadas a ZRC de El Pato-Balsillas, município de San Vicente del Caguán, departamento del Caquetá, e a ZRC de Inzá-Tierradentro, município de Inzá, departamento del Cauca. A estratégia metodológica pautou-se na produção de informação a partir de análise documental, a realização de visitas de campo e entrevistas semiestruturadas a uma mostra qualitativamente escolhida de pessoas envolvidas na conformação e funcionamento das ZRC. Ainda que o olhar buscou focar o campesinato como sujeito coletivo, tomou-se a opção de reconstruir e analisar as trajetórias de suas expressões organizadas, nas associações que lideram a luta para manter a ZRC. Como resultado concluímos que é certo... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Resumen: La investigación tuvo como objetivo comprender el proceso de construcción de territorios campesinos en las denominadas zonas de reserva campesina (ZRC) en Colombia; así como su potencial para garantizar la existencia del territorio campesino, tanto en zonas de colonización, como en aquellas zonas en donde comunidades organizadas están solicitando la aplicación de esta figura jurídica para sus territorios. La premisa de partida es que las ZRC derivan del problema agrario no resuelto; surgen como resultado de la movilización campesina por el acceso a la tierra y como posibilidad de desencadenar procesos de desarrollo alternativos a los impuestos por el modelo de desarrollo dominante. La fundamentación teórica se elaboró en torno a la centralidad del debate sobre la cuestión agraria; la categoría de territorio y la conceptualización de territorio campesino. Para el análisis empírico se seleccionaron la ZRC de El Pato-Balsillas, municipio de San Vicente del Caguán, Caquetá, y la ZRC de Inzá-Tierradentro, municipio de Inzá, Cauca. La estrategia metodológica se soportó en la producción de información a partir del análisis documental, la realización de visitas a las ZRC y entrevistas semiestructuradas a una muestra cualitativamente escogida de sujetos involucrados en la conformación y funcionamiento de las ZRC. Si bien la mirada se enfocó en el campesinado como sujeto colectivo, se tomó la opción de reconstruir y analizar las trayectorias de sus expresiones organizadas en las asocia... (Resumen completo clicar acceso eletrônico abajo) / Abstract: This research aims to understand the process of the construction of peasant territories in the areas denominated Peasant Reserve Zones (ZRC) in Colombia and examine their potential to ensure the existence of peasant territory, both in settlement areas and areas where organized communities are requesting the application of this legal title for their territories. The starting premise is that ZRCs have emerged as a response to the unresolved agrarian question; they arise as a result of peasant mobilization for access to land and as a possibility of initiating development processes alternative to those imposed by the dominant development model. The theoretical foundation of this research has been developed with a focus on the centrality of the agrarian question debates; the geographic category of territory and the concept of peasant territory. For the empirical analysis of ZRCs, two case studies were chosen: the ZRC El Pato - Balsillas in the municipality of San Vicente del Caguán, Caquetá, and the ZRC Inzá - Tierradentro in the municipality of Inzá, department of Cauca. The methodological approach involved the production of information from documentary analysis, conducting visits to the ZRCs and semi-structured interviews of qualitatively chosen subjects involved in the establishment and operation of ZRCs. While the research focuses on the peasantry as a collective subject, it also analyzes and reconstructs the trajectories of peasants who are organized in associations and leadi... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Construction dun modèle spatial de réseaux territoriaux pour des villes intermédiaires. Réseaux des villes dans la vallée basse du Jequetepeque, côte nord du Pérou / Construction of a space model of territorial networks for medium cities Networks of cities in Jequetepeque´s low valley, peruvian north coast.

Vilela Malpartida, Marta 20 January 2009 (has links)
La croissance démographique des vingt prochaines années au pays est orientée vers les villes intermédiaires. Ceci est une possibilité substantielle pour un développement plus équitable à condition que ces villes agissent en articulation, constituant ainsi un réseau territorial des villes intermédiaires. Étant une alternative réticulaire dans un cadre doccupation urbaine très centralisé comme le Pérou. La préoccupation centrale se place sur le mode doccupation spatiale en réseau. La spatialité du réseau territorial est composée par la relation entre les centres, les liens et fondamentalement les surfaces. Ce dernier composant constat daccumulation local dans le territoire, observable dans le propre paysage, et configure le réseau dans lespace. L´étude de cas prend la vallée basse du Jequetepeque, sur la côte au nord du pays, où loccupation urbaine sest construite dans un réseau de villes intermédiaires. Ce réseau pourrait être efficient, prennent en compte des conditions spatiales et topologiques, et servir de modèle spatial pour dautres alternatives territoriales. Lapproche méthodologique se structure sur trois réseaux fondamentaux, leau, qui implique directement les surfaces et le paysage; les transports en commun, que remettent en question la relation entre les échelles et laccessibilité aux villes; et la gestion municipale, où lon trouve la dimension politique et décisionnelle. Autres approches danalyse sont, larticulation entre les échelles spatiales, les dichotomies spatiales où se placent non seulement les conflits mais les potentialités, et finalement lexistence des réseaux concernant leur efficience et possibilités. Le modèle est énoncé à partir de ses composants, les conditions spatiales et topologiques requisses pour un réseau territorial, les relations entre échelles territoriales, les variables et constants spatiales, les réseaux fondamentaux, et lorganisation spatial du réseau.
