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O cuidado das crianças no processo saúde-doença: crenças, valores e práticas nas famílias da cultura kabano da amazônia peruana / The care of children in the health-illness process: beliefs, values and practices in the families of kabanos culture from the peruvian amazonRocío Elizabeth Chávez Alvarez 29 February 2012 (has links)
O presente estudo qualitativo teve como objetivo descrever e compreender o cuidado das crianças no processo saúde-doença sob a perspectiva das famílias de uma comunidade nativa do Peru. O Modelo para Competência Cultural de Purnell foi a base teórica que deu sustentação ao estudo. O método etnográfico com ênfase na etnoenfermagem, utilizando as técnicas da observação participante e da entrevista etnográfica, com cinco famílias durante um período de convivência de quatro meses em uma comunidade nativa; permitiu a compreensão da perspectiva dos informantes sobre o cuidado das crianças. Emergiram três temas culturais do conjunto dos dados: A estrutura sociocultural da comunidade Kabano e seu cotidiano, na qual a função desempenhada por cada membro representa um papel preponderante na estrutura sociocultural e no cotidiano da cultura. A promoção e preservação da saúde na comunidade Kabano é caracterizada por um cotidiano de limitações e dificuldades. Os papéis dos membros da família nuclear, da família ampliada, e do curandeiro e da parteira, referentes às atividades de cuidado cotidianas, visam à promoção da saúde e a vida do coletivo. As práticas no adoecimento das crianças são permeadas por grandes dificuldades apesar do suporte da rede social. As dificuldades são de natureza econômica e provêm das falhas no relacionamento e na comunicação do profissional de saúde com os membros da cultura e os déficits estruturais do estabelecimento de saúde. A assistência à saúde na cultura Kabano se encontra nas etapas iniciais do Modelo para Competência Cultural de Purnell, ou seja, um cuidado caracterizado pela inconsciência incompetente. Os resultados descritos neste estudo, se considerados, podem levar os profissionais a se aproximarem da competência inconsciente para o cuidado cultural da pessoa, da família e da comunidade. / This qualitative study aimed to describe and understand the care of children in the health-illness process from the perspective of the families of a native community in Peru. The Purnell Model for Cultural Competence was the theoretical framework that had supported the study. The ethnographic method with emphasis in the ethnonursing using the participant observation and ethnographic interview techniques with five families, during four months of coexistence in a native community; allowed to understand the informants perspective about the care of children. Three cultural themes emerged from the data set: The socio-cultural structure of Kabano\'s community and their everyday, in which the role played by each member represents a preponderant role in the socio-cultural structure and in the everyday of the culture. The promotion and preservation of health in Kabanos community is characterized by daily limitations and difficulties. The roles of the members of the nuclear family, extended family, and the healer and midwife, regarding the daily care activities, aim at promoting health and life of the collective. Practices in childrens illness are permeated by great difficulties despite the support of social network. The difficulties are of economic kind and come from failures in the relationship and communication between the health professional and the members of the culture and from the structural deficits of the health center. The health care in the Kabano culture is in the early stages of the Purnell Model for Cultural Competence, and characterized by a careful unconscious incompetent. The results described in this study, if they can bring to the professional approach the unconscious competence for cultural care of the person, family and community.
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Registro audiovisual da omissão do estado brasileiro nas políticas públicas de saúde segundo depoimento de lideranças indígenas / Audio-visual record of the omission of the Brazilian State in public policies of health according to testimony from indigenous leaders.Valdir Baptista 19 September 2016 (has links)
Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho documental utilizando o audiovisual como lócus de instalação de depoimentos de lideranças indígenas do Estado do Acre, Brasil. O objetivo é analisar registros de vivências de lideranças indígenas sobre suas condições de vida, como contribuição às políticas públicas do SUS. E apresentar uma proposta interventiva a partir das potencialidades do vídeo documentário. Resultados: A população indígena, por uma série de motivos, certamente é a parcela da população brasileira sobre a qual menos existem dados específicos que permitam o estabelecimento de políticas de saúde pública eficazes. Embora tenham ocorrido avanços significativos no conhecimento das questões indígenas e um crescente empoderamento das lideranças indígenas na luta por seus direitos básicos de cidadania, a situação ainda está aquém do esperado. Temas relevantes abordados: 1. Participação nas instâncias do poder público/ direitos indígenas. 2. Medicina tradicional exterioridade da doença. 3. Dificuldades com o SUS. 4. Cuidados de saúde nas aldeias. 5. Segurança Alimentar e desnutrição. 6. Qualidade da água e saneamento básico. 7. Logística. 8. Cobertura vacinal. 9. Saúde das mulheres indígenas. 10. Ecologia e biodiversidade. 11. Morte de crianças indígenas. Conclusões: 1. A omissão sistemática dos governos em qualificar agentes de saúde indígenas no tocante às intervenções em saúde individual e coletiva e no exercício dos direitos sociais. 2. Falta de empenho do SUS em contratar profissionais com formação especializada para compor as equipes e direções do Sistema de Saúde que atuam nas aldeias e nos postos avançados de saúde no interior do território. 3. Dificuldades de comunicação entre as equipes do SUS e os povos indígenas. Há barreiras de idioma, de cultura e de percepção do processo saúde-doença / Method: This is a qualitative research that uses the documentary audio-visual like a place of installation register statements of native indigenous leaders of Acre, Brazil. The objective is to analyze records of indigenous leaders from experiences about their living conditions as a contribution to public SUS policies. And present an interventional proposal from the documentary video potentiality. Results: The indigenous population, for a number of reasons, it is certainly the Brazilian population, on which there is less specific data that allow the establishment of effective public health policies. Although there have been significant advances in knowledge of indigenous issues and a growing empowerment of indigenous leaders in the struggle for their basic rights of citizenship, the situation is still below expectations. Relevant topics approached:1. Participation in public authoritys instances / indigenous rights. 2. Traditional medicine - externality of the disease. 3. Difficulties with SUS. 4. Health care in villages. 5. Food security and malnutrition. 6. Water quality and basic sanitation. 7. Logistics. 8. Vaccination coverage. 9. Indigenous women\'s health. 10. Ecology and biodiversity. 11. Death of indigenous children. Conclusions: 1. the systematic omission of governments in qualify indigenous health workers with regard to the individual and collective health interventions and the exercise of social rights. 2. Lack of commitment of the SUS in hiring professionals with specialized training to compose the teams and directions of the Health System that work in the villages and in the outposts of health in the territory. 3. Difficulties in communication between SUS teams and indigenous peoples. There are barriers to language, culture and perception of the health-disease process
