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A produção de cuidados no cotidiano de um serviço de atenção à saúde do homemQuirino, Túlio Romério Lopes 31 January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / CAPES / Esta pesquisa se insere no campo de debates sobre gênero e produção de cuidados à saúde dos homens, alinhando-se às discussões que vem orientando estudos em psicologia social sobre práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano (SPINK, 2004), a partir de uma perspectiva construcionista. Dialogando com usuários de um serviço de saúde voltado para os homens e com trabalhadores/as deste serviço, buscou-se compreender como se constrói a produção de cuidados em saúde neste contexto de implantação de uma política recente. O campo de investigação escolhido compreendeu uma unidade básica de saúde que desenvolve ações de cuidado à Saúde do Homem, em um distrito sanitário da região metropolitana de Recife-PE. As informações produzidas neste trabalho resultam de entrevistas realizadas com doze homens, seis profissionais e cinco agentes comunitários de saúde que interatuavam no serviço pesquisado. Tais entrevistas foram audiogravadas e transcritas para análise. O trabalho analítico desenvolveu-se a partir de questões-eixo que contemplavam os modos como usuários do serviço e trabalhadores/as operavam a saúde do homem em seu dia-a-dia. Em linhas gerais, as análises produzidas indicam que o cuidado à saúde do homem é permeado por uma complexa rede de relações que, inegavelmente, produz-se em regimes de verdade e jogos de poder. As falas dos/as trabalhadores/as acabam (de)marcando os corpos dos homens e limitando suas possibilidades de existir ou de desenvolver práticas de cuidado. Algumas falas indicam como as questões de gênero se implicam nos modos de cuidar e nas relações dos sujeitos com os seus corpos. Observaram-se práticas discursivas marcadas pela negação: homem não se cuida, não acessa o serviço de saúde, não é como a mulher, não participa etc. Os/as interlocutores/as citam uma série de argumentos desfavoráveis à disponibilização de ações voltadas à população masculina no serviço e, em consequência, algumas justificativas para a menor presença dos homens se mantém, tais como a associação do hábito de cuidar ao âmbito feminino e as diferenças de horário entre trabalho e funcionamento dos serviços. Além disso, há uma noção de saúde marcada pela prevenção de agravos, medicalização e normatização das práticas de cuidado. Entre os homens e trabalhadores/as esta produção discursiva parece se alinhar, os quais apresentam uma noção de cuidado que algumas vezes extrapola o processo saúde-doença, mas que acabam reproduzindo práticas orientadas por um amplo tecnicismo médico centrado. Compreende-se que as atividades desenvolvidas no serviço pesquisado têm efeitos positivos nas ações de cuidado dos homens, no entanto, estas ainda apresentam tensões. Iniciativas têm sido feitas, embora elas ainda careçam de reflexões e amadurecimento para tornarem-se mais efetivas e abrangentes, pois, desafios continuam a surgir. Por fim, acredita-se que é necessário relativizar os modos como o cuidado à saúde do homem se produz, bem como os saberes e as práticas que o norteiam. Ao mesmo tempo, é necessária reflexão crítica sobre um dos princípios que sustentam a Política Nacional de Atenção Integral aos Homens na Saúde, a saber, o pressuposto de que a demanda de serviços de saúde por parte dos homens seria necessariamente um indicador de cuidado.