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Living in a Variable Environment : Reproductive Decisions in Wild Bird Populations

Hjernquist, Mårten B. January 2008 (has links)
In nature, environments are often variable and heterogeneous influencing ecological and evolutionary processes. This thesis focus on how animals interact with their environment and how that affects the reproductive decisions they make. Using empirical data collected from wild collared flycatcher populations, experiments and molecular approaches I try to unveil some of these relationships and the evolutionary, ecological and conservation implications of these findings are discussed. Firstly, collared flycatchers were shown to use breeding densities of their own and other species using similar resources when assessing costs and benefits associated to breeding in specific habitats. However, species will vary in how informative they are, and the worst competitor – with whom you overlap most in resources needs – also provides the best source of information. Collared flycatcher parents will also benefit differentially from investments in sons and daughters due to habitat characteristics and dispersal differences between the sexes. Here, I show that they will produce more of the sex that will give the highest expected fitness return given the environment they are in. These results also provide a reciprocal scenario to Clark's (1978) classical study of sex ratio adjustment in relation to local resource competition (LRC), as more of the natal philopatric sex is produced when LRC is low. Secondly, the effect of elaborated ornaments on paternity in the socially monogamous collared flycatcher was shown to be of more importance in areas where the intensity of intra- and intersexual conflicts are expected to be elevated. Hence, ornamentation by environmental interactions determines paternity, illustrating that sexual selection through extra-pair paternity is context dependent. Finally, even though the collared flycatcher populations that this thesis is based on have been studied on their breeding grounds for more then 25 years, we know little of where they are when they are not breeding. Here, stable isotope signatures in winter-grown feathers suggests that they may spend their winter with their breeding ground neighbours and do so repeatedly over years. Differences between breeding populations at this small scale should have many impactions for evolutionary and ecological processes as it will, for example, determine with whom individuals interact throughout their life.
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Regolith expression of hydrothermal alteration : a study of the Groundrush and Vera Nancy gold deposits of Northern Australia

Murphy, Daniel M.K. January 2009 (has links)
[Truncated abstract] Mineralogical and geochemical characteristics were identified for regolith overlying two Australian Au deposits that discriminate mineralized and associated hydrothermally-altered rock from weathered rock that was not hydrothermally-altered. Mineralization was lithologically controlled within a previously unrecognized diorite dyke at the lower Proterozoic mesozonal Groundrush deposit, Tanami region, Northern Territory. Although hydrothermal alteration effects within the dyke were subtle and obliterated by weathering, Ti/Zr ratios clearly discriminated the diorite dyke from visually indistinguishable but generally unmineralized dolerite. In contrast, the Carboniferous Vera Nancy low-sulphidation epithermal Au deposit, located in the Drummond Basin, northeast Queensland, comprises structurally-controlled quartz veins within a relatively chemically homogenous suite of andesitic lavas and subvolcanic intrusions. A zoned hydrothermal alteration system in the hangingwall of the main vein grades from a proximal silica-pyrite alteration zone through an argillic zone into regionally extensive propylitic 'background'. Deep chemical weathering has destroyed the minerals diagnostic of the different alteration zones in bedrock to leave a kaolinitic regolith overlying all alteration zones. However, the silica-pyrite alteration zone is identified in regolith by retention of the anomalous concentrations of Au, As, Sb and Mo present in bedrock, and mineralogical characteristics, determined from X-ray diffraction investigations, discriminated weathered argillic from propylitic alteration zones. ... Metasomatic reactions, including weathering reactions, are typically difficult to specify, as some reactants and products may be removed by fluids, and thus evidence for their involvement is absent from the observed assemblages. In addition, the range of possible reactions even for relatively simple systems is such that identifying the real reaction may be intractable without additional information. Linear algebra provides an approach to this problem. If minerals and aqueous phases are represented as columns in a matrix with elements as rows, any vectors in the null space of this matrix (if it is greater than 0-dimensional) provide coefficients to balance reactions between the phases. The 'Gale' vectors for a set of phase are the row vectors of any basis for this null space. The relationships between phases are clarified through examination of these vectors in d-dimensional Gale vector space, where d is the dimension of the null space. The hyperplane normal to any vector in Gale vector space separates the space into reactant and product half-spaces. The geometric relationships between the Gale phase vectors describe all the possible reactions. Because changes to parameters (e.g. volume, mass, density) can be determined for each possible reaction, Gale analysis can be used to identify reactions consistent with these constraints. Gale analysis of weathering at the Vera deposit indicated that all the possible weathering reactions producing kaolinite, goethite and quartz from illite, pyrite and siderite resulted in minor reductions in volume and mass only, whereas acid-neutral weathering of propylitic rocks exhibited greater mass losses, consistent with observation and geochemical interpretation.