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Educação, saúde e meio ambiente: uma pesquisa-ação do distrito de Iauaretê do município de São Gabriel da Cachoeira/AM / Education, health and environment: an action-research in the District of Iauaretê, City of São Gabriel da Cachoeira, Amazonas State, BrazilRenata Ferraz de Toledo 10 November 2006 (has links)
O aumento da concentração populacional e as alterações do modo de vida tradicional da comunidade indígena do Distrito de Iauaretê, Município de São Gabriel da Cachoeira/AM, na Terra Indígena do Alto Rio Negro, têm resultado em inúmeros agravos à saúde da população, principalmente devido a ausência de saneamento básico. O objetivo da pesquisa foi identificar os principais problemas sanitários e socioambientais que interferem diretamente na saúde e qualidade de vida dos habitantes de Iauaretê, visando a melhoria dessas condições. O método utilizado foi a pesquisa-ação, por meio de diversos instrumentos aplicados em reuniões comunitárias, como questionários, entrevistas, mapas-falantes, painéis de fotos e observação participante. Identificou-se que os indígenas, mesmo reconhecendo situações de causa e efeito sobre os agravos à saúde a que estavam expostos, ainda não haviam incorporado esse conhecimento na vida cotidiana. Os moradores que interagiram na pesquisa demonstraram o desejo por melhorias sanitárias. Contudo, ficou claro que a oferta de infra-estrutura não será suficiente para garantir a saúde e romper ciclos de transmissão de doenças, fazendo-se necessário o desenvolvimento de um processo educativo em saúde e meio ambiente voltado para uma reflexão crítica da realidade e a sua transformação, reforçando práticas saudáveis que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. O método da pesquisa-ação mostrou-se extremamente adequado em um processo que objetiva a busca de soluções para determinada problemática de forma participativa e dialógica e a melhoria das condições de vida da população. / The increase in population concentration and the changes in the traditional way of life of the indigenous community of the District of Iauaretê, City of São Gabriel da Cachoeira/AM, in Alto Rio Negro Indigenous Land, have been producing negative consequences for the general health of the population. This is mainly due to the lack of basic sanitation. The objective of the research was to identify the major sanitation and socio-environmental problems that directly interfere in the health and living standards of the inhabitants of Iauaretê, in order to improve such conditions. The research methodology used is known as action-research, by means of different techniques used during the community meetings, such as questionnaires, interviews, talking-maps, photography panels and active observation. Despite the indigenous population's awareness of the causes and effects of certain situations which were potentially hazardous to their health, they were as yet unable to incorporate that knowledge to their daily life. The inhabitants who interacted with the research were keen to improve sanitation. However, it was clear that infra-structural improvements will not be enough to guarantee their health, nor break the cycle of disease transmission. It is also necessary to develop environmental and heath education processes which bring about a critical understanding of reality and its transformations, thus reinforcing healthy habits which might contribute to an improvement in their quality of life. Action-research proved itself as an extremely adequate methodology for processes which aim at finding solutions to a given problem through participation and dialogue, as well as improving the general standard of living.
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Educação, saúde e meio ambiente: uma pesquisa-ação do distrito de Iauaretê do município de São Gabriel da Cachoeira/AM / Education, health and environment: an action-research in the District of Iauaretê, City of São Gabriel da Cachoeira, Amazonas State, BrazilToledo, Renata Ferraz de 10 November 2006 (has links)
O aumento da concentração populacional e as alterações do modo de vida tradicional da comunidade indígena do Distrito de Iauaretê, Município de São Gabriel da Cachoeira/AM, na Terra Indígena do Alto Rio Negro, têm resultado em inúmeros agravos à saúde da população, principalmente devido a ausência de saneamento básico. O objetivo da pesquisa foi identificar os principais problemas sanitários e socioambientais que interferem diretamente na saúde e qualidade de vida dos habitantes de Iauaretê, visando a melhoria dessas condições. O método utilizado foi a pesquisa-ação, por meio de diversos instrumentos aplicados em reuniões comunitárias, como questionários, entrevistas, mapas-falantes, painéis de fotos e observação participante. Identificou-se que os indígenas, mesmo reconhecendo situações de causa e efeito sobre os agravos à saúde a que estavam expostos, ainda não haviam incorporado esse conhecimento na vida cotidiana. Os moradores que interagiram na pesquisa demonstraram o desejo por melhorias sanitárias. Contudo, ficou claro que a oferta de infra-estrutura não será suficiente para garantir a saúde e romper ciclos de transmissão de doenças, fazendo-se necessário o desenvolvimento de um processo educativo em saúde e meio ambiente voltado para uma reflexão crítica da realidade e a sua transformação, reforçando práticas saudáveis que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. O método da pesquisa-ação mostrou-se extremamente adequado em um processo que objetiva a busca de soluções para determinada problemática de forma participativa e dialógica e a melhoria das condições de vida da população. / The increase in population concentration and the changes in the traditional way of life of the indigenous community of the District of Iauaretê, City of São Gabriel da Cachoeira/AM, in Alto Rio Negro Indigenous Land, have been producing negative consequences for the general health of the population. This is mainly due to the lack of basic sanitation. The objective of the research was to identify the major sanitation and socio-environmental problems that directly interfere in the health and living standards of the inhabitants of Iauaretê, in order to improve such conditions. The research methodology used is known as action-research, by means of different techniques used during the community meetings, such as questionnaires, interviews, talking-maps, photography panels and active observation. Despite the indigenous population's awareness of the causes and effects of certain situations which were potentially hazardous to their health, they were as yet unable to incorporate that knowledge to their daily life. The inhabitants who interacted with the research were keen to improve sanitation. However, it was clear that infra-structural improvements will not be enough to guarantee their health, nor break the cycle of disease transmission. It is also necessary to develop environmental and heath education processes which bring about a critical understanding of reality and its transformations, thus reinforcing healthy habits which might contribute to an improvement in their quality of life. Action-research proved itself as an extremely adequate methodology for processes which aim at finding solutions to a given problem through participation and dialogue, as well as improving the general standard of living.