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Leitura e identidades étnico-raciais: reflexões sobre práticas discursivas na educação de jovens e adultosMOURA, Dayse Cabral de 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Universidade de Pernambuco / Essa tese se insere nos estudos sobre o ensino da leitura e os processos de
construção de identidades sociais dos educandos. Tivemos como objetivo geral
investigar os discursos de uma professora e dos discentes, desenvolvidos em
momentos de interação nas aulas de leitura em uma sala de aula da Educação de
Jovens e Adultos, buscando identificar os efeitos de sentido daquelas práticas
discursivas em relação às possíveis contribuições para a construção das identidades
étnico-raciais dos estudantes. Tomando como aporte teórico os estudos de
Fairclough (2001), compreendemos que os processos de interações em sala de aula
organizam relações sociais, que podem se estabelecer também em práticas
emancipatórias, práticas de inclusão social na medida em que os discursos
configuram-se em uma prática política, ideológica, podendo constituir, naturalizar,
manter e transformar os significados de mundo nas mais diferentes posições das
relações de poder. Desenvolvemos uma metodologia qualitativa de pesquisa,
dialogando com a análise de discurso textualmente orientada (ADTO) proposta por
aquele autor. Nosso corpus foi composto por observações de aulas, gravadas em
áudio e vídeos e de entrevistas semi-estruturadas com uma professora e estudantes
de uma sala de aula da EJA, do 3º módulo, de uma rede municipal de ensino. As
análises ressaltaram a importância da educação das relações étnico-raciais para
problematizar e desvelar o processo de construção das formações discursivas sobre
o racismo na sociedade brasileira, apontando o papel que as teorias racialistas
desempenharam para naturalizar a inferioridade do negro, e a influência do mito da
democracia racial nos processos de silenciamento e invisibilidade das situações de
racismo e desigualdades entre brancos e negros no Brasil. Identificamos nos
discursos analisados o surgimento de marcas de sentidos que emergiram nos
enunciados, através das seguintes ideias-forças: o negro sofre discriminação no
Brasil; não existe discriminação contra o negro no Brasil; o próprio negro é racista;
falar sobre a discriminação contra o negro gera tristeza/constrangimento. Tais ideias
ilustravam como os discursos sobre o racismo no Brasil eram produzidos,
distribuídos e consumidos nas práticas sociais. Observamos que
independentemente do pertencimento racial, os estudantes observados
estabeleceram um diálogo com os autores, atribuindo sentidos aos textos lidos,
tomando como base as pistas textuais, mobilizando seus conhecimentos prévios e
suas experiências pregressas com as situações de discriminação racial. Contudo,
também houve momentos nos quais os estudantes não estabeleceram um diálogo
mais efetivo com os autores, apresentando falhas no processo de compreensão
textual. As falhas no processo de compreensão pareceu-nos ter sido motivada por
diferentes motivos, dentre eles, identificamos o pouco domínio das correspondências
grafofônicas, a falta de conhecimentos prévios necessários para lidar com o texto, e
a interdição provocada por uma rejeição ao que foi dito no texto ou ao próprio tema
das relações étnico-raciais. Concluímos que a leitura na escola de textos sobre as
relações étnico-raciais se constitui em uma ferramenta importante para o
desenvolvimento de discursos contra hegemônicos, emancipatórios como campo de
possibilidades de resistência e críticas aos múltiplos processos de desigualdades
étnico-raciais, econômico-sociais e de exclusão histórico-cultural, promovendo a
compreensão e a superação de práticas racistas e a inclusão social dos estudantes
da EJA
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Leitura em comunidades indígenas: a identidade e a leitura na Comunidade Boca da MataJairzinho Rabelo 28 September 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho tem o propósito de analisar a construção de sentidos dos Mediadores de Leitura da Expedição Vaga Lume na Comunidade Indígena Boca da Mata, a partir de suas práticas discursivas. Buscou-se compreender como os ML constroem os sentidos a partir de suas posições enunciativas e, consequentemente, a construção da identidade. Além disso, reconheceu-se elementos identitários da cultura caracterizadores e específicos dos povos indígenas. A pesquisa de natureza qualitativa foi viabilizada por meio de livros artesanais produzidos pelos sujeitos da pesquisa e de entrevistas semi-estruturadas. As problemáticas da pesquisa que balizaram a análise dos dados foram: a) Como são construídos os sentidos nas práticas discursivas dos sujeitos participantes da EVL na Comunidade Indígena Boca da Mata? b) Há elementos culturais caracterizadores e específicos dos povos indígenas nas práticas discursivas dos sujeitos participantes da EVL na Comunidade Indígena Boca