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Trabalhadoras e suas jornadas : reflexões sobre a terceirização em um órgão público federalChagas, Herika Christina Amador 06 March 2014 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2014. / Submitted by Ana Cristina Barbosa da Silva (annabds@hotmail.com) on 2015-02-26T19:06:13Z
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2014_HerikaChristinaAmadorChagas.pdf: 1461605 bytes, checksum: 5f9009c0159ce985a99afdeea58756cb (MD5) / A pesquisa desenvolvida nas páginas seguintes tem por objetivo colocar em evidência o trabalho realizado cotidianamente por um grupo de mulheres, trabalhadoras terceirizadas do ramo de limpeza e conservação em um órgão público federal, tanto na dimensão comumente chamada produtiva, quanto no âmbito doméstico, realizando trabalhos silenciosos e invisibilizados de reprodução social e cuidados. A incursão etnográfica ocorreu de maneira intermitente entre 2012 e 2013. Acompanhei, majoritariamente, seis mulheres trabalhadoras. Para compreender as múltiplas jornadas laborativas das interlocutoras, analiso a expansão do sistema neoliberal no Brasil a partir do final da década de 1980 –estendendo pelas décadas seguintes –, apresentando os motivos que fazem com que essa forma de governança afete os tipos de contratação e vínculos empregatícios no país, dando ênfase à terceirização de serviços. Abordo ainda a divisão sexual do trabalho, entendendo essa forma de divisão social do trabalho enquanto hierárquica e apartadora de homens e mulheres na dimensão do labor nas esferas produtivas e reprodutivas. Aliada a esses debates está a importância do tempo nas narrativas das trabalhadoras e a maneira como lidam todos os dias com a compressão temporal que coloca o trabalho assalariado como o marco do tempo útil, alocando todos os outros tempos necessários ao bem-estar social em posições secundárias. Temas como saúde e adoecimento e, ainda, as fofocas no local de trabalho apareceram como relevantes no dia adia das trabalhadoras e por isso ganharam espaço também na dissertação, demonstrando haver poder de negociação e geração de conflitos no ambiente laboral. A análise permite ainda problematizar a relação complexa existente entre a terceirização e a precarização das relações de trabalho. ___________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The research developed in the following pages aims to highlight the work done daily by a group of women who are outsourced workers occupied with cleaning and maintenance in a federal government agency. Both with regard to the commonly called productive dimension, as in the domestic sphere, they perform silent and invisible work of social reproduction and care. The ethnographic incursion occurred intermittently between 2012 and 2013, mostly with six women workers. To understand the multiple work-related journeys of interlocutors, I analyze the expansion of the neoliberal system in Brazil from late 1980‟s – extending to the following decades – and give reasons that make this form of governance affect the types of employment in the country, with emphasis on outsourcing services. I also deal with the sexual division of labor, understanding this form of social division of labor as hierarchical and dividing of men and women in the dimension of labor in the productive and reproductive spheres. Allied to these debates is the importance of time in the narratives of workers and the way they deal every day with the time compression which turns wage labor into a marker of useful time, and relegates all other kinds of time necessary to social well being to a secondary position. Topics such as health and illness, and also the gossip in the workplace appeared to be relevant in everyday work and therefore also gained ground in the dissertation, demonstrating that there was bargaining power and also generation conflicts in the work environment. The analysis also allows me to further discuss the complex relationship existing between outsourcing and precarization of labor relations.