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A influência da ingestão de bebida alcoólica e transtornos mentais comuns não psicóticos na pressão arterial dos indígenas Mura / The influence of alcoholic beverages consumption and common mental disorder on arterial blood pressure of the Mura IndigenousFerreira, Alaidistânia Aparecida 20 February 2017 (has links)
Introdução: A hipertensão arterial é de causa multifatorial, envolvendo hábitos de vida e estilos de vida inadequados como o consumo excessivo de bebida alcoólica que propiciam a elevação dos níveis pressóricos. Além disso, os sintomas relacionados ao transtorno mental comum também podem se associar ao estado de saúde, provocando mais danos ao sujeito com hipertensão arterial. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo principal identificar associação entre a ocorrência de hipertensão arterial com o consumo de bebidas alcoólicas e a presença de transtorno mental comum em indígenas das aldeias Muras, residentes em região rural e urbana. Casuística e Métodos: Estudo transversal, de base populacional, com 455 indígenas Mura residentes no município de Autazes, Amazonas, Brasil. Foi aplicada a entrevista semi-estruturada com questões referentes aos dados socioeconômicos e educacionais, hábitos de vida, história clínica, histórico familiar, além dos questionários Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) e Self-Reporting Questonnaire (SRQ-20), para avaliar o consumo de álcool e presença de transtorno mental, respectivamente. A pressão arterial foi medida com aparelho automático de braço validado. Foram realizadas três medidas e usada a média das duas últimas medidas. Realizaram-se ainda, medida do peso, altura, circunferência do pescoço, circunferência da cintura, avaliação de bioimpedância; glicemia, triglicérides e colesterol com medida capilar. Na análise bivariada, foi testada a associação entre hipertensos, separadamente, com os dois desfechos: consumo de bebidas alcoólicas e a presença de transtorno mental comum explorando especialmente, os aspectos relacionados à hipertensão arterial. Foi ajustada a regressão de Poisson com variância robusta, para ambos os desfechos, com modelagem em stepwise backward automatizado, tendo como critério de entrada, p<0,20 e de significância no modelo final, p0,05. Utilizou-se como estimativa, as razões de prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: A maioria dos participantes era do sexo feminino (57,8%), com 42,10 (16,74) anos, vivendo com companheiro (74,7%) e cerca de quatro filhos por família, baixo nível de escolaridade Analfabeto/Fundamental incompleto (41,1%) e renda até dois salários mínimos (85,0%). A prevalência de hipertensão arterial foi de 26,6%, tabagismo (20,4%) e ser sedentário/irregularmente ativo (52,8%). O consumo de bebida alcoólica foi de 40,2%, sendo 13,4% classificados como alto risco para dependência alcoólica, e maior na área rural em comparação à urbana (57,3% vs 22,2%) p<0,001. Destacam-se os seguintes aspectos do uso abusivo de álcool: sentimento de culpa/remorso (45,9%); amnésia repentina por não lembrar o ocorrido na noite em que bebeu (31,7%); além de machucar-se ou sentir-se prejudicado por causa da bebida (29,6%); preocupação por parte de parentes, amigos ou profissionais de saúde, que aconselharam o entrevistado a interromper o consumo (51,5%). Não houve associação entre a presença e consumo de bebida alcoólica (23% e 26%). Os indígenas com diagnóstico de hipertensão referida, faziam menos uso de bebida alcoólica (14,2%vs 85,8%, p=0,009), porém nas ocasiões em que bebiam, ingeriam maior quantidade, comparado com os que não referiram hipertensão [55,3(72,2) vs 33,3(62,2) gramas de Etanol p=0,008]. A prevalência de transtorno mental comum foi de 45,7%, com destaque para os seguintes itens: referência de dores de cabeça frequentes (69,5%), sentir-se nervoso, tenso ou preocupado (66,2%), ter se sentido triste ultimamente (56,0%), dormir mal (55,2%) e ter sensações desagradáveis no estômago (42,9%). Além disso, destaca-se que 7,3% referiram ideia de acabar com a própria vida e 4,2% sentiram-se incapazes de desempenhar papel útil. Após análise ajustada a razão de prevalência após análise ajustada (Razão de prevalência, IC-95%), verificou-se associação positiva entre ingestão de bebida alcoólica e sexo masculino (2,72, IC-2,12-3,48), tabagismo (1,29, IC-1,06-1,56) e morar na zona rural (2,09, IC-1,61-2,72). Porém, a ação foi protetora para idade (0,98, IC-0,98-0,99), consumo de alimentos in natura (0,97, IC-0,95-0,99), e ausência de dislipidemias (0,75, IC-0,62-0,9). Entre os que apresentaram transtorno mental comum, a hipertensão arterial identificada esteve presente em 30,3% e o consumo de álcool uma vez ao mês em 22,1%. Após a análise ajustada (Razão de prevalência, IC-95%) verificou-se associação positiva entre o transtorno mental comum e a zona de moradia urbana (1.25, IC-1,02-1,54), não sabia que tinham antecedentes para diabetes (1.56, IC-1,24-1,96) e a ingestão de bebida alcoólica (1.01, IC-1,00-1,02). Porém, foi ação protetora não ter antecedentes pessoais de cardiopatia (0.59, IC-0,48-0,73). Conclusão: Observou-se que a presença de hipertensão arterial, consumo