da Mata? c) Que características deve conter uma política de leitura que contemple a realidade linguística e discursiva das comunidades indígenas? Utilizou-se como base teórica os conhecimentos da Análise do Discurso. A análise realizada constatou cosmovisão indígena envolta por uma pluralidade de vozes não indígenas. No cotidiano de suas vidas partilhadas em um mesmo espaço sociocultural, o longo convívio no mesmo espaço, a Comunidade da Boca da Mata, incluindo casamentos interétnicos, proporciona um alto grau de hibridismo que em muitos aspectos os aproxima, em termos de leitura do mundo. Nesta direção, a construção de uma identidade e uma cultura híbridas, que por meio da memória coletiva busca a celebração da história e do passado. A maneira como se veem como indígenas e como veem os não-índios é identificável nos discursos; Essa identificação constitui-se de alguma forma como resistência e de afirmação das identidades. A Leitura é um dos laços que une escola e comunidade e contribui no fomento à visualização dos aspectos culturais dos povos indígenas. Com isso, propõem-se eixos para atividades de leitura que contemplem a realidade linguística e discursiva de comunidades indígenas, sob uma perspectiva interculturalista e discursiva. / The objective of this paper is to analyze the construction of meanings of the Reading Mediators from the Vaga Lume Expedition in the Indigene Community Boca da Mata through their discursive practices. It searched comprehend how the RM built their meanings through their enunciative positions and, consequentially, the building of the identity. Besides, recognized identity elements of the culture characterized and specifics of the indigene people the research of qualitative nature was possible through the artisanal books produced for the research subjects and semi- structured interviews. The problematic of the research that BASED the data analysis were: a) How were the meanings built in the discursive practice of the participant subjects of the VLE in the Community of Boca da Mata? b) Are there any cultural elements characterized and specifics of the indigene people in the discursive practice of the participant VLE in the Indigene Community Boca da Mata? Which characteristics must contain a politic reading that contemplate the linguistics and discursive reality of the indigene community? It was used as theoretical base the knowledges of discourse analyses. (PECHÊUX, 1997 e 2000; ORLANDI, 1990, 1996, 2000, 2002 e 2009; FOUCAULT, 2002;SERRANI, 2005). The analysis confirmed the indigene cosmovision surrounded for a plurality of non indigene voices. In the daily of their lives shared in the same sociocultural space, the long sociability in the same space the community of Boca da Mata - ,including intereticals weddings, it gives a high level of hybridism that in many aspects put them together in terms of world reading. In this direction, the construction of an identity and a hybrid culture, that through the collective memory search for the celebration of history and past. The way as they see themselves as indigene and as non indigene is possible to identify in their discourses. This identification is seen as a resistance and affirmation of their identities. There is a knot in the reading activities that unite school and community and contribute in the fomentation to the visualization of cultural aspects of the indigene people. With that, it propounds axles to reading activities that contemplates the linguistic and discursive reality of indigene communities, under an interculturalist and discursive perspective.
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Os usos da nomeação mulher pescadora no cotidiano de homens e mulheres que atuam na pesca artesanalde Oliveira Goes, Lidiane 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Este estudo pretende analisar os usos da nomeação mulher pescadora no que se refere
ao reconhecimento profissional do trabalho feminino e à conquista de direitos no cotidiano da
pesca artesanal. O referencial teórico e metodológico norteador é o das práticas discursivas e
produção de sentidos, numa perspectiva construcionista. Também, são consideradas algumas
reflexões teóricas acerca do trabalho feminino no setor pesqueiro. A nomeação mulher
pescadora é, portanto, considerada como resultado de processos sociais históricos e culturais
situados, sendo ela mesma constituída e constituinte de vários elementos que têm sentido
dentro duma matriz. As informações foram geradas a partir da análise de documentos de
domínio público, de onze entrevistas com homens e mulheres que atuam na pesca artesanal
nos bairros de Ipioca e do Trapiche da Barra, situadas no município de Maceió AL, e de
observações nestas localidades. Os resultados apontam que a emergência e a construção da
nomeação mulher pescadora vêm sendo delineadas desde o final da década de 1990. A partir
da análise dos documentos de domínio público, observou-se que essa nomeação ora se
