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Biopolítica e o enunciado da autonomização das esferas sociais / Biopolitics and the statement of the social spheres’ autonomization

Silva, Lucas Trindade da 28 February 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2018. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-06-22T19:08:19Z No. of bitstreams: 1 2018_LucasTrindadedaSilva.pdf: 1859328 bytes, checksum: eba23a5a3475e7d77e44722b9e387fd6 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-06-29T16:37:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2018_LucasTrindadedaSilva.pdf: 1859328 bytes, checksum: eba23a5a3475e7d77e44722b9e387fd6 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-06-29T16:37:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2018_LucasTrindadedaSilva.pdf: 1859328 bytes, checksum: eba23a5a3475e7d77e44722b9e387fd6 (MD5) Previous issue date: 2018-06-22 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). / O objetivo da tese é inquirir o conceito foucauldiano de biopolítica sobre o que ele tem a dizer em relação tanto ao enunciado sociológico fundante da autonomização/diferenciação das esferas em sociedades modernas como às críticas a tal enunciado na tradição que vai da reificação, passa pela lógica da identidade promovida pela racionalidade instrumental, até a colonização sistêmica do mundo da vida e as formulações intrincadas de campo/habitus em Bourdieu. Após a realização de uma arqueologia dos enunciados e contra-enunciados da tese da autonomização/diferenciação das esferas na modernidade e de uma imersão nas nuances da formulação foucauldiana dos conceitos de biopoder, biopolítica e governamentalidade, buscamos evidenciar, primeiramente, como a transversalidade da analítica do poder foucauldiana coloca em xeque radicalmente a compreensão do poder e do político como uma esfera ou (sub) sistema diferenciado, autônomo e autorreferencial. Num segundo momento, buscamos salientar como o aprofundamento da reflexão genealógica sobre a biopolítica, pensada progressivamente como tecnologia moderna por excelência de poder, pontua formas situadas de indiferenciação entre esferas e códigos sociais: a) análise das imbricações entre verdade e poder no próprio programa genealógico; b) entre saber histórico e prática política no historicismo político do discurso da guerra entre as raças; c) entre saber estatístico-biológico e regulamentação política da população nos diversos processos de normalização; d) na delimitação entre as esferas econômica, política e jurídica condicionada pelo regime de verdade da economia política; e) no direcionamento neoliberal de todas as “esferas” da sociedade para a constituição, objetiva e subjetiva, da economia de mercado. Nesse sentido, na medida em que formula um instrumental genealógico passível de aplicabilidade diversa e heuristicamente potente, Foucault se aproxima mais de Bourdieu, que também elabora à sua maneira uma praxeologia interessada em formas múltiplas de dominação social através da autonomização prática e lexical dos campos. Dois programas de pesquisa que, talvez, ao lado dos esforços da Teoria Crítica de matriz frankfurtiana, possam funcionar de forma complementar na análise dos diversos níveis e modos de indiferenciação entre esferas e códigos tomados tradicionalmente como intransitivos entre si. / The aim of the thesis is to investigate the Foucauldian concept of biopolitics on what it has to say in relation to both the founding sociological statement of the autonomization / differentiation of spheres in modern societies as to the critique of that statement in the tradition that goes from reification, passes through the logic of identity promoted by instrumental rationality, to the systemic colonization of the lifeworld and the intricate formulations of field / habitus in Bourdieu. After the realization of an archeology of the statements and counter-statements of the thesis of the autonomization / differentiation of the spheres in modernity and of an immersion in the nuances of the Foucauldian formulation of the concepts of biopower, biopolitics and governmentality, we seek first to show how the transversality of the Foucauldian analytics of power radically challenges the understanding of power and the political as a differentiated, autonomous and self-referential sphere or (sub) system. Secondly, we seek to emphasize how the deepening of genealogical reflection on biopolitics, progressively thought of as the modern technology of power par excellence, points to localized forms of indifferentiation between spheres and social codes: a) analysis of the imbrications between truth and power in the genealogical program itself ; b) between historical knowledge and political practice in the political historicism of the discourse of war between the races; c) between statistical-biological knowledge and political regulation of the population in the various standardization processes; d) in the delimitation between the economic, political and juridical spheres conditioned by the regime of truth of the political economy; e) in the neoliberal direction of all the "spheres" of society for the objective and subjective constitution of the market economy. In this sense, insofar as he formulates a genealogical instrument capable of diverse and heuristically potent applicability, Foucault is similar to Bourdieu, who also elaborates in his own way a praxeology interested in multiple forms of social domination through the practical and lexical autonomy of the fields. Two research programs that, alongside the efforts of the Critical Theory of the Frankfurtian matrix, may function in a complementary way in the analysis of the various levels and modes of indifferentiation between spheres and codes traditionally taken as intransitive to each other.
