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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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Culturas juvenis no ensino médio: ressignificando a prática escolar / Youth cultures in middle school: ressignificating school practice

Oliveira, Kelly da Silva [UNESP] 26 October 2017 (has links)
Submitted by Kelly da Silva Oliveira null (kellyletrasunesp@gmail.com) on 2017-11-29T22:15:14Z No. of bitstreams: 1 Oliveira, Kelly_repositório.pdf: 2206886 bytes, checksum: 0951803999f604052606e882c4a3915f (MD5) / Approved for entry into archive by Claudia Adriana Spindola null (claudia@fct.unesp.br) on 2017-11-30T12:24:05Z (GMT) No. of bitstreams: 1 oliveira_ks_me_prud.pdf: 2206886 bytes, checksum: 0951803999f604052606e882c4a3915f (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-30T12:24:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 oliveira_ks_me_prud.pdf: 2206886 bytes, checksum: 0951803999f604052606e882c4a3915f (MD5) Previous issue date: 2017-10-26 / Esta pesquisa foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP – Campus de Presidente Prudente, vinculada à Linha de Pesquisa: Processos Formativos, Infância e Juventude. A questão que conduziu essa investigação foi a constatação de que, apesar dos estudos e pesquisas que defendem o diálogo integrativo com as culturas juvenis no espaço escolar terem adquirido maior visibilidade nos últimos anos, ainda há o não conhecimento em relação a este assunto. Vários educadores e pesquisadores se colocam contra, dizendo que ao trabalhar com as culturas juvenis no espaço escolar, os conteúdos sistematizados ficam negligenciados, devido ao tempo e as exigências a que os docentes estão condicionados. Alguns ainda acreditam que valorizar e trabalhar as manifestações das culturas juvenis não é objetivo da escola, tendo em vista o caráter de seriedade e obrigatoriedade que deve existir dentro delas, devido às suas finalidades que seriam, principalmente, a preparação para o vestibular ou para o mercado de trabalho. A pesquisa foi embasada no referencial teórico dos estudos no campo da juventude, com ênfase na Sociologia da Juventude e teve como objetivos identificar quais eram as manifestações das culturas juvenis de jovens alunos de uma sala do Ensino Médio em uma escola pública na região de Presidente Prudente/SP e analisar de que forma a disciplina de Língua Portuguesa pode realizar um diálogo integrativo com as culturas juvenis sem negligenciar os conteúdos escolares. A natureza do estudo foi qualitativa e a opção metodológica escolhida foi a pesquisa intervenção. Os procedimentos para a obtenção dos dados foram: a observação participante, os registros em diário de campo, a aplicação de formulários e a de entrevistas reflexivas. Os resultados apontaram que, mesmo com todas as exigências e dificuldades existentes, foi possível fazer o diálogo integrativo entre as culturas juvenis e o ensino de Língua Portuguesa, garantindo que os conteúdos elencados no Currículo Oficial fossem trabalhados. Para que isto fosse possível, foi necessário compreender os jovens alunos com suas culturas, crenças, valores, anseios e desejos, como também conhecer suas formas de pensar e agir, além do espaço e tempo da sala de aula. Essa pesquisa contribuiu, indiretamente, para fortalecer a concepção de que o Ensino Médio não tem apenas como finalidade a função propedêutica, mas também a de formar para a vida, possibilitando aos jovens alunos a apropriação dos conteúdos científicos de maneira construtiva e crítica. A pesquisa revelou a importância de o professor reconhecer as manifestações dos jovens alunos e de estar sensível ao ato de comunicação, que vai além das palavras, bem como estar ciente de que a sua realidade é única e de que, por esse motivo, não é possível controlar ou prever as expressividades das culturas juvenis. Estar aberto ao diálogo com os jovens pode promover a articulação entre as expectativas deles e os conteúdos a serem trabalhados. Nessa pesquisa, a construção coletiva do conhecimento, que contou com a participação dos jovens alunos, buscou fazer o diálogo com os mais diversos métodos e técnicas, trazendo a poesia, a música, o debate, as mídias, os contos, entre outros, mas, também, o diálogo, a escuta, o respeito, a cumplicidade, a parceria, o assumir responsabilidades, a rigorosidade, a alegria, não só pelo prazer, para atrair os jovens alunos, mas, principalmente, pela possibilidade de apropriação das diversas expressões culturais, considerando-as repletas de códigos e de representações