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Predição clinica pré-natal de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional

Oppermann, Maria Lúcia Rocha January 2005 (has links)
Esta tese visa estudar um procedimento obstétrico clínico rotineiro, recomendado por várias sociedades obstétricas no mundo, inclusive a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia e o Ministério da Saúde do Brasil, a medida de altura uterina. A recomendação é medir a distância entre o bordo superior da sínfise púbica e o fundo do útero (com fita inextensível, marcada em centímetros) a cada consulta pré-natal, e cotejar o valor obtido a valores de referência, determinados por uma curva padrão definida por percentis de altura uterina obtidos ao longo da gravidez. O objetivo desse procedimento é detectar anormalidades no crescimento fetal, seja crescimento excessivo ou insuficiente. O crescimento fetal excessivo está associado a aumento na morbidade perinatal, por aumento dos casos de hipóxia e de traumatismo secundários a parto distócico, além de maior risco de obesidade e diabetes tipo 2 na vida adulta. Também eleva a morbidade materna, por aumento no número de cesáreas e partos instrumentados. A importância da detecção de gestações com crescimento fetal insuficiente reside nos índices aumentados de mortalidade e de morbidade nesses recém-nascidos, no período perinatal, neonatal e pós-natal, até à vida adulta. Método de baixos custo e complexidade, não invasivo e aplicável durante a consulta pré-natal usual, a medida da altura uterina ao longo da gestação tem algumas das características desejáveis em um teste de rastreamento. Entretanto, seu desempenho na identificação das anormalidades do crescimento fetal intra-uterino tem achados bastante desiguais na literatura. Assim como grande parte das características fetais, a altura uterina é diretamente dependente do tempo de gestação e, portanto, erros na datação da gestação podem interferir no desempenho do método como indicador de anormalidade de crescimento intra-uterino Esta tese, baseada em dados do Estudo Brasileiro do Diabetes Gestacional (EBDG), avalia o impacto clínico da medição rotineira da altura uterina em gestantes que fazem acompanhamento pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS). No primeiro artigo, descrevemos a distribuição das medidas de altura uterina a cada semana de gestação obtidas no EBDG e a confrontamos com a distribuição descrita no estudo do Centro Latino-Americano de Perinatologia (CLAP). Determinamos também o desempenho diagnóstico das duas distribuições na identificação de recém-nascidos pequenos e grandes para a idade da gestação nas gestantes do estudo brasileiro. No segundo artigo, derivam-se e testam-se regras clínicas para a detecção pré-natal de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional, agregando à medida da altura uterina outras características clínicas associadas a esse desfecho da gravidez. Utiliza-se a divisão randômica da população estudada em duas coortes, uma para derivação das regras clínicas de predição e a outra para a testagem e validação dessas regras.
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Perfil clínico-epidemiológico dos recém-nascidos operados de enterocolite necrosante de acordo com a idade gestacional

Feldens, Letícia January 2011 (has links)
Objetivo: Testar a hipótese de que a apresentação clínica, os achados radiológicos, os tipos de cirurgia e a evolução dos neonatos operados por ECN complicada são diferentes acordo com as idades gestacionais. Métodos: Estudo prospectivo de 141 recém-nascidos com ECN submetidos à cirurgia em hospital pediátrico, no período de novembro de 1991 a dezembro de 2005, no Hospital da Criança Conceição. Os recém-nascidos operados foram acompanhados por 60 dias após a cirurgia, sendo divididos em três grupos, conforme a idade gestacional: prematuros extremos, com menos de 32 semanas de gestação (n=28/19,8%); prematuros, com idade gestacional entre 32-36 semanas (n=91/64,5%); e a termo, com 37 ou mais semanas de gestação (n=22/15,6%). Resultados: A apresentação clínica da ECN diferiu entre os grupos: os prematuros extremos apresentaram resíduo gástrico mais elevado (p=0,007) e os prematuros apresentaram maior quantidade de apneias (p=0,011) em relação aos demais. Embora a presença de hematoquesia e celulite de parede abdominal tenham sido mais frequentes nos neonatos a termo, não houve diferença estatística entre os grupos (p=0,055 e p=0,088, respectivamente). Os achados radiológicos também foram diferentes entre os grupos, sendo que a distensão de alças intestinais foi mais comum nos prematuros (p= 0,047). Não houve diferença estatística entre os grupos quanto à indicação de cirurgia (p=0,116), complicações (p= 0,476) e mortalidade (p= 0,287). Conclusões: A apresentação clínica e os achados radiológicos foram diferentes de acordo com as idades gestacionais. Entretanto, não se observou diferença entre as idades gestacionais quanto ao tratamento cirúrgico, a complicações ou à mortalidade. / Objective: to test the hypothesis that clinical presentation, radiographic features, surgical therapy, and outcomes of NEC are different depending on gestational age at birth. Patients and Methods: Prospective study of 141 neonates undergoing surgical treatment for NEC at a pediatric hospital between November 1991 and December 2005. Neonates were allocated into three groups according to gestational age at birth: < 32 weeks, extremely preterm (n = 28/19.8%); 32 to 36 