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Characteristics, distribution and timing of gold mineralisation in the Pine Creek Orogen, Northern Territory, Australia

Sener, A. K. January 2005 (has links)
Over the last two decades, gold occurrences in the Palaeoproterozoic Pine Creek Orogen (PCO) have been cited as type-examples of high-temperature contact-metamorphic or thermal-aureole deposits associated with granitoid magmatism. Furthermore, spatial relationships between these gold occurrences and the granitoids have led to inclusion of these deposits in the intrusion-related gold deposit group. Research on the characteristics, distribution and timing of these gold deposits tests these classifications and supports an alternative interpretation. The deposits display many similarities to well-described ‘turbidite-hosted’ orogenic gold deposits described from several Palaeozoic orogens. As in most ‘turbidite-hosted’ orogenic deposits, the gold mineralisation is dominantly epigenetic, sediment-hosted (typically greywacke and siltstone) and fold-controlled. Most gold is hosted by concordant or discordant veins, with limited alteration halos in host rocks, except where they occur in silicate-facies BIF or other Fe-rich rocks. The domal culminations of major doubly-plunging anticlines, and/or fold-limb thrust-faults, are important structural controls at the camp- and deposit-scales. Many deposits are sited in parts of the lithostratigraphy where there is significant competency and/or chemical contrast between units or sequences. In particular, the complex interdigitated stratigraphy of euxinic and transitional high-energy sedimentary rocks of the c.1900-1880Ma South Alligator Group is important for the localisation of gold deposits. The distribution of deposits is influenced further by the location and shape of granitoids and their associated contact-metamorphic aureole. Approximately 90% of gold deposits lie within the ∼2.5km wide contact-aureole, and most of these are concentrated in, and just beyond, the biotite-albite-epidote zone (0.5-1.0km from granitoid), with few deposits located in the inner hornblende-hornfels zone. At the deposit scale, gold is commonly associated with arsenopyrite-loellengite and pyrite, native-Bi and Bi-bearing minerals, and is confined to a variety of extensional quartz-sulphide ± carbonate veins. Such veins formed typically at 180-320°?C and ∼1kbar from low- to moderate salinity, two-phase aqueous fluids. Isotopic studies of the deposits are equivocal in terms of the source of hydrothermal fluid. Most δD and δ18O values fall within the range defined for contact-metamorphic and magmatic fluids, and sulphur isotopes indicate that the fluids are within the range of most regional sources. Significantly, lead isotope ratios show that the goldbearing fluid does not have a felsic magmatic-source signature, but instead suggest a homogenous regional-scale lead source. Excluding a few outliers, the relative uniformity of deposit characteristics, including host rocks, structural style, alteration, sulphide paragenesis and fluid P-T-X conditions, suggests that most deposits represent a continuum of broadly coeval mineralisation that formed under similar geological conditions
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Dos subespaços ao território descontínuo paradoxal: os moradores de rua e suas relações com o espaço urbano em Porto Alegre/RS - Brasil

Palombini, Leonardo Lahm January 2015 (has links)
A presente dissertação visa apresentar a pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado em Geografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto a moradores de rua da cidade de Porto Alegre/RS. Os moradores de rua, por viverem no espaço urbano, sem um domicílio ou refúgio próprio, são pessoas que têm um perspectiva totalmente diferente do espaço do que as pessoas domiciliadas. Mesmo a Geografia, habituada à questão do território enquanto categoria central, tem dificuldade de acessar essa percepção. São eles os habitantes urbanos que tem uma relação mais frágil com o espaço. Porém, mesmo sem ter nenhuma espécie de posse sobre o terreno, os moradores de rua estabelecem certas relações com espaço, uma vez que têm preferências por habitar e circular em certas partes específicas da cidade. Apesar disso, esses espaços não lhes são de livre escolha, mas sim submetidos à rede de controle espacial do Poder Público e dos hábitos sociais, que relegam certos espaços à marginalidade, onde os moradores de rua são permitidos a ocupar. Ainda assim, essas ocupações são efêmeras, pois são eles constantemente expulsos, mantendo um constante trânsito no espaço urbano em busca de locais para sua ocupação. Estarão eles, assim, estabelecendo alguma espécie de território? Esse é o principal problema que trazemos à reflexão nesse trabalho. Ainda, perguntamos: de que forma eles se enxergam no espaço urbano, como definem seus locais de estadia, de que maneira se relacionam com seu entorno? Para buscar essas respostas foi desenvolvido trabalho semanal junto ao Jornal Boca de Rua - jornal exclusivamente escrito por moradores de rua de Porto Alegre - em uma pesquisa participante, com acompanhamentos e observações, além da participação em diversos eventos relativos ao tema e aplicação de entrevistas e questionário aos indivíduos em situação de rua. Estabeleceremos algumas relações e conceitos acerca da espacialização/territorialização dos moradores de rua na cidade, analisando os limites simbólicos constituídos entre o eu e o outro, através das suas relações simbólicas de poder, cultural e socialmente construídas com base nos valores hegemônicos da sociedade. Se os moradores de rua, nesse meio, conseguem ou não estabelecer uma espécie de território na cidade ao se dispor agrupadamente no espaço urbano, de maneira ordenada e deliberada, mesmo que transitória e efêmera, é o que responderemos ao final dessa pesquisa. Procedemos nessa investigação através da análise da transição entre o que chamamos de subespaços - espaços marginalizados e subutilizados na cidade - ao território paradoxal - aquele formado pela imposição social da