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Desenvolvimentos de uma genealogia da governamentalidade : a noção de parresia entre a ética e a política

Santos, Alexandre Gomes dos 11 August 2017 (has links)
Submitted by Alison Vanceto (alison-vanceto@hotmail.com) on 2017-09-27T11:45:37Z No. of bitstreams: 1 TeseAGS.pdf: 854761 bytes, checksum: 457636fa4571576eaa4be4858052e3ec (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (bco.producao.intelectual@gmail.com) on 2018-01-25T15:52:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TeseAGS.pdf: 854761 bytes, checksum: 457636fa4571576eaa4be4858052e3ec (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (bco.producao.intelectual@gmail.com) on 2018-01-25T15:52:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TeseAGS.pdf: 854761 bytes, checksum: 457636fa4571576eaa4be4858052e3ec (MD5) / Made available in DSpace on 2018-01-25T16:00:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TeseAGS.pdf: 854761 bytes, checksum: 457636fa4571576eaa4be4858052e3ec (MD5) Previous issue date: 2017-08-11 / Não recebi financiamento / Our aim with the present research is a "genealogy of governmentality" based on the investigations undertaken by Michel Foucault in the last years of the Collège de France, when notions of "spirituality", "ascesis" and "parresía" are used to articulate politics and ethics around the government of self and others, tracing the development of the "self-arts," elements of a Greek and Roman ethos, for governing arts of self and others, this through the logical chain "relations of power / governmentality / government of self and others / relation of self to you ". In addition, to point out the ethical consequences that such genealogy brings to our present, especially regarding the theme "freedom" as a possible thematic field for which we are taken from the Foucaultian studies around the aesthetics of existence. / Nosso objetivo com a presente pesquisa consiste numa “genealogia da governamentalidade” a partir das investigações empreendidas por Michel Foucault nos últimos cursos do Collège de France, quando noções de “espiritualidade”, “ascese” e “parresía” são utilizadas para articular política e ética em torno do governo de si e dos outros, traçando o desenvolvimento das “artes de si”, elementos de um ethos grego e romano, para artes de governo de si e dos outros, isto por meio da cadeia lógica “relações de poder/governamentalidade/governo de si e dos outros/relação de si para consigo”. Ademais, apontar as consequências éticas que tal genealogia traz para o nosso presente, principalmente no tocante ao tema “liberdade” como um possível campo temático para o qual somos levados a partir dos estudos foucaultianos em torno das estéticas da existência.
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O cuidado de si e a constituição do sujeito em Foucault

Zanotto, Karin 24 August 2011 (has links)
Este estudo demonstra a relação do cuidado de si com a formação do sujeito, baseado principalmente nas ideias de Michel Foucault (1926-1984). Trata-se de expor algumas contribuições dos pensamentos desse autor em relação ao processo educativo atual. Foucault oferece instrumentos de análise que inspiram abordagens históricas, sociológicas e filosóficas, entrelaçadas com o tema educacional, que abrange conceitos como liberdade, punição, poder, conhecimento, autonomia, entre outros. Partindo do princípio de que o sujeito está em constante transformação ou, ainda, de que está sempre se constituindo como sujeito, sendo que esta constituição se faz principalmente no período escolar, analisaremos o cuidado de si no processo educativo, enquanto formador da autonomia do indivíduo. Para tanto, serão utilizadas as obras História da sexualidade e Hermenêutica do sujeito de Foucault. Este trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro, analisaremos as bases históricas do cuidado de si, em A vontade do saber e O uso dos prazeres, na perspectiva da investigação acerca da constituição do sujeito. No segundo capítulo, faremos uma reflexão sobre o cuidado de si na história da sexualidade, regressando às praticas do cuidado de si, da Antiguidade, através da História da sexualidade (v. 3), O cuidado de si e Hermenêutica do sujeito. No terceiro capítulo, versaremos sobre os temas relacionados à educação, com relação à constituição do sujeito, com enfoque principal na fase escolar. Trataremos de mostrar que, com atitudes fomentadoras do cuidado de si, que visam o entrelaçamento das práticas do cuidado com a aquisição do conhecimento, é possível a constituição de um sujeito autônomo, praticante da liberdade. / Submitted by Marcelo Teixeira (mvteixeira@ucs.br) on 2014-05-30T12:15:13Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao Karin Zanotto.pdf: 837430 bytes, checksum: b20765c5fb12622861d4411b13337e17 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-05-30T12:15:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao Karin Zanotto.pdf: 837430 bytes, checksum: b20765c5fb12622861d4411b13337e17 (MD5) / This paper shows the relationship between care of the self