apresenta como correspondente a todas as mulheres que atuam no setor pesqueiro, ora se
refere a uma mulher e a um tipo de atividade específica, a de captura de peixes. Nas
localidades pesquisadas as mulheres participam de toda a cadeia produtiva do setor pesqueiro,
sendo as atividades pesqueiras conciliadas com outras atividades fora deste. Com relação ao
uso da nomeação mulher pescadora, nas localidades, observou-se que a nomeação
corresponde à captura de peixes, sendo associada à figura masculina o pescador, visibilidade
do trabalho feminino e acesso a direitos não possuem relação com o uso da nomeação nessas
localidades. No entanto, a atuação local da entidade representativa de classe possibilita o
cadastro profissional de mulheres e homens, bem como, garante o acesso a direitos
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Entre punição, prevenção e assistência : repertórios e jogos de posicionamento de profissionais sobre homens na rede de atenção à violência contra a mulher em Recife-PERenata Pinto de Lemos Cordeiro, Anna 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / A violência doméstica e familiar contra a mulher no Brasil, a partir das reflexões de gênero
e da permanente mobilização feminista, vem adquirindo visibilidade pública, passando a
ser pauta na agenda das políticas públicas, gerando a institucionalização de uma rede
pública de prevenção, assistência e enfrentamento. Em linhas gerais, esta rede tem como
objetivo a proteção à vítima e a punição aos agressores. Contudo, algumas reflexões têm
emergido no que se refere aos diferentes atores envolvidos nesta dinâmica da violência.
Uma das questões recorrentes diz respeito à ausência de intervenções voltadas também
para o homem autor da violência, entendendo que para uma atuação integral no contexto
da violência doméstica e familiar contra a mulher, faz-se necessária intervenção que possa
ir além do binômio vítima-agressor e proteção-punição, remetendo à dimensão relacional
do conceito de gênero. O objetivo deste trabalho foi identificar como profissionais que
atuam em instituições de prevenção, assistência e enfrentamento à violência contra a
mulher na cidade do Recife se posicionam em relação à atenção aos assim considerados
agressores , a partir da análise de repertórios sobre violência doméstica e familiar contra a
mulher produzidos por eles. Inicialmente, foi realizado mapeamento das instituições que
trabalham nesta temática. Após visita às instituições, foram selecionados os profissionais
que participaram da pesquisa. Foram identificadas 38 entidades, sendo pelo menos um
profissional entrevistado por instituição, somando um total de 55 entrevistas. As análises
foram realizadas a partir de trechos das entrevistas que levou à construção de categorias,
por meio das quais foram identificados repertórios sobre violência contra a mulher e jogos
de posicionamento frente a atenção aos homens autores de violência de gênero, bem como
as coerências e contradições frente aos argumentos. Os resultados evidenciam uma
polissemia de sentidos sobre violência contra a mulher nas falas de todos os entrevistados,
isto é, o consenso aponta para a diversidade. A violência é entendida como um conceito
multifacetado e dinâmico que remete à tipologia e determinações distintas. Por outro lado,
de modo semelhante ao que tem sido delineado, desde a década de 1980, como política
pública para mulheres agredidas, os profissionais entrevistados, especialmente aqueles que
atuam em serviços voltados à assistência à mulher, advogam a necessidade também de
medidas preventivas (primárias ou secundárias) e especialmente assistenciais voltadas aos
homens
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Conjugalidade e afetividade nas narrativas de homens denunciados por violência conjugalSilva Silveira, Paloma 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente trabalho tem por objetivo estudar a produção de sentidos sobre a
conjugalidade e a afetividade nas narrativas de homens denunciados por violência
conjugal, em Recife, identificando repertórios interpretativos, jogos de
posicionamento e modelos de relacionamentos afetivos-sexuais idealizados por
esses homens. A noção de violência conjugal especifica a violência contra as
mulheres no contexto das relações de conjugalidade. Apesar da recente construção
da violência contra as mulheres como um problema social e de saúde pública, no
Brasil, existem muitos estudos realizados sobre a temática. Alguns deles utilizam a
idéia de vitimização da mulher, ora baseada na noção de dominação masculina, ora
na de dominação patriarcal. Outros já se localizam nas discussões promovidas pela
introdução da categoria gênero. O estudo realizado nesta dissertação localiza-se
nas leituras que incluem a perspectiva relacional do gênero em suas análises. Na
perspectiva relacional de gênero, o foco volta-se para as relações que são
estabelecidas e as atribuições de masculino e feminino elaboradas nessas relações.
