121 |
O método analítico em Kant e o método da Fundamentação da Metafísica dos CostumesKirchhof, Maria Margarida Faverzani January 2014 (has links)
A partir da conclusão de que Kant teria usado o método analítico e sintético para desenvolver a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, suscitada pela sua declaração, no prefácio, de que iria percorrer analiticamente o caminho que vai do conhecimento vulgar para a determinação do princípio supremo desse conhecimento e, em sentido inverso, sinteticamente, do exame desse princípio e das suas fontes para o conhecimento vulgar onde é aplicado, procurou-se responder algumas questões. Primeiramente, qual era o entendimento de Kant sobre esses dois métodos, discutidos nos textos: “Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral” (1763), “Forma e princípios do mundo sensível e do mundo inteligível”, a chamada “Dissertação de 70”, e os Prolegômenos a toda metafísica futura (1782). A seguir, diante da estranheza manifestada por Guido Antônio de Almeida pelo uso dos dois métodos como complementares, buscou-se descobrir se essa complementaridade era apenas uma questão de escolha arbitrária ou uma necessidade. Verificou-se uma diferença de tratamento do método analítico entre os textos “Investigação” e Prolegômenos. A certeza existente no ponto de partida desse método no primeiro texto desaparecia no segundo. Constatou-se que essa diferença foi causada pela alteração do conceito de conhecimento filosófico, ocorrida com o advento da Crítica da Razão Pura. Disso tratou-se no primeiro capítulo da dissertação, que recebeu o título de “O método analítico e o conhecimento filosófico kantiano”. Por outro lado, Kant revela, na “Investigação”, uma profunda admiração pelo método introduzido por Newton na ciência da natureza, chegando mesmo a dizer que o autêntico método da metafísica é, no fundo, idêntico a ele. Ao apresentar o seu método na “Questão 31”, da Óptica, Newton diz que a investigação das coisas difíceis pelo método de análise deve sempre preceder o método da composição. Isso parecia corresponder exatamente ao que Kant dissera no prefácio da Fundamentação sobre o método a ser usado. No segundo capítulo da dissertação, realizou-se um estudo a partir da “Questão 31”, tendo por objetivo entender como Kant traduzira para a filosofia o método ali descrito. Esse capítulo recebeu o título de “A tradução de Kant do método de Newton para a Filosofia”. No terceiro capítulo, procurou-se detectar em que sentido Kant usa o termo “analiticamente” no Prefácio e se a ele corresponde o termo “analítica”, usado para qualificar as duas primeiras seções da Fundamentação como “meramente analíticas”. Também se indagou se o método que Kant identificou como o mais conveniente corresponde ao que entendemos por método analítico e método sintético e como se deu a sua aplicação. Esse capítulo tem o título de “O método analítico na Fundamentação da Metafísica dos Costumes”. Tendo em vista a complexidade do assunto, ao longo da pesquisa, decidiu-se restringir o estudo ao método analítico, o que não impediu de se ter uma ideia clara da razão que levou Kant a usar complementarmente os dois métodos na Fundamentação da Metafísica dos Costumes. / From the Kant’s declaration in the preface of the Groundwork of the Metaphysic of Morals that he wants to proceed of analytically from common knowledge to the determination of its supreme principle and in turn synthetically from the examination of the principle and its sources back to the common knowledge in which we find its application, we can conclude that he used the analytical and synthetic method to develop the text. It raised some questions this work sought to answer. First, what is Kant’s understanding about these methods in the texts: "Inquiry Concerning the Distinctness of the Principles of Natural Theology and Morality" (1763), "On the Form and Principles of the Sensible and Intelligible World"(Inaugural Dissertation) and the Prolegomena to any Future Metaphysics (1782). Next, before Guido Antonio de Almeida manifested strangeness by the use of two methods as complementary, this work seeks to answer if this complementarity is necessary or a matter of arbitrary choice. There is a difference in the treatment of the analytical method in the texts "Inquiry" and Prolegomena. The conviction on the starting point of this method in the first text disappeared in the second. The reason this difference is the change of the concept of philosophical knowledge occurred with the advent of the Critique of Pure Reason. It is approached in the first chapter of the dissertation, which received the title "The analytical method and the Kant’s philosophical knowledge". On the other hand, Kant reveals in "Inquiry", a deep admiration for the method introduced by Newton in the science of nature, even saying that the authentic method of metaphysics is basically identical it. At presenting his method on "Question 31" of the Óptica, Newton says that the investigation of difficult things by the method of analysis should always precede the method of composition. This seemed to match exactly to what Kant said in the preface to the Groundwork about the method to be used. The second chapter of the dissertation is a study that seeks to understand how Kant translates to philosophy the method described on the "Question 31”. This chapter was awarded the title of "Kant's translation of Newton's method for philosophy". The third chapter tried to detect the sense of the term “analytically” which is used by Kant in the preface, and if it matches the term "analytic" used to qualify the first two sections of the Groundwork as "merely analytic". Also it inquired whether the method that Kant identified as the most appropriate matches what we mean by analytic method and synthetic method and how it was applied. This chapter has the title "The analytical method in the Groundwork of the Metaphysic of Morals". In view of the complexity of the theme, alongside the research, we restrict our study to the analytical method, which did not prevent us to have a clear idea of the reason which led Kant to use the two methods as complementary in the Groundwork of the Metaphysic of Morals.