with the formation of the subject, based primarily on the ideas of Michel Foucault (1926-1984). It exposes some contributions of this author’s thoughts in relation to the current educational process. Foucault offers instruments of analysis that inspire historical, sociological and philosophical approaches, interlaced with the educational theme, which embraces concepts such as freedom, punishment, power, knowledge, autonomy, among others. Starting from the principle that the subject is under constant transformation or, yet, that one is always constituting oneself as a subject, whereas that constitution takes place particularly in the schooling period, the theme of care of the self leads to questioning the educational process as for the formation of the individual’s autonomy. At the light of bibliographic research this thesis is based on the analysis of The History of Sexuality and Hermeneutics of the Subject. The study is organized in three chapters. In the first chapter, the historical bases of the care of the self are analyzed according to The Will to Knowledge and The Use of Pleasure, under the perspective of investigating on the constitution of the subject. As for the second chapter, it is based on the third volume of The History of Sexuality: The Care of the Self and on the Hermeneutics of the Subject, contemplating a reflection on the care of the self in the history of sexuality, returning to the practices of the care for the self in Ancient History, under the optics of Foucault. The third chapter deals with how Foucault’s ideas contribute for the analysis of themes related to education, concerning the constitution of the subject, with a prime focus on schooling phase. It shows that attitudes fomenting care for the self, which aim at the interweaving of care practices with acquisition of knowledge, enable the constitution of an autonomous subject, seeking practices of freedom.
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Discurso da historicidade como crítica do discurso da metafísica: dominação do discurso da visão em relação à subordinação do discurso da miscigenação

Nienov, Christian Otto Muniz January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T18:55:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000427438-Texto+Completo-0.pdf: 3367783 bytes, checksum: 5ee022e1ea8192432d136a6a55b2d1e2 (MD5) Previous issue date: 2010 / The Archaeology of Knowledge is arguably the methodological, theoretical book in whic Foucault seeks to establish contact between philosophy and history. Roughly speaking, this book seeks to outline the relationship between the analysis of discursive formations and the description of statements. Quite apart from the explicit proposal of the author, our study sets out to show how the scope of the constitution of the historical discourse as domination over the discourse of vision in relation to the subordination of the discourse of miscegenation, eliminating the discourse of metaphysics (or discourse of the invisible) due to the possibility of solidarity with the discourse of miscegenation, is the fundamental support of The Archaeology of Knowledge. The discourse of historicity is the discourse of vision as an epistemological ideal of the solidary vision, perceptual and sovereign (which dismisses the hearing and allows for the touch) and pedagogic, argumentative ideal of absolute or total (which removes the invisible). Speaking of vision is the inseparable presence of need and demand for space (whose job is to stay in the visible) that leads to the description of specificity (whose function is to fix the view). Discourse of historicity is the opposite of the discourse of metaphysics (or the discourse of metaphysics reveals the underside of the historicity of the discourse), hence the criticism of the absence of utopia and the mainstream (whose function is to eliminate the invisible). The discourse of miscegenation is the relationship between harmony, variety, time and war. The historicity of discourse dominates the discourse of miscegenation (through the discourse of vision), hence the control of the relationship, multiplicity, time and war through presentification, spatial and specification: the mobility of multiplicity, for example, can take is to the infinitive or the unlimited, or unity (domination of the discourse of metaphysics as speech invisible), so his detention (through specificity and uniqueness, of individuality ownership, accuracy and thoroughness of the separation of distinction) for setting the vision (domination of the discourse of speech as the historicity of vision). Accompanying explanation of the constitution of the historicity of discourse using the metaphor of the alien as their preferred model of intelligibility: the will of the foreigner, the glorification of history through the defense of the historicity of discourse is the transposition of their contradictory philosophical inheritance, the assertion of epistemology through praise of the discourse of vision, and the denial of metaphysics through the critique of the discourse of the invisible. / A