1 |
Homem como professor de creche: sentidos e significados atribuídos pelos diferentes atores institucionais / Man as a daycare teacher: objectives and meanings assigned by different institutional playersSouza, Mára Isis de 09 November 2010 (has links)
Em meio às diversas mudanças que vêm ocorrendo na relação entre gênero e profissão, a presença do homem atuando na educação e cuidado de crianças em contextos coletivos, particularmente de crianças de 0 a 3 anos de idade, suscita debates que fazem aflorar o senso comum e desafiam a construção do conhecimento dessa realidade. Ainda em número reduzido, a presença do homem como professor de creche vem sendo preconizada como parte das políticas de promoção de igualdade de oportunidade entre homens e mulheres, do movimento de profissionalização da educação infantil e das tentativas de promover uma educação pautada na diversidade, étnica e de gênero, de figuras de referência para as crianças. O presente estudo tem como objetivo investigar de que maneira um homem se constitui professor de creche, nas relações com suas colegas, com a direção e com as crianças e suas famílias. A construção do corpus da pesquisa, ancorada no referencial teórico-metodológico da Rede de Significações, foi feita por meio de: (1) visitas e observações, com registros, em caderno de campo, das práticas e relações estabelecidas pelo professor com as crianças, com as famílias, com suas colegas e a direção; (2) entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio e transcritas na íntegra, com os atores envolvidos neste processo (professor, professoras, direção e famílias). A análise do material foi feita no sentido de identificar o masculino na relação com as colegas de trabalho, com a direção, com as famílias e com as crianças. Análises dos registros de observação e das entrevistas trazem a experiência de inserção do homem como professor de creche de maneira positiva e recomendável. Dentre os argumentos apresentados acerca das possibilidades que se abrem ante a presença do homem como professor, a figura masculina é representada fortemente pela imagem do pai, justificada especialmente para as crianças que não convivem com esta figura em suas famílias. Em relação à questão do cuidado com o corpo, a decisão da direção, acatada pela equipe, foi de afastar o educador dessas atividades com as meninas, o que evitou a emergência de conflitos e resultou em instrumento para tranquilizar as famílias. Como consequência desta inserção, a possibilidade de interações do professor com as famílias, mesmo que de maneira indireta por meio dos relatos e manifestações das crianças, parece resultar em uma (re)significação da presença de um homem professor na creche, que caminha do estranhamento inicial ao estabelecimento de uma relação de confiança com este profissional. / Amid the many changes that have occurred in the relationship between gender and occupation, the presence of men working in the education and care of children within collective contexts, particularly with children between 0-3 years of age, gives rise to debates that bring forth the common sense, and challenges the existing knowledge within such reality. Although few in number, the presence of men as daycare teachers has been recommended as part of policies to foster equal opportunity between men and women, the movement to professionalize the early childhood education and attempts to promote an education based in the diversity, both ethnic and gender, of role models for children. This study aims to investigate how a man becomes a daycare teacher, his relationship with colleagues, with his superiors and with the children and their families. The construction of the corpus of research, rooted in the network of meanings theoretical- methodological perspective, was made by way of: (1) visits and observations, with records in a field book of practices and relationship established by the teacher with the children, with families, with their colleagues and school management, (2) semi-structured interviews, recorded on tape and transcribed in its entirety, with the players involved in this process (teacher, colleagues, school management and families). The analysis was performed to identify the male in the relationship with coworkers, with management, with families and children. Analysis of the observation records and interviews showed that the experience of integrating a man as a daycare teacher is positive and recommended. Among the arguments presented with regards to new possibilities opened up by the presence of a man as a teacher, the male figure is strongly represented by the father image, justified especially for children who do not have a father figure in their families. As far as the childrens hygiene and use of toilet, the decision of the school management, embraced by the team, was to remove the male teacher from the girls bathroom activities, which prevented the emergence of conflicts and became a tool to reassure the childrens families. As a result of this integration, the possibility of teachers interacting with the families, even if indirectly by way of reports and childrens manifestation, seems to bring about a (re)signification of the presence of a man teacher at the daycare, which moves away from the initial strangeness to the establishment of a trusted relationship with this professional.