que foram construídas cultural e socialmente. Diante dos resultados, acreditamos que o educar para a vida encontra-se imbricado com a aquisição do conhecimento científico, sistematizado, elaborado e que, além de ser possível, é urgente o diálogo entre a cultura escolar e as manifestações culturais juvenis. A escola, que dialoga com os jovens alunos, promove uma aprendizagem conscientizadora, pois permite ao jovem questionar e debater, exercício imprescindível para o despertar da consciência crítica tão necessária para a transformação da realidade. / This research was developed together with the Graduate Program in Education of the Faculty of Sciences and Technology, UNESP - Presidente Prudente Campus, linked to the Research Line: Formative Processes, Childhood and Youth. The question that led to this research was the realization that, despite studies and research that advocate integrative dialogue with youth cultures in school have become more visible in recent years, there is still lack of knowledge about this subject. Several educators and researchers oppose, saying that in working with youth cultures in the school space, systematized content is neglected due to the time and demands that teachers are conditioned. Some still believe that valuing and working the manifestations of youth cultures is not an objective of the school, considering the seriousness and obligatory nature that must exist within them, due to its purposes, which would be, mainly, the preparation for the entrance exam or the job market. The research was based on the theoretical framework of studies in the field of youth, with emphasis on the Sociology of Youth and had as objectives to identify which were the manifestations of the youth cultures of young students of a room of the High School in a public school in the region of Presidente Prudente / SP and analyze how the discipline of Portuguese Language can carry out an integrative dialogue with youth cultures without neglecting school contents. The nature of the study was qualitative and the methodological option chosen was the intervention research. The procedures for obtaining the data were: participant observation, field diary records, application of forms and reflective interviews. The results showed that, even with all the existing requirements and difficulties, it was possible to engage in an integrative dialogue between youth cultures and Portuguese language teaching, ensuring that the contents listed in the Official Curriculum were worked on. For this to be possible, it was necessary to understand the young students with their cultures, beliefs, values, longings and desires, as well as to know their ways of thinking and acting, besides the space and time of the classroom. This research contributed, indirectly, to strengthen the conception that the Secondary School has not only the propaedeutic function but also to form for the life, enabling to the young students the appropriation of the scientific contents in a constructive and critical way. The research revealed the importance of the teacher recognizing the manifestations of young students and being sensitive to the act of communication, which goes beyond words, as well as being aware that their reality is unique and that, for this reason, it is not possible to control or predict the expressiveness of youth cultures. Being open to dialogue with young people can promote the articulation between their expectations and the content to be worked on. In this research, the collective construction of knowledge, with the participation of the young students, sought to make the dialogue with the most diverse methods and techniques, bringing poetry, music, debate, media, stories, among others, but , also, dialogue, listening, respect, complicity, partnership, taking responsibility, rigor, joy, not only for pleasure, to attract young students, but mainly for the possibility of appropriation of the various expressions cultural, considering them full of codes and representations that were built culturally and socially. Given the results, we believe that education for life is interwoven with the acquisition of scientific knowledge, systematized, elaborated and that, in addition to being possible, the dialogue between school culture and youth cultural manifestations is urgent. The school, which dialogues with the young students, promotes awareness-raising learning, as it allows the youth to question and debate, an essential exercise for the awakening of the critical awareness so necessary for the transformation of reality.