arqueologia do saber é o livro reconhecidamente metodológico ou teórico de Foucault que procura estabelecer contato entre filosofia e história. Grosso modo, este livro pretende dar conta da relação entre análise das formações discursivas e descrição dos enunciados. Ora, independentemente da proposta explícita do autor, nosso estudo tem por escopo mostrar como a constituição do discurso da historicidade, como dominação do discurso da visão em relação à subordinação do discurso da miscigenação, que é eliminação do discurso da metafísica (ou discurso do invisível) devido à possibilidade de solidariedade do discurso da miscigenação com o discurso da metafísica, como dominação do discurso da metafísica em relação à subordinação do discurso da miscigenação, é a sustentação fundamental de A arqueologia do saber. O discurso da historicidade é discurso da visão como busca do ideal epistemológicoperceptivo da visão solitária e soberana (que descarta a audição e subordina o tato) e ideal pedagógico-argumentativo da visão absoluta ou total (que elimina o invisível). O discurso da visão é a indissociabilidade entre necessidade da presença e exigência do espaço (cuja função é a permanência no visível) que leva à descrição da especificidade (cuja função é a fixação da visão).O discurso da historicidade é o avesso do discurso da metafísica (ou o discurso da metafísica revela o avesso do discurso da historicidade), por isso a crítica da ausência, da utopia e da generalidade (cuja função é a eliminação do invisível). O discurso da miscigenação é a harmonia entre relação, multiplicidade, tempo e guerra. O discurso da historicidade domina o discurso da miscigenação (através do discurso da visão), por isso o controle da relação, da multiplicidade, do tempo e da guerra mediante presentificação, espacialização e especificação: a mobilidade da multiplicidade, por exemplo, pode levá-la ao infinito ou ilimitado, ou à unidade (dominação do discurso da metafísica como discurso do invisível), por isso sua imobilização (através da especificidade como singularidade: propriedade da individualidade, precisão da minúcia e separação da distinção) para a fixação da visão (dominação do discurso da historicidade como discurso da visão). Acompanha a explicação da constituição do discurso da historicidade a utilização da metáfora do estrangeiro como seu modelo de inteligibilidade privilegiado: a vontade do estrangeiro, a apologia da história mediante a defesa do discurso da historicidade, é o transporte das suas heranças filosóficas contraditórias, a afirmação da epistemologia através do elogio do discurso da visão, e a negação da metafísica mediante a crítica do discurso do invisível.
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Filosofia e desrazão: poder, resistência e estética na história da loucura de Michel Foucault

Testa, Federico January 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T18:56:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000443455-Texto+Completo-0.pdf: 3947832 bytes, checksum: ce67f81ef2ded825a00ca5db19f50c7e (MD5) Previous issue date: 2012 / This thesis presents a possibility of reading Michel Foucault’s Madness and civilization, reintegrating the first preface of the book and its problematic. The author interrogates Madness and civilization about a possible philosophy of experience and aesthetics, not made explicit by Foucault in his book. In the vicinity of the project of interrogating otherness, limits, transgression, and proscription, one of the fundamental questions of the book is seen as the one about culture and history. It's the question about its conditions of possibility, and about what remains for them as unthough or forgotten, and the fundamental structure of exclusion and segregation that constitutes them. It was based on the notion of archeology of silence that the dissertation poses the question about what was silenced (madness itself), and, secondly, about the gestures, actions and processes that reduced this subject to silence, that is, the history of the procedures of correctional power that are constituted in relation to the mad and the institutions that host them. It is as an archeology of the processes of capture and confinement of the insane - that deprive them of their language - that archeology can approach the conditions of possibility of the establishment of mental illness as an object of knowledge and therapy, and of mental medicine as a scientific knowledge. This idea of silence led, finally, to a discussion about the main modes of action of power in the history of madness, as well as an outline of precarious forms of resistance linked to transgressions of prohibitions of language. The dissertation discussed the role of art and aesthetics in the philosophical project undertaken by Foucault in Madness and civilization, as well as his later self-criticism and reinterpretation of this book and his own work. / O trabalho aqui realizado apresenta uma possibilidade de releitura da História da loucura a partir da reintegração do primeiro prefácio escrito ao livro e sua problemática. Interroga