|
2 |
Homem como professor de creche: sentidos e significados atribuídos pelos diferentes atores institucionais / Man as a daycare teacher: objectives and meanings assigned by different institutional playersMára Isis de Souza 09 November 2010 (has links)
Em meio às diversas mudanças que vêm ocorrendo na relação entre gênero e profissão, a presença do homem atuando na educação e cuidado de crianças em contextos coletivos, particularmente de crianças de 0 a 3 anos de idade, suscita debates que fazem aflorar o senso comum e desafiam a construção do conhecimento dessa realidade. Ainda em número reduzido, a presença do homem como professor de creche vem sendo preconizada como parte das políticas de promoção de igualdade de oportunidade entre homens e mulheres, do movimento de profissionalização da educação infantil e das tentativas de promover uma educação pautada na diversidade, étnica e de gênero, de figuras de referência para as crianças. O presente estudo tem como objetivo investigar de que maneira um homem se constitui professor de creche, nas relações com suas colegas, com a direção e com as crianças e suas famílias. A construção do corpus da pesquisa, ancorada no referencial teórico-metodológico da Rede de Significações, foi feita por meio de: (1) visitas e observações, com registros, em caderno de campo, das práticas e relações estabelecidas pelo professor com as crianças, com as famílias, com suas colegas e a direção; (2) entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio e transcritas na íntegra, com os atores envolvidos neste processo (professor, professoras, direção e famílias). A análise do material foi feita no sentido de identificar o masculino na relação com as colegas de trabalho, com a direção, com as famílias e com as crianças. Análises dos registros de observação e das entrevistas trazem a experiência de inserção do homem como professor de creche de maneira positiva e recomendável. Dentre os argumentos apresentados acerca das possibilidades que se abrem ante a presença do homem como professor, a figura masculina é representada fortemente pela imagem do pai, justificada especialmente para as crianças que não convivem com esta figura em suas famílias. Em relação à questão do cuidado com o corpo, a decisão da direção, acatada pela equipe, foi de afastar o educador dessas atividades com as meninas, o que evitou a emergência de conflitos e resultou em instrumento para tranquilizar as famílias. Como consequência desta inserção, a possibilidade de interações do professor com as famílias, mesmo que de maneira indireta por meio dos relatos e manifestações das crianças, parece resultar em uma (re)significação da presença de um homem professor na creche, que caminha do estranhamento inicial ao estabelecimento de uma relação de confiança com este profissional. / Amid the many changes that have occurred in the relationship between gender and occupation, the presence of men working in the education and care of children within collective contexts, particularly with children between 0-3 years of age, gives rise to debates that bring forth the common sense, and challenges the existing knowledge within such reality. Although few in number, the presence of men as daycare teachers has been recommended as part of policies to foster equal opportunity between men and women, the movement to professionalize the early childhood education and attempts to promote an education based in the diversity, both ethnic and gender, of role models for children. This study aims to investigate how a man becomes a daycare teacher, his relationship with colleagues, with his superiors and with the children and their families. The construction of the corpus of research, rooted in the network of meanings theoretical- methodological perspective, was made by way of: (1) visits and observations, with records in a field book of practices and relationship established by the teacher with the children, with families, with their colleagues and school management, (2) semi-structured interviews, recorded on tape and transcribed in its entirety, with the players involved in this process (teacher, colleagues, school management and families). The analysis was performed to identify the male in the relationship with coworkers, with management, with families and children. Analysis of the observation records and interviews showed that the experience of integrating a man as a daycare teacher is positive and recommended. Among the arguments presented with regards to new possibilities opened up by the presence of a man as a teacher, the male figure is strongly represented by the father image, justified especially for children who do not have a father figure in their families. As far as the childrens hygiene and use of toilet, the decision of the school management, embraced by the team, was to remove the male teacher from the girls bathroom activities, which prevented the emergence of conflicts and became a tool to reassure the childrens families. As a result of this integration, the possibility of teachers interacting with the families, even if indirectly by way of reports and childrens manifestation, seems to bring about a (re)signification of the presence of a man teacher at the daycare, which moves away from the initial strangeness to the establishment of a trusted relationship with this professional.
|
3 |
Duration of Year One Daycare Attendance Predicts Asthma at Age Seven: The Cincinnati Childhood Allergy and Air Pollution Study (CCAAPS)Cheng, Gang 06 June 2014 (has links)
No description available.
|
4 |
Occupational therapy coaching of the childcare provider in early childhood mental wellnessShetzler, Candace L. 04 January 2024 (has links)
Children between the ages of birth and 5 years rely on adults for care, social-emotional relationships, safety, positive resilience building, and coregulation. Childcare workers and teachers may lack the educational background or access to the highly skilled continuing education of current evidence-based practice for mind, brain, and education connections (Whitebook et al., 2018). Occupational therapy (OT) practitioners traditionally support children with developmental delays or diagnoses and their specific caregivers through early intervention services. A comprehensive literature search showed limited documented and studied instances of using OT to support all children by supporting the childcare industry through education, training, and coaching (American Occupational Therapy Association, 2020; Bazyk et al., 2009; Jasmin et al., 2017; Marsh & Mathur, 2020; Shepley & Grisham-Brown, 2019).