de bebida alcoólica e de transtorno mental comum foram elevados nos indígenas da etnia Mura. Esses achados podem ser decorrentes da aproximação e convivência entre indígenas e não indígenas favorecendo mudanças culturais, especialmente de hábitos e estilos de vida, com aumento do risco de doenças crônicas não transmissíveis. / Background: The arterial hypertension has a multifactorial disorder, including unappropriated habits and lifestyle as the excessive consumption of alcoholic beverages that may increase the blood pressure. Additionally, the symptoms related to the common mental disorder may be also associated with the health status, producing even more damages to the hypertensive subjects. Thus, this study aimed to identify the association of arterial hypertension occurrence with alcoholic beverages consumption and presence of common mental disorder in Indigenous from Mura villages, who live in rural and urban zones. Casuistic and Methods: Its a cross-sectional investigation, with demographic base, conducted with 455 Mura Indigenous from Autazes, Amazon, Brazil. Through a semi-structured interview, we gathered data about sociodemographic and educational profile, lifestyle, clinical records, family antecedents. In this occasion, the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) and the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) were applied to assess respectively the alcohol consumption and the presence of common mental disorder. The blood pressure was measured with an arm automatic device, validated for this goal, being three measures taken and, from the two last of them, a mean was obtained. Furthermore, we gathered weight, height, neck circumference, waist circumference, bioimpedance, glycemia, triglycerides and cholesterol, capillary measure for the last ones. In the bivariate analysis, we analyzed the association between hypertensive persons and the both outcomes- the alcohol consumption and the presence of common mental disorder, emphasizing the issues hypertension-related issues. The Poison regression, with robust variance, was adjusted for both outcomes, with a modelling in automatized stepwise backward, being p<0,20 the entrance criteria and p<0,05 the significance level for the final model. As estimative, we used the odds ratios and their respective confidence intervals of 95%. Results: Most were females (57,8%), with mean age of 42,2(16,74) years, living with a partner (74,7%), with about four children per family, poor educational level- Illiterate/Incomplete Basic (41,1%) and income of up two minimum wages (85,0%). 26,6% of the sample had hypertension, 20,4% were smokers and 52,8% were sedentary/irregularly active. Alcohol consumption was of 40,2%, with 13,4% showed high risk for alcohol addiction, and the consumption was higher in rural area in comparison with the urban one (57,3% vs 22,2%) p<0,001. We emphasize the following aspects of alcohol abuse: feeling of guilty and remorse (45,9%); abrupt amnesia for not remembering what happened in the night that they had drunk (31,7%); feeling hurt or impaired due to the drink consumption (29,6%); concerns from relatives, friends or healthcare professionals who advised the interviewed to interrupt the consumption (51,5%). There was not association between presence and alcoholic beverages consumption (23% and 26%). Indigenous diagnosed with referred arterial hypertension drank less alcoholic beverages (14,2%vs 85,8% p=0,009), but, when they drank, they had a larger amount than those with referred hypertension [55,3(72,2) vs 33,3(62,2) grams of Ethanol p=0,008]. The common mental disorder was identified in 45,7% of the individuals, being highlighted the following items: reporting of frequent headaches (69,5%), feeling nervous, anxious or worried (66,2%), feeling sad in the last days (56,0%), sleeping badly (55,2%) and having upset stomach (42,9%). Additionally, 7.3% reported the idea of committing suicide, and 4,2% felt themselves unable to play a useful role. We verified positive association between alcoholic beverage consumption and male gender (2.72, CI-2,12-3,48); smoking (1.29, CI-1.06-1.56); and living in rural area (2.09, CI-1.61-2.72). However, the action was protective for the age (0.98, CI-0,98-0,99), intake of natural foods (0.97, CI-0,95-0,99), and absence of dyslipidemias (0.75, CI-0,62-0,9). Among those diagnosed with common mental disorder, the arterial hypertension was found in 30,3% and the alcohol consumption once a month in 22,1%. We observed a positive association of common mental disorder and: living in the urban area (1.25, CI-1,02-1,54); unknowing the antecedents for diabetes (1.56, CI-1,24-1,96); and the alcohol consumption (1.01,CI-1,00-1,02). However, the absence of personal background of heart diseases was not protective (0.59, CI-0,48-0,73). Conclusion: We observed that the presence of arterial hypertension, alcoholic beverages consumption and common mental disorder were high in the Mura ethnicity. This finding may be explained for the approach and interaction among Indigenous and non-Indigenous, which favors cultural changes, especially in habits and lifestyle, increasing the risk of non-transferable chronic diseases.