marginalidade ante os valores hegemônicos, que se dá como contradição a eles, mas também por eles condicionado, numa relação de variação entre centro e margem, insiders e outsider, de acordo com sua temporalidade/espacialidade. / This dissertation presents the research developed in the course of Masters in Geography at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul with the homeless people of Porto Alegre city - RS/Brazil. The homeless, because they live in the urban space, without a home or shelter of their own, are people who have a totally different perspective of the space than domiciled people have. Even Geography, accustomed to the question of the territory as a central category, have difficulty to access such perception.. They are the urban inhabitants who have a weaker relationship with the space. But even without having any kind of ownership over the terrain, the homeless establish certain relations with space, since they have preferences for living and circulating in specific parts of the city. Nevertheless, these spaces are not of their free choice, but underwent spatial control of the government and social habits that relegate certain spaces where the homeless are allowed to occupy. Still, these occupations are ephemeral, because they are constantly evicted, maintaining a constant-traffic in urban areas in search of locations for their occupation. Are they thus establishing some kind of territory this way? This is the main problem that we bring to reflection in this work. Still, we ask: how do they see themselves in the urban space, how do they define their places to stay, how do they relate to their surroundings? To get these answers a weekly work was developed at the Boca de Rua newspaper- a newspaper exclusively written by homeless people of Porto Alegre - in a participant research, with follow ups and observations, as well as participation on different events related to the theme and application of questionnaire and interviews with the people in homeless situation. We will establish some relation and concepts about the process of spatialization / territorialization of the homeless in the city, analysing the invisible limits composed between self and other by symbolic relations of power, cultural and socially constructed and based in hegemonic values of the society. If the homeless people, in this enviroment, can form or not a kind of territory in the city when putting themselves together into the urban space by an orderly and deliberate way, even if transient and ephemeral, that is what we will respond at the end of this research. We did this investigation through analysis of the transition of that we call subspaces - marginalized and subutilized spaces on the city - to the paradoxical territory - that formed by the social imposition of marginalization in front of hegemonic values, and also as a contradiction to them, but also by it conditioned, in a relation of variation between the center and margin, insiders and outsiders, according to its temporality / spaciality. / Esta disertación tiene como objetivo presentar las investigaciones desarrolladas en el curso de Maestría en Geografía de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul con los moradores en situación de calle en la ciudad de Porto Alegre/RS - Brasil. Los moradores en situación de calle, porque viven en áreas urbanas, sin un hogar o abrigo propio, son personas que tienen una perspectiva del espacio totalmente diferente de las personas con hogar. Mismo la Geografia, acostumbrada a la cuestión del territorio como una categoría central, tiene dificultades de acceder a la dicha percepción. Son ellos los habitantes de las ciudades que tienen una relación más vulnerable con el espacio. Pero incluso sin tener ningún tipo de propiedad sobre la tierra, los sin techo establecen cierta relación con el espacio, ya que tienen preferencias para vivir y circular en determinadas partes de la ciudad. Sin embargo, estos espacios no son de su libre elección, pero son sometidos a la red de control espacial del gobierno y a los hábitos sociales que relegan a ciertos espacios a la marginalidad, donde se permite a las personas sin hogar para ocupar. Aún así, estas ocupaciones son efímeras porque son expulsados constantemente, manteniendo un tráfico constante en las zonas urbanas en busca de localizaciones para su ocupación. ¿Están estableciendo de este modo una especie de territorio? Este es el principal problema que traemos a la reflexión en este trabajo. Aún preguntamos: ¿cómo se ven a sí mismos en el espacio urbano, cómo definen sus lugares de estancia, cómo se relacionan con su entorno? Para obtener estas respuestas se desarrolló un trabajo semanal con el Periódico Boca de Rua - diario escrito exclusivamente por las personas sin hogar de Porto Alegre - en una investigación participativa con acompañamientos y observaciones, así como la participación en diversos eventos relacionados con el tema y la aplicación de entrevistas y cuestionario a las personas en la calle. Vamos a tratar de establecer algunas relaciones y conceptos acerca de la espacialización / territorialización de los moradores en situación de calle en la ciudad, el análisis de los límites simbólicos formados entre yo y el otro, a través de sus relaciones de poder simbólico, cultural y socialmente construidas sobre la base de los valores hegemónicos de la sociedad. Si las personas sin hogar, en ese ambiente, lo pueden o no establecer una especie de territorio en la ciudad a ser agrupadamente dispuestos en el espacio urbano, de una manera ordenada y deliberada, aunque transitoria y efímera, es lo que vamos a responder al final de esta investigación. Haremos esta búsqueda a través del análisis de la transición entre lo que llamamos subespacios - espacios marginados y subutilizados de la ciudad - al territorio paradójico - formado por la imposición social de la marginalidad en contra de los valores hegemónicos, que se da como una contradicción a ellos, sino también por ello condicionado, en una relación de variación entre el centro y el margen, los de adentro y los de afuera, de acuerdo con su temporalidad / espacialidad.
