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Um percurso psicanalítico pela mística, de Freud a Lacan

Terêncio, Marlos Gonçalves January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. / Made available in DSpace on 2012-10-23T02:48:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 246832.pdf: 1101341 bytes, checksum: ffa45a158ddda72e39b21e2eb71d7cca (MD5) / A presente pesquisa objetivou explicitar as considerações psicanalíticas sobre a Mística que podem depreender-se da obra de Freud, Lacan e comentadores, tomando-se como diretrizes as incursões dos dois primeiros na temática. Para tanto a investigação orientou-se sobre três eixos temáticos: 1) a discussão entre Freud e Romain Rolland a respeito do "sentimento oceânico", a partir da qual se articularam conceitos como regressão, narcisismo, luto e melancolia; 2) o conceito de gozo feminino, que Lacan relaciona claramente ao gozo dos místicos, para cuja discussão são abordadas outras modalidades de gozo e as fórmulas da sexuação; e 3) a relação entre o misticismo e o não-sentido, na qual discute-se a possibilidade de que certas experiências místicas possam ou não provocar o despertar do âmbito do sentido. Lateralmente, também são analisadas possíveis relações entre a Mística e as estruturas clínicas psicanalíticas, e em especial, a psicose. O conceito de sublimação, de Freud a Lacan, torna-se imprescindível para a apreciação do tema em todas as suas facetas, permitindo concluir que a Mística encontra-se a meio caminho entre o campo da religião e da arte. Por um lado, a Mística aproxima-se da religião, pois produz incessantemente sentidos sobre uma fusão imaginária entre o sujeito e o absoluto. Por outro, a Mística parece atrelar-se à arte enquanto bordejamento da Coisa - objeto perdido do desejo - sendo, portanto, um gozo dos próprios limites da ordem simbólica, por onde toca no real, no não-sentido. Em sua faceta mais radical, a Mística parece realizar a face derradeira da pulsão, aquela de morte, provocando um despertar absoluto do sentido que se assemelha a uma morte subjetiva, mas que, paradoxalmente, não eclipsa completamente o sujeito, o qual permanece amarrado ao mundo simbólico, fazendo laço social.
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Música e movimentos sociais

Piana, Marivone January 2009 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. / Made available in DSpace on 2012-10-24T13:58:06Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / O objetivo principal deste trabalho é analisar a influência do campo religioso da Igreja Católica sob perspectiva da Teologia da Libertação, que marca a produção e/ou utilização de músicas por parte dos movimentos sociais, especialmente o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Os estudos em torno do tema música e movimentos sociais só começam a aparecer de forma significativa, quando se considera a dimensão cultural na análise desses movimentos. O foco investigativo central são as músicas tanto do campo religioso aqui determinado, quanto àquelas do MST, produzidas ao longo de sua trajetória histórica, no intuito de perceber em que medida as marcas religiosas desaparecem e/ou permanecem. As músicas, tanto dentro da Igreja quanto do MST, tornaram-se instrumentos preponderantes para a resignificação de valores, de crenças e também de visão de mundo, sendo possível articular fé religiosa com opção política de esquerda. Além disso, permitiu que, com o processo de secularização e desencantamento, a dimensão simbólica não fosse deixada de lado. Na verdade, o que houve, foi um encantamento resignificado, com diálogos possíveis, inclusive com outras tradições religiosas, especialmente dos povos originários da América Latina. Palavras chave: música, movimentos sociais, MST, mística, dimensão simbólica.
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Intuição bergsoniana