Knowledge sharing, interaction modeling, and coaching about topics such as self-regulation, emotional regulation, sensory processing, and trauma-informed interactions—and how these concepts interrelate—offer childcare providers and teachers support within the natural environments of their classrooms. The OT Coaching of the Childcare Provider in Early Childhood Mental Wellness is a professional development training and coaching program that aims to do that. Occupational therapists with advanced knowledge and experience in infant and early childhood mental health and wellness will deliver knowledge, education, coaching, and reflexive practices. This allows childcare providers with limited time and resources to advance their sensitive and responsive caregiving for the 6 million U.S. children in childcare. The program’s underpinnings are grounded in the action learning theory, coaching model, and situational learning theory (Cho & Egan, 2009; Revans, 2011; Rush & Sheldon, 2013). The program’s module-series topics are drawn from various theoretical frameworks, including mind–brain education science, the sensory-processing model, and sensory integration theory (Kuypers, 2011; Lane et al., 2019; Martini et al., 2016; Williams & Shellenberger, 1996).
|
5 |
Qualidade de vida das mulheres trabalhadoras das creches conveniadas do bairro Bela Vista do município de São Paulo / Quality of life of women workers of the daycare centers on Bela Vista neighborhood in São Paulo municipalityPelicioni, Maria Cecilia Focesi 23 February 1995 (has links)
Este trabalho descreve alguns aspectos da qualidade de vida das mulheres trabalhadoras de creche com o objetivo de oferecer subsídios para a melhoria das suas condições de trabalho. Cento e cinquenta e quatro mulheres, constituiram o universo da investigação, funcionárias das 7 creches conveniadas do Bairro Bela Vista com a Prefeitura Municipal de São Paulo, Brasil. Foram realizadas entrevistas, utilizando um formulário em que se consideraram as seguintes variáveis: características sócio-demográficas, opiniões e hábitos pessoais, condições de saúde, acesso a serviços de saúde, ocupação, posse de bens de consumo e nível sócio-econômico, vida profissional, condições e satisfação com o trabalho, escolaridade e ocupação dos maridos, dupla jornada, sindicalização, lazer, conhecimentos, atitudes e práticas no que diz respeito a direitos humanos. Os resultados desse survey mostram que a maioria das trabalhadoras de creche têm baixa escolaridade, isto é, 52,6 por cento frequentaram somente até o ginasial incompleto e 20,1 por cento têm o curso primário incompleto. Têm baixo nível sócio-econômico (classes D e E); 70 por cento têm filhos e 45 por cento são chefes de família. Estão na faixa etária de 18 a 61 anos. Em relação ao salário, 55 por cento recebem apenas de 2 a 3 salários mensais e 25 por cento de 3 a 4 salários. Com relação às moradias, apenas 35 por cento moram no centro da cidade, próximo ao local onde trabalham, as demais dependem de condução para o acesso; 35 por cento possuem casas próprias, 27 por cento moram em pequenos apartamentos e quitinetes e 13 por cento em cortiços. Para atendimento médico, 70 por cento procuram os hospitais localizados na região central por causa do atendimento imediato que oferecem. As Unidades Básicas de Saúde são utilizadas por 61 por cento das mulheres e os Pronto Socorros por 57 por cento . Só 21 por cento possuem convênio médico, principalmente porque os maridos têm direito. O tempo livre das entrevistadas é muito restrito, assim, suas atividades de lazer se resumem principalmente em ouvir rádio e assistir a TV. Com relação à leitura, as revistas foram citadas por mais da metade e os livros por 45 por cento , mas os jornais são lidos raramente. Nos finais de semana, a maioria usa o tempo livre para realizar serviços domésticos. Há muita rotatividade de funcionários nas creches, 49 por cento estão trabalhando há 2 anos ou menos e 24 por cento de 3 a 6 anos. Sessenta por cento trabalham na creche 8 horas/dia, com uma hora de almoço e, em casa, continuam com suas obrigações domésticas (dupla jornada). Quarenta e três por cento (43 por cento ) das mulheres mencionaram não ter feito nenhum curso, reciclagem ou treinamento depois que começaram a trabalhar. Das 944 crianças que frequentavam a creche por ocasião do estudo, só 20 por cento eram filhos dessas trabalhadoras. A opinião das entrevistadas em sua maioria é favorável à creche. Têm poucos conhecimentos em relação a seus direitos de trabalhadora, à aposentadoria, licenças, faltas e outros. Consideram que o Sindicato é importante na luta pelos interesses da categoria, mas a maioria não é associada e nem participa de reuniões ou outros eventos. Conhecem pouco sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Propuseram, visando a melhoria do trabalho na creche, a realização de cursos de capacitação, aquisição de alguns recursos materiais e humanos, trabalho com os funcionários para aperfeiçoar as relações interpessoais, mudanças no horário e melhor salário. É importante que as opiniões das trabalhadoras, expressas nesta pesquisa, sejam levadas em consideração para a melhoria das suas condições de trabalho. / This work describes some aspects of the quality of life of women working in nurseries. It aims at providing subsidies to improve work conditions in the day care center. The universe of the study consisted of one hundred and fifty four women who worked at the seven nurseries