|
122 |
Entre a metafísica e a moral : a posição de Hume no debate liberdade e necessidadeSilva, Thiago Cruz da January 2013 (has links)
Resumo não disponível
|
123 |
Descartes e a demonstração da impossibilidade da reprodução mecanica da inteligencia / Descartes and the demonstration of the impossibility of the mechanical reproduction of intelligenceChitolina, Claudinei Luiz 11 December 2009 (has links)
Orientador: Arley Ramos Moreno / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-14T17:43:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Chitolina_ClaudineiLuiz_D.pdf: 2157161 bytes, checksum: 3d17902d7c646cd8cb7625e7f7045bf5 (MD5)
Previous issue date: 2009 / Resumo: O presente estudo é uma análise da obra de Descartes a partir daquilo que ela tem de mais controverso, o problema mente-corpo. O experimento metafísico que conduz Descartes da descoberta do Cogito à descoberta de Deus e do mundo permite ao filósofo derivar três conseqüências fundamentais: a) a mente é de natureza imaterial (res cogitans); b) o corpo é de natureza material (res extensa); c) o homem é o único ser dotado de corpo e alma (um composto substancial). O sujeito cartesiano é de acordo com o procedimento metafísico o fundamento primeiro de todo conhecimento. Ou seja, todo pensamento pressupõe um sujeito que pensa. Assentada sobre fundamentos metafísicos, a física é alçada à condição de ciência. Uma vez estabelecida a diferença de natureza entre mente e corpo, o filósofo afirma que o pensamento é uma propriedade da mente - uma prerrogativa humana. Destituído de espírito ou de alma, o mundo físico é concebido como uma grande máquina. Os corpos porque são regidos pelas leis da mecânica são autômatos naturais ou autômatos artificiais (feitos pelo homem). Considerado insolúvel do ponto de vista racional, o problema mente-corpo deixa, porém, de existir na esfera da união substancial. O ser humano é um composto substancial. Porque possui mente, o homem é um ser livre (indeterminado), mas porque é dotado de corpo, o homem é do ponto de vista das funções orgânicas, determinado. Pretende-se identificar na obra cartesiana elementos conceituais e procedimentos argumentativos que tornam possível demonstrar nossa tese: as máquinas não pensam, porque são constituídas somente de matéria. Segundo Descartes, existe uma evidência empírica que atesta a capacidade de pensamento: a capacidade de falar e de agir. Embora pareçam falar e agir, tanto os animais quanto as máquinas são incapazes de dispor da linguagem e de tomar decisões livres. Falar é diferente de pronunciar palavras. A capacidade de falar implica a capacidade de compor livremente frases e de saber o significado das palavras. Definidas, portanto, como artefatos ou engenhos mecânicos, as máquinas são capazes de realizar operações, mas não de agir. Agir é diferente de operar. Enquanto na operação atua um determinismo causal, na ação está presente uma vontade livre. Portanto, se o homem é o único ser capaz de pensamento, é porque é um ser livre, capaz de se autodeterminar. Marco inaugural do pensamento moderno, a obra cartesiana continua a desafiar e a instigar os críticos contemporâneos. É a disputa filosófica e científica em torno da natureza da mente que torna o pensamento cartesiano não só atual, mas insuperável. / Abstract: The present study is an analysis of the work of Descartes from that what it has most controversial of the mind-body problem. The metaphysical experiment, that leads Descartes from the discovery of the Cogito to the discovery of God and the world, allows the philosopher to derive three fundamental consequences: a) the mind is from immaterial nature (res cogitans); b) the body is from material nature (res extensa); c) the human being is the only endowed being of body and soul (a substantial composite). Cartesian subject is, the according the metaphysical procedure, foundation first of all knowledge. That is, all thinking presupposes a subject who thinks. Based on metaphysical grounds, the physic is raised to the condition of science. Once, the difference in nature between mind and body, is estabilized, the philosopher says, that the thought is a property of mind, or a human prerogative. Devoid of spirit or soul, the physical world is conceived as a great machine. The bodies, because they are governed by the laws of mechanical automatas, are natural or artificial automatas (made by the human being). Considered insoluble from the rational point of view, the mind-body problem no longer, however, exist in the sphere of the substantial union. The human being is a substantial composite. Because it has mind, the human being is a free being (indetermined), but because it is endowed of body, the human being is in terms of functions, determined. It is intended to identify