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Invenção do magistério público feminino paulista: Mestra Benedita da Trindade do Lado de Cristo na trama de experiências docentes (1820-1860) / Invention of the female public teaching profession in São Paulo: Teacher Benedita da Trindade do Lado de Cristo in the context of teaching experiences (1820-1860)

Munhoz, Fabiana Garcia 26 April 2018 (has links)
A primeira Lei Geral da Instrução Pública, de 15 de outubro de 1827, foi um marco na história da educação brasileira por prever a possibilidade de criação de escolas de primeiras letras de meninas nas cidades e vilas mais populosas pelos presidentes e conselhos provinciais. Em São Paulo, as primeiras cinco cadeiras foram criadas em 1828 e providas por meio de concurso público e desde esse ano até 1860, 88 escolas foram criadas e 136 professoras as ocuparam. Compreender a invenção do magistério público feminino no universo da história das mulheres trabalhadoras e da sociedade paulista oitocentista é o objetivo desta investigação. Como fio para alinhavar a narrativa, elegemos a primeira professora pública da Província, Benedita da Trindade do Lado de Cristo. A trama é tecida a partir de questões, espaços, polêmicas, relações e tradições identificadas, inicialmente, em sua trajetória e ampliada para a experiência docente coletiva das mestras. As interpretações são construídas recorrendo-se ao aporte teórico metodológico da história social, história do cotidiano e micro história, e da contribuição de pesquisas sobre história das mulheres e história da educação. As fontes da pesquisa formam um conjunto variado constituído por manuscritos do Arquivo Público do Estado de São Paulo; legislação e relatórios da Instrução Pública e de presidentes da Província; periódicos; documentação censitária; registros visuais; registros de batismo; relatos de viagens e literatura memorialista. O estudo está organizado em quatro capítulos. No primeiro, buscamos delinear os contornos do mundo do trabalho feminino, no qual destacamos as diversas possibilidades de ser mulher que povoaram as experiências na São Paulo oitocentista, com as profundas desigualdades sociais, de gênero e raciais de um país escravista. No segundo, passamos às questões específicas da docência feminina. Percorremos querelas, saberes, métodos, salários e dados numéricos da instrução num movimento de cotejamento entre as ações do governo provincial e as experiências das mestras públicas. No terceiro, discutimos três dimensões do acesso e transmissão da docência pública entre mulheres paulistas no XIX: a família, o ingresso por meio de concursos e indicações, e o Seminário de Educandas, um asilo paulista de órfãs como espaço educativo feminino que legou o magistério a algumas de suas internas. O último capítulo apresenta o corpo discente da escola feminina da Sé, considerando que uma das dimensões significativas do ofício docente é seu impacto na trajetória da população feminina que frequentou as escolas públicas. As experiências destas mulheres no magistério evidenciam o quanto elas se valeram das possibilidades em cena, afirmando, modificando e rompendo com os destinos mais recorrentes; para além da educação, contam sobre o ser mulher e o protagonismo feminino possível no século XIX. / The first General Law of Public Instruction, of October 15, 1827, is a milestone in the history of Brazilian education, as it authorizes provincial presidents and councils to create schools of first letters for girls in the cities and more populous villages. In São Paulo, the first five chairs were founded in 1828 and provided by means of public entrance examination and from this year to 1860, 88 schools were created and 136 teachers occupied them. This research aims to understand the invention of female public teaching regarding the history of working women and of the nineteenth-century society of São Paulo. As guideline to this study, we elected the first female public teacher of the Province, Benedita da Trindade do Lado de Cristo, in whose trajectory we initially identify questions, spaces, polemics, relationships and traditions that are then extended to the teachers collective teaching experience. The interpretations and methodology are based on social history theories, history of daily life and micro history, and on research on womens history and history of education. The sources of the research form a varied set consisting of manuscripts from the Public Archive of the State of São Paulo; legislation and reports of the Public Instruction and of provincial presidents; newspapers; visual records; baptismal records; travel reports and memoirist literature. The study is organized in four chapters. In chapter one, we outline the world of womens work, highlighting the diverse possibilities of being a woman in São Paulo during the nineteenth century, with the profound social, gender and racial inequalities of a slave country. In chapter two, we turn to the specific questions of female teaching, going through quarrels, knowledge, methods, salaries and numeric data of the instruction in a movement of comparison between the actions of the provincial government and the experiences of the public female teachers. In chapter three, we discuss three dimensions of access and transmission of public teaching among women in the nineteenth century: the family; entry through public entrance examinations and nominations; and the Seminar of Educandas, a São Paulo asylum of orphans as a female educational space that bequeathed the magisterium to some of its inmates. The last chapter presents the student body of the Sé womens school, considering that one of the significant dimensions of the teaching profession is its impact on the trajectory of the female population that attended public schools. The experiences of these women in the magisterium show how they made use of the existing possibilities, affirming, modifying and breaking with the most recurrent destinies; Beyond education, they tell about being a woman and the possible female protagonism in the nineteenth century.
