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Da negação ao reconhecimento: a educação escolar indígena e a educação intercultural: implicações, desafios e perspectivas

Jasom de Oliveira 31 July 2012 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A dissertação busca investigar a educação escolar indígena brasileira, a partir dos movimentos históricos, seus processos de construção, contextos, significados e pressupostos teóricos, buscando identificar na atualidade sua proposta educacional de caráter intercultural, possíveis desafios e perspectivas. A investigação se utiliza de pesquisa bibliográfica. Esta será histórica, referente às estratégias educacionais impostas aos povos indígenas, desde a chegada dos colonizadores portugueses até a Constituição Federal de 1988; documental, com os documentos educacionais oficiais que propõem e regulamentam a educação escolar indígena, a partir da promulgação da Constituição de 1988; e teórica, com a constatação da oferta de uma educação intercultural para os povos indígenas e as implicações, desafios e perspectivas que esta nova proposição traz para a educação escolar indígena e para além dela. O primeiro capítulo contextualiza e caracteriza o histórico de dominação dos povos indígenas no Brasil, desde o início da colonização portuguesa até o advento da Constituição Federativa do Brasil de 1988. Os movimentos religiosos e os processos legislativos estiveram fortemente presentes no histórico de dominação, portanto, suas atuações estarão destacadas na presente pesquisa. O segundo capítulo identifica as alterações na Constituição Federal de 1988, considerada um marco histórico para o reconhecimento dos povos indígenas, sobre a educação escolar indígena e as transformações educacionais legislativas decorrentes de sua promulgação. A presente pesquisa destaca, a cada transformação abordada, a nova oferta educacional prescrita nos documentos educacionais, legislada a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996: a educação intercultural para os povos indígenas. O terceiro capítulo identifica, analisa e discute a proposição de educação intercultural para os povos indígenas que compõe a educação escolar indígena na atualidade brasileira. A partir da sistematização do que vem a ser a perspectiva intercultural, principalmente no âmbito educacional, se discute as consequências da oferta de uma educação intercultural presente na educação escolar indígena, com suas implicações, desafios e perspectivas. / The dissertation investigates the indigenous education at schools in Brazil, from the historical movements, their construction processes, contexts, meanings and theoretical assumptions, seeking to identify, currently, their educational proposal of an intercultural character, possible challenges and perspectives. The study makes use of bibliographic research. This will be historical, concerning educational strategies imposed on indigenous peoples since the arrival of Portuguese colonists until the Federal Constitution of 1988, documentary, with the official educational documents which propose and regulate indigenous education, from the promulgation of the 1988 Constitution; and theoretical, with the findings of the offer of an intercultural education for indigenous peoples and the implications, challenges and perspectives that this new proposal brings to indigenous education and beyond it. The first chapter contextualizes and characterizes the history of domination of indigenous peoples in Brazil since the beginning of the Portuguese colonization until the advent of the Federal Constitution of Brazil in 1988. The religious movements and legislative processes were strongly present in the history of domination; therefore, their performances are highlighted in this research. The second chapter identifies the changes in the Constitution of 1988, considered a historical milestone in the recognition of the indigenous peoples, about indigenous education and educational legislative changes resulting from its promulgation. This research highlights along each transformation that is approached the new educational provision prescribed by educational documents, legislated from the Education Law (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB) of 1996: intercultural education for indigenous peoples. The third chapter identifies, analyzes and discusses the proposal of intercultural education for indigenous peoples that composes the Brazilian indigenous education currently. From the systematization of what the cross-cultural perspective is, especially in the educational field, it is discussed the consequences of offering an intercultural education present in the indigenous education at school, with its implications, challenges and perspectives.
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Xíxìhra Ikólóéhj : a criança na perspectiva da formação de professores indígenas Gavião

Rodrigues, Laudinéa de Souza 30 April 2014 (has links)
Submitted by Valquíria Barbieri (kikibarbi@hotmail.com) on 2017-07-31T19:48:32Z No. of bitstreams: 1 _DISS_2014_Laudinéa de Souza Rodrigues.pdf: 4447991 bytes, checksum: 2dd343509a92a6e656a8511ab61f6299 (MD5) / Approved for entry into archive by Jordan (jordanbiblio@gmail.com) on 2017-08-07T16:33:50Z (GMT) No. of bitstreams: 1 _DISS_2014_Laudinéa de Souza Rodrigues.pdf: 4447991 bytes, checksum: 2dd343509a92a6e656a8511ab61f6299 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-07T16:33:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 _DISS_2014_Laudinéa de Souza Rodrigues.pdf: 4447991 bytes, checksum: 2dd343509a92a6e656a8511ab61f6299 (MD5) Previous issue date: 2014-04-30 / Na presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Campus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, discutiu-se a criança e a infância na perspectiva da formação indígena para a docência a partir da Licenciatura em Educação Básica Intercultural, ofertada pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e do Magistério Indígena Projeto Açaí