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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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É tempo de travessia: os múltiplos caminhos de jovens universitários para a vida adulta / It's a time of crossing: the multiple paths of university students towards adult life

Ginzel, Flávia 08 March 2017 (has links)
Submitted by Milena Rubi (milenarubi@ufscar.br) on 2017-08-11T17:44:41Z No. of bitstreams: 1 GINZEL_Flavia_2017.pdf: 64374437 bytes, checksum: 72d1bd50ec3a584fc26bb24f0fbae207 (MD5) / Approved for entry into archive by Milena Rubi (milenarubi@ufscar.br) on 2017-08-11T17:44:50Z (GMT) No. of bitstreams: 1 GINZEL_Flavia_2017.pdf: 64374437 bytes, checksum: 72d1bd50ec3a584fc26bb24f0fbae207 (MD5) / Approved for entry into archive by Milena Rubi (milenarubi@ufscar.br) on 2017-08-11T17:44:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 GINZEL_Flavia_2017.pdf: 64374437 bytes, checksum: 72d1bd50ec3a584fc26bb24f0fbae207 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-11T17:45:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GINZEL_Flavia_2017.pdf: 64374437 bytes, checksum: 72d1bd50ec3a584fc26bb24f0fbae207 (MD5) Previous issue date: 2017-03-08 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) / The main objective of this research is to understand the transition modes for the adult life of University students. From comprehensive interviews guided by a semi-directive script, we sought to understand a set of experiences and challenges - especially in the University, in the world of work and in family life - that could be revealing of the processes of transition to adult life lived by ten young people - five girls and five boys - who study at the Federal University of São Carlos - Sorocaba campus. Held between the years of 2015 and 2016, the study focused on students from different courses and social insertions who had already attended at least half of their degree. The analysis of their narratives evidenced a multiplicity of trajectories, which are characterized by non-linear biographical pathways. The study revealed the importance of the new policies of access and permanence in the University, which have promoted a growing heterogeneity of subjects in a space historically restricted to the elites. In addition, it was possible to observe that while the trajectories are increasingly heterogeneous and unique, structural issues - especially linked to social origin and gender - appear as common challenges to be faced by girls and boys in their processes to conquer autonomy and Independence. / A pesquisa tem como objetivo central compreender os modos de transição para a vida adulta de jovens universitários. A partir de entrevistas compreensivas orientadas por um roteiro semi-diretivo, buscou-se apreender um conjunto de experiências e desafios – especialmente na universidade, no mundo do trabalho e na vida familiar – que pudessem ser reveladores dos processos de transição para vida adulta vividos por dez jovens - cinco moças e cinco rapazes - que estudam na Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba. Realizado entre os anos de 2015 e 2016, o estudo focalizou estudantes de diferentes cursos e inserções sociais que já tivessem cursado pelo menos a metade da graduação. A análise de suas narrativas evidenciou uma multiplicidade de trajetórias, as quais se caracterizam por percursos biográficos não-lineares. O estudo revelou a importância das novas políticas de acesso e permanência na universidade, as quais vêm promovendo uma crescente heterogeneidade de sujeitos em um espaço historicamente restrito às elites. Além disso, foi possível observar que ao mesmo tempo em que as trajetórias estão cada vez mais heterogêneas e singularizadas, questões estruturais – sobretudo ligadas à origem social e ao gênero – aparecem como desafios comuns a serem enfrentados pelas moças e rapazes em seus processos de conquista de autonomia e independência.
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Do incômodo à ação beneficente e da indignação à ação contestatória : estudo sobre condições e mecanismos de engajamento nas Tribos nas Trilhas da Cidadania e no Levante Popular da Juventude

Ruskowski, Bianca de Oliveira January 2012 (has links)
Le sujet d’étude de ce mémoire est le processus d'engagement militant. Plus précisément, on fait l’investigation des conditions et des mécanismes qui expliquent les différentes formes d'engagement chez les jeunes. La recherche a été menée auprès de deux organisations distinctes: le Levante Popular da Juventude et projet de bénévolat Tribos nas Trilhas da Cidadania, tous les deux situés dans la ville de Porto Alegre / RS. De la discussion théorique de la contentious politics et de la sociologie française du militantisme, on a élaboré un modèle d'analyse du processus d'engagement, en le décrivant et en le décomposant en ses conditions et mécanismes de base. En effet, le point de départ est l'argument qui dit que l'engagement est constitué comme un processus relationnel, à partir d'un ensemble de conditions qui demande de celui qui est engagé certaines dispositions qui impliquent les intérêts, les croyances et les valeurs et qui permettent l'identification à une «cause», outre les compétences, les ressources et l'accès aux possibilités de mobilisation. L’analyse commence d'un point de vue individuel pour expliquer l’engagement de manière non-individuelle. On a choisi l'étude comparative avec la réalisation de douze entretiens en profondeur avec des jeunes participants, avec un coordinateur de chaque organisation et l'observation participante dans des actions, des rancontres, des réunions et de la recherche documentaire. En conséquence, il a été observé que les jeunes s’engagent à partir de mécanismes