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Rela??es de poder, fragmenta??o e gest?o do territ?rio no semi-?rido nordestinho: um outro olhar sobre o Cariri paraibano / Relations of power, fragmentation and management of northeastern semi-arid territory: a look over the Cariri Paraibano

Silva, Anieres Barbosa da 31 March 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2014-12-17T14:20:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 AnieresBS_ate_introducao.pdf: 966205 bytes, checksum: f7f3f526a54853a81258302747fc9ac1 (MD5) Previous issue date: 2006-03-31 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior / This study aims to analize the Cariri Paraibano territory, as a product of relations of power that were being established along its historic process of territory formation. In this process, the fragmentation and the territory management are fundamental elements to socioterritorial reality comprehension. The theoretical-conceptual basis is based on notions of territory, region, power and territory management, which are articulated to the opinions and empiric confirmations origined from interviews made with several social actions. They also were made photographical records and researches on books, newspapers and magazines, as well on other information sources related to the object of studying. Obtained data confirm the pressuposement on which the relations of dominations and the used methods by the power s owners in the region created a little fruitful political practice and little adequate to the process of active participation of the local population on the territory management, even being on disagreement with the new political-institutional mechanisms, which take to political-administrative more democratic and participative in the country / Este estudo procura analisar o territ?rio regional do Cariri Paraibano, como produto de rela??es de poder que foram sendo estabelecidas ao longo de seu processo hist?rico de forma??o territorial. Nesse processo, a fragmenta??o e a gest?o do territ?rio s?o elementos fundamentais ? compreens?o da realidade socioterritorial. A base te?rico-conceitual fundamenta-se nos conceitos de regi?o, territ?rio, poder e gest?o do territ?rio, que est?o articulados ?s opini?es e constata??es emp?ricas oriundas de entrevistas realizadas com diversos atores sociais. Tamb?m foram feitos registros fotogr?ficos e pesquisas em livros, jornais e revistas, assim como em outras fontes de informa??es relacionadas ao objeto de estudo. Os dados obtidos confirmam o pressuposto de que as rela??es de domina??o e os m?todos utilizados pelos donos do poder na regi?o criaram uma pr?tica pol?tica pouco f?rtil e pouco prop?cia ao processo de participa??o ativa da popula??o local na gest?o do territ?rio, mesmo estando em desacordo com os novos mecanismos pol?tico-institucionais, que preconizam pr?ticas pol?tico-administrativas mais democr?ticas e participativas no Pa?s
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Dos subespaços ao território descontínuo paradoxal: os moradores de rua e suas relações com o espaço urbano em Porto Alegre/RS - Brasil

Palombini, Leonardo Lahm January 2015 (has links)
A presente dissertação visa apresentar a pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado em Geografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto a moradores de rua da cidade de Porto Alegre/RS. Os moradores de rua, por viverem no espaço urbano, sem um domicílio ou refúgio próprio, são pessoas que têm um perspectiva totalmente diferente do espaço do que as pessoas domiciliadas. Mesmo a Geografia, habituada à questão do território enquanto categoria central, tem dificuldade de acessar essa percepção. São eles os habitantes urbanos que tem uma relação mais frágil com o espaço. Porém, mesmo sem ter nenhuma espécie de posse sobre o terreno, os moradores de rua estabelecem certas relações com espaço, uma vez que têm preferências por habitar e circular em certas partes específicas da cidade. Apesar disso, esses espaços não lhes são de livre escolha, mas sim submetidos à rede de controle espacial do Poder Público e dos hábitos sociais, que relegam certos espaços à marginalidade, onde os moradores de rua são permitidos a ocupar. Ainda assim, essas ocupações são efêmeras, pois são eles constantemente expulsos, mantendo um constante trânsito no espaço urbano em busca de locais para sua ocupação. Estarão eles, assim, estabelecendo alguma espécie de território? Esse é o principal problema que trazemos à reflexão nesse trabalho. Ainda, perguntamos: de que forma eles se enxergam no espaço urbano, como definem seus locais de estadia, de que maneira se relacionam com seu entorno? Para buscar essas respostas foi desenvolvido trabalho semanal junto ao Jornal Boca de Rua - jornal exclusivamente escrito por moradores de rua de Porto Alegre - em uma pesquisa participante, com acompanhamentos e observações, além da participação em diversos eventos relativos ao tema e aplicação de entrevistas e questionário aos indivíduos em situação de rua. Estabeleceremos algumas relações e conceitos acerca da espacialização/territorialização dos moradores de rua na cidade, analisando os limites simbólicos constituídos entre o eu e o outro, através das suas relações simbólicas de