Habitzreuter, Valdemar January 2011 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-25T14:57:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 294657.pdf: 867882 bytes, checksum: 52365eeeb70cda565f1db5fedece8424 (MD5) / Esta dissertação tem o intuito de mostrar que a filosofia de Bergson apóia-se em novas categorias que nos indicam um novo modo de filosofar, frente ao modo tradicional de outros pensadores. Em Bergson o intelecto humano, por si só, não é suficiente para fazer filosofia e se alçar como detentor do conhecimento do real. Para tanto, o conhecimento intuitivo tem papel fundamental e deveria orientar toda filosofia. A intuição bergsoniana anda de par com a concepção de duração do tempo real (durée): a duração requer a intuição em que a realidade é conhecida porque vivenciada de dentro. Essa vivência (ou intuição) é conhecimento experimental do espírito, como um transporte ao interior do objeto, e sendo que dessa forma conhece-o de uma maneira absoluta, ao passo que a inteligência relaciona-se à distância com o objeto e, portanto, tem um conhecimento relativo dele. Numa outra perspectiva, o conhecimento intuitivo é um contato com a força criadora que os místicos vivenciam: o élan vital, que é a força dinâmica que cria, impõe uma progressão evolutiva de autoconsciência em que seres vivenciam uma realidade que é a superação do modo do conhecimento intelectual - voltada para a técnica - e, através da intuição, inserem-se no movimento evolutivo criativo, atingindo a esfera da mística que lhes proporciona o desfrute da plenitude da vida. / Cette dissertation a pour but montrer que la philosophie de Bergson s'appuye sur des nouvelles categories qui nous montrent une façon différente de philosopher en comparaison avec la philosophie tradicionnelle des autres penseurs. Chez Bergson la connaissance intellectuelle par soi même n'est pas suffisant pour faire philosophie et se soulever comme détentrice de la connaissance du réel. La connaissance intuitive a un rôle fondamental et devrait guider toute la philosophie. L'intuition bergsonienne va de pair avec la conception de durée ou temps réel. La durée demande l'intuition par laquelle la realité est connue parce que vécue du dedans. Cette expérience vécue (ou intuition) est une connaissace experimentale de l'esprit comme un transport à l'interieur de l'objet et de cette façon en le saisissant d'une façon absolue, tandis que l'intellegence fait des relations avec l'objet à distance et pourtant a une connaissace relative de lui. En fin de compte, la connaissace intuitive est un contact avec la force créatrice que les mystiques expérimentent: l'élan vital, qui est une force dynamique qui crée, impose une progression évolutive de la conscience de soi où des êtres éxperimentent une réalité qui est le surpassement de la connaissance intellectuelle tournée vers la tecnique et, par l'intuition, ils s'insèrent dans le mouvement évolutive créatrice, en atteingnant le domaine de la mystique qui leur proportionne la jouissance de la vie pleine.
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Ontologia e conhecimento no tratado V.3 (49), de Plotino

Gollnick, Silvania January 2005 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia / Made available in DSpace on 2013-07-16T00:16:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 224621.pdf: 627763 bytes, checksum: 6d9c1592df45f14961cebedbaeae78ef (MD5) / A primeira parte da dissertação é constituída dos comentários ao Tratado 49 (V.3), de Plotino, no qual o filósofo reflete sobre aquilo que seria capaz de autoconhecimento. Ele começa avaliando o raciocínio e a discursividade, nos quais não encontra tal capacidade, porém, afirma que a alma pode elevar-se a um modo de conhecimento superior à razão, tornando-se o Intelecto. Passa a descrever o processo da intelecção e conclui que há nele identidade entre sujeito, objeto e ato e que nessa reflexividade perfeita encontra-se o conhecimento de si. Mas, a intelecção exige uma unidade transcendente como fundamento e, portanto, Plotino passa a questionar como do Uno surge o múltiplo, apresentando a processão e a gênese simultânea do Intelecto e da multiplicidade dos entes. Salienta que o Uno em sua simplicidade e inefabilidade é potência de tudo e termina afirmando que a alma que tenha ascendido ao Intelecto pode, ao voltar-se exclusivamente para o Uno, ter um contato direto com aquele princípio transcendente se ela abandonar tudo. A segunda parte da dissertação articula os temas que Plotino apresentou. Aprofunda a discussão da gênese conjunta do Intelecto e da multiplicidade de entes, tratando da emanação e da relação estabelecida pelo retorno para o Uno, e do Ente pré-noético, o qual, ao tentar conhecer o Uno produz em si mesmo o uno-múltiplo inteligível. Na continuidade, é apresentada a estreita correlação entre os vários níveis ontológicos e os níveis do "eu", mostrando a mobilidade do "si" através dos diferentes graus de unidade e interioridade. Em seguida, as condições a que deve submeter-se o conhecimento para ser verdadeiro conhecimento de si, que é conhecimento do Todo e é representado pela intelecção, um processo no qual, ao intencionar o Uno, o múltiplo delimita essências produzindo inteligíveis. Tal processo é não-discursivo e tem de ser desdobrado e fragmentado para ser expresso no discurso. Quanto ao Uno, há impossibilidade de expressá-lo, tendo em vista sua potência infinita e sua simplicidade absoluta; pode-se, porém, falar sobre o Uno com um discurso apofático. Ao final, é avaliada a ascese plotiniana e a propriedade de qualificá-la The first part of the dissertation is composed of the commentaries on Treaty 49 (V.3), of Plotinus, in which he reflects on that which would be capable of self-knowledge. He begins evaluating reasoning and discursivity, in which he does not find such capacity. However, he states that the soul can ascend to a way of knowledge superior to reason, becoming Intellect. He then describes the process of intellection and concludes that there is identity in it among subject, object and act and that in this perfect reflexivity one finds self-knowledge. But, intellection requires a transcendent unity as a foundation and, therefore, Plotinus begins questioning how the multiplicity comes from the One, presenting the procession and the simultaneous genesis of Intellect and of the multiplicity of beings. Pointing out that the One, in its simplicity and ineffability is the potency of all, he ends affirming that the soul which has already ascended to Intellect can, by turning exclusively to the One, have a direct contact with that transcendent principle, if it lets everything go. The second part of the dissertation articulates some topics presented by Plotinus. With a careful exam of the conjunct genesis of Intellect and of the multiplicity of beings, it deals with the emanation and the relation established by the conversion of the multiple to the One and with the pre-noetic Being, which, by trying to know the One, produces in himself the intelligible one-multiple. Next, the intimate correlation of the various ontological levels with the levels of the "I" is presented, showing the mobility of the "self" through different degrees of unity and interiority. After that, the conditions to which knowledge has to submit in order to be true self-knowledge are examined. This knowledge is knowledge of all, is represented by intellection, a process in which, by the intentional return to the One, the multiple delimitates essences, producing intelligible beings. This process is non-discursive and has to be deployed and fragmented in order to be expressed in discursive reason. As to the One, it is impossible to express it, taking into account its infinite potency and its absolute simplicity. We may, however, speak about the One using apophatic discourse. At the end, plotinian ascent and the convenience of qualifying it as mystic are evaluated.
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A dimensão educativa da mística sem terra