maintained by an agreement between the local Bela Vista District Committee and the São Paulo City Hall, Brazil. The subjects were interviewed by means of a formulary in which the following variables were taken into consideration: social and demographic characteristics, personal habits and opinion, health conditions, access to health services, occupation, possession of consumer goods and social economic level, professional life, work conditions and job satisfaction, schooling and occupation of husbands, necessity of working all day, belonging to labor unions membership, leisure as well as knowledge, attitudes and practices regarding human rights. The results of this survey showed that the majority of the women had low educational, social and economic standards; 52,6 per cent never ended secondary school and 20,1 per cent had not completed primary school. They belonged, moreover, to a low social economic class (classes D and E); 70 per cent had children and 45 per cent were heads of their families. Their ages varied from 18 to 61 years. As regards income, 55.0 per cent earned 2 to 3 minimum wages per month and 25.0 per cent earned from 3 to 4. As to their dwellings, 35.0 per cent lived downtown, near their workplaces and others depended on transportation to get to work. 35.0 per cent of the subjects owned their homes; 27.0 per cent lived in small apartments and 13.0 per cent in slums. Health centers were used by 61.0 per cent of the women and 57.0 per cent used Emergency Units; 21.0 per cent were enrolled in the health insurance plan of their husbands. In relation to medicai care, 70.0 per cent prefered to report to the downtown hospitals due to the prompt attention offered by those units. Their spare time was scarce and was mostly used for leisure by listening to the radio or watching TV. As to reading activities, more than half of the subjects mentioned reading magazines and 45.0 per cent books, but newspapers were hardly read at all. On newspapers most of the women used their time in housework activities. There was a high turnover of employees in the studied nurseries; as much as 49.0 per cent of the subjects had been working for only two years or even less and 24.0 per cent from 3 to 6 years. As much as 60.0 per cent of the subjects worked 8 hours a day besides the lunch hour and once home got their housework under way. As regards courses, 43.0 per cent of the women mentioned not having attended any at all or even participated in training programmes after having started to work. Only 20.0 per cent of the 944 children of the nurseries at the time of this study belonged to the interviewed subjects. Most of the subjects expressed themselves highly as regards the nurseries. They had scant knowledge about their rights as employees in reference to\' retirement, sick-leaves, abscences and so on. They considered the labour unions important in striving for better conditions but most of them were not members and did not even participate in their meetings or other events. They knew very little about The Child and the Adolescent Bylaw. Some measures were proposed by the interviewed subjects in order to improve job quality in the nurseries such as: in-service courses, acquisition of human and material resources, activies aiming at improving employees\' interpersonal relationships, timetable changes and better wages. It is important that the employees\' opinions presented in this study be taken into account by the administrators so as to improve their job conditions.
|
6 |
Família e educadores da infância: um diálogo possível / Family and childhood educators: a possible dialogueFlávia Maria Cabral de Almeida 27 February 2013 (has links)
A creche vem sendo afirmada como espaço de educação para a infância, complementar à família. Devido à idade das crianças que frequentam a creche, o diálogo entre educadores e famílias têm sido valorizado, pois as atribuições de cada um são bem próximas. O objetivo desta tese foi investigar o processo de construção da relação creche-família, em um período de três anos (estudo longitudinal), através de oito aspectos desta relação. São eles: (1) expectativas e opiniões das famílias sobre a creche e vice-versa; (2) os motivos para o diálogo, (3) estratégias utilizadas, (4) dificuldades no diálogo, (5) negociações sobre o cuidado e educação à criança, (6) a inserção à creche, (7) a opinião de famílias sobre o desenvolvimento da criança, e (8) a creche como parte de uma rede de apoio. Esses aspectos foram definidos com base no referencial teórico sobre o tema e nos encontros da autora com educadores da creche onde a pesquisa foi realizada. Essa creche é pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram as famílias e os educadores de crianças que entraram em 2009 e permaneceram na instituição até 2011. O referecial teórico foi norteado pela perspectiva sociohistorica do desenvolvimento, com estudos sobre família e sobre a relação desta com a creche. Os intrumentos utilizados foram: entrevistas, questionários, diário de bordo, videogravação e um bonequinho de pano artesanal. A análise contemplou dados qualitativos e quantitativos que foram organizados em oito eixos, correspondentes a cada aspecto que pretendeu investigar. Os dados evidenciaram que famílias e educadores buscavam o diálogo, através da empatia gerada entre eles e de negociações sobre a educação da criança. Por outro lado havia queixas de educadores quanto às expectativas de famílias por um trabalho