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\"Tem que ser do nosso jeito\": participação e protagonismo do movimento indígena na construção da política de saúde no Brasil / \"It has to be our way\": participation and protagonism of the indigenous movement in the construction of the health policy in BrazilVieira, Nayara Begalli Scalco 25 March 2019 (has links)
Os povos indígenas vivem há mais de 500 anos na luta pela superação do colonialismo interno. Com a homogeneização das formas de vida, estes povos são sistematicamente produzidos como não existentes nas políticas integracionistas. A Constituição Federal de 1988 rompe com esta prática garantindo o direito do reconhecimento de suas identidades e modos de vida, expressos pela sua cultura, e o direito à saúde. O direito dos povos originários à saúde pautou três Conferências de Saúde Indígena que estabeleceram as diretrizes para a criação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em 1999. Desde o início de sua estruturação nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), foram organizados os Conselhos Distritais de Saúde Indígena (CONDISI) e o Fórum de Presidentes de CONDISI no nível central. Este estudo tem como objetivo analisar a participação e o protagonismo dos povos indígenas no processo de construção e implementação da Política Nacional de Saúde Indígena, após a Constituição Federal de 1988, a partir das Epistemologias do Sul. Foi utilizada a metodologia qualitativa com diversas fontes e materiais: análise documental das atas de reuniões, legislações, relatórios das cinco Conferências Nacionais de Saúde Indígena e 24 entrevistas em profundidade com indígenas, gestores, indigenistas e representante do MPF. A análise das legislações reconhecidas como pertinentes ao tema indicam uma grande quantidade e diversidade de normas que tratam de forma segregada as temáticas indígenas e as normas do Sistema Único de Saúde. Demonstram, para além da fragmentação legal e normativa, algumas iniciativas que avançam na integralidade da assistência, bastante pontuais, como a criação de incentivos financeiros específicos. Destaca-se a complexidade e a fragilidade da articulação interfederativa, que se torna mais complexa com a gestão federal e a territorialização dos DSEI, que não coincidem com os territórios de estados e municípios. No que tange à participação, pode-se afirmar que a maioria dos entrevistados reconhecem o CONDISI como espaço legítimo de diálogo entre indígenas e governo para debater a política de saúde e sua execução nas aldeias indígenas. Contudo, é evidente o predomínio das pautas de interesse da gestão e a repercussão nas reuniões de CONDISI de temas já discutidos no Fórum de Presidentes. Nas pautas do CONDISI Litoral Sul, que foram objeto deste estudo, por exemplo, a discussão da divisão territorial do DSEI, de interesse dos indígenas, não ganhou espaço e reconhecimento pela gestão. Chama a atenção à ausência de discussão nos espaços formais de temas que predominam nas entrevistas com os indígenas, como a valorização da medicina tradicional e a atenção diferenciada. Esta última é a justificativa central para existência do Subsistema e pauta-se nas desigualdades em saúde, na necessidade de modos de produção de cuidado que articulem as medicinas indígenas e a biomedicina e na diversidade cultural dos mais de 300 povos. O predomínio da biomedicina como forma científica e legítima do saber sobre a saúde acaba por interditar as pautas referentes às medicinas indígenas. Esta lógica perpetua a relação colonial do governo com os povos originários, principalmente sobre o saber, comprometendo a efetivação da atenção diferenciada, e, por consequência, do direito à saúde. Esta política, para ser efetiva, deveria se organizar na perspectiva da Ecologia de Saberes, considerando os modos de existência destes povos, principalmente sua relação com a terra, e sua construção como sujeitos coletivos. / Indigenous Peoples have been living for more than 500 years in the struggle to overcome internal colonialism. With the homogenization of the way of life, these peoples are systematically considered as non-existent in integrationist policies. The Federal Constitution of 1988 breaks with this logic assuring them the right to their identities and their ways of life, expressed by their culture, and also their right to health. The Indigenous Peoples\' right to health established three Indigenous Health Conferences that set the guidelines for the creation of the Indigenous Health Care Subsystem, in 1999. Since its beginning, along with the establishiment of the 34 Special Indigenous Sanitary Districts (DSEI), participatory Councils were organized (CONDISI), and also the CONDISI Presidents\' Forum at the central level. Based on Epistemologies of the South, this study aims to analyze the participation and the protagonism of Indigenous Peoples in the construction and implementation processes of the National Indigenous Health Policy, after the Federal Constitution of 1988. The qualitative methodology used with several sources and materials: documenta analysis of minutes of meetings, legislations, reports of the five National Indigenous Health Conferences and 24 in-depth interviews with Indigenous Peoples, managers, indigenists and Federal Prosecution Service. Relevant legislation analyzed showed great quantity and diversity of norms that separate the indigenous themes and the norms of the Unified Health System. They demonstrate, in addition to legal and normative fragmentation, some initiatives towards care integrality quite specific ones, such as the creation of financial incentives. We highlight the complexity and fragility of the interfederative articulation, which becomes more complex with federal management and territorialisation of the DSEI, which do not match with the limits of states and municipalities territories. Regarding participation, it can be said that most interviewees recognize the CONDISI as a legitimate space for dialogue between Indigenous Peoples and the government to discuss the health policy and its implementation in indigenous communities. However, there is a clear predominance of agendas in the interest of the management representatives and the repercussions on the CONDISI meetings of topics already discussed in the Presidents\' Forum. For example, on the agenda of the CONDISI Litoral Sul, object of this study, the discussion of the territorial division of the DSEI, on the interest of the indigenous representatives, did not gain space and recognition by the management representatives. What also draws attention is the absence of discussions of topics that were predominant on the interviews with Indigenous Peoples on formal spaces, such as traditional medicine and differentiated care. This last one is central to the existence of the Subsystem and it is based on inequalities in health, the need for care production methods that articulate traditional indigenous medicine and biomedicine, and the cultural diversity of more than 300 tribes. The predominance of biomedicine as a scientific and legitimate way of health knowledge inhibits the agenda related to traditional indigenous medicine. This logic perpetuates the colonial relationship of the government upon the Indigenous Peoples, especially regarding knowledge, compromising the effectiveness of differentiated care and, consequently, the right to health. This policy, in order to be effective, should be organized in the perspective of the Ecology of Knowledges, considering the ways of existence of these peoples, especially their relationship with the land, and their construction as collective subjects.
