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Espelho, espelho meu: percepcao corporal e categorizacao nosografica no transtorno dismorfico corporalMonteiro, Andrea Camara. January 2003 (has links) (PDF)
Mestre -- Escola Nacional de Saude Publica, Rio de Janeiro, 2003.
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Espelho, espelho meu: percepção corporal e categorização nosográfica no transtorno dismórfico corporal / Mirror, my mirror: corporal perception and category a in the upset body dismorphic disorderMonteiro, Andrea Câmara January 2003 (has links)
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Previous issue date: 2003 / O presente trabalho se ocupa da construção de uma categoria nosográfica da psiquiatria, o Transtorno Dismórfico Corporal, definido como uma preocupação excessiva com um defeito imaginário na aparência que causa sofrimento significativo para o indivíduo. A partir de um estudo bibliográfico, procuramos traçar como a concepção do transtorno se modificou ao longo do tempo. Essas mudanças são descritas em conexão com mudanças de fatores internos e externos à psiquiatria, a saber, as tecnologias diagnósticas e a própria concepção do corpo. Dessa forma, demonstramos o caráter histórico do transtorno, que surge como uma categoria construída, determinada espacial e temporalmente.
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Prevalência e Associação da Disfunção Temporomandibular com Fatores Psicológicos em Usuários do Programa de Saúde da Família da Cidade do Recife-PEMORAIS, Mariana Pacheco Lima de Assis 31 January 2014 (has links)
Submitted by Etelvina Domingos (etelvina.domingos@ufpe.br) on 2015-04-08T18:38:56Z
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Previous issue date: 2014 / FACEPE / Este trabalho objetivou investigar a prevalência da disfunção temporomandibular e a
sua associação com a depressão, somatização e grau de dor crônica em indivíduos
com idade igual ou superior a 15 anos cadastrados nas Unidades de Saúde da
Família da cidade do Recife-PE. Foi realizado um estudo transversal analítico de
base populacional que envolveu setecentos e setenta e seis indivíduos que
procuraram por atendimento médico ou odontológico nas unidades de saúde da
família de Recife-PE. Aqueles selecionados foram submetidos à anamnese,
composta de exames clínico e físico, por meio do instrumento Critérios para
Diagnóstico em Pesquisa para DTM (RDC/TMD) que permitiu diagnosticar a
presença e o tipo de DTM (eixo I), a depressão, a somatização e o grau de dor
crônica (eixo II). Os dados foram inseridos no software SPSS 20.0 e analisados pelo
teste Qui-quadrado de Pearson. Para determinar a relação entre a variável
dependente e as independentes, utilizou-se a análise de regressão logística binária.
O nível de significância adotado foi de 5%. A maioria dos pesquisados (84,5%) era
do sexo feminino e a idade variou de 15 a 85 anos (média -39,88 ± 14,4). A
prevalência encontrada para a DTM foi de 35,4%. Associação estatisticamente
significativa foi obtida ao se relacionar a DTM com as variáveis gênero, idade,
depressão e somatização (p<0,001), destacando-se que 73,1% e 77,8% dos
indivíduos com DTM apresentaram depressão e somatização, respectivamente. Ao
avaliar a presença da depressão e da somatização com os grupos diagnósticos de
DTM, obtiveram-se diferenças estatísticas significantes com os diagnósticos do
grupo 1 (G1), grupo 1 e 3 (G1+G3), e a junção dos três diagnósticos do RDC/TMD.
Em relação à presença da dor crônica no total da amostra, 79% não apresentou dor
crônica, e para os pacientes com DTM, 47,3% a apresentava. A análise da presença
da depressão e da somatização com a dor crônica, mostrou que 84,3% estavam
deprimidos e 89,9% com diagnóstico de somatização, ambos com dado
estatisticamente significativo. Pelo modelo de regressão logística, o gênero feminino
apresentou-se como de maior risco para a depressão (OR=1,547) bem como a
presença da DTM e da dor (OR=4,581). A DTM apresentou uma alta prevalência na
cidade do Recife havendo comprovada associação entre os fatores psicológicos,
como a depressão e a somatização. Ambas parecem ter um papel importante
quando avaliadas com a ocorrência da DTM.
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Preval?ncia de diferentes tipos de dist?rbios do sono e correla??o entre depress?o, somatiza??o e dist?rbios do sono com disfun??o temporomandibular em uma popula??o adulta brasileira atrav?s dos question?rios RDC/DTM e SAQ?Rehm, Daniela Disconzi Seitenfus 29 February 2016 (has links)
Submitted by Setor de Tratamento da Informa??o - BC/PUCRS (tede2@pucrs.br) on 2016-06-03T16:38:12Z
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Previous issue date: 2016-02-29 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior - CAPES / Objective: This study evaluated prevalence of various types of sleep disorders in a Brazilian population, and correlated temporomandibular disorder (TMD) with depression, somatization and sleep disorders. Materials and Methods: The study population was comprised by 1,643 users of the Public Health System of the city of Maring?, with an age range of 20 to 65 years. Prevalences of sleep disorders (insomnia, non-restorative sleep, sleep schedule disorder, daytime sleepiness, sleep apnea, and restlessness) were assessed by the Sleep Assessment Questionnaire (SAQ?). For the case-control study, data were obtained by RDC/TMD, Axis I and II, and SAQ?. Inclusion criteria for case group were presence of scores 3 or 4 on chronic pain grade (CPG), and zero CPG for control group. This way, case group was comprised by 84 individuals and control group by 1,048. The remaining 511 were excluded from this study, since they presented with a CPG = 1 or 2. Results: Thirty-one percent of the overall population (n=1,643) had complete high school education, and 70.1% were Caucasian, predominantly women (65.9%) ranging from 20-39 years old. According to the SAQ? global score, 56.8% showed some type of sleep disorder. The prevalence varied from 19.9% to 34.1%, depending on the type of sleep disorder. There were statistically significant differences between case- and control-group, related to depression, somatization, and sleep disorders levels (p<0.001). Conclusion: Prevalence of sleep disorders, regardless of the type, demonstrated in our study, highlights the importance of assessing sleep quality in the health clinic routine, especially when considering the possible harms they may cause to the individual. In addition, the higher the levels of depression, somatization, and sleep disorders, the higher the risk of developing TMD with an increased CPG. This population study demonstrated the correlation between different levels of exposure among these variables and TMD for the first time in the literature. / Objetivo: Este estudo avaliou a preval?ncia de diferentes tipos de dist?rbios do sono em uma popula??o brasileira e analisou a correla??o de depress?o, somatiza??o e dist?rbios do sono com disfun??o temporomandibular (DTM). Materiais e M?todos: foram avaliados 1643 indiv?duos usu?rios do Sistema de Sa?de P?blico da cidade de Maring?, com idade entre 20 e 65 anos. As preval?ncias de dist?rbios do sono (ins?nia, sono n?o-reparador, desordem de rotina do sono, sonol?ncia diurna, apneia e inquieta??o) foram avaliadas a partir do Question?rio de Avalia??o do Sono (SAQ?). Para o estudo caso-controle, foram analisados os dados obtidos atrav?s