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Estabelecimento de cultura primária de células de carcinoma prostático e avaliação da resposta ao silenciamento por RNAi do receptor de androgênio e seu correpressor NCoR

Branchini, Gisele January 2011 (has links)
Introdução: O câncer de próstata atinge cerca de três quartos da população masculina acima de 65 anos, sendo esta neoplasia o sexto tipo de câncer mais comum no mundo, e o mais prevalente em homens. O receptor de androgênios (AR) desempenha um papel crítico no desenvolvimento normal da próstata, bem como no câncer prostático. Sua atividade transcricional é regulada através da interação com diversas proteínas. O NCoR1 (correpressor de receptores nucleares) está envolvido na diminuição da atividade do AR sobre a transcrição de genes alvo. Objetivos: Desenvolver um modelo de cultura celular de câncer prostático a partir de fragmentos tumorais; identificar o melhor gene normalizador para estudos de expressão gênica em amostras das células em cultivo; avaliar os efeitos do silenciamento do AR e seu corregulador, NCoR1, sobre a proliferação celular e expressão gênica de PSA, um gene alvo do AR, em células de cultura primária e em células de uma linhagem de câncer prostático (LNCaP – Lymph Node Carcinoma of the Prostate). Métodos: Fragmentos de tumores prostáticos coletados após prostatectomia radical ou prostatovesiculectomia foram plaqueados e mantidos em cultivo. As células que proliferaram a partir dos explants foram testadas para marcadores de epitélio (citoqueratinas) e de malignidade (racemase). Após 10 dias, as células foram silenciadas para o AR e, posteriormente, lisadas para a extração de RNA total ou de proteínas. Células LNCaP foram mantidas em cultura e silenciadas para o AR e o NCoR1, sendo avaliada também a proliferação celular nesta última condição. O cDNA obtido a partir das culturas primárias de CaP foi usado para a amplificação do mRNA de oito genes candidatos a normalizadores, além dos mRNAs do AR e PSA. O cDNA das células LNCaP foi usado para amplificação do mRNA do PSA, e o sobrenadante das células coletado para a dosagem do PSA secretado. Resultados: Apenas 47,7% do total de culturas primárias apresentaram adesão dos fragmentos e proliferação de células. Não foi observada associação entre a adesão dos fragmentos e o escore de Gleason dos tumores. As células cultivadas apresentaram positividade para os marcadores de células epiteliais e de malignidade de células prostáticas, indicando que as células em cultivo se tratavam de células tumorais prostáticas. Para análise da expressão gênica nestas células, o gene que mostrou os melhores parâmetros de estabilidade de expressão foi o gene SDHA, e a melhor combinação de dois genes sugerida neste estudo foi SDHA e ALAS1. O silenciamento do receptor de androgênios foi observado 48 horas após a transfecção com siRNAs, sendo observada uma diminuição nos níveis do mRNA já em 24 horas após a transfecção. Observou-se uma diminuição da expressão gênica do PSA em 24 horas, em resposta à diminuição dos níveis do AR, tanto em cultura primária de CaP quanto na linhagem LNCaP. Em células LNCaP, a transfecção com siRNAs específicos para o NCoR1 não depletou completamente os níveis proteicos, porém estes diminuíram em 24, 48 e 72 horas após a transfecção. Foi verificado um aumento da expressão gênica de PSA 48 horas após o silenciamento do NCoR1, em células tradadas com diidrotestosterona. Não foi observado aumento da secreção de PSA no sobrenadante das células em cultivo 48 horas após o silenciamento. A proliferação das células LNCaP foi diminuída nos grupos transfectados com siRNAs específicos para o NCoR1 e siRNAs inespecíficos, em relação com grupo controle. Conclusões: O modelo de cultura celular a partir de fragmentos tumorais prostáticos é viável, e proporciona uma boa amostragem de células para análises moleculares de câncer de próstata sob diferentes condições experimentais. No entanto, a taxa de sucesso dos cultivos é moderada. Neste modelo, em que foram testados diversos genes em relação à sua estabilidade de expressão, o gene SDHA apresentou uma boa estabilidade, ao contrário de outros genes frequentemente utilizados como genes de referência sem nenhuma análise prévia de sua expressão, como beta-actina, GAPDH e beta-2-microglobulina. Assim, o SDHA, ou ainda a combinação SDHA e ALAS1, é indicado para as estratégias de normalização neste tipo de amostra. O silenciamento do AR em células tumorais prostáticas diminuiu a expressão gênica de PSA, como esperado. O silenciamento de seu correpressor, NCoR1, aumentou os níveis de mRNA do PSA, indicando que sua ausência resulta em um aumento da atividade transcricional do AR. A menor taxa de proliferação nos grupos transfectados pode estar mais relacionada ao estresse da transfecção do que à ausência de NCoR1 nas células. Mais análises poderão confirmar os efeitos da ausência deste correpressor sobre a resposta das células tumorais prostáticas, o que abrirá caminho para um melhor entendimento da fisiopatologia dos tumores prostáticos. / Introduction: Prostate cancer (PCa) occurs in seventy-five percent of men over 65 years old, and it is the sixth most common type of cancer in the world and the most prevalent in men. Androgen receptor (AR) plays a critical role in normal prostate gland development and also in prostate cancer. Its transcriptional activity is regulated by protein interaction and NCoR1 (nuclear receptor co-repressor) decreases the AR activity on target genes transcription. Objectives: To develop a prostate cancer cell culture model from tumor fragments; to identify the best housekeeping gene for gene expression studies in that cultured cells; to evaluate the effects of AR and NCoR1 silencing on cell proliferation and PSA gene expression, a AR target gene, in cells of primary culture of PCa and in a prostate cancer cell line, LNCaP. Methods: PCa fragments obtained from radical prostatectomy or prostatovesiculectomy were plated and maintained in culture. Proliferating cells were tested for markers of epithelium (cytokeratin) and malignancy (racemase). After ten days, cells were transfected with AR siRNAs and then lysed for total RNA or protein extraction. LNCaP cells were silenced for AR and NCoR1, and proliferation rate was also measured in the last condition. cDNA obtained from primary culture was used to amplify eight candidate to housekeeping genes mRNA, and also AR and PSA mRNA. cDNA from LNCaP cells was used to amplify PSA mRNA, and the cells supernatant was collected to dose secreted PSA. Results: Only 47.7% of the total number of primary cultures had fragment adhesion and cell proliferation. There was no association between explants adhesion and tumor Gleason’s score. Cells were positive for epithelium and malignancy markers, confirming the growth of prostate cancer cells. For gene expression analysis in these cells, the gene showing the best parameters of stability of expression was SDHA, and the best combination of two genes was SDHA and ALAS1. AR silencing was observed in 48 hours after siRNA transfection, with a decrease of mRNA levels in 24 hours after transfection. There was a decrease of PSA gene expression in 24 hours, either in primary culture or in LNCaP cells. In LNCaP cells, transfection with NCoR1 siRNA did not depleted entirely the protein levels. However, the levels of NCoR1 decreased in 24, 48, and 72 hours after transfection in relation to control group. There was an increase of PSA gene expression in 48 hours after NCoR1 siRNA transfection in cells treated with dihydrotestosterone. There was no increase in PSA secretion in cells supernatant in response to NCoR1 silencing. LNCaP cell proliferation was decreased in both transfected groups, the specific siRNA to NCoR1 and the unspecific control, in relation to control group. Conclusions: the culture cell model from explants of prostate cancer is practicable, and provides a good cell sampling to molecular analysis of prostate cancer under different experimental conditions. Nevertheless, the successful rate of cultures is moderate. In this model, several genes were tested for expression stability, and SDHA had presented the best values, unlike others classical housekeeping genes, as beta-actin, GAPDH and beta-2-microglobulin. Thus, SDHA, or the combination of SDHA and ALAS1, is indicated to normalization strategies in these samples. The silencing of AR in prostate cancer cells had decreased PSA gene expression, as expected. The silencing of its co-repressor, NCoR1, had increased the PSA mRNA levels, indicating that the absence of this coregulator results in an increase of AR transcriptional activity. The smaller proliferation of transfected groups in relation to control group could be related to the transfection stress, more than to the absence of NCoR1. More analysis can confirm the effects of NCoR1 silencing on tumor cells proliferation rate, and contribute to a better understanding of prostate tumors pathophysiology.