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SANTA DICA OU REDUTO DOS ANJOS: UMA VISÃO PSICO-SOCIAL / Jeane das Graças Araújo. Saint Dica or Angels Hide-out: a phychosocial sight.

Silva, Jeane das Graças Araujo 31 August 2005 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T13:47:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Jeane das Gracas Araujo Silva.pdf: 477587 bytes, checksum: ee963c11caef33cce919d924fa94ad8f (MD5) Previous issue date: 2005-08-31 / This dissertation has as object the studying of Saint Dica`s case, occurred in Lagoa Village, nowadays Lagolândia, district of Pirenópolis, in Goiás State, in the second decade of 20th century. Analyzed by others researchers was interpreted as being a social movement of messianic kind, common, at the beginning of the Republic, as Muckers, Canudos, Contestado, Juazeiro had happened. The main objective of the refered work is try to explain this kind of movement as being created by archetype of Terra Sem Mal, present in the Brazilian imaginary, that showed up in political, economic social crises situations. The principal hypothesis was settled with: if it is possible to understand profoundly these social movements named milenaristas, as being myths that belong to the humanity imaginary. The studies of Jung are usuful as basis to the discussion about archetypes, the ones of Sergio Buarque de Holanda are based in the vision of the paradise of colonizing that stood in the imaginary of the Brazilian people. The sense of this utopia of paradise was interpreted by the symbolic study of Eliade and complemented with the Eternal Return of the same phenomenologist. To the history part of the chosen subject the author exploited the dissertation of professor Lauro Vasconcelos, the first academic informative about Saint Dica and also with the dissertation of professor Eleonora Zicari. Newspapers, magazines, movie documentaries and field researches, complemented the data collectio Hermeneuticas being the search of sense of the social actor behavior served to reveal Saint Dica movement. The most important conclusion of this dissertation is that, albeit the political, economic and social crises, and even the ones psychologics may contribute to the rising of these movements, however, there is, independent of these external conditions, in the human imaginary, an appeal to the Paradise. In the imaginary of the Brazilian people this archetype has a cultural historical support, since the arrival of the Portuguese going through the republic messianic movement, and this appeal, as Eliade says, acts in a circular way, that is, goes and comes back, it is a Myth that always returns, specially in Saint Dica case, still present, in Lagolândia, in spite of her leader had died in 1970, thirty years ago. / Esta dissertação tem como objeto de estudo o caso de Santa Dica, acontecido no povoado de Lagoa, hoje Lagolândia, distrito de Pirenópolis, no Estado de Goiás, na década de 1920. Analisado por outros estudiosos foi interpretado como sendo um movimento social de tipo messiânico, comum, no início da república, pois os Mucker, Canudos, Contestado, Juazeiro tinham acontecido. O objetivo principal do trabalho é tentar explicar este tipo de movimento como sendo gerado pelos arquétipos da Terra sem Mal, presentes no imaginário brasileiro, que em situações de crise, tanto política, quanto econômica e social se manifestam. A hipótese principal ficou sendo: se é possível compreender de modo mais profundo estes movimentos sociais ditos milenaristas, como sendo mitos que pertencem ao imaginário da humanidade. Os estudos de Jung servem para fundamentar a reflexão sobre arquétipos, os de Sérgio Buarque de Holanda fundamentam a visão de paraíso dos colonizadores que ficou implantada no imaginário brasileiro. O sentido desta utopia do paraíso foi interpretado com o estudo simbólico de Eliade e completado pela teoria do Eterno Retorno do mesmo fenomenólogo romeno. Para a parte histórica do tema escolhido a autora trabalhou com a dissertação do professor Lauro de Vasconcelos, o primeiro informe acadêmico sobre Santa Dica, e com a dissertação da professora Eleonora Zicari. Jornais, revistas, documentários de cinema e observação de campo, complementaram a coleta de dados. A hermenêutica, como sendo a busca de sentido do comportamento do ator social serviu para desvelar