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Cadernos íntimos diários publicados: um estudo das práticas da escrita de diários, no âmbito das práticas sociais disseminadasBrito, Ingrid Zacarelli [UNESP] 02 September 2011 (has links) (PDF)
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brito_iz_me_rcla.pdf: 771264 bytes, checksum: bb55572f15a81e19b7d3264bd27f8a4c (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / A pesquisa aqui apresentada é parte integrante do Projeto intitulado A aventura da escrita: práticas, saberes e cenários que visa a aprofundar os estudos do ato de escrever na perspectiva de sua permanente metamorfose e da metamorfose de quem escreve e/ou lê, fundada na autonarração e autointerpretação que podem ser lidas [e interpretadas], também nos diários, escritos por pessoas comuns. Nesta pesquisa, focamos como objeto de estudo o diário situando-o entre as práticas da escrita disseminadas. A pesquisa embasa-se em estudos de diários publicados, escritos em sua maioria por mulheres. Cadernos aparentemente íntimos e secretos, editados e transformados em livros. Trata-se, como bem apresenta Nora Catelli, de uma dupla marginalidade muito atraente. Segundo a autora, ―el diario íntimo de mujer sería, sin duda, el lugar de escritura más cercano a la verdad existencial de lo diferente” (2007, p.45). Há duas questões que mobilizam as discussões sobre os diários publicados: uma enunciada pelo pesquisador francês Philippe Lejeune (2008, p.260) - ―quando se lê ‗o mesmo texto‘ impresso em um livro, será de fato o mesmo?‖ e a outra elaborada por Laura Freixas (1996, p.11) - ―¿Son verdaderamente diários íntimos?‖ Pesa sobre essas questões a apreensão do diário enquanto uma prática cultural ordinária e do livro enquanto um objeto cultural que instaura uma ordem. Segundo o historiador Roger Chartier, os autores não escrevem livros: eles escrevem textos que se tornam objetos escritos, manuscritos, gravados, impressos (1994, p.17). Daí que soa estranho o termo livro-diário. Enquanto livros, eles se apresentam como qualquer outro livro: capa, título, prefácio, apresentação, índice... Enquanto diário: o que há nesses livros? O texto é o mesmo? A intimidade composta é a mesma?... / The research presented here is part of a project entitled The adventure of writing: practices, knowledge and scenarios, that seeks to deepen studies the act of writing in the perspective of its permanent metamorphosis and of metamorphosis of one who writes and/or read, based on self-narration and self-interpretation that can be read [and interpreted], also in the diaries written by ordinary people. In this research, we focus as objects of study the diary placing it among the disseminated practice of writing. The researches were based on the studies published diaries, written in its majority by women. Apparently intimate and secret notebooks edited and turned into books. It is, as well as Nora Catelli presents of a very attractive double marginality. According to the author, ―el diario íntimo de mujer sería, sin duda, el lugar de escritura más cercano a la verdad existencial de lo diferente” (2007, p.45). There are two questions that can be said mobilize discussions about the published diaries: one enunciated by the French researcher Philippe Lejeune (2008, p.260) – When you read 'the same' text printed in a book, will actually be the same? And the other developed by Laura Freixas (1996, p.11) - ―¿Son verdaderamente diários íntimos?‖. Weighs about these questions the seizure of the diary as a ordinary cultural practice and the book as a cultural object that establishes an order. According to historian Roger Chartier, the authors do not write books, do not they write texts that have become objects writings, manuscripts, engravings, printed (1994, p.17) .It seems strange that the term book-diary. As books, they appear like any other book: cover, title, preface, presentation, content ... As diary: what's in these books? The text is the same? The composed intimacy is the same? What remains and what it becomes ... (Complete abstract click electronic access below)
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Vozes femininas de Moçambique / Female voices from MozambiquePereira, Ianá de Souza 19 October 2012 (has links)
Pela análise comparativa dos romances Ventos do apocalipse (1999) e Niketche: uma história de poligamia (2004), da moçambicana Paulina Chiziane, esta dissertação discute as representações e o papel social da mulher em romances que se pautam na intensa força das relações sociais que informam a maneira de agir de homens e de mulheres em Moçambique. Mostramos como as mulheres especialmente as moçambicanas , antes personagens majoritariamente representadas por uma construção estético-literária masculina, alcançam na escrita feminina de Paulina uma representação da mulher sobre a mulher. Assim, procuramos consolidar um pensamento crítico em torno da hipótese de investigação pela qual se efetiva no espaço literário a desconstrução da subalternidade instituída para as mulheres e enraizada na ordem capitalista patriarcal. / Through a comparative analysis of the novels Ventos do apocalipse [Winds of the Apocalypse] (1999) and Niketche: uma história de poligamia [Niketche: A Story of Polygamy] (2004), by Mozambican writer Paulina Chiziane, the present dissertation discusses the representations and the social role of women in novels based on the intense strength of the social relations that guide the behavior of men and women in Mozambique. We shall show how women especially those from Mozambique characters who used to be mainly represented by a male aesthetic-literary construction, acquire, in Paulinas female writing, a womans representation of women. Thus, we attempt to consolidate a critical thinking to support the investigation hypothesis according to which the subalternity instituted for women and rooted in the patriarchic capitalist order is deconstructed in the literary space.