individualizado ou a falta de valorização profissional. O bonequinho atingiu a finalidade de promover o diálogo entre famílias e educadores, especialmente no período da inserção das crianças. Os oito eixos de análise constituiram aspectos a serem aprofundados em futuras investigações sobre a relação creche-família. A pesquisa, ao acompanhar famílias e educadores durante três anos, propiciou momentos de reflexão sobre suas crenças e práticas, promovendo experiências e oportunidades de desenvolvimento qualitativamente diferentes para ambos e para as crianças. Novos significados sobre a relação educadores e famílias foram produzidos para esses sujeitos, transformando a história dessa relação. / The daycare has been affirmed as educational space for children, complementary to family. Due to the age of the children that attends daycare, the dialogue between educators and families has been wished, because the attributions of each one are closer. The goal of this thesis was to investigate the process of construction of daycare-family relationship, in one period of three years (longitudinal study), through eight aspects of this relationship. They are: (1) expectations and opinions of the families about the daycare and vice versa; (2) the reasons for the dialogue, (3) estrategies used, (4) difficulties in the dialogue, (5) negotiations about the care and education to child, (6) the insertation in daycare, (7) the opinion of the families about child development, (8) the daycare as part of a support network. These aspects were defined based on theoretical referential about the theme and meetings of the author with educators from daycare where the research was conducted. This daycare is public and municipal of Rio de Janeiro City. The subjects were the families and educators of the children who started to attend in 2009 and remained in the institution until 2011. The theoretical referential was guided by the sociohistorical perspective of the development, with studies about family and its relationship with the daycare. The instruments used were: interviews, questionnaires, logbook, video recording, and a handmade rag doll. The analysis included qualitative and quantitative data that were organized in eight axes, corresponding to each aspect that intended to investigate. The data showed that families and educators searched for dialogue, through empathy created by them and negotiations about the education of child. On the other hand there were complaints of educators about families expectations for a individualized job or lack of professional development. The doll reached the goal of promoting dialogue between families and educators, especially during the period of insertion of children. The eight axes of analysis constituted aspects to be further developed in future research about daycare-family relationship. The research, to accompany families and educators for three years, provided moments of reflection about their beliefs and practices, promoting experiences and opportunities of development for both qualitatively different for both and the children. New meanings about the relationship educators and families were produced for these subjects, transforming the history of this relationship.
|
7 |
Qualidade de vida das mulheres trabalhadoras das creches conveniadas do bairro Bela Vista do município de São Paulo / Quality of life of women workers of the daycare centers on Bela Vista neighborhood in São Paulo municipalityMaria Cecilia Focesi Pelicioni 23 February 1995 (has links)
Este trabalho descreve alguns aspectos da qualidade de vida das mulheres trabalhadoras de creche com o objetivo de oferecer subsídios para a melhoria das suas condições de trabalho. Cento e cinquenta e quatro mulheres, constituiram o universo da investigação, funcionárias das 7 creches conveniadas do Bairro Bela Vista com a Prefeitura Municipal de São Paulo, Brasil. Foram realizadas entrevistas, utilizando um formulário em que se consideraram as seguintes variáveis: características sócio-demográficas, opiniões e hábitos pessoais, condições de saúde, acesso a serviços de saúde, ocupação, posse de bens de consumo e nível sócio-econômico, vida profissional, condições e satisfação com o trabalho, escolaridade e ocupação dos maridos, dupla jornada, sindicalização, lazer, conhecimentos, atitudes e práticas no que diz respeito a direitos humanos. Os resultados desse survey mostram que a maioria das trabalhadoras de creche têm baixa escolaridade, isto é, 52,6 por cento frequentaram somente até o ginasial incompleto e 20,1 por cento têm o curso primário incompleto. Têm baixo nível sócio-econômico (classes D e E); 70 por cento têm filhos e 45 por cento são chefes de família. Estão na faixa etária de 18 a 61 anos. Em relação ao salário, 55 por cento recebem apenas de 2 a 3 salários mensais e 25 por cento de 3 a 4 salários. Com relação às moradias, apenas 35 por cento moram no centro da cidade, próximo ao local onde trabalham, as demais dependem de condução para o acesso; 35 por cento possuem casas próprias, 27 por cento moram em pequenos apartamentos e quitinetes e 13 por cento em cortiços. Para atendimento médico, 70 por cento procuram os hospitais localizados na região central por causa do atendimento imediato que oferecem. As Unidades Básicas de Saúde são utilizadas por 61 por cento das mulheres e os Pronto Socorros por 57 por cento . Só 21 por cento possuem convênio médico, principalmente porque os maridos têm direito. O tempo livre das