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Polimorfismo CAG e GGC do receptor de androgênios e a expressão de correguladores em homens com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna

Biolchi, Vanderlei January 2010 (has links)
Introdução. O câncer de próstata (CaP) é o mais comum em homens nos Estados Unidos. Em 2010, formam estimados 192.280 novos casos de CaP e 27.360 mortes nos Estados Unidos. A incidência estimada de CaP no Brasil é de 52.350 novos casos em 2010, principalmente na região sul. A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma anormalidade proliferativa associada à idade em homens. A prevalência de HPB é em torno de 14% entre 40 e 50 anos e 43% acima de 60 anos. A patogênese do desenvolvimento tumoral tem sido associada com a ação dos hormônios esteróides. Os efeitos dos androgênios são mediados pela testosterona e pela dihidrotestosterona (DHT) nas células alvo. Suas ações têm sido demonstradas na morfogênese, diferenciação, proliferação e secreção da glândula prostática. A ligação do androgênio promove a ativação do receptor de androgênio (AR), recrutamento de cofatores, promovendo a transcrição dos genes alvos hormônio-dependentes. Numerosos correguladores do AR têm sido descritos como sendo essenciais para a ativação do AR durante a progressão da doença. SHP, FHL2 e o complexo P160 (SRC1, GRIP1 e AIB1) parecem ser importantes correguladores do AR. O polimorfismo CAG e GGC do AR pode alterar a transcrição dos genes responsivos aos androgênios e, potencialmente, atuar no desenvolvimento da HPB e do CaP. Objetivo. 1. Investigar a associação entre o número de repetições CAG e GGC do AR, os níveis de testosterona e a chance de desenvolver CaP ou HPB em nossa população. 2. Investigar a expressão de SHP, FHL2, do complexo P160 e do AR em tecidos HPB, CaP e ZPU (zona periuretral proveniente das amostras CaP). Materiais e Métodos. Foram analisados 344 pacientes oriundos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, sendo 130 CaP, 126 HPB e 88 controles, para analisar o polimorfismo CAG e GGC. O DNA foi extraído a partir do sangue periférico e o gene do AR foi analisado através de análise de fragmento. Cento e dois pacientes submetidos à cirurgia foram utilizados para avaliar as expressões gênicas. Foram avaliados 36 HPB, 66 CaP e 33 ZPU. O RNA foi extraído e as expressões gênicas foram analisadas por PCR em tempo real. Os protocolos e os termos de consentimento foram aprovados pelo comitê de ética local e nacional. Resultados. As médias do número de repetições CAG e GGC foram semelhantes entre os grupos CaP, HPB e controles. A chance de desenvolver CaP nos indivíduos que possuem um longo alelo para o polimorfismo GGC (GGC > 18 e GGC >19) é de 1,96 e 3,30 vezes maior do que o alelo curto (GGC ≤ 18 e GGC ≤ 19) (p=0,035 e p=0,007), respectivamente. A chance de desenvolver HPB em indivíduos que possuem o alelo longo para o polimorfismo GGC (GGC > 18) é 2,33 vezes maior (p=0,008) do que o alelo curto (GGC ≤ 18). O risco de desenvolver CaP e HPB em pacientes com a testosterona total < 4ng/mL foram de 2,80 (P=0,005) e 2,78 vezes maior (P=0,002), respectivamente, comparado com os pacientes com testosterona total > 4ng/mL. Os níveis séricos de testosterona total em pacientes com GGC > 19 foram significativamente menor comparados com pacientes com GGC ≤ 19 (P=0,001). A expressão gênica de AR foi maior no grupo ZPU e CaP em relação ao grupo HPB (P=0,033 e P<0.001, respectivamente). A expressão de SHP foi maior no grupo CaP comparado com o HPB (P=0,039). A expressão de FHL2 foi maior no grupo ZPU comparado com o CaP e HPB (P<0.001 e P=0.007, respectivamente). Dos genes que formam o complexo P160, a expressão de SRC1 foi maior no grupo ZPU comparado com o CaP (P<0.001) e HPB (P=0,005). GRIP1 foi mais expresso nos grupos CaP e ZPU em relação ao grupo HPB (P<0,001 e P=0.006, respectivamente) e a expressão de AIB1 foi maior nos grupos CaP e ZPU comparados ao grupo HPB (P=0,030 e P=0.001, respectivamente). A expressão protéica de FHL2 foi maior no grupo CaP comparado com o grupo HPB (P=0.023). As análises moleculares de AR, GRIP1 e AIB1, monstraram melhores parâmetros diagnósticos do que a análise dos níveis séricos de PSA. Conclusões. A presença de um número de repetições GGC>18 e GGC>19 do AR foi associada com o aumento da chance de desenvolver CaP. As repetições de GGC>18 também foram associadas com a chance de desenvolver HPB. Níveis baixos de testosterona sérica foram encontrados nos grupos CaP e HPB comparados com os controles. Baixos níveis de testosterona podem aumentar a chance de desenvolver CaP e HPB. Este estudo demonstra a participação dos genes AR, SHP, FHL2 e do complexo P160 no aumento de proliferação da glândula prostática. AR, FHL2, SRC1, GRIP1 e AIB1 poderão ser uma boa alternativa para acompanhar os pacientes que possuem níveis elevados de PSA, toque alterado e biópsia negativa. / Introduction. Prostate cancer (PCa) is the most common cancer in men within the U.S. In 2010, 192,280 new cases were estimated in the U.S., and 27,360 deaths were due to this disease. The estimated incidence of prostate cancer in Brazil is of 52,350 new cases in 2010, mainly in southern regions. Benign Prostatic Hyperplasia (BPH) is a very frequent age-related proliferative abnormality in men. The prevalence of BPH is around 14 % at the age of 40 to 50 years, and 43% among those 60+. The pathogenesis of tumor development has been closely associated to the action of steroid hormones. The androgenic effects are mediated by testosterone and dihydrotestosterone (DHT) in the target cells and their action have been demonstrated in morphogenesis, differentiation, cell proliferation and secretions of the prostate gland. The androgen binding promotes the activation of the androgen receptor, recruitment of co-factors, promoting the transcription of hormone-dependent target genes. Several AR-associated coregulators have been shown to be essential for AR activation during disease progression. SHP, FHL2 and P160 complex (SRC1, GRIP1 and AIB1) has been shown as important AR coregulators. Polymorphic CAG and GGC repeats in the androgen receptor (AR) can alter transactivation of androgen-responsive genes and, potentially, act over BPH and PCa risks. Purposes. 1. To investigate the association between CAG and GGC repeat length, testosterone levels and the risks of PCa and BPH in a case-control study from a Brazilian population. 2. To investigate the SHP, FHL2, P160 and AR expressions in BPH, PCa and PUZ (periurethral zone tissue from PCa sample) tissues. Material and Methods. At Hospital de Clínicas de Porto Alegre, 344 patients were evaluated; 130 PCa, 126 BPH and 88 healthy controls, to analyze CAG and GGC polymorphisms. DNA was extracted from peripheral leukocytes and the AR gene was analyzed by fragment analysis. Hazard Ratio (HR) and 95% confidence limits were estimated. 102 men undergoing surgical removal were evaluated to analyze gene expressions; 36 BPH, 66 PCa and 33 PUZ. RNA was extracted and gene expression was analyzed by real time RT-PCR. Protocols and informed consent were approved by the local and national ethics committee. Results. CAG and GGC mean lengths were not different between PCa, BPH and controls. The risk of developing PCa in individuals who have the long allele for GGC polymorphism (GGC > 18 and GGC >19) was 1.96 and 3.30 times higher compared to the short allele (GGC ≤ 18 and GGC ≤ 19) (P=0.035 and P=0.007), respectively. The risk of developing BPH in individuals who have the long allele for GGC polymorphism (GGC > 18) was 2.33 times higher compared to the short allele (GGC ≤ 18) (P=0.008). The risk of developing PCa and BPH in individuals who have the total testosterone < 4ng/mL were 2.80 (P=0.005) and 2.78 times higher (P=0.002), respectively, compared to individuals with testosterone levels > 4ng/mL. The total testosterone level in patients with GGC >19 was significantly lower in comparison to patients with GGC ≤ 19 (P=0.001). AR mRNA level was higher in PCa and PUZ group than BPH (P=0.033 and P<0.001, respectively). SHP level was higher in PCa group compared to BPH (P=0.039). FHL2 level was higher in PUZ group compared to PCa and HPB (P<0.001 and P=0.007, respectively). SRC1 showed no difference between PCa and BPH, but PUZ group SRC1 levels was higher compared to PCa (P<0.001) and BPH (P=0,005). GRIP1 levels were higher in PCa and PUZ group than BPH (P<0.001 and P=0.006, respectively). AIB1 level was higher in PCa and PUZ group compared to BPH (P=0.030 and P=0.001, respectively). FHL2 protein expression was higher in PCa group compared to HPB (P=0.023). Molecular analysis of AR, GRIP1 and AIB1 demonstrated better diagnosis parameters compared to serum PSA levels. Conclusions. Our data suggest that the presence of a long number of GGC polymorphic repeats in the androgen receptor gene is associated with the increased risk of developing PCa and BPH. Serum testosterone levels were lower in PCA and BPH groups when compared to control groups. Low levels of testosterone can increase the risk of PCa and BPH. This study indicates a larger participation of AR, SHP, FHL2 and P160 genes in the prostate proliferation. AR, FHL2, SRC1, GRIP1 and AIB1 might be analyzed on the future to accomplish some patients who have higher PSA levels, altered digital rectal examination, and negative biopsy.