weeks, preterm (n = 91/64.5%); ≥37 weeks, full-term (n = 22/15.6%). Results: The clinical presentation of NEC was significantly different between groups, with extremely preterm infants having greater gastric residuals (P = 0,007) and preterm infants exhibiting apnea (P = 0.011) more commonly than other age ranges. Although hematochezia and abdominal wall cellulitis were more common among full-term neonates, there was no significant between-group difference (P = 0.055 and P = 0.088 respectively). Abdominal radiograph findings also differed, abdominal distension being more common in preterm infants (P = 0.047). There were no significant between-group differences in indications for surgery (P = 0.116), complication rate (P = 0.476), or mortality (P = 0.287). Conclusions: The clinical and radiological presentation of necrotizing enterocolitis varies with gestational age. However, gestational age did not appear to have an impact on surgical therapy, complications, or mortality.
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Peso ao nascer e cuidado parental percebido pela mãe : interações pré e pós-natais sobre o comportamento infantil aos 18 meses de vida

Neuwald, Marla Finkler January 2012 (has links)
Introdução: Evidências sugerem uma associação entre nascer pequeno para idade gestacional (PIG) e o risco aumentado de desenvolver problemas de comportamento. Além disso, indivíduos que relatam ter recebido menor cuidado materno apresentam mais sintomas de depressão e de ansiedade, e, de modo geral, cuidam com menos eficiência de seus filhos. Portanto, uma interação entre nascer PIG e a percepção da mãe de baixo cuidado materno recebido nos seus primeiros dezesseis anos de vida poderia estar associada a prejuízos na função cognitiva e risco aumentado para psicopatologias ao longo da vida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a interação entre nascer PIG e o cuidado parental percebido pela mãe sobre o comportamento infantil aos 18 meses de vida. Métodos: Estudo transversal aninhado a uma coorte prospectiva canadense de nascimentos – MAVAN (Maternal Adversity, Vulnerability and Neurodevelopment) – realizada entre os anos de 2003 e 2010. Os dados analisados são provenientes de 3 questionários (Parental Bonding Instrument, PBI, Early Chidhood Behavior Questionnaire, ECBQ e Infant-Toddler Social and Emotional Assessment, ITSEA) respondidos pelas mães de 305 crianças. Para análise utilizamos Multivariate Analysis of Variance (MANOVA) com análise de interação para detecção das diferenças entre os grupos. Resultados: Observou-se uma interação entre o cuidado materno percebido pela mãe e o peso ao nascimento na habilidade atencional de crianças aos 18 meses de vida em ambos os instrumentos ECBQ e ITSEA. Crianças nascidas PIG e de mães que relataram ter recebido baixo cuidado materno alcançaram menores escores de atenção relatados nos dois questionários analisados - ECBQ (p=0,002) e ITSEA (p=0,05). Efeitos principais das variáveis preditoras peso ao nascimento sobre os domínios aconchego (p=0,011), assim como do cuidado materno sobre os domínios prazer de baixa intensidade (p=0,016) e transferência de atenção (p=0,004) do ECBQ também foram encontrados. Conclusão: Os achados reforçam a importância de uma visão sistêmica do desenvolvimento que contemple aspectos do ambiente precoce e de cuidados parentais nos primeiros anos de vida. Além disso, o comprometimento da atenção encontrado já aos 18 meses nessas crianças tem implicâncias clínicas, visto que pode servir como sinal de alerta, sugerindo a necessidade de um acompanhamento precoce para esses sujeitos. / Introduction: Evidence suggests an association between being born small for gestational age (SGA) and the increased risk for behavioral problems. Besides that, individuals who report have received lower quality of maternal care show increased prevalence of depression and anxiety, as well as in general are poorer caregivers of their offspring. Therefore, an interaction between the birth weight status and the quality of maternal care perceived by the mother could affect the cognitive functioning later in life. This study aimed to evaluate the interaction between being born SGA and the parental bonding perceived by the mother on the children’s behavior at 18 months of age. Methodology: a nested cross-sectional evaluation of a prospective Canadian birth cohort (MAVAN, Maternal Adversity, Vulnerability and Neurodevelopment), developed between the years of 2003 and 2010. Data from 305 children evaluated at 18 months of age and that had all three questionnaires completed (Parental Bonding Intrument - PBI, Early Chidhood Behavior Questionnaire - ECBQ and Infant-Toddler Social and Emotional Assessment – ITSEA) were used. Multivariate ANOVA accounting for parental interactions was used for the analysis. Results: Children born SGA from mothers reporting low maternal care had lower scores in the attentional set shifting trait (ECBQ, p=0.002) and attention construct (ITSEA, p=0.05) at 18 months of age. We also found isolated effects of SGA decreasing cuddliness (p=0.011) and high maternal care per se increased ECBQ low intensity pleasure (p=0.016) and attentional shifting (p=0.004). Conclusion: The findings reinforce the importance of a systemic developmental vision that integrates early environmental aspects and parental care in the first years of life. Besides, the effects on attention found already at 18 months have clinical relevance as it may serve as a warning sign for this population.