II, oferecido pela Secretaria de Estado da Educação de Rondônia. A proposta foi analisar se os cursos de formação para a docência – Magistério Indígena Projeto Açaí II e Licenciatura em Educação Básica Intercultural – traziam em suas propostas curriculares discussões relacionadas à criança e infância indígena. E, ainda, verificar quais estudos teóricos foram utilizados para fundamentar a concepção sobre criança e infância apresentada na proposta curricular dos cursos de formação para a docência em que os professores participavam; averiguar se, na elaboração de suas propostas curriculares, os cursos consideraram a diversidade étnica, tendo em vista as especificidades culturais do povo em questão. Outro propósito da pesquisa foi conhecer a perspectiva dos professores indígenas em relação à criança e infância indígena. Este trabalho parte da apropriação das possibilidades investigativas da pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, respaldando-se principalmente em Bogdan e Biklen (1994). Tem como locus a Aldeia Igarapé Lourdes, localizada na Terra Indígena que possui o mesmo nome, localizada no Município de Ji-Paraná, região leste do Estado de Rondônia. Os dados foram coletados a partir de observações de campo, entrevistas semiestruturadas com os professores indígenas da escola e análise das propostas curriculares dos cursos. As categorias de análise foram: cuidados e produção do corpo da criança indígena; a criança indígena e o sobrenatural; suas relações com o outro: possibilidades de aprendizado; brincadeira e trabalho: o que fazem as meninas e os meninos no cotidiano da Aldeia; escola na Aldeia: a criança indígena torna-se aluna. As análises referentes à criança e infância foram respaldadas na Antropologia da Criança, com estudos de Tassinari (2001, 2007, 2009), Cohn (2000, 2002, 2009), entre outros, e também na Sociologia da Infância, com pesquisadores como Sarmento (2005, 2008), Brougère (2010), Corsaro (2011) e outros. Os resultados indicaram que, mesmo não tendo explicitada uma concepção de infância, os professores demonstraram clareza do que é ser criança entre os Ikólóéhj. Já as propostas curriculares dos cursos apresentaram fragilidade em relação à discussões acerca da infância e criança indígena, visto que poucas disciplinas possuíam em suas ementas títulos que tratassem da temática. Para discutir a formação docente indígena, o trabalho se apoiou em Grupioni (2008), Maher (2006), Silva (2012), além de outros autores. Portanto pretende-se contribuir com os professores indígenas no aprofundamento da reflexão sobre a infância e seu sujeito. Em relação aos cursos de formação docente, este trabalho oferece subsídios para as instituições formadoras no processo de elaboração de suas propostas curriculares ao considerar a criança e a infância indígena em sua singularidade e complexidade. / In this research in Teacher Training and Educational Public Policy, linked to the Federal University of Mato Grosso Post Graduation Program in Education ( PPGEDU / CUR / UFMT ), Campus of Rondonópolis, it‟s discussed the child and childhood from the perspective of indigenous education for teachers at the Intercultural Basic Education , offered by the Federal University Foundation of Rondônia (UNIR – from the Portuguese acronym ), and from indigenous mastership Açaí Project II , offered by the Estate Secretary of Education of Rondônia. Proposal was to analyze whether or not the teacher training courses for teaching - indigenous mastership Açaí Project II and Intercultural Basic Education - brought in their curricular proposal discussions related to children and indigenous childhood. And also check which theoretical studies were used as support to the conception of children and childhood presented in the curricular proposal for teacher training courses in which teachers participated; make sure whether or not, in drafting its proposed curriculum, courses took in consideration ethnical diversity regarding the cultural characteristics of the aimed people. Another research purpose was to understand the perspective of indigenous teachers with respect to children and indigenous children. This work assumes the ownership of investigative possibilities of qualitative ethnographic research is endorsing mainly in Bogdan and Biklen (1994). Its locus is Igarapé Lourdes Village, located in the indigenous land, which has the same name, located in the city of Ji-Paraná, eastern of the state of Rondônia. Data were collected from field observations, semi structured interviews with teachers from indigenous school, and analysis of curricular proposal of courses. Analysis categories were: production and body care of indigenous children, indigenous children and the supernatural; their relationships with others: learning possibilities; play and work: girls‟ and boys‟ activities in the everyday village; the village school: indigenous child becomes a student. Analyses related to children and childhood were supported on Children Anthropology, and learned from Tassinari (2001, 2007, 2009), Cohn (2000, 2002, 2009), among others, and also in the sociology of childhood, with researchers like Sarmento (2005, 2008) Brougère (2010), Corsaro (2011) and others. Results indicated that, even if with no explicit childhood conception, teachers demonstrated clear awareness of what being a child among Ikólóéhj means. On the other side, courses curricular proposals have hold weakness in relation to discussions on children and indigenous children, since just a few subjects hold topics addressing such issue. To discuss the indigenous teacher training, work relied on Grupioni (2008), Maher (2006), Silva (2012), and other authors. Therefore, we intend to contribute to indigenous teachers in further reflection on childhood and its subject. Regarding teacher education courses, this work provides for the educational institutions in the development process of their curricular proposals to consider the child and indigenous children into their uniqueness and complexity.