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Análise comparativa da ação de anabolizantes em gengiva e sistema reprodutor de ratos (Rattus norvegicus) / Comparative analysis of the action of anabolic steroids on the gingiva and reproductive system of rats (Rattus norvegicus)

Balassiano, Karen Zavaro 05 November 2007 (has links)
Os esteróides anabólicos-androgênicos (EAA) se caracterizam como um grupo de compostos naturais e sintéticos formados a partir da testosterona e seus derivados e foram desenvolvidos com finalidade terapêutica. No entanto, a partir da década de 90 o seu uso tem sido considerado um problema de saúde pública; e o seu consumo aumentado entre atletas profissionais e amadores que usam a medicação até 100 vezes acima da dose recomendada. Os efeitos adversos mais comuns relacionados ao uso dos EAA são alterações hepáticas, endócrinas, músculo-esqueléticas, cardiovasculares, imunológicas, reprodutivas, psicológicas, efeitos virilizantes e feminilizantes; e efeitos tóxicos. Apesar de diversos efeitos deletérios, os EAA em dose e freqüência adequada podem ter efeitos benéficos no reparo de feridas, revertendo os efeitos de corticosteróides. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de doses suprafisiológicas (10mg/semana, por 60 dias) do EAA decanoato de nandrolona em 32 ratos (Rattus norvegicus), sendo divididos igualmente para o grupo experimental e controle (8 fêmeas e 8 machos para cada grupo) através da macroscopia, microscopia e morfometria. Os resultadosmostraram que os animais do grupo controle ganharam mais peso ao final do tratamento do que os animais tratados. Os ovários e testículos apresentaram atrofiaenquanto a hipertrofia foi observada nos úteros e próstatas, com diferença de peso significativa estatisticamente em todos os órgãos entre o grupo experimental e controle. Nos testículos, a contagem do número de células de Sertoli não apresentou diferença estatística, assim como no percentual de fibras colágenas entre o grupo experimental e controle. A média da altura das células epiteliais nas próstatas dos animais tratados apresentou-se maior que as do controle. Os ovários das ratas medicadas apresentaram diminuição de corpos lúteos e folículos atrésicos. Os resultados encontrados indicam que as altas doses do EAA decanoato de nandrolona causam alterações macroscópicas e morfológicas nos sistemas reprodutores de machos e fêmeas, podendo ser irreversíveis. O efeito benéfico do uso de EAA na síntese de colágeno não foi observado nos fragmentos de gengiva analisados. / The anabolic-androgenic steroids (AAS) are characterized as a group of natural and synthetic compounds formed from testosterone and derivatives, and have been developed for therapeutic purposes. However, after the 1990s, their utilization has been considered a public health problem and the intake increased among professional and amateur athletes, who ingest up to 100 times the recommended dose of the drug. The most common adverse effects related to utilization of AAS are hepatic, endocrine, muscle-skeletal, cardiovascular, immunological, reproductive and psychological alterations; masculinizing and feminizing effects; and toxic effects. Despite the several harmful effects, utilization of AAS at adequate dose and frequency may have beneficial effects on wound repair, reverting the effects of corticosteroids. This study evaluated the effects of supraphysiological doses (10mg/week, for 60 days) of the AAS nandrolone decanoate in 32 rats (Rattus norvegicus), equally divided into experimental and control groups (8 females and 8 males for each group), by macroscopic, microscopic and morphometric analyses. The results revealed that animals in the control group gained more weight at treatment completion than treated animals. The ovaries and testicles presented atrophy, and hypertrophy of uterus and prostates was observed, with statistically significant difference in weight in all organs between the experimental and control groups. In the testicles, counting of the number of Sertoli cells and the percentage of collagen fibers did not present statistically significant difference between the experimental and control groups. The mean height of epithelial cells in the prostates of treated animals was greater in treated animals than in the control group. The ovaries of treated rats exhibited reduction in corpora lutea and atresic follicles. The results indicated that high doses of AAS nandrolone decanoate caused macroscopic and morphological alterations in the reproductive systems of males and females, which may be irreversible. The beneficial effect of utilization of AAS on the collagen synthesis was not observed on gingival fragments analyzed
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Análise comparativa da ação de anabolizantes em gengiva e sistema reprodutor de ratos (Rattus norvegicus) / Comparative analysis of the action of anabolic steroids on the gingiva and reproductive system of rats (Rattus norvegicus)

Karen Zavaro Balassiano 05 November 2007 (has links)
Os esteróides anabólicos-androgênicos (EAA) se caracterizam como um grupo de compostos naturais e sintéticos formados a partir da testosterona e seus derivados e foram desenvolvidos com finalidade terapêutica. No entanto, a partir da década de 90 o seu uso tem sido considerado um problema de saúde pública; e o seu consumo aumentado entre atletas profissionais e amadores que usam a medicação até 100 vezes acima da dose recomendada. Os efeitos adversos mais comuns relacionados ao uso dos EAA são alterações hepáticas, endócrinas, músculo-esqueléticas, cardiovasculares, imunológicas, reprodutivas, psicológicas, efeitos virilizantes e feminilizantes; e efeitos tóxicos. Apesar de diversos efeitos deletérios, os EAA em dose e freqüência adequada podem ter efeitos benéficos no reparo de feridas, revertendo os efeitos de corticosteróides. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de doses suprafisiológicas (10mg/semana, por 60 dias) do EAA decanoato de nandrolona em 32 ratos (Rattus norvegicus), sendo divididos igualmente para o grupo experimental e controle (8 fêmeas e 8 machos para cada grupo) através da macroscopia, microscopia e morfometria. Os resultadosmostraram que os animais do grupo controle ganharam mais peso ao final do tratamento do que os animais tratados. Os ovários e testículos apresentaram atrofiaenquanto a hipertrofia foi observada nos úteros e próstatas, com diferença de peso significativa estatisticamente em todos os órgãos entre o grupo experimental e controle. Nos testículos, a contagem do número de células de Sertoli não apresentou diferença estatística, assim como no percentual de fibras colágenas entre o grupo experimental e controle. A média da altura das células epiteliais nas próstatas dos animais tratados apresentou-se maior que as do controle. Os ovários das ratas medicadas apresentaram diminuição de corpos lúteos e folículos atrésicos. Os resultados encontrados indicam que as altas doses do EAA decanoato de nandrolona causam alterações macroscópicas e morfológicas nos sistemas reprodutores de machos e fêmeas, podendo ser irreversíveis. O efeito benéfico do uso de EAA na síntese de colágeno não foi observado nos fragmentos de gengiva analisados. / The anabolic-androgenic steroids (AAS) are characterized as a group of natural and synthetic compounds formed from testosterone and derivatives, and have been developed for therapeutic purposes. However, after the 1990s, their utilization has been considered a public health problem and the intake increased among professional and amateur athletes, who ingest up to 100 times the recommended dose of the drug. The most common adverse effects related to utilization of AAS are hepatic, endocrine, muscle-skeletal, cardiovascular, immunological, reproductive and psychological alterations; masculinizing and feminizing effects; and toxic effects. Despite the several harmful effects, utilization of AAS at adequate dose and frequency may have beneficial effects on wound repair, reverting the effects of corticosteroids. This study evaluated the effects of supraphysiological doses (10mg/week, for 60 days) of the AAS nandrolone decanoate in 32 rats (Rattus norvegicus), equally divided into experimental and control groups (8 females and 8 males for each group), by macroscopic, microscopic and morphometric analyses. The results revealed that animals in the control group gained more weight at treatment completion than treated animals. The ovaries and testicles presented atrophy, and hypertrophy of uterus and prostates was observed, with statistically significant difference in weight in all organs between the experimental and control groups. In the testicles, counting of the number of Sertoli cells and the percentage of collagen fibers did not present statistically significant difference between the experimental and control groups. The mean height of epithelial cells in the prostates of treated animals was greater in treated animals than in the control group. The ovaries of treated rats exhibited reduction in corpora lutea and atresic follicles. The results indicated that high doses of AAS nandrolone decanoate caused macroscopic and morphological alterations in the reproductive systems of males and females, which may be irreversible. The beneficial effect of utilization of AAS on the collagen synthesis was not observed on gingival fragments analyzed