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Relação entre prematuridade e doença periodontal materna e o papel das interleucinas (IL1 e IL6) como marcador bioquímico

Guedes, Kildane Maria Almeida January 2006 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Prematurity has been considered a public health major problem, presenting multifatorial ethiology. In the last decades, several attempts have been made to develop preditive strategies that may reduce its deletery effects. Among the several ethiologic factors related to the premature birth, the Periodontal Disease has been currently indicated as a factor of independent risk. This research, a type of casecontrol tangled up in a coorte study, aims to evaluate the possible correlation between the periodontal disease in puerpery and prematurity. The sample inclueded 370 women right after delivery, divided in group-case, with a gestational age inferior to 37 weeks (PT: pre-term), and control-group, with a gestational age of 37 weeks or more (FT: full-term). Individual and socioeconomic data was studied through two questionnaires (the first one with general and the second one with oral information) and an oral test plan. The periodontal test used was the periodontal mapping (AAP) and the parameter was the level of clinical insertion. Blood samples for IL1 and IL6 interleucine were collected, aiming to identify differences between the groups and expecting to use them as biochemical markers in premature birth. Eighty nine per cent of the patients had a certain level of periodontal disease, and just 10,3% out of the total samples have presented good periodontal health. A multiple logistic Regression Test shown that periodontitis is a risk factor for prematurity. The chances of a woman with periodontitis giving premature birth is over twice (RC =2,10; IC 95%: 1,15-3,80), im comparison with out women with no periodontal disease or with clinical of attachment level of the disease. In this study, the IL1 and IL6 interleucines dosed from the maternal blood have not shown any association with the periodontal disease or the premature birth. / A prematuridade é considerada como um grave problema de saúde pública, apresentando etiologia mutifatorial, tem enfrentado nas últimas décadas um desafio no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias preditivas que possam minimizar seus efeitos deletérios. Dentre os diversos fatores etiológicos que envolvem o nascer prematuro, a Doença periodontal tem sido focada atualmente como fator de risco independente. O objetivo desta pesquisa, do tipo caso-controle aninhado dentro de uma coorte, foi o de buscar a existência da correlação entre a doença periodontal em puérperas e a prematuridade. A amostra foi constituída de 370 mulheres no puerpério imediato, divididas em grupo caso, com idade gestacional inferior a 37 semanas gestacionais (pré-termo), e grupo controle, com idade gestacional maior ou igual a 37 semanas gestacionais ( a termo). Foram estudadas variáveis individuais e socioeconômicas através de dois questionários (geral e bucal) e um roteiro de exame bucal. O exame periodontal utilizado foi o mapeamento periodontal (AAP) e o parâmetro o nível de inserção clínica (NIC). Amostras sangüíneas para dosagem de interleucinas IL 1 e IL6 foram coletadas, com o objetivo de se buscar diferenças entre os grupos, e pretendendo-se a utilização destas como marcador bioquímico do parto prematuro.Oitenta e nove por cento da amostra apresentou algum nível de doença periodontal, e em apenas 10,3% do total da amostra observou-se boa saúde periodontal. Teste de Regressão logística múltipla demonstrou que a periodontite é um fator de risco para prematuridade . A chance de uma mulher com periodontite ter parto prematuro é mais de duas vezes (RC =2,10; IC 95%: 1,15-3,80) quando comparados com mulheres sem doença periodontal ou com níveis leves da doença. Neste estudo, as interleucinas IL1 e IL 6 dosadas no sangue materno não apresentaram associação com a doença periodontal e o nascer prematuro.