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Direito indígena à saúde: proteção constitucional e internacionalOliveira, Paulo Henrique de 12 March 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-03-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This essay aims to examine indigenous peoples right to health, particularly its
protection by Brazilian constitutional law and by international law. Since colonial
times indigenous peoples health are inferior to non-indigenous. Several indigenous
communities experience dire health conditions, with numerous casualties, especially
within children, in virtue of the lack of medical care. Such poor conditions are
worsened by ethnic transfiguration, environmental degradation and indigenous
impoverishment. Notwithstanding, indigenous peoples rights and, in particular, its
right to health have been gaining strength in constitutional and international human
rights law. In this scenario, emerges the challenge of articulating constitutional and
international regulation, in order to render indigenous peoples right to health
effective. To that purpose, it is necessary to investigate how the law defines
indigenous peoples; the constitutional evolution of indigenous rights; the
constitutional principles of indigenous peoples right to health; the international
recognition of indigenous peoples human rights and the international protection of
the right to health / A presente dissertação trata do direito dos povos indígenas à saúde, sua proteção
constitucional brasileira e internacional (Sistema Global de Proteção dos Direitos
Humanos Organização das Nações Unidas). Desde os idos da colonização, a saúde
dos povos indígenas apresenta-se em pior situação que a dos não-indígenas.
Atualmente, inúmeras comunidades indígenas vivenciam precárias condições de saúde
com índices expressivos de vítimas, sobretudo crianças, por desassistência médica
quadro agravado pela transfiguração étnica, pela degradação ambiental e pelo
empobrecimento indígena. Não obstante, os direitos indígenas e, especialmente, o
direito à saúde têm sido fortalecidos nos âmbitos constitucional e internacional dos
direitos humanos. Nesse cenário, emerge o desafio de articular os postulados
constitucionais e internacionais, com o propósito de concretizar o direito indígena à
saúde. É imperioso, para tanto, investigar a definição jurídico-constitucional de índioindígenas;
a evolução constitucional dos direitos indígenas; os vetores constitucionais
do direito à saúde indígena; a afirmação internacional dos direitos humanos dos povos
indígenas e a proteção internacional do direto à saúde
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Os itinerários terapêúticos do povo Iny- Karajá das aldeias Buridina y Bdè-Brè de Aruanã (GO)Correa, Jacqueline Isabel Ledesma 21 August 2014 (has links)
Submitted by Erika Demachki (erikademachki@gmail.com) on 2017-01-12T17:02:52Z
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Previous issue date: 2014-08-21 / Outro / Neste trabalho de dissertação propõe-se conhecer e interpretar as estratégias de resolução
dos processos de saúde e doença do povo Iny- Karajá, que mora em aldeias no município
de Aruanã del Estado de Goiás, na região Centro Oeste do Brasil. O eixo referencial
teórico apoia-se em duas categorias teórico-metodológicas; o conceito de Itinerários
terapêuticos definidos em antropologia como: o caminho realizado pela pessoa para obter
soluções à doença e o sofrimento em saúde que padece (LANGDON, 2007; LAGO et al.,
2010; CABRAL et al., 2011). O outro conceito teórico e metodológico que nutre este
trabalho é a do sofrimento social (VICTORA, 2011; KLEINMAN et al., 1997;
CAMARGO, 2004, 2009, 2012; DAS, 2009). O sofrimento é um processo complexo
inerente à vida humana, possível de ser interpretado com um contexto antropológico, como
uma experiência política contextualizada que configura um processo social corporificado
em sujeitos históricos (VICTORA, 2011). Ambas perspectivas de trabalho permitem
integrar e amplificar diversos campos de problematicidade e condições de vida das pessoas,
ao momento de realizar uma etnografia que trata da saúde e a doença. Lós itinerários
terapêuticos compõem-se de vozes múltiplas, motivo pelo qual o recorte empírico convoca:
mães e pais Iny-Karajá e os agentes de saúde que trabalham no Sistema de Atenção em
Saúde Indígena (SASI). Os cenários de labor etnográficos compreenderam: as Aldeias
Buridina e Bdè-Brè; o posto de Saúde Indígena, o Hospital Municipal e o Centro de Saúde
da cidade de Aruanã, além da Casa de Saúde do Índio (CASAI) situada na cidade de
Goiânia. Os objetivos do trabalho foram pesquisar mediante narrativas orais e visuais dois
questionamentos que estão associados profundamente: como acedem e se relacionam os
povoadores Iny de Aruanã com as alternativas e recursos oferecidos pelas políticas públicas
em relação à saúde indígena; e quais são os significados dados pelos Iny às problemáticas
de saúde e doença. Este estudo se enquadra dentro do campo da Antropologia da Saúde e a
Doença e na área de problematicidade da Saúde Indígena. / Este trabajo de disertación se propone conocer e interpretar las estrategias de resolución
de los procesos de salud y enfermedad del pueblo Iny- Karajá, que vive en dos aldeas
ubicadas en el Municipio de Aruanã del Estado de Goiás, en la región Centro Oeste de
Brasil. El eje referencial teórico se apoya en dos categorías teórico- metodológicas; la
noción de Itinerarios terapéuticos definida en antropología como: el camino que realiza la
persona que padece, para conseguir resolver su situación de enfermedad y sufrimiento en
salud (LANGDON, 2007; LAGO et al., 2010; CABRAL et al., 2011). La otra noción
teórica y metodológica que alimenta este trabajo es la de sufrimiento social (VICTORA,
2011; KLEINMAN et al., 1997; CAMARGO, 2004, 2009, 2012; DAS, 2009). El
sufrimiento es un proceso complejo inherente a la vida humana posible de ser interpretado
desde una mirada antropológica, como una experiencia política contextuada que configura