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Determinação do perfil demográfico, físico e biológico de usuários de esteroides anabólico-androgênicos praticantes de musculação

Assemany, Faez Sobral 19 September 2011 (has links)
Submitted by Barroso Patrícia (barroso.p2010@gmail.com) on 2013-05-13T19:07:51Z No. of bitstreams: 1 Dissertacaofaezsobral assemany.pdf: 4682680 bytes, checksum: dc6435247901f11bc2f9bcf50e5697a2 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-05-13T19:07:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacaofaezsobral assemany.pdf: 4682680 bytes, checksum: dc6435247901f11bc2f9bcf50e5697a2 (MD5) Previous issue date: 2010 / O uso de esteroides anabólico-androgênicos (EAA) sem prescrição médica por praticantes de musculação, visando hipertrofia muscular tem sido uma prática de larga ocorrência no Brasil, tornando-se, relevante tema investigativo para a comunidade científica e promoção da saúde da sociedade em geral. Dentre as alterações laboratoriais associadas ao uso de EAA destacam-se: elevadas taxas plasmáticas das enzimas hepáticas, aumento dos índices que constituem o eritrograma e marcadores de dislipidemias, que podem evoluir para graves patologias. Estudos de qualidade de vida, através da metodologia SF-36, fornecem valiosas informações sobre o bem-estar de populações que exigem atenção especial à saúde. EAA podem interferir no metabolismo das inserções músculotendíneas provocando alterações no que se refere à flexibilidade destas estruturas. Objetivo: avaliar demograficamente, fisicamente e biologicamente uma amostra de indivíduos praticantes de musculação, usuários e não-usuários de EAA em academias localizadas nos municípios Salvador, Simões Filho e Camaçari, estado da Bahia, durante o ano de 2010, através de análises laboratoriais, testes das condições físicas e da qualidade de vida. Metodologia: estudo transversal com uma amostra de conveniência com indivíduos praticantes de musculação. Foram avaliados os seguintes parâmetros: exames laboratoriais hematológicos, bioquímicos e imunológicos; dados demográficos mediante aplicação de questionários destinados à pesquisa da prática de musculação, da utilização de EAA, da menção de aspectos envolvendo a qualidade da saúde física e mental e mensuração da flexibilidade isquiotibial e potência de salto. Resultados: a amostra estudada apresentou 45 voluntários, sendo usuários de EAA 48,9% (22/45), com idade média de 27,27 anos (5,60), e 51,1% (23/45) não-usuários e média de idade de 28,52 anos (8,20). O IMC médio dos usuários foi de 26,87 e de 24,43 para os nãousuários (p<0,05). O grupo de usuários demonstrou alterações nos exames laboratoriais com elevação nos índices eritrocitários de hemoglobina, hematócrito, e contagem de hemácias, quando comparado ao grupo de não-usuários, provavelmente em razão de seu caráter anabólico estimulador dos precursores da linhagem eritroide. Dados bioquímicos revelaram elevação das triglicérides, do VLDL e diminuição do colesterol HDL no grupo de usuários em comparação com os não-usuários, possivelmente, devido à ação dos fármacos nas vias metabólicas responsáveis pelo processamento lipídico. A qualidade de vida, de acordo com o questionário SF-36, mostrou-se semelhante em ambos os grupos, com índices entre intermediários a elevados, provavelmente, em razão de os indivíduos realizarem atividades físicas com regularidade. O grupo de usuários apresentou menor flexibilidade músculotendínea, quando em alongamento isquiotibial. Conclusão: com base nos resultados descritos foi constatado que: dentre as drogas usadas prevalece o estanozolol, as doses variam de 250mg a valores superiores a 1000mg, apesar de os usuários reconhecerem este uso prejudicial, relatando a ocorrência de efeitos colaterais; as taxas de hemoglobina, hematócrito, contagem de hemácias,triglicérides, creatinina e VLDL dos usuários revelaram valores acima dos encontrados em nãousuários, e HDL abaixo, enquanto que os níveis plasmáticos de bilirrubina direta, indireta e total, proteínas totais e albumina, glicemia, uréia, colesterol total, ferritina e PCR apresentaram-se normais. / Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde
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Análises morfológicas do epidídimo de ratos pós-púberes e idosos após o tratamento com doses suprafisiológicas de decanoato de nandrolona e o exercício resistido em meio aquático / Morphological analyzes of the epididymis of adults and elderly rats after supraphysiological doses of nandrolone decanoate and resistance exercise in aquatic environment

Brandl, Lana 04 March 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T14:17:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lana_Branai.pdf: 2297634 bytes, checksum: 8dbbaa1b059e5e38dcdd38ba4a303557 (MD5) Previous issue date: 2016-03-04 / Nowadays, the search for beauty, has caused health problems associated with the use of anabolic androgenic steroid (AAS) and even strenuous exercise, and the male reproductive system is the subject of studies to be sensitive to changes in the concentration of this type of hormone; these changes may also occur with increasing age, causing changes in androgen-dependent organs, like the epididymis. This study aimed to verify if treatment with AAS associated or not to exercise, in Sprague-Dawley rats alters the morphology of the epididymis in adult rats and its chronic effects in the elderly. The training was conducted by jumping into the water, weighing overloading, being considered as resistance exercise in water. The AAS administration occurred by intramuscular injection of nandrolone decanoate (10 mg / kg / week). Epididymal samples were subjected by histological routine of hematoxylin and eosin for morphological and morphometric analysis. It was analyze all parts of the epididymis (initial segment, caput, corpus and cauda) of 56 Sprague-Dawley rats, virgins, with 13 weeks old, divided into eight groups with seven animals each: GC - adults and sedentary; GCi - elderly and sedentary; GN - adults, sedentary treated with AAS; GNi - elderly, sedentary treated with AAS; GE - adults treated with exercise; GEi - elderly treated with exercise; GNE - adults, exercise and treatment with AAS; GNEi - elderly, exercise and treatment with AAS. The results show significant changes in duct diameters; the GE was lower when compared to other groups, and the groups that were used anabolic steroids, had a larger diameter than the other, and these changes occurred mainly in the initial segments. The epithelial height in the initial segment was also considered higher in the groups that administered AAS. The elderly groups tend to return to normal, increasing the parameters of epithelial height and diameter when these were decreased, and lowering them when they were enlarged when compared with the related adult group (with common variable), except at the tail of GNEi. As the results of this study, we can conclude that both treatment in adulthood, with exercise and the use of AAS, changes morphometric and morphological parameters of the epididymis, and its chronic effects can be diminished with age. / Atualmente, a procura pela beleza estética, tem causado problemas de saúde associados ao uso de esteroides androgênicos anabolizantes (EAAs) e até mesmo a exercícios físicos intensos. O sistema genital masculino é alvo de estudos por ser sensível a mudanças na concentração desse tipo de hormônio; essas alterações também podem ocorrer com o aumento da idade, influenciando órgãos androgênio-dependentes, como o epidídimo. Nesse sentido, objetivou-se com esse estudo, verificar se o tratamento com EAAs associado ou não ao exercício físico resistido, em ratos Sprague-Dawley, altera a morfologia do Epidídimo em ratos adultos e seus efeitos a longo