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A escrita feminina na lírica de Maria Teresa HortaSouza, Natália Salomé de 07 December 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-12-07 / CAPES / Na busca de uma escrita que falasse do corpo feminino pela própria mulher,
encontrei a lírica de Maria Teresa Horta. Em seus poemas, a eu-lírica dá voz a um
corpo, de forma a desamarrá-lo de um jugo patriarcal. Há, portanto, uma voz e uma
escrita feminina que partem de uma imanência, analisadas, a princípio, a partir de
um movimento interior que nos responderá perguntas essenciais, tais como: o que
torna esta escrita verdadeiramente feminina? Em quais aspectos ela diverge de uma
escrita masculina? Esta escrita é uma manifestação biológica ou seu conceito não
se funda nesta perspectiva? Na concepção de Hélène Cixous e Luce Irigaray,
teóricas do feminismo da diferença, há um ser mulher que foi constantemente
apagado pela lei do pai e do logos, portanto a escrita e a fala feminina precisariam
subverter o falogocentrismo e deixarem-se fluir através do próprio corpo feminino.
Seria a retomada da linguagem semiótica de Kristeva, essencialmente feminina e
circular, que não se prende na denominação e estaticidade do nome. Numa
linguagem poética e erótica, encontramos esta fala do corpo que em si ultrapassa
uma ordem imposta à sociedade, e isto nos leva ao segundo movimento – um
movimento exterior. As implicações de uma retomada do corpo feminino pelas
mulheres fora da soberania patriarcal levariam a uma mudança completa da
sociedade, em que homens e mulheres não ocupariam espaços verticais; antes
disso, suas posições sociais dar-se-iam num eixo horizontal em que não haveria
hierarquia, logo as mulheres não seriam subalternas aos homens e vice-versa.
Haveria respeito mútuo dentro da diferença e politicamente a diferença de gênero
não seria motivo de discriminação e subalternidade. A poesia representa, portanto, a
possibilidade de subversão da ordem patriarcal, da ordem do falo, desde que,
quando produzida por mulheres, seja uma escrita do corpo feminino, uma escrita
feminina que se diz a partir da voz de uma eu-lírica. Da mesma forma que do devir
mulher surge uma lírica feminina, emerge também a ginocrítica – teoria literária que
marca uma tradição feminina nos estudos da literatura que rejeita a crítica
tradicional. / In the search for writings by women that talked about the female body I found Maria
Teresa Horta’s lyric. In her poems, the eu-lírica gives voice to a body as a way to
untie it from the patriarchal domain. Thus, there is a woman’s voice and a woman’s
writing that derive from an immanence. They are analyzed, at first, from an internal
movement that will answer some essential questions, such as: what makes this
writing truly feminine? In what aspects is it different from a masculine one? Is it a
biological manifestation or is this concept not founded in such perspective?
According to the ideas of Hélène Cixous and Luce Irigaray, theoreticians of the
difference feminism, there is a ‘woman being’ that has constantly been erased by the
“father”’s and the logos’s laws, therefore women’s writing and speech need to
subvert phallogocentrism and let themselves flow through female body. It would be
the return of the semiotic language of Kristeva, essentially feminine and circular,
which is not tied to the denomination and immobility of the name. In a poetic and
erotic language, we find this speech of the body that surpasses an imposed social
order, thus leading us to a second movement – an external one. The implications of a
recovery of the female body by women outside the patriarchal sovereign would lead
to a complete change in society, in which men and women would not occupy vertical
spaces; on the contrary, their social positions would be established in a horizontal
axis with no hierarchy, so women would not be subordinated to men and vice-versa.