similaires, mais la diversité des formes d'engagement est due à de différentes caractéristiques de l'organisation, tels que les structures de mobilisation et des répertoires d'action et des frames. La compatibilité entre le «stock» de dispositions, capacités et ressources de ces personnes et les caractéristiques organisationnelles est fondamentale pour le rapprochement entre les jeunes et les organisations. En conséquence, des différences significatives ont été observées lors de l'analyse de l'interaction associative, de la socialisation militante et la connexion structurelle de chacun des groupes. Ainsi, bien que les mécanismes étudiés étaient les mêmes dans le mouvement social et dans le bénévolat, les combinaisons entre les différentes caractéristiques organisationnelles et individuelles ont rendu possible l'expérience de l'engagement à partir de cinq dimensions: pour les jeunes participants des TTCs, l'engagement a été du type altruiste, consensuel, ponctuel, individuel et de continuité. La capacité construite chez les jeunes du LPJ et l'organisation a eu lieu à partir d'un engagement désintéressé, conflictuel, global, collectif et de rupture. Avec cela, les TTCs jouent leur rôle en montrant aux jeunes la situation d'inégalité sociale, la production d'un malaise face à la situation vécue dans notre société et en encourageant les actions de bienfaisance, sans toutefois identifier un ennemi ou disputer des ressources spécifiques. À son tour, le LPJ, à partir d'un fort processus militant de socialisation forte, concentre l’indignation des jeunes, en offrant une possibilité d'insertion dans l'organisation et dans les actions de contestation, en disputant des ressources spécifiques à partir de l'identification d'un ennemi commun. / A presente dissertação tem como tema de estudo o processo de engajamento militante. Especificamente, investigam-se condições e mecanismos que explicam diferentes formas de engajamento entre os jovens. A pesquisa foi realizada junto de duas organizações distintas: o Levante Popular da Juventude e o projeto de voluntariado Tribos nas Trilhas da Cidadania, ambos localizados na cidade de Porto Alegre/RS. A partir da discussão teórica da contentious politics e da sociologia do militantismo francesa, elaborou-se um modelo de análise do processo de engajamento, sendo o mesmo descrito e decomposto em suas condições e mecanismos básicos. Com efeito, parte-se do argumento de que o engajamento se constitui como um processo relacional, a partir de um conjunto de condições que requerem do envolvido certas disposições que envolvem interesses, crenças, valores e que possibilitem a identificação com uma “causa”, além de competências, recursos e acesso a oportunidades de mobilização. A análise parte de um ponto de vista individual para explicar de forma não individual o engajamento. Optou-se pelo estudo comparativo, com a realização de doze entrevistas em profundidade com os jovens participantes, com um coordenador de cada organização e observação participante em ações, encontros e reuniões e pesquisa documental. Como resultado, observou-se que os jovens passam a engajar-se a partir de mecanismos similares, mas a diversidade de formas de engajamento dá-se em função de características distintas da organização, tais como estruturas de mobilização, repertórios de ação e frames. A compatibilidade entre o “estoque” de disposições, capacidades e recursos dos indivíduos e estas características organizacionais é fundamental para a aproximação entre os jovens e as organizações. Por consequência, perceberam-se diferenças significativas ao se analisar a interação associativa, a socialização militante e a conexão estrutural de cada um dos grupos estudados. Assim, embora os mecanismos averiguados fossem os mesmos no movimento social e no voluntariado, as combinações entre diferentes características organizacionais e individuais oportunizariam a vivência do engajamento a partir de cinco dimensões: para os jovens participantes das TTC, a de um engajamento altruísta, consensual, pontual, individual e de continuidade. Já a possibilidade construída entre os jovens do LPJ e a organização deu-se a partir de um engajamento altruísta, conflitivo, global, coletivo e de ruptura. Com isso, as TTC cumprem um papel ao mostrarem aos jovens a situação de desigualdade social, produzindo um incômodo com a situação vivenciada em nossa sociedade e incentivando ações beneficentes, sem, no entanto, identificar um inimigo ou disputar recursos específicos. Já o LPJ, a partir de um forte processo de socialização militante, canaliza a indignação dos jovens, oferecendo uma possibilidade de inserção na organização e nas ações contestatórias, disputando recursos específicos a partir da identificação de um inimigo comum. / This subject study of this thesis is the militant engagement process. Specifically, the conditions and mechanisms that explain different forms of engagement among youth have been investigated. The research was conducted with two distinct organizations: the Levante Popular da Juventude and the volunteer project Tribos nas Trilhas da Cidadania, both from the city of Porto Alegre / RS. From the theoretical discussion of contentious politics and the French ativism sociology, an analysis model of the engagement process, describing it and breaking it down into its basic mechanisms and conditions, was drawn up, with its description and decomposition in its conditions and basic mechanisms. Indeed, the starting point argument is that the engagement is constituted as a relational process, from a set of conditions that require from people involved some dispositions concern interests, beliefs, and values enabling the identification with a "cause", besides some skills, resources and access to mobilization opportunities. The analysis