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Serviço Social: uma profissão de mulheres para mulheres? : uma análise crítica da categoria gênero na histórica "feminização" da profissãoCisne Álvaro, Mirla January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / A marca da feminização no Serviço Social acompanha a profissão desde a sua
gênese. Todavia, ela não se desenvolve espontaneamente e possui
determinações histórico-concretas fundadas em uma cultura de subordinação das
mulheres, com nítidos interesses de classe. Este fato pode ser percebido por meio
da responsabilização das mesmas pela reprodução social, reforçando a
naturalização de papéis conservadores de gênero. Nesta perspectiva, faz-se
necessário apreender criticamente as formas de construção das relações entre
gênero e Serviço Social na sociedade capitalista. Parte-se, então, da premissa
que a feminização de determinados papéis, atividades e profissões faz parte de
estratégias de produção e reprodução do capital voltadas para a desqualificação
da força de trabalho, neste caso especifico, da mulher. A busca por desvelar a
essência destes fenômenos impõe, necessariamente, a utilização da matriz
teórico-metodológica marxista. Para tanto, procura-se compreender as categorias
gênero e divisão sexual do trabalho na dinâmica das relações sociais, políticas e
econômicas, de modo a contribuir para o alcance de subsídios concretos para a
análise das relações de gênero na categoria profissional, bem como no seu
público usuário. As dificuldades para que a categoria profissional perceba, resista
e conseqüentemente se oponha às implicações do conservadorismo de gênero na
profissão limitam o processo de renovação e valorização do Serviço Social e,
também, a afirmação de seu compromisso com segmentos oprimidos e
explorados da sociedade. Dentre estes segmentos, destacam-se as mulheres, que
sofrem atualmente, dentre outras refrações da questão social , a chamada
feminização da pobreza , fruto de desigualdades e subalternidades sofridas na
sociedade. Portanto, é fundamental analisar as concepções de gênero das
Assistentes Sociais, tendo em vista a persistência do conservadorismo na cultura
profissional. A delimitação desta pesquisa encontra-se na Assistência Social, por
ser uma área privilegiada para análise das relações de gênero, à medida que a
constituição do seu público usuário e profissional é majoritariamente feminina
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O trabalho nosso de cada dia : determinantes do trabalho doméstico de homens e mulheres no BrasilPinheiro, Luana Simões 21 August 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2018. / O objetivo deste trabalho é analisar os determinantes da participação e das jornadas em trabalho doméstico não-remunerado de homens e mulheres casados no Brasil. Para tanto, foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o período de 2001 a 2015. Os dados coletados mostram que, tanto do ponto de vista da participação, quanto das jornadas em trabalho doméstico, é possível identificar um fenômeno de convergência de gênero, com uma significativa redução nas desigualdades entre homens e mulheres ao longo dos anos. Isso não significa que exista uma redistribuição do trabalho doméstico, já que ainda que uma proporção maior de homens esteja realizando trabalho reprodutivo, o número de horas que dedicam a estas atividades é exatamente o mesmo ao longo dos anos analisados. A permanente responsabilização feminina por este trabalho, em um contexto no qual as mulheres também assumem responsabilidades no mercado de trabalho, faz com que as mulheres sempre trabalhem mais do que os homens, indicando que a divisão sexual do trabalho no Brasil é desigual, não sendo um simples espelhamento das responsabilidades femininas e masculinas nos trabalhos pago e não-pago. Diante deste cenário, procurou-se identificar o que levaria homens e mulheres a se envolverem de forma tão distinta no trabalho reprodutivo. Os resultados indicam que, ainda que as diversas abordagens teóricas sejam válidas para o caso brasileiro, é a vigência de normas e valores de gênero tradicionais que explicam de forma mais decisiva o envolvimento feminino e masculino neste campo. Isto pode ser percebido por alguns fatores: i) sexo é a variável mais importante para explicar a participação e as jornadas reprodutivas dos casais brasileiros; ii) a capacidade explicativa dos modelos de regressão, bem como os termos da constante são sempre superiores para as mulheres; iv) a absoluta maioria das desigualdades de gênero no trabalho reprodutivo se deve a fatores não-observáveis – ou ao “termo de gênero” – e não a características observáveis; v) para as mulheres, as normas de gênero conseguem subverter os pressupostos da teoria da barganha e a perspectiva do “gender display” é válida, ainda que para a grande maioria dos homens, a teoria das trocas econômicas faça mais sentido; e v) gênero interfere na forma como as abordagens teóricas atuam, sendo as jornadas e a participação femininas mais sensíveis às variáveis explicativas do que as masculinas. / The aim of this work is to analyze the involvement and working hours of married men and women in unpaid household labour in Brazil. In order to perform such analysis, data from The National Household Sample Survey (PNAD) led by The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) was used to cover a period of 15 years (2001-2015). Collected data showed a phenomenon of gender convergence, in both involvement and working hours in domestic chores, with a significant reduction of gender inequality during the course of the years. However, this does not mean that there was a redistribution of domestic chores. Although there was an increase in the percentage of men doing