do RDC/DTM, Eixos I e II, e SAQ?. Os crit?rios de inclus?o para o grupo caso foram graus de dor cr?nica (GDC) 3 e 4, e GDC zero para o grupo controle. Assim, o grupo caso foi composto de 84 indiv?duos e o grupo controle de 1.048. Os 511 restantes foram exclu?dos desse estudo por apresentarem GDC = 1 ou 2. Resultados: Da popula??o geral (n=1.643), 31% haviam completado o ensino m?dio e 70,1% eram caucasianos, predominantemente mulheres (65,9%) com idade entre 20-39 anos. De acordo com o escore global do SAQ?, 56,8% da popula??o tinham algum tipo de dist?rbio do sono. A preval?ncia variou de 19,9 a 34,1%, dependendo do tipo de dist?rbio do sono. Foram encontradas diferen?as estatisticamente significativas entre o grupo caso e o grupo controle, com rela??o ? depress?o, somatiza??o e dist?rbios do sono (p<0.001). Conclus?o: A preval?ncia de dist?rbios do sono, independente do tipo, demonstrada em nosso estudo destaca a necessidade de se avaliar a qualidade do sono como rotina de consult?rio, especialmente devido aos poss?veis danos ao indiv?duo. Al?m disso, quanto mais elevado for o n?vel de depress?o, somatiza??o e dist?rbio do sono, maior o risco de desenvolver DTM com um alto GDC. Este estudo populacional demonstrou a correla??o entre diferentes n?veis de exposi??o entre estas vari?veis e DTM, pela primeira vez na literatura.
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Uma leitura dos transtornos somatoformes e da histeria segundo a CID, o DSM e a obra freudiana: a identificação do sofrimento psíquico no campo científico / A reading of somatoform disorders according to the ICD, the DSM and the Freudian works: the identification of psychological distress in the scientific fieldCatani, Julia 07 November 2014 (has links)
O presente trabalho tem o objetivo de descrever e discutir os conceitos de Transtornos Somatoformes (TS) na perspectiva psiquiátrica e psicanalítica. A pesquisa pauta-se no estudo do estado da arte relativo aos TS, mediante revisão bibliográfica semi-dirigida, tendo como meta mapear e discutir a temática historicamente e em diferentes campos de conhecimento. Pretende-se compreender, descrever e analisar o conceito de TS nos manuais de psiquiatria, a saber, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O estudo explora o conceito de histeria na obra freudiana, buscando investigar que proximidade haveria entre o conceito psiquiátrico de TS e o de Histeria em Freud. Além dos manuais e da obra freudiana, foram utilizados textos psiquiátricos e psicanalíticos que contribuíram para o entendimento das questões. A partir da reconstrução histórica observa-se que, nas primeiras edições dos manuais psiquiátricos, os TS remetiam ao que a ciência psiquiátrica até aquele momento tinha dificuldade em classificar. Reconhecia-se também a influência dos conflitos psíquicos na manifestação dos sintomas, e o conceito de histeria estava atrelado a esta categoria diagnóstica. Após 1980 a categoria diagnóstica de histeria foi retirada do DSM. Tais aspectos explicitam a necessidade de uma maior compreensão acerca do processo histórico e da interlocução entre o campo da Psiquiatria e da Psicanálise, levando-se em conta o modo como é feito o diagnóstico deste transtorno, que ocorre, na maior parte das vezes por exclusões. Ressalta-se que a alteração da nomenclatura de TS produziu uma significativa mudança no entendimento deste tipo de sofrimento mental. Conclui-se que o conceito de histeria e o diagnóstico de TS se aproximam no que se refere ao aspecto fenomenológico e descritivo, mas se distanciam no que se refere à construção da compreensão clínica e ao tratamento tal como se processa atualmente / The present work aims to describe and discuss the concepts of Somatoform Disorders (SD) in the psychiatric and psychoanalytic perspective. The research presents a study on the state of the art related to SD, through a semi-directed literature review, with the target to map and discuss the topic historically and across different fields of knowledge. It is intended to comprehend, describe and analyse the concept of SD in the psychiatric manuals, namely: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) and the International Classification of Diseases (ICD-10). This study explores the concept of hysteria in the Freudian works, seeking to investigate the proximity between the psychiatric concept of SD and that of hysteria in Freud. In addition to the manuals and the Freudian works, the research refers to other psychiatric and psychoanalytical texts that contributed to the understanding of these issues. From the historical reconstruction is observed that, in the first editions of psychiatric manuals, the SD remitted to what the psychiatric science had difficult to classify. It was also recognized the influence of psychic conflict in the manifestation of the symptoms, and the concept of hysteria was linked to this diagnostic category. After 1980s, the diagnostic category of hysteria was removed from DSM. These aspects make explicit the need for greater understanding of the historical process and the dialogue between the fields of psychiatry and psychoanalysis, taking into account how this disorder is diagnosed, which occurs in most cases by exclusions. It is noteworthy that the change in the nomenclature of SD produced a significant shift in the understanding of this type of mental suffering. It follows that the term hysteria approaches SD diagnostic with regard to phenomenological aspects and description, but it differs from this disorder with respect to the construction of clinical understanding and treatment as it is currently handled
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Uma leitura dos transtornos somatoformes e da histeria segundo a CID, o DSM e a obra freudiana: a identificação do sofrimento psíquico no campo científico / A reading of somatoform disorders according to the ICD, the DSM and the Freudian works: the identification of psychological distress in the scientific fieldJulia Catani 07 November 2014 (has links)
O presente trabalho tem o objetivo de descrever e discutir os conceitos de Transtornos Somatoformes (TS) na perspectiva psiquiátrica e psicanalítica. A pesquisa pauta-se no estudo do estado da arte relativo aos TS, mediante revisão bibliográfica semi-dirigida, tendo como meta mapear e discutir a temática historicamente e em diferentes campos de conhecimento. Pretende-se compreender, descrever e analisar o conceito de TS nos manuais de psiquiatria, a saber, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O estudo explora o conceito de histeria na obra freudiana, buscando investigar que proximidade haveria entre o conceito psiquiátrico de TS e o de Histeria em Freud. Além dos manuais e da obra freudiana, foram utilizados textos psiquiátricos e psicanalíticos que contribuíram para o entendimento das questões. A partir da reconstrução histórica observa-se que, nas primeiras edições dos manuais psiquiátricos, os TS remetiam ao que a ciência psiquiátrica até aquele momento tinha dificuldade em classificar. Reconhecia-se também a influência dos conflitos psíquicos na manifestação dos sintomas, e o conceito de histeria estava atrelado a esta categoria diagnóstica. Após 1980 a categoria diagnóstica de histeria foi retirada do DSM. Tais aspectos explicitam a necessidade de uma maior compreensão acerca do processo histórico e da interlocução entre o campo da Psiquiatria e da Psicanálise, levando-se