in the cartesian work conceptual elements and argumentative procedures, that make possible to demonstrate our thesis: the machines do not think, because they consist only of matter. According to Descartes, there is an empirical evidence that shows the ability to thought: the ability to speak and act. Although it seems to talk and to act, both the animals as the machines are unable to use the language and make free decisions. To talk is different to pronounce words. The ability to freely compose sentences and to know the meaning of the words. Defined, so, as artifacts or mechanical devices, the machines are able to realize operations, but not to act. Acting is different from operating. While in the operation acts a causal determinism, in the action is a free will present. If the human being is the only being capable of thought, because it is a free being, able to selfdetermine. The inaugural mark of modern thought, the cartesian work continues to challenge and to instigate contemporary critics. It is the philosophical and scientific dispute about the nature of mind that makes the cartesian thought not only current, but insuperable. / Doutorado / Doutor em Filosofia
|
124 |
A crítica literária de Friedrich Schlegel / Friedrich Schlegels Literary CriticismConstantino Luz de Medeiros 19 January 2015 (has links)
A presente tese investiga e discute o conceito de crítica literária de Friedrich Schlegel, com o intuito de esclarecer como o crítico, filósofo e filólogo alemão contribuiu para a alteração nos estudos de literatura de sua época ao postular a necessidade de aproximação entre a análise estética e histórica do fenômeno literário, antecipando muitos problemas da crítica contemporânea. Ao utilizar os paradigmas da filosofia da história e da estética para o entendimento dos diversos períodos ou épocas da literatura, e ao reconhecer e aplicar a perspectiva histórica como categoria crítica, Schlegel colaborou para o aparecimento de uma nova era da crítica literária. O contato com a herança do Iluminismo, e com os escritos de Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Schiller, Immanuel Kant, Johann Gottfried Herder, Johann Joachim Winckelmann e Johann Wolfgang Goethe, entre outros, influenciou o crítico a desenvolver um novo modus de crítica literária, que levaria em consideração a atividade reflexionante e criativa do espírito crítico. A atividade de Schlegel enquanto crítico e historiador da literatura se caracteriza pela busca constante de aperfeiçoamento infinito, ou utilizando uma de suas expressões favoritas como uma ânsia de infinito [Sehnsuch nach dem Unendlichen], isto é, o ímpeto pela complementação [Diaskeuase] da obra literária através da reflexão crítica e filosófica. As contribuições de Friedrich Schlegel para a alteração do modo como a literatura deve ser compreendida, assim como seu esforço em estabelecer princípios universais para a crítica literária colocam seu nome entre os precursores da crítica literária moderna. / The present thesis investigates and discusses Friedrich Schlegels concept of literary criticism in order to demonstrate how the German critic, philosopher and philologist contributed to a change in the studies of literature of his age and anticipated many problems of contemporary criticism by postulating the necessity of an approximation between the aesthetic and the historical visions of the literary phenomena. Schlegels contribution to the emergence of a new era of literary criticism lies in his usage of both paradigms of the philosophy of history as well as aesthetics for the understanding of different periods of literature and in his recognition and application of history as a critical category. Schlegels contact with the heritage of the Enlightenment, as well as with the writings of Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Schiller, Immanuel Kant, Johann Gottfried Herder, Johann Joachim Winckelmann and Johann Wolfgang Goethe, among others, influenced the critic to develop a new modus of literary criticism that takes into consideration both the reflexive and the creative activity of the critical spirit. Inserted in this new scientific paradigm, Schlegels activity as a critic and historian of literature is characterized by his constant search for the infinite perfectibility, or to use one of his favorite expressions a longing for the infinite [Sehnsuch nach dem Unendlichen], and is thus the impetus for the complementation [Diaskeuase] of the literary opus with the philosophical reflection. Friedrich Schlegels contributions to the alterations into the way in which literature is to be understood, as well as his effort to establish universal principles for literary criticism places his name in the ranks of the forerunners of modern literary criticism.