Medeiros, Evandro Costa de January 2002 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. / Made available in DSpace on 2012-10-19T22:14:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 184434.pdf: 546968 bytes, checksum: 1fe3d27e9014daace5158ceca7a30118 (MD5) / Análise sobre o caráter educativo da Mística Sem Terra, desenvolvida pelos educadores e educandos do Curso de Formação de Militantes da Escola Nacional "Florestan Fernandes", pertencente ao MST. Resulta diretamente de pesquisa participante realizada durante os 3 meses de atividades pedagógicas da XVII Turma do Curso de Formação Política. Assumindo a mística em um sentido sociopolítico e ideológico, buscou-se demonstrar de que modo ela se desenvolve no interior da escola como uma celebração coletiva e como uma manifestação cotidiana, que se expressa através das relações sociais. A partir disso e ao estimular a reflexão crítica sobre a realidade, a mobilização social (ação direta), o resgate da memória, o cultivo de utopias e a produção de valores humanistas, buscou-se refletir sobre a forma pela qual a mística se apresenta: como um importante instrumento pedagógico capaz de contribuir para a transformação cultural do indivíduo e para a consolidação de uma identidade coletiva dos sujeitos sociais, fortalecendo-os para a luta por uma nova ordem social (hegemonia). No bojo dessa reflexão, compreendendo a mística como uma prática capaz de alimentar a sensibilidade humana para questões sociais e estimular a cidadania ativa, sustentou-se também sua contribuição no processo de (re)humanização das pessoas e a sua afirmação como um dos pilares de sustentação da força política do MST.
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Desejo de Deus : as lagrimas e a representação do ideal monastico primitivo em hadiografias medievais portuguesas