em conta o modo como é feito o diagnóstico deste transtorno, que ocorre, na maior parte das vezes por exclusões. Ressalta-se que a alteração da nomenclatura de TS produziu uma significativa mudança no entendimento deste tipo de sofrimento mental. Conclui-se que o conceito de histeria e o diagnóstico de TS se aproximam no que se refere ao aspecto fenomenológico e descritivo, mas se distanciam no que se refere à construção da compreensão clínica e ao tratamento tal como se processa atualmente / The present work aims to describe and discuss the concepts of Somatoform Disorders (SD) in the psychiatric and psychoanalytic perspective. The research presents a study on the state of the art related to SD, through a semi-directed literature review, with the target to map and discuss the topic historically and across different fields of knowledge. It is intended to comprehend, describe and analyse the concept of SD in the psychiatric manuals, namely: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) and the International Classification of Diseases (ICD-10). This study explores the concept of hysteria in the Freudian works, seeking to investigate the proximity between the psychiatric concept of SD and that of hysteria in Freud. In addition to the manuals and the Freudian works, the research refers to other psychiatric and psychoanalytical texts that contributed to the understanding of these issues. From the historical reconstruction is observed that, in the first editions of psychiatric manuals, the SD remitted to what the psychiatric science had difficult to classify. It was also recognized the influence of psychic conflict in the manifestation of the symptoms, and the concept of hysteria was linked to this diagnostic category. After 1980s, the diagnostic category of hysteria was removed from DSM. These aspects make explicit the need for greater understanding of the historical process and the dialogue between the fields of psychiatry and psychoanalysis, taking into account how this disorder is diagnosed, which occurs in most cases by exclusions. It is noteworthy that the change in the nomenclature of SD produced a significant shift in the understanding of this type of mental suffering. It follows that the term hysteria approaches SD diagnostic with regard to phenomenological aspects and description, but it differs from this disorder with respect to the construction of clinical understanding and treatment as it is currently handled
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Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial / Not informed by the authorMaraldi, Everton de Oliveira 10 October 2014 (has links)
Introdução e justificativa. A dissociação pode ser definida como a temporária desconexão (patológica ou não patológica) entre módulos psíquicos e / ou motores que se encontram, em geral, sob o controle voluntário ou acesso direto da consciência, do repertório comportamental usual e / ou do autoconceito (Krippner, 1997). As pesquisas internacionais têm sustentado sua recorrente associação com determinadas crenças e experiências alegadamente paranormais e / ou de cunho religioso. Tais crenças e experiências estão também frequentemente correlacionadas com outras variáveis ligadas à dissociação como sintomas depressivos e ansiógenos, queixas somáticas, trauma infantil e transliminaridade. O fato de algumas pessoas apresentarem características psicológicas que as predispõem a tais ocorrências sugere a importância de se compreender melhor como nelas se dá a formação da identidade, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, de modo a permitir uma abordagem mais ampla de outros aspectos envolvidos nessas alegações e na assunção de várias dessas crenças. A revisão da literatura indica grande quantidade de estudos quantitativos e poucos estudos de natureza qualitativa, com a consequente ausência de aprofundamento em aspectos biográficos e sociais. Até o momento, não existem estudos brasileiros sobre as relações entre dissociação, crença paranormal e transliminaridade. Objetivos. Investigar as relações existentes entre dissociação (e seus tipos específicos), crença e formação da identidade em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros; Pesquisar os possíveis fatores etiológicos das experiências dissociativas e das crenças e experiências paranormais, bem como suas interações, a partir do estudo de variáveis psicopatológicas e psicossociais diversas; Investigar o papel dos processos inconscientes na formação e manutenção das crenças e experiências paranormais; Verificar a extensão e o impacto dos processos dissociativos e das crenças e práticas paranormais e religiosas na formação da identidade e na história de vida, com especial atenção ao desenvolvimento afetivo / emocional e social do indivíduo; Aprofundar a compreensão do contexto grupal e social de inserção dos participantes, de modo a averiguar como tal contexto contribui na construção de suas crenças e experiências, e de como estas afetam ou determinam, em contrapartida, esse mesmo contexto; Pesquisar empiricamente o nível de adesão a crenças religiosas tradicionais e outras categorias de crença paranormal em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros. Método. De modo a permitir certa generalização para os dados obtidos na pesquisa, bem como, paralelamente, um aprofundamento nos processos individuais e coletivos de construção da identidade, utilizou-se de uma proposta de investigação tanto quantitativa quanto qualitativa. Por meio de questionário sociodemográfico e escalas, compôs-se a frente quantitativa do estudo. No que diz respeito à frente qualitativa, empregou-se entrevistas biográficas abertas, questionário semi-dirigido sobre experiências anômalas / paranormais e observações de campo. Pressupondo-se que determinados contextos religiosos são aparentemente mais receptivos e estimuladores de vivências dissociativas, e que afiliações religiosas mais tradicionais ou mesmo grupos ateístas tenderiam a estimular menos esse tipo de experiências, os participantes do estudo foram divididos em três grupos, com vistas a uma análise mais detalhada dessas diferenças: grupo um (espíritas, umbandistas e membros de círculos esotéricos e ocultistas), grupo dois (outros religiosos e pessoas sem afiliação definida) e grupo três (ateus e agnósticos), abrangendo um total de 1450 respondentes para a frente quantitativa. O único critério de exclusão foi a idade (18 anos ou mais). O número de entrevistas biográficas (22) e de observações de campo (31) foi determinado com base no critério de saturação. No caso das entrevistas, considerou-se também certo equilíbrio em termos de gênero, idade e número de participantes acima e abaixo da nota de corte utilizada para diferenciar high e low scorers em dissociação. Para efetuarmos a análise dos dados, recorremos às hipóteses propaladas na literatura psicológica e sociológica recente acerca das crenças e experiências paranormais e de sua relação com os fenômenos dissociativos, buscando avaliar até que ponto nossos dados confirmavam ou não tais modelos hipotéticos. Nossas avaliações também tiveram como pano de fundo trabalhos que versam sobre os processos de construção psicossocial da identidade no mundo contemporâneo e sobre as transformações mais recentes na família e na religião (Bauman, 2005, 2007; Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva, 2007; Poster, 1979), bem como sobre novas formas