There would be mutual respect inside the difference. Politically, gender difference
would not be a reason for discrimination and subordination. Hence, poetry represents
the possibility of subversion of the patriarchal order from the phallus, as long as,
when produced by women, it is the writing of a female body, a woman’s writing that
voices the eu-lírica. From the becoming of a woman, women’s lyrics is born.
Similarly, there comes gynocritics– a literary theory that marks a women’s tradition in
the literary studies that rejects traditional criticism.
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Vozes femininas de Moçambique / Female voices from MozambiqueIaná de Souza Pereira 19 October 2012 (has links)
Pela análise comparativa dos romances Ventos do apocalipse (1999) e Niketche: uma história de poligamia (2004), da moçambicana Paulina Chiziane, esta dissertação discute as representações e o papel social da mulher em romances que se pautam na intensa força das relações sociais que informam a maneira de agir de homens e de mulheres em Moçambique. Mostramos como as mulheres especialmente as moçambicanas , antes personagens majoritariamente representadas por uma construção estético-literária masculina, alcançam na escrita feminina de Paulina uma representação da mulher sobre a mulher. Assim, procuramos consolidar um pensamento crítico em torno da hipótese de investigação pela qual se efetiva no espaço literário a desconstrução da subalternidade instituída para as mulheres e enraizada na ordem capitalista patriarcal. / Through a comparative analysis of the novels Ventos do apocalipse [Winds of the Apocalypse] (1999) and Niketche: uma história de poligamia [Niketche: A Story of Polygamy] (2004), by Mozambican writer Paulina Chiziane, the present dissertation discusses the representations and the social role of women in novels based on the intense strength of the social relations that guide the behavior of men and women in Mozambique. We shall show how women especially those from Mozambique characters who used to be mainly represented by a male aesthetic-literary construction, acquire, in Paulinas female writing, a womans representation of women. Thus, we attempt to consolidate a critical thinking to support the investigation hypothesis according to which the subalternity instituted for women and rooted in the patriarchic capitalist order is deconstructed in the literary space.
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Uma nova mulher na minificção brasileira: os miniespelhos de Marina Colasanti em Contos de Amor RasgadosCechinel, Francilene Maria Ribeiro Alves January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / Esta dissertação tem como objetivo o estudo das estratégias de problematização da condição feminina e da estrutura do conto moderno nos minicontos da obra Contos de amor rasgados (1986), de Marina Colasanti. Utilizando uma definição de minificção como microtexto literário narrativo ficcional em prosa fortemente marcado por estratégias para a obtenção da hiperbrevidade e por elementos da estética pós-moderna (Zavala, 2004; Lagmanovich, 2006; Rojo, 2009; Andres-Suárez, 2010), a primeira parte deste trabalho contextualiza tal forma literária dentro da teoria do conto e dentro da história das formas breves na literatura brasileira. A segunda parte do trabalho apresenta os principais traços da escrita de Marina Colasanti, de sua minificção e, principalmente, de sua discussão sobre a situação das mulheres na década de oitenta no Brasil em minificções que têm como tema central os estereótipos de gênero, a violência contra as mulheres e a sexualidade feminina. Ao final, o estudo explicita a importância e os efeitos do trabalho precursor de Marina Colasanti na minificção brasileira, na utilização dessa nova forma literária como instrumento para o rompimento de regras e limites impostos ao conto e às mulheres e na proposição de formas de escrita literária e de experiências femininas ainda inusitadas para a década de oitenta no Brasil. / Esta disertación tiene como objetivo el estudio de las estrategias de problematización de la condición femenina y de la estructura del cuento moderno en los minicuentos de la obra Contos de amor rasgados (1986), de la escritora Marina Colasanti. Utilizando una definición de minificción como microtexto literario narrativo ficcional en prosa fuertemente marcada por estrategias para la obtención de la ultra brevedad y por elementos de la estética post-moderna (Zavala, 2004; Lagmanovich, 2006; Rojo, 2009; Andres-Suárez, 2010), la primera parte de este trabajo contextualiza tal forma literaria dentro de la teoría del cuento y dentro de la historia de las formas breves en la literatura brasileña. La segunda parte del trabajo presenta los matices principales de la escritura de Marina Colasanti, de su minificción y, principalmente, de su discusión sobre la situación de las mujeres en la década de los ochenta en Brasil en minificciones que tienen como tema central los estereotipos de género, la violencia contra las mujeres y la sexualidad femenina. Por fin, el estudio explicita la importancia y los efectos del trabajo precursor de Marina Colasanti en la minificción brasileña, en la utilización de esa nueva forma literaria como instrumento para el rompimiento de reglas y límites impuestos al cuento y a las mujeres y en la proposición de formas de escritura literaria y de experiencias femeninas aún inusitadas para la década de los ochenta en Brasil.