Candolo, Teresa 05 August 2002 (has links)
Orientador : Haquira Osakabe / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-01T07:04:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Candolo_Teresa_D.pdf: 28407787 bytes, checksum: b641c3a81bfd539eb59b7c0781c76a99 (MD5) Previous issue date: 2002 / Resumo: O presente trabalho consiste na análise da hipótese de as lágrimas constituírem elemento significativo na economia de hagiografias medievais portuguesas, contribuindo para a representação da santidade nos personagens desses textos. Para tanto, constituímos um corpus de hagiografias - o legendário da Collecção Mystica de Frei Hylario de Lourinhaã, do códice de Lisboa BNL ALC 462, que contém dez vidas de santos - e um segundo corpus, composto de textos de espiritualidade e doutrina medievais. Ambos os corpora advêm do mesmo scriptorium, do mosteiro português cisterciense de Alcobaça, do período que compreende os séculos XIV e XV, e os textos encontram-se em português arcaico. A partir de reflexão acerca da doutrina do dom de lágrimas, ou Penthos, que surgiu no início do monaquismo, com os Padres do Deserto, e perdurou no ambiente monástico de toda a Idade Média Ocidental, analisamos as hagiografias portuguesas. Para tanto, valemo-nos também dos tratados espirituais que compõem o segundo corpus, a fim de verificar a operância do conceito dentro do scriptorium que produziu as versões das hagiografias analisadas. Os resultados foram muito positivos: a doutrina do dom de lágrimas está fortemente presente nos tratados espirituais encontrados em Alcobaça; a biblioteca desse mosteiro possui, inclusive, textos fundamentais para o estabelecimento da doutrina das lágrimas em testemunhos do século XV, em português. Nas hagiografias, as lágrimas são atributos dos personagens mais santos, dos quais o hagiógrafo valeu-se para externar a compunção de temor - o arrependimento pelos pecados - e a compunção de amor - o desejo de Deus - experienciados pelos personagens. As duas compunções, de temor e de amor, são os componentes da doutrina do dom de lágrimas cristão medieval / Abstract: This work consists of an analysis of the hypothesis that the tears constitute a meaningful element in the economy of the Portuguese medieval hagiographies, and that they contribute to the representation of sanctity of the characters of such texts. In order to do so, we set up a corpus of hagiographies - the legendary from the Collecção Mystica de Frei Hylario de Lourinhaã, from the Lisbon codex BNL ALC 462, which contains ten Lives of Saints - and a second corpus, composed of texts on spirituality and medieval doctrines. Both corpora come from the same scriptorium of the Portuguese cistercian monastery of A1cobaça.They belong to the period that comprises the XIV and XV centuries, and their texts are written in archaic Portuguese. We analysed the Portuguese hagiographies by reflecting on the doctrine of the gift of tears, or Penthos, which began in the outset of the monasticism, with the desert fathers, and endured in the monastic environrnent throughout all Western medieval times. To do that, we also made use of the spiritual treatises that make up the second corpus, so as to check the cogency of the concept within the scriptorium that produced the hagiographies in questiono The results were very positive, as the doctrine of the gift of tears is steadily present in the spiritual treatises that were found in Alcobaça. The library of that monastery has texts in Portuguese that are fundamental for the establishment of the doctrine of the tears in the testimonies of the XV century. In the hagiographies, the tears are attributes of the holiest characters, the ones who the hagiographer used to externalize the compunction of fear - the repentance for the sins - and the compunction of love - the desire for God - that they underwent. Both compunctions, of fear and love, are the components of the medieval Christian doctrine of the gift of tears / Doutorado / Teoria Literaria / Doutor em Letras
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[en] FOR A LEARNED RESIGNATION: SAYING AND SHOWING IN WITTGENSTEIN / [pt] POR UMA DOUTA RESIGNAÇÃO: DIZER E MOSTRAR EM WITTGENSTEIN