poder, cultural e socialmente construídas com base nos valores hegemônicos da sociedade. Se os moradores de rua, nesse meio, conseguem ou não estabelecer uma espécie de território na cidade ao se dispor agrupadamente no espaço urbano, de maneira ordenada e deliberada, mesmo que transitória e efêmera, é o que responderemos ao final dessa pesquisa. Procedemos nessa investigação através da análise da transição entre o que chamamos de subespaços - espaços marginalizados e subutilizados na cidade - ao território paradoxal - aquele formado pela imposição social da marginalidade ante os valores hegemônicos, que se dá como contradição a eles, mas também por eles condicionado, numa relação de variação entre centro e margem, insiders e outsider, de acordo com sua temporalidade/espacialidade. / This dissertation presents the research developed in the course of Masters in Geography at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul with the homeless people of Porto Alegre city - RS/Brazil. The homeless, because they live in the urban space, without a home or shelter of their own, are people who have a totally different perspective of the space than domiciled people have. Even Geography, accustomed to the question of the territory as a central category, have difficulty to access such perception.. They are the urban inhabitants who have a weaker relationship with the space. But even without having any kind of ownership over the terrain, the homeless establish certain relations with space, since they have preferences for living and circulating in specific parts of the city. Nevertheless, these spaces are not of their free choice, but underwent spatial control of the government and social habits that relegate certain spaces where the homeless are allowed to occupy. Still, these occupations are ephemeral, because they are constantly evicted, maintaining a constant-traffic in urban areas in search of locations for their occupation. Are they thus establishing some kind of territory this way? This is the main problem that we bring to reflection in this work. Still, we ask: how do they see themselves in the urban space, how do they define their places to stay, how do they relate to their surroundings? To get these answers a weekly work was developed at the Boca de Rua newspaper- a newspaper exclusively written by homeless people of Porto Alegre - in a participant research, with follow ups and observations, as well as participation on different events related to the theme and application of questionnaire and interviews with the people in homeless situation. We will establish some relation and concepts about the process of spatialization / territorialization of the homeless in the city, analysing the invisible limits composed between self and other by symbolic relations of power, cultural and socially constructed and based in hegemonic values of the society. If the homeless people, in this enviroment, can form or not a kind of territory in the city when putting themselves together into the urban space by an orderly and deliberate way, even if transient and ephemeral, that is what we will respond at the end of this research. We did this investigation through analysis of the transition of that we call subspaces - marginalized and subutilized spaces on the city - to the paradoxical territory - that formed by the social imposition of marginalization in front of hegemonic values, and also as a contradiction to them, but also by it conditioned, in a relation of variation between the center and margin, insiders and outsiders, according to its temporality / spaciality. / Esta disertación tiene como objetivo presentar las investigaciones desarrolladas en el curso de Maestría en Geografía de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul con los moradores en situación de calle en la ciudad de Porto Alegre/RS - Brasil. Los moradores en situación de calle, porque viven en áreas urbanas, sin un hogar o abrigo propio, son personas que tienen una perspectiva del espacio totalmente diferente de las personas con hogar. Mismo la Geografia, acostumbrada a la cuestión del territorio como una categoría central, tiene dificultades de acceder a la dicha percepción. Son ellos los habitantes de las ciudades que tienen una relación más vulnerable con el espacio. Pero incluso sin tener ningún tipo de propiedad sobre la tierra, los sin techo establecen cierta relación con el espacio, ya que tienen preferencias para vivir y circular en determinadas partes de la ciudad. Sin embargo, estos espacios no son de su libre elección, pero son sometidos a la red de control espacial del gobierno y a los hábitos sociales que relegan a ciertos espacios a la marginalidad, donde se permite a las personas sin hogar para ocupar. Aún así, estas ocupaciones son efímeras porque son expulsados constantemente, manteniendo un tráfico constante en las zonas urbanas en busca de localizaciones para su ocupación. ¿Están estableciendo de este modo una especie de territorio? Este es el principal problema que traemos a la reflexión en este trabajo. Aún preguntamos: ¿cómo se ven a sí mismos en el espacio urbano, cómo definen sus lugares de estancia, cómo se relacionan con su entorno? Para obtener estas respuestas se desarrolló un trabajo semanal con el Periódico