prazo em idosos. Foram analisadas todas as porções dos epidídimos (segmento inicial, cabeça, corpo e cauda) de 56 ratos, virgens, da linhagem Sprague-Dawley (com 13 semanas de vida ao iniciarem o experimento), separados em oito grupos com sete animais cada: GC - adultos e sedentários; GCi - idosos e sedentários; GN - adultos, sedentários, tratados com EAA; GNi - idosos, sedentários, tratados com EAA; GE - adultos tratados com exercício; GEi - idosos tratados com exercício; GNE - adultos, exercício e tratamento com EAA; GNEi - idosos, exercício e tratamento com EAA. O treinamento realizado foi exercício resistido em meio aquático (através de saltos na água, com sobrecarga) com duração de oito semanas (três vezes na semana). A administração de EAAs ocorreu pela aplicação intramuscular de Decanoato de Nandrolona (10 mg/kg/semana) também durante oito semanas (duas vezes na semana). Amostras epididimárias passaram pela rotina histológica de hematoxilina e eosina para análise morfológica e morfométrica. Os resultados mostraram alterações significativas nos diâmetros de ductos, sendo que o GE foi menor quando comparado ao controle, e, nos grupos em que foram utilizados anabolizantes, tiveram diâmetro aumentado significativamente, e essas alterações ocorreram principalmente nos segmentos mais iniciais. A altura epitelial, no segmento inicial, também foi maior nos grupos em que foi utilizado anabolizante. Os grupos idosos tenderam a retornar a normalidade, aumentando os parâmetros de altura e diâmetro quando esses estavam diminuídos, e diminuindo-os quando estavam aumentados em comparação ao grupo adulto relacionado (com variável em comum), a não ser na cauda, do GNEi, em que houve aumento significativo. Achados morfológicos indicaram presença de debris celulares em lúmen (GN e GNEi) e infiltrados intersticiais (GN, GNE, GE e GCi). Conforme os resultados desse estudo, pôde-se concluir que tanto o tratamento na fase adulta com exercício, quanto à utilização de EAAs altera parâmetros morfométricos e morfológicos do epidídimo, e que seu efeito crônico pode ser diminuído com a idade.
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Prevalência dos fatores de risco cardiovascular em homens transexuais em tratamento com ésteres de testosterona e sua associação com as variantes polimórficas do gene do receptor androgênico / Prevalence of cardiovascular risk factors in transgender men receiving treatment with testosterone esters and its association with polymorphic variants of the androgen receptor gene

Cunha, Flávia Siqueira 09 October 2017 (has links)
Introdução: O homem transexual (HT) é um indivíduo de sexo genético feminino, com fenótipo feminino normal, que deseja viver e ser aceito como um membro do sexo masculino. O tratamento hormonal que é realizado no processo de redesignação sexual nesses pacientes consiste na administração de testosterona nas suas diversas apresentações, mais comumente ésteres de testosterona de curta ou longa ação. O tratamento hormonal visa induzir virilização, através da produção de um padrão masculino de crescimento dos pelos faciais e corporais, aumento da massa muscular e interrupção dos ciclos menstruais. O efeito da terapia androgênica na saúde cardiovascular de HT é pouco conhecido, principalmente em relação às repercussões em longo prazo. O HT representa um modelo ideal e único para a avaliação das ações da testosterona exógena administrada em doses suprafisiológicas em um organismo geneticamente feminino. Alguns estudos de farmacogenética demonstraram a influência da repetição CAG do gene do receptor androgênico (RA) nos efeitos observados durante terapia com testosterona em homens hipogonádicos e a maioria dos estudos confirmou a modulação desses polimorfismos sobre fatores de risco cardiovascular. Objetivos: avaliar em HT em tratamento androgênico a prevalência de fatores clássicos de risco cardiovascular e as propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais; correlacionar a distribuição alélica do microssatélite CAG RA com a ocorrência de comorbidades e com as propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais; comparar os valores das propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais de HT com uma população controle (feminina e masculina). Pacientes: 46 pacientes com diagnóstico de HT (faixa etária 42 ± 10 anos) acompanhados no Ambulatório da Unidade de Disforia de Gênero do HCFMUSP e em tratamento com ésteres de testosterona há pelo menos um ano (variação de 1 a 38 anos) foram selecionados para o estudo. Métodos: Parâmetros clínicos (IMC, circunferência abdominal, relação cintura quadril, pressão arterial e pressão de pulso, composição corporal por bioimpedância), a presença de comorbidades (hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade) e vícios (tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas), dados laboratoriais (hematócrito, glicemia de jejum, insulina, índice HOMA IR, hemoglobina glicada, colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol, triglicerídeos e creatinina) e parâmetros vasculares (espessura íntima média da carótida, diâmetro da carótida, percentual da variação sisto-diastólica da carótida e velocidade de onda de pulso dos vasos arteriais) foram avaliados no grupo de HT. Os mesmos parâmetros vasculares também foram avaliados em controles saudáveis masculinos e femininos pareados para idade e IMC com os HT. A distribuição alélica do microssatélite CAG RA foi avaliada em 44 HT através da análise do produto amplificado da região de repetições CAG do exon 1 do gene do RA, utilizando o software GeneMapper. Resultados e Conclusões: Neste grupo de HT em terapia com ésteres de testosterona observamos uma prevalência de dislipidemia de 42%, hipertensão arterial sistêmica de 35%, obesidade de 30%, diabetes de 4% e tabagismo de 20%. HT em tratamento androgênico apresentaram maior velocidade de onda de pulso carotídeo-femoral do que controles masculinos, mas não do que controles femininos, embora no subgrupo >= 42 anos os HT tenham apresentado maior VOP do que controles masculinos e femininos. Não houve diferença de diâmetro, distensão relativa e espessura íntima média carotídea entre HT e controles. Maior diâmetro, maior espessura íntima média e menor distensão relativa da carótida foram observados em HT obesos e hipertensos; e maior velocidade de onda de pulso aórtica em HT hipertensos. Os parâmetros correlacionados à medida funcional da artéria aorta foram a idade, o tempo de tratamento androgênico e a relação cintura-quadril, enquanto que as propriedades estruturais e funcionais da carótida se correlacionaram com idade, parâmetros antropométricos e glicêmicos. Não houve influência do trato CAG RA na comparação entre os HT com e sem comorbidades metabólicas. Repetições CAG RA curtas se associaram com níveis significativamente mais elevados de glicemia de jejum, insulina basal e HOMA IR. Em relação aos parâmetros antropométricos, pressóricos, lipídicos e arteriais, não foi identificada associação com o número de repetições CAG RA. Estes achados sugerem um potencial efeito deletério da terapia androgênica prolongada sobre os vasos arteriais e a necessidade de medidas preventivas em HT / Introduction: Transgender men (TM) are 46, XX individuals, with normal female phenotype, who desire to live and be accepted as a male member. Testosterone esters are used in sex reassignment therapy to induce virilization and to adapt the body to the male identity. The effects of androgen therapy on TM cardiovascular function are poorly known, particularly with regard to long-term androgen treatment. TM represents a good model for evaluation of high-dose exogenous testosterone action in biological women. Pharmacogenetic studies have demonstrated the influence of CAG polymorphic tract of the androgen receptor gene (AR) on the androgenic effects observed during testosterone therapy in hypogonadal men, and most studies confirmed the modulation of these polymorphisms on cardiovascular risk factors. Objective: to evaluate the prevalence of cardiovascular risk factors and the structural and functional properties of large arteries in TM on long-term cross sex hormone therapy compared to a male and female healthy control group; to correlate the allelic distribution of CAG AR polymorphic tract with the cardiovascular comorbidities and the structural and functional properties of large arteries in TM. Patients: Forty-six patients with a diagnosis of TM (42 ± 10 years old), followed at the Gender Dysphoria Unit-HCFMUSP, receiving cross-sex hormone treatment with testosterone esters for at least one