starts from an individual point of view to explain the engagement in a non-individual way. It was chosen the comparative study with twelve in-depth interviews with youth participants, with a coordinator from each organization and participant observation in actions and meetings and documentary research. As a result, it was observed that young people become engaged from similar mechanisms, but the diversity of forms of engagement occurs due to different characteristics of the organization, such as mobilization structures, repertoires of action and frames. Compatibility between the "stock" of dispositions, capabilities and resources of these individuals and organizational characteristics is fundamental to the approach between youth and organizations. Consequently, significant differences were noticed when analyzing the associative interaction, militant socialization and structural connection of each of the groups. Thus, although the investigated mechanisms were in the same in the social movement and volunteering, the combinations between different organizational and individual characteristics would make possible the experience of engagement based on five dimensions: for the young participants of the TTC, there is the altruistic, consensual, timely, individual and continual engagement. The possibility built among the youth of LPJ and the organization took place from a selfless, conflictive, global, collective and rupture engagement. With this, the TTCs play a role in showing young people the situation of social inequality, producing a discomfort with the situation experienced in our society and encouraging charitable actions, but without identifying an enemy or fight for specific resources. By the other hand, the LPJ, from a strong socialization militant process, focuses the indignation of young people, offering a possibility for inclusion in the organization and in the contesting actions, disputing specific resources from the identification of a common enemy.
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Do incômodo à ação beneficente e da indignação à ação contestatória : estudo sobre condições e mecanismos de engajamento nas Tribos nas Trilhas da Cidadania e no Levante Popular da Juventude

Ruskowski, Bianca de Oliveira January 2012 (has links)
Le sujet d’étude de ce mémoire est le processus d'engagement militant. Plus précisément, on fait l’investigation des conditions et des mécanismes qui expliquent les différentes formes d'engagement chez les jeunes. La recherche a été menée auprès de deux organisations distinctes: le Levante Popular da Juventude et projet de bénévolat Tribos nas Trilhas da Cidadania, tous les deux situés dans la ville de Porto Alegre / RS. De la discussion théorique de la contentious politics et de la sociologie française du militantisme, on a élaboré un modèle d'analyse du processus d'engagement, en le décrivant et en le décomposant en ses conditions et mécanismes de base. En effet, le point de départ est l'argument qui dit que l'engagement est constitué comme un processus relationnel, à partir d'un ensemble de conditions qui demande de celui qui est engagé certaines dispositions qui impliquent les intérêts, les croyances et les valeurs et qui permettent l'identification à une «cause», outre les compétences, les ressources et l'accès aux possibilités de mobilisation. L’analyse commence d'un point de vue individuel pour expliquer l’engagement de manière non-individuelle. On a choisi l'étude comparative avec la réalisation de douze entretiens en profondeur avec des jeunes participants, avec un coordinateur de chaque organisation et l'observation participante dans des actions, des rancontres, des réunions et de la recherche documentaire. En conséquence, il a été observé que les jeunes s’engagent à partir de mécanismes similaires, mais la diversité des formes d'engagement est due à de différentes caractéristiques de l'organisation, tels que les structures de mobilisation et des répertoires d'action et des frames. La compatibilité entre le «stock» de dispositions, capacités et ressources de ces personnes et les caractéristiques organisationnelles est fondamentale pour le rapprochement entre les jeunes et les organisations. En conséquence, des différences significatives ont été observées lors de l'analyse de l'interaction associative, de la socialisation militante et la connexion structurelle de chacun des groupes. Ainsi, bien que les mécanismes étudiés étaient les mêmes dans le mouvement social et dans le bénévolat, les combinaisons entre les différentes caractéristiques organisationnelles et individuelles ont rendu possible l'expérience de l'engagement à partir de cinq dimensions: pour les jeunes participants des TTCs, l'engagement a été du type altruiste, consensuel, ponctuel, individuel et de continuité. La capacité construite chez les jeunes du LPJ et l'organisation a eu lieu à partir d'un engagement désintéressé, conflictuel, global, collectif et de rupture. Avec cela, les TTCs jouent leur rôle en montrant aux jeunes la situation d'inégalité sociale, la production d'un malaise face à la situation vécue dans notre société et en encourageant les actions de bienfaisance, sans toutefois identifier un ennemi ou disputer des ressources spécifiques. À son tour, le LPJ, à partir d'un fort processus militant de socialisation forte, concentre l’indignation des jeunes, en offrant une possibilité d'insertion dans l'organisation et dans les actions de contestation, en disputant des ressources spécifiques à partir de l'identification d'un ennemi commun. / A presente dissertação tem como tema de estudo o processo de engajamento militante. Especificamente, investigam-se condições e mecanismos que explicam diferentes formas de engajamento entre os jovens. A pesquisa foi realizada junto de