entrevistadas é muito restrito, assim, suas atividades de lazer se resumem principalmente em ouvir rádio e assistir a TV. Com relação à leitura, as revistas foram citadas por mais da metade e os livros por 45 por cento , mas os jornais são lidos raramente. Nos finais de semana, a maioria usa o tempo livre para realizar serviços domésticos. Há muita rotatividade de funcionários nas creches, 49 por cento estão trabalhando há 2 anos ou menos e 24 por cento de 3 a 6 anos. Sessenta por cento trabalham na creche 8 horas/dia, com uma hora de almoço e, em casa, continuam com suas obrigações domésticas (dupla jornada). Quarenta e três por cento (43 por cento ) das mulheres mencionaram não ter feito nenhum curso, reciclagem ou treinamento depois que começaram a trabalhar. Das 944 crianças que frequentavam a creche por ocasião do estudo, só 20 por cento eram filhos dessas trabalhadoras. A opinião das entrevistadas em sua maioria é favorável à creche. Têm poucos conhecimentos em relação a seus direitos de trabalhadora, à aposentadoria, licenças, faltas e outros. Consideram que o Sindicato é importante na luta pelos interesses da categoria, mas a maioria não é associada e nem participa de reuniões ou outros eventos. Conhecem pouco sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Propuseram, visando a melhoria do trabalho na creche, a realização de cursos de capacitação, aquisição de alguns recursos materiais e humanos, trabalho com os funcionários para aperfeiçoar as relações interpessoais, mudanças no horário e melhor salário. É importante que as opiniões das trabalhadoras, expressas nesta pesquisa, sejam levadas em consideração para a melhoria das suas condições de trabalho. / This work describes some aspects of the quality of life of women working in nurseries. It aims at providing subsidies to improve work conditions in the day care center. The universe of the study consisted of one hundred and fifty four women who worked at the seven nurseries maintained by an agreement between the local Bela Vista District Committee and the São Paulo City Hall, Brazil. The subjects were interviewed by means of a formulary in which the following variables were taken into consideration: social and demographic characteristics, personal habits and opinion, health conditions, access to health services, occupation, possession of consumer goods and social economic level, professional life, work conditions and job satisfaction, schooling and occupation of husbands, necessity of working all day, belonging to labor unions membership, leisure as well as knowledge, attitudes and practices regarding human rights. The results of this survey showed that the majority of the women had low educational, social and economic standards; 52,6 per cent never ended secondary school and 20,1 per cent had not completed primary school. They belonged, moreover, to a low social economic class (classes D and E); 70 per cent had children and 45 per cent were heads of their families. Their ages varied from 18 to 61 years. As regards income, 55.0 per cent earned 2 to 3 minimum wages per month and 25.0 per cent earned from 3 to 4. As to their dwellings, 35.0 per cent lived downtown, near their workplaces and others depended on transportation to get to work. 35.0 per cent of the subjects owned their homes; 27.0 per cent lived in small apartments and 13.0 per cent in slums. Health centers were used by 61.0 per cent of the women and 57.0 per cent used Emergency Units; 21.0 per cent were enrolled in the health insurance plan of their husbands. In relation to medicai care, 70.0 per cent prefered to report to the downtown hospitals due to the prompt attention offered by those units. Their spare time was scarce and was mostly used for leisure by listening to the radio or watching TV. As to reading activities, more than half of the subjects mentioned reading magazines and 45.0 per cent books, but newspapers were hardly read at all. On newspapers most of the women used their time in housework activities. There was a high turnover of employees in the studied nurseries; as much as 49.0 per cent of the subjects had been working for only two years or even less and 24.0 per cent from 3 to 6 years. As much as 60.0 per cent of the subjects worked 8 hours a day besides the lunch hour and once home got their housework under way. As regards courses, 43.0 per cent of the women mentioned not having attended any at all or even participated in training programmes after having started to work. Only 20.0 per cent of the 944 children of the nurseries at the time of this study belonged to the interviewed subjects. Most of the subjects expressed themselves highly as regards the nurseries. They had scant knowledge about their rights as employees in reference to\' retirement, sick-leaves, abscences and so on. They considered the labour unions important in striving for better conditions but most of them were not members and did not even participate in their meetings or other events. They knew very little about The Child and the Adolescent Bylaw. Some measures were proposed by the interviewed subjects in order to improve job quality in the nurseries such as: in-service courses, acquisition of human and material resources, activies aiming at improving employees\' interpersonal relationships, timetable changes and better wages. It is important that the employees\' opinions presented in this study be taken into account by the administrators so as to improve their job conditions.