a História da loucura sobre uma possível filosofia da experiência, uma ontologia, e ainda, uma estética, pouco ou precariamente explicitadas no livro. Na vizinhança do projeto de interrogação da alteridade, dos limites, da transgressão, da proscrição, uma das indagações fundamentais do livro é vista como sendo aquela sobre a cultura e sobre a história. Trata-se da pergunta por suas condições de possibilidade, por aquilo que permanece para elas como impensado ou esquecido, e a estrutura fundamental de exclusão e segregação que as constitui. Foi a partir da noção de arqueologia do silêncio que se colocou, na dissertação, a pergunta sobre o que foi silenciado (a própria loucura), e, por outro lado, pelos gestos, ações e processos que reduziram esse sujeito ao silêncio, ou seja, a história dos procedimentos de poder correcionais e policiais que se constituem em relação aos insensatos e as instituições que os abrigam. É como uma arqueologia dos processos de captura e confinamento dos loucos - que os privam de sua linguagem - que a arqueologia consegue abordar as condições de possibilidade da instauração da doença mental como objeto de conhecimento e terapêutica, e da medicina mental como saber científico. Essa ideia de silêncio levou, enfim, à discussão das principais formas de ação do poder na História da loucura, bem como a um esboço precário das formas de resistência vinculadas às transgressões dos interditos de linguagem .Com isso, tentativa aqui esboçada foi a de ligar a História da loucura à reflexão de Foucault sobre a arte, a literatura e a linguagem, perguntando por uma estética na História da loucura, a partir da discussão sobre a imagem, o visual e o visível na obra do autor, bem como as relações da loucura com a arte e as dimensões estéticas associadas à desrazão enquanto conceito cultural. A dissertação discutiu o papel da arte e da estética no projeto filosófico empreendido por Foucault na História da loucura, bem como sua posterior autocrítica e reinterpretação da obra.
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Pensando a dimensão erótica na educação

Falchi, Cinthia Alves [UNESP] 18 February 2013 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:30:17Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2013-02-18Bitstream added on 2014-06-13T21:00:46Z : No. of bitstreams: 1 falchi_ca_me_mar.pdf: 343992 bytes, checksum: a7d2115c4d6cd59f843ce4a0b0d374e9 (MD5) / A partir dos escritos de Foucault problematizamos o Ensino das sexualidades na escola, quando estas adentram ao currículo informal pelos temas transversais a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Orientação Sexual, realizando um contraponto com a Educação a partir da Erótica. Partimos da discussão da formação dos estereótipos social e cientificamente construídos e adentramos um processo de significação do normal/anormal a partir do patológico. Este será o trajeto realizado por Foucault e do qual também nos utilizaremos para visualizar a construção de sujeitos sexuais. Será a partir da discussão de anátomo-política para a biopolítica que engendraremos nosso caminhar, para enfim entrarmos na discussão de um cuidado de si como postura tanto ética como política na educação. Durante o trajeto questões serão levantadas na tentativa de provocar uma inquietação a respeito dessas duas lógicas distintas entre si com relação à formação de um sujeito, por um lado erótico, e por outro sexual, porém, em nenhum momento o “espaço escolar” será deixado de lado na discussão. Diferenciamos Ars erotica de Scientia sexualis para produção de verdade. A partir dos sujeitos que a Scientia sexualis produz, questionaremos o cuidado de si como fonte retrocessa de vivência no interior do exercício pedagógico, como transformadora e transfiguradora de si para consigo. Fazer o caminho de reconhecimento desta genealogia foucaultina nos faz poder visualizar, a partir de nossos próprios olhos, em que medida nos apercebemos sujeitados a uma história que cientificou, de maneira positivista, nossos conhecimentos de nós mesmos, e que formulou um padrão de conhecimento do/a outro/a. Podemos enfim questionar até que ponto é possível professores/a falarem com seus/uas estudantes de algo que, na maioria das vezes... / From the writings of Michel Foucault, we problematize the Teaching of sexualities in the school - when it enters into the informal curriculum through transversal themes in the National Curriculum – Sexual Orientation – performing a counterpoint with Education from Erotics. We start from the discussion of the formation of social and scientifically constructed stereotypes and we penetrate a process of signification of normal/abnormal from the pathological. This will be the path covered by Foucault which we will also use to visualize the construction of sexual subjects. Based on the discussion of anatomo-politics to biopolitics we will engender our journey to finally enter in the discussion of a care of the self as a posture both ethical as well as political. During this research we will raise questionings in an attempt to cause uneasiness about these