unpaid work, the number of hours that are spent doing such activities remained the same throughout the years analyzed. Furthermore, the permanent female responsibility for housework in a context that women also go out to work, suggests that women always work longer hours than men and that the gender division of work in Brazil is unequal. In this context, we aimed to identify what factors contribute to the different commitment to housework seen between the two genders. Our results suggests that although several theoretical approaches could explain what is seen in Brazil, the validity of norms and the traditional gender roles can better explain the involvement of both genders in unpaid work. A few factors that exemplify this theoretical approach are: i) sex is the most important independent variable to explain the participation and reproductive journey of Brazilian couples; ii) the goodness-of-fit of regression models as well as constant terms are always higher for women than men; iii) the majority of gender inequality at household labour work is due to non-observable factors – or “gender term” – instead of observable factors; iv) at least for women, gender norms can subvert the assumption of bargain theory and the perspective of gender display is valid; on the other hand, for the majority of men, the economic exchange theory makes more sense; and v) gender interferes in how all the theoretical approaches can determine housework, as both women’s involvement and time spent at unpaid work are more sensible to the explanatory variables than what is seen for men. / L'objectif de cette étude est d'analyser les déterminants de la participation et de la durée au travail domestique non rémunéré des hommes et des femmes mariés au Brésil. Par conséquent, les données de l'Enquête Nationale sur les Ménages (PNAD) de l'Institut Brésilien de Géographie et de Statistique (IBGE) ont été utilisés pour la période 2001 à 2015. Les données recueillies montrent que, soit du point de vue de la participation, soit de la durée du travail domestique, il est possible d'identifier un phénomène de convergence entre les sexes, avec une réduction significative des inégalités entre les hommes et les femmes au fil des ans. Cela ne signifie pas qu'il y ait une redistribution du travail, car même si une proportion plus élevée d'hommes sont en train de faire le travail « reproductif », le nombre d'heures consacrées à ces activités est le même au cours des années analysées. La responsabilité permanente des femmes pour ce travail, dans un contexte dans lequel les femmes ont aussi une responsabilité sur le marché du travail, fait travailler les femmes toujours plus que les hommes, ce qui indique que la division sexuelle du travail au Brésil est inégale. Dans ce contexte, on a cherché à identifier ce qui conduirait les hommes et les femmes à s'impliquer dans le travail « reproductif ». Bien que les différentes approches théoriques soient valables pour le cas du Brésil, les résultats indiquent que c’est la validité des normes traditionnelles de genre qui explique de façon plus décisive l'implication des femmes et des hommes dans ce domaine. Cela peut être perçu par certains facteurs: i) le sexe est la variable la plus importante pour expliquer la participation et la durée du travail « reproductif » des couples brésiliens; ii) la capacité explicative des modèles de régression, ainsi que les termes de la constante, sont toujours plus élevés pour les femmes; iii) la majorité absolue des inégalités entre les sexes dans le travail reproductif est due à des facteurs non observables - ou « terme de genre » - et non les caractéristiques observables; iv) pour les femmes, les normes de genre peuvent miner les hypothèses de la théorie de la négociation et de la perspective de « gender display » est valable, même si pour la grande majorité des hommes, la théorie des échanges économiques semble plus logique; et v) le genre interfére dans la façon dont les approches théoriques agissent, et la durée et la participation des femmes sont plus sensibles aux variables explicatives que celles observées pour les hommes.
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Divisão etária e sexual do trabalho: o sexo e a idade na dinâmica do capital flexível numa unidade de calçado de Ipirá-BASilva, Zilmar da 11 September 2008 (has links)
Submitted by Rangel Sousa Jamile Kelly (jamile.kelly@ufba.br) on 2012-07-12T20:22:55Z
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Previous issue date: 2008-09-11 / Este estudo busca compreender como o sexo e a idade, os mais antigos critérios de divisão social do trabalho, vêm sendo utilizados pelo capital na sua fase de acumulação flexível. Nossa análise sobre a divisão etária e sexual do trabalho tem como universo empírico uma unidade produtiva de calçado, de matriz gaúcha, implantada em 2003, no Município de Ipirá, na Bahia. Através da produção de dados quantitativos e qualitativos, identificamos uma força de trabalho jovem, bem distribuída do ponto de vista sexual, predominantemente solteira e com escolaridade igual ou superior ao segundo grau incompleto. Esse perfil é expressão da flexibilidade do tipo interna, através da qual a “empresa flexível” vem reduzindo custos com “inovações” no uso da mão-de-obra, nivelando, por baixo, os salários de homens e mulheres, independentemente das funções realizadas na produção e do tempo na empresa, tornando o tempo de trabalho o mais móvel possível, com férias fragmentadas e uso de banco de horas, além do uso “polivalente” da força de trabalho, o que a torna facilmente substituível. Esse perfil também é expressão da rígida divisão sexual das atividades produtivas, pela qual as mulheres realizam atividades de costura, preparação, acabamento e revisão, que requerem suas supostas habilidades de gênero, enquanto que os homens se encarregam do trabalho pesado, “grosso” e perigoso, realizado com ou sem máquinas, no solado, no corte e na montagem. Também, os mais velhos, vistos como “herdeiros da cultura fordista”, são excluídos do processo seletivo da empresa que prefere empregar trabalhadores(as) mais jovens e formá-los(as) para uma nova cultura de trabalho, “flexível” e “polivalente”. No entanto, essa nova cultura de trabalho faz uso de velhas práticas sociais de gênero, como as atividades diferenciadas por sexo. Assim, a empregabilidade de jovens, mulheres e homens se dá com o objetivo de exploração, através da intensificação dos ritmos de trabalho e da atualização de relações de dominação social. / Salvador
