A pesquisa analisa a construção do êthos do general cartaginês Aníbal nas obras de Cornélio Nepos e Tito Lívio, tendo em vista procedimentos retóricos. A primeira parte da pesquisa consiste no estudo do gênero historiográfico antigo, e sua relação com a Retórica, e ainda o estudo dos conceitos de êthos, écfrase e enárgeia. Analisamos então as estratégias discursivas de Tito Lívio para compor um caráter do inimigo adequado ao seu projeto historiográfico. Na segunda parte, discutimos os limites entre a bíos e história, e analisamos o êthos de Aníbal construído por Cornélio Nepos, o que permite discutir também as diferenças entre os gêneros, e outras questões gerais da obra do biógrafo. / The research analyzes the construction of Hannibal\'s êthos in the works of Cornelius Nepos and Livy, considering rhetorical strategies. The first part is a study of ancient historiographical genre, and its relation to Rhetoric, and also of the concepts of êthos, ékphrasis and enárgeia. Then, we reflect about the discursive strategies used by Livy to compose a character convenient to his historiographical project. In the second part, we discuss the boundaries between bíos and history and analyze the êthos of Hannibal built by Cornelius Nepos, what also allows us to discuss the differences between these genres and other general issues of Nepos\' lives.

A pesquisa analisa a construção do êthos do general cartaginês Aníbal nas obras de Cornélio Nepos e Tito Lívio, tendo em vista procedimentos retóricos. A primeira parte da pesquisa consiste no estudo do gênero historiográfico antigo, e sua relação com a Retórica, e ainda o estudo dos conceitos de êthos, écfrase e enárgeia. Analisamos então as estratégias discursivas de Tito Lívio para compor um caráter do inimigo adequado ao seu projeto historiográfico. Na segunda parte, discutimos os limites entre a bíos e história, e analisamos o êthos de Aníbal construído por Cornélio Nepos, o que permite discutir também as diferenças entre os gêneros, e outras questões gerais da obra do biógrafo. / The research analyzes the construction of Hannibal\'s êthos in the works of Cornelius Nepos and Livy, considering rhetorical strategies. The first part is a study of ancient historiographical genre, and its relation to Rhetoric, and also of the concepts of êthos, ékphrasis and enárgeia. Then, we reflect about the discursive strategies used by Livy to compose a character convenient to his historiographical project. In the second part, we discuss the boundaries between bíos and history and analyze the êthos of Hannibal built by Cornelius Nepos, what also allows us to discuss the differences between these genres and other general issues of Nepos\' lives.

Thesis--Stockholm. / Extra t.p. with thesis statement inserted. Includes bibliographical references (p. 148-151) and index.

Thesis--Stockholm. / Extra t.p. with thesis statement inserted. Includes bibliographical references (p. 148-151) and index.

Thesis (Ph. D.)--Florida State University, 2004. / Advisor: Jack Freiberg, Florida State University, College of Visual Arts, Theatre, and Dance, Art History Dept. Title and description from dissertation home page (viewed Jan. 12, 2006). Document formatted into pages; contains vi, 245 pages. Includes bibliographical references.