two distinct approaches in relation to the formation of a subject, on the one hand erotic, and on the other hand sexual, however, the school environment will not be left aside of the discussion. We differentiate Ars erotica from Scientia sexualis to the production of truth. From the subjects that the Scientia sexualis produces, we will question a care of the self as a retrocessional source of existence within the pedagogical exercise, as a transforming and transfiguring experience from the self to the self. When tracing the way for the recognition of this Foulcault’s genealogy we become able to visualize, from our own eyes, how we are subjected to a history that has scientified, in a positivistic way, our knowledge of ourselves, and has developed a standard of knowledge of the other. We finally question to what extent can teachers speak with his/her students about something that, in most cases, these professionals are not able to, as they have a 'little care' of themselves . We speak here... (Complete abstract click electronic access below)
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Intempestivo e infame : o ensino de História na perspectiva foucaultiana

Ströher, Carlos Eduardo January 2014 (has links)
Esta dissertação pretende inserir alguns pontos em um território que atravessa as áreas da Educação e da História: o ensino de História. O problema investigativo deste trabalho se volta para o professor de História na sala de aula e questiona: como ele se constitui como sujeito? Pesquisador ou mero reprodutor de discursos acadêmicos? De que forma a bagagem acumulada no estudo dos conhecimentos históricos em nível universitário afeta a sua prática professoral? Que lugar ocupam os saberes e os fazeres docentes no ensino da História? O referencial teórico principal é composto por escritos de Michel Foucault, buscando assinalar as críticas que o autor fez à escrita da História. Como ferramenta de análise, optou-se pela descrição de cenas de aulas de História, quando o pesquisador foucaultiano e o docente se encontram no palco do acontecimento: a sala de aula. As cenas narram as relações estabelecidas entre os corpos de professor e de alunos e que resultam em choques, confrontos e embates de verdades, posições e significações. Elas buscam inserir problematizações neste cenário, fazendo surgir as experiências intempestivas e as vivências infames. O professor de História, na perspectiva foucaultiana, anseia por buscar elementos que tornem o passado um objeto vivo. Assim como aquele que se denominou historiador do presente, o caminho investigativo desta pesquisa aspira pensar de que maneira pode-se contribuir para libertar os pensamentos e as narrativas das estruturas engessadas que persistem nos ditos e escritos históricos. / This dissertation intents to insert some points in a territory that crosses the Areas of the Education and History: History teaching. The investigative problem of this study turns to the History professor in the classroom and interrogates: how does he constitute himself as a subject? Is he a researcher or mere reproducer of academic discourses? How does the know-how of the historical knowledge accumulated during the study, in university level, affect his professorial practices? What places do the professor’s knowledge and doings occupy in the teaching of History? The main theoretical framework is constituted by Michel Foucault’s writings, aiming to analyze the critics made by the author about the writings of the History. The description of History classes’ scenes was used as tool of analysis, when Foucault’s researcher and the professor meet each other on the happening’s stage: the classroom. The scenes narrate the relations established between professor and students that result in shock, confrontation and true oppositions, positions and significations. They attempt to reveal the truth established around this scenery, promoting untimely and infamous experiences. The History professor, according to Foucault’s perspective, is eager to find elements that turn the past into live object. As that one who called himself as the historian of the present, the investigative path of this research aspires to think how it is possible to contribute to release the thoughts and narratives from the plastered structures that remain in the historical sayings and writings.
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Governamentalidade e autoridade na educação : a conduta ética como ação política em Foucault

Moraes, Antônio Luiz de January 2015 (has links)