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Em busca do diálogo entre duas formas distintas de conhecimentos matemáticos / In search of a dialogue between two distinct forms of mathematical knowledge

Aparecida Augusta da Silva 24 April 2008 (has links)
Apesar de há muitos anos os índios brasileiros lutarem por uma educação escolar diferenciada, foi apenas a partir da Constituição Federal de 1988 que a Educação Escolar Indígena tornou-se política pública no País e, desde então, aumentou muito o número de educadores envolvidos com a questão, especialmente no que se refere à formação de professores indígenas. No entanto, uma das primeiras questões que emerge desse encontro é como trabalhar de forma diferenciada, se pouco se sabe sobre as mais de 200 etnias do País. Além disso, tem-se, de um lado, a escola munida de um conhecimento em geral instituído por parâmetros nacionais; a escrita com papel central; o professor, em geral, desconhecido do grupo; e o ambiente escolar bastante distinto da residência. De outro, uma cultura onde saberfazer, mito e história se inter-relacionam; o conhecimento, em geral transmitido por um membro mais velho do grupo, é feito de forma oral ou por meio de um saber-fazer diário; e a sala de aula é a própria casa ou a floresta. Nesse sentido, este trabalho, realizado em um processo educacional com professores da etnia Gavião, de Rondônia, buscou, por meio de diálogo, caminhos para possíveis interações de distintas formas de conhecimentos ligados tanto à escola quanto ao saber-fazer indígena e em especial os relacionados à Matemática. Para tanto, foram organizados dois cursos, conduzidos por discussões em torno das construções tradicionais do grupo. Essas discussões possibilitaram vir à tona histórias, mitos, saber-fazer e alguns aspectos relevantes para a cultura do grupo, mas até então desconhecidos até mesmo pelos próprios professores indígenas. Quanto aos aspectos matemáticos, os professores indígenas, auxiliados pela ferramenta da modelagem matemática, puderam decodificar um saber-fazer presente na construção da maloca tradicional e, dessa forma, dar sentido a um conhecimento que anteriormente não fazia sentido ao grupo. Esta pesquisa foi conduzida por uma metodologia de trabalho de ordem qualitativa, de cunho etnográfico, com aspectos históricos e antropológicos e com aporte teórico principal da Etnomatemática. / Despite the fact that Brazilian Indigenous Peoples have long fought for appropriate schooling, it was only with the promulgation of the Brazilian Federal Constitution of 1988 that Indigenous School Education acquired the status of a public policy in the country, and since then there has been a significant increase in the number of educators engaged in that matter, especially as regards the formation of indigenous teachers. However, a preliminary question that arises is to how to accomplish a differentiated work given that little is known about the more than 200 ethnic groups in Brazil. Besides that, we have, on the one hand, schools provided with a knowledge often established by national parameters; writing ability having a central role; the teacher, in general, being unknown to the group; school environment radically different from living place. On the other side, there is a culture in which know how, myths and history are tightly interrelated; knowledge, often transmitted by an older member of the group, is done orally or through daily know how; the classroom is their own house or the forest itself. In this sense, the present work, carried out in an educational process with teachers from the Gavião ethnic group, in Rondônia, aimed, through dialogues, to devise ways of establishing interactions among different forms of knowledge related to school and indigenous know how as well, focusing especially on Mathematics. In order to do that, two courses were given in which indigenous constructions were taken as the moving power of the debates. Such discussions gave rise to stories, myths and know how as well as some other aspects relevant to the groups culture, as yet unknown even to the indigenous teachers themselves. Concerning mathematical aspects, the indigenous teachers, with the aid of mathematical modeling tools, were able to decode a know how present in the construction of the traditional maloca, and thus giving meaning to a knowledge that made no sense to the group until then. The research was carried out with a qualitative methodology of work, having an ethnographic character, with historical and anthropological aspects, Ethnomathematics being its main theoretical framework.
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Etnografia de uma escola Xikrin

Beltrame, Camila Boldrin 29 August 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:00:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 5656.pdf: 2786059 bytes, checksum: 3825bf70731fbb08e7d89fb95385897e (MD5) Previous issue date: 2013-08-29 / Financiadora de Estudos e Projetos / This dissertation presents an ethnographic study about a school of the Xikrin of the Bacaja, Mebengokré group (Gê), from southwest Pará, Brazil. It seeks to understand how the Xikrin have appropriated of this institution and its activities, what kind of reflections they have formulated about it and how they have inserted it in their daily lives. The school that the government offers to the Xikrin does not follow the principles of the Brazilian Constitution, which stipulate a differentiated and intercultural teaching to indigenous peoples based on the local specificities. During the fieldwork two movements were privileged. First, the daily activities of school have been monitored. That allowed the observation of the space in which the Xikrin children and non-Xikrin adults coexist and establish relations that were not observed in other moments in the village. The second movement was based on conversations with the men who explain what they consider a good school. In these situations the school is recognized as the place for children to learn the techniques and skills of the Whites. However, when they reach a certain maturity these knowledge are left aside so that the Xikrin knowledge begin to be demonstrated, as well as the relations they engender. / Esta dissertação apresenta um estudo etnográfico sobre uma escola dos Xikrin do Bacajá, grupo Mebengokré (Jê), do sudoeste do Pará. Busca-se compreender como os Xikrin se apropriam desta instituição e das atividades que são lá ensinadas, elaborando reflexões e inserindo-as no seu cotidiano. A escola oferecida aos Xikrin não segue os princípios da Constituição brasileira que instituem um ensino diferenciado e intercultural aos povos indígenas, pensado a partir das especificidades locais. Durante a pesquisa de campo dois movimentos foram privilegiados: um de acompanhamento do dia a dia escolar permitindo observar o espaço em que crianças Xikrin e adultos não-Xikrin convivem estabelecendo relações não observadas em outros momentos na aldeia; e outro, baseado em conversas com os homens que explicam o que consideram uma boa escola. Nestas situações a escola é reconhecida como o local para as crianças aprenderem as técnicas e as habilidades dos brancos, porém, quando atingem certa maturidade, estes saberes são deixados de lado para que os conhecimentos Xikrin, e as relações que estes engendram, comecem a ser demonstrados.