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Composição corporal de lactentes pré-termo ao nascimento e na idade corrigida / Body composition of preterm infants at birth and corrected age.

Larissa Vicente Tonacio 05 November 2015 (has links)
Introdução: Os recém-nascidos pré-termo (RNPTs), apesar de apresentarem medidas antropométricas menores ao nascimento quando comparadas a recém-nascidos a termo (RNTs), sofrem um rápido ganho de peso, o qual resulta em maior ganho de massa gorda e menor ganho de massa magra, o que pode elevar o risco a longo prazo de doenças crônicas não transmissíveis e obesidade. Objetivo: Comparar o crescimento e a composição corporal de RNPTs após o nascimento e na idade corrigida com RNTs. Métodos: Estudo longitudinal envolvendo 70 recém-nascidos adequados para a idade gestacional, média de 35,95 (0,66) semanas gestacionais e 58 RNTs com idade gestacional média de 39,91 (0,26) semanas. As avaliações antropométricas e de composição corporal foram feitas de 12 a 72 após o parto e com 40 semanas de idade gestacional corrigida no caso dos RNPTs e de 12 a 72 horas no grupo de RNTs. Foram avaliados peso, comprimento, índice ponderal, circunferência cefálica (CC), circunferência torácica (CT), percentual de gordura, massa gorda, massa livre de gordura, índice de massa gorda e índice de massa livre de gordura. A composição corporal foi estimada por pletismografia pelo equipamento PEA POD® (COSMED USA, Concord, CA, EUA, precisão de 0,1g). As diferenças nas medidas antropométricas e de composição corporal e outras variáveis investigadas entre os grupos de crianças pré-termo e a termo foram calculadas pelos testes ² para variáveis qualitativas e t de Student para variáveis quantitativas. Resultados: Ao nascimento, os valores de peso, comprimento, CC, CT, porcentagem de gordura, massa gorda e massa livre de gordura foram menores no grupo pré-termo (p < 0,05). Na idade corrigida, os lactentes pré-termo apresentaram médias significativamente maiores de peso, comprimento, índice ponderal, porcentagem de gordura, massa gorda em gramas, e índice de massa gorda (p < 0,05). As variáveis massa livre de gordura e índice de massa livre de gordura foram maiores em RNTs (p < 0,0001). Conclusão: Apesar de apresentarem todas as medidas inferiores ao nascimento, RNPTs na idade corrigida tiveram maior acúmulo de gordura e menor ganho de massa magra do que RNTs ao nascimento. / Introduction: Preterm Newborns, despite having lower anthropometric measurements at birth compared to infants at term, experience a rapid weight gain, which results in greater fat mass gain and less lean mass gains. This increase in adiposity may increase the risk of long-term chronic diseases and obesity. Aim: To compare the growth and body composition of preterm infants after birth and corrected age with term newborns. Methods: A longitudinal study involving 70 newborns appropriate for gestational age, with an average of 35,95 (0,66) weeks and 58 term newborns with mean gestational age of 39,91 (0,26) weeks. Anthropometric and body composition evaluations were done 12-72 after delivery and 40 weeks corrected gestational age in preterm group and 12-72 hours in term newborns group. We evaluated weight, length, weight index, head circumference (HC), chest circumference (CC), fat percentage, fat mass, fat free mass, fat mass index and free mass index fat. Body composition was estimated by plethysmography in the PEA POD® equipment (COSMED USA, Concord, CA, USA, Precision 0.1g). The differences in anthropometric and body composition and other variables investigated between preterm and full-term groups were calculated by the ² test for qualitative variables and t test for quantitative variables. Results: At birth, weight, length, HC, CC, fat percentage, fat mass and fat-free mass were lower in the preterm group (p <0.05). In the corrected age, preterm infants had significantly higher mean weight, length, weight index, body fat percentage, fat mass in grams, and fat mass index (p <0.05). Fat free mass and fat free mass index were higher in the term group (p <0.0001). Conclusion: Although they showed all measurements less at birth, preterm infants at corrected age had greater accumulation of fat mass and less fat free mass gain than term newborns.