o movimento de Santa Dica. Ficou como conclusão mais importante da dissertação é que muito embora, as crises sociais, econômicas, políticas e até mesmo, crises psicológicas possam contribuir com o nascimento destes movimentos, contudo existe, independente destas condições externas, no imaginário do homem um apelo para o Paraíso, no imaginário do brasileiro este arquétipo tem suporte histórico cultural, desde a chegada dos portugueses passando pelos movimentos messiânicos da república, e este apelo, como diz Eliade, age de forma circular, isto é, vai e vem, é um Mito que sempre retorna, e no caso de Santa Dica, ainda presente, em Lagolândia, apesar da líder ter morrido em 1970, há 35 anos atrás.
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Representação do feminino em uma escritura desautorizada : Celeste, de Maria Benedita Câmara Bormann e O perdão, de Andradina Andrade de Oliveira

Santos, Salete Rosa Pezzi dos January 2007 (has links)
A historiografia literária brasileira, em especial, a do século XIX e início do século XX, foi construída a partir de textos literários canônicos, vale dizer, textos de autoria masculina, o que resultou na invisibilidade da produção feminina da época. No século XX, a partir dos anos 80, fazendo coro com o que já ocorria em outros países, desenvolveram-se, no Brasil, estudos que focalizam questões referentes às diferenças de gênero e ao lugar que ocupa a mulher na sociedade, fomentando pesquisas que remetem às discussões sobre a mulher escritora, o cânone literário e as produções colocadas à sua margem. Nessa linha, esta tese destaca duas escritoras sul-rio-grandenses, Maria Benedita Câmara Bormann, com a obra Celeste (1893), e Andradina América Andrade de Oliveira, com a obra O perdão (1910), as quais não lograram um espaço em histórias da literatura brasileira. A investigação desse corpus examina a inserção dessas escritoras no contexto dos processos histórico-cultural de seu tempo, analisa o espaço do universo ficcional através das representações de gênero e do corpo feminino e das relações entre sujeito feminino e ideologia patriarcal bem como pontua posicionamentos de valor, inscritos na instância discursivo-textual, como forma de verificar como as obras dialogam com o seu tempo. A análise é pautada na apropriação de aportes da teoria feminista, como noções normativas de gênero, como aparato de poder e lugar de manutenção da ideologia patriarcal, e busca identificar como se dá sua construção, reprodução ou subversão nos textos, além de destacar as intervenções que ocorrem na ideologia que os fundamenta. Este estudo insere-se na área de Literatura Comparada pelo viés da interdisciplinaridade, o que possibilita o diálogo com outros campos do conhecimento como a psicanálise, a sociologia e a história. Foi possível evidenciar que o script narrativo de Celeste e O perdão desenha-se na contramão do cânone naturalista, na medida em que não subscreve o discurso perpassado pelo cientificismo, que reduz o sujeito feminino a um corpo histérico. O discurso narrativo das obras preserva a natureza humana das personagens, pois se distancia do estereótipo inscrito no modelo naturalista e evidencia o ponto de vista da narração feminina. / Brazilian literary historiography has been constructed, so far, on texts considered canonical, written by male writers, which has meant an invisibility of the production of female writers, particularly of the XIX and beginning of the XX centuries. In the last century, from the year of 1980 onwards, gender studies began to develop in Brazil, bringing into focus questions related to gender differences and women`s place in society, promoting nationwide researches about woman writers and discussions on the literary cannon and criteria of value judgements. In this context, this thesis approaches two forgotten gaúcha writers and two of their novels, Maria Benedita Câmara Bormann, with Celeste (1893), and Andradina América Andrade de Oliveira, with O Perdão (1910). The investigation of this corpus examines the insertion of these women writers in the historical-cultural context of their time, analyzes the space of the fictional universe through the representations of gender, female body, and the relations between female subject and patriarchal ideology and also examines plot and narration as a way to verify how the works enter into a