Adotou-se a abordagem teórico-metodológica das práticas discursivas e produção
de sentidos, perspectiva filiada ao construcionismo social. Na investigação socioconstrucionista,
o foco fica voltado para os processos pelos quais as pessoas
interpretam e significam o mundo em que vivem. A pesquisa é tida como uma prática
social, cujos métodos para traduzir os fatos sociais podem ser diversos. Os
procedimentos metodológicos escolhidos na pesquisa foram a observação no
cotidiano e a entrevista semiestruturada. Foram realizadas um total de 13 visitas à
Delegacia da Mulher de Recife e 15 entrevistas com homens denunciados por
violência conjugal, no primeiro semestre de 2008. Os resultados são apresentados
na forma de narrativa com vistas a dar visibilidade aos passos analíticos. Nas
análises foram construídos quadros a partir de três eixos analíticos: 1) como os
homens definem sua relação afetivo-sexual; 2) como se percebem e como
percebem a companheira no jogo amoroso e no jogo do conflito, e 3) como
idealizam um relacionamento afetivo-sexual. Com base nas leituras dos quadros
foram elaboradas três categorias analíticas: 1) o relacionamento afetivo-sexual cujo
início foi bom , mas no qual posteriormente se instala uma crise conjugal; os
repertórios sobre conjugalidade e afetividade inscrevem-se nos padrões
hegemônicos relacionais de gênero e na retórica do amor romântico. Todavia,
existem rupturas identificadas nas contradições existentes nas narrativas; 2) o
relacionamento afetivo-sexual como possibilidade para a construção de um ideal de
família; os repertórios sobre conjugalidade são construídos a partir de um ideal de
família; e 3) o relacionamento afetivo-sexual marcado pela violência conjugal; os
repertórios sobre conjugalidade inscrevem-se em relações marcadas pela violência,
a violência que faz parte da relação conjugal. Outra categoria analítica foi criada
para dar conta de como o cotidiano na delegacia foi significado no processo
interativo da pesquisa o desfecho final dos conflitos conjugais: a Delegacia da
Mulher. De maneira geral, os homens significaram a delegacia como um espaço
para a resolução dos conflitos conjugais. Assim, as reflexões trazidas por essa
dissertação pretendem complexificar as discussões em torno da violência conjugal, e
que tais reflexões sirvam para a construção de um diálogo mais profícuo entre as
universidades e a sociedade
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A produção de sentidos sobre violência racial no atendimento psicológico a mulheres que denunciam violência de gênerode Jesus Moura, Maria 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Esta pesquisa tem como objetivo analisar a produção de sentidos sobre violência
racial produzidos no atendimento psicológico a mulheres que denunciam a violência
de gênero no contexto da Lei Maria da Penha. Tendo por base a perspectiva
construcionista em psicologia social voltada à análise das práticas discursivas,
buscou-se 1) identificar as demandas de violência racial nas queixas de violência
contra a mulher; 2) apreender se (e como) profissionais compreendem a relação
entre violência racial e violência de gênero, no contexto da violência doméstica e
familiar contra a mulher,e ainda 3) analisar os documentos que são referencias
atuais na implementação de políticas de enfrentamento à violência contra a mulher e
que orientam, conseqüentemente, a prática de psicólogos/as atuantes em serviços
de atendimento à mulher. Como estratégia metodológica, foram realizadas
entrevistas com profissionais de psicologia que atuam no enfrentamento à violência
contra a mulher, na Região Metropolitana de Recife, quer seja de caráter preventivo,
interventivo ou na gestão pública. A entrevista objetivou identificar se a instituição da
qual o/a profissional faz parte tem o registro raça/cor no seu instrumental de
atendimento e se nos casos de violência contra a mulher havia queixa de violência
racial. Essas entrevistas permitiram também a identificação de documentos de
referência para estes profissionais, no combate ao racismo e a promoção de