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Influência da idade gestacional no perfil epigenético placentário / Influence of gestational age on placental epigenetic profile

Sarah Blima Paulino Leite 18 September 2012 (has links)
O imprinting genômico, processo regulado epigeneticamente segundo o qual os genes se expressam de acordo com sua origem parental, está envolvido no crescimento e desenvolvimento placentário. Na região 11p15.5 encontram-se vários genes regulados por duas regiões controladoras de imprinting (ICR1 e ICR2), onde se encontram as regiões diferencialmente metiladas H19DMR e KvDMR1. Acredita-se que o padrão de imprinting seja dinamicamente regulado durante o desenvolvimento da placenta. Em humanos, há poucas informações sobre imprinting genômico e desenvolvimento placentário, principalmente para estágios precoces do desenvolvimento devido às dificuldades técnicas de obtenção dessas placentas. A descrição de mosaicismo do padrão de metilação restrito a placenta ou entre a placenta e o feto evidencia um perfil epigenético único deste órgão. A 5-hidroximetilação, a qual não tem um papel de silenciamento gênico, pode ser confundida com a metilação do DNA nas análises moleculares. O objetivo principal do presente estudo foi o de verificar a influência da idade gestacional (IG) no perfil de metilação do DNA das ICRs 1 e 2 em vilosidade coriônica, bem como a existência de mosaicismo do perfil de metilação intra-placentário. Neste trabalho também foi investigada a presença de hidroximetilação na KvDMR1. Foram coletadas amostras de tecido placentário, sendo 25 de vilosidades coriônicas (VC) (15 de 3° trimestre gestacional e 10 do 1° trimestre) e nove de cordão umbilical (UC) de 1° trimestre (pareadas com a VC). Quatro placentas de 3° trimestre foram analisadas em separado para o estudo de mosaicismo. O perfil de metilação do DNA das regiões foi verificado por PCR Específica para a Metilação (MS-PCR), Análise Combinada de Bissulfito e Restrição Enzimática (COBRA) e Método de Digestão Enzimática Sensível à Metilação Associada à PCR em Tempo Real (DESM-RT), além do ensaio para hidroximetilação na KvDMR1. Com os ensaios qualitativos (MS-PCR e COBRA) foi observado um perfil de metilação monoalélico, sendo que na H19DMR foi identificada a presença de CpGs diferentemente metilados. Para a H19DMR foram observadas médias de 0,43 de metilação em VC e 0,31 em UC de 1° trimestre, e de 0,41 em VC de 3° trimestre. Para a KvDMR1, foram encontradas médias de 0,47 em VC e 0,57 em UC de 1° trimestre, e de 0,41 em VC de 3° trimestre. A presença de hidroximetilação na KvDMR1 foi excluída. Não foram observadas diferenças significativas entre as médias das diferentes IGs ou entre tecidos pelos testes t e F para ambas as regiões. Não foi observada correlação positiva no perfil de metilação para H19DMR e KvDMR1 entre os tecidos. Em relação ao mosaicismo, não houve diferenças significativas no perfil de metilação entre os diferentes cotilédones amostrados numa mesma placenta. Os resultados demonstram uma discordância entre tecido embrionário (UC) e extraembrionário (VC). Apesar de não serem observadas alterações significantes nos perfis de metilação da H19DMR e KvDMR1 em diferentes IGs, as informações apresentadas são importantes para as pesquisas sobre a dinâmica do fenômeno de imprinting genômico ao longo da gestação, para os estudos de mosaicismo intraplacentário bem como o perfil epigenético da placenta em relação a outros tecidos. / Genomic imprinting, an epigenetically regulated process by which genes are expressed accordingly to their parental origin, is involved in placental growth and development. In 11p15.5 region, there are many genes regulated by two Imprinting Control Regions (ICR1 and ICR2), in which are found two Differentially Methylated Regions, H19DMR and KvDMR1, respectively. Imprinting patterns seem to be adjusted during placenta development. In humans, there is little information on genomic imprinting and placental development, especially for early stages of development due to technical difficulties in obtaining these placentas. The description of mosaicism in methylation pattern restricted to placenta or between placenta and fetus shows a unique epigenetic profile of this organ. The 5-hidroxymethylation, which has no role in gene silencing, can be confused with DNA methylation in molecular analysis. The main aim of our study was to verify the influence of gestational age (GA) in DNA methylation profile of ICRs 1 and 2 in chorionic villi, as well as the existence of intra-placental methylation profile mosaicism. The presence of hydroximethylation in the KvDMR1 was also investigated. Samples were collected from placentas, 25 from chorionic villi (CV) (15 of the 3rd gestational trimester and 10 of the 1st trimester) and nine from umbilical cord (UC) in 1st trimester (paired with the CV samples). Four 3rd trimester placentas were separately analyzed for mosaicism. DNA methylation profile was verified by Methylation Specific PCR (MS-PCR), and Combined Bisulfite Restriction Analysis (COBRA) and Methylation-Sensitive Enzyme Digestion Method associated with Real-Time PCR (DESM-RT), in addition to hydroximethylation test in the KvDMR1 region. With qualitative assays (MS-PCR and COBRA), it was observed a monoallelic methylation pattern, and, only for the H19DMR, differently methylated CpGs were observed. For the H19DMR, we observed methylation means of 0.43 in CV and 0.31 in UC of 1st trimester, and 0.41 in CV of 3rd trimester. For KvDMR1, we observed means of 0.47 in CV and 0.57 in UC of 1st trimester, and 0.41 in CV of 3rd trimester. No hydroximethylation in the KvDMR1 was observed. There were no significant differences between the means of different GAs or between tissues by F and t tests for both regions. No positive correlation was found on methylation profile for H19DMR and KvDMR1 between tissues. In relation to mosaicism, there were no significant differences in methylation profile between different cotyledons sampled in the same placenta. The results showed a discrepancy between embryonic (UC) and extra-embryonic (CV) tissues. Although it was not observed significant changes in methylation profiles of H19DMR and KvDMR1 in different GAs, the presented results are important to research on dynamics of genomic imprinting phenomenon during pregnancy, studies of intra-placental mosaicism and placenta epigenetic profile in relation to other tissues.