|
8 |
Família e educadores da infância: um diálogo possível / Family and childhood educators: a possible dialogueFlávia Maria Cabral de Almeida 27 February 2013 (has links)
A creche vem sendo afirmada como espaço de educação para a infância, complementar à família. Devido à idade das crianças que frequentam a creche, o diálogo entre educadores e famílias têm sido valorizado, pois as atribuições de cada um são bem próximas. O objetivo desta tese foi investigar o processo de construção da relação creche-família, em um período de três anos (estudo longitudinal), através de oito aspectos desta relação. São eles: (1) expectativas e opiniões das famílias sobre a creche e vice-versa; (2) os motivos para o diálogo, (3) estratégias utilizadas, (4) dificuldades no diálogo, (5) negociações sobre o cuidado e educação à criança, (6) a inserção à creche, (7) a opinião de famílias sobre o desenvolvimento da criança, e (8) a creche como parte de uma rede de apoio. Esses aspectos foram definidos com base no referencial teórico sobre o tema e nos encontros da autora com educadores da creche onde a pesquisa foi realizada. Essa creche é pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram as famílias e os educadores de crianças que entraram em 2009 e permaneceram na instituição até 2011. O referecial teórico foi norteado pela perspectiva sociohistorica do desenvolvimento, com estudos sobre família e sobre a relação desta com a creche. Os intrumentos utilizados foram: entrevistas, questionários, diário de bordo, videogravação e um bonequinho de pano artesanal. A análise contemplou dados qualitativos e quantitativos que foram organizados em oito eixos, correspondentes a cada aspecto que pretendeu investigar. Os dados evidenciaram que famílias e educadores buscavam o diálogo, através da empatia gerada entre eles e de negociações sobre a educação da criança. Por outro lado havia queixas de educadores quanto às expectativas de famílias por um trabalho individualizado ou a falta de valorização profissional. O bonequinho atingiu a finalidade de promover o diálogo entre famílias e educadores, especialmente no período da inserção das crianças. Os oito eixos de análise constituiram aspectos a serem aprofundados em futuras investigações sobre a relação creche-família. A pesquisa, ao acompanhar famílias e educadores durante três anos, propiciou momentos de reflexão sobre suas crenças e práticas, promovendo experiências e oportunidades de desenvolvimento qualitativamente diferentes para ambos e para as crianças. Novos significados sobre a relação educadores e famílias foram produzidos para esses sujeitos, transformando a história dessa relação. / The daycare has been affirmed as educational space for children, complementary to family. Due to the age of the children that attends daycare, the dialogue between educators and families has been wished, because the attributions of each one are closer. The goal of this thesis was to investigate the process of construction of daycare-family relationship, in one period of three years (longitudinal study), through eight aspects of this relationship. They are: (1) expectations and opinions of the families about the daycare and vice versa; (2) the reasons for the dialogue, (3) estrategies used, (4) difficulties in the dialogue, (5) negotiations about the care and education to child, (6) the insertation in daycare, (7) the opinion of the families about child development, (8) the daycare as part of a support network. These aspects were defined based on theoretical referential about the theme and meetings of the author with educators from daycare where the research was conducted. This daycare is public and municipal of Rio de Janeiro City. The subjects were the families and educators of the children who started to attend in 2009 and remained in the institution until 2011. The theoretical referential was guided by the sociohistorical perspective of the development, with studies about family and its relationship with the daycare. The instruments used were: interviews, questionnaires, logbook, video recording, and a handmade rag doll. The analysis included qualitative and quantitative data that were organized in eight axes, corresponding to each aspect that intended to investigate. The data showed that families and educators searched for dialogue, through empathy created by them and negotiations about the education of child. On the other hand there were complaints of educators about families expectations for a individualized job or lack of professional development. The doll reached the goal of promoting dialogue between families and educators, especially during the period of insertion of children. The eight axes of analysis constituted aspects to be further developed in future research about daycare-family relationship. The research, to accompany families and educators for three years, provided moments of reflection about their beliefs and practices, promoting experiences and opportunities of development for both qualitatively different for both and the children. New meanings about the relationship educators and families were produced for these subjects, transforming the history of this relationship.