|
125 |
Kant e Wittgenstein sobre a necessidade da universalização da moralMacagnan, Geraldo 03 July 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Geraldo Macagnan.pdf: 420140 bytes, checksum: 5e9d7fd996a937e7a05063d46ef1bae3 (MD5)
Previous issue date: 2009-07-03 / Some questions about morality inside the society will be studied in this paper. The objective here is to show the most important elements about Kantiniana s doctrine and inquiring the doctrine suffer and showing the Wittgenstein s position. Kant shows his doctrine based on the duty. The duty in doing it but not do it together the law, because in this way we would be in the illegality, but it is an obligation that can lead me act independently of my subjective desire, moved only by tendencies. The difference between act by duty and act by morality in legality is act by duty establishing a possibility of universalization in the moral aspect. Doing a balance with this statement I d like to introduce Wittgenstein where he shows his point of view against Katiana s view, saying if we act by duty, the moral rules will be based in punishment and awards, so our moral action will be a negotiation to get something in return. Going besides Kantiana and Wittgensteniana we try to find a relation between traditions and new developments about moral Standards, having in mind the situation faced nowadays in our world, where we studied two new ways to interpret the morality starting in the subject, the emotivism and the relativism. In the relativism we can find the pronouncement that an ethic analysis can t be right or wrong, so we can t say that something is true or false. In the other hand, in the emotivism the rightful or falsity doesn t depend the reasons that support it, but in the subjective wish or the cultural tradition that aggregate on it. The understanding about rationality brings the debate and argument inside the morality s Standards which is a necessity of clarifying. Through the concepts we performed an analysis and we understood its relation and the possibility in a right society and the development in moral standards that overcome some philosophic ideologies that only study the subjective beginning of a moral action. / Alguns dos atuais questionamentos sobre a moralidade na sociedade são estudados nesta Dissertação. O objetivo é apresentar os principais elementos da doutrina moral kantiana bem como os questionamentos que ela sofre, destacando a posição de Wittgenstein. Kant apresenta sua doutrina moral baseada no dever. Dever de realizá-la, não em conformidade com a lei, pois desta forma estaríamos no legalismo, mas por um dever que nos leva a agir independente de nossas vontades subjetivas, movidas apenas por inclinações. A distinção entre agir por dever e em conformidade com o dever, é a grande distinção entre a moralidade e a legalidade. Agir por dever estabelece a possibilidade da universalização no aspecto moral. Contrapondo a esta afirmativa, apresenta-se Wittgenstein que contesta tal afirmativa kantiana, afirmando que, se agíssemos por dever, as regras morais estariam baseadas em princípios de punição ou prêmios, portanto nossa ação moral seria sempre condicionada para que recebêssemos algo em troca. Superando as propostas tanto kantiana, quanto wittgensteniana buscamos a relação entre as tradições e o desenvolvimento de novos padrões morais, tendo presente às situações do mundo contemporâneo, onde estudamos duas novas formas de interpretar a moralidade a partir do sujeito: o emotivismo e o relativismo. No relativismo encontramos a afirmação segundo a qual um juízo ético não pode ser verdadeiro ou falso, desta forma não se pode afirmar que algo é correto ou incorreto. Já no emotivismo a sua verdade ou falsidade não depende das razões que o sustentam, mas sim do estado de ânimo subjetivo ou dos costumes culturais que a contextualizam. A compreensão da racionalidade nas tradições favorece para a discussão e argumentação dos padrões de moralidade, o que se torna necessário de esclarecimento. Através dos conceitos analisados, pode-se compreender sua relação com a possibilidade de uma sociedade justa e o desenvolvimento de padrões morais que superem determinadas correntes filosóficas que observam apenas o princípio subjetivo da ação moral.