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Educação e escolarização da criança indígena com deficência em Terra Indígena Araribá

Sá, Michele Aparecida de 25 February 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:44:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 6702.pdf: 4418793 bytes, checksum: 75ebd4cd5e9ea81f9c4e70dda29348f4 (MD5) Previous issue date: 2015-02-25 / Financiadora de Estudos e Projetos / The Brazilian educational policy about Special Education interfaced to Indigenous Education is still under construction. According to the Scholar Census of São Paulo state (BRAZIL, 2011) there are indigenous children with disabilities enrolled in indigenous schools in their communities. However, there is a dearth of studies on the education of indigenous children with disabilities. This study aimed to describe, analyze and understand the association between Special Education and the Indigenous education in Araribá indigenous land, São Paulo state. The specific aims of this study were: 1) Map the enrollment of indigenous students with disabilities in indigenous schools in Brazil; 2) Examine the structure of indigenous education in the State of São Paulo; 3) Identify the way that family and community (Nimuendajú and Tereguá) comprehend the disabled people and; 4) Identify and analyze the limits and possibilities of indigenous school Tereguá regard a student with disability. The study s theoretical framework was the historical-materialism. The methodological procedures were composed by semi-structured interviews with a teacher and two vice-directors of indigenous schools, a father and two mothers, two leaders and an elderly; there were observations in communities and schools; and documents analysis. The results of this study revealed that in the context of these indigenous communities, special education does not happen yet and the indigenous children with disabilities do not have access to the services offered by special education. However, this is not a specific event of indigenous schools of the Araribá s indigenous land. According to data from school census, there has been a significant increase in the enrollment numbers of indigenous children with disabilities in indigenous schools on entire country. Nevertheless, only a small number of indigenous students with disabilities in Brazil gets some type of care offered by special education, which demonstrates that there is no interest of government in this issue. Furthermore, there are other problems in indigenous schools in São Paulo state. It was identified government negligence in other areas, such as, absence of adequate study material in order to maintain their culture; Initial and continuous training are precarious; low financial investment; absence of financial investment in order to increase physical structure and quantity of schools; no scholar transportation; negligence in the execution and improvement of existing education policies. It has concluded that it is important to defend an emancipatory, critical and questioner educational practice guaranteed by the purpose of Historical-Critical Pedagogy, which defends the right of everybody to access to the cultural heritage historically developed. Through this pedagogical theory, the indigenous school could be a space where students with or without disabilities can own the systematized knowledge and admit a function beyond the reproduction of dominant social relations. / Na política educacional brasileira é observado que a interface da educação especial com a educação escolar indígena está em construção. Atualmente no Estado de São Paulo, pelos dados do Censo Escolar (BRASIL, 2011), existem crianças indígenas com deficiência matriculadas em escolas indígenas de suas comunidades. No entanto, verifica-se a escassez de estudos que abordam a educação da criança indígena com deficiência e a interface da educação especial com a educação escolar indígena. Assim, este estudo teve por objetivo geral descrever, analisar e compreender a relação entre a educação especial e a educação escolar indígena na Terra Indígena de Araribá, no Estado de São Paulo. Objetivos específicos resultaram em: 1) Mapear as matrículas de alunos indígenas com deficiência nas escolas indígenas do Brasil; 2) Analisar a configuração da educação escolar indígena no Estado de São Paulo; 3) Conhecer como a família e a comunidade (Nimuendajú e Tereguá) percebem as pessoas com deficiência e 4) Identificar e analisar os limites e possibilidades da escola indígena Tereguá em relação a aluna com deficiência. O estudo se fundamentou no materialismo histórico. Os procedimentos metodológicos foram compostos por entrevistas semiestruturadas com um professor e dois vice-diretores das escolas indígenas, com um pai e duas mães, duas lideranças e uma anciã; houve observações nas comunidades e nas escolas; e análise de documentos. Os resultados revelaram que no contexto concreto das comunidades indígenas estudadas a interface da educação especial com a educação escolar indígena ainda não se efetiva, e este não é um acontecimento específico das escolas indígenas da Terra Indígena Araribá, ao analisar dados de realidade advindos das matrículas de alunos indígenas (Censo Escolar), pode-se perceber um aumento significativo do número de matrículas de alunos com deficiência nas escolas indígenas de todo país. Entretanto, verificou-se que apenas uma pequena parcela desses alunos recebe algum tipo de atendimento oferecido pela educação especial, o que revela que as escolas indígenas não têm recebido real atenção do poder público. Mas o problema da falta de atendimento especializado não é o único dentro das escolas indígenas, ao investigar a configuração da educação escolar indígena no Estado de São Paulo identificou-se um descaso do governo paulista que resulta em: falta de material didático e adaptado as especificidades culturais de cada povo; formação inicial e continuada precária dos professores; baixo investimento financeiro; ausência de incentivo financeiro para ampliação da estrutura física e do número de escolas; falta de transporte escolar; descaso na efetivação e aprimoramento das políticas educativas existentes. Ao final deste estudo conclui-se que se deve defender uma prática educativa para os alunos indígenas com e sem deficiência que seja questionadora, crítica e emancipadora, assegurada pela proposta da Pedagogia Histórico-Crítica, a qual defende o acesso de todos ao patrimônio cultural humano historicamente desenvolvido. Acredita-se que por meio dessa teoria pedagógica crítica, a escola indígena pode torna-se um espaço onde os alunos, com e sem deficiência, possam se apropriar dos conhecimentos sistematizados e assumir também uma função para além da reprodução das relações sociais dominantes.