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Divisão sexual do trabalho e inconsciente político : histórias de mulheres em formação profissionalAlves, Cândida Beatriz 11 December 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-03-01T18:26:45Z
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Previous issue date: 2018-03-08 / Nesta tese, centramo-nos sobre a formação da identidade de gênero e como essa se relaciona com a divisão sexual do trabalho, dando ensejo ao que chamamos de alienação de gênero; nosso foco recai sobre mulheres mães e trabalhadoras que fazem formação técnica. Fundamentamo-nos no materialismo histórico-dialético de Marx e Engels e na psicanálise de Freud e Lacan. Entendemos que os seres humanos se constituem em um processo histórico e social, no qual o trabalho é elemento central, e que atua sobre a formação do inconsciente. É nesse sentido que falamos em inconsciente capitalista. A relação entre gêneros não é ditada por princípios biológicos, mas é antes social e histórica e reflete a estrutura social na qual está inserida, o que envolve as relações de produção e reprodução no sistema capitalista. A mulher é marcada por uma dupla opressão: a opressão do sistema em si e a da divisão sexual do trabalho. A educação profissional assumiu várias formas ao longo da história do Brasil, mas a divisão de classes sociais e de gênero lhe é uma constante. Recentemente, foram feitas reformulações para fomentar uma educação técnica crítica e emancipadora, que ainda precisam ser estudadas. Nosso objetivo nesta pesquisa é compreender como mulheres mães, trabalhadoras e estudantes da educação profissional formam e vivenciam sua identidade de gênero, tendo em vista que essa é influenciada pela divisão sexual do trabalho constituinte de um inconsciente capitalista. Nossa tese é a de que o inconsciente dos sujeitos imersos nesse sistema, assim constituído, fornece conteúdos simbólico-afetivos para a constituição de sua identidade de gênero, formada de maneira binária e rígida com relação ao desempenho do trabalho dito produtivo e reprodutivo, bem como a características de personalidade associadas. Assim, ficam os sujeitos cerceados em seu potencial criativo na constituição de sua identidade de gênero, fenômeno que chamamos de alienação de gênero. Esta pesquisa foi realizada com sete alunas do curso técnico em secretariado do Campus São Sebastião do Instituto Federal de Brasília, também mães e trabalhadoras, com exceção de duas. No início da pesquisa, as alunas tinham entre 26 e 65 anos e tinham um ou dois filhos. Utilizamos dois dispositivos para a nossa pesquisa. O primeiro deles foi o método formulado por Michael Balint para a análise das práticas profissionais, que consiste em grupos em que o pesquisador permite a circulação da fala. Realizamos quatro encontros quando as alunas cursavam o primeiro semestre do curso. Após as alunas concluírem o curso, conversamos individualmente com cinco das sete participantes. Realizamos uma análise interpretativa das histórias a partir de uma leitura psicanalítica dos processos de elaboração psíquica, considerando a presença do inconsciente e as cadeias significantes produzidas. Na fala dessas mulheres, fica claro como estão submetidas, desde crianças, à rígida divisão sexual do trabalho constituinte do sistema capitalista. Essa condição aliena-as de um potencial criativo de constituição da própria identidade de gênero. As participantes relataram incertezas e desamparo ao se tornarem mães. Seus sentimentos contraditórios com relação aos filhos atestam o caráter não natural da maternidade. Com relação à formação técnica, observou-se que as motivações para fazer e permanecer no curso foram diversas e complexas. Uma formação que ignore isso é uma formação que se baseia em uma compreensão superficial e dicotômica de ser humano que não se sustenta. / In this thesis, we focus on the formation of gender identity and how this relates to a sexual division of labor, giving rise to what we call the alienation of gender; our focus is on women working mothers who do technical training. We are grounded in the historical-dialectical materialism of Marx and Engels and in the psychoanalysis of Freud and Lacan. We understand that human beings constitute themselves in a historical and social process, in which work is a central elemento, and which acts on the formation of the unconscious. It is in this sense that we speak of a capitalist unconscious. The relationship between genders is not dictated by biological principles, but is rather social and historical and reflects the social structure in which it is inserted, which involves the relations of production and reproduction in the capitalist system. Women are marked by a double oppression: the oppression of the system itself and that of the sexual division of labor. Professional education has taken many forms throughout the history of Brazil, but the division of social classes and gender is a constant. Recently, reformulations have been made