MARIA PRISCILLA VIEIRA C FAMILIAR 07 May 2012 (has links)
[pt] Wittgenstein introduz, em seu Tractatus Logico-Philosophicus, sua célebre distinção entre dizer e mostrar. Segundo ele, o inefável é aquilo que se mostra. Denomina-o de o místico. O lugar na arquitetônica da obra das proposições que o concernem é extremamente enigmático. Como as outras passagens são classicamente mais discutidas e aquelas concernentes ao místico costumam ser consideradas mais obscuras, deter-se-á nelas de forma especial na tentativa de que uma melhor compreensão delas ajude a lançar nova luz sobre a referida distinção. Pretende-se mostrar que talvez essas passagens finais do Tractatus não sejam um elemento tão estranho quanto possa parecer. Para isso, será abordada, primeiramente, a crítica da linguagem que Wittgenstein faz no Tractatus de modo a contextualizar a elaboração da distinção entre dizer e mostrar. A seguir, mas ainda no primeiro capítulo, a operação de negação ajudará a apontar os limites entre o que pode e o que não pode ser pensado. Em um segundo capítulo, serão apresentadas algumas questões a respeito da não conformidade entre seu livro e sua teoria semântica, bem como observações sobre a inserção do místico nesta sua obra. Após delinear a proposta do Tractatus e os conflitos envolvidos em sua interpretação, em um terceiro capítulo, se tentará contribuir para o esclarecimento de alguns aspectos obscuros concernentes à referida distinção. Receberá particular atenção, neste momento, a noção de místico e a ética tractatiana. / [en] Wittgenstein introduces, in his Tractatus Logico-Philosophicus, his famous distinction between saying and showing. According to him, the ineffable is what shows itself. He called it the mystical. The place in the architecture of his work of the propositions that concerns it is extremely enigmatic. Since the other passages are classically more discussed and those concerning the mystical used to be considered more obscures, we will focus on them in a special way in the attempt that a better understanding of them help to throw new light upon the mentioned distinction. We intend to show that perhaps these final passages of the Tractatus are not an element as strange as it may seem. In order to accomplish this, we will address first Wittgenstein’s critique of language in the Tractatus, so as to contextualize the development of the distinction between saying and showing. Next, but still in the first chapter, the operation of negation will help to point out the limits between what can and what cannot be thought. In a second chapter, we will present some issues regarding the non-conformity between his book and his semantic theory, as well as comments on the inclusion of the mystical in his work. After outlining the proposal of the Tractatus and the conflicts involved in its interpretation, in a third chapter, we will attempt to contribute to the clarification of some unclear features concerning such distinction. It will receive particular attention in this part the notion of mystical and the ethics of the Tractatus.
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Uma medicina espiritual?

Míkola, Nadia January 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em História / Made available in DSpace on 2013-06-25T21:23:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 311401.pdf: 1112270 bytes, checksum: 65c6eaa1230ba8d12be69ade134897a4 (MD5) / A propagação da homeopatia no Brasil enfrentou muitos obstáculos e sua trajetória foi e continua sendo marcada por constantes tentativas de legitimação. No momento de sua inserção no cenário brasileiro, em 1840, a homeopatia sofreu inúmeras críticas da medicina oficial que, por medo de perder seu poderio, marginalizava a mesma através de seu racionalismo científico, enfatizando um caráter obscuro e místico na medicina de Hahnemann. A homeopatia então buscou aliados, primeiro no catolicismo, e após 1860, no espiritismo. Tal aproximação se deu, sobretudo devido ao conceito de força vital sugerido por Hahnemann e o de fluido vital sugerido por Allan Kardec, codificador da doutrina espírita. Pretende-se então entender esta relação existente entre homeopatia e espiritismo no século XIX. / The spread of homeopathy in Brazil faced many obstacles and his career was and is marked by constant attempts to legitimize. At the time of its insertion in the Brazilian scene in 1840, homeopathy has suffered numerous medical reviews officer who, for fear of losing their power, marginalizing it through his scientific rationalism, emphasizing a dark and mystical character in medicine from Hahnemann. Homeopathy then sought out allies, first in Catholicism, and after 1860, in Spiritualism. Such an approach was made, mainly due to the concept of vital force by Hahnemann and suggested the lifeblood suggested by Allan Kardec, codifier of Spiritism. The aim is then to understand this relationship between homeopathy and spiritualism in the nineteenth century.
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A virada mística

Sell, Carlos Eduardo January 2004 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. / Made available in DSpace on 2012-10-21T11:38:04Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / O objetivo fundamental deste trabalho é analisar o discurso místico da teologia da libertação, apontando suas principais características e destacando sua influência na modificação das relações entre a teologia da libertação e o campo social e religioso no Brasil. O trabalho divide-se em três partes. A primeira parte visa situar a problemática da pesquisa no contexto social e no contexto religioso do Brasil. Desta forma, discutem-se as teorias da modernidade técnica e a teoria da modernidade religiosa, bem como explicita-se a hipótese da virada mística da teologia da libertação. A segunda parte busca fazer uma ampla reflexão sobre a mística, adotando uma perspectiva histórico-conceitual, teológico-filosófica e ainda sociológica. Na terceira parte, a partir da técnica de análise de conteúdo, analisam-se as características do discurso místico da teologia da libertação, desenvolvidas no Brasil nas obras de Frei Betto e Leonardo Boff, mostrando de que forma este discurso redefine as relações entre catolicismo libertador, modernidade social e modernidade religiosa no Brasil. A hipótese central do trabalho é que o discurso místico da teologia da libertação pode ser entendido como um processo de "recomposição" desta vertente teórica às condições da modernidade social e da modernidade religiosa no Brasil.
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[en] MYSTICISM AND COMPASSION: THE THEOLOGY OF THE FOLLOWING OF JESUS ACCORDING TO THOMAS MERTON / [pt] MÍSTICA E COMPAIXÃO: A TEOLOGIA DO SEGUIMENTO DE JESUS EM THOMAS MERTON