de subjetivação e sofrimento psíquico (Roudinesco, 2006), incluindo contribuições de teorias psicodinâmicas atualmente em voga, em particular a teoria do apego (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) e a teoria da gestão do terror (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Principais resultados. O grupo um e o grupo dois não diferiram em termos de dissociação cognitiva, mas ambos pontuaram acima dos ateus e agnósticos. Não obstante, o grupo um obteve média significativamente maior em dissociação somatoforme (sintomas conversivos e psicossomáticos), crença paranormal e transliminaridade comparativamente aos demais grupos. Não houve diferença entre os grupos para os relatos de experiência traumática na infância. A escala de experiências dissociativas correlacionou positiva e significativamente, embora em diferentes graus de magnitude, com a crença paranormal, a transliminaridade, a medida composta de sintomas psicossomáticos, a escala de sintomas conversivos e várias formas de experiência traumática na infância. Todavia, quando controlados os efeitos da transliminaridade, a correlação entre dissociação e crença se desfez, apontando para um possível paper mediador da transliminaridade na relação entre as duas variáveis. A dissociação (somatoforme e cognitiva) não foi elevada nos líderes dos grupos visitados, mas se observou histórico de aparente somatização em alguns casos. Indivíduos com escores elevados na escala de experiências dissociativas denotaram personalidade regredida e impulsiva, além de relatarem mais experiências anômalas espontâneas. Discussão. Sugere-se a existência de dois tipos de dissociação, uma tendencial, outra contextual. Sugere-se também a existência de uma série de mecanismos psicossociais de mimetismo, desempenho de papéis e gerenciamento da impressão que podem passar por fenômenos dissociativos, embora não o sejam. Relaciona-se o fenômeno da crença paranormal, do sincretismo religioso e da dissociação a variáveis sócio-históricas mais amplas, como a procura por sensação nas sociedades contemporâneas, certas consequências do processo de secularização, as relações de consumo, identidades líquidas e uma compensação frente a padrões de apego familiares desorganizados. Relaciona-se a personalidade regredida e impulsiva dos high scorers a formas de defesa narcísicas, a uma maior flexibilidade da barreira entre consciência e inconsciente e a uma manutenção da infância e da fantasia na vida adulta. Associa-se o aumento das crenças paranormais e religiosas com a idade à saliência da morte (teoria da gestão do terror), e certos aspectos da psicodinâmica adolescente ao ateísmo, que se mostrou mais frequente entre adultos jovens e adolescentes em conflito com suas famílias / Introduction and rationale. Dissociative experiences can be defined as reported experiences and observed behaviours that seem to exist apart from, or appear to have been disconnected from, the mainstream, or flow, of ones conscious awareness, behavioural repertoire, and/or self-identity (Krippner, 1997). Research has long sustained a positive relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences. Allegations of paranormal phenomena are also frequently correlated with dissociation-related variables such as depression and anxiety symptoms, somatic complaints, childhood trauma and transliminality. The fact that some people have psychological characteristics that predispose them to such occurrences suggests the importance of studying their identity formation and cognitive, emotional and psychsocial development in order to gain insight into other aspects involved in the assumption of paranormal beliefs. The literature on paranormal beliefs indicates large amount of quantitative studies and few qualitative data, with a consequent gap in biographical and cultural aspects. The majority of studies have also neglected contextual and social variables which are better understood through interviews and ethnographic observations. There is virtually no Brazilian studies on the subject of dissociation, paranormal belief and transliminality. Objectives. 1) To investigate the relationship between dissociation, paranormal belief and associated variables, including its possible impact on the life history and identity of Brazilian respondents from different religious and non-religious groups; 2) To identify some of the possible etiological factors underlying the presumed association between dissociativ eexperiences and paranormal beliefs, from the study of several psychosocial and psychopathological variables; 3) To investigate the role of unconscious and psychodynamic processes in the formation and maintenance of paranormal beliefs and experiences; 4) To improve the understanding of the social context underlying religious and non-religious dissociative practices, in order to ascertain how such a context assist in the construction of certain experiences or beliefs, and, on the other hand, how these beliefs and experiences affect or determine the same context; 5) To explore the level of adherence to traditional religious beliefs and other categories of paranormal belief in religious and non-religious groups of Brazilian participants; 6) To compose a Brazilian sample that could map the associations between the aforementioned variables, aiming to a comparison with data from other sociocultural contexts. Methods. A quali-quantitative approach was proposed. Through socio-demographic questionnaires and psychological scales, it was designed a quantitative online questionnaire. Regarding qualitative techniques, the study employed 1) biographical interviews, 2) semi-structured interviews concerning the phenomenology of paranormal / anomalous experiences and 3) field observations. Assuming that certain religious contexts are apparently more receptive to dissociative experiences, and that more traditional religious affiliations or even atheist groups tend to discourage such experiences, the participants were divided into three groups, with a view to a more detailed analysis of these differences: group one (also called dissociators: spiritualists, umbandists, members of esoteric groups, catholic carismatics and pentecostals); group two (members of other religious affiliations and people without defined philosophical or religious affiliation) and group three (atheists and agnostics), covering a total of 1450 respondents. The only exclusion criterion was age (18-years-old or above). The number of biographical interviews (22) and field observations (31) was determined on the basis of data saturation criterion. For the qualitative interviews, a balance was seek in terms of gender, age and number of participants above or below the cutoff (>= 20) used to differentiate high and low scorers on the Dissociative Experiences Scale. To perform data analysis, we considered some of the most important sociological and psychological hypotheses concerning the relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences, assessing the extent to which our data confirmed or not such hypothetical models. We were also based on works dealing with the psychosocial construction of identity in the contemporary world and the most recent changes in family and religion (Bauman, 2005, 2007, Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva 2007; Poster, 1979), as well as new forms of subjectivity and 7 psychological distress (Roudinesco, 2006), including