Boca de Rua - diario escrito exclusivamente por las personas sin hogar de Porto Alegre - en una investigación participativa con acompañamientos y observaciones, así como la participación en diversos eventos relacionados con el tema y la aplicación de entrevistas y cuestionario a las personas en la calle. Vamos a tratar de establecer algunas relaciones y conceptos acerca de la espacialización / territorialización de los moradores en situación de calle en la ciudad, el análisis de los límites simbólicos formados entre yo y el otro, a través de sus relaciones de poder simbólico, cultural y socialmente construidas sobre la base de los valores hegemónicos de la sociedad. Si las personas sin hogar, en ese ambiente, lo pueden o no establecer una especie de territorio en la ciudad a ser agrupadamente dispuestos en el espacio urbano, de una manera ordenada y deliberada, aunque transitoria y efímera, es lo que vamos a responder al final de esta investigación. Haremos esta búsqueda a través del análisis de la transición entre lo que llamamos subespacios - espacios marginados y subutilizados de la ciudad - al territorio paradójico - formado por la imposición social de la marginalidad en contra de los valores hegemónicos, que se da como una contradicción a ellos, sino también por ello condicionado, en una relación de variación entre el centro y el margen, los de adentro y los de afuera, de acuerdo con su temporalidad / espacialidad.
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Dos subespaços ao território descontínuo paradoxal: os moradores de rua e suas relações com o espaço urbano em Porto Alegre/RS - Brasil

Palombini, Leonardo Lahm January 2015 (has links)
A presente dissertação visa apresentar a pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado em Geografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto a moradores de rua da cidade de Porto Alegre/RS. Os moradores de rua, por viverem no espaço urbano, sem um domicílio ou refúgio próprio, são pessoas que têm um perspectiva totalmente diferente do espaço do que as pessoas domiciliadas. Mesmo a Geografia, habituada à questão do território enquanto categoria central, tem dificuldade de acessar essa percepção. São eles os habitantes urbanos que tem uma relação mais frágil com o espaço. Porém, mesmo sem ter nenhuma espécie de posse sobre o terreno, os moradores de rua estabelecem certas relações com espaço, uma vez que têm preferências por habitar e circular em certas partes específicas da cidade. Apesar disso, esses espaços não lhes são de livre escolha, mas sim submetidos à rede de controle espacial do Poder Público e dos hábitos sociais, que relegam certos espaços à marginalidade, onde os moradores de rua são permitidos a ocupar. Ainda assim, essas ocupações são efêmeras, pois são eles constantemente expulsos, mantendo um constante trânsito no espaço urbano em busca de locais para sua ocupação. Estarão eles, assim, estabelecendo alguma espécie de território? Esse é o principal problema que trazemos à reflexão nesse trabalho. Ainda, perguntamos: de que forma eles se enxergam no espaço urbano, como definem seus locais de estadia, de que maneira se relacionam com seu entorno? Para buscar essas respostas foi desenvolvido trabalho semanal junto ao Jornal Boca de Rua - jornal exclusivamente escrito por moradores de rua de Porto Alegre - em uma pesquisa participante, com acompanhamentos e observações, além da participação em diversos eventos relativos ao tema e aplicação de entrevistas e questionário aos indivíduos em situação de rua. Estabeleceremos algumas relações e conceitos acerca da espacialização/territorialização dos moradores de rua na cidade, analisando os limites simbólicos constituídos entre o eu e o outro, através das suas relações simbólicas de poder, cultural e socialmente construídas com base nos valores hegemônicos da sociedade. Se os moradores de rua, nesse meio, conseguem ou não estabelecer uma espécie de território na cidade ao se dispor agrupadamente no espaço urbano, de maneira ordenada e deliberada, mesmo que transitória e efêmera, é o que responderemos ao final dessa pesquisa. Procedemos nessa investigação através da análise da transição entre o que chamamos de subespaços - espaços marginalizados e subutilizados na cidade - ao território paradoxal - aquele formado pela imposição social da marginalidade ante os valores hegemônicos, que se dá como contradição a eles, mas também por eles condicionado, numa relação de variação entre centro e margem, insiders e outsider, de acordo com sua temporalidade/espacialidade. / This dissertation presents the research developed in the course of Masters in Geography at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul with the homeless people of Porto Alegre city - RS/Brazil. The homeless, because they live in the urban space, without a home or shelter of their own, are people who have a totally different perspective of the space than domiciled people have. Even Geography, accustomed to the question of the territory as a central category, have difficulty to access such perception.. They are the urban inhabitants who have a weaker relationship with the space. But even without having any kind of ownership over the terrain, the homeless establish certain relations with