to foster a critical and emancipatory technical education. Our objective in this research is to understand how women mothers, workers and students of professional education form and experience their gender identity, considering that this is influenced by the sexual division of labor constituent of a capitalist unconscious. Our thesis is that the unconscious of the subjects immersed in this system, thus constituted, provides symbolic-affective contents for the constitution of its gender identity, formed in a binary and rigid way with respect to the performance of the so-called productive and reproductive work, as well as associated personality traits. Thus, the subjects are restricted in their creative potential in the constitution of their gender identity, a phenomenon we call gender alienation. This research was carried out with seven students of the technical course in secretariat of the São Sebastião Campus of the Federal Institute of Brasilia. At the beginning of the survey, the students were between 26 and 65 years old. We used two devices for our research. The first one was the method formulated by Michael Balint for the analysis of the professional practices, that consists in groups in which the researcher allows the circulation of the speech. We held four meetings when the students attended the first semester of the course. After the students complete the course, we talked to five of the seven participants individually. An interpretative analysis of the stories was made from a psychoanalytic reading of the processes of psychic elaboration, considering the presence of the unconscious and the significant chains produced. In the speech of these women, it is clear how they are subjected to the rigid sexual division of the labor constituent of the capitalist system. This condition alienates them from a creative potential for the constitution of gender identity itself. Participants reported uncertainty and helplessness as they became mothers. Her conflicting feelings about her children attest to the unnatural character of motherhood. Regarding the technical training, it was observed that the motivations to do and to stay in the course were diverse and complex. A formation that ignores this is a formation that is based on a superficial and dichotomous understanding of a human being that does not hold.
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Mulheres invisíveis, mas necessárias : a negação da feminização no trabalho da mineração / Invisible women, but necessary : denying the feminization in the mining laborCosta, Anabelle Carrilho da 04 November 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Política Social, 2016. / Submitted by Camila Duarte (camiladias@bce.unb.br) on 2017-01-18T12:20:00Z
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2016_AnabelleCarrilhodaCosta.pdf: 3245811 bytes, checksum: ea0b305dce9b921e53920ef6c651ddc2 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-01-25T17:56:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2016_AnabelleCarrilhodaCosta.pdf: 3245811 bytes, checksum: ea0b305dce9b921e53920ef6c651ddc2 (MD5) / O atual processo de feminização quantitativa e qualitativa do mercado de trabalho é inegável. Entretanto, as mulheres vivem um tipo específico de inserção precarizada no espaço laboral, especialmente diante da recente reestruturação produtiva do capitalismo. Também persiste a existência de ocupações e atividades socialmente feminizadas ou masculinizadas, corroborando os princípios da divisão sexual do trabalho. Neste contexto, a presente pesquisa analisou o fenômeno de feminização do mercado de trabalho, mais especificamente em profissões e áreas do conhecimento historicamente masculinas, tendo como cenário empírico a Mineração. Foi realizado estudo de casos múltiplos em duas grandes empresas privadas (mina a céu aberto e subterrânea) e uma empresa pública, do setor mineral formal. As técnicas de investigação consistiram em observação, análise de documentos e 27 entrevistas com trabalhadoras e trabalhadores das organizações, analisadas qualitativamente. Os resultados apontaram para a reafirmação de que a precarização do trabalho das mulheres é diferenciada. Envolveu na Mineração principalmente a desvalorização velada, exigências técnicas e emocionais constantes, sabotagens, assédios, invisibilidade, entre outros mecanismos de expulsão individuais ou institucionais. Desse modo, a divisão sexual do trabalho é reproduzida e apropriada, em um setor fundamental ao funcionamento e desenvolvimento das sociedades capitalistas. Por outro lado, também possibilitou identificar a lenta ocorrência de desregramentos e ameaças às hierarquias e relações de dominação e opressão baseadas em gênero. Além disso, identificou-se que os principais obstáculos para a feminização da Mineração são atualmente mais simbólicos do que objetivos, advindos da reprodução de contraditórios discursos associados às masculinidades. Portanto, a feminização (ou não) ocorre a partir de uma série de fatores sociais, culturais, históricos, políticos e econômicos, nem sempre lógicos ou racionalmente subservientes apenas à lucratividade. Em relação às políticas sociais e empresariais, as medidas identificadas caracterizavam-se como ações afirmativas de inserção, mas não garantiram a permanência perene e bem-sucedida das mulheres em espaços tradicionalmente masculinizados. Os benefícios concedidos, assegurados ou não pela