S'il est établi que les historiens romains effectuent un travail important de sélection et de mise en forme de leurs sources, les descriptions et mentions géographiques font encore l'objet d'un regard hypercritique. Tite-Live se voit ainsi reprocher son incompétence ou sa négligence en la matière. Nous montrons qu'une telle conception méconnaît les conditions et les motivations qui président à l'écriture de l'histoire dans l'Antiquité. Pour comprendre les enjeux de la représentation livienne de l'espace, il faut nous abstraire d'une conception strictement géographique et topographique qui conduit, sur le plan des études narratives, à n'envisager l'espace que comme un arrière-plan. Nous mettons en évidence, dans une Ière partie,que la représentation de l'espace livien relève d'un travail de composition à partir des traditions annalistique et antiquaire, des histoires d'Alexandre, d'intertextes poétiques mais aussi d'un horizon d'attente construit autour de l'irruption, au coeur même de Rome, d'images liées à la conquête romaine. La représentation de l'espace obéit alors à différents enjeux, chacun attaché à des formes particulières et à des moments-clé qui permettent d'établir une typologie des représentations de l'espace dans l'oeuvre. Dans notre IIème partie, nous montrons que le passage, au sein d'un même épisode, d'un type d'espace à un autre et le recours à des épisodes récurrents permettent d'établir un discours sur la conquête et sur l'empire. Notre IIIème partie souligne que l'Ab Vrbe condita, en articulant espaces et peuples conquis autour de l'Vrbs, ne relève pas que d'une vision « nationaliste » mais propose des éclats d'histoire universelle pour interroger le pouvoir romain et sa pérennité. / While it is now aknowledged that Roman historians choose and shape theirsources, geographical descriptions and notes are still blamed. Livy is thus criticized for his lack of knowledge or neglect of geographical matter. We show that such a conception doesn't understand the writing of ancient history's conditions and motives.To understand well the purposes of the livian representation of space, we have to cut ourselves off from a strictly geographical and topographical conception and, on thenarrative level, from a vision of space as a single background. In our first part, we evidence that Livian representation of space is the result of a work of composition from annalistic and antiquarian traditions, Alexander's histories, poetic intertexts and the ''horizon d'attente'' which is built with the coming of images from the Roman conquest within the city of Rome. Representation of space has different purposes that are linked to different goals and various forms or key moment in the work'sarrangement, so that we can establish a typology. In our second part, we underlinethat the shift from a spatial type to another and the use of a specific terminologyleave to establish a discourse on Roman conquest and empire. Our third part showsthat the Ab Vrbe condita is not only a ''national'' work but also offers parts of universal history to question Roman power and its empire.

The association of the name of Francis Bacon with that of Niccolo Machiavelli is no novelty to the modern reader. But in most instances this association is brief and fleeting, possessed of a will-o'-the-wisp character that is at once unsatisfying and challenging. The natural conclusion to which one is tempted to leap is that Bacon, since he is the more recent in point of time, was influenced by the great Florentine in matters of philosophy and style. A second possibility is that both men were influenced by similar conditions of political and cultural backgrounds. A still further consideration lies in the belief that certain ideas are "in the air", so to speak, and descend upon different minds in various times and places without implying any necessity of relationship. It seems advisable to study the two men and their works in the light of these three possibilities. It is not the purpose of this thesis to assert the influence of Machiavelli upon Bacon's philosophy as a whole. This study is rather an attempt to bring together in comparative consideration the personalities and philosophies of two outstanding minds of their respective ages, and to draw such conclusions as seem logical. To this end I propose to examine the theories of Machiavelli set forth in The Prince and the Discourses on Livy, and from this background to view Bacon's philosophy relating to civil business as set forth in his Essays, especially "Of Truth," and "Of Great Place," and in the Advancement of Learning. I have here used the term, philosophy, to refer to the principles of human conduct by which Bacon's life was governed, rather than in a metaphysical sense.

Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. / There is one particular reading of identity in the Roman world, among many possible others, that derives from the tradition of Latin historiography. Roman historians have created a specific discourse on the past, aiming at uniformity but also showing their distinctive peculiarities due to the circumstances of their own times. We aim here to discuss the case of two of them, Livy and Tacitus, with a goal to understand their views on what \"being Roman\" meant, based on the premises of the interplay between the historiographical genre and the authors\' contemporary contexts. The difficulties when trying to reconstruct this second topic are a standard issue in the studies about Livy and Tacitus, focusing primarily on their relationship with the emperors, but here we intend to make a connection of this issue with the singularities of their reconstructions of the past, which were based on a fairly regular set of writing rules. The new trends on the question of identities in the Ancient world add to this inquiry, helping to refresh the analysis of, as we chose, four concepts that help to define the Roman identity in Livy and Tacitus: concordia, pietas, fides and mos maiorum. In the end, both the process of reconstruction of the past through a shared and regulated memory and the constant call for a fixed set of moral standards ultimately reveal the changes that the city of Rome goes through under the development of the Principate, so that this Roman identity end up making a symbol out of the city itself.

Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. / There is one particular reading of identity in the Roman world, among many possible others, that derives from the tradition of Latin historiography. Roman historians have created a specific discourse on the past, aiming at uniformity but also showing their distinctive peculiarities due to the circumstances of their own times. We aim here to discuss the case of two of them, Livy and Tacitus, with a goal to understand their views on what \"being Roman\" meant, based on the premises of the interplay between the historiographical genre and the authors\' contemporary contexts. The difficulties when trying to reconstruct this second topic are a standard issue in the studies about Livy and Tacitus, focusing primarily on their relationship with the emperors, but here we intend to make a connection of this issue with the singularities of their reconstructions of the past, which were based on a fairly regular set of writing rules. The new trends on the question of identities in the Ancient world add to this inquiry, helping to refresh the analysis of, as we chose, four concepts that help to define the Roman identity in Livy and Tacitus: concordia, pietas, fides and mos maiorum. In the end, both the process of reconstruction of the past through a shared and regulated memory and the constant call for a fixed set of moral standards ultimately reveal the changes that the city of Rome goes through under the development of the Principate, so that this Roman identity end up making a symbol out of the city itself.

On s’accorde à dire à propos de l’Ab Vrbe condita qu’on n’a conservé, même partiellement, aucune autre fresque aussi ample et aussi puissante de l’histoire de Rome depuis la fondation de l’Vrbs jusqu’à l’époque contemporaine de Tite-Live, mort en 17 ou 19 ap. J.-C. ; il se peut même qu’une semblable fresque n’a jamais existé. Cette œuvre monumentale comporte un nombre considérable de personnages. Peindre les grands hommes était une nécessité du genre historique. « Tite-Live lui-même était trop conscient du rôle joué par eux pour les laisser dans l’ombre » . Les Modernes ne s’y sont pas trompés en étudiant l’art du portrait chez Tite-Live, l’ouvrage fondamental en ce domaine étant sans aucun doute celui de J.-E. Bernard, qui a pour titre Le Portrait chez Tite-Live. Essai sur une écriture de l’histoire romaine, paru à Bruxelles en 2000. Seuls 2% de ces personnages sont des figures féminines, qui jusque-là, en dehors d’un certain nombre d’articles ponctuels, n’ont guère fait l’objet de travaux de synthèse. Je n’ai recensé pour ma part que deux ouvrages qui leur ont été spécifiquement consacrés ; l’un, dû à T.D. McClain, s’inscrit dans la tradition des études anglo-saxonnes des « Women’s studies » et de « Gender » et obéit donc avant tout à une approche sociologique, l’autre, qui est l’œuvre de B. Kowaleski, a pour sujet la fonction des figures féminines dans l’œuvre livienne .[...] Le travail auquel je me suis livrée repose sur une lecture et une analyse systématiques du texte livien mais fait appel à d’autres méthodes : lecture comparative (comparaison avec les textes correspondants d’autres historiens), étude sémantique (exemple : les rapports de pudicitia et pudor), étude stylistique... [...] / It is agreed to say that no other fresco as big and powerful as the Ab Vrbe condita has been conserved, even partially, in Roman history since the creation of the Ab Vrbe condita itself until the modern era of Livy dead in the 17th or the 19th century A.D. It might even be that such a fresco ; at least of the value of a Latin historian, has never existed. This monumental work of 142 books which only the preface and 35 books are known to have survived, contains an uncommon number of characters among which only two percent are female. These latters have never been subject of work of synthesis, apart from a certain number of brief articles. Only two overall works were dedicated to them ; one of T.D. Clain is part of the tradition of Anglo- saxon of gender studies. It first adopts therefore a sociological approach ; the other, B. Kowaleski’s work, is on the function of the female figures in Livy’s work . My work rests on a systematic reading and analysis of Livy’s text, however it uses other methods : comparative reading (comparison with corresponding texts of other historians ), semantic study (example : relations between pudicitia and pudor), stylistic study...