políticas para a igualdade de gênero e raça. A análise desses documentos buscou
identificar o lugar atribuído à mulher negra. A análise realizada focalizou o
mapeamento de focalizou repertórios produzidos na entrevista, a partir de quatro
eixos 1): o registro (ou não) do quesito raça/cor; 2) a não percepção da relação entre
violência racial e a violência contra a mulher; 3) a percepção da relação entre as
violências, mas sem exemplos concretos;4) a percepção da relação e a
exemplificação concreta de casos em que estas violências aparecem. Foi possível
identificar uma polissemia de sentidos sobre ser negro e sobre a violência racial,
dentro de uma mesma entrevista e não apenas entre os entrevistados. Identificou-se
também um complexo jogo de posicionamentos entre os entrevistados em relação à
violência racial e suas manifestações. Identificou-se resistências diversas dos/as
entrevistados/as, justificadas das mais diferentes formas, frente à tarefa de formular
perguntas abordando a questão racial. Pautado no compromisso e
comprometimento de uma psicologia que atenda as urgências sociais, espera-se
que este trabalho contribua para uma revisão sobre as práticas psicológicas e seus
discursos frente às demandas raciais no âmbito da violência contra a mulher
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Entre relacionamentos, circulações e rearranjos: configurações familiares no contexto da paternidade na adolescênciaOliveira Rodrigues, Laís 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta pesquisa tem como objetivo investigar as configurações familiares que se
constroem no contexto da paternidade na adolescência. Localiza-se no campo dos
estudos de família e baseia-se na abordagem teórico-metodológica das práticas
discursivas e produção de sentidos, afiliada à perspectiva construcionista, que
enfatiza a linguagem verbal como forma de construção do conhecimento, rejeitando
concepções essencialistas, naturalistas e dualistas. Considera que a realidade é coconstruída
ativa e dinamicamente entre as pessoas em relações histórica e
culturalmente situadas. A revisão de literatura enfatiza a crítica a leituras alarmistas
e patologizantes sobre paternidade e maternidade na adolescência, que considera
tais eventos sempre e a priori indesejáveis. A gravidez neste período da vida pode
ser vista como uma alternativa de alcance de um outro status social e instrumento
de reorganização dos projetos de vida e das relações, em especial as familiares. A
família é compreendida dentro de uma visão dinâmica, fortemente marcada pela
literatura antropológica, segundo a qual as relações se estendem para além da casa,
incluindo ou não consangüíneos, parentes por casamento, padrinhos, comadres,
vizinhos e amigos. No desenvolvimento da pesquisa, privilegiou-se a abordagem
qualitativa, sendo realizadas entrevistas com 12 jovens que se tornaram pais com
idades até 19 anos. Tais jovens foram acessados via Programa Centro da
Juventude, sede do bairro de Peixinhos, Recife, e são moradores de comunidades
pobres da cidade. A sistematização das informações construídas com os jovens pais
seguiu os seguintes passos: 1) transcrição na íntegra das entrevistas; 2) leituras
flutuantes das entrevistas com a finalidade de apreensão dos principais eixos
trabalhados e possíveis categorias; 3) identificação dos eixos temáticos; 4)
elaboração de um quadro de análise para cada um dos jovens pais entrevistados; e,
5) categorização. Destacaram-se como relevantes os seguintes aspectos: 1)
repertórios sobre adolescência (caracterização, idade inadequada para a
paternidade e posicionamentos do jovem em relação à adolescência); 2) repertórios
sobre paternidade (exercício da paternidade, sentimentos e posicionamentos dos
jovens em relação à paternidade); 3) repertórios sobre família (adjetivos atribuídos à
família e configurações familiares); 4) interlocutores e rede de apoio social; 5)
relação dos jovens pais com as mães de seus filhos (permanências e rupturas nas
relações afetivo-sexuais e a circulação de paternidades), e; 6) projetos de vida.