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A escrita feminina na Itália renascentista do século XVI : poemas e cartas de Veronica Franco e Veronica Gambara /Beraldo, João Paulo Ribeiro January 2019 (has links)
Orientador: Yllan de Mattos Oliveira / Resumo: A presente Dissertação tem em seu cerne os resultados da pesquisa em que cujo tema desenvolvido foi o da escrita renascentista feminina italiana no século XVI, em que nos embasamos nas obras poético-epistolares de duas mulheres homônimas, Veronica Gambara (1485 - 1550) e Veronica Franco (1546 - 1591). Nossas fontes foram as Terze Rime (1575), as Lettere Familiari a Diversi (1580) de Veronica Franco, as Rime de Veronica Gambara e suas Lettere. O ponto basilar que se faz presente na investigação é o de como ocorreram as construções linguísticas, o jogo de palavras, de cortesia (característica da arte cortesã), ou seja, como foram construídas as composições das obras. Tanto as poesias quanto as cartas eram pensadas por suas autoras com uma intencionalidade. As poetisas estiveram inseridas em um jogo cortesão. Portanto, investigamos as nuances existentes, encontradas nas obras e os contornos sociais pertinentes à época que nortearam a escrita das duas mulheres pesquisadas. / Abstract: The present Dissertation has at its heart the results of the research in which the theme developed was the Italian female Renaissance writing in the 16th century, which is based on the poetic-epistolary works of two homonymous women, Veronica Gambara (1485 - 1550) and Veronica Franco (1546 - 1591). Our sources were Terze Rime (1575), Veronica Franco's Lettere Familiari a Diversi (1580), Veronica Gambara's Rime and her Lettere. The basic point that is present in the investigation is how the linguistic constructions, the courtesy wordplay (characteristic of courtly art) occurred, that is, how the compositions of the works were constructed. Both poetry and letters were intended by their authors with intent. The poets were inserted in a courtier game. Therefore, we investigate the existing nuances found in the works and the social contours pertinent to the time that guided the writing of the two women surveyed. / Mestre
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A leitura e a escrita no silêncio das mulheres : uma intersecção entre psicanálise e cultura / The reading and the writing at womens silence : an intersection between psychoanalysis and cultureCorrêa, Maria Celeste Arantes 31 March 2009 (has links)
Este trabalho investiga como um processo de silenciamento imposto historicamente às mulheres foi capaz de inseri-las parcialmente no mundo da cultura e ao mesmo tempo segregá-las em modos específicos de apropriação, por um triplo processo de apolitização, dessexuação e tutela intelectual, que ao mesmo tempo restringiu-a a campos marginais do consumo e da produção cultural. Analisa também como a via emancipadora da psicanálise, liberando a sexualidade mas privilegiando a lógica fálica obscureceu o papel da mãe, filiandose ao dispositivo foucaultiano da aliança e suas estratégias de poder, especialmente a histerização do corpo da mulher. A inserção feminina no processo de aculturação ressentiu-se de uma aprendizagem e de um ensino excessivamente investidos na escrita e na ausência de oralidade. Ao mesmo tempo surgia uma pretensão à escrita literária não submetida aos processos formais de pertencimento a escolas e a uma sólida tradição na escrita. Esse modo específico de apropriação delimitou para as mulheres gêneros, temas e estilos específicos, tal como aconteceu historicamente em suas práticas de leitura. Desse modo, pela lógica da distinção e pelas suas condições de possibilidade específicas de produção, coube às mulheres produzir diários, correspondência privada, literatura de viagem e romances em profusão de teor sentimental e social, lidos especialmente por mulheres. A escrita feminina inscreveu-se primeiro pelos rodapés dos jornais, com seus fait-divers e os romances-folhetim. A produção literária encontra na teoria psicanalítica sua forma de sublimação por excelência. Cotejando a história da leitura e da produção literária das mulheres e as interpretações freudianas e lacanianas dos processos psíquicos associados à sublimação, este trabalho aponta para duas vertentes: de um lado, em uma abordagem ontogenética, propõe que se pense a sexualidade, a educação e a sociabilidade das meninas futuras mães sob uma ótica da maternação não exclusiva, centrada nas relações de objeto. De outro, de um ponto de vista sociogenético, conclui que as lentas transformações nas estruturas psíquicas do superego feminino conducentes à sublimação estão diretamente associadas às transformações culturais implicadas na ordem do sexo/gênero. / This work investigates how a muting process historically imposed to women was capable of partially introduce them in the world of the culture and at the same time to segregate