duas organizações distintas: o Levante Popular da Juventude e o projeto de voluntariado Tribos nas Trilhas da Cidadania, ambos localizados na cidade de Porto Alegre/RS. A partir da discussão teórica da contentious politics e da sociologia do militantismo francesa, elaborou-se um modelo de análise do processo de engajamento, sendo o mesmo descrito e decomposto em suas condições e mecanismos básicos. Com efeito, parte-se do argumento de que o engajamento se constitui como um processo relacional, a partir de um conjunto de condições que requerem do envolvido certas disposições que envolvem interesses, crenças, valores e que possibilitem a identificação com uma “causa”, além de competências, recursos e acesso a oportunidades de mobilização. A análise parte de um ponto de vista individual para explicar de forma não individual o engajamento. Optou-se pelo estudo comparativo, com a realização de doze entrevistas em profundidade com os jovens participantes, com um coordenador de cada organização e observação participante em ações, encontros e reuniões e pesquisa documental. Como resultado, observou-se que os jovens passam a engajar-se a partir de mecanismos similares, mas a diversidade de formas de engajamento dá-se em função de características distintas da organização, tais como estruturas de mobilização, repertórios de ação e frames. A compatibilidade entre o “estoque” de disposições, capacidades e recursos dos indivíduos e estas características organizacionais é fundamental para a aproximação entre os jovens e as organizações. Por consequência, perceberam-se diferenças significativas ao se analisar a interação associativa, a socialização militante e a conexão estrutural de cada um dos grupos estudados. Assim, embora os mecanismos averiguados fossem os mesmos no movimento social e no voluntariado, as combinações entre diferentes características organizacionais e individuais oportunizariam a vivência do engajamento a partir de cinco dimensões: para os jovens participantes das TTC, a de um engajamento altruísta, consensual, pontual, individual e de continuidade. Já a possibilidade construída entre os jovens do LPJ e a organização deu-se a partir de um engajamento altruísta, conflitivo, global, coletivo e de ruptura. Com isso, as TTC cumprem um papel ao mostrarem aos jovens a situação de desigualdade social, produzindo um incômodo com a situação vivenciada em nossa sociedade e incentivando ações beneficentes, sem, no entanto, identificar um inimigo ou disputar recursos específicos. Já o LPJ, a partir de um forte processo de socialização militante, canaliza a indignação dos jovens, oferecendo uma possibilidade de inserção na organização e nas ações contestatórias, disputando recursos específicos a partir da identificação de um inimigo comum. / This subject study of this thesis is the militant engagement process. Specifically, the conditions and mechanisms that explain different forms of engagement among youth have been investigated. The research was conducted with two distinct organizations: the Levante Popular da Juventude and the volunteer project Tribos nas Trilhas da Cidadania, both from the city of Porto Alegre / RS. From the theoretical discussion of contentious politics and the French ativism sociology, an analysis model of the engagement process, describing it and breaking it down into its basic mechanisms and conditions, was drawn up, with its description and decomposition in its conditions and basic mechanisms. Indeed, the starting point argument is that the engagement is constituted as a relational process, from a set of conditions that require from people involved some dispositions concern interests, beliefs, and values enabling the identification with a "cause", besides some skills, resources and access to mobilization opportunities. The analysis starts from an individual point of view to explain the engagement in a non-individual way. It was chosen the comparative study with twelve in-depth interviews with youth participants, with a coordinator from each organization and participant observation in actions and meetings and documentary research. As a result, it was observed that young people become engaged from similar mechanisms, but the diversity of forms of engagement occurs due to different characteristics of the organization, such as mobilization structures, repertoires of action and frames. Compatibility between the "stock" of dispositions, capabilities and resources of these individuals and organizational characteristics is fundamental to the approach between youth and organizations. Consequently, significant differences were noticed when analyzing the associative interaction, militant socialization and structural connection of each of the groups. Thus, although the investigated mechanisms were in the same in the social movement and volunteering, the combinations between different organizational and individual characteristics would make possible the experience of engagement based on five dimensions: for the young participants of the TTC, there is the altruistic, consensual, timely, individual and continual engagement. The possibility built among the youth of LPJ and the organization took place from a selfless, conflictive, global, collective and rupture engagement. With this, the TTCs play a role in showing young people the situation of social inequality, producing a discomfort with the situation experienced in our society and encouraging charitable actions, but without identifying an enemy or fight for specific resources. By the other hand, the LPJ, from a strong socialization militant process, focuses the indignation of young people, offering a possibility for inclusion in the organization and in the contesting actions, disputing specific resources from the identification of a common enemy.