Esta tese tem como objeto do pensamento e horizonte de pesquisa a questão da autoridade na educação. Procurando situar-me no âmbito mais geral dos Estudos Foucaultianos e utilizando a descrição como ferramenta para a construção de determinadas noções que me parecem úteis para compor uma certa maneira de entender, um certo modo de pensar, argumento que a autoridade, entendida como uma imagem de força e controle, liga-se à certa forma de aleturgia. Nesse sentido, problematizo a governamentalidade, no contexto mais específico dos estudos de Foucault sobre as relações entre sujeito e verdade, como uma forma de aleturgia da ética. Descrevo que a governamentalidade no "último Foucault" ocupa-se, centralmente, da formação do êthos para acesso à verdade e constituição de um sujeito de conduta ética ― a conduta em que o indivíduo se constitui como sujeito moral da sua própria conduta ― configurando-se esta como ação política. O governamento de si é pensado como condição do governamento dos outros ou, dito de outro modo, o governamento dos outros é pensado como indexado ao governamento de si. Procuro mostrar que, na Contemporaneidade, é possível verificar uma ênfase em certa aleturgia que chamo de "aleturgia da igualdade" que se ocupa do estabelecimento da verdade da igualdade intrínseca de todos com a correlata afirmação da independência individual de cada um como valor máximo. Descrevo que essa aleturgia define uma imagem de força e controle da lei que compõe uma imagem tutelar da autoridade, onde o governamento dos outros é pensado, então, como desvinculado do governamento de si. Sustento a tese de que no campo da Educação é possível observar um enfraquecimento da imagem tradicional da autoridade e o correlato fortalecimento de uma imagem tutelar da autoridade, composta pela definição de uma imagem de força e controle da lei, que é produzida por meio do avanço da aleturgia da igualdade nesse campo. Diante disso, proponho ensaiar pensar a governamentalidade em articulação com a educação, por meio da qual se define uma imagem de força e controle da conduta ética e se compõe uma imagem ética da autoridade, onde a verdade manifestada na positividade da conduta ética ou o vínculo observável entre o dizer e o fazer torna-se critério da ação política. Concluo que a governamentalidade poderá nos ajudar a pensar de outro modo a questão da autoridade na educação e, ao mesmo tempo, contribuir para que o professor, numa relação de soberania consigo mesmo, acredite no valor político da sua conduta ética e se reconheça como protagonista do processo educacional. Como material analítico, utilizo a descrição de fragmentos de documentos, legislações, decisões judiciais e cenas escolares. / This paper, as an object of thinking and a horizon of a research, aims at the question on the authority in education. Attempting to focus on a larger range of the Foucauldian studies and using the description as a tool for the building of some notions, which are useful to compose a certain form of understanding, a certain form of thinking, argument that the authority, understood as an image of power and control, connected with a certain kind of alethurgy. In this way, I problematize governmentality, within a more specific context of Foucault’s studies on the relations between the individual and the truth, as a form of ethical alethurgy. I describe that the governmentality in the "last Foucault”, deals centrally with the formation of êthos in order to access truth and the constitution of ethical practice ─ the practice in which the individual is seen as the moral one of his own practice ─ constituting, the ethical practice as a political action. Self-governance is thought as a condition of the governance of the others or, in other words, the governance of the others is thought as indexed to self-governance. I am engaged in exposing that, in Contemporaneity, it is possible to verify an emphasis on what I call “alethurgy of equality”, which is involved with the establishment of the truth of the intrinsic equality of all individuals with the related statement of the individual independence of each one as a maximum value. I describe that this alethurgy defines an image of power and control of the law, which composes a tutelary image of authority in which the governance of the others is thought, then, disassociated from the self-governance. I sustain that, in the educational field, it is possible to observe a sort of weakening of the traditional image of authority and the correlation of the strengthening of the tutelary image of the authority. It is stablished for the definition of an image of power and control of the law, produced for the sort of a very great advance of alethurgy of equality in such field. According to what I already mentioned, I propose to essay the thinking of ethical governmentality articulated with education, as a means of an image of power and control of an ethical practice; composed of an ethical image of authority. It is considered in a way that the truth is shown either through the positivity of the ethical practice or the observable link between saying and doing, which becomes the condition of a political action. Summing up, I do believe ethical governmentality can help us to think in another form of other questions of authority in education and, at the same time, contribute for the teacher – in a relation of sovereignty wit himself - believe in his political value of his ethical practice and recognize himself as the protagonist of the educational process. As an analytical material, I resort of descriptions of fragments of documents, legislation, legal decisions and school questions.