legislação, reafirmavam o lugar das mulheres como mães e únicas responsáveis pelos cuidados, priorizando necessidades práticas em detrimento de interesses estratégicos. Concluiu-se que compreender a feminização de espaços tradicionalmente masculinizados é importante para a compreensão dos desafios gerais colocados ao labor das mulheres e às políticas sociais nas atuais relações de trabalho capitalistas. Porém, é necessário também questionar o setor mineral e o capitalismo como um todo. A centralidade material e simbólica da Mineração para o nível de desenvolvimento das sociedades capitalistas atuais, constituídas sobre a exploração humana e a degradação ambiental, são temas que questionam também aos feminismos acerca de um projeto societário mais amplo. / The current process of quantitative and qualitative feminization of the labor market is undeniable. However, women live a specific type of precarious insertion in the labor space, especially in light of the recent productive restructuring in capitalism. It also persists the existence of occupations and activities socially feminized or masculinized, supporting the principles of the sexual division of labor. In this context, the present study examined the feminization phenomenon in the labor market, specifically in professions and knowledge areas of historically male dominance, using Mining as the empirical setting. Multiple case studies were conducted in two large private companies (open pit and underground mining) and a public company of the formal mining sector. The research techniques consisted of observation, analysis of documentation and 27 interviews with organizations´ workers, male and female, qualitatively analyzed. The results pointed to the reaffirmation that the precariousness of women's work is differentiated. In mining, it showed mainly veiled devaluation, constant technical and emotional demands, sabotage, harassment, invisibility, among other individual or institutional expulsion mechanisms. Thus, the sexual division of labor is reproduced and appropriate, in a key sector for the operation and development of capitalist societies. On the other hand, it was also possible to identify the slow occurrence of excesses and threats to hierarchies and relations of domination and oppression based on gender. In addition, it was found that the main obstacles to the feminization of Mining are currently more symbolic than material, arising from the reproduction of contradictory speeches associated with masculinity. Therefore, the feminization (or not) occurs from a range of social, cultural, historical, political and economic factors, not always logical or rational, subservient only to profitability. With regard to business and social policies, the measures identified were characterized as affirmative insertion actions, but did not guaranteed the lasting and successful permanence of women in traditionally masculinized spaces. The given benefits, guaranteed or not by law, reaffirmed the role of women as mothers and caregivers only, prioritizing practical needs rather than strategic interests. The conclusion was that the understanding of the feminization of
traditionally masculinized spaces is important for the understanding of the general challenges to the women´s work and social policies in the current capitalist labor relations. However, it is also necessary to question the mineral sector and capitalism as a whole. The material and symbolic centrality of mining to the level of development of current capitalist societies, built over human exploitation and environmental degradation are issues that also question the feminism about a broader societal project.
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Gênero, trabalho e bem-estar social na América Latina : um estudo das políticas de licenças maternidade, paternidade e parentais no Brasil, Chile e UruguaiAndrade, Luiza Lobato 20 February 2018 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-Americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados Sobre as Américas, 2018. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-07-18T18:43:57Z
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Previous issue date: 2018-07-18 / No presente trabalho, tomamos como referência as discussões sobre divisão sexual do trabalho e teorias do Welfare State para uma análise das Políticas para Família, ou Políticas de Cuidado. Esta pesquisa se dedica especificamente às políticas de licenças maternidade, paternidade e parentais no contexto latino-americano. Essas são políticas inseridas, geralmente, no sistema de proteção social contributiva, que buscam oferecer aos pais e mães tempo para cuidar de seus filhos, enquanto lhes garantem renda e manutenção do vínculo com o mercado de trabalho. Nosso objetivo é analisar se o desenho das políticas de licenças maternidade, paternidade e parentais dos países selecionados – Brasil, Chile e Uruguai - favorecem uma divisão mais equitativa do trabalho reprodutivo entre homens e mulheres. As análises do histórico das políticas e de suas avaliações já publicadas, juntamente com dados sociodemográficos, sugerem que, em relação às legislações de licença maternidade e paternidade nos três países analisados, predomina o modelo de apoio à família nuclear, especialmente no Brasil. Chile e Uruguai, com suas licenças parentais, apesar dos resultados iniciais inexpressivos, deram um grande passo normativo em direção ao modelo de apoio à família de dois provedores/dois cuidadores. Nesse sentido, evidencia-se a necessidade de aprimorar as políticas parentais já existentes no sentido de torná-las de fato parentais e não apenas um prolongamento da licença maternidade. Por fim, defende-se a importância da criação e desenvolvimento de políticas de licenças abrangentes, baseadas em uma perspectiva de direitos, atentas às desigualdades de gênero e institucionalmente ancoradas em sistemas de proteção social que possam dar conta das mudanças sociais em curso na América Latina. / In the present work, we take as reference the discussions about the sexual division of labor and Welfare State