Reconhecer a diversidade de sentidos que caracterizam as construções das
configurações familiares e de paternidades trata-se de uma possibilidade de
questionar a reprodução de noções descontextualizadas e preconceituosas sobre a
tão vulgarizada ausência paterna, sobre a inadequação da paternidade na
adolescência, sobre a primazia da família nuclear, dentre outras. Além de contribuir
como produção acadêmica, esta dissertação pode auxiliar para a formulação, o
monitoramento e a avaliação de políticas públicas em sexualidade e saúde
reprodutiva que sejam capazes de abarcar a pluralidade de circunstâncias nas quais
são engendradas situações de gravidezes, paternidades, nascimentos e
desenvolvimento de crianças. Ademais, pode servir de subsídio para a elaboração
de trabalhos sociais e educativos voltados para jovens pais de comunidades pobres,
dentro de uma perspectiva comprometida ética e politicamente com a transformação
social
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Os nós da cana: a linguagem dos riscos no cotidiano do cortador de cana em usina de açúcar de Pernambucode Melo Beltrão, Joyce 28 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Vivemos numa sociedade globalizada de risco, numa sociedade que parece pairar sobre nós uma ameaça passível de ser efetivada a qualquer instante. Considerando que nos diversos de campos de saber existem formas de falar sobre os riscos, que são específicas a certas tradições discursivas e se vinculam a determinadas maneiras de gerenciar os riscos, este trabalho se propõe abordar a questão dos riscos no corte de cana, a partir da linguagem dos riscos. A presente pesquisa se apóia em idéias construcionistas, as quais enfatizam a linguagem e o discurso na vida social, compartilhando da posição teórico-metodológica das práticas discursivas, em que a linguagem é entendida como prática social produtora de sentidos. Desse modo, nossa pesquisa tem como objetivo analisar a linguagem dos riscos no cotidiano do cortador de cana e seus efeitos de governamentalidade. Buscou-se compreender as formas de falar sobre riscos que permitem criar, manter, reproduzir e transformar certos modos de relações sociais, assim, problematizando os efeitos de governamentalidade e as formas de resistências criadas pelos cortadores de cana. Este é um trabalho de natureza qualitativa que teve como participantes nove cortadores de cana da usina. Na pesquisa, utilizamos a observação no cotidiano, registradas em diário de campo e entrevistas semi-estruturadas com os cortadores de cana. Em seguida, foi feita a análise do discurso considerando a função, a construção e a variabilidade discursivas, baseado dos estudos de Potter e Wetherrell. A partir do material, observou-se que a noção de risco para o cortador de cana é fortemente marcada e organizada pelo discurso da Saúde e da Segurança do Trabalho, que ancorados no poder-saber determinam quais as condutas saudáveis, seguras e corretas que os cortadores devem seguir. Na usina, a educação tem sido utilizada como a principal estratégia de controle e disciplinamento dos cortadores de cana na gestão dos riscos, dando ênfase à responsabilidade e à obrigação que cada indivíduo possui na conquista permanente de sua segurança e do seu bem-estar. Partindo dessa análise, consideramos que a noção de indivíduo como gestor de si pode produzir efeitos perigosos à vida do cortador de cana. Nesse contexto, o saber médico adota modelos de vida ideais e considerados corretos sem sequer considerar se aqueles indivíduos dispõem de condições ou de recursos necessários para assumir esses padrões, ou mesmo, se esses modos de viver são condizentes com a sua vida. Reconhecemos o efeito disciplinarizador e normalizador do discurso da saúde no corte de cana, e entendemos que as ações dos cortadores em não seguir às normas de segurança não podem ser consideradas teimosia ou ignorância, mas uma tentativa de afirmação da própria vida, da própria saúde
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A Instituição social do rádio: (Re)agregando as práticas discursivas da indústria no ecossistema midiático / The social institution of radio: (re)aggregating the industry\'s discursive practices into the media ecosystemGambaro, Daniel 31 May 2019 (has links)