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Repercussões materno-fetais da deficiência de vitamina D em mulheres com diabetes gestacional

Weinert, Letícia Schwerz January 2013 (has links)
O estudo das funções extra-esqueléticas da vitamina D vem ampliando-se nos últimos anos. Na gestação, a preocupação com os níveis de vitamina D maternos ocorre pela necessidade desta vitamina para a formação do esqueleto fetal e pela associação da hipovitaminose D com desfechos adversos materno-fetais. Para o recém-nascido (RN), as complicações incluem o baixo peso ao nascer, o comprometimento do crescimento longitudinal e as infecções respiratórias. Para a gestante, a deficiência de vitamina D vem sendo associada à alteração na homeostase glicêmica e ao aumento da incidência de diabetes gestacional (DG) , à pré-eclâmpsia e à vaginose bacteriana. Entretanto, a evidência científica atual ainda é controversa e não há definição estabelecida sobre o real benefício da suplementação da vitamina D na gestação. O diabetes gestacional, por sua vez, também está associado a desfechos adversos para a gestante e para a prole. Para o feto, há aumento da incidência de prematuridade, macrossomia, distócia de ombro e hipoglicemia neonatal; enquanto para a mãe, há associação com aumento da taxa de cesariana, pré-eclâmpsia e diabetes pós-gestacional. Desta forma, os desfechos adversos da hipovitaminose D e do DG presentes de forma simultânea na gestação podem ser aditivos. Este artigo propõe-se à revisão das repercussões da deficiência da vitamina D e do DG na gestação, para a mãe e para o RN, e discute a potencial repercussão da associação de ambas situações já que a hipovitaminose D pode estar relacionada com aumento da ocorrência de DG. / Extra-skeletal functions of vitamin D have been studied in the last years. During pregnancy, the concern with vitamin D levels is justified by its importance for the fetal skeleton development and by the association of hypovitaminosis D with adverse maternal and fetal outcomes. For the newborn, adverse outcomes include low birth weight, impaired longitudinal growth and respiratory infections. For the women, vitamin D deficiency has been associated with glucose homeostasis impairment and increased incidence of gestational diabetes (GD), preeclampsia and bacterial vaginosis. However, the available scientific data is still controversial and the real benefit of vitamin D supplementation during pregnancy is not defined. Hyperglycemia during pregnancy is also associated with increased rates of perinatal adverse outcomes. For the fetus and the newborn, GD is associated with an increased incidence of prematurity, macrosomia, shoulder dystocia and neonatal hypoglycemia; for the mother, there are increased rates of cesarean delivery, preeclampsia and type 2 diabetes. Therefore, adverse outcomes of hypovitaminosis D and GD present simultaneously during pregnancy could be additive. This manuscript aims to review the impact of vitamin D deficiency and of GD for the women and the newborn, and to discuss the potential association between these two clinical situations since hypovitaminosis D may increase the risk for GD.