|
9 |
Pedagogiskt förhållningssätt i förskolan - hur arbetar pedagoger med barn som har ADHD eller koncentrationssvårigheter?Linjamaa, Sara, Hizkiyal, Emilia January 2021 (has links)
The purpose of this study is to examine how educators in preschool and kindergarten handle children with ADHD diagnosis or concentration difficulties. Are the educators based on a special way of working with these children? We have chosen to use the theory of Vygotskijs sociocultural perspective. We have also chosen to carry out the study with a qualitative method by doing six interviews and two observations at a preschool we choose to call ́Sommarängen. We believe that these methods are the optimal ones to obtain the answers to our questions. Our questions focus on how educators based on their experiences and knowledge create environments and working methods that can either promote or inhibit children with ADHD diagnosis or concentration difficulties, and if it is possible to discover signs of ADHD before diagnosis is made and in such cases, in what way may it appear? The main result of this study is that there were differences in the respondents' answers about their thoughts on diagnosing children already in preschool age. The results show that the preschool teachers had common opinion that children with ADHD diagnosis have greater opportunities for support and thanks to that early efforts can be made for future schooling. However, the child caregiver had other thoughts about the diagnosis and claim preschool teachers should be careful about placing children in compartments and that it could have negative consequences for the child in the future. A common response was that materials and environments were central to helping children with ADHD or concentration difficulties in their daily lives.
|
10 |
Educação física na perspectiva cultural: análise de uma experiência na creche / Physical education in the cultural perspective: analysis of an experience in a daycareMacedo, Elina Elias de 04 March 2010 (has links)
A escola na contemporaneidade se vê despreparada diante da necessidade de lidar com as demandas de uma sociedade cada vez mais multicultural. As promessas Iluministas de que a racionalidade e o conhecimento levariam ao progresso e à emancipação humana não foram cumpridas. As crianças, principais depositárias destas esperanças, continuaram a ser tratadas na instituição escolar de forma idealizada sem que fossem consideradas suas características de classe, etnia, gênero. A centralidade da cultura e o contexto de luta por legitimação de diversos grupos sociais fazem do ambiente escolar um espaço profícuo ao conflito. O multiculturalismo crítico propõe que tais conflitos não sejam ignorados, e aponta para a urgência de políticas de identidade e de um novo currículo em que essas tensões sejam expostas à investigação e análise. A Educação Física, pautada na perspectiva cultural, vislumbra na problematização das manifestações da cultura corporal a possibilidade de cumprir este papel. A presente investigação, realizada em uma creche situada na cidade de São Paulo, com crianças de 2 a 3 anos de idade, analisou e interpretou uma experiência pedagógica de Educação Física pautada na perspectiva cultural. Para realização do trabalho de campo foram empregadas diversas ferramentas (entrevistas, observação participante, diário de campo, registros fotográficos), na intenção de compor uma bricolagem de métodos. Os materiais coletados, interpretados com o apoio dos referenciais dos Estudos Culturais, permitem inferir que as questões de identidade e as relações de poder povoam as práticas culturais da instituição. Disputas e demarcação identitárias são também motivo de conflito entre as crianças bem pequenas. Assim, ao abordar, problematizar e buscar as origens dessa luta por legitimidade a escola forma pessoas capazes do exercício de desconstrução e análise de discursos preconceituosos, logo, dispostas a relacionar-se com os diferentes. Nesse sentido, conclui-se que a Educação Física ancorada em uma perspectiva cultural pode contribuir para que o currículo de Educação Infantil potencialize as vozes das crianças, ampliando as oportunidades de estabelecer relações sociais mais democráticas. / The contemporary school finds itself unprepared given the necessity to cope with the demands of a growing multicultural society. The Enlightenment promises that rationality and knowledge would lead to progress and human emancipation were not met. The children, the main benefactors of theses hopes, continued to be treated at the school institution in an idealistic way with no prior consideration to their social class, ethnicity, or gender characteristics. The cultural centrality and the context of struggle for legitimacy of various social groups make the school environment a fruitful space for conflict. The critical multiculturalism proposes that these conflicts should not be ignored, and points to urgency of cultural identity politics and of a new curriculum in which these conflicts are exposed to investigation and analysis. Physical education, guided in the cultural perspective, sees in the problematization of the corporal culture demonstrations the possibility of meeting this role. The present investigation, held at daycare located in the city of São Paulo, with 2 to 3 yearold children, examined and interpreted a pedagogical experience in physical education guided by the cultural perspective. In order to accomplish the fieldwork several tools were applied (interviews, active observation, worksheets, photographic records) with the intention of composing a bricolage of methods. The collected materials, interpreted with the support of cultural studies references, allow to infer that identity issues and the power relations are frequent in the social practices at the institution. Disputes and demarcation of identity are also reasons for conflict between toddlers. Thereby, when addressing, problematizing, and searching for the origins of this struggle for legitimacy the school builds individuals capable of the exercise of deconstruction and the analysis of biased speeches; therefore, they are willing to interact with opposites. Consequently, it is concluded that the physical education anchored in a cultural perspective can contribute to one\'s early childhood education as the curriculum potentializes children\'s voices, and expands the opportunities to establish more democratic social relations.
|
Page generated in 0.048 seconds