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Do incômodo à ação beneficente e da indignação à ação contestatória : estudo sobre condições e mecanismos de engajamento nas Tribos nas Trilhas da Cidadania e no Levante Popular da Juventude

Ruskowski, Bianca de Oliveira January 2012 (has links)
Le sujet d’étude de ce mémoire est le processus d'engagement militant. Plus précisément, on fait l’investigation des conditions et des mécanismes qui expliquent les différentes formes d'engagement chez les jeunes. La recherche a été menée auprès de deux organisations distinctes: le Levante Popular da Juventude et projet de bénévolat Tribos nas Trilhas da Cidadania, tous les deux situés dans la ville de Porto Alegre / RS. De la discussion théorique de la contentious politics et de la sociologie française du militantisme, on a élaboré un modèle d'analyse du processus d'engagement, en le décrivant et en le décomposant en ses conditions et mécanismes de base. En effet, le point de départ est l'argument qui dit que l'engagement est constitué comme un processus relationnel, à partir d'un ensemble de conditions qui demande de celui qui est engagé certaines dispositions qui impliquent les intérêts, les croyances et les valeurs et qui permettent l'identification à une «cause», outre les compétences, les ressources et l'accès aux possibilités de mobilisation. L’analyse commence d'un point de vue individuel pour expliquer l’engagement de manière non-individuelle. On a choisi l'étude comparative avec la réalisation de douze entretiens en profondeur avec des jeunes participants, avec un coordinateur de chaque organisation et l'observation participante dans des actions, des rancontres, des réunions et de la recherche documentaire. En conséquence, il a été observé que les jeunes s’engagent à partir de mécanismes similaires, mais la diversité des formes d'engagement est due à de différentes caractéristiques de l'organisation, tels que les structures de mobilisation et des répertoires d'action et des frames. La compatibilité entre le «stock» de dispositions, capacités et ressources de ces personnes et les caractéristiques organisationnelles est fondamentale pour le rapprochement entre les jeunes et les organisations. En conséquence, des différences significatives ont été observées lors de l'analyse de l'interaction associative, de la socialisation militante et la connexion structurelle de chacun des groupes. Ainsi, bien que les mécanismes étudiés étaient les mêmes dans le mouvement social et dans le bénévolat, les combinaisons entre les différentes caractéristiques organisationnelles et individuelles ont rendu possible l'expérience de l'engagement à partir de cinq dimensions: pour les jeunes participants des TTCs, l'engagement a été du type altruiste, consensuel, ponctuel, individuel et de continuité. La capacité construite chez les jeunes du LPJ et l'organisation a eu lieu à partir d'un engagement désintéressé, conflictuel, global, collectif et de rupture. Avec cela, les TTCs jouent leur rôle en montrant aux jeunes la situation d'inégalité sociale, la production d'un malaise face à la situation vécue dans notre société et en encourageant les actions de bienfaisance, sans toutefois identifier un ennemi ou disputer des ressources spécifiques. À son tour, le LPJ, à partir d'un fort processus militant de socialisation forte, concentre l’indignation des jeunes, en offrant une possibilité d'insertion dans l'organisation et dans les actions de contestation, en disputant des ressources spécifiques à partir de l'identification d'un ennemi commun. / A presente dissertação tem como tema de estudo o processo de engajamento militante. Especificamente, investigam-se condições e mecanismos que explicam diferentes formas de engajamento entre os jovens. A pesquisa foi realizada junto de duas organizações distintas: o Levante Popular da Juventude e o projeto de voluntariado Tribos nas Trilhas da Cidadania, ambos localizados na cidade de Porto Alegre/RS. A partir da discussão teórica da contentious politics e da sociologia do militantismo francesa, elaborou-se um modelo de análise do processo de engajamento, sendo o mesmo descrito e decomposto em suas condições e mecanismos básicos. Com efeito, parte-se do argumento de que o engajamento se constitui como um processo relacional, a partir de um conjunto de condições que requerem do envolvido certas disposições que envolvem interesses, crenças, valores e que possibilitem a identificação com uma “causa”, além de competências, recursos e acesso a oportunidades de mobilização. A análise parte de um ponto de vista individual para explicar de forma não individual o engajamento. Optou-se pelo estudo comparativo, com a realização de doze entrevistas em profundidade com os jovens participantes, com um coordenador de cada organização e observação participante