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Padrões de crescimento intrauterino e pós-natal : influência no neurodesenvolvimento de pré-termos de muito baixo peso

Filipouski, Gabriela Ribeiro January 2011 (has links)
Objetivo: Avaliar, em uma coorte de bebês prematuros de muito baixo peso de nascimento, a influência da idade gestacional e da nutrição perinatal no desenvolvimento aos 24 meses de idade corrigida. Método: Foram estudadas 125 crianças pré-termo de muito baixo peso de nascimento nascidas ou internadas em uma unidade de terapia intensiva neonatal nas primeiras 48 horas de vida. Os bebês foram classificados como pequenos para a idade gestacional no nascimento (PIG) e na alta (PIG/PIG); adequados para a idade gestacional no nascimento (AIG) e pequenos para idade gestacional na alta (AIG/PIG); e adequados para a idade gestacional no nascimento (AIG) e na alta (AIG/AIG). A Bayley Scales of Infant and Toddler Development III (BSID-III) foi utilizada para a avaliação do neurodesenvolvimento aos 24 meses de idade corrigida. Resultados: 15 recém-nascidos nasceram ≤ 27 semanas, 73 entre 28-31 semanas e 37 > 31 semanas, as menores pontuações na BSID-III ocorreram no grupo mais imaturo. Por outro lado, 56 foram classificados como PIG/PIG, 55 como AIG/PIG, e 14 como AIG/AIG, não havendo diferença na BSID-III entre estes grupos, embora o grupo PIG/PIG tenha apresentado idade gestacional significativamente maior. Conclusão: Os recém-nascidos que foram PIG/PIG tinham idade gestacional maior do que os outros, e tiveram avaliação do neurodesenvolvimento semelhante, sugerindo que a nutrição perinatal desempenha um papel importante no desenvolvimento aos 2 anos de idade corrigida. / Aim: To assess the influence of gestational age and perinatal nutrition on development at 24 months corrected age in a cohort of very low birth weight preterm infants. Method: 125 very low birth weight preterm infants admitted to a neonatal intensive care unit within the first 48 hours of life were studied. The infants were classified as born small for gestational age (SGA) and still SGA at discharge (SGA/SGA); born adequate for gestational age (AGA) and SGA at discharge (AGA/SGA); and born AGA and still AGA age at discharge (AGA/AGA). The Bayley Scales of Infant and Toddler Development III (BSID-III) were used for assessment of neurodevelopment at 24 months corrected age. Results: 15 neonates were born at ≤27 weeks, 73 at 28–31 weeks, and 37 at >31 weeks with lowest BSID-III scores in the more immature group. 56 were classified as SGA/SGA, 55 as AGA/SGA, and 14 as AGA/AGA with no difference in BSID-III among the groups even though SGA/SGA group had significantly higher gestational age. Conclusion: Neonates who were SGA/SGA had higher gestational age than the others, and they had similar neurodevelopment assessment suggesting that perinatal nutrition plays an important role in development at 2 years corrected age.
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Influência de diferentes ambientes intrauterinos sobre a composição hormonal do colostro e leite maduro e o peso de lactentes : coorte ivapsa

Nunes, Marina January 2015 (has links)
Objetivo: Avaliar a influência de diferentes ambientes intrauterinos na concentração de hormônios no leite materno e sua relação com o peso da criança nos primeiros seis meses de vida. Materiais e Métodos: Trata-se de um de estudo de coorte prospectivo de uma amostra de recém-nascidos a termo da cidade de Porto Alegre. O recrutamento dos pares mãe-bebê ocorria 24 a 48 horas após o parto e os sujeitos incluídos em um dos cinco grupos: Diabetes, Hipertensão, Tabagistas, Pequenos para Idade Gestacional (PIG) e Controle. O colostro foi coletado no pós-parto e o leite maduro no 1º mês. Foram quantificadas as concentrações de Leptina, Adiponectina e Insulina pelo método ELISA. O peso e a estatura das mães e das crianças foram obtidos em todas as entrevistas Resultados: A concentração dos hormônios diminuiu com a maturação do leite materno com diferença estatística do colostro para o leite maduro para leptina no PIG (p=0,05) e Insulina nos grupos PIG (p=0,012) e Controle (p=0,041). O grupo PIG diferiu estatisticamente do Controle na concentração de leptina no 1M (p=0,045). O peso dos recém-nascidos PIG foi inferior aos outros grupos no nascimento e na alta hospitalar, mantendo-se diferente aos 15 dias do diabetes e controle, e, apenas do controle, no 1º mês. A partir dessa entrevista, a média de peso do PIG foi semelhante aos outros grupos indicando um catch up precoce avaliado pela diferença de escore-Z de peso para idade (>0,67). Tanto a leptina (r=-0,295; p=0,03) quanto a insulina (r=0,262; p=0,047) do leite maduro se correlacionaram com o ganho de peso da criança no 1º mês. Conclusões: A concentração dos hormônios no leite materno dos cinco grupos é semelhante ao nascimento, mas diminui do colostro para o leite maduro. A leptina e a insulina tem redução estatisticamente significativa no grupo PIG. O estudo demonstra uma antecipação metabólica do leite materno sobre a condição de PIG, relacionando-se com a possibilidade