contributions from psychodynamic theories currently in vogue, particularly the Attachment theory (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) and the Terror Management Theory (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Main results. The group one and group two did not differ in terms of cognitive dissociation, but both scored above atheists and agnostics. Nevertheless, the group one scored significantly higher in somatoform dissociation (conversion and psychosomatic symptoms), paranormal belief, syncretism and transliminality compared to the other groups. There was no difference between the groups for reports of childhood traumatic experiences. The Dissociative Experiences Scale correlated positively and significantly, though in different degrees of magnitude, with paranormal belief, transliminality, the composite measure of psychosomatic symptoms (somatization, depression and anxiety combined), an original scale of conversion symptoms and various forms of childhood traumatic experience. However, when controlling for the effects of transliminality, the correlation between dissociation and belief disappeared, indicating a possible mediator effect of transliminality on the relationship between the other two variables. Dissociation (somatoform and cognitive) was not high on the leaders of the groups visited, but a history of apparent somatization was observed in some of these cases. High scorers on the dissociative experiences scale denoted regressive and impulsive behaviors, and reported more spontaneous anomalous experiences. Discussion. We suggest the existence of two types of dissociation: tendential and contextual. It is also suggested the existence of a number of psychosocial mechanisms of mimicry, role playing and impression management which may be wrongly interpreted as dissociative phenomena. Paranormal beliefs, religious syncretism, new age mentality and dissociative tendencies are hypothesized to be influenced by broader socio-historical variables such secularization and globalization, consumer relations, liquid identities and a compensation for disorganized attachment patterns developed in childhood. The regressive and impulsive personality of high scorers is described in terms of narcissistic defense mechanisms, flexibility of boundaries between conscious and unconscious processes, and a tendency to extend childhood fantasy into adult life. The increase in paranormal belief with age is explained as a result of mortality salience (terror management theory), but also in terms of a generational conflict, as atheism showed to be more frequent among adolescents and young adults in disagreement with their families
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Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial / Not informed by the authorEverton de Oliveira Maraldi 10 October 2014 (has links)
Introdução e justificativa. A dissociação pode ser definida como a temporária desconexão (patológica ou não patológica) entre módulos psíquicos e / ou motores que se encontram, em geral, sob o controle voluntário ou acesso direto da consciência, do repertório comportamental usual e / ou do autoconceito (Krippner, 1997). As pesquisas internacionais têm sustentado sua recorrente associação com determinadas crenças e experiências alegadamente paranormais e / ou de cunho religioso. Tais crenças e experiências estão também frequentemente correlacionadas com outras variáveis ligadas à dissociação como sintomas depressivos e ansiógenos, queixas somáticas, trauma infantil e transliminaridade. O fato de algumas pessoas apresentarem características psicológicas que as predispõem a tais ocorrências sugere a importância de se compreender melhor como nelas se dá a formação da identidade, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, de modo a permitir uma abordagem mais ampla de outros aspectos envolvidos nessas alegações e na assunção de várias dessas crenças. A revisão da literatura indica grande quantidade de estudos quantitativos e poucos estudos de natureza qualitativa, com a consequente ausência de aprofundamento em aspectos biográficos e sociais. Até o momento, não existem estudos brasileiros sobre as relações entre dissociação, crença paranormal e transliminaridade. Objetivos. Investigar as relações existentes entre dissociação (e seus tipos específicos), crença e formação da identidade em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros; Pesquisar os possíveis fatores etiológicos das experiências dissociativas e das crenças e experiências paranormais, bem como suas interações, a partir do estudo de variáveis psicopatológicas e psicossociais diversas; Investigar o papel dos processos inconscientes na formação e manutenção das crenças e experiências paranormais; Verificar a extensão e o impacto dos processos dissociativos e das crenças e práticas paranormais e religiosas na formação da identidade e na história de vida, com especial atenção ao desenvolvimento afetivo / emocional e social do indivíduo; Aprofundar a compreensão do contexto grupal e social de inserção dos participantes, de modo a averiguar como tal contexto contribui na construção de suas crenças e experiências, e de como estas afetam ou determinam, em contrapartida, esse mesmo contexto; Pesquisar empiricamente o nível de adesão a crenças religiosas tradicionais e outras categorias de crença paranormal em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros. Método. De modo a permitir certa generalização para os dados obtidos na pesquisa, bem como, paralelamente, um aprofundamento nos processos individuais e coletivos de construção da identidade, utilizou-se de uma proposta de investigação tanto quantitativa quanto qualitativa. Por meio de questionário sociodemográfico e escalas, compôs-se a frente quantitativa do estudo. No que diz respeito à frente qualitativa, empregou-se entrevistas biográficas abertas, questionário semi-dirigido sobre experiências anômalas / paranormais e observações de campo. Pressupondo-se que determinados contextos religiosos são aparentemente mais receptivos e estimuladores de vivências dissociativas, e que afiliações religiosas mais tradicionais ou mesmo grupos ateístas tenderiam a estimular menos esse tipo de experiências, os participantes do estudo foram divididos em três grupos, com vistas a uma análise mais detalhada dessas diferenças: grupo um (espíritas, umbandistas e membros de círculos esotéricos e ocultistas), grupo dois (outros religiosos e pessoas sem afiliação definida) e grupo três (ateus e agnósticos), abrangendo um total de 1450 respondentes para a frente quantitativa. O único critério de exclusão foi a idade (18 anos ou mais). O número de entrevistas biográficas (22) e de observações de campo (31) foi determinado com base no critério de saturação. No caso das entrevistas, considerou-se também certo equilíbrio em termos de gênero, idade e número de participantes acima e abaixo da nota de corte utilizada para diferenciar high e low scorers em dissociação. Para efetuarmos a análise dos dados, recorremos às hipóteses propaladas na literatura psicológica e sociológica recente acerca das crenças e experiências paranormais e de sua relação com os fenômenos dissociativos, buscando avaliar até que ponto nossos dados confirmavam ou não tais modelos hipotéticos. Nossas avaliações também tiveram como pano de fundo trabalhos que versam sobre os processos de construção psicossocial da identidade no