dialogue with the deological formation of fin de siècle. The analysis is based on the appropriation of analytical categories from feminist theory such as gender as norm and critique within the context of power relation and patriarchal ideology in the light of which the reading of the novels illustrates the degree to which the texts construct, reproduce, and subvert norms of gender and intervene in the mandatory social arrangements in their time. This study defines itself within the area of comparative literature not only in terms of its methodology but also by means of an interdisciplinary focus. The study shows how the narrative designs of Celeste and O perdão intervene in the current naturalist form as they do not subscribe the discourse of scientificism that reduced the female subject to a hysterical body. The narrative discourse preserves the human qualities of the female subjects and highlight a female narrative voice.
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Representação do feminino em uma escritura desautorizada : Celeste, de Maria Benedita Câmara Bormann e O perdão, de Andradina Andrade de Oliveira

Santos, Salete Rosa Pezzi dos January 2007 (has links)
A historiografia literária brasileira, em especial, a do século XIX e início do século XX, foi construída a partir de textos literários canônicos, vale dizer, textos de autoria masculina, o que resultou na invisibilidade da produção feminina da época. No século XX, a partir dos anos 80, fazendo coro com o que já ocorria em outros países, desenvolveram-se, no Brasil, estudos que focalizam questões referentes às diferenças de gênero e ao lugar que ocupa a mulher na sociedade, fomentando pesquisas que remetem às discussões sobre a mulher escritora, o cânone literário e as produções colocadas à sua margem. Nessa linha, esta tese destaca duas escritoras sul-rio-grandenses, Maria Benedita Câmara Bormann, com a obra Celeste (1893), e Andradina América Andrade de Oliveira, com a obra O perdão (1910), as quais não lograram um espaço em histórias da literatura brasileira. A investigação desse corpus examina a inserção dessas escritoras no contexto dos processos histórico-cultural de seu tempo, analisa o espaço do universo ficcional através das representações de gênero e do corpo feminino e das relações entre sujeito feminino e ideologia patriarcal bem como pontua posicionamentos de valor, inscritos na instância discursivo-textual, como forma de verificar como as obras dialogam com o seu tempo. A análise é pautada na apropriação de aportes da teoria feminista, como noções normativas de gênero, como aparato de poder e lugar de manutenção da ideologia patriarcal, e busca identificar como se dá sua construção, reprodução ou subversão nos textos, além de destacar as intervenções que ocorrem na ideologia que os fundamenta. Este estudo insere-se na área de Literatura Comparada pelo viés da interdisciplinaridade, o que possibilita o diálogo com outros campos do conhecimento como a psicanálise, a sociologia e a história. Foi possível evidenciar que o script narrativo de Celeste e O perdão desenha-se na contramão do cânone naturalista, na medida em que não subscreve o discurso perpassado pelo cientificismo, que reduz o sujeito feminino a um corpo histérico. O discurso narrativo das obras preserva a natureza humana das personagens, pois se distancia do estereótipo inscrito no modelo naturalista e evidencia o ponto de vista da narração feminina. / Brazilian literary historiography has been constructed, so far, on texts considered canonical, written by male writers, which has meant an invisibility of the production of female writers, particularly of the XIX and beginning of the XX centuries. In the last century, from the year of 1980 onwards, gender studies began to develop in Brazil, bringing into focus questions related to gender differences and women`s place in society, promoting nationwide researches about woman writers and discussions on the literary cannon and criteria of value judgements. In this context, this thesis approaches two forgotten gaúcha writers and two of their novels, Maria Benedita Câmara Bormann, with Celeste (1893), and Andradina América Andrade de Oliveira, with O Perdão (1910). The investigation of this corpus examines the insertion of these women writers in the historical-cultural context of their time, analyzes the