year (ranging from 1 to 38 years) were selected for the study. Methods: Clinical parameters (BMI, waist circumference, waist-to-hip ratio, blood pressure, pulse pressure, body fat percentage), the presence of cardiovascular comorbidities (hypertension, dyslipidemia, diabetes mellitus, obesity) and addictions (smoking, alcohol and drug abuse), laboratory parameters (hematocrit, fasting plasma glucose, basal insulin, HOMA IR index, glycated hemoglobin, total cholesterol, HDL cholesterol, LDL cholesterol, triglycerides and creatinine) and vascular parameters (carotid intima-media thickness, carotid diameter, carotid relative distensibility and aortic pulse wave velocity - PWV) were evaluated in the TM group. The same vascular parameters were also evaluated in healthy male and female control group, matched for age and BMI. The allelic distribution of the CAG AR polymorphic tract was evaluated in 44 TM using the GeneMapper software. Results and Conclusions: In the TM group, we observed dyslipidemia in 42%, hypertension in 35%, obesity in 30%, diabetes in 4% and smoking habit in 20%. The mean aortic PWV values in TM was higher than in male healthy controls (p=0.005), but not than in female controls (p=0.640). When categorized by age, considering the median age, TM >= 42 years had higher aortic PWV measures than male (p < 0.001) and female (p = 0.024) controls, regardless of their arterial blood pressure values. There was no difference in carotid diameter, carotid relative distensibility and carotid intima-media thickness between TM and controls. Obese and hypertensive TM presented significantly higher values of carotid diameter and carotid intima-media thickness, and lower values of carotid relative distensibility than healthy transgenders. Hypertensive TM showed higher aortic PWV values than non-hypertensive TM. The aortic stiffness correlated significantly and positively with age, androgen treatment duration and waist-to-hip ratio in TM. Properties of the carotid artery correlated with age, anthropometric parameters and glycemic parameters in TM. Shorter CAG polymorphic tracts of TM were associated with higher levels of fasting plasma glucose, basal insulin and HOMA IR index. There was no influence of the CAG polymorphic tract of TM on the presence of cardiovascular comorbidities, anthropometric, pressure, lipid and arterial parameters. These findings suggest a potential deleterious effect of the long-term testosterone therapy on vessels and the need for preventive measures in TM
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Marcadores bioquímicos e de estresse oxidativo no fígado e nos rins de ratos submetidos a diferentes protocolos de utilização de esteroides anabolizantes / Biochemical and oxidative stress markers in the liver and kidneys of rats submitted to different protocols of anabolic steroids

Dornelles, Guilherme Lopes 18 February 2016 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Anabolic androgenic steroids (AAS) are synthetic substances derived from testosterone that promote greater muscle mass and strenght. Thus, they are used illegally to improve athletic performance of horses, dogs or athletes or to improve meat production. The doses, ranging from 10 to100 times the therapeutic recommendation, enhances the deleterious effects on various organs. The objective of this study was to evaluate the effects of different protocols (P1, P2 and P3) of boldenone undecylenate (BU) and stanozolol (ST) on markers of liver and kidney function and variables of oxidative stress in these organs. For this, 54 male Wistar rats were divided into nine groups of six animals each. Each animal received intramuscularly 5.0 mg kg-1 of BU or ST once a week for four weeks (P1); 2.5 mg kg-1 of BU or ST once a week for eight weeks (P2); and 1.25 mg kg-1 of BU or ST once a week for 12 weeks (P3). For each protocol, a control group was used (CG), and they received 0.1 ml of olive oil intramuscularly. Blood, and fragments of liver and kidney were collected for alanine aminotransferase activity (ALT), alkaline phosphatase (ALP), albumin, creatinine, cholesterol, total protein, triglycerides, urea, reactive oxygen species (ROS), thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), total thiols (T-SH), and glutathione (GSH) evaluation. Seric ALT activity and cholesterol concentration were significantly (p<0.05) higher compared to CG when BU of protocol P1 was used. ALT activity was significantly higher (p<0.05) compared to the CG in protocol P2 when ST was used. Liver samples showed higher levels (p<0.05) of ROS and TBARS in protocols P1 and P3 when BU was used, and lower GSH activity (p<0.05) on group treated with protocol P3. Rats that have received ST under protocol P1 and P3 showed higher levels (p<0.05) of ROS, as well as increased TBARS levels in P3 but lower GSH activity in P3 (p<0.05) when compared to the CG. In the liver, the T-SH concentration was lower (p<0.05) in P2 when compared BU and ST of the CG. In renal tissues, ROS and TBARS levels were significantly higher (p<0.05) in animals that received BU under protocols P1 and P2; and GSH activity and T-SH levels were reduced in the three protocols (P1, P2 and P3). In addition, animals treated with ST occurred showed reduced renal levels of GSH levels (p<0.05) in P2 and P3. The treatment with ST also led to higher ROS levels (p<0.05) in P2 and P3, and TBARS levels in P3, but reduced concentration (p<0.05) of GSH levels in P2 and P3, and T-SH in P2 and P3. In conclusion, anabolic steroids are harmful even when used in low doses or in a few applications, since in all evaluated protocols was possible to observe changes in the redox balance in the liver and kidneys. / Esteroides anabólicos androgênicos (EAA) são substâncias sintéticas derivadas da testosterona que promovem crescimento muscular e ganho de força. Devido a isso, são utilizadas ilegalmente para melhora da performance atlética de equinos, caninos ou atletas ou para maior produção de carne. As doses variam de 10 a 100 vezes a recomendação terapêutica, o que potencializa os efeitos deletérios em diversos órgãos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes protocolos de administração (P1, P2 e P3) de undecilenato de boldenona (UB) e estanozolol (EST) em indicadores da função e lesão, bem como, parâmetros oxidativos hepático e renal. Para isso, foram utilizados 54 ratos Wistar, machos, distribuídos em nove grupos com seis animais cada que receberam por via intramuscular 5 mg/kg de UB ou EST uma vez por semana durante 4 semanas (P1); 2,5mg/kg de UB ou EST uma vez por semana durante 8 semanas (P2) e 1,25mg/kg de UB ou EST uma vez por semana durante 12 semanas (P3). Cada protocolo teve um grupo controle (GC) que recebeu 0,1 mL de azeite de oliva intramuscular. Posteriormente a eutanásia, realizada uma semana após o último tratamento, foi avaliada a atividade sérica da alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina (FA), os níveis séricos de albumina, creatinina, colesterol, proteínas totais, triglicerídeos, ureia, espécies reativas de oxigênio (ERO), substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), glutationa reduzida (GSH) e tiois totais (T-SH). No protocolo P1 obteve-se atividade sérica de ALT e concentração de colesterol significativamente (p<0,05) maiores comparando-se o grupo UB com o grupo GC. O grupo EST obteve aumento significativo (p>0,05) da ALT em relação ao grupo controle no protocolo P2. No tecido hepático, comparando-se os grupos UB e GC, obteve-se níveis maiores (p<0,05) de ERO e TBARS em P1 e P3 e concentração menor (p<0,05) de GSH em P3. O grupo EST apresentou valores maiores (p<0,05) de ERO no P1 e P3, de TBARS no P3 e níveis menores (p<0,05) de GSH no P3 quando comparado ao grupo GC. A concentração hepática de T-SH foi menor (p<0,05) no P2 comparando UB e EST ao grupo GC. No tecido renal, ao comparar o grupo UB com o grupo GC obteve-se níveis significativamente maiores (p<0,05) de ERO e TBARS nos protocolos P1 e P2 e menores (p<0,05) de GSH e T-SH nos protocolos P1, P2 e P3. Comparando-se os grupos EST e GC os níveis de GSH foram menores (p<0,05) no P2 e P3. O grupo EST apresentou níveis maiores (p<0,05) de ERO nos protocolos P2 e P3, de TBARS no P3, concentração menor (p<0,05) de GSH no P2 e P3 e níveis menores de T-SH no P2 e P3 quando comparado ao grupo GC. Neste estudo foi possível concluir que os anabolizantes são prejudicias mesmo quando utilizados em baixas doses ou em poucas aplicações, visto que em todos os protocolos avaliados foi possível observar alterações do balanço redox no fígado e rins dos ratos.