mundo contemporâneo e sobre as transformações mais recentes na família e na religião (Bauman, 2005, 2007; Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva, 2007; Poster, 1979), bem como sobre novas formas de subjetivação e sofrimento psíquico (Roudinesco, 2006), incluindo contribuições de teorias psicodinâmicas atualmente em voga, em particular a teoria do apego (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) e a teoria da gestão do terror (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Principais resultados. O grupo um e o grupo dois não diferiram em termos de dissociação cognitiva, mas ambos pontuaram acima dos ateus e agnósticos. Não obstante, o grupo um obteve média significativamente maior em dissociação somatoforme (sintomas conversivos e psicossomáticos), crença paranormal e transliminaridade comparativamente aos demais grupos. Não houve diferença entre os grupos para os relatos de experiência traumática na infância. A escala de experiências dissociativas correlacionou positiva e significativamente, embora em diferentes graus de magnitude, com a crença paranormal, a transliminaridade, a medida composta de sintomas psicossomáticos, a escala de sintomas conversivos e várias formas de experiência traumática na infância. Todavia, quando controlados os efeitos da transliminaridade, a correlação entre dissociação e crença se desfez, apontando para um possível paper mediador da transliminaridade na relação entre as duas variáveis. A dissociação (somatoforme e cognitiva) não foi elevada nos líderes dos grupos visitados, mas se observou histórico de aparente somatização em alguns casos. Indivíduos com escores elevados na escala de experiências dissociativas denotaram personalidade regredida e impulsiva, além de relatarem mais experiências anômalas espontâneas. Discussão. Sugere-se a existência de dois tipos de dissociação, uma tendencial, outra contextual. Sugere-se também a existência de uma série de mecanismos psicossociais de mimetismo, desempenho de papéis e gerenciamento da impressão que podem passar por fenômenos dissociativos, embora não o sejam. Relaciona-se o fenômeno da crença paranormal, do sincretismo religioso e da dissociação a variáveis sócio-históricas mais amplas, como a procura por sensação nas sociedades contemporâneas, certas consequências do processo de secularização, as relações de consumo, identidades líquidas e uma compensação frente a padrões de apego familiares desorganizados. Relaciona-se a personalidade regredida e impulsiva dos high scorers a formas de defesa narcísicas, a uma maior flexibilidade da barreira entre consciência e inconsciente e a uma manutenção da infância e da fantasia na vida adulta. Associa-se o aumento das crenças paranormais e religiosas com a idade à saliência da morte (teoria da gestão do terror), e certos aspectos da psicodinâmica adolescente ao ateísmo, que se mostrou mais frequente entre adultos jovens e adolescentes em conflito com suas famílias / Introduction and rationale. Dissociative experiences can be defined as reported experiences and observed behaviours that seem to exist apart from, or appear to have been disconnected from, the mainstream, or flow, of ones conscious awareness, behavioural repertoire, and/or self-identity (Krippner, 1997). Research has long sustained a positive relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences. Allegations of paranormal phenomena are also frequently correlated with dissociation-related variables such as depression and anxiety symptoms, somatic complaints, childhood trauma and transliminality. The fact that some people have psychological characteristics that predispose them to such occurrences suggests the importance of studying their identity formation and cognitive, emotional and psychsocial development in order to gain insight into other aspects involved in the assumption of paranormal beliefs. The literature on paranormal beliefs indicates large amount of quantitative studies and few qualitative data, with a consequent gap in biographical and cultural aspects. The majority of studies have also neglected contextual and social variables which are better understood through interviews and ethnographic observations. There is virtually no Brazilian studies on the subject of dissociation, paranormal belief and transliminality. Objectives. 1) To investigate the relationship between dissociation, paranormal belief and associated variables, including its possible impact on the life history and identity of Brazilian respondents from different religious and non-religious groups; 2) To identify some of the possible etiological factors underlying the presumed association between dissociativ eexperiences and paranormal beliefs, from the study of several psychosocial and psychopathological variables; 3) To investigate the role of unconscious and psychodynamic processes in the formation and maintenance of paranormal beliefs and experiences; 4) To improve the understanding of the social context underlying religious and non-religious dissociative practices, in order to ascertain how such a context assist in the construction of certain experiences or beliefs, and, on the other hand, how these beliefs and experiences affect or determine the same context; 5) To explore the level of adherence to traditional religious beliefs and other categories of paranormal belief in religious and non-religious groups of Brazilian participants; 6) To compose a Brazilian sample that could map the associations between the aforementioned variables, aiming to a comparison with data from other sociocultural contexts. Methods. A quali-quantitative approach was proposed. Through socio-demographic questionnaires and psychological scales, it was designed a quantitative online questionnaire. Regarding qualitative techniques, the study employed 1) biographical interviews, 2) semi-structured interviews concerning the phenomenology of paranormal / anomalous experiences and 3) field observations. Assuming that certain religious contexts are apparently more receptive to dissociative experiences, and that more traditional religious affiliations or even atheist groups tend to discourage such experiences, the participants were divided into three groups, with a view to a more detailed analysis of these differences: group one (also called dissociators: spiritualists, umbandists, members of esoteric groups, catholic carismatics and pentecostals); group two (members of other religious affiliations and people without defined philosophical or religious affiliation) and group three (atheists and agnostics), covering a total of 1450 respondents. The only exclusion criterion was age (18-years-old or above). The number of biographical interviews (22) and field observations (31) was determined on the basis of data saturation criterion. For the qualitative interviews, a balance was seek in terms of gender, age and number of participants above or below the cutoff (>= 20) used to differentiate high and low scorers on the Dissociative Experiences Scale. To perform data analysis, we considered some of the most important sociological and psychological hypotheses concerning the relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences, assessing the extent to which our data confirmed or not such hypothetical models. We were also based on works dealing with the psychosocial construction of identity in the contemporary world and the most recent changes in family