O ecossistema midiático está em transformação, uma decorrência da propagação do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação em ações cotidianas. Atualmente, mais mídias disputam a atenção das pessoas, que se dividem entre as atividades previamente estabelecidas de consumo de mídia e novas práticas de comunicação. Em meio a essas mudanças, a indústria radiofônica precisa se reconfigurar, como forma de manter seus valores social e cultural. O objetivo central deste trabalho é refletir sobre o rádio contemporâneo, de modo a tornar possível o desenho de táticas de atuação que mantenham o legado histórico do meio, enquanto possibilitam o rearranjo das práticas de acordo com os hábitos de consumo midiático atuais. O principal postulado alcançado nesta investigação determina que o rádio é uma instituição social, isto é, um agregado de práticas discursivas edificadas a partir das associações entre agentes e tecnologias diversas. Estratégias, conceitos e discursos foram instituídos historicamente, enraizados pelos agentes em atuação no campo radiofônico. Esse conjunto de práticas se apresenta, hoje, como uma ambiguidade: é tanto garantia de legitimidade do campo pelo lastro do tempo, como é estrutura rígida que impede mudanças. Assim, é preciso olhar para o passado do rádio para compreender como foi arraigada sua forma atual, tanto quanto é importante prestar atenção aos atributos do ambiente midiático digital, por onde começa a circular a produção dessa indústria. Como metodologia para a discussão proposta, foi realizado um amplo levantamento bibliográfico sobre a história do meio. Esses dados foram organizados e debatidos, para demonstrar o processo de instituição do rádio, bem como as possibilidades de produção existentes e pouco exploradas. Esse referencial inicial orientou uma observação empírica, cujo objetivo foi descrever o rádio contemporâneo. Buscou-se delimitar as formas da produção radiofônica, bem como variações esperadas em diferentes contextos, a partir de exemplos de emissoras de seis mercados: três no Brasil (São Paulo, Porto Alegre e Recife) e três no exterior (Reino Unido, Espanha e Portugal). Tal esforço de pesquisa demonstrou que, apesar da necessidade de renovação, as formas instituídas do rádio se impõem sob a lógica do mercado, impedindo avanços maiores em direção a uma melhor adequação ao ecossistema midiático hodierno. À luz dessas constatações, esta tese propõe caminhos possíveis para a atuação futura do rádio, como parte dos novos agregados sociais, formados a partir dos hábitos recentemente instituídos pelas tecnologias modernas. / The media ecosystem is changing, as a consequence of the propagation of digital information and communication technologies throughout everyday purposes. Today, more means are disputing people\'s attention, who are divided between already established activities of media consumption and new communication practices. In the middle of such transformations, the radio industry needs to be reconfigured to keep its social and cultural value. The central aim of this work is to reflect on the contemporary radio, so to support the design of tactics of action that may sustain the historical legacy of the medium, while enabling the rearrangement of practices in accordance with the current habits of media consumption. The core postulation reached through this investigation dictates that radio is a social institution, that is, an aggregate of discursive practices construed from the association between diverse agents and technologies. Strategies, concepts and discourses have been historically instituted, ingrained by the agents acting upon the field of the radio. This set of practices is, today, an ambiguity: on the one hand, it assures the legitimacy of the field by the ballast of time; on the other hand, it is an inflexible structure that prevents alterations. Thus, we must look to the radio\'s past to understand how it was rooted in the current form, but we must keep in mind the affordances of the digital media environment, where the radio\'s production is just now circulating. As methodology to the proposed argument, it was performed an extensive bibliographic review about the history of the medium. Such information was organised and discussed to demonstrate the process of institution of the radio, as well as the existing and poorly explored possibilities. This initial framework guided an empirical observation, whose purpose was to describe the contemporary radio. One objective was to list the forms of radio production, along with the variations expected in different contexts, using examples of radio stations from six markets: three in Brazil (São Paulo, Porto Alegre and Recife) and three abroad (United Kingdom, Spain and Portugal). This research effort revealed that, despite the need for renovation, the instituted forms of radio impose themselves under the logic of the market, preventing major developments towards a better adequacy to the media ecosystem. Under the light of these findings, this thesis proposes possible routes to the future performance of the radio, as part of new social aggregations, formed through the habits newly instituted by modern technologies
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