de um catch up precoce no primeiro mês de vida desses lactentes. / Objective: To evaluate the influence of different intrauterine environments on breast milk hormones concentration and its relationship with infant weight up to 6 months. Material and Methods: This is a thematic, prospective and longitudinal term born cohort from Porto Alegre, Brazil. Mother-infant pairs were recruited 24 to 48 hours after birth and then included in one of five groups: diabetes, hypertension, smoking, mothers of Small for Gestational Age (SGA) and controls. Colostrum was collected at 24h postpartum and mature milk 1 month later. Breast milk leptin, adiponectin and insulin were determined by ELISA. In all interviews mother and infant weight and height were obtained. Results: Adipokines levels decreased according to milk maturation with statistical difference in leptin from colostrum to mature milk in SGA group (p=0.05) and insulin in SGA (p=0.012) and control (p=0.041) groups. SGA differed statistically from control at colostrum in leptin concentration (p=0,045). SGA had low maternal BMI means values in all measurements reflecting in lower leptin and insulin concentration. SGA infant weight was statistically different from all groups at born and at discharge keeping different from diabetes and control at 15 days postpartum and only from control at 1 month. After, the weight mean of SGA was similar from others groups indicating an early catch up. Both, leptin (r=-0.295; p=0.03) and insulin (r=0.262; p=0.047) at 1 month were correlated with infant weight gain at 1 month. Conclusion: Breast milk hormones are similar at birth in all groups but the concentration decreases from colostrum to mature milk. SGA had a significant reduction in leptin and insulin concentration. This study demonstrates breast milk metabolic anticipation on SGA, probably is related to early catch up at 1 month of life.
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Repercussões materno-fetais da deficiência de vitamina D em mulheres com diabetes gestacional

Weinert, Letícia Schwerz January 2013 (has links)
O estudo das funções extra-esqueléticas da vitamina D vem ampliando-se nos últimos anos. Na gestação, a preocupação com os níveis de vitamina D maternos ocorre pela necessidade desta vitamina para a formação do esqueleto fetal e pela associação da hipovitaminose D com desfechos adversos materno-fetais. Para o recém-nascido (RN), as complicações incluem o baixo peso ao nascer, o comprometimento do crescimento longitudinal e as infecções respiratórias. Para a gestante, a deficiência de vitamina D vem sendo associada à alteração na homeostase glicêmica e ao aumento da incidência de diabetes gestacional (DG) , à pré-eclâmpsia e à vaginose bacteriana. Entretanto, a evidência científica atual ainda é controversa e não há definição estabelecida sobre o real benefício da suplementação da vitamina D na gestação. O diabetes gestacional, por sua vez, também está associado a desfechos adversos para a gestante e para a prole. Para o feto, há aumento da incidência de prematuridade, macrossomia, distócia de ombro e hipoglicemia neonatal; enquanto para a mãe, há associação com aumento da taxa de cesariana, pré-eclâmpsia e diabetes pós-gestacional. Desta forma, os desfechos adversos da hipovitaminose D e do DG presentes de forma simultânea na gestação podem ser aditivos. Este artigo propõe-se à revisão das repercussões da deficiência da vitamina D e do DG na gestação, para a mãe e para o RN, e discute a potencial repercussão da associação de ambas situações já que a hipovitaminose D pode estar relacionada com aumento da ocorrência de DG. / Extra-skeletal functions of vitamin D have been studied in the last years. During pregnancy, the concern with vitamin D levels is justified by its importance for the fetal skeleton development and by the association of hypovitaminosis D with adverse maternal and fetal outcomes. For the newborn, adverse outcomes include low birth weight, impaired longitudinal growth and respiratory infections. For the women, vitamin D deficiency has been associated with glucose homeostasis impairment and increased incidence of gestational diabetes (GD), preeclampsia and bacterial vaginosis. However, the available scientific data is still controversial and the real benefit of vitamin D supplementation during pregnancy is not defined. Hyperglycemia during pregnancy is also associated with increased rates of perinatal adverse outcomes. For the fetus and the newborn, GD is associated with an increased incidence of prematurity, macrosomia, shoulder dystocia and neonatal hypoglycemia; for the mother, there are increased rates of cesarean delivery, preeclampsia and type 2 diabetes. Therefore, adverse outcomes of hypovitaminosis D and GD present simultaneously during pregnancy could be additive. This manuscript aims to review the impact of vitamin D deficiency and of GD for the women and the newborn, and to discuss the potential association between these two clinical situations since hypovitaminosis D may increase the risk for GD.

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