un proceso social corporificado en sujetos históricos (VICTORA, 2011). Ambas
perspectivas de trabajo permiten integrar y amplificar diversos campos de
problematicidad y condiciones de vida de las personas, al momento de realizar una
etnografía que trata acerca de la salud y la enfermedad. Los itinerarios terapéuticos se
componen de múltiples voces, motivo por el cual el recorte empírico convoca: madres y
padres Iny-Karajá y los agentes de salud que trabajan en el Sistema de Atenção em Saúde
Indígena (SASI). Los escenarios de labor etnográfica comprendieron: las Aldeas Buridina
y Bdè-Brè; el puesto de Salud Indígena, el Hospital Municipal y el Centro de Salud de la
ciudad de Aruanã; además de la Casa de Saúde do Indio (CASAI) situada en la ciudad de
Goiânia. Los objetivos de este trabajo fueron investigar por medio de narrativas orales y
visuales dos cuestionamientos que se hallan asociados profundamente: como acceden y se
relacionan los pobladores Iny de Aruanã con las alternativas y recursos ofrecidos por las
políticas públicas en salud indígena; y cuáles son los significados que otorgan los Iny a las
problemáticas de salud y enfermedad. Este estudio se enmarca dentro del campo de la
Antropología de la Salud y la Dolencia y en el área de problematicidad de la Salud
Indígena.
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Índice de massa corporal e valores de impedância bioelétrica de crianças e adolescentes indígenas Kaingang, Rio Grande do Sul, BrasilBarufaldi, Laura Augusta January 2009 (has links)
Fundamentos: São necessárias avaliações do estado nutricional de povos indígenas, como forma de mensurar influências ambientais e sociais sobre as condições de vida e saúde e fornecer subsídios para intervenções. Este estudo, de base escolar, objetivou descrever o estado nutricional de crianças e adolescentes Kaingang pela antropometria e pela impedância bioelétrica (IBE) e comparar as classificações geradas pelos dois métodos. Métodos: Estudaram-se 3207 indígenas (73,6% dos matriculados) das 35 escolas de 12 Terras Indígenas Kaingang do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram mensurados peso e estatura conforme WHO (1995) e parâmetros de resistência (R) e reactância (Xc), em Ohm, mediante impedanciômetro RJL Systems Electrode Placement. O índice estatura/idade e o índice de massa corporal/idade foram calculados e classificados segundo WHO (2007). A composição corporal foi avaliada pela Análise Vetorial de Impedância Bioelétrica (BIVA) conforme Piccoli et al (1994). A comparação entre classificações da antropometria e BIVA foi realizada graficamente, com base nas elipses de tolerância do gráfico RXc. Foram considerados significantes valores de p<0,05. Resultados: A idade média da amostra foi de 10,8 anos (+2,9), sendo 56,8% adolescentes e 50,6% do sexo masculino. Encontraram-se prevalências de déficit estatural (E/I) de 15,5% e 19,9% e de excesso de peso pelo IMC/Idade de 5,7% e 6,7%, respectivamente para crianças e adolescentes. Para ambos os sexos e faixas etárias, a amostra apresentou desvio em direção ao quadrante inferior esquerdo do gráfico RXc, indicando maior proporção de gordura em relação ao tecido não gordo. Para as crianças do sexo masculino a proporção de indivíduos além da elipse de tolerância de 95% foi de 2,7% e a proporção de indivíduos com classificações discrepantes, relativas à antropometria, foi de 94,6%. As mesmas proporções alcançaram, respectivamente, 2,3% e 77,1% para os adolescentes do sexo masculino; 2,5% e 85,4% para as crianças do sexo feminino e 0,6% e 94,8% para as adolescentes do sexo feminino. Conclusão: Aponta-se a transição nutricional entre os Kaingang, caracterizada por prevalências importantes de déficit estatural e excesso de peso. As discrepâncias entre as classificações do IMC/idade e BIVA sinalizam a necessidade de estudos que procurem conciliar maior número de técnicas de avaliação nutricional, como a conciliação da antropometria com a IBE. / Background: Indigenous nutritional status evaluations are necessary, as a way to measure social and environmental influences on health and life conditions and to provide subsidies for interventions. This school-based study aimed to describe the nutritional status of Kaingang children and adolescents by anthropometry and bioelectrical impedance (BIA), and to compare classifications obtained by both methods. Methods: 3207 indigenous (73.6% of the enrolled) of the 35 schools in 12 Indigenous Lands Kaingang of Rio Grande do Sul, Brazil were studied. Weight and height were measured according to WHO (1995) and resistance parameters (R) and reactance (Xc), in Ohm, by impedanciometer RJL Systems Electrode Placement. Height/ age index and body mass/ age index were classified based on WHO (2007). Body composition was evaluated by Bioelectric Impedance Vector Analysis (BIVA) according to Piccoli et al (1994). Comparisons between anthropometry and BIVA classifications were done graphically, based on the tolerance ellipses of RXc graph. Significant p values <0.05. Results: The average age of the sample was 10.8 years (+2.9), 56.8% of adolescents and 50.6% of males. Prevalence of stunting (H/A) of 15.5% and 19.9% and overweight (BMI/ age) of 5.7% and 6.7% were found, respectively for children and adolescents. For both sexes and age groups deviation toward the lower left quadrant of RXC graph was shown, indicating a higher proportion of fat in relation to not fat tissues. For male children, proportion of subjects beyond the 95% tolerance ellipse was 2.7% and proportion of subjects with discrepant classifications, relative to anthropometry, was 94.6%. The same proportions achieved, respectively, 2.3% and 77.1% of male adolescents, 2.5% and 85.4% of female children, and 0.6% and 94.8% of female adolescents. Conclusions: The study points the nutritional transition among the Kaingang, characterized by important prevalence of stunting and overweight. Discrepancies between classifications of BMI/age and BIVA signal the necessity of studies that look for the conciliation of differents nutritional evaluation techniques, as anthropometry and BIA.