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Conhecimentos Bakairi cotidianos e conhecimentos químicos escolares : perspectivas e desafios

Lopes, Edinéia Tavares 07 May 2012 (has links)
This research deals with the possibilities and challenges found towards the realization of the Teaching of Chemistry in the context of Indigenous School Education with the Bakairi of the Aturua Village in the State of Mato Grosso. From the understanding of how the Bakairi had a proper grasp of school and of the idea of culture, we aim at understanding, at first, the relation the group being observed maintains with school and school knowledge and, then, focussing on the reality concerning the Teaching of Chemistry in such a context. In order to come to conclusions in the present research, we counted on the definition of culture by Geertz. Based on Bakhtin s propositions, we aimed at understanding how the speech act occurs and how the meaning of the speech acts of the students being investigated is constructed. We also counted on the notion of relation with knowledge, proposed by Charlot, and with the notion of rupture and epistemological obstacles, proposed by Bachelard. As to the characterization of scientific language, more specifically the chemical language, the definitions proposed by Mortimer were the ones employed. The notion of enculturation was also based on Mortimer s propositions. The data was collected through observations, drawings, individual and collective interviews. Based on these theoretical assumptions, we analyzed the different explanations given by High School students to themes explained by Science as chemical transformations. Fishing with timbó vine was chosen to do so. More specifically, we aimed at understanding, at first, how the discourses of the indigenous quotidian and the ones of science/school appeared and had a dialogue towards the production of what the subjects that take part in the research said. We aimed at identifying the challenges and possibilities towards the construction of school chemical knowledge. In this respect, it can be said that the relation these students and other members of the community maintain with school is associated with the idea of learning how to be someone and school knowledge is mainly placed towards the relation with the non-indigenous knowledge. Most pieces of information given at school are not questionable in their validation field: school environment, the white space. School chemical knowledge is worked according to the logic of didactic books, which brings, as a consequence, the gap between chemical knowledge and quotidian bakairi knowledge. Such a gap and the logic of didactic books lead towards the creation of obstacles instead of enabling students to learn school chemical knowledge. Students discourses, on their turn, showed the necessity of searching for new forms of explaining fishing with timbó vine and the action of the poison, which go beyond pragmatic explanations and the ones connected with mythological aspects. To do so they marked the area of validation of each explanation. To explain fishing with timbó vine and the action of the poison, students turned to their quotidian knowledge and the language which was characteristic of their cultural dimension, which, so far, have been enough when it comes to the explanation and realization of such an activity. However, this language and the conceptual tools which are made available for students by the school are not able to explain such phenomena, from the viewpoint of convergence with scientific explanation. It can be concluded that school chemical knowledge is very distant from the quotidian existence of these students. Based on their discourses, possible obstacles are shown in this teaching modality when it comes to the teaching of school chemical knowledge, but possibilities which can promote a process of teaching which contributes to have students access such a cultural dimension are also revealed. / Esta pesquisa trata das possibilidades e dos desafios encontrados na efetivação do Ensino de Química no contexto da Educação Escolar Indígena junto aos Bakairi da Aldeia Aturua no Estado de Mato Grosso. Tem como objetivo geral compreender as possibilidades e desafios encontrados na efetivação do Ensino de Química no contexto da Educação Escolar Indígena junto aos Bakairi da Aldeia Aturua no Estado de Mato Grosso. Como objetivos específicos elencamos os seguintes: analisar a relação que o grupo investigado mantém com a escola e com os conhecimentos escolares , principalmente, os conhecimentos químicos escolares; entender como os discursos do cotidiano indígena e os da ciência/escola aparecem e dialogam na produção dos enunciados dos sujeitos pesquisados; identificar as possibilidades e os desafios para a construção dos conhecimentos químicos escolares nessa realidade escolar. Para se chegar ao que constatamos nesta pesquisa, contamos com este aporte teórico: a noção de cultura de Geertz, postulados de Bakhtin acerca do enunciado; a relação com o saber proposta por Charlot; com a conceito da estrutura da vida cotidiana de Hellerd, com a noção de enculturação discutida por Mortimer. Em se tratando da coleta dos dados, foram realizadas, por meio de observações, desenhos, entrevistas individuais e entrevistas coletivas. Com esses pressupostos elencamos nesta pesquisa as diferentes explicações apresentadas pelos membros da comunidade, professores e os alunos do Ensino Médio para temas explicados pela Ciência como transformação química. Escolhemos para isso a pesca com o timbó. Nesse sentido, constatamos que a relação que esses alunos e demais membros da comunidade mantêm com a escola está vinculada ao aprender a ser alguém e os conhecimentos escolares são colocados, sobretudo, em função da relação com os não indígenas. As informações veiculadas pela escola, em sua maioria, são inquestionáveis em seu campo de validação: o espaço escolar, o espaço do branco . Os conhecimentos químicos escolares são trabalhados segundo a lógica do livro didático, que traz como consequência o distanciamento entre os conhecimentos químicos e os conhecimentos bakairi cotidianos. Os enunciados dos alunos, por sua vez, evidenciaram uma busca por outras formas de explicar a pesca com o timbó e o efeito do veneno, que vão além das explicações cotidianas. Demarcaram para isso a área de validação de cada explicação. Concluímos que os conhecimentos químicos estão distantes do cotidiano escolar. A partir de seus enunciados, colocamos possibilidades para um processo de ensino que contribua para o acesso a essa dimensão cultural. Mas, ressaltamos a importância de inserir nas aulas de Ciências Naturais/Química os conhecimentos cotidianos bakairi.