space of the fictional universe through the representations of gender, female body, and the relations between female subject and patriarchal ideology and also examines plot and narration as a way to verify how the works enter into a dialogue with the deological formation of fin de siècle. The analysis is based on the appropriation of analytical categories from feminist theory such as gender as norm and critique within the context of power relation and patriarchal ideology in the light of which the reading of the novels illustrates the degree to which the texts construct, reproduce, and subvert norms of gender and intervene in the mandatory social arrangements in their time. This study defines itself within the area of comparative literature not only in terms of its methodology but also by means of an interdisciplinary focus. The study shows how the narrative designs of Celeste and O perdão intervene in the current naturalist form as they do not subscribe the discourse of scientificism that reduced the female subject to a hysterical body. The narrative discourse preserves the human qualities of the female subjects and highlight a female narrative voice.
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Representação do feminino em uma escritura desautorizada : Celeste, de Maria Benedita Câmara Bormann e O perdão, de Andradina Andrade de Oliveira

Santos, Salete Rosa Pezzi dos January 2007 (has links)
A historiografia literária brasileira, em especial, a do século XIX e início do século XX, foi construída a partir de textos literários canônicos, vale dizer, textos de autoria masculina, o que resultou na invisibilidade da produção feminina da época. No século XX, a partir dos anos 80, fazendo coro com o que já ocorria em outros países, desenvolveram-se, no Brasil, estudos que focalizam questões referentes às diferenças de gênero e ao lugar que ocupa a mulher na sociedade, fomentando pesquisas que remetem às discussões sobre a mulher escritora, o cânone literário e as produções colocadas à sua margem. Nessa linha, esta tese destaca duas escritoras sul-rio-grandenses, Maria Benedita Câmara Bormann, com a obra Celeste (1893), e Andradina América Andrade de Oliveira, com a obra O perdão (1910), as quais não lograram um espaço em histórias da literatura brasileira. A investigação desse corpus examina a inserção dessas escritoras no contexto dos processos histórico-cultural de seu tempo, analisa o espaço do universo ficcional através das representações de gênero e do corpo feminino e das relações entre sujeito feminino e ideologia patriarcal bem como pontua posicionamentos de valor, inscritos na instância discursivo-textual, como forma de verificar como as obras dialogam com o seu tempo. A análise é pautada na apropriação de aportes da teoria feminista, como noções normativas de gênero, como aparato de poder e lugar de manutenção da ideologia patriarcal, e busca identificar como se dá sua construção, reprodução ou subversão nos textos, além de destacar as intervenções que ocorrem na ideologia que os fundamenta. Este estudo insere-se na área de Literatura Comparada pelo viés da interdisciplinaridade, o que possibilita o diálogo com outros campos do conhecimento como a psicanálise, a sociologia e a história. Foi possível evidenciar que o script narrativo de Celeste e O perdão desenha-se na contramão do cânone naturalista, na medida em que não subscreve o discurso perpassado pelo cientificismo, que reduz o sujeito feminino a um corpo histérico. O discurso narrativo das obras preserva a natureza humana das personagens, pois se distancia do estereótipo inscrito no modelo naturalista e evidencia o ponto de vista da narração feminina. / Brazilian literary historiography has been constructed, so far, on texts considered canonical, written by male writers, which has meant an invisibility of the production of female writers, particularly of the XIX and beginning of the XX centuries. In the last century, from the year of 1980 onwards, gender studies began to develop in Brazil, bringing into focus questions related to gender differences and women`s place in society, promoting nationwide researches about woman writers and discussions on the literary cannon and criteria of value judgements. In this context, this thesis approaches two forgotten gaúcha writers and two of their novels, Maria Benedita Câmara