|
126 |
Razão problematizante e investigação cientifica na metafisica kantiana da naturezaOliveira, Marcos Alberto de 02 September 2000 (has links)
Orientador: Zeljko Loparic / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-24T13:50:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Oliveira_MarcosAlbertode_M.pdf: 15887863 bytes, checksum: 0df3c23fdbf8132884ac36dcdc3d0ee6 (MD5)
Previous issue date: 2000 / Resumo: Não informado / Abstract: Not informed. / Mestrado / Mestre em Filosofia
|
127 |
A teoria literária de Jean-Paul Sartre em sua produção romanesca /Abrahão, Thiago Henrique de Camargo. January 2015 (has links)
Orientador: Arnaldo Franco Junior / Banca: Márcio Scheel / Banca: Márcio Roberto do Prado / Resumo: Jean-Paul Sartre, filósofo e escritor francês do século XX, embasou seus romances nos ditames de seu pensamento existencialista e em suas ideias a respeito da literatura, considerando a escrita romanesca, cuja tarefa seria a de apresentar-se como meio para possíveis soluções simbólicas dos conflitos existenciais do homem de seu tempo, uma possível via de desvelamento do mundo e de afirmação da liberdade humana. A partir de uma relação dialética entre autor e leitor, Sartre aponta que essas duas partes incitam-se reciprocamente, levando ao fato de a liberdade de uma, quando manifesta, desvendar a liberdade da outra. O escritor francês defendeu uma teoria do romance existencial a partir da qual será abandonada a posição do narrador onisciente e empregada uma técnica de composição romanesca fundada em uma metafísica da liberdade a recusar todo traço de determinismo no decorrer da narrativa. Trata-se, segundo Sartre, de romances voltados para as inquietações humanas, situados em uma época de grandes conturbações políticas, sociais e culturais, na qual, por meio de uma arte engajada, o autor fomentaria, de acordo com um pacto de generosidade entre ele e o leitor, a reflexão crítica e a responsabilidade do homem. Diante disso, nosso propósito foi o de estudar duas obras do universo romanesco do autor - quais sejam, Os dados estão lançados e Com a morte na alma - à luz dos fundamentos elencados em seus trabalhos críticos e teóricos, nos quais Sartre defende os aspectos formais de uma técnica de composição narrativa capaz de conceber textos em conformidade com sua concepção de literatura. Por esse viés, cruzaremos dados teóricos e produção romanesca do autor a fim de identificar as convergências e divergências, os alcances e as limitações entre o que o autor teoriza e o que, de fato, cumpre como romancista, indo ao encontro de nossos objetivos principais... / Résumé: Jean-Paul Sartre, philosophe et écrivain français du XXe siècle, a conçu ses romans selon sa pensée existentialiste et ses idées sur la littérature, lorsque l'on considère l'écriture romanesque, dont la tâche serait de se présenter comme un moyen de solutions symboliques des conflits existentiels d'homme de son temps, comme une manière possible de dévoiler le monde et d'affirmer la liberté humaine. À partir d'une relation dialectique entre l'auteur et le lecteur, Sartre souligne que ces deux parties ont besoin les uns des autres, ce qui conduit au fait que la liberté d'une, quand s'est manifeste, dévoile la liberté de l'autre. L'écrivain français a plaidé pour une théorie du roman existentiel à partir de laquelle sera abandonné la position du narrateur omniscient et sera employé une technique de composition romanesque fondée sur une métaphysique de la liberté, en refusant toute trace de déterminisme dans le cours du récit. Il s'agit, selon Sartre, des romans centrés sur les préoccupations humaines, situés dans une époque de grands bouleversements politiques, sociaux et culturels, dans lequelle, à travers un art engagé, l'auteur encourageait, conformément à un pacte de générosité entre lui et le lecteur, la pensée critique et la responsabilité de l'homme. Par conséquent, notre objectif était d'étudier deux oeuvres de l'univers romanesque de l'auteur - à savoir, Les jeux sont faits et La mort dans l'âme - à la lumière des motifs énumérés dans ses travails critiques et théoriques, dans lesquels Sartre soutient les aspects formels d'une technique de la composition narrative capable de concevoir des textes conformément à sa conception de la littérature. De ce point de vue, nous étudions la production romanesque et les données théoriques de l'auteur afin de idéntifier les convergences et les divergences... / Mestre
|
128 |
[pt] CIÊNCIA E MORAL NA BOTÂNICA DE ROUSSEAU: TRADUÇÃO E COMENTÁRIO / [fr] SCIENCE ET MORALE DANS LA BOTANIQUE DE ROUSSEAU: TRADUCTION ET COMMENTAIREVICTOR ALEXANDRE GARCIA 24 November 2023 (has links)
[pt] A pesquisa de doutorado que culminou nesta tese consistiu na seleção e na
tradução de parte significativa dos textos de botânica do filósofo iluminista
Jean-Jacques Rousseau, diante de um cenário de indisponibilidade desses textos
em língua portuguesa. A tradução é antecedida por uma tese que sustenta a hipótese de que a botânica rousseauniana pode ser compreendida como uma ciência moral. / [fr] La recherche doctorale qui a abouti à cette thèse a consisté en la sélection
et la traduction d une partie importante des textes de botanique de Jean-Jacques
Rousseau, philosophe des Lumières, étant donné l indisponibilité de ces textes en
portugais. La traduction est précédée d une thèse qui soutient l hypothèse selon
laquelle la botanique de Rousseau peut être comprise comme une science morale.