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Práticas educativas de professores(as) indígenas e as políticas públicas: reflexões acerca de uma escola indígina do povo Potiguara - PB

Cunha, Robério Davi Borges 01 September 2015 (has links)
Submitted by Wallace Arruda (wallacearruda@uepb.edu.br) on 2017-08-10T13:40:42Z No. of bitstreams: 1 DISS - ROBERIO DAVI BROGES CUNHA.pdf: 1210128 bytes, checksum: f86a2cd8a30e188c056ebc19ab533243 (MD5) / Rejected by Hellys Sousa (hellysmorais@uepb.edu.br), reason: Arquivo sem acesso, pede senha on 2017-11-08T13:03:33Z (GMT) / Submitted by Wallace Arruda (wallacearruda@uepb.edu.br) on 2017-11-29T13:55:39Z No. of bitstreams: 1 DISS - Roberio Davi Borges Cunha.pdf: 36775218 bytes, checksum: a1b5fb6816334694e9df3a10cab4c066 (MD5) / Approved for entry into archive by Gabriella Oliveira (gabriellaoliveira@uepb.edu.br) on 2017-11-30T17:17:01Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISS - Roberio Davi Borges Cunha.pdf: 36775218 bytes, checksum: a1b5fb6816334694e9df3a10cab4c066 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-30T17:17:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISS - Roberio Davi Borges Cunha.pdf: 36775218 bytes, checksum: a1b5fb6816334694e9df3a10cab4c066 (MD5) Previous issue date: 2015-09-01 / CAPES / This study aims to analyze the indigenous teachers’ educational practices who teach at Indigenous Elementary and High School Índio Pedro Máximo de Lima, located in Três Rios village (Marcação-Paraíba, Brazil), through documents observation considering education policy prepared for this ethnic segment. Our proposal is focused on Education field through dialogue with Social Services from Cultural Studies perspective. Theoretical framework embraces studies developed by Moreira & Candau (2012), Bergamaschi (2012) and Santiago et al. (2013), which were part of this research composition, among others. Methodology compels ethnographic qualitative research based on dialogue with authors such as Bogdan & Biklen (1994), Chizotti (2013) and Weller & Pfaff (2011), using semi-structured interview with participant observation performed at research field. We hope that this study, because of its importance, may contribute discussion able to problematize indigenous peoples in the educational field, considering especially Potiguaras’ educational reality, in order to offer a new significance about their contributions to ethnic-racial and Education issues related to social and ethnic diversity. We believe that this research can encourage new understanding possibilities for these peoples in the current educational scenario. / O presente trabalho visa a analisar as práticas educativas de professores/as indígenas da Escola Indígena de Ensino Fundamental e Médio Índio Pedro Máximo de Lima, situada na aldeia Três Rios, em Marcação-PB, através da observação dos documentos em interface com as políticas educacionais elaboradas para este segmento étnico. Nossa proposta se situa no campo da Educação, através do diálogo com o Serviço Social, na perspectiva dos Estudos Culturais. Utilizamos como referencial teórico os estudos desenvolvidos por Moreira & Candau (2012), Bergamaschi (2012) e Santiago et al. (2013), que fizeram parte da composição da pesquisa, dentre outros. Do ponto de vista metodológico, desenvolvemos nosso trabalho com as contribuições da pesquisa qualitativa do tipo etnográfica, a partir do diálogo com os autores Bogdan & Biklen (1994), Chizotti (2013) e Weller & Pfaff (2011), com a utilização de entrevista semiestruturada com observação participante, empreendida por intermédio de uma pesquisa de campo. Esperamos que este estudo, dada a sua relevância, contribua para a promoção de debates que problematizem os povos indígenas no campo educacional, a partir da realidade educativa dos Potiguaras, a fim de ressignificá-los quanto às suas contribuições para a Educação étnico-racial e as questões relativas às diversidades sociais e étnicas, motivando novas possibilidades para se entender estes povos no cenário educacional atual.
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Educação escolar indígena como inovação educacional: a escola e as aspirações de futuro das comunidades / Indigenous school education as educational innovation: the school and the community aspirations for the future

Aline Cristina de Oliveira Abbonizio 18 October 2013 (has links)
O objeto desta tese são os aspectos que distinguem a educação escolar indígena da educação escolar convencional. Especificamente, dirige-se a processos educacionais que possam ser classificados como inovadores, ou seja, tentativas de alteração de práticas educacionais consideradas costumeiras. O objetivo principal foi definir a educação escolar indígena a partir da relação que esta estabelece com as aspirações de futuro das comunidades. Para tanto foi examinada a hipótese de que experiências recentes de escolarização indígena vêm buscando compatibilizar objetivos escolares com objetivos comunitários. Esta hipótese foi confirmada no estudo de caso da Escola Indígena Khumuno Wuu, que fica em território do povo Kotiria (Wanano), na Comunidade Caruru Cachoeira, alto rio Uaupés, no município de São Gabriel da Cachoeira, AM, Amazônia brasileira. Conclui que, ao refletirem sobre o que querem da sua escola, os Kotiria elaboram e executam seus planos para o contexto atual e para as novas gerações, o que faz da escola espaço principal de reunião comunitária, debate e intervenção sobre as condições de vida atuais e futuras. / The aim of this thesis is to analyse the aspects which distinguish indigenous school education from traditional education. For that purpose, educational processes that may be classified as innovative and all the attempts to change the common educational practices have been considered. The main objective was to define the indigenous school education regarding the relationship that it establishes with its community aspirations for the future. To that end, we have examined the hypothesis that the recent indigenous schooling experience has tried to interrelate the school objectives with the community objectives. This hypothesis was confirmed in the case study of Khumuno Wuu Indigenous School which is located in Kotirias (Wanano) territory, Caruru Cachoeira Community, on the Northern shores of Uaupés River, in the city and municipality of São Gabriel da Cachoeira, AM, in the Brazilian Amazon region. The conclusion was that by reflecting upon what they expect from school, the Kotiria people elaborate and execute their plans bearing in mind their current context as well as the future generations. That makes the school the main place for community gathering, intervention and debate about the current and future living conditions.