GETULIO ANTONIO BERTELLI 19 August 2005 (has links)
[pt] A presente tese traz como título: Mística e Compaixão: A Teologia do Seguimento de Jesus em Thomas Merton. Ela aborda a teologia espiritual de um dos maiores místicos do século XX, que fez a síntese harmônica entre espiritualidade e solidariedade, contemplação e ação. Sua mística é apresentada aqui como o encontro existencial com o mistério sublime de Deus, da criação e do ser humano. No encontro com esse tríplice mistério (mística), o ser humano se constitui como tal e sem ele a vida perde profundidade e transparência. Pois ainda hoje, em plena era espacial, ecológica e nuclear, o centro do universo continua a ser o coração humano, feito para o Transcendente. O mistério da criação consiste no fato de ela ter o ser e a vida a partir de Outro, ex nihilo, que não Se comporta como usuário ou proprietário, apesar de ver que tudo é bom e belo. Um tal amor infinito, respeitador da alteridade, ocultando-se e se tornando invisível para deixar suas criaturas ser, é paradigmático para nós hoje e inspira o cuidado responsável por todas as formas de vida, humanas e não-humanas. Destarte, a mística mertoniana apresenta um duplo movimento, a saber ascendente: de abertura para Deus e descendente: de abertura ao mundo (na metáfora includente da compaixão), que consiste no empenho por promover a paz, a justiça e cuidado responsável pela criação/ecologia. E pelo fato de a teologia do seguimento de Jesus em Merton ter profundas bases bíblicas, interpretadas numa dimensão libertadora, ecumênica e macroecumênica, ela é capaz de embasar a espiritualidade da libertação latinoamericana: Uma espiritualidade de resistência profética diante das forças desumanizadoras e opressoras do mundo globalizado excludente; uma espiritualidade da solidariedade, que se coloca ao lado das vítimas em seu sofrimento e se engaja na utopia de minimizar a fome e miséria no mundo, até se tornar topia; e, finalmente uma espiritualidade da criação, morada de Deus e do humano. Destarte, nosso objetivo será mostrar que Merton é de fato um dos precursores da espiritualidade da paz na América do Norte, e da teologia da libertação latino-americana. / [en] The theme of this thesis is: Mysticism and Compassion: The theology of following of Jesus according to Thomas Merton. It focuses on the spiritual theology of one of the best known mystics of the 20th century, who made a harmonic synthesis between spirituality and solidarity, contemplation and action. His mysticism is presented here as the existential encounter between the sublime mystery of God, of creation and of the human being. In the encounter with this threefold mystery (mysticism), the human being constitutes herself and without it life loses its deepness and tranparency. Even today, when we live in a spacial, ecological and nuclear era, the center of the universe still continues to be the human heart, made for the Transcendent. The mystery of creation consists in having its being from Another one, ex nihilo, Who does not behave as user or owner, in spite of seeing that everything is good and beautiful. Such an infinite love, respecting variety, hiding Herself and becoming Invisible in order to let Her creatures be, is paradigmatic for us nowadays, and inspires a responsible care for all forms of life, both human and non-humans. Mertonian mysticism has a double movement, namely: ascendent: opening toward God and descendent: opening to the world (compassion), who endeavors to promote peace, justice and the responsible care for creation/ecology. So, his spirituality of following of Jesus is able to embrace the Latin American spirituality of liberation: a spirituality of prophetic resistance against the dehumanizing, oppressive and excluding causes of Globalization; a spirituality of solidarity, that shares the suffering of its victims and the utopia of minimizing hunger and misery in the world, till it becomes topia; and, finally, a spirituality of creation. So, our argument is to prove that Merton is the forerunner of the spirituality of peace, feminism and macroecumenism in North America; and the forerunner of theology and the spirituality of liberation in Latin America.

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