space, since they have preferences for living and circulating in specific parts of the city. Nevertheless, these spaces are not of their free choice, but underwent spatial control of the government and social habits that relegate certain spaces where the homeless are allowed to occupy. Still, these occupations are ephemeral, because they are constantly evicted, maintaining a constant-traffic in urban areas in search of locations for their occupation. Are they thus establishing some kind of territory this way? This is the main problem that we bring to reflection in this work. Still, we ask: how do they see themselves in the urban space, how do they define their places to stay, how do they relate to their surroundings? To get these answers a weekly work was developed at the Boca de Rua newspaper- a newspaper exclusively written by homeless people of Porto Alegre - in a participant research, with follow ups and observations, as well as participation on different events related to the theme and application of questionnaire and interviews with the people in homeless situation. We will establish some relation and concepts about the process of spatialization / territorialization of the homeless in the city, analysing the invisible limits composed between self and other by symbolic relations of power, cultural and socially constructed and based in hegemonic values of the society. If the homeless people, in this enviroment, can form or not a kind of territory in the city when putting themselves together into the urban space by an orderly and deliberate way, even if transient and ephemeral, that is what we will respond at the end of this research. We did this investigation through analysis of the transition of that we call subspaces - marginalized and subutilized spaces on the city - to the paradoxical territory - that formed by the social imposition of marginalization in front of hegemonic values, and also as a contradiction to them, but also by it conditioned, in a relation of variation between the center and margin, insiders and outsiders, according to its temporality / spaciality. / Esta disertación tiene como objetivo presentar las investigaciones desarrolladas en el curso de Maestría en Geografía de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul con los moradores en situación de calle en la ciudad de Porto Alegre/RS - Brasil. Los moradores en situación de calle, porque viven en áreas urbanas, sin un hogar o abrigo propio, son personas que tienen una perspectiva del espacio totalmente diferente de las personas con hogar. Mismo la Geografia, acostumbrada a la cuestión del territorio como una categoría central, tiene dificultades de acceder a la dicha percepción. Son ellos los habitantes de las ciudades que tienen una relación más vulnerable con el espacio. Pero incluso sin tener ningún tipo de propiedad sobre la tierra, los sin techo establecen cierta relación con el espacio, ya que tienen preferencias para vivir y circular en determinadas partes de la ciudad. Sin embargo, estos espacios no son de su libre elección, pero son sometidos a la red de control espacial del gobierno y a los hábitos sociales que relegan a ciertos espacios a la marginalidad, donde se permite a las personas sin hogar para ocupar. Aún así, estas ocupaciones son efímeras porque son expulsados constantemente, manteniendo un tráfico constante en las zonas urbanas en busca de localizaciones para su ocupación. ¿Están estableciendo de este modo una especie de territorio? Este es el principal problema que traemos a la reflexión en este trabajo. Aún preguntamos: ¿cómo se ven a sí mismos en el espacio urbano, cómo definen sus lugares de estancia, cómo se relacionan con su entorno? Para obtener estas respuestas se desarrolló un trabajo semanal con el Periódico Boca de Rua - diario escrito exclusivamente por las personas sin hogar de Porto Alegre - en una investigación participativa con acompañamientos y observaciones, así como la participación en diversos eventos relacionados con el tema y la aplicación de entrevistas y cuestionario a las personas en la calle. Vamos a tratar de establecer algunas relaciones y conceptos acerca de la espacialización / territorialización de los moradores en situación de calle en la ciudad, el análisis de los límites simbólicos formados entre yo y el otro, a través de sus relaciones de poder simbólico, cultural y socialmente construidas sobre la base de los valores hegemónicos de la sociedad. Si las personas sin hogar, en ese ambiente, lo pueden o no establecer una especie de territorio en la ciudad a ser agrupadamente dispuestos en el espacio urbano, de una manera ordenada y deliberada, aunque transitoria y efímera, es lo que vamos a responder al final de esta investigación. Haremos esta búsqueda a través del análisis de la transición entre lo que llamamos subespacios - espacios marginados y subutilizados de la ciudad - al territorio paradójico - formado por la imposición social de la marginalidad en contra de los valores hegemónicos, que se da como una contradicción a ellos, sino también por ello condicionado, en una relación de variación entre el centro y el margen, los de adentro y los de afuera, de acuerdo con su temporalidad / espacialidad.

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