em ações, encontros e reuniões e pesquisa documental. Como resultado, observou-se que os jovens passam a engajar-se a partir de mecanismos similares, mas a diversidade de formas de engajamento dá-se em função de características distintas da organização, tais como estruturas de mobilização, repertórios de ação e frames. A compatibilidade entre o “estoque” de disposições, capacidades e recursos dos indivíduos e estas características organizacionais é fundamental para a aproximação entre os jovens e as organizações. Por consequência, perceberam-se diferenças significativas ao se analisar a interação associativa, a socialização militante e a conexão estrutural de cada um dos grupos estudados. Assim, embora os mecanismos averiguados fossem os mesmos no movimento social e no voluntariado, as combinações entre diferentes características organizacionais e individuais oportunizariam a vivência do engajamento a partir de cinco dimensões: para os jovens participantes das TTC, a de um engajamento altruísta, consensual, pontual, individual e de continuidade. Já a possibilidade construída entre os jovens do LPJ e a organização deu-se a partir de um engajamento altruísta, conflitivo, global, coletivo e de ruptura. Com isso, as TTC cumprem um papel ao mostrarem aos jovens a situação de desigualdade social, produzindo um incômodo com a situação vivenciada em nossa sociedade e incentivando ações beneficentes, sem, no entanto, identificar um inimigo ou disputar recursos específicos. Já o LPJ, a partir de um forte processo de socialização militante, canaliza a indignação dos jovens, oferecendo uma possibilidade de inserção na organização e nas ações contestatórias, disputando recursos específicos a partir da identificação de um inimigo comum. / This subject study of this thesis is the militant engagement process. Specifically, the conditions and mechanisms that explain different forms of engagement among youth have been investigated. The research was conducted with two distinct organizations: the Levante Popular da Juventude and the volunteer project Tribos nas Trilhas da Cidadania, both from the city of Porto Alegre / RS. From the theoretical discussion of contentious politics and the French ativism sociology, an analysis model of the engagement process, describing it and breaking it down into its basic mechanisms and conditions, was drawn up, with its description and decomposition in its conditions and basic mechanisms. Indeed, the starting point argument is that the engagement is constituted as a relational process, from a set of conditions that require from people involved some dispositions concern interests, beliefs, and values enabling the identification with a "cause", besides some skills, resources and access to mobilization opportunities. The analysis starts from an individual point of view to explain the engagement in a non-individual way. It was chosen the comparative study with twelve in-depth interviews with youth participants, with a coordinator from each organization and participant observation in actions and meetings and documentary research. As a result, it was observed that young people become engaged from similar mechanisms, but the diversity of forms of engagement occurs due to different characteristics of the organization, such as mobilization structures, repertoires of action and frames. Compatibility between the "stock" of dispositions, capabilities and resources of these individuals and organizational characteristics is fundamental to the approach between youth and organizations. Consequently, significant differences were noticed when analyzing the associative interaction, militant socialization and structural connection of each of the groups. Thus, although the investigated mechanisms were in the same in the social movement and volunteering, the combinations between different organizational and individual characteristics would make possible the experience of engagement based on five dimensions: for the young participants of the TTC, there is the altruistic, consensual, timely, individual and continual engagement. The possibility built among the youth of LPJ and the organization took place from a selfless, conflictive, global, collective and rupture engagement. With this, the TTCs play a role in showing young people the situation of social inequality, producing a discomfort with the situation experienced in our society and encouraging charitable actions, but without identifying an enemy or fight for specific resources. By the other hand, the LPJ, from a strong socialization militant process, focuses the indignation of young people, offering a possibility for inclusion in the organization and in the contesting actions, disputing specific resources from the identification of a common enemy.

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