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Conhecimentos Bakairi cotidianos e conhecimentos químicos escolares : perspectivas e desafios

Lopes, Edinéia Tavares 07 May 2012 (has links)
This research deals with the possibilities and challenges found towards the realization of the Teaching of Chemistry in the context of Indigenous School Education with the Bakairi of the Aturua Village in the State of Mato Grosso. From the understanding of how the Bakairi had a proper grasp of school and of the idea of culture, we aim at understanding, at first, the relation the group being observed maintains with school and school knowledge and, then, focussing on the reality concerning the Teaching of Chemistry in such a context. In order to come to conclusions in the present research, we counted on the definition of culture by Geertz. Based on Bakhtin s propositions, we aimed at understanding how the speech act occurs and how the meaning of the speech acts of the students being investigated is constructed. We also counted on the notion of relation with knowledge, proposed by Charlot, and with the notion of rupture and epistemological obstacles, proposed by Bachelard. As to the characterization of scientific language, more specifically the chemical language, the definitions proposed by Mortimer were the ones employed. The notion of enculturation was also based on Mortimer s propositions. The data was collected through observations, drawings, individual and collective interviews. Based on these theoretical assumptions, we analyzed the different explanations given by High School students to themes explained by Science as chemical transformations. Fishing with timbó vine was chosen to do so. More specifically, we aimed at understanding, at first, how the discourses of the indigenous quotidian and the ones of science/school appeared and had a dialogue towards the production of what the subjects that take part in the research said. We aimed at identifying the challenges and possibilities towards the construction of school chemical knowledge. In this respect, it can be said that the relation these students and other members of the community maintain with school is associated with the idea of learning how to be someone and school knowledge is mainly placed towards the relation with the non-indigenous knowledge. Most pieces of information given at school are not questionable in their validation field: school environment, the white space. School chemical knowledge is worked according to the logic of didactic books, which brings, as a consequence, the gap between chemical knowledge and quotidian bakairi knowledge. Such a gap and the logic of didactic books lead towards the creation of obstacles instead of enabling students to learn school chemical knowledge. Students discourses, on their turn, showed the necessity of searching for new forms of explaining fishing with timbó vine and the action of the poison, which go beyond pragmatic explanations and the ones connected with mythological aspects. To do so they marked the area of validation of each explanation. To explain fishing with timbó vine and the action of the poison, students turned to their quotidian knowledge and the language which was characteristic of their cultural dimension, which, so far, have been enough when it comes to the explanation and realization of such an activity. However, this language and the conceptual tools which are made available for students by the school are not able to explain such phenomena, from the viewpoint of convergence with scientific explanation. It can be concluded that school chemical knowledge is very distant from the quotidian existence of these students. Based on their discourses, possible obstacles are shown in this teaching modality when it comes to the teaching of school chemical knowledge, but possibilities which can promote a process of teaching which contributes to have students access such a cultural dimension are also revealed. / Esta pesquisa trata das possibilidades e dos desafios encontrados na efetivação do Ensino de Química no contexto da Educação Escolar Indígena junto aos Bakairi da Aldeia Aturua no Estado de Mato Grosso. Tem como objetivo geral compreender as possibilidades e desafios encontrados na efetivação do Ensino de Química no contexto da Educação Escolar Indígena junto aos Bakairi da Aldeia Aturua no Estado de Mato Grosso. Como objetivos específicos elencamos os seguintes: analisar a relação que o grupo investigado mantém com a escola e com os conhecimentos escolares , principalmente, os conhecimentos químicos escolares; entender como os discursos do cotidiano indígena e os da ciência/escola aparecem e dialogam na produção dos enunciados dos sujeitos pesquisados; identificar as possibilidades e os desafios para a construção dos conhecimentos químicos escolares nessa realidade escolar. Para se chegar ao que constatamos nesta pesquisa, contamos com este aporte teórico: a noção de cultura de Geertz, postulados de Bakhtin acerca do enunciado; a relação com o saber proposta por Charlot; com a conceito da estrutura da vida cotidiana de Hellerd, com a noção de enculturação discutida por Mortimer. Em se tratando da coleta dos dados, foram realizadas, por meio de observações, desenhos, entrevistas individuais e entrevistas coletivas. Com esses pressupostos elencamos nesta pesquisa as diferentes explicações apresentadas pelos membros da comunidade, professores e os alunos do Ensino Médio para temas explicados pela Ciência como transformação química. Escolhemos para isso a pesca com o timbó. Nesse sentido, constatamos que a relação que esses alunos e demais membros da comunidade mantêm com a escola está vinculada ao aprender a ser alguém e os conhecimentos escolares são colocados, sobretudo, em função da relação com os não indígenas. As informações veiculadas pela escola, em sua maioria, são inquestionáveis em seu campo de validação: o espaço escolar, o espaço do branco . Os conhecimentos químicos escolares são trabalhados segundo a lógica do livro didático, que traz como consequência o distanciamento entre os conhecimentos químicos e os conhecimentos bakairi cotidianos. Os enunciados dos alunos, por sua vez, evidenciaram uma busca por outras formas de explicar a pesca com o timbó e o efeito do veneno, que vão além das explicações cotidianas. Demarcaram para isso a área de validação de cada explicação. Concluímos que os conhecimentos químicos estão distantes do cotidiano escolar. A partir de seus enunciados, colocamos possibilidades para um processo de ensino que contribua para o acesso a essa dimensão cultural. Mas, ressaltamos a importância de inserir nas aulas de Ciências Naturais/Química os conhecimentos cotidianos bakairi.