and religion (Bauman, 2005, 2007, Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva 2007; Poster, 1979), as well as new forms of subjectivity and 7 psychological distress (Roudinesco, 2006), including contributions from psychodynamic theories currently in vogue, particularly the Attachment theory (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) and the Terror Management Theory (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Main results. The group one and group two did not differ in terms of cognitive dissociation, but both scored above atheists and agnostics. Nevertheless, the group one scored significantly higher in somatoform dissociation (conversion and psychosomatic symptoms), paranormal belief, syncretism and transliminality compared to the other groups. There was no difference between the groups for reports of childhood traumatic experiences. The Dissociative Experiences Scale correlated positively and significantly, though in different degrees of magnitude, with paranormal belief, transliminality, the composite measure of psychosomatic symptoms (somatization, depression and anxiety combined), an original scale of conversion symptoms and various forms of childhood traumatic experience. However, when controlling for the effects of transliminality, the correlation between dissociation and belief disappeared, indicating a possible mediator effect of transliminality on the relationship between the other two variables. Dissociation (somatoform and cognitive) was not high on the leaders of the groups visited, but a history of apparent somatization was observed in some of these cases. High scorers on the dissociative experiences scale denoted regressive and impulsive behaviors, and reported more spontaneous anomalous experiences. Discussion. We suggest the existence of two types of dissociation: tendential and contextual. It is also suggested the existence of a number of psychosocial mechanisms of mimicry, role playing and impression management which may be wrongly interpreted as dissociative phenomena. Paranormal beliefs, religious syncretism, new age mentality and dissociative tendencies are hypothesized to be influenced by broader socio-historical variables such secularization and globalization, consumer relations, liquid identities and a compensation for disorganized attachment patterns developed in childhood. The regressive and impulsive personality of high scorers is described in terms of narcissistic defense mechanisms, flexibility of boundaries between conscious and unconscious processes, and a tendency to extend childhood fantasy into adult life. The increase in paranormal belief with age is explained as a result of mortality salience (terror management theory), but also in terms of a generational conflict, as atheism showed to be more frequent among adolescents and young adults in disagreement with their families
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A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina / The relationship between childhood sexual abuse experience and complaints of chronic pelvic pain and male\'s with sexual dysfunctionPap, Amanda Diogo 15 April 2019 (has links)
INTRODUÇÃO: Estudos realizados com mulheres apontam para a importância de se fazer uma avaliação de ocorrência de abuso sexual infantil em pacientes com disfunções sexuais e dor pélvica crônica, pois o histórico de abuso aumenta o risco de apresentarem problemas sexuais na vida adulta. O Abuso sexual infantil é um fenômeno universal que atinge todas as idades, classes sociais e culturas. No Brasil é a segundo maior tipo de violência entre crianças de 0 a 9 anos. Diferentemente de mulheres, há poucos estudos relacionam a experiência de abuso sexual infantil e o desenvolvimento de queixas urológicas que afetem a função sexual masculina. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a experiência de abuso sexual na infância e as queixas de dor pélvica crônica (DPC), disfunção erétil (DE) e/ou ejaculação precoce (EP). MÉTODO: Trata-se de um estudo cross-section. A amostra foi composta por oitenta homens, entre 30 e 59 anos, pacientes da Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, que apresentavam EP, DE e/ou DPC. Os dados foram coletados por um ano. O antecedente de abuso sexual na infância foi avaliado por meio do questionário de Childhood Sexual Experiences Questionnai, traduzido e testado para uso na pesquisa. Também foi avaliado o tipo de abuso, pessoas envolvidas, idade de inicio e tempo de duração do abuso, opção sexual, estado civil e fatores de risco (cardiopatia, hipertensão, diabetes e doenças psiquiáticas) para EP, DE e DPC. Na análise estatística o teste de Qui Quadrado foi utilizado para avaliar as variáveis categóricas e o GLM univariado para avaliar as variáveis contínuas, representadas por média ± desvio padrão. Os dados contínuos foram representados em frequência absoluta e percentual (%). RESULTADOS: A amostra se caracterizou por homens predominantemente heterossexuais e em união estável. A média de idade foi de 50,2 anos. O grupo com DE apresentou maior índice de diabetes comparado com os demais. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação à hipertensão, cardiopatia e transtornos psiquiátricos. Não houve diferença entre os grupos quanta a prevalência de abuso. 10% do total da amostra relatam ter sofrido abuso com ou tentativa de penetração A média de idade do inicio do abuso foi de 9,6 anos. A maioria dos abusos durou mais de um ano sendo que em todos os episódios a pessoa envolvida era conhecida da criança. CONCLUSÃO: A alta prevalência de abuso sexual infantil na amostra revela um problema na notificação dos casos ocorridos com o gênero masculino, pelo estigma do abuso com meninos, conceito restrito de abuso (focados em casos graves), despreparo dos profissionais de saúde e educação em identificar os casos. A literatura indica maiores taxas de abuso com a população feminina, mesmo comparado com estes dados a prevalência de violência sexual infantil é maior nesta pesquisa, reforçando a hipótese de que o antecedente de violência sexual é um fator de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde que afetam a sexualidade masculina / INTRODUCTION: Child sexual abuse is a universal phenomenon that affects all ages, social classes and cultures. In Brazil it is the second largest type of violence among children from 0 to 9 years old. Many studies point to the importance of evaluating the ocurrence of child sexual abuse in patients with sexual disfunctions and chronic pelvic pain, since the history of abuse increases the risc of presenting sexual problems in the adult life. Unlinke women, there are few studies that relate the experience of child sexual abuse and the development of utological complaints the affect male sexual function. OBJECTIVE: To evaluate the relationship of sexual abuse experience in childhood and chronic pelvic pain (CPP), erectile dysfunction (ED) and premature ejaculation (PE). METHOD: This is a cross sectional study. The sample consisted of eighty men, between 30 and 59 years old, patients of the Urological Clinic Dividion of the Hospital das Clínicas in São Paulo, Brazil. The patients presented chronic pelvic pain, erectile dysfunction and or premature ejaculation. Data were collected during one year. The history of childhood sexual abuse was assessed using the Childhood Sexual Experience Questionnaire, translated and tested for use