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Índice de massa corporal e valores de impedância bioelétrica de crianças e adolescentes indígenas Kaingang, Rio Grande do Sul, BrasilBarufaldi, Laura Augusta January 2009 (has links)
Fundamentos: São necessárias avaliações do estado nutricional de povos indígenas, como forma de mensurar influências ambientais e sociais sobre as condições de vida e saúde e fornecer subsídios para intervenções. Este estudo, de base escolar, objetivou descrever o estado nutricional de crianças e adolescentes Kaingang pela antropometria e pela impedância bioelétrica (IBE) e comparar as classificações geradas pelos dois métodos. Métodos: Estudaram-se 3207 indígenas (73,6% dos matriculados) das 35 escolas de 12 Terras Indígenas Kaingang do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram mensurados peso e estatura conforme WHO (1995) e parâmetros de resistência (R) e reactância (Xc), em Ohm, mediante impedanciômetro RJL Systems Electrode Placement. O índice estatura/idade e o índice de massa corporal/idade foram calculados e classificados segundo WHO (2007). A composição corporal foi avaliada pela Análise Vetorial de Impedância Bioelétrica (BIVA) conforme Piccoli et al (1994). A comparação entre classificações da antropometria e BIVA foi realizada graficamente, com base nas elipses de tolerância do gráfico RXc. Foram considerados significantes valores de p<0,05. Resultados: A idade média da amostra foi de 10,8 anos (+2,9), sendo 56,8% adolescentes e 50,6% do sexo masculino. Encontraram-se prevalências de déficit estatural (E/I) de 15,5% e 19,9% e de excesso de peso pelo IMC/Idade de 5,7% e 6,7%, respectivamente para crianças e adolescentes. Para ambos os sexos e faixas etárias, a amostra apresentou desvio em direção ao quadrante inferior esquerdo do gráfico RXc, indicando maior proporção de gordura em relação ao tecido não gordo. Para as crianças do sexo masculino a proporção de indivíduos além da elipse de tolerância de 95% foi de 2,7% e a proporção de indivíduos com classificações discrepantes, relativas à antropometria, foi de 94,6%. As mesmas proporções alcançaram, respectivamente, 2,3% e 77,1% para os adolescentes do sexo masculino; 2,5% e 85,4% para as crianças do sexo feminino e 0,6% e 94,8% para as adolescentes do sexo feminino. Conclusão: Aponta-se a transição nutricional entre os Kaingang, caracterizada por prevalências importantes de déficit estatural e excesso de peso. As discrepâncias entre as classificações do IMC/idade e BIVA sinalizam a necessidade de estudos que procurem conciliar maior número de técnicas de avaliação nutricional, como a conciliação da antropometria com a IBE. / Background: Indigenous nutritional status evaluations are necessary, as a way to measure social and environmental influences on health and life conditions and to provide subsidies for interventions. This school-based study aimed to describe the nutritional status of Kaingang children and adolescents by anthropometry and bioelectrical impedance (BIA), and to compare classifications obtained by both methods. Methods: 3207 indigenous (73.6% of the enrolled) of the 35 schools in 12 Indigenous Lands Kaingang of Rio Grande do Sul, Brazil were studied. Weight and height were measured according to WHO (1995) and resistance parameters (R) and reactance (Xc), in Ohm, by impedanciometer RJL Systems Electrode Placement. Height/ age index and body mass/ age index were classified based on WHO (2007). Body composition was evaluated by Bioelectric Impedance Vector Analysis (BIVA) according to Piccoli et al (1994). Comparisons between anthropometry and BIVA classifications were done graphically, based on the tolerance ellipses of RXc graph. Significant p values <0.05. Results: The average age of the sample was 10.8 years (+2.9), 56.8% of adolescents and 50.6% of males. Prevalence of stunting (H/A) of 15.5% and 19.9% and overweight (BMI/ age) of 5.7% and 6.7% were found, respectively for children and adolescents. For both sexes and age groups deviation toward the lower left quadrant of RXC graph was shown, indicating a higher proportion of fat in relation to not fat tissues. For male children, proportion of subjects beyond the 95% tolerance ellipse was 2.7% and proportion of subjects with discrepant classifications, relative to anthropometry, was 94.6%. The same proportions achieved, respectively, 2.3% and 77.1% of male adolescents, 2.5% and 85.4% of female children, and 0.6% and 94.8% of female adolescents. Conclusions: The study points the nutritional transition among the Kaingang, characterized by important prevalence of stunting and overweight. Discrepancies between classifications of BMI/age and BIVA signal the necessity of studies that look for the conciliation of differents nutritional evaluation techniques, as anthropometry and BIA.
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