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“Hilda Hilst : da dramaturgia ao poder e à cena : leituras das peças O Verdugo (1969) e o Rato no Muro (1967)”

Gomes, Francisco Alves 23 July 2013 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Mestrado em Literatura e Práticas Sociais, 2013. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2013-09-27T15:37:04Z No. of bitstreams: 1 2013_FranciscoAlvesGomes.pdf: 2628543 bytes, checksum: 99ce305ad123711d4fecb3bd4b06769d (MD5) / Approved for entry into archive by Guimaraes Jacqueline(jacqueline.guimaraes@bce.unb.br) on 2013-09-30T13:04:00Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2013_FranciscoAlvesGomes.pdf: 2628543 bytes, checksum: 99ce305ad123711d4fecb3bd4b06769d (MD5) / Made available in DSpace on 2013-09-30T13:04:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2013_FranciscoAlvesGomes.pdf: 2628543 bytes, checksum: 99ce305ad123711d4fecb3bd4b06769d (MD5) / A dissertação intitulada: “Hilda Hilst: Da dramaturgia ao poder e à cena – leituras das peças O Verdugo e o Rato no Muro” tem por objetivo sistematizar reflexões sobre a ideia de poder na dramaturgia hilstiana, especialmente nas duas peças supracitadas. Hilda Hilst (1930 – 2004) é reconhecida pela crítica especializada como um dos grandes nomes da literatura brasileira. A autora alcançou mérito nos mais variados gêneros literários, como a poesia e a prosa. e sua dramaturgia, formada por oito peças, escritas entre os anos de 1967 – 1969, é rica em lirismo e recursos simbólicos. Desse modo, a nossa análise se centra nas peças O Rato no Muro e O Verdugo, nas quais Hilda Hilst pensa as relações de poder entre oprimidos e opressores tornando-as latentes através de discursos que denunciam opressões e opressores e ações em prol da liberdade. Ao analisarmos as peças utilizamos o conceito poder (re) elaborado pelo filósofo e historiador Michel Foucault. Para o pensador, o poder se mostra presente nos mais variados campos das relações humanas, e se evidencia, principalmente, nos espaços em que hierarquias são construídas e/ou mantidas e onde se exteriorizam as relações de poder existentes. Foucault nos guia ao longo de nosso trabalho organizado em quatro capítulos. No último capítulo, temos um registro da montagem da leitura cênica do texto O Rato no Muro, realizada para o projeto de extensão Quartas Dramáticas. Neste desdobramento prático e teórico, partilhamos algumas experiências do processo de transmutação do texto para a cena, demonstrando a força que o teatro hisltiano pode ter também no plano da montagem cênica. Assim, a presente dissertação, ao se constituir no tripé dramaturgia, poder e a cena, objetiva apresentar uma análise que possa desvendar o lirismo e o valor simbólico do texto teatral hisltiano e apresentar algumas de suas muitas possibilidades de interpretações teórica e cênica. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The dissertation entitled: “Hilda Hilst: From the dramaturgy to the power and to the stage – readings of the plays O Verdugo and O Rato no Muro” has the aim to systematize conjectures about the idea of power in the ‘Hilstian’ dramaturgy, especially in the two plays mentioned above. Hilda Hilst (1930 – 2004) is recognized by the critics as one of the greatest names of the Brazilian literature. The writer achieved merit in various literary genres, like the poetry and the prose, and her dramaturgy, formed by eight plays, written between 1967 and 1969, is full of lyricism and symbolic resources. That way, the analysis is centered in the plays O Rato no Muro and O Verdugo, in witch Hilda Hilst thinks about power relations between oppressed and oppressors that become potential through speeches that denounce oppressions and oppressors and actions towards freedom. When analyzing the plays, is used the notion of the power (re)elaborated by the philosopher and historian Michel Foucault. To this academic, the power shows itself in many areas of the human relations and becomes evident mostly in the spaces in witch hierarchies are constructed and/or maintained and where the existent power relations are externalized. Foucault guide us all over the essay, organized in four chapters. In the last chapter, there is a register of the montage of a scenic reading of the text O Rato no Muro, held for the extension project named “Dramatic Wednesdays”. In this practical ant theoretic deployment, we share some experiences of the process of the transmutation of the text to the stage, showing the strength that the “Hilstian” theatre can have in the scenic montage too. Therefore, this essay, constituted in the trivet dramaturgy, power and stage, has the aim to present a analysis that can unveil the lyricism and the symbolic value of the ‘Hilstian’ theatrical text and to present some of many possibilities of theoretical and scenic interpretations.
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Una contextualización epistémica del surgimiento de la bioética

Leyton Legues, Camila January 2010 (has links)
Tesis para optar al grado de Magíster en Bioética / La siguiente tesis es una investigación de índole bibliográfica que explora en el surgimiento de la bioética, específicamente en su discurso. Para ello se sostiene en la propuesta arqueológica de Michel Foucault en relación a la constitución de los discursos que forman un saber. Específicamente para el surgimiento del discurso y, por consiguiente, del saber bioético se requiere de un contexto o campo epistemológico ( episterne) determinados. Las características de la episterne en la bioética se sitúan en acontecimientos históricos, tales corno: la Segunda Guerra Mundial, la experimentación científica, la Declaración Universal de los Derechos Humanos y el surgimiento de diferentes códigos que regulan la experimentación científica. Estos hechos históricos marcan una ruptura en los paradigmas del pensamiento filosófico, donde se intenta reconstruir una razón mediante saberes que tiendan al acuerdo. A pesar de los intentos de acuerdo racional, se indaga en los aspectos irracionales subyacentes a todo acuerdo, corno lo es la voluntad de saber-poder en tiempos de crisis.

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