them in specific ways of appropriation, by a triple process of apoliticization, asexuation and intellectual guardianship, in a way that restricted them to secondary fields of consumption and cultural production. It also analyzes how psychoanalysis emancipatory trend, liberating the sexuality but privileging the falic logic, overshadowed the paper of the mother, joining itself to the foucaultian alliances device and its strategies of power, especially the histerization of womens body. The feminine introduction in the aculturalization process resented a learning and an education processes excessively invested in writing and in the absence of orality. At the same time, appeared a pretension to a literary writing not submitted to formal processes from specific literary schools and neither to a solid tradition in writing. This specific way of appropriation delimited for women specific themes, subjects and styles, as well as it has happened historically with their practices of reading. In this manner, for the logic of the distinction and their specific conditions for literary written production, it remained to women the production of daily, private correspondence, literature of trip and a profusion of sentimental and social romances, read especially by women. The feminine writing was firstly enrolled by periodicals baseboards, with its fait-divers and the feuilleton-romances. The literary production finds in the psychoanalytic theory its form of subliming by excellence. Comparing womens history of reading and literary production to freudian and lacanian interpretations of psychic processes associated to the subliming, this work points to two directions: of one side, in an ontogenetic approach, it proposes that sexuality, education and sociability of girls - future mothers should be considered under an optics of non-exclusive mothering, centered in the object relations. In the other hand, from a sociogenetics point of view, it concludes that the slow transformations in the psychic structures of feminine superego that conduces to the subliming are directly associated to the cultural transformations implied in the order of sex/gender.
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A leitura e a escrita no silêncio das mulheres : uma intersecção entre psicanálise e cultura / The reading and the writing at womens silence : an intersection between psychoanalysis and cultureMaria Celeste Arantes Corrêa 31 March 2009 (has links)
Este trabalho investiga como um processo de silenciamento imposto historicamente às mulheres foi capaz de inseri-las parcialmente no mundo da cultura e ao mesmo tempo segregá-las em modos específicos de apropriação, por um triplo processo de apolitização, dessexuação e tutela intelectual, que ao mesmo tempo restringiu-a a campos marginais do consumo e da produção cultural. Analisa também como a via emancipadora da psicanálise, liberando a sexualidade mas privilegiando a lógica fálica obscureceu o papel da mãe, filiandose ao dispositivo foucaultiano da aliança e suas estratégias de poder, especialmente a histerização do corpo da mulher. A inserção feminina no processo de aculturação ressentiu-se de uma aprendizagem e de um ensino excessivamente investidos na escrita e na ausência de oralidade. Ao mesmo tempo surgia uma pretensão à escrita literária não submetida aos processos formais de pertencimento a escolas e a uma sólida tradição na escrita. Esse modo específico de apropriação delimitou para as mulheres gêneros, temas e estilos específicos, tal como aconteceu historicamente em suas práticas de leitura. Desse modo, pela lógica da distinção e pelas suas condições de possibilidade específicas de produção, coube às mulheres produzir diários, correspondência privada, literatura de viagem e romances em profusão de teor sentimental e social, lidos especialmente por mulheres. A escrita feminina inscreveu-se primeiro pelos rodapés dos jornais, com seus fait-divers e os romances-folhetim. A produção literária encontra na teoria psicanalítica sua forma de sublimação por excelência. Cotejando a história da leitura e da produção literária das mulheres e as interpretações freudianas e lacanianas dos processos psíquicos associados à sublimação, este trabalho aponta para duas vertentes: de um lado, em uma abordagem ontogenética, propõe que se pense a sexualidade, a educação e a sociabilidade das meninas futuras mães sob uma ótica da maternação não exclusiva, centrada nas relações de objeto. De outro, de um ponto de vista sociogenético, conclui que as lentas transformações nas estruturas psíquicas do superego feminino conducentes à sublimação estão diretamente associadas às transformações culturais implicadas na ordem do sexo/gênero. / This work investigates how a muting process historically imposed to women was capable of partially introduce them in the world of the culture and at the same time to segregate them in specific ways of