theories in order to analyze Family Policies, or Care Policies. This research is specifically dedicated to maternity, paternity and parental leave policies in latin american context. These policies are generally linked to the social protection system, which seeks to offer parents time to care for their children, while guaranteeing them income and maintaining their bond with the labor market. Our goal is to analyze whether the design of maternity, paternity and parental leave policies in selected countries - Brazil, Chile and Uruguay - supports a more equitable division of reproductive work between men and women. The analysis of policies’ history and their published evaluations, along with socio-demographic data, suggests that in relation to maternity and paternity leave laws in the three analyzed countries, nuclear family support model is predominant, especially in Brazil. Chile and Uruguay, with their parental leaves, despite the initial inexpressive results, took a major normative step towards the dual earner/dual carer family models. In this sense, it is evident the need to improve existing parental policies in order to make them in fact parental and not just an extension of maternity leave. Finally, we reinforce the importance of creation and development of comprehensive rights-based leave policies that could be attentive to gender inequalities and institutionally anchored in social protection systems that can deal with the ongoing social changes in Latin America.
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Relações de gênero e a formação de engenheiras e engenheirosMoraes, Adriana Zomer de January 2016 (has links)
Contemporary society has every day changes, which aim at new ways of being in the world. In this reality, women have increasingly entering the labor market. It is remarkable the increase of women's participation in the Brazilian productive space, including the exercise of functions previously recognized as typically male. However, men and women are still valued differently when it comes to work. This understanding led to the construction of the objective of this research is to analyze the concept of gender present among engineering students, to understand the way in which the university has been a breaking space or stay, before a sexual division of highly targeted work in male and female. Toward this goal, research, guided by the dialectical method, was structured by a quali-quantitative approach, with the tools and techniques of research a questionnaire applied to 181 students of final year engineering courses in a university center, and a semi-structured interview, conducted with 8 women and 8 men chosen for accessibility among these students. The data collected were organized for analysis through four areas of subjective sense: education, choice and empowerment; the symbolic: between masculinity and femininity; Sexism spaces (re) and parties; naturalization of being a woman. The data reaffirm the increased inclusion of women in "male professions"; in fact there are advances regarding the space of women in engineering, which are by their breaks, but you can see that there is a movement power / subordination that permeates choice and vocational training, configured as a space stays. Women and men engineering students are in a context full of symbolisms of masculinity and femininity, which are perpetuated in formal education, including higher education, reaffirming the Sexual Division of Labor through naturalized gender relations. / Submitted by Rogele Pinheiro (rogele.pinheiro@unisul.br) on 2017-10-23T16:48:48Z
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Previous issue date: 2016-03-30 / A sociedade contemporânea apresenta todos os dias transformações, que se objetivam nas novas formas de ser e estar no mundo. Nessa realidade, as mulheres vêm adentrando cada vez mais ao mercado de trabalho. É notável o aumento da participação da mulher no espaço produtivo brasileiro, inclusive no exercício de funções antes reconhecidas como tipicamente masculinas. No entanto, homens e mulheres ainda são valorizados de forma distinta quando o assunto é trabalho. Essa compreensão conduziu à construção do objetivo da presente pesquisa, que é analisar a concepção de gênero presente entre estudantes de engenharia, visando compreender o modo pelo qual a universidade tem sido um espaço de ruptura ou permanência, frente a uma divisão sexual do trabalho altamente segmentada em masculino e feminino. Na direção deste objetivo, a pesquisa, norteada pelo método dialético, estruturou-se por meio de uma abordagem qualiquantitativa, tendo como instrumentos e técnicas de investigação um questionário, aplicado com 181 alunos do último ano de cursos de Engenharia de um Centro Universitário, e uma entrevista semiestruturada, realizada com 8 mulheres e 8 homens escolhidos por acessibilidade dentre estes alunos. Os dados coletados foram sistematizados para análise por meio de quatro zonas de sentidos subjetivos: educação, escolhas e empoderamento; o simbólico: entre masculidades e feminilidades; sexismo espaços (re)partidos e; naturalização do ser mulher. Os dados reafirmam o aumento na inserção de mulheres em ¿profissões masculinas¿; de fato existem avanços no que concerne ao espaço das mulheres nas engenharias, que se configuram como rupturas, mas é possível perceber que existe um movimento poder / subordinação que permeia escolha e formação profissional, configurando-se como um espaço de permanências. Mulheres e homens estudantes de engenharias constituem-se num contexto repleto de simbolismos sobre masculinidades e feminilidades, que se perpetuam na educação formal, incluindo o Ensino Superior, reafirmando a Divisão Sexual do Trabalho por meio de relações sexistas naturalizadas.