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O sistema de avaliação nacional e a educação escolar indígena : contrastando duas realidades a partir do ensino de ciências

Santos, Hélio Magno Nascimento dos 29 April 2015 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research introduces educational quality indicators, focusing on indigenous educational modality. Thus, the problem of this research is the relation between the quality indices of national education and school education offered to indigenous population, seeking in this context to produce elements to reflect on the teaching of natural sciences. The overall objective of this research is to reveal the relation between the quality data of national education, and indigenous education as a way to contribute to the reflection of the relevance (or not) of the school performance test proposition that include, especially, the natural sciences in school indigenous education (EEI - Escola de Educação Indígena). The methodology used has a qualitative-quantitative/theoretical-bibliographic approach, more predominantly qualitative approach. Data collection was done through reading, and analysis of academic productions, and official documents that specifically point the national education quality indicators, and EEI, also through the open questionnaire, carried out with the state departments of education of all states. Initially, we discussed the Brazilian assessment system, taking into consideration the main educational statistics in Brazil. We tried to approach as following, the organization of the national education system, its modalities, and education quality indicators with emphasis on ERA. Among the indicators of educational quality which include the evaluation of EEI, the following ones were discussed: the registration, training of teachers, educational establishments, the specific educational resources for indigenous schools, and school performance in external evaluations. Afterwards, we approached the reality of two indigenous schools, one of them is in Mato Grosso State, chosen because surveys have been carried out in such institution during the PhD studies that anticipate this work. The second school establishment is located in Sergipe State, It is chosen as the only of this type in the state and due to activities of the Institutional Scholarship Program for Initiation to Teaching (PIBID) in school. These activities are developed by the students of the UFS (Campus Itabaiana), PIBID Scholars. From the results, it is clear that the ERA is established throughout the country, except for the Federal District. We present yet, data about the teaching of Natural Sciences in this type of education, based on observation of the aforementioned two Indian schools. In this last step, we seek to unveil, from official documents and publications of the members of the "Study Group Science Education, Diversity and Environment", some indices of educational quality. In closing remarks, reflect the above items, underscoring the perception that, over the past two decades, significant advances have been achieved by indigenous peoples; However, according to studies, it is clear that there is still much to do in promoting and ensuring a quality ERA. / Esta pesquisa aborda os indicadores de qualidade educacionais com foco na modalidade educacional indígena. Desse modo, a problemática da pesquisa é a relação entre os índices de qualidade da educação nacional e da educação escolar ofertada aos indígenas, buscando, nesse contexto, produzir elementos para refletir sobre o ensino de Ciências Naturais. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é desvelar a relação entre os dados de qualidade da educação nacional e a educação indígena, como forma de contribuir para a reflexão da pertinência (ou não) da proposição de testes de desempenho escolar que contemplem, de maneira especial, as Ciências Naturais na Educação Escolar Indígena (EEI). A metodologia aplicada tem uma abordagem qualitativo-quantitativa teórica bibliográfica com predominância do enfoque qualitativo. A coleta dos dados foi feita através da leitura e análise de produções acadêmicas e documentos oficiais que abordam especificamente os indicadores de qualidade da Educação nacional e a EEI por meio da aplicação de questionário aberto, realizado junto às secretarias estaduais de educação de todos os estados da federação. Inicialmente, abordamos o sistema de avaliação brasileiro, discutindo as principais estatísticas educacionais no Brasil. Procuramos abordar, no segundo momento, a organização do sistema de ensino do país, suas modalidades e os indicadores de qualidade educacional com ênfase à EEI. Dentre os indicadores de qualidade educacional que contemplam a avaliação da EEI, foram discutidos os seguintes: a matrícula, a formação dos professores, os estabelecimentos de ensino, os recursos didáticos específicos para as escolas indígenas e o desempenho escolar nas avaliações externas. Posteriormente, abordamos a realidade de duas escolas indígenas, uma situada no estado de Mato Grosso, escolhida em razão de pesquisas que já foram realizadas nesta instituição durante o período de doutorado da orientadora deste trabalho. A outra escola, situada em Sergipe, foi escolhida por ser a única desta modalidade no estado e devido à realização de atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) na escola. Tais atividades são desenvolvidas pelas alunas da UFS (Campus Itabaiana), bolsistas do PIBID. A partir dos resultados, percebe-se que a EEI é instituída em todo o país, com exceção do Distrito Federal. Apresentamos ainda, dados acerca do ensino de Ciências Naturais nessa modalidade de ensino com base na observação das duas escolas indígenas supracitadas. Nessa última etapa, procuramos desvelar, a partir de documentos oficiais e das publicações dos integrantes do Grupo de Estudo Ensino de Ciências, Diversidade e Ambiente , alguns índices de qualidade educacional. Nas considerações finais, refletimos os itens citados, ressaltando a percepção de que, ao longo das duas últimas décadas, avanços significativos foram alcançados pelos povos indígenas. Contudo, de acordo com os estudos realizados, percebe-se que ainda há muito a ser feito para a promoção e garantia de uma EEI de qualidade.

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