traduction et commentaire
|
129 |
Os libertinos de Juliette e a libertina de Sade / The libertines of Juliette and the libertine of SadeCastro, Clara Carnicero de 06 July 2012 (has links)
Esta pesquisa apresenta um estudo dos protagonistas do romance Histoire de Juliette, ou Les prospérités du vice (1801) do Marquês de Sade. O objetivo do trabalho é evidenciar a progressão dos enunciados filosóficos dos personagens, dentro das cenas libidinosas nas quais são proferidos, relacionando as teorias e as práticas particulares de cada herói com os traços de seu caráter. Tal abordagem supõe a tese de que há uma interdependência entre os argumentos do libertino e sua construção dentro da narrativa ficcional. Cada devasso expõe um conjunto singular de ideias, determinado por suas características morais, físicas e por outros aspectos que constituem o gênero do romance filosófico. Logo, este estudo não propõe uma interpretação específica para o pensamento de Sade, mas salienta a oposição e a convergência de ideias em sua obra, acentua o debate entre os personagens, expõe, portanto, a diversidade dos discursos libertinos. / This research intends to analyze the protagonists from the novel Histoire de Juliette, ou Les prospérités du vice (1801) by the Marquis de Sade. Our goal is to evidence the development of the philosophical statements of the characters, within the libidinous scenes where they take place, relating the theory and practice of each hero with his/her personality. This approach assumes an interplay between the libertine\'s arguments and their construction in the fictional narrative. Each person presents a unique set of ideas, determined by his/her moral and physical traits, in addition to all the other aspects found in the philosophical novel gender. We, therefore, do not present a specific interpretation for the thinking of Sade, rather, we stress the opposition and convergence of ideas in his work, underlining the debate among the characters to point out the diversity of discourse amidst the libertines.
|
130 |
A reestrutura??o da eticidade : a atualiza??o do conceito hegeliano de eticidade na teoria do reconhecimento de Axel HonnethMelo, Filipe Augusto Barreto Campello de 30 September 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:54:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1
406253.pdf: 910726 bytes, checksum: 3fe13a64dcbd91721d05feb7942f276d (MD5)
Previous issue date: 2008-09-30 / O trabalho tem como objetivo encontrar na teoria de Axel Honneth uma proposta de atualiza??o do conceito hegeliano de eticidade (Sittlichkeit), reestruturado a partir de um modelo assentado em esferas comunicativas de reconhecimento. Situado no quadro te?rico que se configura entre Hegel e Honneth, tem-se em vista precisar a caracteriza??o que o conceito hegeliano de eticidade adquire no tratamento contempor?neo. O desenvolvimento da argumenta??o ser? desdobrado em tr?s partes. Inicialmente, apresentam-se as linhas gerais que permeiam a id?ia original de Hegel do v?nculo entre reconhecimento e eticidade. Em seguida, exp?e-se a literatura cr?tica acerca de problemas da abordagem hegeliana, visando expor a plausibilidade da atualiza??o da eticidade a partir da revis?o do conceito hegeliano de esp?rito e do tratamento especulativo do reconhecimento. A terceira parte discute a reatualiza??o de Hegel na teoria de Honneth, na qual ? apresentada, num primeiro momento, a exposi??o do modelo de eticidade proposto por Honneth em Luta por Reconhecimento. Procura-se sustentar que a teoria de Honneth, ao propor uma gram?tica moral dos conflitos sociais, propicia uma consistente articula??o entre a intui??o original de Hegel de eticidade e o estabelecimento de uma base mais s?lida proporcionada pela inflex?o emp?rica, no marco de um projeto de atualiza??o que busca adaptar a proposta de Hegel ?s exig?ncias do pensamento p?s-metaf?sico. Num segundo momento, ? apresentada a proposta honnethiana de atualiza??o da Filosofia do Direito de Hegel, cuja perspectiva ? orientada para a remodela??o do conte?do normativo das esferas da eticidade. A partir da discuss?o da teoria de Honneth, esta an?lise tem em vista indicar novas possibilidades de retorno a Hegel, relido a partir de novos padr?es conceituais.
|
Page generated in 0.0514 seconds