in research. The type of abuse, people involved, age of onset and duration of abuse, sexual choice, marital status and risk factors (heart disease, hypertension, diabetes and psychiatric diseases) were also evaluated. Chi Square test was used to evaluate the categorical variables and univariate GLM to evaluate the continuous variables, represented by mean ± standard deviation. The continuous data were represented in absolute frequency and percentage (%). RESULTS: The sample was characterized by predominantly married and heterossexual men wich mean age of 50.2 years. The ED group presented a higher diabetes index compared to the CPP and PE groups. There were no statistical difference between groups in prevalence of abuse. The mean age at onset of abuse was 9.6 years. Most of the abuses lasted more than a year and in all episodes the person involved was known to the child. COCLUSION: The high prevalence of child sexual abuse in the sample reveals a problem in the notification of cases with the male gender. The stigma of child abuse, restricted concept of abuse (focused on serious cases), unprepared health professional in identify the cases. The literature indicates higher rates of abuse with the famale population. Even compared to these data, the prevalence of child sexual violence is higher in this research, reinforcing the hypothesis that the antecedente of sexual violence is a risk fator for the development of health problems which affect male sexuality
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O que tratar quer dizer: construções da psicanálise diante dos transtornos somatoformes, sintomas somáticos e sofrimentos psíquicos e corporais / What to treat means: Psychoanalytic constructions in face of Somatoform Disorders, Somatic Symptoms and physical and mental sufferingCatani, Julia 09 November 2018 (has links)
O desenvolvimento desta pesquisa é fruto da experiência psicanalítica junto ao Ambulatório de Transtornos Somatoformes (SOMA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP), um setor que funciona, desde 2009, para receber os casos advindos do complexo hospitalar ou da rede pública, nos quais a questão subjetiva ganha relevo a partir de possíveis causas orgânicas. As manifestações são de alguma forma agravadas ou oriundas de conflitos psíquicos. Desde a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V-2013), tais pacientes são classificados como Transtornos de Sintomas Somáticos e Transtornos Relacionados. A tese confronta as inquietações clínicas de dez anos (2009-2018) de trabalho como analista no SOMA e indagações teóricas que foram sendo buscadas do que se trata, como se trata e o que se trata? Quatro eixos estruturam a condução da pesquisa e sua escrita: a) como os sistemas classificatórios definem os Transtornos Somatoformes (TS) e os Sintomas Somáticos; b) como são possíveis aproximações entre as duas categorias e a leitura psicanalítica; c) como os profissionais de outras instituições lidam com estes mal-estares; d) como entendo a subjetividade destes pacientes. A literatura médica responde, em linhas gerais, que, fundamentalmente, o vínculo médico-paciente configura-se como a maior potência para cuidar dos que adoecem, tendo-se mostrado produtiva a articulação entre a psiquiatria e a psicanálise. A experiência clínica corrobora os achados científicos. Quando admitidas no serviço, as pessoas são convidadas a falarem de seu sofrimento e suas histórias evidenciam vidas marcadas pela violência física, sexual e/ou psicológica, associadas à restrições de afeto. A escuta e a disponibilidade dos profissionais da equipe tende a fazer a diferença com relação aos que se encontram aferrados à rotina hospitalar em busca de exames, de atenção, de nomes e de compreensão de si e de seus corpos. Noção de trauma, dificuldade simbólica, flexibilidade do setting, empatia, vínculo, nomeação, contratransferência são valiosos para o entendimento e o cuidado destes pacientes e para o enfrentamento desta clínica que se mostra complexa e desafiadora aos que dela se ocupam. Freud e Ferenczi, dentre outros, são vitais para a tarefa. A aposta é que ao dispor da escuta do analista o paciente pode criar uma nova narrativa a propósito de sua vida e das dimensões clínicas de seu sofrimento. Tal narrativa, como aquelas com as quais nos constituímos, passa a ter papel estruturante nas transformações dos sintomas e na condução da própria existência. Dentre os efeitos do trabalho assim conduzido no ambulatório pode-se também observar a prevenção de riscos e de iatrogenias / The development of this research is the result of the psychoanalytic experience at the Somatoform Disorders Ambulatory (SOMA) of the Institute of Psychiatry of the Clinical Hospital of the Medical School of the University of São Paulo (IPq-HCFMUSP). Since 2009 the SOMA treats cases from the hospital and public network, in which subjective issues are highlighted by possible organic causes. The patients manifestations are all in some way aggravated or derived from psychic conflicts. Since the fifth edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V-2013), such patients are classified with Somatic Symptom Disorders and Related Disorders. The thesis confronts questions derived from ten years (2009 2018) of work experience as an analyst at SOMA Ambulatory Care and the theoretical questions that have been investigated what is it, what is it about, and how to treat it? Four facets structured the conduction of the research and its writing: a) how do the classificatory systems define Somatic Symptom Disorders (SSD) and the Somatoform Disorders; b) what are the possible approximations between the two categories and the psychoanalytic reading; c) how do professionals from other institutions deal with these malaise; d) how do I understand the subjectivity of these patients. The medical literature shows, in general, that the doctor-patient-relationship fundamentally appears as the greatest power while taking care of those who fall ill, and indicates that the relationship between psychiatry and psychoanalysis is productive. And clinical experience corroborates the scientific results. When admitted in the services of the ambulatory, people are invited to talk about their suffering and their stories evidence lives marked by physical, sexual and/or psychological violence in association with affection restrictions. Listening and availability of team professionals tends to make difference in relation to those who are stuck in the hospital routine searching for examinations, attention, terms, and understanding of themselves and their bodies. The notions of trauma, symbolic difficulty, flexibility of the setting, empathy, bonding, determination, countertransference are as valuable for the understanding and care of the patients as well as for the medical field that appears as complex and challenging to those who take care of it. Freud and Ferenczi, among others, are vital to the task. The expectation is that by providing the analysts listening the patient can create a new narrative about his life and the clinical dimensions of his suffering. Such a narrative, like those with which we are constituted, has a fundamental role in the transformation of symptoms and in the conduct of our own existence. Among the effects of the work conducted in the ambulatory one can also observe the prevention of risks and iatrogenies
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