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Efeitos do metoprolol sobre as alterações histomorfológicas do coração produzidas pelo decanoato de nandrolona em ratos

Santos, Rosilene Aparecida Reis Rodrigues dos 20 August 2009 (has links)
The anabolic androgenic steroids (AAS) came from testosterone, with restricted use in medicine in some specific clinical conditions, and when correctly administrated are well tolerated. However, there is a potential risk to health the use of AAS without medical prescription and above the recommended dose, becoming evident the collateral effects. The risk of adverse cardiovascular effects increasing is a main concerning. The abusive use of anabolic androgenic steroids (AAS) is associated with left ventricular hypertrophy. The decanoate of nandrolone (nandrolone) is one of the most used AAS in the world. The regression of left ventricular hypertrophy is a point of interest because of the possible reduction of bad prognostic that it causes to the individual. Beta-blockers can revert the variations associated to ventricular remodeling and can show the progressive deterioration benefits from ventricular dysfunction. In this study was evaluated the effects of metoprolol on histomorphological profile of heart induced by AAS in rats. Four groups, each with 10 rats, were studied: 1) Control Group (C): rats that received twice a week injections of olive oil during five weeks as a control group (1 ml intramuscular);2) Nandrolone Group (N): rats that received twice a week injections of nandrolone during five weeks (15 mg/kg weight, intramuscular); 3) Metoprolol Group (M): rats that received twice a week injections of olive oil (1 ml intramuscular) during five weeks and daily injections of metoprolol (4 mg/kg weight, intraperitonial) during five weeks and 4) Nandrolone-Metoprolol Group (NM): rats that received twice a week injections of nandrolone (15 mg/kg weight, intramuscular) during five weeks and daily injections of metoprolol (4 mg/kg weight, intraperitonial) during five weeks. The animals were weighed to control body weight and heart beat frequency. The heart weight/animal weight ratio was quantified. The evaluation of ventricular remodelling was obtained through histological processing and morphological analyses, measuring miocytes diameter using HL Image 97. These microphotographies allowed the transversal diameter measurement of, at least, five ventricular fibers, with a total of 125 fibers measured by animal. The diameter of each fiber, in micrometers, was obtained in the HL Image 97 program. It was verified that the animals from Nandrolone (N) group showed a significant increasing of the ventricular fiber diameter compared with control group (C). In the association of nandrolone and metoprolol (NM) the diameter was 50 % lower than the group that received only nandrolone (N). The nandrolone decanoate promotes ventricular remodeling characterized by the increasing of myocardiocytes transversal diameter and the metoprolol associated with this nandrolone causes cardioprotective and repairing effect, decreasing the induced myocardium hypertrophy / Os esteróides anabólico-androgênicos (EAA) são derivados da testosterona, de uso exclusivo na medicina para certas condições clínicas e, quando administrados corretamente, são em geral bem tolerados. Porém existe risco potencial à saúde quando o uso dos EAA ocorre sem vigilância médica, sem indicação clínica adequada e são empregadas doses acima das recomendadas, tornando-se prováveis os efeitos colaterais indesejados. Especialmente preocupante é o aumento do risco de efeitos adversos cardiovasculares. O uso abusivo de esteróides anabolizantes está associado ao aparecimento de hipertrofia ventricular esquerda (HVE). O decanoato de nandrolona (NAN) é um dos EAA mais utilizados no mundo. O tratamento visando a regressão da HVE vem se tornando, nos últimos tempos, um foco de interesse, principalmente pela possível redução do mau prognóstico que ela traz. Os bloqueadores beta-adrenérgicos podem reverter às alterações associadas a este tipo de remodelamento e evidenciam seus benefícios na inibição da deterioração progressiva da disfunção ventricular. Neste estudo, avaliamos os efeitos do metoprolol sobre as alterações histomorfológicas do coração produzidas pelo NAN. Foram estudados quatro grupos de ratos com 10 animais em cada um deles e assim identificados: 1) Grupo Controle (C): ratos que receberam injeção duas vezes por semana de óleo de oliva por cinco semanas como grupo controle (1ml, via intramuscular); 2) Grupo Nandrolona (N): ratos que receberam injeção duas vezes por semana de NAN por cinco semanas (15mg/kg de peso, intramuscular); 3) Grupo Metoprolol (M): ratos que receberam injeção, duas vezes por semana, de óleo de oliva, por cinco semanas (1ml, intramuscular) e injeção diária de metoprolol por cinco semanas (4mg/kg de peso, intra peritoneal) e 4) Grupo Nandrolona-Metoprolol (NM): ratos que receberam injeção, duas vezes por semana, de NAN, por cinco semanas (15mg/kg de peso, intramuscular) e injeção diária de metoprolol por cinco semanas (4mg/kg de peso, intra peritoneal). Os animais foram controlados quanto ao peso e à frequência cardíaca. A relação entre o peso cardíaco e o peso corporal também foram quantificados. A avaliação do remodelamento ventricular foi obtida por processamento histológico e análises morfométricas, medindo-se o diâmetro dos miócitos usando o software HL Image. Por meio da análise de imagem computacional foram mensurados o diâmetro de 125 fibras musculares ventriculares de cada animal. Verificou-se que os animais do grupo Nandrolona(N) apresentavam aumento significante do diâmetro das fibras musculares ventriculares em relação ao grupo controle (C). Na associação da nandrolona com o metoprolol (N-M) o diâmetro foi 50% menor em relação ao grupo que recebeu somente nandrolona (N). O decanoato de nandrolona causa remodelamento ventricular caracterizado por aumento do diâmetro transversal dos cardiomiócitos e o metoprolol, associado a este anabolizante, exerce efeito modulador neste processo reduzindo a HVE induzida. / Mestre em Ciências da Saúde
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Prevalência dos fatores de risco cardiovascular em homens transexuais em tratamento com ésteres de testosterona e sua associação com as variantes polimórficas do gene do receptor androgênico / Prevalence of cardiovascular risk factors in transgender men receiving treatment with testosterone esters and its association with polymorphic variants of the androgen receptor gene

Flávia Siqueira Cunha 09 October 2017 (has links)