appropriation, by a triple process of apoliticization, asexuation and intellectual guardianship, in a way that restricted them to secondary fields of consumption and cultural production. It also analyzes how psychoanalysis emancipatory trend, liberating the sexuality but privileging the falic logic, overshadowed the paper of the mother, joining itself to the foucaultian alliances device and its strategies of power, especially the histerization of womens body. The feminine introduction in the aculturalization process resented a learning and an education processes excessively invested in writing and in the absence of orality. At the same time, appeared a pretension to a literary writing not submitted to formal processes from specific literary schools and neither to a solid tradition in writing. This specific way of appropriation delimited for women specific themes, subjects and styles, as well as it has happened historically with their practices of reading. In this manner, for the logic of the distinction and their specific conditions for literary written production, it remained to women the production of daily, private correspondence, literature of trip and a profusion of sentimental and social romances, read especially by women. The feminine writing was firstly enrolled by periodicals baseboards, with its fait-divers and the feuilleton-romances. The literary production finds in the psychoanalytic theory its form of subliming by excellence. Comparing womens history of reading and literary production to freudian and lacanian interpretations of psychic processes associated to the subliming, this work points to two directions: of one side, in an ontogenetic approach, it proposes that sexuality, education and sociability of girls - future mothers should be considered under an optics of non-exclusive mothering, centered in the object relations. In the other hand, from a sociogenetics point of view, it concludes that the slow transformations in the psychic structures of feminine superego that conduces to the subliming are directly associated to the cultural transformations implied in the order of sex/gender.
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[en] THE POSSIBILITY OF FEMININE WRITING IN LYGIA FAGUNDES TELLES AND IN OTHER MALE AND FEMALE WRITERS, AND ITS DIALOGUE WITH CULTURE / [pt] A POSSIBILIDADE DE UMA ESCRITA FEMININA EM LYGIA FAGUNDES TELLES, EM OUTRAS ESCRITORAS E ESCRITORES E O SEU DIÁLOGO COM A CULTURAMARIA JEANINE DE MIRANDA SALVATERRA 30 July 2004 (has links)
[pt] O objeto desta dissertação é a escrita feminina, conceito
que se aplica
tanto a escritoras quanto a escritores. Demonstramos como
as marcas desta
escrita estão expressas na obra de Lygia Fagundes Telles e
também em textos
tanto de autoria feminina quanto masculina. O conceito
escrita feminina
engloba tanto a visão psicanalítica, no que se refere a
experiências primordiais
expressas no discurso literário, quanto a abordagem
temática, que mostra como
o olhar feminino difere do masculino no tratamento dado às
personagens
femininas, que tornam-se o foco da narrativa. Por outro
lado, o pensamento
pós-moderno ajuda a crítica feminista a fazer uma releitura
das obras literárias.
Nesse contexto, o feminino emerge como o lugar da diferença
e a escrita
feminina torna-se revolucionária enquanto potência
discursiva, contrapondo-se
à ordem vigente e possibilitando a emergência de uma voz
até pouco tempo
silenciada: a voz do universo feminino. Trata-se ainda de
uma questão de
linguagem, pois para falar sobre o novo é preciso uma nova
linguagem. Por
outro lado, a mudança no modo de pensar o feminino
produziu, no mundo real,
um padrão de comportamento libertário, que na década de 70
teve como
símbolo a atriz Leila Diniz. / [en] The subject of this essay is feminine writing, a concept
that can be
applied to both female and male writers. We demonstrate how
the
characteristics of this writing are expressed in Lygia
Fagundes Telles s work
and also in other texts by female and male writers. The
concept of feminine
writing encompasses not only the psychoanalytic approach to
the primordial
experiences expressed in the literary discourse, but also
the thematic
perspective that shows how the female approach is different
from the masculine
in dealing with female characters, responsible for the
point of view of the
narrative. Also, postmodern thinking helps feminist
criticism to reread literary
works. In this context, the feminine emerges as the place
of difference, and
feminine writing becomes revolutionary as discursive
potency, opposing the
status quo and allowing the emergence of a voice that was
previously silent: the
voice of the feminine universe. This is also a question of
language, because the
new discourse demands a new language. Changes in ways of
dealing the
feminine have produced, in the real world, a pattern of
libertarian behavior
symbolized in the 1970s by the actress Leila Diniz.