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Na linha do metrô : um estudo dos sentidos do trabalho para as mulheres que atuam como ambulantes nas estações do metrô do RecifeClaudia Alexandre da Silva, Ana 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco / Esta é uma dissertação na linha de pesquisa de Processos Psicossociais,
Poder e Práticas Coletivas, que teve como objetivo central compreender e analisar
os sentidos que as mulheres atribuem as atividades remuneradas que realizam
como ambulantes. Para isso, procurou-se compreender os motivos que as levaram a
ser ambulantes no Metrô; conhecer a importância que elas dão ao dinheiro que
recebem como ambulantes e o valor deste para suas famílias; entender se cada
uma delas considera as atividades que realizam na estação como seu trabalho;
compreender o que elas vão fazer se chegarem a ser expulsas do Metrô; e
identificar as suas expectativas profissionais futuras. Esta dissertação teve como
referencial teórico a Psicologia Social de cunho Construcionista e o estudo das
práticas discursivas e a produção de sentidos. Dois níveis de aproximação com o
tema abordado foram utilizados como metodologia: a observação realizada na
Estação do Metrô Joana Bezerra, na cidade do Recife, registrando as informações
no diário de campo e as entrevistas realizadas com 10 mulheres que são
ambulantes nessa mesma estação. Como resultado, observou-se que as mulheres
do Metrô consideram o que fazem como trabalho. Para elas, ser ambulante é o seu
trabalho, é o seu meio de sobrevivência. Essas trabalhadoras ficam no Metrô de
segunda a sábado, umas de domingo a domingo, e obedecem a um horário de
chegada e saída. Dessa forma, concluiu-se que apesar dessas ambulantes saberem
da precariedade do trabalho que realizam, sem as garantias que um vínculo com
carteira assinada oferece, elas lutam por seu espaço no Metrô, resistindo às
dificuldades, como a concorrência, a falta de dinheiro para repor as mercadorias e a
ameaça de serem expulsas da estação. Observou-se, também, mulheres que,
mesmo considerando o que fazem como trabalho, sonham em ter um emprego
bonzinho, de carteira assinada , outras que gostariam de ter um negócio próprio e
muitas que nem sonham mais, apenas vão levando a vida e, portanto, não querem
sair da estação, fazendo da atividade que desenvolve como ambulante no Metrô seu
único meio de sobrevivência, seu único trabalho
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Terra de mulher: as contradições que permeiam as relações de gênero e a titulação conjunta da terra no âmbito da agricultura familiarValéria Batista Francelino da Silva, Adiliane 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A presente dissertação trata dos avanços e limites do direito à titulação conjunta da
terra por parte das trabalhadoras rurais, a partir de um estudo das relações de gênero e
do difícil e desigual acesso à terra entre homens e mulheres no âmbito da agricultura
familiar. Nossa investigação girou em torno da contradição existente entre o
reconhecimento formal deste direito por parte Estado brasileiro e a efetivação real do
acesso à terra, aos programas de reforma agrária e às demais políticas sociais numa
ordem capitalista e patriarcal. Por isso, consideramos imprescindível uma análise das
condições de trabalho e vida da mulher no âmbito da organização da produção familiar,
investigando como se processam as atividades produtivas e as reprodutivas nas
relações familiares e como se dá o acesso às políticas voltadas para as trabalhadoras
rurais no processo de construção de visibilidade e valorização do seu trabalho.
Constatou-se que, mesmo com a garantia do direito à titulação conjunta da terra, essas
trabalhadoras ainda vivenciam condições sociais, econômicas, políticas e culturais
desiguais em relação aos homens, expressando as desigualdades de gênero presentes
no cotidiano do assentamento em relação ao trabalho produtivo e reprodutivo, à
participação política e ao acesso a bens e serviços. Assim, fica claro que a existência
de políticas públicas e da legislação é importante, mas não suficiente para eliminar as
enormes desigualdades entre homens e mulheres fundamentada na divisão sexual do
trabalho, a qual, por sua vez, tem sido estruturante na organização de produção familiar
implementada pelo programa de reforma agrária brasileiro
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