Introdução: O homem transexual (HT) é um indivíduo de sexo genético feminino, com fenótipo feminino normal, que deseja viver e ser aceito como um membro do sexo masculino. O tratamento hormonal que é realizado no processo de redesignação sexual nesses pacientes consiste na administração de testosterona nas suas diversas apresentações, mais comumente ésteres de testosterona de curta ou longa ação. O tratamento hormonal visa induzir virilização, através da produção de um padrão masculino de crescimento dos pelos faciais e corporais, aumento da massa muscular e interrupção dos ciclos menstruais. O efeito da terapia androgênica na saúde cardiovascular de HT é pouco conhecido, principalmente em relação às repercussões em longo prazo. O HT representa um modelo ideal e único para a avaliação das ações da testosterona exógena administrada em doses suprafisiológicas em um organismo geneticamente feminino. Alguns estudos de farmacogenética demonstraram a influência da repetição CAG do gene do receptor androgênico (RA) nos efeitos observados durante terapia com testosterona em homens hipogonádicos e a maioria dos estudos confirmou a modulação desses polimorfismos sobre fatores de risco cardiovascular. Objetivos: avaliar em HT em tratamento androgênico a prevalência de fatores clássicos de risco cardiovascular e as propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais; correlacionar a distribuição alélica do microssatélite CAG RA com a ocorrência de comorbidades e com as propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais; comparar os valores das propriedades estruturais e funcionais dos vasos arteriais de HT com uma população controle (feminina e masculina). Pacientes: 46 pacientes com diagnóstico de HT (faixa etária 42 ± 10 anos) acompanhados no Ambulatório da Unidade de Disforia de Gênero do HCFMUSP e em tratamento com ésteres de testosterona há pelo menos um ano (variação de 1 a 38 anos) foram selecionados para o estudo. Métodos: Parâmetros clínicos (IMC, circunferência abdominal, relação cintura quadril, pressão arterial e pressão de pulso, composição corporal por bioimpedância), a presença de comorbidades (hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade) e vícios (tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas), dados laboratoriais (hematócrito, glicemia de jejum, insulina, índice HOMA IR, hemoglobina glicada, colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol, triglicerídeos e creatinina) e parâmetros vasculares (espessura íntima média da carótida, diâmetro da carótida, percentual da variação sisto-diastólica da carótida e velocidade de onda de pulso dos vasos arteriais) foram avaliados no grupo de HT. Os mesmos parâmetros vasculares também foram avaliados em controles saudáveis masculinos e femininos pareados para idade e IMC com os HT. A distribuição alélica do microssatélite CAG RA foi avaliada em 44 HT através da análise do produto amplificado da região de repetições CAG do exon 1 do gene do RA, utilizando o software GeneMapper. Resultados e Conclusões: Neste grupo de HT em terapia com ésteres de testosterona observamos uma prevalência de dislipidemia de 42%, hipertensão arterial sistêmica de 35%, obesidade de 30%, diabetes de 4% e tabagismo de 20%. HT em tratamento androgênico apresentaram maior velocidade de onda de pulso carotídeo-femoral do que controles masculinos, mas não do que controles femininos, embora no subgrupo >= 42 anos os HT tenham apresentado maior VOP do que controles masculinos e femininos. Não houve diferença de diâmetro, distensão relativa e espessura íntima média carotídea entre HT e controles. Maior diâmetro, maior espessura íntima média e menor distensão relativa da carótida foram observados em HT obesos e hipertensos; e maior velocidade de onda de pulso aórtica em HT hipertensos. Os parâmetros correlacionados à medida funcional da artéria aorta foram a idade, o tempo de tratamento androgênico e a relação cintura-quadril, enquanto que as propriedades estruturais e funcionais da carótida se correlacionaram com idade, parâmetros antropométricos e glicêmicos. Não houve influência do trato CAG RA na comparação entre os HT com e sem comorbidades metabólicas. Repetições CAG RA curtas se associaram com níveis significativamente mais elevados de glicemia de jejum, insulina basal e HOMA IR. Em relação aos parâmetros antropométricos, pressóricos, lipídicos e arteriais, não foi identificada associação com o número de repetições CAG RA. Estes achados sugerem um potencial efeito deletério da terapia androgênica prolongada sobre os vasos arteriais e a necessidade de medidas preventivas em HT / Introduction: Transgender men (TM) are 46, XX individuals, with normal female phenotype, who desire to live and be accepted as a male member. Testosterone esters are used in sex reassignment therapy to induce virilization and to adapt the body to the male identity. The effects of androgen therapy on TM cardiovascular function are poorly known, particularly with regard to long-term androgen treatment. TM represents a good model for evaluation of high-dose exogenous testosterone action in biological women. Pharmacogenetic studies have demonstrated the influence of CAG polymorphic tract of the androgen receptor gene (AR) on the androgenic effects observed during testosterone therapy in hypogonadal men, and most studies confirmed the modulation of these polymorphisms on cardiovascular risk factors. Objective: to evaluate the prevalence of cardiovascular risk factors and the structural and functional properties of large arteries in TM on long-term cross sex hormone therapy compared to a male and female healthy control group; to correlate the allelic distribution of CAG AR polymorphic tract with the cardiovascular comorbidities and the structural and functional properties of large arteries in TM. Patients: Forty-six patients with a diagnosis of TM (42 ± 10 years old), followed at the Gender Dysphoria Unit-HCFMUSP, receiving cross-sex hormone treatment with testosterone esters for at least one year (ranging from 1 to 38 years) were selected for the study. Methods: Clinical parameters (BMI, waist circumference, waist-to-hip ratio, blood pressure, pulse pressure, body fat percentage), the presence of cardiovascular comorbidities (hypertension, dyslipidemia, diabetes mellitus, obesity) and addictions (smoking, alcohol and drug abuse), laboratory parameters (hematocrit, fasting plasma glucose, basal insulin, HOMA IR index, glycated hemoglobin, total cholesterol, HDL cholesterol, LDL cholesterol, triglycerides and creatinine) and vascular parameters (carotid intima-media thickness, carotid diameter, carotid relative distensibility and aortic pulse wave velocity - PWV) were evaluated in the TM group. The same vascular parameters were also evaluated in healthy male and female control group, matched for age and BMI. The allelic distribution of the CAG AR polymorphic tract was evaluated in 44 TM using the GeneMapper software. Results and Conclusions: In the TM group, we observed dyslipidemia in 42%, hypertension in 35%, obesity in 30%, diabetes in 4% and smoking habit in 20%. The mean aortic PWV values in TM was higher than in male healthy controls (p=0.005), but not than in female controls (p=0.640). When categorized by age, considering the median age, TM >= 42 years had higher aortic PWV measures than male (p < 0.001) and female (p = 0.024) controls, regardless of their arterial blood pressure values. There was no difference in carotid diameter, carotid relative distensibility and carotid intima-media thickness between TM and controls. Obese and hypertensive TM presented significantly higher values of carotid diameter and carotid intima-media thickness, and lower values of carotid relative distensibility than healthy transgenders. Hypertensive TM showed higher aortic PWV values than non-hypertensive TM. The aortic stiffness correlated significantly and positively with age, androgen treatment duration and waist-to-hip ratio in TM. Properties of the carotid artery correlated with age, anthropometric parameters and glycemic parameters in TM. Shorter CAG polymorphic tracts of TM were associated with higher levels of fasting plasma glucose, basal insulin and HOMA IR index. There was no influence of the CAG polymorphic tract of TM on the presence of cardiovascular comorbidities, anthropometric, pressure, lipid and arterial parameters. These findings suggest a potential deleterious effect of the long-term testosterone therapy on vessels and the need for preventive measures in TM

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