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Vozes marginais: a obra da cordelista D. Cícera à luz da semiótica das culturasSilva, Emannuelle Carneiro da 06 April 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-04-06 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This research analyzed, based on the semiotic theory of French line, ideological relations that establish in parts produced by Cícera Martiniano,-artist of Paraiba with 89 years old, unknown by the Academy and resident of peripheral zone of Bayeux-PB. The choice of the corpus was given by the fact that the cultural expressions of the work of that author represent far more than artistic manifestations. Are, in fact, an exercise of collective memory of social practice. We chose those texts that discuss historical themes or everyday related to social roles assigned to women, in the context of Brazil and Brazil, which are: prejudice and violence against women; the marriage; as well as the death and suffering, arising from the sexist oppression on the genre. The strings chosen were: story of Margarida Maria Alves, story of a life suffered, dismantle the world's story, When I was excluded from the St. Lawrence community, story of Bayeux and bird story. The theoretical basis was the semiotics of French line, in particular, the proposals of Greimas and Rastier that were considered the analysis of three structures that make up the generational path of meaning and analysis of human areas of the human environment: the ID, the proximity and the cultural distance. To this end, it was necessary to establish a systematic path that understood the following actions: a) theoretical study about the Semiotics of culture, based mainly on the work developed by the same authors mentioned above, of which we highlight, the popular culture and your transmission; (b) the purpose of writing) study, considering the socio-historical and cultural context of your production c) analysis of the immanent ideologies to narratives examined, deciphering and reconstituting the socio-cultural processes and the values of the subject that they establish, d) rescue of intersubjective relations and human projections of person, space and time, describing the effects of direction caused by such mechanisms. / Esta pesquisa analisou, com base na teoria semiótica de linha francesa, os sistemas de valores presentes que se instauram nas peças produzidas por Dona Cícera Martiniano, – cordelista paraibana com oitenta e nove anos de idade, desconhecida pela academia e moradora da zona periférica de Bayeux-PB. A escolha do corpus se deu pelo fato de que as expressões culturais da obra daquela autora representam bem mais do que manifestações artísticas. São, na realidade, um exercício da memória coletiva de uma prática social. Escolhemos aqueles textos que abordam temáticas históricas ou cotidianas, relacionadas aos papéis sociais atribuídos às mulheres, no contexto brasileiro e paraibano, quais sejam: o preconceito e a violência contra a mulher; o casamento; bem como a morte e o padecimento, decorrentes da opressão machista sobre o gênero.Os cordéis escolhidos foram:Estória de Margarida Maria Alves, Estória de uma vida sofrida, Estória do desmantelo do mundo, Quando fui excluída da comunidade São Lourenço, Estória de Bayeux e Estória de passarinho. O fundamento teórico foi a semiótica de linha francesa, destacando as propostas de Greimas e Rastier, as quais foram consideradas a análise das três estruturas que compõem o percurso gerativo da significação e análise das zonas antrópicas do entorno humano: a de identidade, a de proximidade e a de distanciamento cultural. Para tanto, fez-se necessário estabelecer um percurso sistemático que compreendeu as seguintes ações: a) realização de um estudo teórico acerca da Semiótica das Culturas, com base, sobretudo, nos trabalhos desenvolvidos pelos mesmos autores citados, de que destacamos, a cultura popular e sua transmissão; b) estudo a propósito da escrita feminina, considerando o contexto sócio-histórico e cultural de sua produção; c) análise das ideologias imanentes às narrativas examinadas, decifrando e reconstituindo os processos socioculturais e os valores dos sujeitos que nelas se instauram; d) resgate das relações intersubjetivas e das projeções antrópicas de pessoa, espaço e tempo, descrevendo os efeitos de sentido provocados por tais mecanismos.
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