Bormann, with Celeste (1893), and Andradina América Andrade de Oliveira, with O Perdão (1910). The investigation of this corpus examines the insertion of these women writers in the historical-cultural context of their time, analyzes the space of the fictional universe through the representations of gender, female body, and the relations between female subject and patriarchal ideology and also examines plot and narration as a way to verify how the works enter into a dialogue with the deological formation of fin de siècle. The analysis is based on the appropriation of analytical categories from feminist theory such as gender as norm and critique within the context of power relation and patriarchal ideology in the light of which the reading of the novels illustrates the degree to which the texts construct, reproduce, and subvert norms of gender and intervene in the mandatory social arrangements in their time. This study defines itself within the area of comparative literature not only in terms of its methodology but also by means of an interdisciplinary focus. The study shows how the narrative designs of Celeste and O perdão intervene in the current naturalist form as they do not subscribe the discourse of scientificism that reduced the female subject to a hysterical body. The narrative discourse preserves the human qualities of the female subjects and highlight a female narrative voice.
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Edith Stein e as questões de gênero: perspectiva fenomenológica e teológica

Clélia Peretti 16 December 2009 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta tese discute a questão de gênero, tema importante para nossa época. Objetiva fazer uma análise na perspectiva fenomenológica e teológica da questão de gênero por meio das contribuições de Edith Stein (1891-1942), filósofa e discípula de Edmund Husserl (1859-1938). Examina, portanto, as relações entre masculino e feminino, destacando de modo particular a questão da mulher. Neste estudo, enfatiza-se, também, a presença de Edith Stein no panorama da literatura feminina da época, sua participação nos movimentos feministas e pedagógicos, sua relevância na escola fenomenológica pela capacidade de transitar nas diversas áreas do saber e pela sua original aplicabilidade do método fenomenológico no estudo da pessoa humana em suas variadas dimensões: corpo, alma, espírito, valores, relação com os outros e com Deus. Edith Stein se concentra em torno do sujeito da empatia e de suas vivências. Das análises das relações intersubjetivas, colhe elementos para a elaboração de uma antropologia filosófica, que no encontro com a tradição aristotélico-tomista integra com a antropologia cristã. Ao longo do trabalho, busca-se, ao mesmo tempo, examinar a relação do ser humano com a dimensão religiosa, com particular referência à teologia cristã católica. Discutem-se os significados ontológicos da natureza e essência da mulher, sugeridos pela pensadora numa prospectiva de complementaridade. A pesquisa trata da questão feminina contemporânea e faz confronto entre os escritos de Edith Stein e a condição da mulher em seu tempo. Paralelamente aborda os movimentos feministas no Brasil para demonstrar a situação da mulher nos diversos contextos histórico-sociais. Do ponto de vista teológico, a relação homem e mulher é estudada à luz da Revelação judaico-cristã, homem e mulher criados à imagem de Deus e da Trindade. A mulher ganha sua nobreza pelo fato de o Redentor nascer de uma mãe humana e, Maria é apresentada como protótipo da feminilidade: é a Mater- Virgo e a Sponsa-Christi. Nesse sentido, faz-se referência à tradição cristã, em particular à Carta Apostólica Mulieris Dignitatem de João Paulo II. Mostra-se a estreita relação entre as reflexões filosóficas e antropológicas dos pensadores sobre a teologia da feminilidade na Igreja Católica e a proposta de um novo feminismo da Igreja. Reflete-se sobre o protagonismo da mulher, a partir do valor fundamental do ser humano masculino e feminino. Alude-se à experiência religiosa cristã como abertura e encontro com a Verdade Revelada, itinerário individual e coletivo. Acena-se, por fim, à fenomenologia da espiritualidade e a teologia mística aprofundas por Edith Stein, inspirada nas obras de Santa Teresa DÁvila e São João da Cruz.

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